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TIPOS DE TEXTO: 1 – QUANTO A FORMA 2 – QUANTO AO

CONTEÚDO

Prof: ARMANDO MORAES Frente: 01 Aula: 16


GE070807

A UFPA APONTA: O texto narrativo tem por base algumas perguntas, as quais
*Tipos de texto (ou seqüências discursivas): narrativos, quando respondidas acabam por nos informar seus elementos com
descritivos, expositivos, argumentativos, explicativos, maior precisão. São elas:
conversacionais, procedurais etc.
- O quê? - Fato narrado; - Quem? – personagem principal e o anti-
*Gêneros discursivos: artigos de jornal, editoriais, publicidades, herói; - Como? – o modo que os fatos aconteceram; - Quando? – o
cartas, bulas de remédios, receitas culinárias, anúncios tempo dos acontecimentos; - Onde? – local onde se desenrolou o
classificados, poemas etc. acontecimento; - Por quê? – a razão, motivo do fato; * E por isso: - a
conseqüência dos fatos.
OS TIPOS DE TEXTO
No texto narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o
verbo o elemento principal. A relação verbal emissor – receptor efetiva-
1) Texto narrativo; 2) Texto descritivo; 3) Texto dissertativo. se por intermédio do que chamamos discurso. A narrativa se vale de tal
recurso, efetivando o ponto de vista ou foco narrativo.
DESCRIÇÃO: Descrever é explicar com palavras o que se viu e se
observou. A descrição é estática, sem movimento, desprovida de ação. Quando o narrador participa dos acontecimentos diz-se que
Na descrição o ser, o objeto ou ambiente são importantes, ocupando é narrador-personagem. Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa. Já
lugar de destaque na frase o substantivo e o adjetivo. o narrador-observador é aquele que serve de intermediário entre o fato
e o leitor. É o foco narrativo de 3ª pessoa.
O emissor capta e transmite a realidade através de seus
sentidos, fazendo uso de recursos lingüísticos, tal que o receptor a DISSERTAÇÃO: Trata-se de um texto em que serão expostos e
identifique. A caracterização é indispensável, por isso existe uma analisados, de forma coerente, alguns dos aspectos e argumentos
grande quantidade de adjetivos no texto. envolvidos na questão tematizada. Não há escrita sem leitura, sem
reflexão, sem a adoção de um ponto de vista e, pode-se mesmo dizer,
DESCRIÇÃO DENOTATIVA: Quando a linguagem representativa do sem um desejo, por parte de quem escreve, de se manifestar a respeito
objeto é objetiva, direta sem metáforas ou outras figuras literárias, de um determinado tema. Assim, é especialmente importante que, em
chamamos de descrição denotativa. Nesse caso, as palavras são uma análise de uma dissertação, sejam percebidos os fatos, dados e
utilizadas no seu sentido real, único de acordo com a definição do pontos de vista acerca da questão proposta.
dicionário.
Ora, para que você consiga desincumbir-se dessa tarefa de
Exemplo: Saímos do campus universitário às 14 horas com forma adequada (especialmente em uma situação como a de um
destino ao agreste pernambucano. À esquerda fica a reitoria e alguns exame vestibular em que há uma certa tensão, o tempo é controlado, a
pontos comerciais. À direita o término da construção de um novo centro ansiedade ataca), não basta apenas perceber os comentários
tecnológico. Seguimos pela BR-232 onde encontramos várias formas impessoais sobre determinado assunto, tampouco limitar-se a
de relevo e vegetação. No início da viagem observamos uma típica apresentação dos aspectos favoráveis e contrários e/ou positivos e
agricultura de subsistência bem à margem da BR-232. negativos da questão.

