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MovIMENTO EM DUAS E EM TRES DIMENSOES 4-1 Movimento em Duas ou Trés Dimensées Neste capitulo, estendemos as consideragdes apresentadas nos dois anteriores, para os casos bi etridimensionais. Muitos das conceitas utilizadas no Cap. 2, como posigd, velocidade € aceleragio, também aparecem neste capitulo de uma forma mais complexa. Vamos usar a dlgebra vetorial apresentada no ‘Cap. 3, que nos permitird trabathar com uma notagso formal- mente idéntica & do caso unidimensional, Dessa forma, se ne~ cessério, poderemos recorrer aqueles capitulos anteriores. ‘Um exemplo de movimento em duas dimensies & 0 voo de um homem-bala, A versio modemia deste perigoso even- toremonta a0 ano de 1922. quando 0s Zacchinis. uma famo- sa familia circense, pela primeira vez atiraram umn de seus ‘membres de uin canhdio para uma rede montada numa arena, A farnflia foi, gradualmente, aumentando a alturae a duragio do v6o, para tomar o espeticulo mais emocionante. Por volta de 1939 ou 1940. foi alcangado o limite de seguranga rtzod- Quarato uma “hota humana” é fancade de a canto. a fanaa e ride sao apenas [para impressions, porque a propultao ¢ sealizada por molu on por ar comprinide, ‘end por ma explasi. Apesar disso «esse ninero é perigoso para 0 arta por dua rasdes. A primeira é que a ripida ropulsao na boc do canhao. em geral, ‘causa um desman momentsico. dus cle deve despertar, antes de catr ia Fee. para no quebrar opesenyo. A ontra€ que (a rede pode na estar mo fngur cert. e018 ‘elapdoao dngulo e velvcidade do Taneamene. vel, quando Emanuel Zacchini vou sobre trés rodas-gigan- tes, atravessando uma distancia horizontal de 68 metros. Como Zacchini poderia saber onde colocar a rede? E ‘como poderia ter certeza de que conseguiria transpor as rodas-gigantes? Esteja certo de que ele niio gostaria de res- ponder a essas perguntas, através de tentativas e erros. 4-2 Posigao e Deslocamento De maneira geral, @ localizagio de uma particula & dada através do vetor posigdo r. ui vetor que vai de um panto de referencia (geralmente a origem de um sistema de coor- denadas), até a particula, Usando a notagio de vetores uni- AGrios da Segdo 3-4, podemos eserever r como * 41) 56 MECANICA ‘onde xi, yje 2k séo as componente vetoriais de r, ¢ 08 coefi- y ciemtes x,y €z Sio suas componentes escalases. (Esta notagto 6 ligeiramente diferente daquela usada no Cap. 3, Perca um minuto e convenga-se de que as duas sd0 comparaveis.) Os coeficientes., ye dio a localizagao da particula rela tiva aos cixos e referente & origem. Por exemplo, a Fig. 4-1 _mostra um objeto P, cujo vetor posigdo, naquele instante, € = 31+ 25+ 5k. 42) ‘Trajotria de P Ao longo do eixo x, Pestd a 3 unidades da origem, no sen- tido ~i. Ao longo do eixo y, esti a 2 unidades da origem, : no sentido + j. E, ao longo do eixo z, esta a S unidades da origem, no sentido + k. ‘Quando um objeto esté em movimento, seu vetor posi- ‘80 varia, ligando sempre a origem ao objeto. Se 0 vetor posigdo do objeto no instante f, € r, € 0 vetor posica0 no Instane i Af seguinte€ r, enlio seu deslocamento A 4-3 Velocidade e Velocidiade Média durante 0 intervalo Br & Fig. 4-20 destocamento Ar=r,~ , vai du extremidade final de, para aders Se uma particula sofre um destocamento Ar, durante um. intervaio de tempo Ar, entio, sua velocidade média é EXEMPLO 4+ Inicialmente,o vetor posicao de ume partcula € yen8 +24 ‘que pode ser escrta por extenso como « logo depois € ge Sait Ayj + Ork = M42) + 8k ae vein a Fig. 4-2). Qual € 0 destoca para? we ey cia a Fig. 4-2), Qual €0 deslocemento de, para t Sis Bi+ Ee (45) cmueooglo severe one etetnsoaedndaciivcongonen 4 Seloeidade nstantana) v ¢ limite de ¥. quando br exe nake tant nemde nee 4 tende para zero, No cSleulo diferencial, lembramos que este Ar = 1+ 25 + 8m) — (31+ 545K) ers ae, (Resposs) Exe vetordeslocamente ¢ paralelo ao plano xz, porque ua componente ‘y€nula: um ato mais Facitmente visto pelo resultado numérico que pela Fig. 4.2. a ge 4 ax, vag lit tek) = Fie Bie eee - PPT __ AFig. 4-3 mostra a trajetéria da partfeula P-no plano.ay A medida que a particula se desloca para a direita sobre a curva, seu Vetor posiglo também se desloca para a direta, ¥ No instante f, 0 Vetor posigio é r, ¢ num instante poster Fig. 4-10 veto posicto do objeto Péa soma das componente veto. OF qualquer f; + Ar, 0 vetor posigto é r,. O destocamento via pall ot ehos coords. da particula, no intervalo Ar, é Ar. Da Eq. 4-4, a velocida. Trojeteria de P Fig. 4-3 A posigdo da parteula P,na sua tajetdria, € mostrada no ins lane ¢ no instante + Av seguint. 0 veto Ar 6 0 deslocamento da par ‘ula. no interval Ar, E mostrada 8 tangents & trajetéra no instante, de média ¥ da partfcula, no imervalo At, tem o mesmo sentido de Ar. Tiés coisas acontecem, quando fazemos o intervalo Ar tendera zero: (1) 0 vetor fp, na Fig. 4-3, se move em dire- gloar,, fazendo Ar tender a zero; (2) adiregdo de Ar (logo, a diregio de ¥) se aproxima da direcdo da tangente, na Fig. 4-3¢ (3) velocidade média ¥ tende & velocidade instan- ‘nea ¥. No limite, quando Af tende a 0, ¥ tende a ve, 0 que é ‘mais importante, ¥ tem a dirego da tangente. Logo, ¥ tam- bém tem a mesma diregdo. Isto &, a velocidade instantanea V ésempre angente 2 trajet6ria da particula, Isto € mostrado na Fig. 4-4, onde ¥ e suas componentes escalares esto re- presentadas, Para o caso tridimensional, o resultado € idn- Aico: ¥ é sempre tangente a trajetoria da particula, A Fig. 4-5 representa um disco de borracha, usado nas, pariidas de hiquei sobre o gelo. preso a uma extremidade ‘deuma cord, cuja outra extremidade esté fixa ao ponto O, obrigando assim o disco a descrever uma trajet6ria circu- larcom centro em O..O vetor posigdo r do disco varia ape- nas sua diregio; seu médulo (igual a0 comprimento da corda) permanece constante. Novamente, 0 vetor veloci- dade étangence & trajetéria, em qualquer instante, Se a.corda serompesse, o disco continuaria se movendo, em linha reta, na mesma direcio que ¥ possufa no instante em que ela se rompeu. (O disco nunca poderia descrever uma trajetéria emespiral, como se tivesse memorizado a sua trajet6ria cit- cular anterior.) Fig. 4-400 veto velocidade v da particula Pjuntamente com suas com- ponentesescalares, Observe que ¥ & tangente&iajeria no ponte eon- siderad. MOVIMENTO EM DUAS E EM TRES DIMENSOES 57 Fig. 45 A patoula Pesté se movendo nums trajetéra circular em tor. node ponte 0. Quando &¢tende a 2er0, a diregdo do vetor A coincide ‘coma da tangente no ponto. Logo, ¥€tangente a rajexba. 