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Curso de Optometria 1

ÍNDICE

COMPETÊNCIAS: ............................................................................................................................................3

1. CONTEXTO HISTÓRICO DA OPTOMETRIA..............................................................................................4

2. EXAME OPTOMÉTRICO OU HISTÓRIA CLÍNICA OPTOMÉTRICA..........................................................4

3- DADOS DO PACIENTE;........................................................................................................................................... 5
4- ANAMNESE. .............................................................................................................................................................. 5
5- ACUIDADE VISUAL .................................................................................................................................................. 8
6. OPTOTIPOS............................................................................................................................................................. 11
7. ORIFÍCIO ESTENOPÊICO..................................................................................................................................... 13
9- OFTALMOSCOPIA ................................................................................................................................................. 14
10- QUERATOMETRIA OU CERATOMETRIA........................................................................................................ 16
11- REFRAÇÃO COM FENDA ESTENOPÊICA...................................................................................................... 20
12- RETINOSCOPIA ................................................................................................................................................... 21
13. EXAME EXTERNO................................................................................................................................................ 27
14- REFLEXOS PUPILARES ..................................................................................................................................... 30
15- EXAME DE MOTILIDADE OCULAR................................................................................................................... 31
16- TESTES REFRATIVOS........................................................................................................................................ 38
17- PROVA AMBULATORIAL .................................................................................................................................... 41
18- TÉCNICAS PARA VISÃO PRÓXIMA ................................................................................................................. 42
19- PRESCRIÇÃO FINAL ........................................................................................................................................... 42
20- DIAGNÓSTICO:..................................................................................................................................................... 43
21-CONDUTA:.............................................................................................................................................................. 45
22- CONTROLE ........................................................................................................................................................... 45
23- ACOMODAÇÃO .................................................................................................................................................... 48

24- MÚSCULOS EXTRAOCULARES ............................................................................................................52

RESUMO ........................................................................................................................................................98

GLOSSÁRIO...................................................................................................................................................99

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Apresentação Como podemos ver, tecnicamente, a relação


médica oftalmologista por habitantes equivale
O Brasil tem hoje, segundo o IBGE, cerca praticamente a zero por cento. Ou seja, um médico
de 167.000.000 (CENTO E SESSENTA E SETE oftalmologista, no estado de Goiás, é responsável
MILHÕES) habitantes. Sabe-se que gira em torno pelo atendimento de 41.662,5 (QUARENTA E UM
de 56% o número de indivíduos dentro de um MIL, SEISCENTOS E SESSENTA E DOIS E MEIO)
grupo populacional que necessita de alguma habitantes. Dessa forma, este profissional para
correção visual, ou seja, no Brasil esse número atender toda a quota que lhe cabe, levaria seis anos e
pode chegar a 94.000.000 (NOVENTA E meio para atender o último da fila.
QUATRO MILHÕES) habitantes (fonte: Brigadas
Optométricos – CBOO). Pergunta-se: pode alguém esperar SEIS
ANOS E MEIO para ter sua visão corrigida? Não!
Trata-se, realmente de um enorme Claro que não! Imagine você ficar seis anos e seis
contingente populacional que deveria ter meses sem poder ler, esperando por uma consulta
assegurado o direito de ter sua capacidade visual para usar uns simples óculos para perto.
avaliada e melhorada quando necessário.
Se analisarmos então a região nordeste,
Nosso país dispõe de uma rede pública veremos uma situação ainda pior lá temos 1
de postos de saúde, ambulatórios e hospitais oftalmologista para cada 360.000(TREZENTOS E
insuficiente. É obrigado a comprar serviços da SESSENTA MIL) habitantes. Um médico, no
rede particular e filantrópica (basicamente Santas nordeste, demoraria perto de 60 anos para atender
Casas). Depende da iniciativa privada – regida todo o contingente referente a sua quota.
pelas leis de mercado – para atender a demanda
de internações, consultas, diagnósticos Quando se trata de crianças então,
laboratoriais e etc. Dos cerca de 6500 hospitais deveríamos nos envergonhar pois não é difícil
brasileiros, os hospitais próprios do governo são imaginarmos os prejuízos que essa falta de
apenas 5; dentre os conveniados, 3000 são atendimento provoca no rendimento escolar, e suas
particulares, 1700 são filantrópicos e o restante conseqüências sócio-econômicas, num país de
pertence aos estados e municípios. O Brasil é população jovem que necessita de qualificação para
também um exemplo de desperdício no setor: ingressar no mercado de trabalho.
cerca de 30% dos equipamentos não funcionam.
Existe ainda o agravante de sabermos que
Em 1987, o Brasil ocupava a sexagésima alguns problemas de visão em crianças, tais como
terceira posição no ranking mundial dos ambliopias, se não forem corrigidas a tempo,
investimentos na saúde. O próprio Ministério da resultarão em anomalias de visão para o resto de
Saúde define ser de R$ 150,00 o parâmetro para suas vidas.
um atendimento adequado, o gasto, porém, é de
apenas R$ 39,00 per capita. Embora o art. 196 da O resultado de tudo isso é que apenas
Constituição de 1988 defina a saúde como direito 9.500.000 (NOVE MILHÕES E QUINHENTOS MIL)
de todos e dever do estado, na prática, os brasileiros com deficiência visual, tem sua capacidade
serviços públicos de saúde não têm como cumprir visual avaliada e corrigida (fonte: DATASUS-MS).
o que prega a lei: Há despesas que ninguém Justamente os que podem pagar por uma consulta.
sabe como reduzir e receitas inferiores aos Mas e o restante da população? Estima-se em
compromissos. Como no Brasil, a avaliação (85.500.000 OITENTA E CINCO MILHÕES E
primária da visão tem sido, equivocadamente, QUINHENTOS MIL) o número de brasileiros que
atribuída ao médico oftalmologista, podemos nunca poderão fazer seu exame de vista se
concluir que a qualidade deste atendimento esta prevalecer o sistema sustentado pelas entidades
muito abaixo do aceitável (fonte: Abril Cultura). representativas da classe média oftalmológica.
Pessoas esquecidas pelo sistema de saúde atual,
Além disso, o Brasil não dispõe de abandonada pelos governos federal, estadual e
médicos oftalmologistas em número suficiente municipal, pessoas ignoradas pela mesquinhez dos
para atender a demanda populacional brasileira. médicos oftalmologistas brasileiros que insistem em
São exatos 7,079 profissionais (fonte: CBO). impedir o reconhecimento da OPTOMETRIA no
Como exemplo podemos citar o estado de Goiás, Brasil.
onde existem 105 médicos oftalmologistas (fonte:
CRM/GO) para 4.374.558 (QUATRO MILHÕES, Segundo reportagem impressa na revista
TEREZENTOS E SETENTA E QUATRO MIL, época de fevereiro de 2001, na coluna ciência e
QUINHENTOS E CINQÜENTA E OITO – fonte: tecnologia, 70% da população brasileira tem algum
IBGE – 1996) habitantes. grau de miopia, astigmatismo ou hipermetropia.
Este material foi elaborado com o objetivo
principal de subsidiar a formação de Ópticos

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Optometristas com qualificação suficiente para
atender à problemática exposta no texto
supracitado.

ELABORAÇÃO: CAPITULO I
Patrícia Trebien – Tecnóloga em Optometria – COMPETÊNCIAS:
ULBRA-RS.
- Analisar Anamnese,
- Compreender Acuidade Visual,
COLABORAÇÃO: - Identificar e analisar sintomatologia,
- Relatar a utilização do Orifício Estenopeico
Ana Rita de Lima Freitas – Técnico em Óptica e - Identificar Olho Dominante
Optometria, Acadêmica do curso de Bacharelado - Relatar a utilização do Oftalmoscopia (ver
em Optometria – UNC – SC. Fundo de olho),
- Analisar os resultados da Queratometria,
Andressa Figueira - Tecnóloga em Optometria – - Identificar e diferenciar os tipos de sombras
ULBRA-RS do Retinoscopio,
- Sintetizar refração com fenda,
Artemir Bezerra – Técnico em Óptica e - Identificar a Ficha optometrica,
Optometria. - Relatar sobre a História da Optometria,
- Relatar sobre a Ética na optometria.
Danny Carvalho Magalhães – Bacharel em
Optometria – UNC – SC.

Eduardo Moura - Bacharel em Optometria – UNC


– SC.
HABILIDADES:

João Cunha - Técnico em Óptica e Optometria, - Reconhecer os equipamentos (Caixa de


Acadêmico do curso de Bacharelado em prova,retinoscópio, oftalmoscópio) e a ficha
Optometria – UNC – SC. optométrica.
- Realizar anamnese, ponto próximo de
Juan Pablo Bretas - Técnico em Óptica e convergência,
Optometria, Acadêmica do curso de Bacharelado - Utilizar orifício estenopeico,
em Optometria – UNC – SC. - Reconhecer oftalmoscópio,
- Realizar queratometria,
Regina Rabelo - Técnico em Óptica e Optometria. - Reconhecer técnicas de retinoscopia,
- Realizar refração com fendas.
Rodrigo Pescador - Bacharel em Optometria –
UNC – SC.

Sedna Maria - Técnico em Óptica e Optometria. MATERIAIS NECESSÁRIOS:

Sérgio Júlio - Bacharel em Optometria – UNC – - Lanterna ou transiluminador


SC. - Oclusor
- Oftalmoscópio
Vilmário Guitel - Bacharel em Optometria – UNC - Caixa de prova
– SC. - Armação de prova
- Queratômetro
Sérgio Veiga - Técnico em Óptica e Optometria, - Retinoscópio
Acadêmico do curso de Bacharelado em
Optometria – UNC – SC.

Ricardo Bretas – Óptico Optometrista – O.D –


Universidade da Área Andina – Colômbia.

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 Ambliopia;
1. CONTEXTO HISTÓRICO DA
OPTOMETRIA. 1.4 PERFIL PROFISSIONAL;

1.1 ETIMOLOGIA (origem da palavra) 1.4.1 Técnico Óptico-Optometrista


Ops: visão; metron: medida, que significa, De acordo com a Classificação Brasileira de
MEDIDA DA VISÃO. Ocupações, o óptico-optometrista, pode prestar
serviço optométrico dentro do estabelecimento óptico,
1.2 DEFINIÇÃO; serviços ópticos, bem como adquirir equipamentos
A Optometria é uma profissão da área da ópticos e optométricos, dentro do estabelecimento
saúde, que forma optometristas para atuarem de óptico.
forma independente e multidisciplinar, É um profissional com formação técnica de 2
especializada no cuidado primário da saúde a 3 anos que atua em estabelecimentos ópticos.
visual.
É a ciência responsável pelo cuidado 1.4.2 Optometrista
primário da visão, atuando na investigação e Formado com graduação superior, poderá
compensação da visão através de meios ópticos atuar e prestar atendimento visual de maneira
e na prevenção da cegueira detectando independente ou de maneira interdisciplinar atuando
patologias oculares e sistêmicas que afetam a em postos de saúde, hospitais, gabinetes
visão, não fazendo uso de medicamentos e de optométrico, convênios de saúde e clínicas
métodos cirúrgicos. integradas.

Para a melhor compreensão da 2 EXAME OPTOMÉTRICO OU


Optometria é necessário distinguir saúde visual HISTÓRIA CLÍNICA OPTOMÉTRICA
de saúde ocular. A saúde visual é o exame e a O exame optométrico é realizado em 186
avaliação da função visual, ou seja, do países do mundo pelo optometrista, com a finalidade
funcionamento do aparelho visual, que quando de identificar o estado motor, sensorial e funcional do
apresenta alterações visuais estas possam ser sistema visual, bem como compensar o defeito
compensadas através do uso de óculos ou lentes refrativo encontrado através da prescrição de lentes
de contato. ou remeter o paciente ao especialista necessário,
A saúde ocular é o manejo e diagnóstico psicólogo, oftalmologista, terapeuta ocupacional,
das doenças oculares e sistêmicas que afetam a clínico geral, neurologista e outros.
visão e que necessitam de tratamento médico
através de medicamentos e cirurgias. 2.1 GENERALIDADES: o registro dos dados e
resultados obtidos durante o exame consigna, o
exame optométrico, conhecido por história clínica. É o
1.3 FUNÇÃO interrogatório no qual se tem um contato inicial com o
paciente.
Sua atividade inclui, ações de prevenção
de doenças que afetam o sistema visual e
2.2 OBJETIVOS:
correção de ametropias através de meios ópticos,
como lentes oftálmicas, prismas e lentes de
 Identificar o problema principal pelo qual o
contato.
paciente veio à consulta, assim como problemas
secundários.
1.3.1 Condições visuais que necessitam de
 Permitir uma visão generalizada do caso. Orientar
compensação óptica:
na solução do problema principal da consulta.
 Controlar a evolução do caso e a resposta ao
 Miopia
tratamento.
 Hipermetropia
 Ajudar na investigação clínica e epidemiológica.
 Astigmatismo
 Afácia
2.3 PARTES DA HISTÓRIA CLÍNICA
 Presbiopia
 Estrabismo
 DADOS DO PACIENTE
 Forias e Tropias
 ANAMNESE
 ACUIDADE VISUAL
 OPTOTIPOS
 EXAME EXTERNO
1.3.2 Condições visuais que necessitam de
 EXAME SENSORIAL
ortóptica:
 EXAME MOTOR
 Problemas oculomotores da visão binocular
 EXAME REFRATIVO
 PROVA AMBULATORIAL
1.3.3 Condições visuais de ordem fisiológica e
 DIAGNÓSTICO
motora, pleóptica:

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 CONDUTA • Anormalidades de aparência ocular: olho
 CONTROLE vermelho, lacrimejamento, etc.
• Anormalidades de sensação ocular: dor e
3- DADOS DO PACIENTE; desconforto.
 Nome completo do paciente;
 Idade/ data de nascimento; IMPORTANTE!
 Endereço: rua, bairro, cidade, estado; O conhecimento das estruturas oculares,
 Telefones: comercial, residencial e celular; das patologias e dos distúrbios da visão, é
 Atividade profissional/ ocupação; fundamental, para que o examinador inicie uma
 Convênio: particular/óptica/nome do convênio história clínica com segurança, pois a observação dos
sinais e a análise dos sintomas referidos pelo
paciente, vão sendo associados facilitando o exame e
4- ANAMNESE. solucionando com maior eficácia o motivo da
consulta.
Os sinais e sintomas devem ser anotados levando-se
 Consiste na entrevista com o paciente
em conta:
 Deve conter toda a história de saúde geral e
ocular do paciente
 Localização, em caso de sinais
 Identificar o motivo principal da consulta
(nasal/temporal/superior/inferior/360º) e em
 Aclarar e precisar dados sobre a
casos de dor de cabeça (frontal, parietal,
sintomatologia
temporal, interciliar, occipital);
 Dialogar com o paciente, facilitando-lhe
conhecer os perfis psicológicos, sociais, cultural e
 Associado com atividades oculares, após
econômico.
esforço visual, durante a leitura.
 Avaliar a informação de modo que se
descarte o acidental e se aprofunde no essencial.
 Duração e freqüência: se amanhecer com os
olhos vermelhos/dor de cabeça ou tem dor de
cabeça no final do dia. Como ocorrem os
Classificação da Anamnese:
sintomas: todos os dias, 1x por semana,
muito raramente.
I. MPC: motivo principal da consulta
II. Sinais e sintomas
III. Antecedentes Pessoais: devem ser dirigidas
III. Antecedentes pessoais
perguntas do tipo
IV. Antecedentes familiares
 Já usou /Usa óculos há quanto tempo
 Acidentes envolvendo cabeça: golpe, caído
I. MPC: motivo principal da consulta
de escada, acidente automobilístico, outros.
 História de acidentes oculares: golpe, corpo
Inicia-se com perguntas que dirijam o motivo a
estranho, objetos cortantes, queimaduras.
que o paciente procurou consulta, como:
 Medicamentos em uso
 O que está acontecendo?
 Cirurgias gerais e oculares realizadas
 Qual o motivo que trouxe sr (a) até aqui?
 Doenças sistêmicas, como diabetes,
 Em caso de reconsulta: Como está sua
hipertensão arterial, colesterol, e doenças
visão? Tem percebido alguma anormalidade na
alérgicas;
sua visão?
 Tratamentos oculares realizados x tempo:
conjuntivite, calázio;
II. Sinais e Sintomas (sintomatologia)
 Internações / atendimento ambulatorial:
• Sinal: é a manifestação objetiva da
motivo
doença física ou química diretamente observada
IV. Antecedentes Familiares
pelo profissional, ou seja, quando o examinador
 História de doenças oculares na família como
percebe alguma alteração.
catarata, glaucoma.
 História de doenças sistêmicas na família
• Sintoma: quando o paciente reporta  Problemas refrativos na família, porém
(narra) o que sente para o examinador: cefaléia descartar uso de óculos na presbiopia porque
(dor de cabeça), visão borrada para longe ou esta é um processo fisiológico de todo ser
perto, defeitos no campo visual, moscas volantes, humano;
perda súbita da visão, diplopia, dor ocular,  Medicamentos e tratamentos usados pelo
ardência, prurido ocular, sensação de corpo parentesco de 1. º grau do paciente.
estranho, etc.  História de cirurgias oculares na família
É a sensação referida pelo paciente. Divide-
se em 3 categorias básicas: RECOMENDAÇÕES:
• Anormalidades da visão: dificuldade de
visão para longe e/ou perto, etc.  A descrição anterior lhe sugerirá vários
diagnósticos tentativos e suas perguntas

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devem ser dirigidas no sentido de
confirmar um deles.
 Se o motivo da consulta é vago, faça
perguntas que lhe ajudem a esclarecer.
 Se o paciente vem com um problema
específico, você deve assegurar-se de
solucioná-lo. Se não pode, deve remetê-
lo ao especialista adequado, explicando-
lhe com antecedência.
 Você deve ter habilidade para controlar a
situação, de modo que se o paciente é
introvertido, fale com liberdade e se é
extrovertido, pergunte o essencial.
 É necessário continuar o interrogatório
durante o exame até aclarar o problema.
Mantenha uma posição objetiva de
seleção de informação.

- SINTOMATOLOGIA – QUADROS ANEXOS


CLASSIFICAÇÃO DOS SINTOMAS MAIS
FREQUENTES

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SINTOMAS VISUAIS MAIS COMUNS E SUA ETIOLOGIA

SINTOMAS VISUAIS POSSÍVEL ETIOLOGIA

 lesões coroidoretinianas
Troca de cores nos objetos
 alterações no cristalino
Halos (anéis) ao redor das luzes  edema produzido por glaucoma e infiltrações corneais;

 lesão na retina, lesões intracraneanas que afetam as vias ópticas.