DESCRIÇÃO CONOTATIVA: Em tal descrição as palavras são O que você precisa saber é identificar o ponto de vista
tomadas em sentido figurado. defendido pelo autor, seus fundamentos que sustentam tal idéia e a
que conclusão o autor chegou sobre o assunto.
Exemplo: João estava tão gordo que as pernas da cadeira
estavam bambas do peso que carregava. Era notório o sofrimento GÊNEROS DO DISCURSO
daquele pobre objeto. Ou, Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava
incansável, no céu alegre, leve e repleto de nuvens brancas. Os Comunicar-se eficientemente parece, a princípio, algo fácil e
pássaros felizes cantarolavam pelo ar. simples a qualquer indivíduo, pela agilidade e a habilidade que todos
têm de usar a linguagem. No entanto durante esse processo realizado
NARRAÇÃO: Narrar é falar sobre os fatos. É contar. Trata-se de um automaticamente, ou seja, sem uma real consciência do que subjaz à
texto inserindo episódios, acontecimentos. competência lingüística, não se questiona a seqüência de passos a
percorrer para que se consiga realizar o complexo ato de comunicação
A narração difere da descrição. A primeira é totalmente por meio da língua.
dinâmica, enquanto a segunda é estática e sem movimento. Os
verbos são predominantes num texto narrativo. Nesse sentido a comunicação seria extremamente difícil se,
como diz Bakhtin (1997, p. 302), os indivíduos não dominassem os
O indispensável da ficção é a narrativa, respondendo os gêneros de discurso e tivessem de criá-los no processo de fala. As
seus elementos a uma série de perguntas: 1º) Quem participa nos dificuldades da criação de um gênero a cada construção de enunciado
acontecimentos? (personagens); 2º) O que acontece? (enredo); 3º) de modo totalmente livre seriam sentidas na perda da agilidade do
Onde e como acontece? (ambiente e situação dos fatos). processo. Daí ser necessário admitir, com Bakhtin, que a língua se

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realiza por meio de enunciados (orais ou escritos). Dadas as EDITORIAL/PAINEL DO LEITOR/ENTREVISTA
diferentes situações de uso, os enunciados são organizados,
agrupados em tipos - de acordo com a finalidade - e ensinados de O editorial é o espaço reservado para o jornal expressar
forma a levar o aprendiz a tomar conhecimento dos diferentes tipos e a formalmente sua opinião. Os editoriais não dirigem o noticiário, mas
usá-los de acordo com os objetivos que têm em mente (Pasquier e normalmente a redação deve investir na produção de temas abordados
Dolz, 1996). no editorial.

Os enunciados - organizados e agrupados - são usados em O Painel do Leitor, bem como os espaços reservados para
toda e qualquer atividade humana. Essas atividades se caracterizam debates, expressam opiniões que complementam a do jornal ou que,
por condições especiais de atuação e por objetivos específicos, e, ao contrário, divirjam dela. Esses artigos são assinados, a fim de não
sendo inúmeras, cada esfera de atividade desenvolve tipos comprometer o jornal.
relativamente estáveis de enunciados que passam a ser comumente
associados a elas. Mesmo variando em termos de extensão, conteúdo As entrevistas têm por objetivo permitir que o leitor conheça
e estrutura, os enunciados conservam características comuns, daí as idéias, opiniões, impressões e observações do entrevistado, por
serem considerados tipos relativamente estáveis. Bakhtin (1997) chama isso, as perguntas são breves e diretas. De acordo com o Manual da
de gêneros de discurso esses tipos estáveis de enunciados. Folha, não devem conter uma resposta implícita, mas uma hipótese.