4-4 Aceleragéo e Aceleracio Média Quando a velocidade de uma particula varia de v, para v;, no intervalo de tempo Ar, sua aceleragao média @, durante este intervalo de tempo. € A aceleragdo (instantinea) a6 0 limite de &. quando faze- mos 1 tender a zero, ou seja, situ tntitenernnaringrncio. sy re seared Yi Felipe etry a Meth ts S0CC EI dlibp punto tu rcdauMusey ;auMeeuNis: Se a velocidade varia em médulo ow ditegio (ou ambos), entio existe uma aceleracio. Substituindo v, da Eq, 4-7 na Eq, 4-10, temos 4 ity an Fld t yj + usd) dey, dey, de, a Begg ej ait ait a Fig. 46 A aceleracto a da particula P juntamente com suas compomen tes escalates 58 MECANICA ov anedtas tex. at ‘onde as ts componentes escalares do vetor aceleragao s¥0 =24; a mn ae (4-42): A Fig, 4-6 mostra o vetor aceleragav a ¢ suas componentes, escalares, para 0 movimento bidimensional da particula P. EXEMPLO 442 (ima lebre aravesa correndo um estacionamento de ‘eiculos onde, por estrnhe que possa parecer, don pat de erkos carte Sano fo deseahdo. A trajetoia pereorsda pel lebre€ tal que as com ponentes do seu velor posigio com relagae 8 origem das coondenadas sho fungies do tempo dads por = 08 + 726+ 8 tim) 022-9, + 30 AAs tnidaes dos coeficientes auinéricas nessa equages se se subtituirmes fem segundos, abteremar sj em mets «4: Caleule 0 veto posigdo da ebre (module e dire em Solugio Em = 15s, as componemes Je sto = (-0S1)(153 (72)(15) + 28 = 66 87 m. = (0.22)(08)8 ~ (9.1015) + 30 = Ovetor re suas componcntes sio me “O meadulo de re dado por salon na Fig. 4a. STP mre Rae = 37m, ‘Resposta} com) om Fig. 4-7 Exemplos 42.43 ¢ 4-4, «91 votor re sus vomponemtes,m ¢= 15 O médulo de 87 m. cb) wajetria de uma lebre staves de tum estacionamento, estimndo a sua pesigie em cada instante. (e) A velocidade da le em ¢ 15s. Quand isso conece, ela rem a mesma aeeleragiv ems todos 0% pono da teeta insane sider. (A aveleras wd Fer em 15s, Observe que v étangente & raetria, no ‘0 dngulo O que faz com o semi-eino positivo sé ‘Resposti reve Boo (GB) 6m (nbore atangence de 8= 139° sefa igual de @= —4P excluimos o Sngulo de 139", por ser ineompacivel com os sinais das componentes de 8 b. Cleule também a posigods bre em 1-05, 10, 20¢ 28s.c eshuce su jlo, Solugéo Como em (al abtermos es seyuintes valores para re @. 18) am) em rem @ @ 3 wo a 3 56 -19 3 0 0 =39 9 15 66 “3 3 x 48 m4 9 s a 60 a Aig 4.7 mastra 0 gniice da trjetia da lebre. EXEMPLO 4.3 Caleule, no Exemplo-4-2.0 moduloeaditesio do vetor woocidae di tebe ert = 15 & ‘Soluo A componente da velocidade ma ditegao x €(¥gja a Ey. 48) ded va BaF OS1e +721 + 28) = 062 + 72 m= 15 s abremos ve = (D621) + 7.2 = ZL m/s Do mesmo modo. ay v= a4 (o.o9e ~ 9.104 30) = 0,440 - 91 yn Ga F (0888 ~ 91+ $0) = 0.880 ~ 9. Emr= 15, obtemes 2 (048)(15) 91 25 m/s veto ¥e suas eomponentes so mostrales na Fig. 47 ‘Osi ew area de ¥ 0 dads poe ene = CRT mae ame = 33m/s expos = an an? Sean? 189 = — 159 Respostat ‘Enbors Angulo de 50" enh s mesma tangente. os sina dss com> ponents da velocidade indicain que o angule procurado es no treet oquatrante, ou seju, 89° ~ 180° — 130.10 seer velocidad na Fig, MOVIMENTO EM DUAS E EM TRES DIMENSOES 59 4.7e€ tangent 3 uajetoria da lebre¢ qponta na dregio em que ela est cortendo, em = 15% EXEMPLO 4-4 Determine. no Exeupla 4.2.0 méiduto ea dirogio do vetor aceleragia adi lee em ¢= 15 Solugdo Ax compunentes dh aveleragio Iveja Eg. 412) so dadas por ee a 4 062 FON + 72) 2 mist dy @ an Aim 4 ou 9) = Otome Obsarvames que a aselera0 ng varia ooo tenaps constant, Quan do caleulamos a derivada segundss a varidvel r desaparecet A dcem- posigio dea erm us componentes xe est musta na Fig. 74, ‘O mciduloe a uiregaa de a s20 dads por NEF G = NEUE MT Oy 0.6 m/s «Resposta) om ann! mann ( OSE mst 7 082 m7 =, Resposta) em melo eelreg}o constantes em ta a trait riuds lee, Talvez um forte venta sidesteestivesse sopra no oes EXEMPLO 4-5 Uma panicula cum velovidle 4 —2.08 +40) fem VS), em 2 = D ests sob uma aceleraga constante a. de andl igual 3 3.0m faze0uo um Sngue = 1M? corso semiccine positivo + Qual a velocidade va purticulaem =2,0s. na noua de vetoes unitiios, ssi come seu miduloediregio (een lage au seni-gixo pasive 7? Solugdo Come a ¢ co Ser urad separaamente para calcult bas exmpoinentes 29 do ‘etor velcidace 9), ois ss componentes vatiam de maneira teen dente uma da outs, Envontrames enti = te tag am + on Onley ¢=-2.0 mish u 4= 0 mvs) sos companentes re "Ue Ya € 4,04, Savas eompunentes Ce ¥ deat, Para determin ae. decomp: fms cen sai Ut Ba. 44, = 205 8 = (3:0 m/s!) (C08 190°) = = 1,98 en/s4, 4, = asen d= (BO m/s} 130") = + 2,90 n/t, Sulbsttuind esces valoxes ve 20m/s + (— 199 n/$8)(2.0 9) = 59 m/s. 46 m/s + (2.80 m/s5)(2.0'5) = 86 m/s. v= ($5.0 m/s + (LE m/9h ‘Respostay 90 MECANICA O modulo deve v= ERIM IF Bm = m/s (Respostay angulo deve B6 m/s _ 94s 490° = eat BORIS = 128" ~ 120 (Respond Verfique a hima resposta vom sua caleuladora. O resultado mostrado & 124° ou ~85.5°7 Agora desenhe o vetor¥ suas componemcs, pars ver qual dos amguios€ mais compativel com as condigdes do problema, Para ‘entender por que a calcula apresenta ura respesta mtematcamente ‘comet prem sicamenteinadequada n0 caso, eleiaa Tica 3.n0 Cup. 3 TATICAS PARA RESOLUGAO DE PROBLEMAS, TATICA 1: TRAGAR UM GRAFICO ‘A Fig. 4-7 usta varios elementos que devem ser considerados no ra ‘ga de un grafico, No Exetuplo 4-20, as grandezas a serem coloeadas Ino grafico sto 23 varidveis x ey, que expressam a posigdo em metres, [Neste problema. a escatha da mesma escala para os dois einoe é raza vel. Experimente qual a eseala mais adequada e de fil ltura pare 0 «espa;o disponivel O problema pede para caleular seis pontos. Se achar ‘necessirio mais pontes para o tagado da curva, calcule-o6a parte das {éamulas dads ia proposicso do problema. Se um des pontes calcula- {dos io se ajustar 4.curva, € provavel que haja erro no cileulo ou n0 twayado do gic. “Os ponios assinalados na Fig 4-76 mostram os instantes em que 2 lebre ocupou cada posig3o, Podemos assim mostrar um tercera vané- vel no nosso grafic, Tarica 2: FUNCOES TriGoNoMETRICAS E ANGULOS: [No Exemplo 4:3, fi dado que @ tan 1.19 foi pdtido para detenni- par 8, Uilizande a caleuladora, cbtivemos @= 50”. Enietanto. a Fig $3-12c mostra que para P= 230" (2 50" + 180°) atangemte ¢a mesma. (Observand os sinais das componentes ue da velocidad na Fig. + 7c, vemos que esse timo Angulo € corte Hg ainda otra decisio a tomar. Podemostrabalhar com 0 Angulo de 230° ou com 0 de ~ 130°, S4o exstamente @ mesino, como mesado tia Tatica | do Cap. 3. Escolhenaos @= ~ 130" simplesmente por ques- to de preferéncia, ‘TATica 3: TRACANDO VETORES — DIRECAO (Os vetoes na Fig. 4-7 foram orientados da seguinte maneita: (1) Esco: lnemos um pontc.come origem de vetor. (2) Dest ponto, ragamos uma Sinha no sentido pesitive do eixo x. (3) Usando um teansferidor. cons- truimes. a perirdo el x, 0 dngulo Bapropriado, 90 sentido anti-hors- ‘Ge # fr postiva) ou no sentido harno (se 6 for negative) TATICA 4: TRACANDO VETORES — DIMENSAO (© vetorF na Fig. 4a deve sae desenhdo usando-se « mesma scala ‘no dos ios porque cle fmm dimensao de comprimena. O Veto ve Tocidade ¥ a Fig. 7c, 0 veto aceleragio aa Fig. 47d, no ena to, no eat em ecalanaguele problema e poems fazéles i gran des ou pequens o quanto quisermos ‘Mio fit semdo perguntar se, por exemplo, um vetor velocidad dover set maior ow menor do que um Yetordestoamento. Represen- tum grandezasfsies diferentes expressas em unidadesdesizuais e, ota, no podem ser compara. 