Defeitos no campo visual
 opacidades vítreas
Miodesopsias  toxoplasmose

 retinite pigmentaria;
Nictalopia  glaucoma;
 miopia nãocorrigida
 oclusão da artéria ou veia central da retina
Perda súbita da visão indolor (quando a visão não  neurite retrobulbar
retorna em 24horas)  hemorragia macular e vítrea
 lesão corneana
 glaucoma
 descolamento da retina
 catarata, ametropias, glaucoma de ângulo aberto, degeneração
Perda gradual da visão indolor (podem durar macular senil, retinopatia diabética, distrofia corneal, atrofia óptica;
semanas, meses ou anos).
 quando dura pouco segundo (bilateral): papiledema
Perda transitória da visão (quando a visão volta ao  quando dura pouco minuto: amaurose fugaz (bilateral)
normal dentro de 24 horas e geralmente na primeira  quando dura de 10 a 60 minutos: enxaqueca (podendo ser
hora) acompanhada ou não de dor de cabeça na seqüência)
 glaucoma agudo de ângulo fechado, neurite óptica (manifesta dor com
Perda da visão com dor o movimento dos olhos), uveíte, ceratocone
 astigmatismo não corrigido
Salto de linhas ou letras  descoordenação muscular

 defeitos refrativos não corrigidos


Visão embaçada  alterações patológicas

 lesões da Retina: Edema ou Descolamento de Retina


Metamorfópsias
 inflamação nas pálpebras (blefarite) ou conjuntiva (conjuntivite)
Ardência  ambientes contaminados
 defeitos refrativos e insuficiência de convergência
 defeitos refrativos não corrigidos
Astenopia  descoordenação muscular
 Constante Monocular: ametropia, opacidade ou irregularidade corneal,
Diplopia catarata, lesões maculares de neurose e subluxação do cristalino.
 Constante Binocular: tropia traumática recente e paralisia do músculo
extraocular, paralisia dos III, IV e VI par cranial, alterações orbitárias
(como transtornos relacionados à tireóide)
 Intermitente Binocular: descompensação de uma foria pré-existente,
miastenia grave
 corpo estranho
Dor Ocular  desequilíbrio muscular
 uveítes
 esforço binocular e aumento da pressão intraocular
 obstrução do mecanismo de saída da lágrima
Epífora  obstrução dos canalículos
 corpo estranho
Fotofobia  lesões corneanas
 alterações do cristalino
 insuficiência de convergência
 defeitos refrativos
 descolamento de retina
 blefaroconjuntivite refrativa ou crônica
Inflamação da pálpebra  inflamações locais (hordéolo ou calázio)
 edema
 glaucoma
Olho Vermelho  uveíte anterior
 lesões corneanas
 descoordenação muscular (insuficiência de convergência)
Prurido  infecções
 problemas acomodativos
Problemas de enfoque  hipermetropia não corrigida

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associados e a personalidade do paciente.
DEFEITOS REFRATIVOS E SUA ETIOLOGIA 5- ACUIDADE VISUAL

Nota: os sintomas produzidos pelo estado GENERALIDADES: A determinação e melhoramento


refrativo variam de acordo com o grau, problemas da acuidade visual são os propósitos básicos de toda
HIPERMETROPIA  astenopia; prática refrativa.
 blefaroconjuntivite A acuidade visual (AV) é um dos componentes do
crônica; sentido da visão. É um ato clínico importante pela
 fadiga visual;
 cefaléia frontal
informação que contém, assim como pelas
interciliar; correlações clínicas, refrativas e patológicas a que se
 fotofobia; pode suspeitar através dela.
 epífora;
 prurido;
 visão embaçada em
DEFINIÇÃO:
visão de perto e de Define-se como a capacidade de identificar objetos
longe; muito pequenos (letras, números ou figuras), de
acordo a uma escala de tamanhos diferentes disposta
MIOPIA  blefaroconjuntivite a uma distância determinada e com iluminação
crônica constante e regular.
 fenda estenopêica Estas letras, números ou figuras se chamam
palpebral optotipos.
 acuidade visual ruim
para longe
Podemos dizer que a AV é o poder que tem o olho em
ASTIGMATISMO:  astenopia discriminar em detalhes os objetos.
depende do esforço
para manter o  visão ruim para longe CLASSIFICAÇÃO DA ACUIDADE VISUAL
círculo de menor e perto
difusão. O  blefaroconjuntivite Divide-se em:
astigmatismo baixo crônica  Acuidade visual central: esta é tomada para longe
é o que mais e perto e avalia a área macular da retina;
sintomatologia  cefaléia
 Acuidade visual periférica: corresponde à periferia
produz.  embaçamentos da retina e é avaliada através dos exames de
transitórios – campo visual;
 irritabilidade  Visão cromática e de contraste: é avaliada
através dos testes de visão de cores e de
 enjôos sensibilidade ao contraste;
 hordéolos recidivantes
MEDIDA DA ACUIDADE VISUAL
 posições
compensatórias de
cabeça Para identificar a forma de um objeto é
preciso diferenciar as várias partes que o compõem.
 vertigens Quanto mais distante o objeto, menor será a imagem
 salto de letras e salto formada na retina, isto é, o tamanho da imagem
de linhas durante a retiniana é diretamente proporcional ao tamanho real
leitura do objeto observado e inversamente proporcional à
ANISOMETROPIA  Astenopia distância deste objeto ao olho.
Defeito refrativo  cefaléias
desigual dos dois  dificuldade para ler Então se pode determinar a AV como a
olhos.  dificuldade na fixação menor imagem retiniana que podemos reconhecer
 náuseas através do menor objeto que pode ser claramente
 perda de estereopsia observado a uma determinada distância.
 tendência à diplopia
Em 1862, Snellen propôs o emprego da letra
PRESBIOPIA  cefaléias que E nos testes de mensuração subjetiva da AV e suas
aumentam com o
trabalho em visão
tabelas foram difundidas na I Guerra Mundial como
próxima medida da acuidade visual. Cada optotipo da tabela
 fadiga ocular de AV tem um formato tal, que pode ser colocado
(lacrimejamento). num quadrado cujo tamanho é cinco vezes maior que
 perda gradual da visão os braços que compõem a letra. Estes quadrados, ou
próxima que melhora seja, a letra completa formam um ângulo visual de 5’
afastando os objetos quando vistos a uma distância específica.

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A avaliação da AV depende do tamanho do
ângulo visual, ou seja, o ângulo formado pelas 0,8 20/25 6/7,5
80
duas linhas traçadas das extremidades do objeto
até a retina, passando pelo ponto nodal do olho.
Para produzir-se uma imagem do tamanho 1 20/20 6/6
mínimo, o objeto deve ter um ângulo visual 100
mínimo de um minuto (1’).
Cada detalhe (pedaço) da letra de Snellen 1,5 20/15 6/2
tem um ângulo visual de 1’. A letra completa tem 130
um ângulo visual de 5 minutos (5’) a uma
distância estabelecida, que geralmente é de 6
2 20/10 6/3
metros. 200

Se uma pessoa, não é capaz de ver a menor


letra (20/20) e vê uma letra (optotipo) com o dobro de
tamanho, esta letra formará com a retina um ângulo
de 10 minutos a 20 pés, se afastamos a 40 pés
novamente formará um ângulo de 5 minutos. Isto
corresponde a uma AV 20/40.

Quando o sistema métrico é utilizado se


costuma medir a 5 ou 6 metros. A letra que a 6
Para medir a AV se mostram os optotipos metros forma um ângulo de 5 minutos equivale a uma
em tabelas ou projetores standarizados. A pessoa AV = 6/6 (20/20), uma letra com o dobro de tamanho
deve dizer qual é a menor letra que enxerga. A formará este ângulo a 12 metros. Isto é AV = 6/12
AV normal é 5/5, que também se pode expressar (20/40).
como 20/20 ou 6/6 ou 1,0. Uma simples conta matemática permite saber que 6/6
= 1,0 ; ou que 6/12 = 0,5.
Compreendendo-se assim que a AV pode ser
Medida da Acuidade Visual
expressa em números fracionados ou em decimais.
Equivalência entre diferentes Tabelas de
Optotipos
O ângulo subentendido no olho e, portanto, a
Escalas de Acuidade Visual acuidade visual necessária pode ser calculada
matematicamente segundo a fórmula a seguir:

Sistema ÂNGULO VISUAL (MIN) =


Sistema Sistema Eficiência
Inglês
Decimal métrico (m) Visual - %
(pés) 1 / MARCAÇÃO DE SNELLEN

0,1 20/200 6/60 ÂNGULO VISUAL (MIN) = 1 / 20/40


10

0,2 20/100 6/30


20
FATORES QUE MODIFICAM A ACUIDADE VISUAL
0,25 20/80 6/24
25 Existe um certo número de fatores que afetam a
medição da acuidade visual e quando são ignorados,
seus resultados variam.
0,3 20/70 6/21
30
A AV varia de acordo com a idade, sendo que
0.4 20/50 6/15
somente ao redor dos 5 anos atinge 20/20 e em
40 seguida continua a melhorar. Este é um processo
fisiológico e não patológico.
0,5 20/40 6/12
50 Decresce pouco a pouco, a partir dos 60 anos, para
20/25, mesmo na ausência de distúrbios maculares.
Entre 80 a 90 anos, a visão diminui para 20/30 ou
0,66 20/30 6/9
66 20/40, devido a uma infinidade de distúrbios que
provocam uma perda de visão.

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1) ILUMINAÇÃO DO AMBIENTE 6) ILUMINAÇÃO E CONTRASTE

Deve-se ter em conta a iluminação ambiental De um modo geral, quanto maior a iluminação,
para que esta seja suficiente para fornecer maior a AV. Porém a iluminação exagerada chega a
condições normais de visão fotópica ou diurna ponto de degradar a visão e até mesmo pode produzir
para se ter um diâmetro pupilar de até 4mm. A lesão. portanto, um optotipo demasiadamente
iluminação ambiental influi sobre o diâmetro iluminado, torna-se difícil de ser observado do que um
pupilar e sobre a adaptação dos fotorreceptores. menos iluminado. 3

> iluminação = > AV (sem cair em


deslumbramento)

 fotópica: luz diurna, ativa cones


 mesópica = crepúsculo, intermédia
 escotópica: luz noturna, ativa
bastonetes

2) DIÂMETRO PUPILAR
Já o contraste ajuda na melhora para discriminar
MIOSE: contração pupilar que ocorre em as letras do optotipo, pois em um fundo branco
presença de luz, em que aumenta a distinguem-se melhor as letras negras que se fossem
profundidade de foco e a imagem é vista mais cinzas, pois quanto maior o contraste, menor o ângulo
nítida. de discriminação e melhor AV.

MIDRÍASE: dilatação da pupila que produzem 7) MOVIMENTOS OCULARES DURANTE A


fenômenos de difusão da luz, diminuindo a FIXAÇÃO
AV, porque induz a entrada de maior
quantidade de luz causando deslumbramento Em casos de nistagmo, em que os olhos não
caso a iluminação seja forte. têm um único ponto de fixação, a AV encontra-se
prejudicada, devido que a luz cai sobre distintos
3) DEFEITOS REFRATIVOS pontos de maneira constante.

TIPOS DE ACUIDADE VISUAL

A. SEGUNDO O OPTOTIPO

 AV MORFOSCÓPICA: baseia-se no mínimo


separável e refere-se a AV medida com
optotipos em linha, em que o paciente deve
identificar corretamente mais da metade das
letras de uma fileira, para que esta seja
considerada válida.
Quando existem ametropias a AV encontra-  AV ANGULAR: baseia-se no mínimo visível,
se geralmente diminuída e esta é a causa mais em que são utilizados optotipos com cartelas
freqüente de consultas. individuais de figuras ou caracteres. É
utilizada geralmente em casos de ambliopia
4) DISTÂNCIA ou para crianças muito pequenas e não
colaboradoras.
A distância deve estar de acordo com a
escala de AV do optotipo utilizado. Geralmente à B. SEGUNDO A VISÃO DE CADA OLHO OU AMBOS
distância para visão de longe é de 5 a 6 metros e
a distância para visão próxima é de 33cm a 40cm.  MONOCULAR: toma-se a AV em cada olho
por separado. Começando sempre pelo OD
5) ESTADO FISIOLÓGICO DO PACIENTE (olho direito) e OE (olho esquerdo ocluído) e
vice-versa.
 BINOCULAR: toma-se com ambos olhos
Se o paciente está cansado isto influi de
desocluídos, em visão de longe e visão de
maneira negativa na AV, do mesmo modo
perto, sem correção e com correção, sendo
que se houver algum tipo de inflamação ou
sempre maior que a monocular. Deve-se
infecção nos meios oculares.
levar em conta que não exista uma diferença

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Curso de Optometria 11
maior de duas linhas entre a visão de
ambos olhos, para que a avaliação da AV
em ambos os olhos seja sensata.

C. SEGUNDO A DISTÂNCIA DO OPTOTIPO

 Visão de longe: 6 metros


 Visão de perto: 33 cm a 40 cm

D. SEGUNDO A CORREÇÃO:

 S/C (sem correção óptica)


 C/C (com correção óptica)

6. OPTOTIPOS

São figuras destinadas a determinar o valor da


Acuidade Visual (AV).

A medida da AV é uma avaliação subjetiva, já que


depende em grande quantidade da resposta do
paciente e isto implica na idade, nível cultural,
entendimento, estado psicológico e problemas
neurológicos.

TIPOS DE OPTOTIPOS

 SNELLEN
 E DIRECCIONAL
 ANÉIS DE LANDOLT
 OPTOTIPOS BICROMÁTICOS
 OPTOTIPOS PARA VISÃO
SUBNORMAL
 OPTOTIPOS DE VISÃO DE PERTO

TÉCNICA PARA MEDIR A ACUIDADE VISUAL


(AV):

A. VISÃO DE LONGE:

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Curso de Optometria 12
1. Selecione o optotipo adequado para o 4. Peça ao paciente que identifique com o seu olho
paciente. direito (OD) possível ver a distância de 33cm ou
2. Coloque comodamente o paciente diante 40cm. Lembre-se que as tabelas para perto são
do optotipo à uma distância de seis metros e na desenhadas para medir a AV de perto à 33-40cm de
altura de seu olhos. distância e que esta não deve ser desrespeitada.
3. Oclua o olho esquerdo do paciente.
5. Anote o valor da AV de perto para o OD pela
4. Peça ao paciente que identifique com o
medida em metros ou pela medida de Jaegger, por
seu olho direito a letras da menor linha que lhe
exemplo, J1= 0,37m J2= 0,50m.
seja possível ver, ou que leia desde o início da
escala até onde conseguir. Detenha–se quando o 6. Oclua o OD e repita os passos 3, 4 e 5 para o OE.
paciente seja incapaz de ler algumas das letras
7. Tome a medida de ambos os olho e anote para AO
de uma linha. Anote o resultado da escala como
preferir, em pés ou decimal, para o Olho Direito a medida escolhida (metros e Jaegger);
(OD). 8. Caso o paciente não enxergue a linha J6 em um
5. Oclua o olho direito do paciente e repita o dos procedimentos, pede-se para ler o título. Se
procedimento para o olho esquerdo e anote os mesmo assim não enxergue este, pede-se para
resultados para OE e logo para ambos os olhos observar o contorno da tabela, que tem formato de
abertos e tome nota para AO. quadrado e quantas linhas enxerga.
6. Se o paciente não pode ver a maior letra Anotação: J6 - (nos casos em que o paciente
da tabela: não observe o título)
 Aproxime a pessoa a 3m e multiplica-se
por 2x o valor do denominador da escala de AV
de 6 metros, por exemplo, a letra 20/200, será ANOTAÇÃO:
uma letra 20/400 a 3 metros, porém se ainda Existem diferentes formas de registrar a A.V. para
assim não ver a 3 metros a maior letra da tabela, visão de longe, a mais utilizada é a fração de
aproxime a pessoa a 1,5 m e converta a SNELLEN, onde o numerador representa a distância
distância, multiplicando neste caso, por 4x o valor a qual está colocado o optotipo (em pés) e o
do denominador da escala de AV de 6 metros, denominador assinala a distância a qual um olho
por exemplo, a linha 20/100 da tabela feita para 6 normal pode ler, por exemplo, 20/30 significa que à
metros, se for lida a 1,5 metro terá o valor de distância do optotipo é de 20 pés (6 metros) e que a
AV 20/100 x 4 = 20/400. Se ainda não enxergar a distância que o olho pode ver nítida a imagem é à
esta distância passar para o passo 7. distância de 30 pés.
7. Conta Dedos: realize movimento com os
dedos e peça para a pessoa responder a A A.V. se registra como a fração correspondente a
quantidade de dedos que está vendo a 1 metro. menor linha que o paciente pode ler. Os erros de
Caso ainda não enxergue peça a 50cm. Registre leitura anotam-se com o sinal de menos ( - ) seguido
como CONTAGEM DE DEDOS à 50 cm. pelo numero de letras que não pode ler; as adicionais
8. PL: projeção luminosa. Caso o paciente não vê com um mais ( + ), seguido pelo número de letras que
os dedos, coloque uma luz a 50 cm. E movimente-a pode ler da linha seguinte
nos quatro pontos do campo visual (superior, Para visão de perto, o sistema de
inferior, nasal, temporal) perguntando se pode vê-la anotação mais utilizado é MÉTODO MÉTRICO ou
e que indique com o dedo a posição da luz. ANOTAÇÃO M , onde o número M indica a distância
Registre como PROJEÇÃO LUMINOSA; se for em metros à que a letra subentende 5 minutos de
defeituosa, especifique em que direção. arco. Outro, é a Tabela de JAEGER em que o
9. PPL: projeção e percepção luminosa. Neste tamanho da letra varia de 0.5mm à 19mm. Anota-se
caso o paciente percebe uma luz, porém não tem como J 1 a menor e J 20 a maior.
noção da localização luminosa, podendo apenas
distinguir à luz , registre como PERCEPÇÃO A A.V. tomada com correção vai precedida de CC e a
LUMINOSA. que se toma se correção de SC.
10. NPL: não há percepção de luz, registre como Especifique com que optotipo trabalhou.
AMAUROSE.
11. Considera-se que existe ambliopia, apresente
um optotipo em forma isolada (A.V.Angular-E INTERPRETAÇÃO:
Direcional de SNELLEN) e observe se melhora ou
não a acuidade visual. No momento da correlação de dados tenha
em conta que uma A.V. de 20/20 não descarta a
B. VISÃO DE PERTO : existência de patologia nem a presença de um defeito
1. Selecione a tabela de perto adequada para o refrativo.
paciente, podendo utilizar letras separadas, Uma das causas da diminuição da A.V. são
números ou texto; os defeitos refrativos.
2. Ilumine a tabela de perto; Se o paciente lê somente as primeiras ou
3. Oclua o olho esquerdo (OE). últimas letras de cada linha, anote como PERDA DE

