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EST059 – Estatística Aplicada à Medicina – turmas A e B

Pontos Principais das aulas anteriores de EAM (Tópicos 1, 2 e 3), realizadas presencialmente:

- Para os diversos tipos de estudos em saúde (tranversal, caso-controle, coortes, ensaio clínico)
utiliza-se muito o indicador de proporções: de doentes, de resultados positivos, de óbitos, de
pacientes curados, etc

-Tais proporções são usadas como estimativas de probabilidades, no caso usando a definição
de probabilidade como frequência relativa (probabilidade empírica).

-Quanto maior o tamanho da amostra, ou seja, o número de observações n, maior a


possibilidade de que a frequência relativa observada represente bem o que ocorre na
realidade em termos do indicador de proporção

- Lembrar do que foi visto no início do Tópico 3:

1.2. Probabilidade como apoio à decisão


O resultado de quase qualquer ação em Medicina (teste, exame, intervenção, procedimento, etc.) é incerto;
nunca podemos ter certeza do resultado. O que podemos é analisar as probabilidades e escolher as ações
que tem mais probabilidade de terem bons resultados.

Ex. de incerteza:
Um estudo registrou que a probabilidade da mamografia como teste de triagem para detecção de câncer de mama
dar positivo, para pacientes sabidamente com câncer, é de 0,85, enquanto que a probabilidade de dar negativo para
pacientes sabidamente sem câncer é de 0,80...

- Probabilidades condicionais P (A|B) são as mais utilizadas em Medicina (prob. do teste dar
positivo, dado que o paciente ..., por exemplo). Como visto no Tópico 3:

P(A|B) = Prob. condicional de ocorrer evento A, dado que evento B ocorreu = Probabilidade de A, dado B

Por definição, temos que:

P (A∩B) = P(A|B) / P(B)

Se P(B|A) = P(B|A’) = P(B) → A e B são independentes

Se P(B|A)  P(B|A’) → A e B são dependentes probabilisticamente

- O Teorema de Bayes para probabilidades condicionais é particularmente útil para a Medicina


Exemplo: No ensaio feito para validação do teste ELISA para detecção de RBD IgG para SARS-
COV-2 do laboratório Emory foram analisadas amostras de sangue de 30 pacientes
sabidamente com Covid-19 e outras 638 amostras que estavam congeladas há muito tempo
antes da descoberta do vírus SARS-COV-2 (sabidamente negativas). 30 foram reagentes
dentre as amostras sabidamente positivas e dentre as 638 amostras sabidamente negativas
615 não reagiram ao teste.

- Representar o evento E como ELISA + e E’ como ELISA -, assim com D para os sabidamente
acometidos pela Covid-19 e D’ para os sabidamente não acometidos pela Covid-19.

Covid-19
Total
Sim (D) Não (D’)
+ (E) 30 23 53
IgG
- (E’) 0 615 615
Total 30 638 668

- Quais as probabilidades P (D), P(D’), P(E) e P(E’)

P(D) = 30/668= 0,0449; P(D’) = 1- 0,0449= 638/668=0,9551; P(E) = 53/668=0,0793;


P(E’)= 1- 0,0793= 615/668 = 0,9207

- Dado que o resultado do teste ELISA do laboratório Emory realizado em uma amostra
de sangue dentre as 668 disponíveis para o ensaio é negativo, qual a probabilidade de
ser um falso negativo?

P(D|E’) = 0/615 = 0

- Dado que o resultado do teste ELISA do laboratório Emory realizado em uma amostra
de sangue dentre as 668 disponíveis para o ensaio é negativo, qual a probabilidade de
ser um verdadeiro negativo?

P(D’|E’) = 1 – P(D|E’) = 615/615 = 1

- Dado que o resultado do teste ELISA do laboratório Emory realizado em uma amostra
de sangue dentre as 668 disponíveis para o ensaio é positivo, qual a probabilidade de
ser um falso positivo?

P(D’|E) = 23/53 = 0,4340

- Dado que o resultado do teste ELISA do laboratório Emory realizado em uma amostra
de sangue dentre as 668 disponíveis para o ensaio é positivo, qual a probabilidade de
ser um verdadeiro positivo?

P(D|E)= 1- P(D’|E) = 30/53 = 0,566

Poderíamos também estar interessados nas probabilidades:

P(E|D) = 30/30 = 1 P(E’|D’) = 615/638 = 0,9639


- Comentários sobre o QUIZ realizado após o Tópico 3

Um grupo de pesquisadores efetuou um ensaio clínico para avaliar a efetividade do dronabinol canabinóide sobre a dor
neuropática central em pacientes com esclerose múltipla, visto que este efeito ainda não tinha sido investigado
anteriormente. Para tanto, utilizaram um ensaio aleatorizado duplo-cego de desenho cruzado, controlado por placebo.
A intervenção consistiu na administração oral de dronabinol, com dose máxima diária de 10 mg, ou do placebo
correspondente. Os períodos de tratamento duravam três semanas cada, e eram separados por um período de
‘limpeza’ (washout) de três semanas. A utilização de quaisquer analgésicos, com a exceção de paracetamol, foi
proibida pelo menos uma semana antes do início do ensaio. O desfecho primário de interesse foi a
intensidade da dor espontânea na última semana de cada período de tratamento. Esta dor era medida com o auxílio de
uma escala numérica representada em uma régua, onde cada paciente indicava a intensidade de dor percebida. Os
pesquisadores relataram que, comparado ao placebo, o dronabinol apresentou um efeito analgésico significativo maior
sobre a dor central em pacientes com esclerose múltipla. Embora os efeitos tenham sido modestos, os mesmos foram
considerados clinicamente significativos. O número de pacientes com efeitos adversos foi maior durante o tratamento
com a droga do que com o placebo, em especial na primeira semana de tratamento. A habilidade funcional dos
pacientes, no que diz respeito à esclerose múltipla, não sofreu alteração.

Indique se as afirmativas abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F)

1) Cada participante foi controle de si mesmo ( )


2) Todos os participantes receberam ambos os tratamentos na mesma sequência ( )
3) O propósito do período de ‘limpeza’ (washout) era de permitir que os efeitos do primeiro tratamento fossem
dissipados antes do início do segundo tratamento ( )
4) Ao final do estudo, a prob.de cada paciente participar do grupo tratado ou do grupo placebo foi igual a 0,5( )

Marque suas respostas abaixo:


Questão 1 2 3 4
Resposta V F V F

Critérios inclusão e
exclusão e aleatorização (n)

Droga Placebo
(dronabinol)

Perdas Perdas

(3 semanas) (3 semanas)

Droga Placebo
(dronabinol)
canabinóide

Perdas Perdas

Amostra final
n’

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