4-5 Movimento de Projéteis Agora vamos considerar uma particula—ou seja, um pro- Jétil — que executa um movimento bidimensional com Fig. 48 Uma foo esroboscdpica de uma bola de gotfe. quicando numa superficie gis. Entre os impacts, airajeoria da hola idénvica 4.d0 rmovimento.de um projet aceleragdo g de queda livre para baixo, O projetil pode ser uunia bola de golfe (como na Fig. 4-8), de beisebol ou qual- quer outro objeto, Na andlise que se segue do movimento de prodéteis, vamos desprezar os efeitos da resistencia do ar. ‘A Fig. 4-9, analisada na proxima segdo, mostra a traje- {6ria de um projetil em condighes ideals. projetit € langado com uma certa velocidade inicial Vo, que pode ser eserita como Vo thyed m (413) Fig. 4-9 A trajetiria de um pros angado em. 02 »,=0 com velo- kde ini vp Sdo musts a velecidade inci! & as velockdades, jjumtamente eom suas componenies eseulares, em varios pontos da ta eta, Observe que a vomponente horizontal da velocidade permanece Constane, enguanto a compenente vertical varia continuamente. Oa ceance R & a dfscineia horizontal do ponte de lancamento, até 6 pono em que 6 peo! volts & mesma altura do fangamento Podemos calcular as componentes 0, ¢ Us se conhecermos sangulo 8 ,entre ¥, € 0 semi-eixo positive a: Ye = UEOS 8) & tay = mH 8EMB). (4-1 Durante seu movimento bidimensional, o projétil acele- rapara baixo e seu velor posigdio r, bem como o vetor ve- locidade v, varia continuamente. Por outro lado, tanto 0 movimento horizontal quanto 0 vertical sto indepen- dentes um do outro, fato que nos permite separar um pro- blema bidimensional em dois unidimensionais mais féceis, um para o movimento horizontal e outto para o vertical A seguir, veremos duas experiéncias que demostram es- taindependéncia entre o movimento vertical e 0 horizon- Ul As Duas Bolas de Golfe A Fig. 4-10 6 uma fotografia estroboscépica de duas bolas de golfe, uma largada do repouso € a outra atirada por um disparador acionado por mola. Elas em o mesmo movimen- to vertical. cada bols percorrendo, na queda, a mesma di tancia, no mesmo intervalo de tempo. O fito de wma bola semover na horizontal enquanto esti caindo née tem efei- to sobre 0 seu movimento vertical. Considerando um ¢aso exttemto, podemos afirmar que. se atirdéssemios com um ri- fe horizomtalmente €, a0 mesmo tempo. deixdssemos cait uma bala, desprezando a resisténcia do ar. as duas alcan- satiam © Solo a0 mesmo tempo. Fig, 410 Cina bola em reponse € targala no mesmo instante em que ‘outa élangads horizontalmente para 3 dieita Seus movimenios vert- ‘ais sio Hdénicos MOVIMENTO EM DUAS E EM TRES DIMENSOES 61 Uma Experiéncia Interessante Na Fig. 4-11, vemos uma demonstragao que tem animado muitos em aulas de fisica, Trata-se de um tubo G que dis- para uma bola, através do sopra, como se fosse um projé- til, O alvo & uma pequena lata C, suspensa por um imi M, © 0 tubo est apontado na directo da lata. A experiéncia é preparada de fornna que o fn solte alata, exatamente quan- do a bola disparada do tubo. Se g (a aceleragio em queda livre) fosse zero. a bola seguiria a linha reta mostrada ma Fig. 4-L1 ¢ a lata ficaria suspensa no ar, mesmo depois de liberada pelo fma, Com certeza, a bola atingiria a lata. No entanto, g ndo é zero, Ainda assim, a bola atinge a lata! A Fig. 4-11 mostra que, durante o tempo de percurso da bola, tanto ela quanto a lata se destocam, em queda, da ‘mesa distancia h, com relagio aquele ponto que estariam se g fosse zero. Quanto mais forte for 0 sopro, maior a velo- Cidade inicial da bola, menor o tempo de deslocamento menor o valor deh. 46 Andlise do Movimento de Projéteis Agora estamos prontos para analisar detalhadamente © movimento de um projétil © Movimento Horizontal Como nao existe aceleragao na diregao horizontal, a com- ponente horizontal da velocidade permanece constante durante 0 movimento, como demonstrado na Fig. 4-12. O deslocamento horizontal x ~ iy a partir de uma posigzo ini- cial xy € dado pela Eq. 2-13, fazendo a = 0 ¢ substituindo dy (= 8, €08 8) por Ys, Enka Hy = (op c08 BE ais) Fig 411 4 bota sempre ainge lata que esta caindo, Ambas caem de uma distancia em relagio 20 ponty.em que estaiam, se nao houvesse acclenago da pravidade, 62 MECANICA Fig 4-12 A componente vertical da velocdade deste kate-baurderests ‘attando, mas componente herizonta no, evince conn veloc de do sate. Com resultado, este penmanece sub o joven petmitinde (que ele eaia exatamente sobre o kate O Movimento Vertical A anillise do movimento vertical é a mesma feita na Seeio. 2-8, para uma particula em queda livre. Logo, as Eqs. 2-19 42-23 sao aplicaveis. A Eq. 2-20, por exemplo, toma-se I~ Hy = CHysen Be Age (4-16) onde ¥, foi substituido pela componente vertical da velocidae de u, sen 8,, De acordo com a Fig. 4-9,a componente vertical da velocidace se comporta exatamente como se fosse ade uma bola atiada para cima. Iniciaimente, esté dirigida para cima e seu médulo diminui constantemente até zero. no ponto correspondente & altura minima tleangada por ela. A par- tirdeste ponto, o sentido ca componente vertical se inver- tee seu médulo volta a crescer no des As Eqs. 2-19 e 2-21 também movimento de projetels. Apds adapté-tas para 0 caso em estudo, temos 1, = ty #00 By — BE 17) UES (ay sen)? = Sedy = sd (418) A Equagio da Trajetoria Podemos determinar a equagio do caminho percorride (a trajetéria) pelo projtil, eliminando / nas Eqs. 4-15 ¢ 4-16. Resolvendo a Bq. 4-15 para re substitwindo na Eq, 4-16, te mos. depois de um pequeno arranjo. aacsap) trajeréia va cos O?, x? (wrajetéria ). (19) yo an aye ( Essa ¢ a equagdo da trajet6ria mostrada na Fig. 4-9. Para implificar, fazemos x, = 0 yy =0 nas Eqs. 4-15 € 4-16, respectivamente. Como g, @ € 040 constantes, a Eq. 4- 19 tema forma y = ax + Bx*, onde a eb sao constantes, que € a equacdo de uma parabola, A Fig. 4-13 mostra uma versio moderna de uma experién- cia realizada por Galileu em 1608. onde foi mostrado, pela primeira vez, que um projétil descreve uma trajetsria parabs- Jica, Ele fez uma bola rofar para baixo, ern uma calha inelin da, repetindo a experiencia para diferentes alturas € medindo as pasigGes correspondentes em que a bola atingia o solo. Oalcance horizontal R do projétil, como mostra a Fi 9, €a distincia horizontal pereorrida pelo projétil, desde 0 ponto inicial (langamento} até retornar a esta mesma altu- ra, Este ponto é determinado, fazendo.x ~ x,= R na Eq, 4 15 e yy = Ona Eq. 4-16, obtendo 2 > (np 608 )E= RB snfy)t — Age = 0. IA I= Mes Eliminando nessas duas equagdes, temos = 2S aco Fig. 413 Uma foto esirobosesipica de uma bola descend, sobre urt pio incline csind segunda una trajetéria parabica, ops 3et projetada horizontalmente de pan, Usando a identidade sen 24, =2 sen @, cos @, (vejao Apén- dice G), obtemos Ei B sen ae (4-20) nthe Observe que R atinge seu valor maximo, quando sen 2¢ J, que comtesponde 2 28, = 90° ou 6,= 45° Os Efeitos do Ar Supomos que 0 efeito do ar € desprezivel no movimento &e projeteis, 0 que é razoavel pare pequenas velocidades. Entretanto, para grandes velocidades, a discrepancia entre os céleulos ¢a realidade, no movimento de projéteis. pode ser bem grande, devido & resistencia (ou oposigao? do ar ao movimento. A Fig. 4-14, por exemplo, mostra duas tra- jet6rias para uma bola langada pela batida de umm taco mum jpg0 de beisebo!, corn um Angulo de 60° com a horizontal. evelocidade inicial de 160 kin/h. (Veja “The Trajectory of a Fly Ball”. de Peter J. Brancazio, The Physics Teacher, January 1985.) A trajetdria I (do langamento no jogo de beisebol) é a calculada para as eondigdes normais do jogo, onde a influéncia do ar é importante, A tjetoria HI (a bala do problema de fisica) é aquela que a bola seguiria no vé- cuo. A Tabela 4-[ apresenta alguns dados para os dois ca- sos, Quando admitimos que a resisténcia do ar pode ser des prezada, isto nao se aplica, logicamente. a experiéncias redlizadas ao ar livre, como no Shea Stadium e no Cand- lestick Park. No Cap. 6, vamos discutir as efeitos da resi (@acia do ar sobre 0 movimento. Na verdade, nenhume problema de fisica tem uma respos- 1a exata, no importa quantos algarismos significativos, sejam obtidos no célculo: seré sempre necessario fazer aproximagibes. O fisico P. A.M. Dirac* disse que o truqute édlvidi o problema em duas partes, uma simples e a outta ue consideramos como uma pequena perturbagio insig- nificante, Entéo, resolvernos com exatidao a parte simples, ¢ fazemos 0 melhor possivel com a insignificante. As ve- 225, a parte “insignificante” € to pequena que podemos esprezé-la completamente, como no caso da resisténcia do. ar para pequettas velocidades. EXEMPLO 446 Um avido de salvamemto esté youndo a una alticade