Segundo a Professora Irene Machado, Formas discursivas TEXTO PUBLICITÁRIO


que dizem respeito às infinitas esferas de uso da linguagem. Dessa
maneira existem as formas que organizam a comunicação ordinária Os jornais, além de informações, vendem também produtos e
(oral e escrita), correspondendo, assim, aos gêneros primários. Deles serviços. Os textos para promoção desses produtos têm características
surgem os gêneros secundários que são formas discursivas mais próprias: devem ser criativos, chamar a atenção dos leitores e não
complexas. Literatura, documentos oficiais, jurídicos, empresariais; podem ocupar muito espaço, afinal, o preço da publicidade no jornal
relatos científicos; jornalismo (oral e escrito) são alguns dos gêneros depende do espaço que ela ocupa. Portanto, os textos devem conter as
secundários apontados por Bakhtin. Além destes, filmes, programas informações essenciais, que interessem ao possível comprador, além
televisuais e radiofônicos, espetáculos e performances, publicidade, de usar argumentos que o convençam de que, ao adquirir um
música e as formas da comunicação mediada pelo computador (e-mail, determinado produto, ele estará fazendo um ótimo negócio; de que se
chats, lista de discussão) podem ser definidas como gêneros trata de uma oportunidade única, por isso, a decisão deve ser imediata
discursivos secundários. ou, ainda, de que a aquisição de determinada mercadoria é
imprescindível para a pessoa "continuar vivendo". Exageros à parte, os
textos publicitários têm a função de nos convencer. Para isso, usam de
NOTÍCIA todos os argumentos possíveis, sejam eles verdadeiros ou não. Criam
ilusões, despertam o desejo, aguçam a vontade e até mesmo criam
Segundo o Manual da Redação da Folha de São Paulo, necessidades.
notícia "é a informação que se reveste de interesse jornalístico; puro
registro dos fatos, sem comentário nem interpretação. A exatidão é seu
CRÔNICA
elemento-chave. (...) Suprimir uma informação ou inseri-Ia pode alterar
o significado da notícia" (p.33).
Teve origem no século XIX, durante o romantismo, mas foi
Além de clara, concisa, correta, sem excessos de palavras, a consagrada enquanto gênero literário no modernismo. Embora seja
redação de uma notícia deve responder às interrogações: Quê? Quem? difícil defini-Ia, a crônica pode ser entendida como registro do cotidiano,
- a substância; Como? Quando? Onde? e Por quê? - os acidentes. É o no que ele apresenta de pitoresco. Importa não o fato em si, mas o que
que se chama de "Iead", do inglês, que significa "cabeça", a ossatura e
a musculatura da notícia. Aí consta o conteúdo principal da informação. dele o cronista extrai como uma observação humorística, um momento
poético (como bem o faz Rubem Braga em "Recado de Primavera"),
Outra regra que deve ser observada é o que em jornalismo se uma reflexão filosófica ou um comentário.
chama de "pirâmide invertida", ou seja, a disposição, por ordem _______________________________________________
decrescente de importância, de todos os fatos de uma notícia. Tal BIBLIOGRAFIA SOBRE O ASSUNTO
técnica visa prender a atenção do leitor e ser objetiva. Se a informação
for importante, será lida até o final. Se não for, o leitor passará a outra, GARCEZ, Lucília Helena do Carmo. A construção social da leitura.
sem perda de tempo. http:// www.proler.bn.br
A notícia é escrita em forma de narração e descrição dos KLEIMAN, Ângela. Texto & leitor: aspectos cognitivos da leitura. 5 ed.
fatos, a fim de que o leitor faça a sua própria interpretação.
Campinas: Pontes, 1997.
REPORTAGEM KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção dos sentidos. São
Paulo: Contexto, 1997.
Os textos de reportagem, muitas vezes, combinam
informações com a interpretação do repórter que acompanha os ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso e leitura. São Paulo: Cortez, 2000.
acontecimentos. Mesmo assim, deve ser concreta e substantiva.
POSSENTI, Sírio. Os humores da língua: análises lingüísticas de
A reportagem é essencial ao jornalismo. "Ela deve conter a piadas. Campinas: Mercado das Letras, 1998.
descrição dos fatos, todas as versões das partes envolvidas e, se ZANDWAIS, Ana. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Sagra, 1990.
possível, a opinião de especialistas. A reportagem não pode se
confundir com o artigo. Todas as versões contraditórias devem ser
oferecidas ao leitor".
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