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CAMPO VISUAL ( direito ou esquerdo ) e indique edema corneal – catarata – lesões que afetem a visão
a quantidade de letras lida. central – hipermetropias altas – astigmatismos
hipermetrópicos – ambliopia.
RECOMENDAÇÕES :
ANOTAÇÃO :
Para que a medida de A.V. seja confiável,
tenha em conta : Registre a A.V. obtida, precedida da sigla P.H. (Pin
Hole).
 Controle a posição da cabeça do paciente (direita
e reta). 8- DOMINÂNCIA
 Evite que o paciente realize esforços para ver
OLHO DOMINANTE: Saber qual o olho dominante é
melhor (fenda estenopêica).
útil para: os testes dissociantes.
A A.V. deve ser medida antes de realizar
qualquer teste com intensidade luminosa forte, Casos de correção final parcial, para dar à este olho a
como oftamoscopia ou retinoscopia já que melhor correção.
deslumbra e altera o valor real.
 Deve ser realizado o teste do PH (Pin • TÉCNICA OBJETIVA: Ponto próximo de
Hole) ou Orifício Estenopêico em toda a AV que convergência: o olho que mantém a fixação é o
seja igual ou maior que 20/30, levando em conta, dominante.
a importância funcional deste teste. • TÉCNICA SUBJETIVA: Furo estenopeico:
 Se o paciente usa óculos, deve-se medir pede-se ao paciente que olhe através do furo. O olho
a AV sem correção ( SC ) e logo com correção ( utilizado é o dominante.
CC ).
 Se o paciente demora em responder indica que há • MÃO DOMINANTE: Também existem várias
dificuldade e está chegando ao limite de sua A.V. maneiras de determinar qual é a mão dominante.
 Sempre esteja alerta com respeito a que o olho se Coloque-se em frente ao paciente, na linha
encontre bem ocluído ou que o paciente não mova média: peça-lhe que receba algo (caneta, oclusor
a cabeça para ver com o olho ocluído. etc). A mão com a qual recebe o objeto é a
 Nunca permita ao paciente cobrir o olho com seus dominante.
próprios dedos.
A mão dominante lhe ajuda a determinar a
7. ORIFÍCIO ESTENOPÊICO relação existente com a dominância ocular;
dominância cruzada ou dominância homônima.
GENERALIDADES:
Ao diminuir os círculos de difusão e
aumentar a profundidade do foco, melhora a G) OFTALMOSCOPIA
Acuidade Visual.
A AcuidadeVisual com o orifício estenopêico toma-
se quando a A.V. habitual em visão de longe é GENERALIDADES: É realizada com a finalidade de:
menor de 20/40 ou quando a A.V. com correção é - Observar a transparência dos meios refringentes.
menor a 20/20, logo depois de ter realizado o
exame refrativo. - Determinar a existência de patologias ou alterações
oculares e seguir sua evolução.
TÉCNICA:
- Determinar a fixação do paciente.
 Anteponha o orifício estenopêico no olho
com a A.V. diminuída, enquanto se oclui o outro. - Avaliar aproximadamente o defeito refrativo,
segundo a lente com a qual visualize o fundo do olho.
 Siga o mesmo procedimento que para a
tomada da A.V. em visão de longe.
INTERPRETAÇÃO:
PRINCÍPIO ÓPTICO
Melhora a A.V. em casos de: Miopia –
astigmatismo miópico – ceratocone – paralisia de Consiste na projeção da luz procedente do
acomodação – opacidades corneais que não oftalmoscópio no interior do olho para que mediante
afetam a área pupilar. sua reflexão no fundo o observador possa obter uma
imagem das estruturas internas.

Não melhora a A.V. em casos de: Iridocliclite –


uveíte – retinite – afecção do nervo óptico –

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h) Fenda: determina elevações ou depressões do
tapete retiniano.
9- OFTALMOSCOPIA
TIPOS DE OFTALMOSCOPIA

9.1- OFTALMOSCOPIA À DISTÂNCIA (REFLEXO


DE BRUCKNER)
É conveniente fazer uma observação a uns 30 ou 40
cm de distância dos meios intra-oculares antes de
iniciar a oftalmoscopia propriamente dita.

TÉCNICA:
O princípio da oftalmoscopia são os focos Com o fim de observar a transparência dos meios.
conjugados.
 Peça ao paciente que olhe para um ponto fixo (E
do optotipo). Com o gabinete escuro para que
MIRAS DO OFTALMOSCÓPIO DIRETO: É produza uma midríase ampla.
composto de duas rodas principais – uma para
focalizar (lentes de diferentes dioptrias) e outra  Coloque-se a 50 cm em frente ao paciente
para trocar as miras. Basicamente os (alinhado com o eixo e com o oftalmoscópio em
oftalmoscópios possuem as seguintes miras: zero dioptrias).

a) Filtro azul cobalto: utiliza-se para teste com  Observa-se um fundo vermelho claro e contínuo.
fluoresceína em adaptação de lentes de contato. Qualquer opacidade se vê como um ponto negro
e contrasta com o fundo de olho.
b) Filtro verde: detecção de pequenas  PUPILA: deve aparecer de cor vermelha mais ou
hemorragias e alterações vasculares a nível menos intensa e sem nenhuma opacidade
retiniano; elimina a coloração vermelha do fundo  MEIOS INTRAOCULARES: se existe alguma
de olho deixando perceber em contrastes as opacidade esta se veria negra sobre o fundo
alterações vasculares. Ao aumentar o contraste vermelho
entre o bordo e a escavação, nos permite medir  LOCALIZAÇÃO DAS OPACIDADES: se existe
com maior clareza sua profundidade. uma opacidade deveremos localizá-la e
determinar se é fixa ou móvel. No primeiro caso
c) Filtro Polaroide: diminui a intensidade da luz se moverá com o olho enquanto que no outro
para examinar pacientes fotofóbicos. continua movendo-se quando o olho está quieto.
Assim mesmo as opacidades móveis somente se
d) Grande abertura ou grande angular (foco localizam no vítreo ou câmara anterior.
maior): é utilizada em oftalmoscopia à distância e
permite uma visão geral do estado do fundo de
olho.
e) Retículo de fixação: é utilizado para determinar
a zona da retina com a qual o paciente fixa.
f) Pequena abertura ou pequena angular (foco
menor): permite o melhor enfoque de uma zona
específica. Diminui a MIOSE por estimular uma
zona menor da retina.
g) Média abertura ou média angular- Usada para
pupilas de tamanho normal.

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dentro do olho. Mais ou menos assim
(tratando-se de olhos emétropes)
• Córnea e filme lacrimal: lente +20 a +25
• Câmara Anterior: lente +17 a +20
• Cristalino: +10 a +12
• Humor vítreo: +6 a +8
• Retina: Neutra a -2
OBS: Estes valores valem sempre que estivermos
diante de olhos Emétropes (paciente e examinador)
O poder da lente depende do erro refrativo do
paciente e do examinador.
Logicamente dependerá da ametropia do paciente as
lentes a serem utilizadas para a observação, assim,
por exemplo, um míope de –3,00dpt precisará ser
observado através da lente de –3.00 e um afáco com
uma lente suficientemente + para compensar seu
defeito.

 Em cada uma das estruturas deve-se observar se


estão livres de qualquer anomalia.
 Caso observe alguma opacidade, peça ao
paciente que mova suavemente o olho horizontal
e verticalmente, para determinar o lugar de
colocação da opacidade, assim:
 Movimento a favor: implica dizer que a opacidade
está antes do ponto nodal (córnea, cápsula
A determinação da profundidade a que se
anterior do cristalino e/ou núcleo do cristalino).
situam as opacidades se faz por meio de seu
movimento de com respeito ao borde da pupila.  Movimento contra: implica dizer que está depois
do ponto nodal (cápsula posterior do cristalino
e/ou vítreo)
9.2- OFTALMOSCOPIA DIRETA: é utilizada para
 Ao anotar o local onde se encontra a
observar em detalhes as estruturas.
opacidade, deve-se fazer com referência a
Neste caso o fundo de olho é observado colocação dos números do relógio.
através de uma lupa, como imagem direta já que
 A inclinação de + ou – 30 graus temporalmente,
não fazem falta ajudas ópticas adicionais.
se realiza para chegar diretamente à cabeça do
nervo óptico.
 No fundo de olho deve-se levar em conta:
TÉCNICA:
 Deve realizar-se em uma sala com
iluminação diminuída
 Peça ao paciente que olhe um ponto fixo
em frente.
 Com o oftalmoscópio em sua mão direita
examine o olho direito do paciente.
 Utilizando a roda de lentes, de potencias
que vão desde +20 dpt a –35 dpt, se
estudarão estruturas como pálpebras e
córnea (+20dpt), câmara anterior
(+17dpt), íris e cara anterior do cristalino
(+15dpt), corpo vítreo (+8, +6, +4dpt), até
a retina (+2,0 a –2,0dpt). A observação
se realiza a uns 2,5 cm.
 Coloque-se a uma distância de 2,5 cm
com uma lente + 20.00 D e uma ANOTAÇÃO:
inclinação de mais ou menos 30 graus e
observe a córnea.
 À medida que reduza, em forma gradual
a potência positiva da lente, o foco de
observação se estende para traz e para

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O oftalmoscópio binocular indireto se encaixa na
testa do examinador por uma alça, possui uma
potente fonte de luz e precisa de uma lente positiva
condensadora para a observação do fundo de olho.
Esta técnica é mais complexa que a anterior, mas
possui certas vantagens:
• Visão estereoscópica
• Visualização fácil da retina periférica, de grande
importância na detecção de lesões nesta área.
• A pouca magnificação permite observar
simultaneamente uma ampla zona da retina.
Desvantagens:
É conveniente seguir uma ordem sistemática • Utilização de midriático.
na observação para não esquecer nenhuma As imagens obtidas mediante esta técnica estão
estrutura: invertidas verticalmente e trocadas lateralmente

1. PAPILA OU CABEÇA DO NERVO ÓPTICO: DIFERENÇAS ENTRE OFTALMOSCOPIA DIRETA


observaremos suas bordas que devem ser X OFTALMOSCOPIA INDIRETA
definidos, a cor do disco (amarelo suave), o
tamanho e a forma (redonda, ligeiramente Oftalmoscopia Oftalmoscopia
ovalada vertical / horizontal) escavação que INDIRETA DIRETA
não deve alcançar nunca a borda do disco, a • Com pupila • Imagem
pulsação venosa. dilatada direta
• Aumento do • Sem dilatar a
2. φ DA ESCAVAÇÃO: Analizar a proporção do
Campo pupila
diâmetro da escavação em relação ao Visual • Diminuição
diâmetro da papila. Anotação: 0,1 – 1,0. • menor do Campo
Obs.: Até 0,5 simétrico normal, além de 0,5 magnificaçã Visual
simétrioco anormal (suspeita de glaucoma) e o • Maior
diferença de 0,2 assimétrico anormal • Imagem magnificação
(suspeita de glaucoma). invertida e • Monocular
3. PROFUNDIDADE DA ESCAVAÇÃO: virtual • Sem
aumentar lente negativa desde o bordo • Binocular estereopsia
papilar até observar a lâmina crivosa. Tendo • Com
em conta a diferença entre a lente inicial e a estereopsia
final (cada 3.00 D equivale a 1 mm de
profundidade).
4. VASOS: observaremos seu recorrido desde a 10- QUERATOMETRIA OU CERATOMETRIA
papila até a periferia, sua tortuosidade, os É uma técnica clínica objetiva que se utiliza
cruzamentos artério-venosos. As veias são para medir a curvatura da superfície anterior da
de cor mais escura que as artérias e duas córnea, e conhecer o valor do astigmatismo corneal já
vezes mais grossas. (relação 2:1) que a córnea é um elemento importante na refração
5. MÁCULA: situada no lado temporal da papila ocular.
e a uns dois diâmetros papilares de distância. A informação que nos proporciona o
Observaremos o brilho foveal, sua ceratômetro é de grande ajuda, em pacientes que
uniformidade e ausência de vasos. Mude apresentam um reflexo retinoscópico pobre pela
para a mira do retículo de fixação e peça ao existência de opacidades nos meios intra-oculares ou
paciente que olhe a luz, enquanto oclui o bem por apresentar um elevado defeito refrativo.
outro olho. É avascular, cor vermelho cereja Também é de grande utilidade quando há pouca
com um reflexo central brilhante (fóvea). colaboração no exame subjetivo por parte do paciente
Repita o procedimento com o olho esquerdo, (crianças, pessoas com problemas psicológicos...) ou
colocando o oftalmoscópio na sua mão ainda em pessoas que desejam uma adaptação de
esquerda e observando também com seu lentes de contato.
olho esquerdo. Ao realizar a medida ceratométrica também
6. FUNDO DE OLHO: observaremos sua obtemos informação da estabilidade da superfície
coloração e em geral seu conteúdo, pois não corneal, como pode ser, a presença de ceratocone,
é normal ver manchas vermelhas ou brancas ou ainda de anormalidades degenerativas que afetem
no fundo de olho, senão que deve estar limpo a córnea, e também em controlar a evolução da
de qualquer alteração. Cor do fundo de olho: ceratometria radial, ceratoplastias ou outras cirurgias
vermelho pálido uniforme, com variações corneais.
normais segundo a raça, o estado refrativo e
a idade.

3) OFTALMOSCOPIA INDIRETA

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Curso de Optometria 17
GENERALIDADES: olhando através da ocular e deslocando o instrumento
para frente ou para trás.
Serve para determinar:
 Tomar a medida do primeiro meridiano principal
• A quantidade e o eixo do astigmatismo horizontal, alinhando a linha de fé das imagens
corneal. Relaciona-se de forma direta com o centrais, fazendo-as coincidir tangencialmente,
astigmatismo refrativo. sem que se sobreponham.
• Em lentes de contato, a curva base e o tipo  Memorize o valor do raio de curvatura, da
de lente a adaptar. potencia e o meridiano em que se foi determinada
• O estado corneal e controlar variações em à medida.
sua estrutura.  Girar o instrumento, 90.º aproximadamente até
• A relação entre a curvatura corneal e o localizar o outro meridiano principal vertical.
estado refrativo.  Tomar a medida do segundo meridiano principal
REQUISITO: vertical, alinhando de novo a linha de fé das miras
centrais e, seguidamente, fazê-las coincidir
Para realizar a queratometria necessita- tangencialmente.
se transparência corneal e uma superfície regular  Anotar os valores. Primeiro os valores
que permita o reflexo das miras. Também é memorizados do meridiano horizontal, seguidos
necessário certo grau de colaboração por parte dos valores que correspondem ao meridiano
do paciente. vertical.
ETIMOLOGIA (origem da palavra):  Realizar outra vez todos os passos para o OE
ocluindo o OD.
CERATOS: córnea
METRIA: medida NOTA: o ceratômetro de Javal-Schiotz está composto
por duas miras: uma é um retângulo de cor vermelha
Definição: Medida da córnea por uma linha central (linha de fé), e a outra é uma
TIPOS DE CERATOMETRIA: escada dupla de cor verde, também separada por
uma linha de fé, cada uma das escalas representa
uma dioptria de astigmatismo.
1) Ceratômetro de Javal – Schiotz

OBJETIVO

Medir os raios de curvatura e a potência dos


meridianos principais da superfície anterior da
córnea e conhecer a natureza da córnea.
MATERIAL
 Ceratômetro de Javal

MÉTODO

 Ajustar a ocular do ceratômetro ao estado


refrativo do examinador. Este passo é muito
importante para que a medida obtida seja exata,
se a ocular não estiver bem enfocada
induziremos um erro na tomada da medida.
 Pedir ao paciente que apóie o queixo e a testa em
seus respectivos suportes. Olhando através do ocular, e graças ao sistema duplo
 Ocluir o OE. que incorporam estes instrumentos para facilitar a
 Mover o suporte do queixo para cima ou para medida, podemos observar sobre a córnea uma dupla
baixo até que a altura dos olhos do paciente imagem de cada mira, duas verdes e duas vermelhas.
coincida com a marca que existe no lado Para tomar as medidas somente teremos em conta as
esquerdo do suporte do queixo. miras centrais. Foram escolhidas essas cores que são
 Indicar o paciente que olhe o ponto luminoso de complementarias para que, se as miras se
fixação que existe no interior do instrumento. superpõem. Se veja a parte superposta de cor
 Alinhar o instrumento com o olho do paciente. branca.
Este primeiro ajuste se faz olhando por fora do Quando duas miras estiverem alinhadas faz-se a
ocular, alinhando com a alavanca de controle, a leitura do aparelho.
marca e a mira do instrumento com o centro da
pupila do OD do paciente.
 Focalizar e centrar a imagem das miras
reflexadas pela superfície anterior da córnea.
Este segundo ajuste é mais preciso. Realiza-se

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2) Ceratômetro de Helmholtz

OBJETIVO

Determinar o raio de curvatura e a potencia dos


meridianos principais da face anterior da córnea e
conhecer a natureza da córnea.

MATERIAL
Verde vermelha
 Ceratômetro de Helmholtz (B&L)
MEDIDA
MIRAS
 Primeiro realiza-se a medida de um dos
meridianos principais da córnea.
Para que a medida seja perfeita deve-se girar o
suporte das miras do queratômetro com comando Alinhar até sobrepor os sinais de – e +
de medida, até conseguir um perfeito alinhamento
das miras centrais. Em seguida, ajustamos as Faz-se então a leitura do aparelho.
miras de tal forma que ambas fiquem tangenciais
entre si, sem que se superponham nem se
separem. Nesta posição tem que se memorizar a Zeiss
medida do raio e a potencia corneal que nos vem
indicada, em mm e dioptrias respectivamente.
Uma vez realizada esta primeira medida giramos
o instrumento aproximadamente 90.º em busca
do outro meridiano principal da córnea.

Ao buscar o segundo meridiano principal


pode ocorrer:

 Que as miras se mantenham unidas


MÉTODO
tangencialmente; indicam que não existe
astigmatismo corneal.
 Ajustar a ocular do ceratômetro ao estado
Exemplo 1: valor de astigmatismo da face anterior
refrativo do examinador. Este passo é muito
da córnea no OD:
importante para obter valores exatos.
O valor da potencia astigmática é a diferença que
 Pedir ao paciente que apóie o queixo e a testa
existe entre os dois meridianos. O valor do eixo
nos respectivos suportes;
do astigmatismo vem dado pelo meridiano de
 Ocluir OE
menor potencia.
 Ajustar a altura dos olhos do paciente até que
90.º -0,25dpt
estes coincidam com uma marca que existe ao
Astigmatismo corneal inverso, por ser o meridiano
lado esquerdo do suporte do queixo.
horizontal de maior potencia.
 Alinhar o nivelador visual do ceratômetro com a
abertura palpebral temporal do OD.
Exemplo 2: Valor do astigmatismo da face
 Indicar ao paciente que os dois olhos devem estar
anterior da córnea no OE:
abertos e que deve fixar na imagem do olho que
0.º -0,50dpt
se vê reflexada no centro do instrumento.
Astigmatismo corneal direto, por ser o meridiano
 Deslocar suavemente o ceratômetro
vertical de maior potencia.
horizontalmente, até que o examinador observe,
sem mirar através da ocular, a imagem da mira
Exemplo 3: A diferença que existe na potencia
ceratométrica reflexada sobre a córnea.
dos meridianos do OD é de 0,05 mm; isto implica
 Olhar através da ocular
que o valor do astigmatismo corneal é de 0,25dpt
 Mover verticalmente o instrumento até que a cruz
e o eixo do astigmatismo é a 90.º por ser este
central vista através da ocular fique no centro do
meridiano o de menor potencia.