swestant de 1200 m, 3 velocidade de 430 kaw’, numa rajetria eta ‘tent sobre ponto em que ua pessow esti se dobatendo a Sigua (ej Fig 415). Em que angulo # de mira piloxa deve liga a capsula de salvamento pra que esta ais bem prdxim pessoa” Solugio A velocidade inci da eépsula ¢ 4 mesma do avid. Isto & a velocdade nical v,€ horizontal e vale 430 kh. Da Eq. 4-16, pode rans calcul o tempo de ve da vapsula, Y= (aye) — age *rdmio Nobel de Flix eum des eines do Mecinies Quint. N.d0 Rs MOVIMENTO EM DUAS E EM TRES DIMENSOES 63 Cl) A crajetria do langamento de uma bo ia do at (caleulada por computador). (IN A traetria que 3 bola tefia no vacuo. calculada pelos metodo deste capitulo. Veja tame bem a Tabels 41 ‘Tabet 41 A Trajetsria das Duas Bolast Trajeuira FAP) Trujeuiria lt Vdewo) AAlcance om W750 Altura méxiraa S2m Bm ‘Tempo de pereurs, cn 795 ‘laa Fi. 14.0 auto de langamento de 6 a veoeiade de ange: ede Lab kav. Fazendo ¥ ~~ 1.200-m to sinal menes significa que a pessew ests aio da origem) © 6,=0, obteios = 1200m = 0 = 49.8 m/styA, Resolvendo para t achamos* p= EE 5.655, amt ~ OS Fig. 415 Exemplo +6, Um aside lage uma cépsuta de salvaments ¢ ‘cantinua 2 sua tajeiria. Enqusnt a capa esta caine, componcite horizontal da sua veloeidade ¢ igtal 8 velocklade do avile. A e4pula aia gua com velocidad ¥, Fazendo wm angulo @ com vertical le gums pra rabathanen "a Tatica Sc explicoms pr te. satis pel ‘wemporaiamerte im ni lpn (da do peblen 64 MECANICA Da Eg 4-15 obtemos a distancia horizontal percomtda pela cdpsula (e pelo avido) durante esse tempo: Xo (9605 YE = (450 km/N) (cos 0°)(15,65 3) (1/3600) 1.869 km = 1869 m. ‘Sexy=0.entdo.x= 1.869 m. 0 angulo de mica nto é (vejaa Fig. 4-15) 1869. = ST (Resposta) 20m ‘Como 0 aviio € a cépsula tin a mest velocidade horizontal, 0 avige permanece vericalmente sempre sobre a cépsula enquanto ela estiver vvoundo. EXEMPLO 4.2 Norn filme publicist, um ator come pelo tclhedo de ‘um préio e salt, na horizontal, para o telhado de out prédio mais abaixo, conforme mostado na Fig. 4-16. Ames de tenia o Salto, sabia- Ignite quer avalar sc isto € possivel. Ele pode realizar o salto se sua velocidade maxima sobre o telhado for de 4.5 ms? ‘Soluglo Ele levard um tempo # para cal 4.8 m. oque pode ser determi= had pela Ea, 4-16. Fazendo y — 34=—4.8 m (observe osinal)e « wilizando a Eq, 416, oWemos (20=9 _ [Sry F OS m/e = 0,990 5. ‘Agora, perguntamos: “Que distincia ele aleangatia horizontalmente nnesse tempo?" Da Eq, 415, tems = ay = (19 608 Oo) = (45 m/s) (c08 0") (0.9909) ~ 45m, Para aleangar o outro prédio, o homem teria 6¢ 3¢ deslocar 62 m na horizontal. Logo, o consetho que damos ao ator é: "Ngo salt.” EXEMPLO 48 A Fig. 4-17 mostra um navi pirat ancorado a $60m de um forte. que defende a enirada de um porto. em uma ilha, © canhSo dd defesa eat locaizado ao nivel do mare tem uma Velocidade de tire de 82 ms «4 Qual o dngulo de elevasto do canhéo, para atingit © navio pirata? Ami ig, 416 Exemplo 4-7. 0 homem deve salar? Fig, 417 Exemplo 4-8, Nesta distincia, 0 canhio de defesa do porto pode atngir 0 navio prataestando em dois ingulos de elevagao dife- Solugio Resolvendo # Eq 420 para 26, oblemos n/8)(560 mm) esen~1 £8 _sen- Pans 2 m/s* en" 0.816, Hi dois anguloscujo seno € 0,816. ou seja, $4.7 € 125.3. Logo, ache espostah Resposia) = 4(125,8°) ~ 63° ‘© comandante do forte pode ondenar qualquer vina dessas dnaseleva- «es para o canhio sing o navi piraa (se ado houverinflugncia do m. . Quat o tempo de percurso do projet até atcancaro navio, para cada ‘um dos angulos de elevardo cakeulados ameriontiente? Solugio Celculando na Eq. 4-15 pare 8, = 27, temas xo 560m coe 6 (ER e/a) (cos BY =O (Resposta) Repetindo 0 céleulo para 8,= 63°. obtemos = 15s. O que € razoéve, pols o tempo de percurso para maiores Sngulos de elevago deve sr, ‘ambém, maior. A que disincia do forte deve fear o navi pirat para se manter fra do alcanee do canto? Solugie Vimes queoalcance maximo corresponde aum Angulo de ele vvagdo @ de 45". Entio, fazendo 8 = 45" na Eg, 4-20, teos = Henne = SEAR seme x 15°) = 690 (Reg) A medida que o navi pirata se afasta. os dois inguls de elevagto com ‘que D navio pode ser atingido se aproximan. sendendo para = 4S quando o navio esté a 690 m de distinc. Alem dese onto, © navio esta sal, EXEMPLO 49 A Fig, 4-18 ilustra 0 véo de Emanuel Zacchini sobre tésrodas-gigantes, cada uma com 18m de altura e dispostas conforme ostado ta figura. Ble élancado de uma aturade 3,0 m acim do solo, com velocidade », = 26.5 uv, fazenuo wa Angulo 6 = 53° com ao ‘antl. A rede onde deverdcair est 8 mesma akurs do langamento 4. Conseguicd 0 artista transpor a primeira roda-gigante? Em caso afi- tivo, a que distancia horizontal do seu topo” ‘Solugio Admitamos que s boca do canto 6a origem. eatdo xy = 0€ 5, ‘=0. Para determinar a altura y em que ele estria om x= 23 m, vamos esr Bg 419 e 9 a 8 Tr ces HOGS m/c FF ‘Resposta) = (ean 58°)(25 m) = 203 m. 25,3 m acim do ‘Como ee é langado de 3,0 m aeima do solo, pass ‘topo da primeira roda-gigance, b.Senalture méxima do w0o€ alenngada sobre a roda-gigante do meio, aque atura ee passa sobre ela? Solugio Na altua maxima, v,= 0-¢ a a. 4-18 pode ser ese Wf (wy send)? ~ Rey Resolvendo para y,remos = fousend)? _ (28.5 m/sytisenB5°)¢ ee @esmny —~ vPe ‘oque sigitica que ele passard a 7:9 m acima daguela roda-gigane Qual seu tempo de v0? Selusie Como podemos determinar ¢ de vitias maneiras, vamos nsar Eg. 4-16 ¢ 0 fato de que y= 0 quando ele cai na rede. Entio, mos 7 (oy send) = de Respostay ig. 4-18 Exemplo 4.9.0 véo de um homem-bela, sobre ues rodas-g- ganles, ea rede colovada no local esperado ds eds. MOVIMENTO EM DUAS E EM TRES DIMENSOES 65 4. A que distincia do canto deve estar posicionado o centro da rede? Solutio Uma forma de responder é usar a Ba, 4:15, farendo. 2 (0p c08 Ot = (265 m/s) cos 58°)(435) = 69m, (que € 0 aleance R do vo. Natoralmente, Zacchini usaria uma cede retangular de grades dimensdes ¢ ina posiciondcla com 9 lado maior ‘apontando para o canto, pois resistencia doar diminuitia sua veloc dade e ele nto sleancaria 8 distncia desejada, como calculamos (Resposta) RESOLUGAO DE PROBLEMAS ‘TATICA 5: ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS Em alguns problems, calcwlamos @ valor numérico em oma ecapa e, depois, samos ese resultado na ctapasepuinte. Nests casos. conve- niente, apenas para efeita de cdleulo, manter mais algarismos significa ‘vos que 0 necessério no resulta final. No Exemplo 4-6, calculamoso tempo de véo da capsulae encootrse mos = 15,65 , Se fosse perguntade qual o tempo de ¥00, podeamos aredondar a resposta para 16s. Todavia,é mals conveniemte usar {= 15.65 s nos demais edlevlos,facendo o arredondamento no tesulao Final. Se a cada etapa arreindarmos o resultado. a preciso de nosis resposta sera reduzida. TATICA 6: NUMEROS Versv's ALGEBRA {Uma manera cde evar ers pel amedondaneto mumérco.