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On Portuguese Modernism, aka, Orpheu

1. Overall
a) In Silvio Castro’s História da Lit. Brasileira (vol3). Lisboa: Alfa, 1999.
p. 85  “Desde logo, não se verificam manifestações por um movimento orgânico (dif. Do caso brasileiro,
por ex.), mas os jovens que criam aquela que pode ser considerada como a primeira ação objetiva da
tomada de consciência de uma nova modernidade, a revista Orpheu, em Lisboa, no ano de 1915, são o
início do Modernismo destinado a modificar a realidade artística nacional…
Com Orpheu, os jovens vanguardistas BRASILEIROS e PORTUGUESES estabelecem a primeira
ponta daquele movimento de encontro e colaboração que deveria ser mais profundo entre as literaturas dos
dois países. O n.1 da revista teve como diretores o português Luís de Montalvor (1891-1947) e o brasileiro
Ronald de Carvalho (1893-1935). Aliavam-se, assim, as duas linhas nacionais tendentes a uma vanguarda
ligada à alta tradição da poética simbolista. Já logo depois, com o seu Segundo e ultimo número, sob a
direção de Mário de Sá-Carneiro (1890-1916) e Fernando Pessoa, Orpheu assumia definitivamente a linha
de uma modernidade radical”

2. Key Figures
a) Almada Negreiros  typical figure of an avant garde artist, author of “Manifesto anti-Dantas” (ref. à
Júlio Dantas)
b) Mário de Sá-Carneiro  “A poesia de M.S.C. poderá mostrar-se aparentemente limitada no plano
formal se colocada … em confront com aquela pessoana; mas .. ela é feita de ritmos e ressonâncias
variados, absolutamente inéditos para a poesia de língua portuguesa” (89)
c) Pessoa  “leva a pesquisa lírica derivada da poética da modernidade a consequências ilimitadas … São
tão amplas as criações semânticas da poesia de Pessoa e tão genial—assim como estruturalmente normative
—a sua poética pessoal, que esta atinge, não raras vezes, a fascinação de induzir ao perigo de com ela
confundir-se toda e poética do Modernismo português.” (89-90)

3. Summary
In: http://www.elfikurten.com.br/2013/01/ronald-de-carvalho-uma-travessia-poetica.html

Orpheu foi uma Revista Trimestral de Literatura editada em Lisboa. Apenas teve dois números
publicados, correspondentes aos primeiros dois trimestres de 1915, sendo o terceiro número cancelado
devido a dificuldades de financiamento. Apesar disso, a revista exerceu uma notável e duradoura
influência: o seu vanguardismo inspirou movimentos literários subsequentes de renovação da literatura
portuguesa. Mau grado o impacto negativo que Orpheu causou na crítica do seu tempo, a relevância desta
revista literária advém de ter, efetivamente, introduzido em Portugal o movimento modernista, associando
nesse projeto importantes nomes das letras e das artes, como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro,
Almada-Negreiros ou Santa-Rita Pintor, que ficaram conhecidos como geração d'Orpheu.

Orpheu, um projeto luso-brasileiro


Em finais de Março de 1915 surgia o primeiro número da revista Orpheu, propriedade da firma Orpheu
Lda, destinada a Portugal e Brasil, com 83 páginas impressas em excelente papel e tipo agradável, tendo
como diretores Luiz de Montalvôr (para Portugal) e Ronald de Carvalho (para o Brasil), e como editor o
jovem António Ferro. Entre outros, contava com a colaboração de Fernando Pessoa, Mário de Sá-
Carneiro e Almada-Negreiros. Na “Introdução”, Luiz de Montalvôr tentava explicar os princípios
programáticos e a orientação estética da revista, apresentando-a como: “um exílio de temperamentos de
arte” baseado num “principio aristocrático”, oferecendo “harmonia esthética” aos leitores com “desejos
de bom gosto e refinados propósitos em arte”.

Primeiro número - Janeiro–Fevereiro–Março de


1915
Contribuíram para o primeiro número de Orpheu Luís de Montalvor, Ronald de Carvalho, Mário de Sá-
Carneiro, Fernando Pessoa, Alfredo Pedro Guisado, Almada Negreiros, Armando Côrtes-Rodrigues e
José Pacheko, que desenhou a capa e foi responsável pela direção gráfica. O nome do jovem António Ferro
consta também neste primeiro número da revista como editor. No final da introdução a esta primeira
edição, assinada pelo seu diretor Luís de Montalvor, o grupo manifesta o propósito de ir ao encontro de
alguns desejos de bom gosto e refinados propósitos em arte que isoladamente vivem por aí, convictos de
que a revista, pelo seu caráter inovador, revela um sinal de vida no ambiente literário português
manifestando esperança na adesão do «público leitor de seleção» a este projeto literário. Se, nesses leitores
de «seleção», o primeiro número da revista encontrou «contentamento e carinho», no público em geral
causou escândalo e polêmica. A revista abalou decididamente o ambiente literário português pela ousadia e
vanguardismo de alguns dos seus textos. Foi, sem dúvida, um sinal de vida que rompeu com as tradições
literárias e significou o advento do modernismo em Portugal. O próprio Pessoa, em carta a Armando
Côrtes-Rodrigues, revela o sucesso da revista e o escândalo que esta provocou, nomeadamente pelo poema
16 de Mário de Sá-Carneiro e a Ode Triunfal, de Álvaro de Campos [heterônimo de Fernando Pessoa].

José Pacheko (1885-1934), capa de Orpheu,


fascículo n.º 1, Janeiro–Fevereiro–Março de 1915.
"ORPHEU" - Revista Trimestral de Literatura
Ano I - 1915, N.º 1, Janeiro - Fevereiro - Março.
Propriedade de: Orpheu, Lda.
Editor: Antonio Ferro
Direção: Luiz de Montalvôr e Ronald de Carvalho
Oficinas: Tipografia do Comércio - 10, Rua da Oliveira, ao Carmo - Lisboa.
capa desenhada por José Pacheco

Sumario da 1ª edição:
Luiz de Montalvôr - Introducção
Mario de Sá-Carneiro - Para os "Indicios de Oiro" (poemas)
Ronald de Carvalho - Poemas
Fernando Pessoa - O Marinheiro (drama estático)
Alfredo Pedro Guisado - Treze Sonetos
José de Almada-Negreiros - Frizos (prosas)
Côrtes-Rodrigues - poemas
Alvaro de Campos - Opiário e Ode Triunfal

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