Valor do astigmatismo corneal do OD: 90.º -


0,25 dpt

NOTA: é conveniente repetir em cada olho, um


par de vezes a medida ceratométrica.

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círculo inferior que está situado mais à direita. OE: 44,75 Dpt a 5 // 44,25 dpt a 95

Exemplo 1: valor do astigmatismo da face anterior da


córnea no OD:
O valor da potencia astigmática é a diferença que
existe entre os dois meridianos. O valor do eixo do
astigmatismo é dado pelo meridiano de menor
potencia.
100º -1,50dpt
Astigmatismo corneal inverso, por ser o meridiano
horizontal de maior potencia.

Exemplo 2: Valor do astigmatismo da cara anterior da


cara ou face anterior do OE:
95º -0,50 dpt
Astigmatismo corneal inverso, por ser o meridiano
horizontal de maior potencia.

 Focalizar a imagem reflexada, movendo o FORMAS DE ANOTAÇÃO DA QUERATOMETRIA


instrumento para frente o para trás, até que
se consiga que o círculo inferior e mais à 1) Meridiano Horizontal /Meridiano Vertical x Eixo +
direita que se vê inicialmente desdobrado Plano
seja visto uma imagem simples, de maneira 2) Meridiano + Plano/ Meridiano + Curvo x Eixo
que somente se vejam três círculos na Meridiano + Plano
imagem que se reflexa sobre a córnea. 3) Cilindro Eixo + Plano/ Meridiano + Plano
 Manter constantemente o enfoque e tomar a 4) Meridiano Horizontal x Eixo/
medida do meridiano horizontal, superpondo Meridiano Vertical x Eixo
os sinais positivos, com o comando à
esquerda. Em seguida tomar a medida do cilindro é a diferença
meridiano vertical superpondo os sinais º
44,00 90
negativos com o comando da direita. Ambos Ex.:42,00 44,00
comandos são girados alternativamente até 42,00
que as cruzes e os sinais negativos estejam 2,00
alinhados.
 Realizar outra vez todos os passos para obter
as medidas do OE. º
1) 42,00/44,00 x 0  mais usado
No caso de estar diante de um º
2) 42,00/44,00 x 90
astigmatismo oblíquo, se observará que a º
3) cil 2,00 x 0 42,00
imagem dos três círculos se está focalizada sobre º º
4) 42,00 x 0 /44,00 x 90
a córnea, mas os sinais positivos e negativos da
imagem reflexada da mira não coincidem, estão
desalinhadas. Neste caso devemos atuar: dpt.
LEIS DE JAVAL (ATÉ 2 )
primeiro girando o corpo do instrumento até
alinhar os sinais positivos e negativos, em 1) Se a queratometria é a favor da regra WR, o valor
seguida superpor os sinais positivos e negativos do cil será de 0,50 á 0,75 menor que o total esperado.
para poder obter a medida dos meridianos
principais. 2) Em astigmatismo contra a regra AR, esperamos
encontrar um astigmatismo de 0,50 à 0,75 maior que
VALORES NORMAIS a queratometria

Os valores normais da potencia ou poder da 3) Córneas esféricas –esperamos encontrar um


superfície anterior da córnea estão º
astigmatismo de 0,50 à 0,75 / 90
compreendidos entre 48,25dpt a 39,75dpt e o
valor dos raios de curvatura corneais estão
compreendidos entre 7,00 mm – 8,50 mm. ex.:
º º º
1. 44/45 x 0  -0,50 x 0 ou –0,25 x 0
Anotação dos resultados ceratométricos
Olho Meridiano Potencia Raio Meridiano Potenci Raio
(mm) a (mm)
A anotação optométrica dos valores OD 10º 44,50 7,60 100º 43.00 7,85
ceratométricos é a seguinte: OE 5º 44,75 7,55 95º 44.25 7,70
º º º
OD: 44,50 Dpt a 10º // 43,00 Dpt a 100 2. 44/45 x 90  -1,50 x 90 ou -1,75 x 90

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º
3. K 44,00/44,00  -0,50 x 90 ou -0,75 x Quadro IV – Leituras entre 45.00 e 60.00 dpts. Com
º
90 uma distorção das miras; medida quase impossível de
tomar, especialmente por apresentar LEUCOMA na
relação mais plana Hipermetropia 40/41 área pupilar.
relação mais curva Miopia 46/48
MIRAS OVALADAS : Astigmatismo Corneal Alto.
MIRAS ENTRECORTADAS : Cirurgia Refrativa ,
Corpo Estranho.
MIRAS DISTORCIDAS : Queratopatias , Patologias
Corneais.
RECOMENDAÇÕES:
• Focalize constantemente e faça o paciente
hipermetropia miopia piscar para ACLARAR as miras.
• Se o paciente for um menino suspende o
menino e coloque a sua mão embaixo de sua cabeça.
• Tenha em conta a qualidade das miras.
40 42 48

A ceratometria pode ser difícil de realizar quando


se apresentam situações como: cicatrizes
11- REFRAÇÃO COM FENDA
corneais, excesso de lágrima, ceratocones, fenda ESTENOPÊICA
palpebral estreita, etc. O objetivo da fenda estenopêica é identificar o eixo do
astigmatismo, quando não possuímos o retinoscópio.
NOTA: é conveniente sempre repetir um par de A vantagem do uso da fenda é que o paciente
vezes as medidas ceratométricas participa, facilitando assim nosso trabalho.
REQUISITO:
RESULTADOS: • A refração com fenda estenopêica, é mais
Fisiologicamente se encontra um eficaz e correta nos casos de acuidade visual
astigmatismo corneal a favor da regra de 0.50 a menor de 20/30.
0.75 dpts que é compensado por um TÉCNICA:
astigmatismo contra a regra produzido pelo
cristalino. A. Oclui-se o olho esquerdo e coloca-se a
fenda no olho direito do paciente.
Além do valor da queratometria e tenha em conta
a qualidade das miras como suas características. B. Sem lente no olho direito, somente com a
fenda, pede-se ao paciente que gire o botão da
Um dos principais resultados durante a armação de provas até achar o melhor ponto de visão
queratometria é o CERATOCONE: Degeneração (eixo). Olhando na tabela de optotipos em uma linha
corneal não inflamatória, que se caracteriza por intermediária.
um afinamento progressivo da área central e
forma uma proeminência anterior. Classifica-se C. Anote o eixo escolhido pelo paciente e
em quatro quadros. sempre preste muita atenção à linha do optotipo que
o paciente alcança observar.
Quadro I – Leituras queratométricas
normais e não aparece distorção nas miras. As D. Pega-se uma lente negativa e outra
medidas variam entre 44 e 47 dpts; e o eixo do positiva de 0.50 D e pergunta-se ao paciente com
astigmatismo é oblíquo e varia entre 1.00 e 2.00 qual delas vê melhor.
dpts. Com o oftalmoscópio se percebem sombras E. Caso o paciente escolha, por exemplo – 0.50
de aplainamento moderado em sua periferia, a D, guardamos a + 0.50 D e pegamos a lente de – 0.25
menor A.V. é 20/25. D e novamente perguntamos ao paciente com qual
Quadro II – Leituras 44.00 e 49.00. delas vê melhor. Caso o paciente escolheu a – 0.50
Aplainamento marcado para a periferia. A D, guardamos a – 0.25 D e apanhamos a – 0.75 D e
distorção das miras é moderada. O astigmatismo novamente pedimos com qual delas vê melhor; Assim
está entre 3.00 e 5.00 dpts.O Reflexo por diante até que ele reporte duas vezes ou mais sua
Oftalmoscópio é mais irregular.A menor A.V. é preferência pela mesma lente.
normal. F. o
Anotamos a dioptria e o eixo : EX: - 0.50 D x 90
Quadro III – Leituras 43.00 e 50.00 dpts com um G. Depois de definido a primeiro meridiano,
reflexo irregular das miras. Na zona central inverte-se a posição do eixo, porém desta vez é o
vertical corneal aparecem por uma ruptura da examinador que movimenta o botão da armação de
membrana de Descemet. A.V. de 20/100.

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prova. O paciente participa apenas respondendo MATERIAL
durante o exame.
 Retinoscópio
H. Então, se o melhor meridiano escolhido
o  Caixa e armação de prova ou foróptero
inicialmente pelo paciente foi 90 , o examinador
o (greens)
coloca a fenda à 180 e procede do mesmo
o  Optotipos
modo que os itens E F : EX: - 1.25 D x180
o
A 90 ele requer – 0.50 D
o
A 180 requer – 1.25 D CARACTERÍSTICAS DO RETINOSCÓPIO:
O resultado final poderá ser expresso de duas Existem dois tipos de retinoscópio, segundo o
-0,50 x 90 feixe de luz que emitem. Um em forma de ponto e
formas:
o outro em forma de fenda luminosa. Este último
a) - 0.50 – 0.75 x 90 permite observar com maior clareza o eixo do
o
b) - 1.25 + 0.75x 180 astigmatismo.

-1,25 x 180 DISTÂNCIA DE VALOR DIÓPTRICO À


TRABALHO COMPENSAR

66 cm....................................+ 1.50 D
o 50 cm....................................+ 2.00 D
Ou seja: se obedecermos ao primeiro eixo 90 ,
tomamos como esférico – 0.50. De – 0.50 até 40 cm....................................+ 2.50 D
– 1.25, a diferença é de – 0.75, que nada mais é
33 cm....................................+ 3.00 D
do que a força cilíndrica. O eixo que tomaremos é
sempre o mesmo da força esférica encontrado 25 cm....................................+ 4.00 D
inicialmente pelo paciente.
20 cm....................................+ 5.00 D
c) Somente mudaremos o eixo escolhido pelo
10 cm....................................+ 10.00 D
paciente se usarmos a lente transposta.

12- RETINOSCOPIA O sistema óptico do retinoscópio contém um espelho


que varia os focos. O espelho plano reflete os raios
Com estas provas determina-se o erro paralelos como se viessem do infinito. O espelho
refrativo ou defeito refrativo do paciente, sem que côncavo possui um ponto focal que inverte o efeito
este intervenha no resultado. Esta é a técnica dos raios refletidos, por isso o movimento das
mais importante que deve dominar um sombras se observa contrário ao espelho plano, e se
optometrista, já que, além de determinar o defeito utiliza para confirmar o ponto de neutralização.
refrativo, também obtemos informação qualitativa
do sistema visual através da observação das CARACTERÍSTICAS DO REFLEXO
características do reflexo retiniano (intensidade RETINOSCÓPICO
do reflexo, oscilações de intensidade, oscilações- TAMANHO: Nos erros refrativos altos ou médios o
do diâmetro pupilar, etc.). reflexo é menor que o diâmetro pupilar.
No ponto de neutralização a pupila fica cheia (como
GENERALIDADES: É o método objetivo para lua cheia)
investigar, diagnosticar e avaliar os erros- INTENSIDADE: Em ametropias altas o reflexo é
refrativos do olho, realizado com base no confuso e tênue.
princípio dos focos conjugados da retina do- VELOCIDADE: Em ametropias altas o deslocamento
paciente e o ponto nodal do examinador. através da pupila é lento. A medida que se aproxima
Ao iluminar o olho com a luz do retinoscópio, a o ponto de neutralização, aumenta sua velocidade.
retina se comporta como um espelho que absorve DIREÇÃO:
e reflete a luz até a pupila do paciente. Este Movimento Contra = MIOPIA
reflexo é o que observa o examinador e serve
para determinar o estado refrativo do paciente.

OBJETIVO
Determinar objetivamente o estado
refrativo em visão de longe em pacientes que
colaboram mantendo a atenção sobre um ponto
de fixação.

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 Coloque o foróptero diante do paciente com a
respectiva distância pupilar e ajuste o nível do
instrumento centrando os olhos nas aberturas.
4. coloque de forma binocular as lentes de trabalhos
de acordo com a distância de trabalho.
5. Peça ao paciente que olhe por cima de sua orelha a
letra “E” da tabela (20/200).
6. Coloque-se no eixo visual do olho direito do
paciente. Observe com seu olho direito através do
retinoscópio o reflexo retiniano. Mantendo os dois
olhos abertos (examinador). Não obstrua com sua
Movimento a Favor = HIPERMETROPIA cabeça a visão do paciente.
7. Observe o meridiano horizontal com a faixa de luz
TIPOS DE RETINOSCOPIA:
do retinoscópio na posição vertical. Faça um suave
12.1- RETINOSCOPIA ESTÁTICA movimento horizontal e observe a intensidade,
velocidade e direção da sombra. Agora coloque a
OBJETIVO: Determinar a refração objetiva para
faixa de luz do retinoscópio na posição horizontal para
visão de longe, mantendo a acomodação em
observar o meridiano vertical; e com um movimento
repouso.
vertical suave observe as características do reflexo.
REQUISITOS: Que não exista TROPIA em visão8. A direção das sombras que acompanham o reflexo,
de longe. se comparam com o movimento que se realiza com o
retinoscópio. Segundo seja este movimento adicione:
TÉCNICA:
 Lentes positivas, se o movimento da fenda luminosa
1. Distância de trabalho = escolha sua para direita gerar uma sombra que acompanhe para o
distância de trabalho de acordo com o mesmo lado, dizemos que a sombra é “a favor”. A
comprimento do seu braço ou com a distância sombra a favor do movimento \do retinoscópio ocorre
que se sinta cômodo. Mantenha-a constante no caso de hipermetropia.
durante a realização do exame, já que qualquer
Lentes negativas se o movimento da fenda luminosa
variação altera os resultados. Esta distância
do retinoscópio gerar uma sombra contrária à sua
deve-se compensar do resultado final por meio
direção, gerando uma sombra “contra”. A sombra
de:
contra do movimento do retinoscópio ocorre em caso
• A RL ou lente do retinoscópio é uma lente de miopia.
positiva, cujo valor dióptrico é igual ao inverso da
distância de trabalho em metros e este valor
toma-se como ponto de partida.

RL = 1 /DTm RL = Lente do Retinoscópio


DT = Distância de Trabalho

• Se não utiliza RL, compense a distância de


trabalho “NEGATIVA E ALGÉBRICAMENTE” da
lente com a qual neutralizou as sombras.
o
EX 1-: Neutralizou com + 4.00 - 1.00 X 0
DT = 50 cm - (+2.00)
o
Resultado Final = + 2.00 – 1.00 X 0
EX 2-: Neutralizou com - 2.00 esf.
DT = 50 cm - (+2.00)
Resultado Final = - 4.00 esf
IMPORTANTE!!!
Existem duas formas de neutralizar o movimento
2. Utilize luz ambiente reduzida no gabinete, já das sombras:
que dilata a pupila e lhe ajuda a ver melhor o  Com lentes esféricas unicamente, método
reflexo. mais fácil quando se inicia a aprendizagem da
3. Caso utilize o foróptero ou greens: retinoscopia e muito utilizada quando se trabalha com
 Ajuste a cadeira de tal forma que os olhos do réguas de esquiascopia ou em casos de
paciente estejam na mesma altura dos seus astigmatismos irregulares.
olhos.  Combinando lentes esféricas e plano –
cilíndricas, método mais utilizado atualmente.

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1) NEUTRALIZANDO COM LENTES zona neutra, desde o último contra até o primeiro a
ESFÉRICAS favor. O aparecimento de sombras irregulares e a
velocidade são tão rápidos que as sombras tornam-se
quase imperceptíveis a medida que se aproxima da
1. Com a fenda luminosa do retinoscópio vertical, zona neutra, que pode dificultar a determinação exata
ilumine o olho e observe o reflexo dentro da do ponto neutro.
o
pupila. Inicie realizando movimentos para direita e 2. Agora gire a banda do retinoscópio em 90 :
esquerda e observe se existe algum outro - Se todos os meridianos se neutralizam de
movimento mais escuro, como uma sombra, que forma similar e o movimento das sombras é igual ao
acompanha ou está contrário ao movimento da meridiano anterior, não há astigmatismo = defeito
fenda. Caso o movimento da sombra acompanhe esférico.
o reflexo luminoso, estamos diante de uma - Se existe um movimento contra: adicione cilindro
hipermetropia e iniciamos colocando lentes negativo com o eixo no meridiano horizontal, até
esféricas positivas de +0,25D em +0,25 D até obter o ponto neutro ou o último movimento
neutralizar esta sombra, ou seja, até que contra = astigmatismo a favor da regra.
preencha somente com o reflexo da fenda - Se existe um movimento a favor no meridiano
luminosa do retinoscópio. vertical, indica a existência de um astigmatismo
o
2. Gire a faixa 90 posicionando neste caso a contra a regra e deve-se neutralizar primeiro este
fenda a 0° e realize o mesmo procedimento meridiano: adicione lentes positivas até
que o item anterior, se necessário neutralizar e volte ao meridiano horizontal onde
sobreponha lentes até neutralizar este encontrará um movimento contra. Neutralize com
meridiano. cilindro negativo com eixo vertical.
3. O primeiro meridiano encontrado é utilizado - Se não coincide o eixo da banda do retinoscópio
como esférico. com o eixo do astigmatismo, perdendo o reflexo,
4. A neutralização do segundo meridiano é o nitidez e ademais se observa ruptura no
valor do cilindro. alinhamento do reflexo da pupila e a banda
5. O eixo será sempre do primeiro meridiano externa, você está diante de um astigmatismo
neutralizado. irregular. Mova a banda até que recupere sua
6. Tome a acuidade visual com o resultado final continuidade e adicione cilindro negativo com o
monocular e binocularmente; registre os eixo paralelo da banda.
dados. 3. Ao registrar os dados obtidos não esqueça de
compensar a distância de trabalho.
O valor final será o valor total da
4. Repita o procedimento para o olho esquerdo.
ametropia, sendo que vale salientar que
5. Tome a AV com o resultado obtido monocular
este não será o valor prescrito para o uso
e binocularmente. Registre os dados.
de óculos, mas o valor total que deverá
ser afinado nos passos seguintes.
12.2-RETINOSCOPIA DINÂMICA:
A. Cuidado para não confundir e somar o
Existem 6 tipos de retinoscopia dinâmica, porém a mais
valor da lente de trabalho com o valor final da
utilizada e difundida é a técnica dinâmica de Merchan e
ametropia. Por exemplo a sua distancia de
a que será estudada no item a seguir.
trabalho é 50cm, portanto você usará +2,00 em
ambos olhos de acordo com a tabela, e você OBJETIVO: Determinar a refração objetiva para visão
neutraliza ambos meridianos com +0,50. Então o de longe mantendo a acomodação ativa, fixando à uma
valor final da sua retinoscopia será +0,50, uma distância próxima.
hipermetropia simples. Trate de esquecer a
CARACTERÍSTICAS:
influência das lentes de trabalho na retinoscopia,
porém nunca esqueça de colocá-las para ter Êxito  MONOCULAR;
na sua retinoscopia.
 COM A ACOMODAÇÃO ATIVA;
B. Não esqueça de trabalhar sempre com o
espelho plano no seu retinoscópio, se tiver  PACIENTE FIXANDO A LUZ DO
dúvida, olhe para a largura da fenda e escolha a RETINOSCÓPIO OU A FIGURA IMANTADA NA
fenda de maior largura, esta é dada CABEÇA DO RETINO;
movimentando a luva situada abaixo da cabeça  REALIZADA A 40 cm DO PACIENTE;
do retinoscópio.
 DESCONTAR DO VALOR FINAL (-1,25 esf),
2) NEUTRALIZAÇÃO COM LENTES ESTE É O LAG DA ACOMODAÇÃO DE ACORDO
ESFÉRICAS E PLANO – CILÍNDRICAS COM A TABELA;
 É UMA RETINOSCOPIA REALIZADA EM
1. Diminua a lente positiva até que o CASOS ESPECIAIS, DE CRIANÇAS NÃO
movimento desapareça ou se inverta. Quase COLABORADORAS, ESTRABISMO E PROBLEMAS
sempre não há um ponto definido, mas sim uma ACOMODATIVOS.