€ resolver ‘os pobiemas pe stb sabsitindo os lors nuncricos pera ‘tap final Efe fazer so 0s enemplos present esta. tama forme ulzada por pessoas expoientes. Nos capitals aero ‘es entetanto, prefers resolver alg problemas em eps. pr «uc vce tivesse ume percept Quanatvs do que eta fend. No fran, A mei que svete no text, ache nos fa a ver ‘ais algebra, apontando a vantages dese provement 4-7 Movimento Circular Unitorme Uma particula esté em movimento circular uniforme se percorre um cfreulo ou um arco circular com velovidade constante, Embora 0 médulo da velocidade nao varie, particule estd acelerada. Este fato pode causat surpresa, porque normaimente associamos a aceleragdo a um aumen- to n0 médulo da Velocidade. Mas. na verdade, ¥ é um ve- tor, nao um escalar. Se ¥ Varia, mesmo que seja somente em diregao, hd uma aceleragao, ¢ este € 0 caso do movi- mento circular uniforme. ‘Vamos usar a Fig. 4-19 para determinar 0 médulo ea diresdo da aceleragao. Esta figura representa o movimento circular uniforme de unra particula com velocidade v. num citculo de raio r. Os vetores velocidade esto representa- dos para os pontos p ¢ g, que sao sitnétricos em relagio 20 eixo y. Esses vetores, ¥,€ V,, tém 0 mesmo médulo U, mas — como apontam em diferentes diregdes — so diferen- tes, Suas componentes x € y sto tp = ty cos tm py FY se08 66 MECANICA Fig. 4-19 Uma paticula se desloca em movimenta circular wnitorme. ‘com velocidade constante 0, num citcuta de calor. Svas velocidades ts ponios peg, equidistantesdo¢1x0¥. so ¥ye¥,,dadas por suas com- Ponentes horizontal vertical, naqueles pontos, comforme mostra a f- ura. A aceleragio instantinea da paricula, em qualquer pono, teat médulo wr e aponta para o centro do efteul. Mgt tvCas yy = —v send. © tempo necessério para a partfcuta se mover de paté q. ‘com velocidade constante are 8D 20) 2 onde arc(pq) & o comprimento do arco de p até ¢. Agora, temas informagies suficientes para calcularas.com- ponentes da aceleragio média da panicula, enquanto se move de p até q na Fig, 4-19, Para a componente x, temos Yan 7 the _ HOS A= VCO O a ae Esse resultado nio causa surpresa, porque fica claro, pela simetria da Fig. 4-19. que a componente x da velocidade. tem 0 mesmo valor em pe em Usando a Eq, 4-21, temos, para a componente y da ace- leragio média, Be send (2) ( 8) ae r) Ve O sinal negativo significa que essa componente da acele- rago aponta verticalmente para baixo, na Fig. 4-19, "Agora. vamos admitir que o angulo @, na Fig. 4-19, di- minua, tendendo a zero. Para isso, ¢ necessério que os pon tos peg tendam para 0 ponto médio P, no alto do circulo. Aaceleragio média a, cujas componentes ja determinamos. tende, entio, para a aceleragio instantnea a, no ponto P. A diregio desse vetor aceleragio instantineo, no panto Pda Fig. 4-19, aponta para baixo, em diregdo ao centro O do circulo, pois a diregio da acelerag@o média no varia ‘enquanto 6 diminui, Para determinar 0 médulo a do vetor aceleragiio instantineo, necessitamos somente da regra Imatematica que diz: quanto mais © éngulo 8 diminui, mais 0 Fig, 4-20 Os vetores velocdade¢aceleragéo para uma panticula em mo- \imento ciccular uniform. Os méculos so constants, mas as direc Ses varia continuamente @ razio (sen 6) /@ tende pars a unidade, Na relagio dada anteriormente para @., temos Coneluimos que, quando uma particula se move em um ireulo de raio r (ou em um arco circular) com velocidade cconstante v, podemos afirmar que tem uma aceleragao de ‘médulo v'/r dirigida para o centro do circulo. A Fig, 4-20 mostra a relagdo entre os vetores velocida- de e aceleragio, nos varios estégios de um movimento cir- cular uniforme, Ambos os vetores tm médulo constante durante o movimento, mas suas diregSes varkam continus- mente. A velocidade & sempre tangente ao ereulo, na dit gio do movimento; a aceletagao esté sempre dirigida radi- almente para o centro do cftculo. Por isso, 2 aceleragio associada ao movimento circular uniforme & chamada de aceleracio centripeta (que signifiea “A procura do cen- 10"), designacdo criada por Isaac Newton. ‘A aceleragao resultante da variagdo da diregao da velo- cidade € tio real quanto aquela que resulta da variagao do médulo da velocidade. Na Fig. 2-8, por exemplo, mostra- ‘mos 0 Coronel Joha P. Stapp, enquanto seu veiculo. provi- do de foguete, era freado até parar, Sua velocidade tinha diregao constante, mas com 0 médulo variando rapidamen- te, Por outro lado, um astronauta girando numa centrifuga ‘no Centro de Vefculos Tripuladlos, da NASA. em Houston, se movimenta com uma velocidade de médulo constante,, ‘mas com a ditegao variando rapidamente. As aceleragoes, sentidas por essas duas pessoas si indistinguiveis [Nao ha uma relagao fixa entre a diego do vetor veloci- dade € a dirego do vetor aceleragdo de uma particu- Ja em movimento. A Fig. 4-21 mostra exemplos em que ‘oangulo entre esses dois vetores varia de Oa 180". Em ape- znas utn caso 0s dois vetores apontam na mesma direcio, EXEMPLO 4.10 Um satlte esti em 6rbita iecular em tomno da Te ra, 2 uma aliude & = 200 kin, acima da superficie, Nessa aliude, MOVIMENTO EM DUAS E EM TRES DIMENSOES 67 Proje a pra cima Langamento de wm projet Projétil na posigdo de altura maxima Fig. 421 Os vetones velocidade e aoeleragdo de um pro}, para diferentes movimentos. Observe que os vetoresaceleragoe veloicade no tém ‘chase direionalfixa entre si acelerago de queda livre g £9.20 mvs". Qual éa velocidade orbital ude sali? Solugio Temos um movimento circular uniform em toro da Tera Podemos encontar o usando a Eq, 4.22, azendo a = ge r= Ry h ‘nde Ry £0 raio da Teer (vejao Apendice Cy # oO Rah Resolved para ts temos eR = ENACT Rm BOTT = 1770/5 = 7.77 km/s. Podemos mostrar que isto & equivalente a (7-400 milh e que o saélite levatd 1.47 para completar uina revoluso orbital ‘oot pode fica intrigado com o falo de que, case o sailite Fosse tripulado,embora g = 9.20 avs" na posipdo orbital do sate, um astro- ‘ia experimentaria que chamames Ue “auséncin de peso, como se ‘© peso tio existsse, A explicagao & que tanto 0 astonauta guano salve vém a aveleragso de 9.20 wv? rigid para o cenio ila Tera Amos estn em queda five, de mesma forma que um passage den ‘wade elevadio, canna lisrersente. Ent, astra {como 0 Pas ‘ageirn do elevador) parece Mutuar, como se no tivesse peso. Veja a Leura Complementar 3, no final do Cap. 15 (Vol. 2) 48 Movimento Relative em uma Dimensio Suponha que um pato voe para o norte a, digamos, 32 kmv h Para umn outro pato voando ao lado do primeito, ele esti parado. Em outras palavras, a velocidade de uma particula depende do refereneial que o observador usa para realizar a medida, No nosso estudo, um referencial & um sistema {isico de referéneia, um objeto a que relacionamos 6 nosso sistema de coordenadas, ( sistema de referéneia que nos parece mais familiar, em n0ss0s vaivéns didrios. ¢ 0 chao sob os nassos pés.* "Ave Stokeseure prein pensar sm, Ee fee Harnki dizer: “Ene agradivel eleva 2 Tee Quando um guarda rodovidrio nos diz que estamos dirigin- doa 110 knvh, cmbora nao seja dito, sempre relacionamos isso “a um sistema de coordenadas em velagao ao solo”, ‘Quando estamos viajando num avido ou num veiculoes- pacial, nem sempre a Terra ¢ 0 melhor sistema de referén- cia, Podemos escolher qualquer outro que desejarmos. Entretanto, uma vez feito isso. devemos cuidar para que todas as medidas sejam feitas em relago ao reterencial escolhido. ‘Suponha que Alex (refetencial A) esti parado no acos- tamento de uma rodovia, observando 0 carro P (a “part cula”} que se movimemts em relagZo a ele, Barbara (refe- rencial B), que esta dirigindo na rodovia com velocidade constante, também observa o carro P. Suponhamos que, conforme a Fig. 4-22, ambos determinem a posigio do carro em um certo instante, De acordo com a figura, observamos que pa = Spa + Xone (4-23) (Os termos na Eg, 4-23 sio escalares e podem ter qualquer sinal, A equagio é lida como: “A posigio de P medida com relagdo a A ¢ igual & posigao de P medida em relagao a B ‘mais a posigdo de B medida com relagio 2 A.” Observe que esta interpretagao estd de scordo com a sequléncia de subs- critos da Eq. 4-23. , Referencial A Referenciah Fig. 4-22 Alex (referencia! Ape Barbara referencial B)ebvervian ocano ,Q movimento € realizado no eixo x, somutt aos dos tefeenciais. 