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................................................................................
...........................
REQUISITO: O paciente não pode ser afácico.
TÉCNICA: 3. Quando encontramos em fenda –0.50 x 90° e
–1.25x 0°. Que lentes serão colocadas na
Retinoscopia Dinâmica Monocular de Merchan
armação de prova para fazer o afinamento?
1. Coloque-se à 40 cm do paciente. R.............................................................................
2. Oclua o olho esquerdo e peça ao ................................................................................
paciente que olhe as figuras do retinoscópio. ................................................................................
3. Observe o movimento da sombra e inicie .............
a neutralização em passos de 0.25 ou de 0.50.
4. O valor para visão de longe se compensa de 4. Um paciente relata na anamnese aumento
acordo com a idade e segundo a tabela a seguir: desordenado do diabetes, qual a sua atitude?
R.............................................................................
................................................................................
IDADE COMPENSAÇÃO ................................................................................
Menos de 40 1.25 ..............

40 – 44 1.50 5. Descreva como é teste subjetivo?


45 – 48 1.75 R.............................................................................
................................................................................
49 – 52 2.00 ................................................................................
..............
53 – 56 2.25
57 – 60 2.50 6. Quando devemos fazer a AV à 33cm?
R.............................................................................
61 – 64 2.75 ................................................................................
Mais de 64 3.00 ................................................................................
..............

5. Repita o procedimento para o olho esquerdo. 7. Um paciente tem o olho esquerdo dominante,
6.Geralmente esta técnica se desenvolve ao pegar um objeto usou a mão direita, que
logo depois de ter obtido o dado refrativo nome damos a essa dominância?
mediante a retinoscopia estática, no que permite R.............................................................................
uma análise objetiva sobre o estado da ...............................................
acomodação do paciente. A retinoscopia
dinâmica é de 0.50 a 0.75 dpts mais positiva que 8. Na retinoscopia estática trabalhamos à uma
a retinoscopia estática. Se a diferença é maior ou distância de 50 cm ou 66cm de distância do
menor, indicará problemas na acomodação. paciente. Qual a lente de aproximação usada
para uma distância de 66cm?
R.............................................................................
................................................................................
................................................................................
..............

9. Quais os casos em que o uso do furo


estenopeico não melhora a acuidade visual
RESOLVA AS SITUAÇÕES do paciente? Quais os casos em que
melhora? Quando utilizo este recurso?
PROBLEMAS R.............................................................................
................................................................................
1. Na oftalmoscopia, quais as principais ................................................................................
estruturas que devem ser analisadas com ..............
detalhe?
R.......................................................................
......................................................................... 10. Relacione a segunda coluna com a primeira.
.........................................................................
.................................. a. Retinoscopia Dinâmica ( )Emetropia
b. Retinoscopia Estática ( )Miopia
2. Qual é o objetivo da Queratometria? c. Movimento de faixa à favor ( )Hipermetropia
R....................................................................... d. Pupila cheia ( )Xno em repouso
......................................................................... e. Movimento de faixa contra ( )Xno ativo

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Curso de Optometria 26

CAPÍTULO II

COMPETÊNCIAS:
- Analisar exame externo,
- Analisar exame do segmento anterior,
- Analisar Reflexos pupilares,
- Analisar Teste de Hirschberg,
- Analisar Kappa,
- Analisar PPC,
- Analisar Ducções,
- Analisar Verções,
- Analisar Cover test.

HABILIDADES:
- Observar alterações do segmento anterior,
- Realizar testes de reflexos pupilares,
- Realizar teste de Hirschberg, Kappa,
- Realizar Ducções e Verções,
- Realizar Cover test.

MATERIAIS NECESSÁRIOS:
- Lanterna ou transiluminador
- Oclusor
- Oftalmoscópio,
- Lâmpada de Burton,
- Lâmpada de Fenda,

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• Anotar o nome da estrutura avaliada e como
se apresenta, por exemplo:
13. EXAME EXTERNO Córnea: normal, transparente (quando todos os meios
avaliados não apresentem anormalidades).
GENERALIDADES: • Nome da estrutura avaliada: presença ou
A observação geral do paciente deve-se fazer ausência de.....
desde o momento em que entra no gabinete e Identificar a posição nasal, temporal, superior,
durante todo o exame. inferior
Deve-se estar atento ao que faça ou diga;
qualquer informação verbal ou não verbal pode
ajudar a conhecer o paciente e suas EM CADA ESTRUTURA DEVEM-SE LEVAR EM
necessidades visuais. CONTA ASPECTOS DIFERENTES:

Não esqueça de ter em conta: aspecto geral,


posição de cabeça, comportamento, • GLOBO OCULAR: Observe sua posição dentro
apresentação pessoal, mobilidade, linguagem, da órbita, tamanho em relação ao outro olho,
higiene etc. distância entre o bordo palpebral e o ápice
O exame externo compreende: corneal.
- Olho Dominante  SOBRANCELHAS: Nelas observa-se sua
espessura, textura, cor, posição e aspecto.
- Mão Dominante Também se deve ter em conta o aspecto da pele.
 CÍLIOS: Observe além das características
1. EXAME DO SEGMENTO ANTERIOR mencionadas em sobrancelhas, a direção para
onde estão dirigidos.
 PÁLPEBRAS: Observe espessura, textura, o
1.1 GENERALIDADES: estado de seus bordos, a facilidade de abrir e
A exploraçãofísica do segmento anterior nos fechar os olhos, a amplitude de abertura
ajuda a determinar a existência de alguma palpebral, a qualidade da piscada e a presença
patologia em qualquer das estruturas oculares de secreções.
externas ou de seus anexos.  SACO LACRIMAL: Verifique se há inflamação. Ao
É uma técnica que permite a observação dos fazer-se pressão sobre ele com a gema do dedo
tecidos oculares das estruturas oculares externas indicador, provoca saída de secreção pelos
e com ajuda de lentes acessórias podem-se pontos lacrimais, com isso verificamos a
observar estruturas internas do olho, como retina permeabilidade dos pontos lacrimais.
e ângulo camerular.  CONJUNTIVA: Na conjuntiva bulbar, observe se
Pode-se realizar uma biomicroscopia profunda há edema ou congestão. Na pálpebra inferior
com uma lâmpada de fenda ou então uma observe ainda se existem papilas, folículos ou
simplificada com uma lanterna e uma lupa. algum sinal de inflamação ou infecção.

1.2 OBJETIVO: Avaliar o segmento anterior e os  CÓRNEA: Deve-se ter em conta o brilho, o
anexos do globo ocular. tamanho, a estrutura, lisura e transparência.

1.3 TÉCNICA: A realização do exame  ESCLERÓTICA: Observe sua cor e


compreende: vascularização.

– INSPEÇÃO: Se realiza com boa iluminação  CÂMARA ANTERIOR: Observa-se a


ambiente e com boa iluminação local (lanterna ou profundidade, assim como a transparência do
transiluminador) humor aquoso.

Exploram-se as superfícies expostas buscando  ÍRIS: Determine sua cor, lisura, espessura, se o
anormalidades em sua integridade. desenho de sua superfície está bem definido ou
está borrado. Se mantém imóvel ou treme. Se
– PALPAÇÃO: Mediante uma suave pressão ao existem aderências na córnea ou ao cristalino.
redor do globo ocular podemos encontrar Compare a coloração da íris dos dois olhos.
manifestações objetivas e subjetivas de grande
diagnóstico.  CRISTALINO: As imagens de Purkinje-Sanson na
inspeção do cristalino são de grande ajuda.
- Peça ao paciente que olhe para cima.
ANOTAÇÃO
- Com um foco luminoso ilumine diretamente o olho
a examinar.

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- Observamos a presença de 4 imagens do estrutura apresente como: hiperemia, caspas nas
foco luminoso: bordas palpebrais, corpo estranho, etc...
 A primeira é corneal e corresponde a face
anterior da córnea; observa-se direita,
2. BIOMISCROCOPIA OCULAR
brilhante e próxima.
 A segunda corresponde à face posterior da É uma técnica que permite a observação dos
córnea e dependendo da posição da luz não tecidos oculares das estruturas oculares externas e
é possível ser visualizada devido ao intenso com ajuda de lentes acessórias pode-se observar
reflexo da primeira imagem estruturas internas do olho, como retina e ângulo
camerular.
 A terceira imagem é a da face anterior do
cristalino; é direita, virtual e maior que a
primeira.
 A quarta corresponde à face posterior do
cristalino; é invertida, real e menor .
- Estas imagens lhe ajudam a observar a
presença, transparência e colocação do
cristalino, dependendo das imagens que
observe.

Pode-se realizar uma biomicroscopia profunda


com uma lâmpada de fenda ou então uma
simplificada com uma lanterna e uma lupa.
OBJETIVO: avaliar o segmento anterior e os
anexos do globo ocular

OB
S: Em afácicos não há os reflexos do cristalino,
somente o da córnea.
 PUPILA: Nela observe o tamanho em relação 2.1 LAMPADA DE FENDA OU
à outra, posição, forma e reflexos (fotomotor, BIOMICROSCOPIO
consensual e acomodativo). O objetivo da
observação dos reflexos pupilares é examinar
o estado das vias ópticas.
ANOTAÇÃO:
Na avaliação do segmento externo é
importante conhecer a anatomia e fisiologia das
estruturas e sua apresentação normal, para que
possa avaliar e distinguir quando,obervada uma
alteração ou anormalidade da estrutura.
• Anote ao lado do nome de cada estrutura: NDN
(nada digno de nota )para aquelas que se
apresentem normais. Composta por três sistemas:
• Caso a estrutura esteja anormal: anote EM TAL
ESTRUTURA a característica da  Sistema de iluminação;
anormalidade. Descreva os sinais que a  Sistema do microscópio;

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 Sistema de focalização

SISTEMA DE ILUMINAÇÃO

 Pode ser inclinada para observar ao mesmo


tempo a periferia retiniana e a cavidade

Está composto por: TIPOS DE ILUMINAÇÃO


A. Lâmpada;
B. Diafragmas: modificam a largura e o 2.1 ILUMINAÇÃO DIRETA DIFUSA
comprimento da fenda luminosa; 2.2 ILUMINAÇÃO DIRETA FOCAL
C. Filtros: de calor, de luz, azul-verde e 2.2.1 PARALELEPÍPEDO DE VOGT
cobalto 2.2.2 CORTE ÓPTICO
D. Rotação da fenda; 2.2.3 FEIXE CÔNICO O PINCEL LUMINOSO
E. Inclinação do sistema de iluminação; 2.3 . ILUMINAÇÃO INDIRETA
F. Espelhos; 2.4 RETROILUMINAÇÃO
G. Parafuso para controle da largura da 2.4.1 DIRETA
fenda luminosa; 2.4.2 INDIRETA
2.4.3 REFLEXÃO ESPECULAR
2.5 DISPERSÃO ESCLERAL
SISTEMA DO MICROSCOPIO 2.6 ILUMINAÇÃO EM OSCILAÇÃO

 Oculares 2.7 ILUMINAÇÃO TANGENCIAL


 Sistema de Porro: composto por dois 2.8 ILUMINAÇÃO FILTRADA
prismas de reflexão que revertem a 2.9 ILUMINAÇÃO VAN HERICK
imagem e diminuem a distância entre as
oculares e objetivas A)ILUMINAÇÃO DIRETA: é aquela em que a
 Objetivas: são lentes aumentadoras focalização do objeto e da luz encontram-se num
mesmo plano.
SISTEMA DE FOCALIZAÇÃO

A. Joystick;
B. Base;
C. Parafuso de travamento da base;
D. Cremalheira;

ACESSÓRIOS

 Serve para observar a porção periférica


do fundo de olho e do vítreo.

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Curso de Optometria 30
2.1 ILUMINAÇÃO DIRETA DIFUSA: utiliza-  Ângulo entre o sistema de iluminação e o
se um feixe de luz cilíndrico com a biomicroscópio de 45º a 60º;
finalidade do estudo geral das estruturas  Largura da fenda: mínima, reduzindo o
oculares; paralelepípedo ao mínimo até aparecer um corte da
córnea;
 Altura da fenda: máxima;
MÉTODO:  Intensidade: média para máxima;
 Microscópio em frente ao olho; TÉCNICA:
 Magnificação e intensidade baixas;
 Braço de iluminação pode variar de 45º a  A luz deve dirigir-se sempre pelo lado
60º temporal, independente do olho observado;
 Forma da fenda:  Realizar um “ varrido” por toda a córnea;

Estruturas a observar:
 Distorções das camadas corneais;
 Filme lacrimal;

14- REFLEXOS PUPILARES


DIVIDEM-SE EM TRÊS TIPOS:
USO:
 Sobrancelhas, pálpebras, cílios,  REFLEXO FOTOMOTOR
carúncula, córnea, esclera, íris, pupila, Investiga a via pupilar aferente e
conjuntiva. eferente, através da contração da pupila, se
está presente ou ausente o reflexo chamado
.2.2 ILUMINAÇÃO DIRETA FOCAL: Corte MIOSE.
óptico ou secção óptica Este reflexo é conhecido também
como direto ou ipsilateral, devido que deve-se
incidir uma luz diretamente sobre a pupila OD
e observar a contração da pupila (miose)
deste mesmo olho, depois realizamos no OE
e observa-se a resposta de miose do OE à
luz.

ANOTAÇÃO:
• Quando o reflexo fotomotor estiver
presente (miose) anotar para o OD e
Características: OE PIRRLA: pupilas iguais redondas
Apresenta-se como duas linhas densas e reagem à luz e acomodação.
separadas representadas por:  REFLEXO CONSENSUAL(Binocular)
 LPA: linha do perfil anterior do corte óptico; Conhecido também como reflexo indireto ou
 LPP: linha do perfil posterior do corte óptico; contralateral.
É quando ilumina-se o OD e observa-se a
resposta da contração pupilar (miose) do OE e
vice-versa.
ANOTAÇÃO: para o reflexo consensual
anota-se para cada olho a silga PIRRLA

 REFLEXO DE PERTO OU ACOMODATIVO


Conhecido também por acomodativo

Objetivo:
 Estudo das depressões, das saliências e da GENERALIDADES: quando o olho fixa para perto,
focalização da estrutura, no sentido ocorrem três atos sinérgicos:
anteroposterior das lesões oculares;
 Acomodação
MÉTODO:  Convergência
Sistema de observação:
 Miose
 Microscópio posicionado de frente;
 Magnificação: 10 a 16x Quando acomoda, deve contrair a pupila ao olhar
para perto e quando olhar para longe a pupila
Sistema de iluminação: deverá dilatar.

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Curso de Optometria 31
Longe  relaxa a pupila. SEU ESTUDO COMPREENDE O DIAGNÓSTICO:
Perto  contrai a pupila.
1. TESTE DE HIRSCHBERG
Se a condução é normal em ambos os 2. ÂNGULO KAPPA
olhos, se apresentará miose pupilar quando a luz 3. PONTO PRÓXIMO DE CONVERGÊNCIA
passa de um olho para o outro. 4. DUCÇÕES
5. VERSÕES
Se a condução está alterada em um dos
6. COVER – TESTE
olhos, ao passar do olho intacto ao olho alterado
se observará uma midríase paradóxica neste
último, quer dizer, uma falha no reflexo do olho ASSIM COMO AS TÉCNICAS MAIS UTILIZADAS DE
MEDIÇÃO DO ESTADO MOTOR.
lesionado. Esta condição é conhecida como
DEFEITO
• PRISMA COVER – TESTE
PUPILA
PATOLOGIA CARACTERÍSTICAS • PRISMAS DE RISLEY
Diferença no tamanho das
ANISOCORIA pupilas produzido por • PLACA DE MADDOX + PRISMAS
alterações nas vias nervosas 1. TESTE DE HIRSCHBERG
Posição anormal ou excêntrica GENERALIDADES: É realizado com o objetivo de
CORECTOPIA da pupila determinar a posição relativa dos eixos visuais. Faz-
se a comparação dos eixos visuais com a posição
Irregularidade do anel pupilar a
do reflexo corneal (1 Imagem de Purkinje).
produzido por sinéquias as TÉCNICA E INTERPRETAÇÃO
DISCORIA estruturas vizinhas ou por 1) Realiza-se esta técnica de forma binocular;
ruptura traumática da raiz da 2) Com uma lanterna a 40 cm, na altura dos
íris ou do esfíncter pupilar. olhos, ilumina-se com a lanterna o arco interciliar do
paciente.
3) Peça ao paciente que observe a luz.
AFERENTE ou PUPILA DE MARCUS GUNN.
4) Observe a posição do reflexo na córnea.
Nota: Observe a reação pupilar inicial, já que se Pode encontrar:
apresenta um efeito de jogo pupilar (pequenas
contrações e dilatações) conhecido como HIPUS a) Igualmente centrados nas pupilas = Hirschberg
FISIOLÓGICO. centrado.

ANOTAÇÃO: anota-se também a sigla PIRRLA. b) Igualmente descentrado em ambas (para fora ou
para dentro). O reflexo igualmente descentrado em
Em nosso caso anotaremos PRESENTE OU ambos os olhos, seja temporal ou nasalmente, não há
AUSENTE nos reflexos pupilares desvio manifesto, portanto pode ser Hirschberg
monocularmente e ao resultado binocular centrado ou centrado.
PIRRLA.
Se o reflexo não está centrado em um dos olhos
EXEMPLO
 Se o reflexo encontra-se temporalmente temos
FOTOMOTOR OD: OE:
um Hirschberg descentrado temporal que resulta
PRESENTE PRESENTE em uma ENDOTROPIA.
CONSENSUAL OD: OE:  Se o reflexo encontra-se nasalmente temos um
PRESENTE PRESENTE AO
Hirschberg descentrado nasal que resulta em
PIRRLA uma EXOTROPIA.
ACOMODATIVO OD: OE:
PRESENTE PRESENTE  Se o reflexo encontra-se descentrado inferior
ou superior, temos um Hirschberg descentrado
DE ANOTAÇÃO DOS REFLEXOS PUPILARES:
superior ou inferior que resulta em um desvio
VERTICAL.
Segundo o grau de desvio podemos dar um valor
15- EXAME DE MOTILIDADE OCULAR aproximado do mesmo:
 Se o reflexo encontra-se no meio da pupila, o
A MOTILIDADE OCULAR É OUTRO Hirschberg é 0°.
COMPONENTE DA ATIVIDADE VISUAL.

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Curso de Optometria 32
 Se o reflexo encontra-se dentro da pupila,
porém descentralizado, o desvio representa
GENERALIDADES: É o ângulo formado pelo eixo
7°.
visual e o eixo pupilar. Determina a posição do
o
 Se o reflexo está sobre o bordo pupilar (15 ) globo ocular baseando-se no reflexo corneal, com
respeito ao eixo pupilar.
 Se o reflexo está entre o bordo pupilar e o
limbo (sobre a íris), o desvio é de Esta técnica é monocular e resulta em uma
o
30 . avaliação da fixação central ou excêntrica.
 Se o reflexo está no limbo (esclera) o desvio TÉCNICA:
o
é de 45
1 – Coloque uma luz aproximadamente a 40 cm,
RECOMENDAÇÕES: A prova deve ser realizada dirigida à ponte nasal.
com correção (CC) e sem correção (SC), para
2 – Oclua o olho esquerdo.
descartar a presença de estrabismos
acomodativos. 3 – Desloque a luz de forma que fique em frente ao
olho.
OBS: controle a atenção do cliente.
4 – Observe a posição do reflexo corneal
ANOTAÇÃO DO TESTE DE HIRSCHBERG:
monocular.
EXEMPLO 1:
5 – Repita o procedimento para o olho esquerdo.
6 – Registre o resultado:
 KAPPA + = o reflexo está nasal em relação
ao centro da pupila e pode ser fisiológico ATÉ 5º
POSITIVO (DESVIADO PARA O LADO NASAL)
quando não ultrapasse 7° tendo a fixação central,
OD OE porém quando maior que este valor indica uma
EXOTROPIA com fixação excêntrica.
 KAPPA - = o reflexo está temporal em
ANOTA-SE: HIRSCHBERG DESCENTRADO
relação ao centro da pupila e representa uma fixação
TEMPORAL 30º OE ETE 60∆
excêntrica em que o olho apresenta uma
ENDOTROPIA.

 KAPPA 0 ou neutro = o reflexo corneal


coincide com o centro da pupila e a fixação é central.

INTERPRETAÇÃO: Se o reflexo monocular


conserva a mesma posição que o binocular não
existe desvio.

3- PONTO PRÓXIMO DE CONVERGÊNCIA (PPC)


GENERALIDADES: O ponto próximo de convergência
(PPC) é a máxima capacidade que os olhos
possuem de convergir, mantendo a fusão.
É o ponto mais próximo onde um objeto pode ser
visto nítido usando o máximo a convergência.

EXEMPLO 2: TÉCNICA:
1 – Coloque uma régua apoiada no ângulo externo de
um dos olhos do paciente.
2 – Com um objeto ou lanterna colocado a 70 cm na
posição de mirada para estimular ao máximo a
acomodação.
OD OE 3 – Se nesta distância o paciente reporta ver duplo,
afaste a lanterna até que veja simples, ou então anote
ANOTA-SE: HIRSCHBERG CENTRADO diplopia a 70cm.
2- ÂNGULO KAPPA

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Curso de Optometria 33
4 – Aproxime a luz dos olhos do paciente e peça 3 – Observe o reflexo corneal e afaste lentamente até
ao paciente que siga a luz e lhe avise o momento o momento em que se centre o reflexo em ambos os
em que vê duas imagens. olhos.
5 – Deslize lentamente a luz e registre o 4 – Registre o dado como PONTO PRÓXIMO DE
momento em que o paciente vê duplo. Ao mesmo COINCIDÊNCIA.
tempo você deve observar se coincide com o
momento em que rompe a fusão e o olho não
dominante relaxa sua convergência e dirige-se RECOMENDAÇÕES:
para fora.
 O ponto próximo de coincidência deve ser
TIPOS DE PPC: realizado com correção e sem correção.
 Registre DIPLOPIA quando o paciente reporta ver
 PPC COM OBJETO REAL: pode ser com
duplo a todas as distâncias.
uma figura ou a ponta da caneta e avalia a
 Registre SUPRESSÃO quando o paciente não
convergência acomodativa.
reporta ver duplo mas pode-se observar o reflexo
 PPC COM LUZ: com luz de uma lanterna corneal descentrado.
pequena avalia-se a convergência fusional.
 PPC COM LUZ E FILTRO VERMELHO: o 5. DUCÇÕES
filtro é colocado no olho dominante e a luz
incidida deve ser observada de uma só cor
misturada. Aproxima-se a luz até o momento em GENERALIDADES: Ducções é o estudo dos
que o paciente observe duas luzes (uma branca e movimentos que se realiza de forma monocular com a
outra vermelha), neste momento medir com a finalidade de estabelecer a presença de paralisia ou
régua. Este PPC avalia as reservas fusionais diferença nos músculos extraoculares.
através da convergência fusional. a
Realiza-se tendo em conta o reflexo corneal (1
6 – Registre este dado. Com figura ou lanterna, imagem de Purkinje).
dependendo da idade, a fusão deve ocorrer:
TÉCNICA:
 Em crianças a fusão deve manter-se até
1 – Paciente com a cabeça vertical e totalmente
8 cm de distância.
imóvel.
 Em jovens a fusão deve manter-se até
10 cm de distância. 2 – Oclua o olho esquerdo.
 Em adultos a fusão deve manter-se até
12 cm de distância. 3 – Coloque uma luz aproximadamente a 40 cm na
7 – Se o teste for realizado com luz deve ser + ou frente do olho direito do paciente e explique-lhe: deve
– 2 cm mais distante que a medida tomada com seguir a luz unicamente com o olho, sem mover a
figura. cabeça.

8- Repita o procedimento com luz e filtro 3 – Mova a luz nas diferentes posições de mirada,
vermelho no olho dominante para avaliar o reflexo voltando após cada movimento a posição primária
de convergência fusional, que deve ser + ou – 2 de mirada, direto em frente.
cm mais distante que o PPC tomado com luz. O
valor nominal médio é de 10 a 12 cm.
* Para fora = ABDUÇÃO
* Para dentro = ADUÇÃO
NOTA: Quando o valor médio do PPC é maior
aos indicados acima, diz-se que o paciente possui * Para cima = SUPRADUÇÃO
um poder de convergência inadequado para * Para baixo = INFRADUÇÃO
manter a fixação prolongada.
A sintomatologia depende dos requerimentos
visuais e da idade. POSIÇÕES SECUNDÁRIAS DE MIRADA
PARA CIMA E PARA = DEXTRO
FORA SUPRAVERSÃO PARA
4- PONTO PRÓXIMO DE COINCIDÊNCIA OD
E LEVO SUPRADUÇÃO
PARA O OE
Realiza-se em casos de ENDOTROPIA, para PARA CIMA E PARA = LEVO SUPRADUÇÃO
avaliar se existe visão binocular. DENTRO PARA O OD E
1 – Coloque a luz a + ou – 5 cm da ponte nasal DEXTRO SUPRADUÇÃO
do paciente. PARA O OE

2 – Peça ao paciente que siga a luz. PARA BAIXO E = DEXTRO

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Curso de Optometria 34
PARA FORA INFRADUCÇÃO PARA O onde existe visão binocular. Realiza-se tendo em
OD E conta o reflexo corneal (imagem de Purkinje).
LEVO INFRADUCÇÃO
TÉCNICA:
PARA O OE
1 – Paciente com a cabeça totalmente vertical e
PARA BAIXO E = LEVO INFRADUCÇÃO
imóvel.
PARA DENTRO PARA O OD E
DEXTRO 2 – Coloque uma luz a aproximadamente 40 cm, na
INFRADUCÇÃO PARA altura dos olhos e iluminando o arco interciliar do
O OE paciente.
NOTA: As posições de mirada, INFRADUCÇÃO E 3 – Mova a luz nas diferentes posições diagnósticas
SUPRADUCÇÃO não tem um grande valor
de mirada, voltando sempre entre cada uma delas à
diagnóstico já que nelas atuam os dois
posição primária direto em frente.
elevadores ou os dois depressores.
Observe que o reflexo corneal permaneça
Observe que o reflexo corneal esteja centrado em centrado em ambos os olhos. Se em alguma posição
todas as posições e avalie: diagnóstica este reflexo se descentra, analise qual
 A excursão do olho. dos músculos está falhando.
 A facilidade ou dificuldade para mover-se.
NOTA: As posições de SUPRAVERSÃO e
 No movimento de ABDUÇÃO o bordo
INFRAVERSÃO, são de pouco valor diagnóstico, já
temporal do limbo deve chegar ao ângulo
que atuam os quatro músculos indiscriminadamente,
palpebral externo. elevadores e depressores.
 Em movimento de ADUÇÃO seu bordo nasal
deve rebaixar o ponto lacrimal em + ou – 1/3 POSIÇÕES DIAGNÓSTICAS DOS MÚSCULOS
do diâmetro da íris. EXTRAOCULARES
NOTA: O músculo que realiza a ação principal
ANOTAÇÃO: Anota-se que um movimento é encontra-se na parte superior do quadro (AGONISTA)
diferente, quando o reflexo se descentra em
DESTRO SUPRA SUPRA LEVO SUPRA
relação à pupila. Neste caso registra-se como D VERSÃO VERSÃO VERSÃO E
PARALISIA do músculo correspondente.
I RETO SUPRA D ↔ RETO SUPERIOR E S
Quando existe PARALISIA, a excursão do olho OBLÍQUO INFERIOR
em determinada posição não passa da linha R OBLIQUO INFERIOR E ELEVADORES D Q
média. POSIÇÃO
E DESTRO VERSÃO PRIMÁRIA LEVO VERSÃO U
 Para estar seguro dos resultados repita várias
I RETO LATERAL D DE RETO LATERAL E E
vezes o procedimento.
T RETO MEDIAL E MIRADA RETO MEDIAL D R
 Registre os resultados. DESTRO INFRA LEVO INFRA
O VERSÃO INFRA VERSÃO VERSÃO D
 Repita o procedimento para o olho esquerdo.
RETO INFERIOR D ↔ RETO INFERIOR E O
OBLÍQUO
OBLIQUO SUPERIOR E DEPRESSORES SUPERIOR D
RECOMENDAÇÕES:
 Quando se tratar de criança, mantenha sua
e o que realiza a mesma ação no outro
cabeça com a mão esquerda, enquanto
(ANTAGONISTA), se encontra na parte inferior do
segura a lanterna com a mão direita e peça à
quadro.
criança que oclua o próprio olho esquerdo
enquanto examina o olho direito. 4 – Na dúvida da HIPER ou da HIPO função, de
 Comprove constantemente que o paciente algum músculo, realize um cover não alternante.
fixe a luz, realizando pequenos movimentos Pode ocorrer que: - não há nenhum movimento: não
laterais. existe descoordenação muscular.
 No momento em que avaliar os resultados
 O reflexo encontra-se descentrado e há
recorde que todo músculo tremula quando em
movimento de refixação: existe um descoordenação
sua totalidade; por isso não é raro encontrar
muscular.
em posição extrema um NISTAGMO
 A descentralização do reflexo é maior quando
TERMINAL.
fixa o olho com músculo hiperfuncionante e em seu
campo de ação.
6. VERSÕES
GENERALIDADES: Versões é o estudo dos
ANOTAÇÃO: Registre os resultados da seguinte
movimentos conjugados dos olhos, portanto
forma:
realiza-se de forma binocular, com o fim de
determinar a presença de HIPER ou HIPO
funções nos músculos extra-oculares em casos

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Curso de Optometria 35

RS OI OI RS 5. Repita o procedimento 2 ou 3 vezes para estar


seguro do resultado.
6. Observa-se, ao desocluir que:
RM RM RL  não há movimento, encontra-se ante uma
RL ORTOFORIA.
R  há um movimento de dentro para fora, encontra-
RI OS OS I
se ante uma ENDOFORIA.
 há um movimento de fora para dentro, encontra-
se ante uma EXOFORIA.
 há um movimento de baixo para cima, encontra-
HIPERFUNÇÃO : coloque (+) se é leve ou (+++) se ante uma HIPOFORIA ou HIPODESVIO.
se é severa, frente ao músculo afetado ou
+1,+2,+3.  há um movimento de cima para baixo, encontra-
se ante uma HIPERFORIA ou HIPERDESVIO.
HIPOFUNÇÃO : coloque (-) se é leve ou (- - -)
se é severa, frente ao músculo afetado ou –1,-2,- NOTA: Na maioria dos casos, a hipoforia ou
3. hiperdesviação está acompanhada de uma hipoforia
ou hipodesviação no olho contrário e vice-versa.
RECOMENDAÇÕES: - quando se tratar de uma
criança, mantenha a cabeça com sua mão
esquerda, enquanto segura a lanterna com a mão 2 - COVER UNCOVER OU NÃO ALTERNANTE.
direita.
1. Mantendo o OD ocluído, retire o oclusor, observe
 Comprove constantemente a fixação do se há movimento neste olho. Se não há movimento,
paciente. indica que o OD não está desviado fixando
 Tem-se alguma dúvida no resultado. Se corretamente após a desoculsão, portando TROPIA.
um olho parece retardar-se ou deixa de seguir
ao outro, a prova deve ser repetida 2. Desoclua o OE e observe, se existe algum
monocularmente, com o fim de determinar se a movimento no OE, se há movimento, é FORIA, se
falha é de coordenação binocular ou causada não há movimento ou seja o olho desviado,significa
pela deficiência de certo músculo. Tropia.

NOTA: Recorde que uma hiperfunção muscular 3. Repita o procedimento 2 ou 3 vezes para confirmar
pode ser acompanhada de uma hipofunção do o diagnóstico.
músculo antagonista.
4. Registre os resultados.

7. COVER TESTE. 5. Repita o procedimento para visão de perto.

GENERALIDADES: Existem três tipos de cover 6. Se o paciente utiliza correção, realize o


teste: procedimento com correção (CC) e sem correção
(SC).
l - COVER TESTE ALTERNANTE: determina a
direção do desvio
2- COVER UNCOVER OU NÃO ALTERNANTE: ANOTAÇÃO: O desvio é registrado da seguinte
determina o tipo de desvio (TROPIA OU FORIA). maneira:
Segundo a direção: - E para endoforia
3 – PRISMA COVER TESTE: determina o
tamanho do desvio. - X para exoforia
- ⊕ não há nenhuma desvio
1- TÉCNICA PARA O COVER TESTE - D/E para hiper direita
ALTERNANTE
- E/D para hiper esquerda
1. Peça ao paciente que olhe uma luz colocada a 6
metros ou letra isolada, anterior uma linha de sua Segundo o tipo de desvio: em caso de FORIA, anota-
melhor AV. se da forma anterior.
2. Oclua o olho direito por 2 segundos. em caso de
3. Passe o oclusor ao olho esquerdo por 2 TROPIA agrega-se a letra (T).
segundos e observe se o olho direito realiza algum
movimento ao ser desocluído. Segundo o olho desviado: pode ser : D se é o OD. E
4. Passe o oclusor novamente ao OD e observe se se é o OE. A se é alternante
o OE realiza algum movimento ao ser desocluído.

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Curso de Optometria 36
Segundo a constância de desvio: em caso de
intermitência, coloque a letra (T) entre
6. Descreva como e porque é feito o teste de
parênteses.
ângulo Kappa?
OBS.: Intermitente= ora foria, ora tropia.
R....................................................................................
NOTA: O COVER TESTE pode ser realizado a ......................................................................................
qualquer distância. ......................................................................................
- A mais de 6 metros: realiza-se para descartar ......................................................................................
excessos de divergência. ......................................................................................
As distâncias mais utilizadas em visão de perto ....................................................................................
são 20 e 40 cm.
7. Quais os três tipos de PPC e qual a finalidade
RESOLVA AS SITUAÇÕES PROBLEMAS do filtro vermelho no PPC?
R....................................................................................
......................................................................................
1. Qual é o objetivo de fazer o exame ......................................................................................
externo?
R............................................................................. 8. Ducções é feito monocular ou
................................................................................ binocularmente?
................................................................................ R....................................................................................
......................................................................................
2. Na imagem de Purkinje-Sanson, onde ......................................................................................
você observa os três reflexos?
R............................................................................. 9. Versões é feito monocular ou
................................................................................ binocularmente?
................................................................................
R....................................................................................
......................................................................................
3. Quais iluminações são utilizadas em
......................................................................................
biomicroscopia para adaptação em Lentes de
Contato?
10. Qual a finalidade de fazer Cover Test e quais
R.............................................................................
os tipos de Cover Test?
................................................................................ R....................................................................................
...................................................................................
4. Porque é necessário fazer os reflexos ...................................................................................
pupilares?
R............................................................................. 11. Em Cover Test, o que significa:
................................................................................ a)Movimento de fora pra dentro:..................................
................................................................................ b)Movimento de dentro pra fora:...................................
5. Como é feito a anotação dos reflexos
pupilares?
R.............................................................................
................................................................................
................................................................................

5. Descreva como e porque é feito o teste


de hirchberg?
R.............................................................................
................................................................................
................................................................................
...................
................................................................................
................................................................................
................................................................................
................
................................................................................
................................................................................
................................................................................
..............

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Curso de Optometria 37

CAPÍTULO III

COMPETÊNCIAS;

- Analisar resultados do Dial Astigmático,


- Identificar resultados do Cilindro Cruzado de
Jackson,
- Compreender Técnicas para visão de perto,
- Relacionar os tipos de conduta,
- Relatar os tipos de correção,
- Compreender a refração subjetiva para visão
de longe,
- Analisar técnica de emborronamento,
- Compreender os resultados do teste
bicromático.
- Identificar os possíveis diagnósticos.

HABILIDADES:
- Realizar teste com Dial Astigmático,
- Manusear Cilindro Cruzado de Jackson,
- Realizar Técnica de compensação para visão
de perto,
- Realizar técnica de compensação para visão
de longe,
- Realizar Técnica de emborronamento.
- Realizar teste bicromático,

MATERIAIS NECESSÁRIOS:
- Caixa de prova,
- Armação de prova,
- Tabela de optotipos,
- Cilindro Cruzado de Jackson,
- Tabela de perto,
- Retinoscópio,
- Oftalmoscópio,
- Oclusor

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Curso de Optometria 38
- DIAL OU LEQUE ASTIGMÁTICO HORÁRIO
16- TESTES REFRATIVOS Determinar a direção destas linhas e fazer uma
comparação com as horas do relógio. Multiplicar a
16.1- SUBJETIVO menor hora de tal direção por 30º, com o que se
obtém o eixo do cilindro negativo do
16.1.1- SUBJETIVO PARA VISÃO DE LONGE astigmatismo.