0 ‘e10r Ye mosira.avelovidade de afastamento refativados refeenciais A © B. Asurés posigSes mossradas so referentes ao mesmo instante 68 MECANICA Derivando a Big, 4-23 em relago ao‘iempo, obtemos 4 4 a Fi (seed = Fp eed + (nade ou (como v= ds/dt) SERENE Esta equagdo escalar é a relagdo entre as velocidades do mesmo mével (carro P), medio em relagdo aos dois refe- renciais;* essas medidas de velocidade fornecem resulta dos diferentes. Isto , a Eq. 4-24 diz: “A velocidade de P medida em relagio a A é igual d velocidade de P medida ‘em relagdo a B maisa velocidade de & medida em relacso aA.” Otermo Ug, € a velocidade de afastamento do refe- rencial B em relagio 40 A; veja Fig. 4-22. CConsideramos apenas referenciais que se movem, om ent relagio ao ouiro, com velocidade constante; chamados de referenciais inerciais. No exemplo apresentado. significa que Barbara (referencial B) dirigira sempre com vel de constante em relagao a Alex (referencial A). O carro P (a particula mével), no entanto, pode aumentar ou diminuir a velocidade, pode parar ow até mudar 0 sentido do movi- mento. Derivando a Eq, 4-24, em relagdo ao tempo, obtemos a Observe que, como Ug, & constante, sua detivada em rela- 30 a0 tempo € zero. A Eq, 4-25 mostra que observadores ‘m referenciais inerciais diferentes (sua velocidade de se- paracao consiante € consiante) medem a mesma acelera- ‘edo para o movimento da particula. EXEMPLO411 Alex, estacionado so lado de wma rodovia na diregso Feste-oeste, observa um caro P que se move para cest. Barbara, dii- ‘indo no sentido leste a ume velocidad 14, = 52 kmh, observa o mes- fig caro, Considereo sentido leste como positiv. ‘Se Alex mede uma velocidade de 78 knvh par oeatro P, que veloei- ‘dade Barbara medira? Sotugto Rearrumando 3 Eq 4-24, mos Yee Ura ~ awe Sabemos que Ue =~ 78 km/h, 0 sina menos indica que o carro Pesté ‘Se movend pars ces, isto 6 0 senile negative, Sabemos, tmbént, ue tga = 52 kr Tego, ‘tp = (— 78 km/h) ~ (52 km/h) = 130 ken/h. ‘Resposta) iporani bier qu dos subcritesiauriees, ao emo daria dese auayde (8 By io os meses ultou dois (PA 0 08 mesmo que pare ‘Som po termo da exqeerda, aa mesma sequenia. ‘Se o caro Pestivesse amasrado a0 de Bésbara, por uma corda envolada ‘num cilindro, ela se desenroaria a essa velocidad, enquamto 0s dois ‘arros se separariam, b. Se Alex v8 o carro Pfteat, parando em 10 s.queacelerago(consie- sando-a constante) media? Soluso Da Eg, 2-9 (u= uy + a, temos - 7 hunny ae 10s - (Ba) (ee) 10s) \Sokm/h, = 22 m/e. esposia) ©. Que aceleragdo Bérbara mediria para 0 carr freando? Solugto Para Barbara,» velocidade iniisl do caro é~130 kf, con forme calculado no item (a) ameriormente, Embora 0 caro tena sido freado até parar. est parado somente em relagio ao referencial de Alex. Para Barbars.o caro P nao esté de modo algam parade, sm. parece se afastara 52 kh, pois asa velacidade final, em relago a0 Seu fe= ferencial, ¢ 52 kmh. Logo, da relagho u = 05+ at, cemes ge Ete SBI /b) — 140 em) T Ws = 22 m/s AResposia) Esta € exatamente a mesms aceleraei0 medida por Alex, o gue sem stavida nio poderia ser diferente 4-9 Movimento Relativo em Duas Dimensées ‘Agora vamos passar do mundo escalar do movimento re- lativo em uma dimensdo para o mundo vetorial do movie ‘mento relativo em duas dimensées (e, por extensio, em (165). A Fig, 4-23 mostra 0s referenciais A e B, agora bidi- mensionais. Nossos dois observadores estio novamente analisando 0 movimento de uma particula P. Vamos ad~ mitir mais uma vez que os dois referenciais se afastam a Reterencial 8 Referencial A Fig. 4-23 Referencias em duas dimensoes. Os vetores ty @ tng mostram ‘a posigdo da particula P nos referenciais 4 e B,respectivamente. O ve~ ror eg; mosis a posigaa do referencia! B, em rologao ao referencial A. vetor Yaq masta a velocidade de sfastarnento constante) dos dois rele- ‘uma velocidade constante va4(0s referenciais sao inerciais) ¢ além disso, simplificando, admitamos que seus eixos xe y se mantém paralelos entre si Os observadores nos teferenciais A eB medem, cada urn, « posigo da particula P em um determinado instante. Do tridngulo de vetores na Fig. 4-23, obtemos a equacio veto- rial Teas Ten + Ya 4-26) Esta relagdo ¢ 0 equivalente vetorial da Eq. escalar 4-23. Sederivarmios # Eq. 4-26 com referéncia a0 tempo, acha- remos a relacio entre as velocidades (vetoriais) da part -cula, conforme medida pelos dois observadores; isto é, Esta relagao 6 0 equivalente vetorial da Eq. escalar 4-24, Observe que a ordem dos subscritos é a mesma daque- la equacio, ¢ Va, novamente a velocidade relativa cons- tante do referencial B, medida pelo observador no refeten- cial A. Derivando a Eq, 4-27 com referéncia ao tempo, teremos, 4 relagdo entre as duas aceleragdes medidas, ou seja, mene BeceeseGnt uc, Que permanece vilida no movimento tridimensional, pois todos 0s observadores, em cada referencial inercial, medi- ro a mesma aceleragdo para o movimento da particula, EXEMPLO 412 Um morcego detecta um inset (seu alrmento)enquan- {00s dois esto voando, respectivamente, com velocidades Yq € Yre€iN relagio so solo, Vejaa Fig, 4-240, Qual a velocidade vp doinsevo com felagdo ao morcego, em notajdo de vetores unitrios? | Zeon er | , snags 4.0m) ey ‘ gous on o Fig. 4-24 Exemplo 4-12. (a} Um morcego percebe um inseto.(2) Os ve- {ores Velocidade do anseto e do morcego. MOVIMENTO EM DUAS E EM TRES DIMENSOES 69 Solugio Da Fig. 4-24a, as velocidades do insetoe do morcego, em re lagdo'ao sola, so dada por Yas #50 m/s) cos 507K + (60 m/s) (sen50%)j sus = (4.0 m/s){c0s 15071 + (4,0 m/s) (sen 150°}, ‘onde o Angulo, em cada termo, &¢m relagdo a0 sentido pasitiva da eixo “ Yew + Yue (29) {A Fig. 4-250 mostra que esses vetoes formam umn tridngulo reuingulo, (Os termos na Eq, 4-29 sio, na ordem,a velocidade do asido em telagdo 20 solo a velociade do vio em relaedo 20 ar e a velocidade do arem relagdo ao solo (isto €, a velocidade do vento). Observe a orientagdo do avid que, de acorde coma leiura da sus bissola, es cirecianado pars Teste, Na verdade, embora oavido esteja apontade para Teste, pode mba estarse movendo pagel dreso. ‘ml da eloeida de avo com eas 8060 slo €obido de ors = Vig + Pas ESRF TAT = 285 kann ‘Respostay © ingulo a na Fig. 4.280 & determina através de 5 ean) Ew gay OBOE o Yew 2" Fis km/s = 168° (Resposty Logo, 0 avi esté voando a 225 knuh com relagio 20 solo, na diregi0 16.8 nordeste. Observe que Sua velocidade com relagdo a0 Solo (a "ve Tocidlade do solo") € maior do que aquela com relag0 a0 a, 70 MECANICA Fig. 4.25 Exemplo 4-13. (a) Um avite apontando para leste & desviado paraonorte (b) Para visjar na diresdo lest, 0 vido deve dirigitse para ‘sentido oposto a0 do vento, '. Seo piloto desejar vour para leste, qual deverd sera sua orientagdo? [sxe €, qual deve ser leita da bissola? ‘Solugho Neste caso opiloto deve direcionar a aeronave contra vento, para que a velocidade do avid, em relaco ao solo, sponte para este. Yelocidade do venta ¢ constante eo diagram vetoral que representa a ‘nova stuagdo esta mostrado td Fig. 4-25, Observe que os tes vetores ainda formar um tidngulo etangulo, como na Fig. 425c.e 3 Eq. 4-29 nda condious vilida. ‘A velocidade do pilot, em relagdo ao solo, agora € Us = ha = Hs = SEIS m7 — (GTB = 205 km/h, Conform a orietagdo na Fig. 4-25, pillto deve alinhareaviio con- tea vento, segundo um inguto @ dado por 65.0 km/h 215 km/s ‘Oserve que, para essa orlentagdo, a velocidade em relag8o a0 soto é menor do que a em relagio ao a. om sen Ys, = 176". (Resposta) 4-10 Movimento Relativo para Altas Velocidades (Opcional) Um satélite ests em drbita a uma velocidade de 27.200 km fh Antes que vocé chame isto de uma alta velocidad, deve responder a esta pergunta: “Alta, comparada a qué?” A na- tureza nos deu um padrao: a velocidade ¢ da luz, que é (no vicuo) eee Como veremos mais adiante, nenhuma entidade — seja ‘uma particula ou uma onda — pode mover-se com veloci- dade superior a da luz, no importa que referencial seja, uusado para a observacéo, Com esse padro, quaisquer obje- tos de grandes dimensdes —niio importa quiio grandes suas velocidades possam ser com retago a um padrio ording- rio — sfo sempre muito mais lentos. A velocidade do sa- élite em Srbita, por exemplo, é apenas 0,0025% da ver locidade da luz. Entretanto, particutas subatimicas, como, ‘os elétrons ou os protons, podem alcangar velocidades bem proximas & da luz (mas nunca igual ou major). Nas experi- éncias, por exemplo, observamos que um elétron. acelera- do através de 10 milhoes de volts, alcanga uma velocidade de 0,9988¢; se dobramos 0 valor da diferenga de poten: al, sua velocidade aumentaré para, apenas. 0.9997c. A ve locidade da luz. & um limite do qual os objetos podem se aproximar, mas nunea aleangar. (Infelizmente, a velocida- de supralumina, uitizada na fiegdo cientifica, como a “do bra espacial, em Jomada nas Estrelas, quando a vetoci dade & ¢2", onde 1 & 0 niimero de dobra, ¢ apenas uina fic sao.) Agora, perguntamos: “Como podemos afirmar que @ ‘cinemitica, que examinamos ha muito tempo, estudando objetos muito lentos, também € valida para abjetos muito Fapidos, como os elétrons ou os protons, altamente energéticos?” A resposta, conseguida apenas de modo ex- perimental, é que a cinemética para pequenas velocidades nndo permanece vilida para as que se aproximam da velo- cidade da luz. A teoria especial da relatividade, de Einstein, no entanto, tem concordado com as experiéncias, em rodas as velocidades. Daremos. aqui, uma visio resu- ida dessa teoria, que seré apresentada com mais detathes, no Cap. 42 (Vol. 4). Em “baixas” velocidades — as velocidades que podem seralcangadas por objetos comuns mensurdveis—, as equa ‘Ges da cimematica da teoria de Einstein se reduzem aque- Tas que estudamos. A falha da “cinemética mais lenta” & gradativa, suas previsoes, quando a velocidade aumenta, vao ficando cada vez menos de acordo com os fatos expe- rimentais. Vamos dar um exemplo: A Eq. 4-24, Yen = Upp + Yay — (aixas velovidadess, (4-31) dé a relacdo da velocidade da paricula P. vista por um ob- servador no referencial B, em relagdo a um outro no referen- cial A. Na teoria de Einstein, a equacdo correspondente € pp + Van V+ uppvag/ (432) "a ‘qualquer velocidaey Se Upp 4 C€ Upy <€ (que é sempre o caso para objetos que encontramas em nosso cotidiano), entdo o denominador na, Eq. 4-32 tende para a unidade ¢ a Eg. 4-32 ve reduz 2 Eq, 4-31, como era de se esperar. ‘A velocidad c da luz € a constante central da teoria de Einstein, e aparece em todas as equagdes relativisticas, Uma forma de testar essas equagdes ¢ tomar ¢infinitamen- te grande, Nesta condigao, codas as velocidades seriam “pe- quenas”, ¢ a “cinemética lenta” nunca fatharia. Fazendo ce» na Eq, 4-32, esta equagdo, realmente, se reduz 8 Bg. 4-31. EXEMPLO 4-14 (Pequenas velocidades) Para 0 cas0 de Ure = Up 0.00016 (= 107-200 kif), que valor fornece as Eqs. 4-3] 4-32 para a Solugi0 Da Ba, 4 Ung tp tne = 0.00016 + 0.00016 = 0.00026. (Respost) Da Eg. 4-2, + vay "TF ope ® 12 2.0001 + 0.00016 _ _ 0.00026 T+ (0.000107 ~ T.06000007 ~ 0.00026. «Respostay Conctusae: Para qualquer velocidade alcangada por objetos comuns, as Eqs. 4°31 e 4-32 fomecem, essencialmente, a mestna resposta Podemos usar a Eg, 4-34 (“cinematics lenta"), sem pensar duas MOVIMENTO EM DUAS E EM TRES DIMENSOES 71 EXEMPLO 4-15 (Grandes velocidades) Para o cas0 de Upp = Vay = .0:65c, que valor fosnecem as Eqs. 4-31 € 4-32 para Uo.” Solugo Do Eq, 4-31, Yen = Vent Yay = 065c + 065 © 1.80%, ‘Respostay Da Bg. £32, te * TH venta 2 0.65¢ + 0.656 T¥ wssa@eo7e 1.20 TBs (Respostay = 09, ‘Conclusdo: Para grandes velocilades(pr6ximas ac) “cisemetca feta” ‘carcatvidde epoca evan yess bem iferentes. A "cinema len- 1" ado determina lite superior parua velocidad, o que failment leva {com next caso) a velocdades maiores do que a da tu. A relate es- pecial,por utr lade, nea admite ums velocidade maior do que, 80 Importando quae alas sejam as vlocidades que se combinam. As exper ‘cis. al€ hoje. tem concordado sempre com a eatvidade especial RESUMO Vetor Posigao Alocalizage de uma pancula em relagGo a origem de um sistema de ‘enorderadas ¢ dada pelo ver posicdor que, na notagio de vetores ti trios se escreve readtyjtak en ‘onde. Je 2k si0a5 componentes vetoriaise x,y zsh componen tesescalares do vetor psig FU vetor posigdo também pode ser de tenminado pelo seu modulo e um ot! mals Anguos para orientagdo, Deslocamento ‘Seo movimento de uma panicula & representado pela variagto do seu ‘tor posicdo de r, para, entlo. seu deslocamento St é aren nn. 43) O Bxemplo 4-1 ¢ um problema sobre deslocamemo, Velocidade Média Se uma panfcua se desloca durante wm intervato de tempo Ar suave locidade média ¥ 6 ye ah ae Velocidade ‘Quando Av, aa Ey. 4-4 tende para 0,0 limite de V € chamado de veto idade instantanea: ca 46 a ‘ue pode ser representada na netago de vetores unitétios como an rit yf tk, iv. = dvdr v, def. Uma demonstragao bidimensio- nal de v€ mostada no Exemplo 4-3 Quando a posigao de uma particula em movimento € representads ‘num sistema de coordenadas V€ sempre tangente3cUrva qUe represen= ta atrajetoria da particule Aceleragéo Média Se a welocidade de uma partcula varia de v, paca ¥., no intevalo de tempo Ar, sua aceleragde media, geste nvervalo de tempa, & woul _ 149) a" Be Aceleragaa Na Bq, 49, quando Ar vende para 0,0 fimite de 0 3 ¢ ehamady de ace- erapdo nsraniéned, 10) ale Na notagio de vetores unitérios, as ait ait ok eu onde a,= dud, = dofdre a,= dost. © Bsemplo 4-4 mstrs como Bg. 4-10 pode ser usada ‘Quand & ¢ constance, as Componentes de 8, ¥ ¢ na diregao de ‘qualquer eino. podem ser Gatadas come no movimento Unidimensionah, Apresentado nb Cap. 2. Veja Exemplo 4s ‘Movimento de Projéteis Onnovimento de projéteisé movimento de uma particu lingada com Velocidade inicil¥,, soba infludocia apenas da uceberagin da gravida 72 MECANICA de g. Se Yoé definido por um médulo (a velocidade 1) ¢ uma orienta- ‘0 (angulo 2), asequagbes do movimento nos eikos xe y, horizontal € “erica io, eespeetivamente, a= (29 008 6) GIs) = yo = (oh sen gic — Hae, 16 = te seme, — Bt 1D wpm (up sen} — 2ely ~ wa, (418) [Nomovimento de projétes. a trajtsra da pariculaé parabilica e dada por y= (an Rx 19) iy cos ‘onde aorigem escolhida de maneira que 4,¢y, seat 2210.0 aleance R.€ adistancia horizontal do ponto de langamento, até 0 ponto em que 3 parueula etorna 3 mesma aora da qual foi langala, ou sea, pm HA € 420) ‘Os Exemplos 462 49 tratam do movimento de projfcis. Mosimento Cirewlar Uniforme ‘Sema panticua se éesloca sabre um circulo ou wm arco circular, com ‘ velocidade constant, est4-em movimento crcalar uniforme ima aceleragio a de msdulo £ any A diregio de m aponta para 0 centro do citevlo ou do aco circular. A aceleragio a € chamada de centripeta. © Exemplo 4-10 ilusta.o uso da Ey 422. Movimento Relativo Quando dois sistemas de reerEncis, Ae B eth se rivendo mem relagio ao oato com velocidad constant, sho chamaos de setae de referénca inereais. A velocidade de uma paroilaem movimen- to, medida por um obsevaor ao referencial Ae gral diere dela thclida por um obserradr no referencia B Estas velocidaes esto relacionadas por Yea" Yen * Yon wn) conde Ya € 2 velocidade de Bem relagho 9 A. Ambos os observadores trode 2 mesma aceleraso paras patcula, ou ej tpn = app en) ‘© Bxemplo 4 ssa ous dessa eng para o movimento uniimen- Sonal os Exempos 4-12 4-13 tauamdo movimento bidimensional. ‘Seas velockadesconsideadas esto pumas 3 velocidad 6 a, Eg 4.24 deve ser subsituidapelacqagio sada na leora da relative que 0> {2m segunda, 8) Qual é a weelerayiowem 1 = 3.05? fb} Quando (se for 0 caso) su acelera. € zero? (Cb Quando (se for cas0) sua vefocidade 6 zero? Quando (se fora caso) ua velvcdade escalar€ igual 10 en's? ‘Seco 46 Analise do Movimento de Projéteis Em alguns destes problemas, nao & desejavel desprecar os ‘efeitos doar, mss ajuda a simplificar vs edleulos. 