GENERALIDADES: Exemplo:
Prova utilizada para verificar e afinar a correção Se o paciente nos reporta que vê mais nítida
refrativa obtida por meio de técnicas objetivas, a linha número 2, realizaremos o cálculo do eixo
controlando a acomodação. do astigmatismo da seguinte forma:
OBJETIVO: Formular ao paciente a lente mais 2:00 x 30º = 60º sendo este o eixo do cilindro
positiva com que tenha a melhor A.V. com negativo do astigmatismo
conforto para visão de longe monocular, para
logo ser balanceada binocularmente.
TÉCNICA MONOCULAR DE EMBORRONAMENTO:
Antes de iniciarmos os conceitos do Subjetivo
é necessário conhecer os diferentes tipos de dial 1. Adicione monocularmente ao valor do esférico da
astigmático que podem existir. retinoscopia, um valor de 2 a 3 vezes mais
positivo que faça com que o paciente enxergue
No Dial de Snellen, quando o paciente reporta bem borrada a letra 20/200 do optotipo localizado
ver umas das linhas mais nítidas, o eixo do a 6 metros de distância.
astigmatismo será sempre ao contrário de 90°. 2. Explique ao paciente que verá borroso e que
Por exemplo, se o paciente reporta ver a linha de necessita de sua máxima colaboração tratando de
15° mais nítida, o eixo do astigmatismo será a ler as linhas do optotipo à medida que vai
105°. Vale lembrar que o defeito encontram-se a identificando, mesmo que não as veja totalmente
15°, porém só será corrigido se colocarmos o eixo nítida.
a 105°. 3. Diminua o valor da lente positiva em passos de
O leque astigmático deve seguir sempre a mesma 0.25 dpts, de maneira que o paciente consiga ler
orientação horária conforme o desenho, o que é cada vez melhor as linhas dos optotipos sem
muito difícil de ser observado no mercado de necessidade que a veja completamente nítida.
vendas deste optotipo. Para controlar melhor a acomodação, não retire
as lentes de uma vez, faça com que o paciente
DIAL DE feche os olhos e abra somente quando a lente
esteja em frente ao seu olho. (fechando e abrindo
os olhos entre a mudança das lentes).
4. Ao chegar a uma acuidade visual bem borrada de
20/40 (não deixe que o paciente veja nítido esta
linha porque a margem de erro será grande),
mude o optotipo para o dial ou leque astigmático,
para obter a correção cilíndrica.
5. Determine o eixo do astigmatismo perguntando
ao paciente: Qual das linhas vê mais negra? Qual
ressalta mais?

POSSÍVEIS RESPOSTAS

• Todas se vêem igualmente negras, isso


significa que não possui astigmatismo e o que
necessita ou o que tem no momento é o correto.

• Caso responda que uma das linhas ressalta


mais, então a 90º de sua posição está o eixo do
astigmatismo.
Neste momento, multiplicar a linha de melhor
Porém há que tomar cuidado porque existem visão, no caso a de número 6 x 30° que dará como
alguns optotipos que possuem o leque resultado o eixo de 180°, no qual serão colocadas
astigmático já com a anotação própria do eixo do lentes plano-cilíndricas de -0,25 em -0,25 a 180° até
astigmatismo.

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Curso de Optometria 39
que o paciente reporte ver todas as linhas iguais AFINAMENTO PARA VISÃO DE LONGE :
do leque ou dial astigmático. CILINDRO CRUZADO DE JACKSON
 Agregar cilindros negativos, com o eixo
orientado na direção antes determinada, até que
GENERALIDADES: Lente formada por dois planos
o paciente indique que ver com a mesma
de igual valor absoluto com sinais contrários, que
intensidade todas as linhas do optotipo.
encontram-se unidos por seu eixo plano e
 Projetar de novo o optotipo de acuidade
perpendiculares entre si.
visual, ou seja, acertado o valor e eixo do cilindro,
retornar à linha de 20/40 do optotipo e ir
desmiopizando (diminuindo as esferas positivas)
até conseguir a melhor acuidade visual com
nitidez.
 Passar a continuação a afinar o eixo e a
potência do cilindro

POSSÍVEIS RESPOSTAS

 Se inicialmente o paciente vê todas as


linhas com a mesma intensidade entendemos que
o paciente não tem astigmatismo Seus valores podem ser de 0.25 à 1.00 dpts., e até
 Quando nos indica que vê uma linha mais 3.00 dpts. para pacientes de baixa visão.
escura que o resto, entendemos que o paciente O eixo dos cilindros estão representado por:
tem astigmatismo e procedemos a realizar o
exame antes descrito. • Pontos vermelhos: cilindro negativo
 No caso de que o paciente indique ver • Pontos verdes, brancos ou pretos: cilindro
mais de uma linha escura significa que positivo.
realizamos erroneamente a miopização ou que o
paciente não entendeu o teste. Deveremos
Posições: Girando o cilindro 180º sobre o eixo do
aumentar a miopização até que veja unicamente
cabo, obtêm-se duas posições.
uma linha do teste mais escura que o resto
 Quando o paciente nos diz que não vê • Pontos vermelhos verticais se denomina
nenhum símbolo sobre a parede de projeção do POSIÇÃO A.
círculo horário pode ser devido a: • Pontos verdes ou pretos verticais se denomina
- Que fizemos uma excessiva miopização. POSIÇÃO B.
- Que o paciente tem uma acuidade visual inferior
à requerida.
6. Oclua o olho direito e repita o procedimento. 1º PASSO:
Nota : A utilização do dial tem como
requisito ter uma A.V. não inferior a 20/40.

RECOMENDAÇÕES:
Tenha em conta que a lente negativa
aumenta o contraste, o que pode ser interpretado
A B
pelo paciente como melhor visão recorde que um
aumento na A.V. somente pode significar maior
descriminação e não melhor qualidade da
imagem. Adicionalmente durante o desenvolvimento da
técnica, se obterão outras duas posições. Estas se
denominarão 1 e 2.

13 OBJETIVO: Afinar a prescrição em visão de longe,


compreendendo:
• Eixo do cilindro.
• Poder do cilindro.
• Poder esférico.
• Determinar a adição para perto.

TÉCNICA

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1. AFINAÇÃO DO EIXO DO CILINDRO: 7. Mude o optotipo para a cruz.
8. Coloque o cilindro cruzado na posição A
1° Coloque a correção obtida na refração O
(VERMELHO A 90 . E VERDE OU PRETA A
subjetiva. O
180 .) NÃO GIRAR.
2° Oclua o olho esquerdo. 9. Pergunte ao paciente qual dos componentes da
3° Peça ao paciente que leia na tabela uma linha cruz vê mais nítido: Horizontal ou vertical?
maior que a sua melhor A.V. 4. Possíveis respostas:
4° Explique ao paciente que ele deverá escolher • Vê melhor o componente HORIZONTAL,
uma letra da linha acima da melhor acuidade AUMENTE poder positivo ou DIMINUA poder
visual e que responda em qual posição vê melhor negativo em passos de 0.25 dpts. até que os dois
a letra, se é na primeira, segunda ou se as 2 componentes sejam igualmente vistos.
estão iguais (nítidas ou borradas). • Vê melhor o componente VERTICAL, DIMINUA
5° O examinador gira o cilindro cruzado nas duas poder positivo ou aumente negativo em passos de
posições com o cabo na direção do eixo. 0.25 dpts. até que os dois componentes sejam
6° Escolhida uma das posições, gire o eixo na igualmente vistos.
armação de prova 5° em direção aos pontos 5. Tome a A.V.
vermelhos e continue afinando o eixo, colocando 6. Repita todo o procedimento de afinação para o
o cabo no eixo alterado. olho esquerdo, ocluindo o olho direito.
7°Gira 10 . e realize o teste novamente.
o
° o
8 Se necessário gire 5 . e realize o teste
novamente.
9°O eixo do astigmatismo estará correto quando o
paciente veja igualmente nítida ou borrada nas
duas posições.

RECOMENDAÇÕES: Em astigmatismo oblíquo, em


astigmatismo irregular, em astigmatismo regular muito
2. AFINAMENTO DO CILINDRO baixo ou muito alto, os resultados nem sempre são
1. Coloque os pontos vermelhos paralelos confiáveis.
ao eixo do cilindro encontrado no subjetivo.
2. Apresente as três imagens ao paciente
girando o cabo do cilindro cruzado e pergunte: 16.1.2- AFINAMENTO VISÃO PRÓXIMA
Em qual das três posições vê melhor? A, B ou OBJETIVO: Afinar a correção para a correção de
estão iguais. visão próxima, a uma distância de trabalho
3. Possíveis Respostas: determinada segundo os requerimentos do paciente
- Vê melhor quando os pontos vermelhos (adição: Add) .
coincidem com o eixo do astigmatismo:
AUMENTE cilindro negativo em passos de 0.25 TÉCNICA
dpts. E continue girando o cilindro cruzado, se 1. Coloque a correção tentativa par a visão de
continua preferindo as imagens quando esteja perto segundo a tabela de compensação para a
posicionado os pontos vermelhos, aumente -0,25 distância de trabalho, sobre a correção para visão de
no eixo correto e sai realizando até que as longe já afinada.
imagens sejam similares. 2. Oclua o olho esquerdo do paciente.
- Vê mais nítido quando os pontos verdes 3. Coloque o cilindro cruzado em POSIÇÃO A
coincidem com o eixo do astigmatismo: DIMINUA o o
(vermelha 90 . verde ou preta a 180 .).
cilindro negativo em passos de 0.25 dpts. até que 4. Peça ao paciente que fixe a cartilha para
as duas imagens sejam similares. visão de perto, colocada à sua distância habitual de
trabalho.
NOTA: Se existe mudança na resposta ao variar 5. Pergunte: Qual dos componentes da cartilha
0.25 dpts., e as imagens não chegam a ser igual, (horizontal ou vertical) se vê mais negro ou mais
tome como valor cilindro o mais positivo. nítido? Ou iguais?
POSICIONAR PONTOS VERMELHOS NO 6. Se o paciente reporta ver melhor:
SENTIDO DO EIXO ENCONTRADO E GIRAR • Os componentes horizontais, AUMENTE o
EM AMBAS POSIÇÕES PERGUNTANDO QUAL poder positivo do esférico em passos de 0.25 dpts.,
IMAGEM PERCEBE MELHOR. até que os componentes da cartilha sejam similares
ou se inverta o padrão (vê melhor os componentes
PONTOS VERMELHOS: ACRESCENTAR CIL verticais).
NEGATIVO.
PONTOS PRETOS: DIMINUIR CIL NEGATIVO.

3) AFINAMENTO DO ESFÉRICO

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Curso de Optometria 41
8. Realize a prova ambulatorial para este paciente e
tome a acuidade visual de perto com a refração
final.
9. Caso o paciente necessite de correção para perto,
realize as técnicas para visão próxima.

COLOCAR O CABO EM DIREÇÃO


AO EIXO DO CILINDRO 17- PROVA AMBULATORIAL
ENCONTRADO NO SUBJETIVO, É uma prova que consiste em montar a refração
NESTE CASO A 180º final na armação de provas e fazer com que o
• paciente caminhe pela sala de exame durante uns 5
Os componentes verticais, DIMINUA a poder
minutos, para que este sinta como será sua nova
positivo do esférico em passos de 0.25 dpts. até
correção;
que pós componentes da cartilha sejam similares
ou se inverta o padrão ( vê melhor os GENERALIDADES: Prova subjetiva binocular,
componentes horizontais). realizada para determinar o grau de aceitação da
• Se ver iguais, a tentativa para perto está correção tentativa, com base no conforto visual.
correta.
OBJETIVO: Provar o tolerância por parte do paciente
7. Repita o procedimento para o olho
à fórmula tentativa.
esquerdo
TÉCNICA:
1- Ajuste a armação de provas tendo em conta:
 Distância pupilar.
 Distância ao vértice.
 Ângulo pantoscópico.
 Altura da ponte.
 Comprimento das hastes.
2- Coloque a correção tentativa na armação de
provas.
3- Peça ao paciente que observe ao seu redor;
olhando em todas as direções; peça que observe o
ângulo dos objetos (quadros, portas etc).
TABELA PARA AFINAMENTO EM VISÃO DE
PERTO INTERPRETAÇÃO:
 Se o paciente reporta conforto e tolerância, pode-
se prescrever a correção total tentativa, segundo
16.1.3- TESTE VERMELHO – VERDE o caso e o critério do examinador.
(BICROMÁTICO )  Se o paciente reporta desconforto: distorção
1. Coloque a correção encontrada na afinamento. espacial (pisos e paredes) ou têm dificuldade ao
2. Mude o optotipo normal pelo optotipo vermelho locomover-se com a correção total, calcule uma
e verde a 6 m. correção parcial (ver critérios de parcialização) e
3. Peça ao paciente que fixe uma linha acima à repita a prova ambulatória.
sua máxima A.V monocularmente e depois
binocular. INDICAÇÕES:
4. Pergunte: Qual dos dois lados se vêem as a
letras mais nítidas, se é sobre o fundo  Defeitos refrativos altos corrigidos pela 1 vez.
a
vermelho ou sobre o fundo verde? Cuidado  Astigmatismo contra a regra corrigido pela 1
porque a pergunta deve ser bem direcionada vez.
para que o paciente observe e escolha as letras  Astigmatismo com eixos opostos (heterônomo).
a
sobre o fundo vermelho ou verde, não a cor que  Astigmatismo misto corrigido pela 1 vez.
vê melhor!!!!  Astigmatismo alto.
5. Possíveis Respostas:  Astigmatismo oblíquo.
• Sobre o fundo vermelho: aumente lentes  Anisometropias (defeitos refrativos desiguais dos
esféricas negativas ou diminua positiva. 2 olhos).
• Sobre o fundo verde: diminua lentes esféricas
negativas ou aumente positivas. POSSÍVEIS RESULTADOS:
6. Se responder ver igual sobre ambos fundos,
este será o valor final da refração que será  Crianças: deve fazê-los caminhar pela sala e em
prescrito para o uso do óculos. um ambiente externo, observando o comportamento
7. Registre o dado. da criança e sua maneira de caminhar. Também é
válido pedir para criança desenhar círculos e
quadrados observando se pega os objetos

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Curso de Optometria 42
corretamente ou procura antes do papel. Muitas
vezes, nestes casos é necessário baixar valores 19- PRESCRIÇÃO FINAL
esféricos para que a criança tenha melhor bem- GENERALIDADES
estar e conforto com seus óculos.
Chamamos prescrição final à fórmula óptica e outros
 Adultos: reportam ao caminhar na sala de fatores clínicos a considerar na Rx.
exame e no ambiente externo se sentem tinturas
ou enjôos, neste caso é necessário baixar Os fatores clínicos que deve conter são:
componente esférico e realizar a prova
 A distância Pupilar e
novamente até que o paciente reporte sentir-se
 Acuidade Visual
bem com os óculos. Em seguida, medir a
acuidade visual de perto e caso seja necessário
EXISTEM VÁRIOS ASPECTOS A CONSIDERAR
seguir a técnica de correção para perto no item a
COMO:
seguir da apostila.
- O USO que se deve dar aos óculos, isto determina o
grau de sintomatologia e dos requerimentos visuais
18- TÉCNICAS PARA VISÃO PRÓXIMA do paciente, prescreva a correção para uso:
Basicamente a técnica para visão de-
perto é muito simples. Existem diversas maneiras a) alternado Permanente
de se realizar, porém exigem maiores cuidados e b) Fixação prolongada
materiais necessários para torná-la eficaz. c) Visão próxima
d) Visão de longe
PROCEDIMENTO: e) Distância de trabalho
1. O paciente sentado com a correção para f) Uso
longe, segura a tabela de perto à distância de
40cm e responde até que linha vê com nitidez. - O TIPO de lente:
-
2. O cuidado coma idade do paciente é 1. lentes momofocais
fundamental, porém a maior atenção deve ser
com a ocupação profissional deste paciente. 2. lentes especiais, dentro das quais encontram-se
3. Definido pela acuidade visual de perto, se as de alto índice e as lentes asféricas.
o paciente deve utilizar correção para esta
distância, inicie monocular agregando encima da
correção de longe, lentes esféricas positivas de 3. Lentes iseicônicas
+0,75 e aumente a cada 0,25, até que o paciente
enxergue a linha de melhor acuidade visual. - O tipo de bifocal.
- O filtro a cor que se vai utilizar.
4. Repita o procedimento para o outro olho e O material em que se solicitam as lentes: vidro ou
anote os resultados. plástico.
5. De maneira binocular, peça ao paciente
que leia a tabela de perto e coloque-se a mesma
distância do seu trabalho.
6. Respeite sempre o lag da acomodação
de acordo com a idade do seu paciente (ver
tabela), para que este não esteja hipercorrigido
ou hipocorrigido para perto.

IDADE ADIÇÃO
40 a 44 +1,00dpt a +1,25dpt
anos
45 a 49 +1,50dpt a +1,75dpt
anos
50 a 54 +2,00dpt a +2,25dpt
anos
55 a 59 +2,50dpt a +2,75dpt
anos
60 anos +3,00dpt

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NOME CARACTERISTICAS INDICAÇÕES AÇÃO
ULTRAVIOLETA INCOLOR TODO PÁCIENTE Absorve mais de 90% dos raios U.V.
UV 400
440 CAFÉ ATIVIDADES EM Absorve mais de 90% dos raios U.V.
EXTERIORES
500 - 550 AMARELO - MARINHEIROS, Diminui a luz dispersa e os
ALARANJADO PILOTOS, reflexos.Protege os bastonetes dos
DENTISTAS (azul) pacientes c/ retinite pigmentosa,
catarata, glaucoma e diabetes.
540 MARRON - AMBÂR MARINHEIROS E Absorve luz azul e parte da onda
PILOTOS vermelha. Aumenta contraste,
portanto melhora a A.V.
V.D.T VERDE TELAS VERDES - Aumenta o contraste diminuindo a
FOSFORESCENTES fadiga visual no computador. Deve-
se aplicar inicialmente um filtro U.V.
400 .
V.D.T. AMBAR TELAS AMBAR E Aumenta o contraste diminuindo a
T.V. fadiga visual no computador. Deve-
se aplicar inicialmente um filtro U.V.
400 .
V.D.T. AZUL TELAS BRANCAS - Aumenta o contraste diminuindo a
FOSFORESCENTES fadiga visual no computador. Deve-
se aplicar inicialmente um filtro U.V.
400 .
COLORAÇÃO VERDE – CAFÉ GOLF Aumenta o contraste, melhorando a
A.V. Protege dos deslumbramentos.

COLORAÇÃO AMARELO TENIS, TIRO E Aumenta o contraste, melhorando a


PILOTOS A.V. Protege dos deslumbramentos.

COLORAÇÃO VERMELHO - CAFÉ ESQUI Aumenta o contraste, melhorando a


A.V. Protege dos deslumbramentos.

FOTOCROMÁTICOS CAFÉ - CINZA PLASTICO -VIDRO Paciente que mudam


constantemente de ambiente e/ou
fotofobia marcada.