17H, Um dardo 6 atirado hosizantalmence em diego 2 mosea, panto P nocentto do alvo da Fig. $29, com ume velocidade inicial de 10 mv &. Fleatinge o ponta Q,embeixo de P, na bord doalvo, aps 0.19. (2) ‘Qual a distancia BO? (b) A que distincis do alvo estéo arremessadoe dos drdos? ABE. Unite esti apontado horizontalmente para uit alvo a 300 m de ) Quan- 1s roiagbes por minuto slo necessérias para praduzi essa aceleagao? 68P. Uma roda-gigamte tem 15 m de taio e completa cinco voltas em toro de seu eixo horizontal a cada minuto (a) Qual aaeelerago de um passageiro mo porto tals alto? (b) E:n0 mais baixo? 69P. (a) Qual é a aceteragho centripeta de um objeto wo equadbor teres- tue, devido a rotaio da Terra? (b) Qual deveria se o peril de ro1ngo da Terra, de maneira que a aceleracie centipeta de ur abjete no eg (doc tertesize Fosse igual 49.8 mis ‘TOP. Calcule a aceleago de uma pessoa na latitude 40°, em fang da rotagdo da Terra (Vejaa Fig. 4-22.) Latitude 40° Fig. 442 Problems 70 78 MECANICA TAP. Uma pentcula P se desloco vom velocidade constante, mu ‘ele Ue .00 m de rao ¢Fig. 4-43) ¢ completa una revolugao ern 200s A panicila passa pelo ponte Q. no instante r= 0. Calcule © modulo & Lise de eda um dos seguintes vetores: (xt Eswrelagio as ponto Ox tetermine o vtoe posigan da paricula nos instantes Ose 10.05. Para o intervalo de 5.00 segundos, ene © fil do guitno & 0 Final do déenme segundo, caleule (ho desiocamente 1a velocidad media da prtcula, Calcile suas (} velocsde ee) aceleragso, no ini- in eno fim desse interval de 5:00 a a Fig. 4-43 Problema 75 “72P. Uma pod, presa.a.um coro de I.5 mde comprimento, grada ‘por m medi, fazendo unm elreulo Resizonal x 2.0'm acinia do solo. ‘Quundo 9 corkio arent,» pedra€Tanigada borizontalmente coinde «soln Wo madiant. Qual essa aceleragSo centripeta da peda enquato festavs em moviment cic l3e? Segfo 48 Movimento Relativo em Uma Dimensio “TAB, Um baroo ex navegando ri acim 914 kmh em rego gua oro, A velocidade da gua, em relaedo ao sola, €9 kaw. fa) Qual a ‘elocidide do baroo em relagdo wo solo? 1b) Uma eeianca no Barco ex ruinha da prea para a pupa a Kam, em relag30 a0 arco. Qual a vela= ‘idade da crianga com relaga0 20 silo? “HE, Uma pessoa caminha até wana escada rola de 15 m de com meno. que es parada, em 90s. Ao ficar em pé na escada, esta comer se mover. teansportando a pessou para cima em 60 s. Quamo tempo a pessoa leva, se eontinaasse a subir aa eseadhi em movimento” A re: posta depende do comprimento da eseada? 758. Um vio transcontinental de 5.000 km & pragromado pars durar nats 50 in ns dire oeste do que ni lest, A velocidade do avito é 1.100 kin/h e as correntes de ar se mover tanto para lese quanta para este. Que consideragies acerca da velocidade dessus comentesclevem fer levadas em conta na preparagic da plano de wo? “76E. Un cinegrafist, viajando nu dregdo veste mama camionets a 60 Akh, filma uin guepaido que se desloca na mesma diregn. 50 krvh mals ipa que 0 verculy De repen. o guepardo para e volta. corre: do 90 kv na. dieegao lest, conforme registrada por um dos mem bros da equipe, dep. nervose, a0 Fado da trajetana do guepardo. A ‘ariogao da velackdade de animal levou 2,0 & Qual sa acelerag. do nto de vista do cinegeaist? E do poato de vista do miembro da equi- pe. que registou td neevewsnentc? TAP. O erminil do seroporte ce Genebra, na Suga, tem uit “passare 1a yolante” para sgilizaro deslocamento dos passages através de um longo condor Bele, que caminhava pelo corredor,pegém sem usar 4 passrea,levou 15s para cruzar oda asua extensio. Pyul de pésobte A passitelsrolante, cobsiu a mesma ditinciaem 70s. Mary. apesar de ‘sara passrela, caminhov sobre ela. Em guanto tempo Mary cruzou 9 tearzedor? Suponia que Peter e Mary eamsinhassem coma mesma vel cidade ‘Seqio 4-9 Movimento Relativo em Duas Dimensies ‘78E. Num jogo de encby (Fig. 444), um jogador pode passor a bola lesen passe coma eee, cman go psn) seja"para a frente” indo pode existtr componente do vetor vek Ula pa lateral campo sen to go heriooh Se nha que um jogadorcorra poral lateral de carmpa com um veo Cidade de 4.) mvs. quando passa 2 bola com uma velocidade de 6,0 is. fn ela proprio, Qual o enor ngulo passivel com airegao ds ol adversinto, para que e langamento seja consderado legal? Fig 4-44 Problema 78 ‘TOK Duns radovias se entzam, come masa na Fig. 4-48. No inte tance masta na Fiza, im carta de polici P esti a BOO m do cre -menicve movendoese a SU ki, O carro M esti 8 600 m do crazamento ‘coma velocidade de 60 km/h, (a) Qual a velocidade do carro Af em re ugJo ao carro Ue policia. em nulaglo de vetores unitérios? (b) Para Insane considerado na figura, quat a direyo da velocidade caleulada ‘em 1a}, em relago 3 linha de mira entre os dis cares? ( Se as velo- tides dos eartos se mantiverem canstantes, a respostss dos tens (a) 1h) mudam. enguanta os carros se aproximam mais do crazamento? Y Fig. 445 Exercicio 79 808. A neve ci, vertialmente, com a velocidad constant de $,0 ms (© motorsta de um caro, vajando em lina feta numa estrada corn 2 ‘elovidade de $0 kinMh, ve 0 Mlocos de neve cater formanda wn 3 ule com a vertical. Quat € ese Sngulo? SIE. Numa grande lo de lepartamentos. um comprar ests subindo hhuma eseada rolaate que faz um ngulo de 40" coma horizomat ese move com uma velocilade de 0.75 ms. Ele passa por sua filha, descen- do noma ous cscada rolanteidéntica, a halo dla sa ej Fig. 4-40). CCalcule a velocidade do compar, em relagio a sv filha. em norago e yeores nities, Fig, 446 Exercicio 81, 820. Um helicspteo est voanda sob um campo em tjetéia red tea, com veloidade eonstae de 6.2 mvs 9 uma ate de 95m. Uy pone € lang, heizontament, do beheapero com velocxade iii {12a en aso so aparlo eno sented oposto ao memento des- te (a) Calle a velocidad inci do pacte em telagdo ao sole (by ual distinc horizons ene o helicopters o pacote. no mstane em.gue este ate no sole?) Qual o Angulo, visto do solo que o veto “elocidade do paca fz cam ocho, no instante anterior a0 Impact? '83P. Um tem visja em diregso a0 sul a 30 mvs (em relagH0 20 solo). sob ama chuva qe est caindo. também em dirego a0 sl. sob a nga do vento. A tajetseia das gotas de chuy foram am Angulo de 22" com ‘vere, conorme regstrado per um observader parao 90 solo. En- ‘retanto.um observador no rem vé as gotas cairem exatamente na ver tial, Determine velocidado da chuva em velac3o 39 sao. 84P. Dois navios.A eB, deixam o porto 20 mesmo tempo. O nuviv A aia para moraeste coma velocidade de 24 ns 0 B com a de 28 nds 140" sudoeste. (no = 1 milha miutica por hora: veja Apendice F(a) ‘Qual o maduloe a diregn da vetor velneidade do navio em lags 430.8? (b) Deposs de quanto tempo estario 160 milhasnauticas um do ‘uso? () Qual sero mo de B em relagie aA, nesse instante? 88P, Um avido [eve lcanga uma velocidade de S00 kv. O piloto se

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