ANTI - REFLEXO COMPATÍVEL COM CONDUTORES, Cria alto interferência nos reios
AS TODAS CORES APRESENTADORES, refletidos. Compatível com qualquer
FÓRMULAS ALTAS outro tratamento

 Estado motor
20- DIAGNÓSTICO:  Estado patológico
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO  Convergência
GENERALIDADES: A correção óptica é um meio  Idade
para levar imagens à retina melhorando o  Sintomatologia
conforto e a AV. Ao pensar em dar uma correção  Ocupação
óptica você deve ter em conta aspectos como:
 Estado refrativo. 20.1- SEGUNDO O ESTADO REFRATIVO:
A forma geral ao corrigir um defeito refrativo é: dar a
maior lente positiva, com a qual se obtenha a melhor
AV. Existem certas pautas que devem ser seguidas:

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Curso de Optometria 44
 HIPERMETROPIA: Recorde que quanto mais jovem o paciente, maior
é a tolerância à correção total. Pacientes menores de
Se o paciente apresenta uma AV normal, não
12 anos recebem facilmente toda a correção.
há imbalanços musculares, nem apresenta
sintomas de astenopia acomodativa, não é Sempre deve corrigir totalmente o olho menos
necessário dar correção óptica (hipermetropia amétrope, já que é o olho mais utilizado.
facultativa).
Tenha em conta a aniseiconia produzida pela
Tenha em conta que em adultos, a correção é correção.
maior positivamente, devido a perda progressiva
Aniseiconia: tamanho desigual das imagens
da acomodação. Em uma pessoa jovem não é
formadas sobre as duas retinas.
necessário nem conveniente corrigir totalmente a
hipermetropia. Com exceção de certos casos com
problemas acomodativos, onde é necessário dar
uma correção total. 20.2- SEGUNDO O ESTADO MOTOR

 MIOPIA: Ao dar uma correção óptica, é um fator muito


importante analisar o estado motor induzido, já que
Recorde que a hipercorreção negativa influi, basicamente, da seguinte forma:
aumenta o contraste e o paciente pode confundir
 A lente positiva relaxa a acomodação e
com uma melhor visão.
portanto aumenta os desvios do tipo EXO.
Tendo em conta que a acomodação não se
encontra muito desenvolvida, em certos casos é  A lente negativa estimula a acomodação,
recomendável dar uma hipocorreção para portanto aumenta os desvios do tipo ENDO.
trabalhos em visão próxima.  Em casos de endotropias em crianças, se dá
o máximo positivo, preferivelmente o obtido
 ASTIGMATISMO:
depois de uma refração com cicloplégico.
Se o paciente não apresenta sintomatologia
 Se em casos de hipermetropia, associado à
não é necessário corrigir astigmatismo baixo a
favor da regra. uma exodesvio, e é necessário corrigir, recomenda-se
exercícios ortópticos e um controle periódico (3 em 3
Em astigmatismo contra a regra deve-se meses).
tratar de corrigi-lo em sua totalidade.
 Se ao medir o desvio induzido, encontre-se
a
Se a correção é dada pela 1 vez produz um aumento na descoordenação muscular deve
distorção espacial. Tenha em conta o resultado considerar em particular a correção.
de prova ambulatória.
Em casos de astigmatismos
HETERONÔMICOS (eixos opostos), deve-se 20.3- SEGUNDO O ESTADO PATOLÓGICO
tratar de corrigir totalmente o olho com Pode-se considerar:
astigmatismo contra a regra; no outro olho, dar a
correção segundo os resultados e segundo o olho - Dar correção, quando se encontra uma
dominante. patologia de seguimento anterior que melhora com o
uso protetor dos óculos ou onde encontre algum
O grau de aceitação da correção em defeito refrativo que possa contribuir para aumentar o
astigmatismos irregulares, é maior quanto mais problema. EX: existem blefaroconjuntivite causadas
jovem seja o paciente. A conduta final depende por problemas refrativos baixos; em um pterígio a
do resultado da prova ambulatória. utilização de um filtro pode ajudar a diminuir a
irritação e moléstia.
 PRESBIOPIA:
- Diante de uma patologia progressiva ou não
A correção para visão próxima deve ser a que tratada, é desnecessário dar correção antes de
dê maior e melhor visão clara, a distância de estabilizar a enfermidade.
trabalho do paciente e com a que obtenha boa
AV.
20.4- SEGUNDO A IDADE E OCUPAÇÃO
Dependendo do caso e as necessidades do
Neste ponto deve-se ter em conta:
paciente, pode-se prescrever:
-2 pares de óculos  Em crianças existe uma grande margem de
tolerância às correções totais utilizadas pela
a
-Bifocais 1 vez.
 Quando a ocupação está intimamente
-Multifocais etc.
relacionada com as necessidades visuais,
que são as que decidem basicamente a
necessidade e o uso que se deve dar a
 ANISOMETROPIAS:
correção.

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Curso de Optometria 45

21-CONDUTA: nunca para astigmatismo hipermetrópico. Para obter


isto em astigmatismos miópticos deve fazer o cálculo
É a resolução do diagnóstico do Paciente nma fórmula com cilindro negativo e em caso de
astigmatismo hipermetrópico na fórmula com cilindro
º positivo.
1 opção: Não se prescreve Rx (refração final)
3- Em caso de astigmatismo Misto, busca-se
ª que um dos dois meridianos focalize na retina e que o
2 opção: Prescreve-se Rx Total, Parcial uso tipo
permanente (dia inteiro) ou uso em fixação outro meridiano diminua seu valor mas conserve seu
prolongada (ler escrever, trabalho, ver TV) sinal.

ª
3 opção: Remeter a outro profissional
- oftalmologista
- contatólogo: profissional RECOMENDAÇÕES:
especializado na adaptação de lente - Ao dar uma correção parcial deve-se fazer um
de contato controle periódico, para dar a correção total ou
- ortóptica aumentar a correção de acordo com os resultados da
- visão subnormal prova ambulatorial.
- outros (neurologista, Clínico Geral,
Psicólogo, terapeuta ocupacional, etc) - Ao dar uma correção, seja total ou parcial,
deve ter em conta também: o aspecto sócio-
econômico, intelectual, ocupacional e psicológico do
TIPOS DE CORREÇÃO: paciente e de sua família, em caso de filhos.
- Estes critérios para correções parciais
são matemáticos e podem não coincidir com um bom
PODE SER : TOTAL – PARCIAL E TENTATIVA conforto. A correção final fica a critério do
examinador, de acordo com os resultados da prova
ambulatorial.
1) CORREÇÃO TOTAL: Corrige completamente a
ametropia e é definitiva, ao menos por tempo
prolongado. Está indicada nos seguintes casos: 22- CONTROLE
- Astigmatismo contra a regra
Refere-se ao tempo de retorno do paciente
- Miopia para nova consulta ou controle visual.
- Hipermetropia associada a transtornos em
visão próxima. - 1 ano (diante de um quadro normal)
- Hipermetropia com endotropia. - 3 meses, 6 meses (correção parcial)
- dependendo do caso até 1 mês
(ortóptica, pleóptica)
2) CORREÇÃO PARCIAL: Se obtém diminuindo,
tanto o valor esférico como o cilindro, para evitar
problemas funcionais.

B – PARCIAL CILINDRICO PARCIAL


Neste caso tem-se unicamente a parte cilíndrica
da fórmula, a parte esférica pode ficar com o valor
dióptrico total. Para achar o cilindro parcial,
divide-se o cilindro em dois e toma-se este valor.

Ex: Neutro – 3.00 x 0º

INDICAÇÕES: Quando o astigmatismo é muito


alto e a prova ambulatória é negativa.

RECOMENDAÇÕES:
2- Não deve alterar o padrão de
astigmatismo que tenha o paciente, por exemplo,
que um astigmatismo mióptico continue sendo
mióptico, mas em menor quantidade, não mudar

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Curso de Optometria 46
RESOLVA AS SITUAÇÕES PROBLEMAS ......................................................................................
.............
1. Na técnica monocular de
emborronamento, quando chegamos à 20/40 8. Cite 5 (cinco) testes subjetivos utilizados no
mandamos o paciente observar o dial. Se o processo optométrico?
paciente ver a linha horizontal mais nítida, R....................................................................................
significa que o eixo real é .................................... ......................................................................................
......................................................................................
2. Qual a finalidade do Cilindro Cruzado de .....................................................................................
Jackson? ......................................................................................
R.......................................................................... 9. Qual o procedimento e critério para correção
................................................................................ do míope?
................................................................................ R....................................................................................
......................................................................................
3. Você encontrou em retinoscopia: ......................................................................................
+1.00 –3.50 x 90°, no cilindro cruzado de
Jackson ele reportou ver melhor no lado preto. O
que significa isto? Qual a Rx final, sendo que
nesta última posição reportou ver as duas 10. Dê exemplos de:
posições iguais. A) AHCWR:...........................................................
R............................................................................. B) AMSAR:............................................................
................................................................................ C) AmxO:...............................................................
................................................................................
...................

4. Classifique as ametropias seguindo as


normas de diagnóstico:

+0.75 –2.00 x 90°:


................................................................................
0.00–3.00 x 135°:
................................................................................
+1.00 –1.00 x 20°:
................................................................................
-0.50 –0.50 x 180° Ad. 2.25:
................................................................................
+5.75 –5.25 x 70° Ad. 1.00:
................................................................................
-11.25:
................................................................................
+17.00:
................................................................................

5. Explique a técnica monocular de


emborronamento.
R.............................................................................
................................................................................
................................................................................
..................

6. Qual a finalidade do teste Bicromático ou


Duo-Cromo?
R.............................................................................
................................................................................
................................................................................
...................

7. Num paciente hipermétrope foi


encontrado +2.25 AO, no bicromático o paciente
reportou ver melhor o vermelho. Este pcte está
hipercorrigido ou hipocorrigido?
R.............................................................................
................................................................................

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Curso de Optometria 47

CAPÍTULO IV

COMPETÊNCIAS:
- Analisar amplitud de acomodação,
- Compreender flexibilidade
acomodação.
- Compreender queratometria,
- Compreender e analisar retinoscopia,
- Analisar oftalmoscopia

HABILIDADES:
- Realizar amplitude de acomodação,
- Realizar flexibilidade de acomodação,
- Manusear queratometro,
- Manusear retinoscópio,
- Manusear oftalmoscópio.

MATERIAIS:
- Oclusor,
- Caixa de prova,
- Armação de prova,
- Queratometro,
- Retinoscópio,
- Oftalmoscópio,
- Tabela de perto,
- Jaleco ou Guarda-pó.

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Curso de Optometria 48
do objeto formam o foco exatamente na retina,
23- ACOMODAÇÃO estando a acomodação totalmente ativada.
Essa distância varia conforme o indivíduo
DEFINIÇÃO: envelhece devido à perda da Acc (acomodação)
A acomodação é a capacidade do visual. Ao PP além de 25cm dá-se o nome de
cristalino em mudar seu poder dióptrico, com o presbiopia.
objetivo de obter visão nítida de objetos a Em uma pessoa emétrope, os raios paralelos do
diferentes distâncias. infinito formam foco na retina. Ao aproximar um objeto
Com o passar dos anos, esta capacidade os raios são projetados para trás da retina, porém o
do cristalino de relaxar e contrair vai diminuindo, poder da acomodação do cristalino faz com que a
provocando presbiopia. imagem se forme na retina.
A acomodação está relacionada
diretamente com o estado refrativo, a idade e o
estado motor.

O estudo da acomodação compreende


basicamente:

1. AMPLITUDE DE ACOMODAÇÃO
2. FLEXIBILIDADE DE ACOMODAÇÃO
3. ACOMODAÇÃO RELATIVA

23.1- AMPLITUDE DE ACOMODAÇÃO (AAcc)


A amplitude é a capacidade máxima de
acomodação que o sistema ocular e visual
exercem para manter a imagem do objeto nítida.
Avalia-se de forma monocular, porém a avaliação
binocular é importante devido à influência da
convergência. VISÃO A 6 METROS
Os valores da amplitude de acomodação variam VISÃO A 40cm
com a idade.
Em uma pessoa emétrope de 20 anos, sua
IDADE AMPLITUDE DE Aacc de acordo com sua idade, será de 10 dpts.
ACOMODAÇÃO Então ao aproximar um objeto, o cristalino acomoda
10 14,00 dpt 10 dpts, deixando esta pessoa míope de 10dpts
15 12,00 dpt temporariamente. Portanto o PP desta pessoa é de
20 10,00 dpt 10cm.
25 8,50 dpt No caso de uma pessoa de 20 anos,
30 7,00 dpt hipermétrope de 2,00 dpts, os raios se focalizam 2,00
35 5,50 dpt dpts atrás da retina com o cristalino em repouso.
40 4,50 dpt Então tem sua Aacc é de 8dpt.
45 3,50 dpt Em uma pessoa de 20 anos com -2,00dpts de
miopia, sua Aacc seria de 12dpt.
50 2,50 dpt
55 1,75 dpt
Exemplos:
60 1,00 dpt
1. Um paciente de 20 anos, míope de 4,00 dpts.
65 0,50 dpt Calcule seu PR e seu PP.
70 0,25 dpt A Aacc = 10,00dpt
75 0,00 dpt
PP= 100 PP= 100 PP= 7 cm
Aacc+D 10+4
Ponto remoto (PR) PR= 100 PR= 100 PR= 25 cm
Chamamos de PR a posição mais afastada do Dpt 4
olho de onde seja possível formar uma imagem
nítida na retina, sem forçar o cristalino ou Exercício:
músculos ciliares.
Ponto Próximo (PP) Chamamos de ponto 1. Calcule o erro refrativo de um paciente de 20 anos
próximo à posição de um objeto mais próximo do com um PP de 40cm.
olho onde seja possível formar uma imagem 2. Calcule o erro refrativo de um paciente de 20 anos
nítida da retina. O ponto próximo é a posição com um PP de 5cm
mais próxima do olho em que os raios luminosos

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Curso de Optometria 49
RESOLVA AS SITUAÇÕES PROBLEMAS
EXEMPLO:
1. Calcule a ametropia ou erro refrativo de 3
colegas, medindo o ponto próximo de cada um VALOR DIÓPTRICO= 100
deles e anote os resultados.
8 cm
Nome colega:_______________________
idade:_____________ AAcc=____________ AMPLITUDE DE ACOMODAÇÃO= 12,5 Dpts
Medida do PP:____________
Ametropia:_______________ • Repetir o exame, ocluindo o OD para
determinar a Aacc do OE.
• Comparar o valor da Aacc na tabela de
Nome colega:_______________________ acordo com a idade do paciente.
idade:_____________ AAcc=_____________
Medida do PP:____________ OBS: Caso o paciente seja présbita, deve ser
Ametropia:_______________ diminuído do valor da adição do valor total da
amplitude de acomodação.

Nome colega:_______________________ 2. Método de Sheard (lentes negativas)


idade:_____________ AAcc=_____________
Medida do PP:____________ Objetivo:
Ametropia:_______________ Determinar a máxima capacidade acomodativa do
sistema visual através da adição de lentes
negativas
Existem dois métodos para medir a amplitude de
acomodação. Procedimento:
1. Método de Donders: baseado no PP (ponto • Coloque a compensação visual do paciente
próximo). O PP é o ponto mais próximo que se em VL.
pode ver objetos com nitidez, utilizando-se ao • Localize a tabela de perto a 40cm com boa
máximo o poder da acomodação. iluminação;
Consiste em aproximar a tabela de perto até o • O paciente deve observar uma linha acima da
paciente para determinar ao máximo a melhor AV em visão próxima (40cm), ou seja,
capacidade acomodativa do olho, até que indique se a AV do paciente para perto é J1, pedir
ver as letras embaçadas. para que observe a linha J2.
• Oclua o OE e explique ao paciente que à
Procedimento: medida que sejam colocadas lentes, verá
borrado, porém que ao mesmo tempo a visão
• O paciente deve estar emetropizado, ou melhorará, até o momento em que seja
seja, caso necessário o paciente deve impossível ler a linha que está fixando.
estar utilizando compensação visual para • Adicione lentes no OD a passos de -0,25 em -
longe ou se for présbita, deve ser 0,25 dando tempo ao paciente para que
colocada à adição. focalize, até que o paciente reporte ver a linha
• O paciente deve observar uma linha totalmente embaçada.
acima da melhor AV em visão próxima • Neste momento, somar o valor da última lente
(40cm), ou seja, se a AV do paciente para a qual o paciente viu nítida a imagem com o
perto é J1, pedir para que observe a linha valor da distância de trabalho (2,50 Dpt).
J2. • Repetir o exame, ocluindo o OD para
• Oclua o OE e explique ao paciente que à determinar a Aacc do OE.
medida que a tabela de perto seja • Comparar o valor da Aacc na tabela de
aproximada, a imagem irá embaçando acordo com a idade do paciente.
até que não possa mais ler a linha.
• Lentamente aproxime a tabela de perto,
até o momento em que o paciente indique 23.2- FLEXIBILIDADE DE ACOMODAÇÃO
ver as letras borradas. Neste momento Avaliar a habilidade do sistema visual para
medir em cm com uma régua e calcular a realizar mudanças de acomodação de forma rápida e
amplitude de acomodação, pela fórmula eficaz. Avalia-se a capacidade do cristalino em
abaixo. acomodar (ativar) e relaxar a acomodação.

MATERIAL
VALOR DIÓPTRICO= 100 • Lentes soltas da caixa de prova de ±2,00
DISTÂNCIA EM Cm

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Curso de Optometria 50
• Tabela de perto R ........................ / ............................x......................

PROCEDIMENTO 6. Qual a diferença prática entre os resultados


• Ocluir o OE, e medir a flexibilidade do obtidos na retinoscopia utilizando espelho plano e
OD. espelho côncavo.
• Paciente deve segurar a tabela de perto a R....................................................................................
uma distância de 40 cm e fixar seu olhar ......................................................................................
em uma linha acima da melhor AV. ......................................................................................
• Alternar as lentes ±2,00 em intervalos de ......................................................................................
3 segundos cada durante 1 minuto, e
anotar quantos ciclos de ±2,00 realizou.
O resultado normal geralmente é de 8 7. Quando encontramos um astigmatismo
ciclos por minuto. corneano de mais de 1.00 Dpt a favor a regra, qual o
• Se o paciente tiver dificuldade em ler com possível resultado em retinoscopia?
alguma das lentes depois de 3 ciclos,
diminua 0,25 do valor da lente que R....................................................................................
apresenta dificuldade e repita os passos ......................................................................................
anteriores. ......................................................................................
• Repetir o exame no OE. Anotar o ......................................................................................
resultado da seguinte forma:
OD +2,00/-2,00
OE +1,75/-2,00 8. Quando encontramos um astigmatismo
corneano contra regra, qual o possível resultado em
OBSERVAÇÕES retinoscopia?
• A dificuldade de um paciente com uma R....................................................................................
lente +2,00 indica um problema de ......................................................................................
relaxar a acomodação, podendo ser um ......................................................................................
espasmo de acomodação. ......................................................................................
• A dificuldade de um paciente com uma
lente -2,00 indica um problema em ativar 9. Quando encontramos uma escavação muito
a acomodação, podendo ser um retardo diferente em cada olho, suspeitamos de:
de acomodação. R....................................................................................
......................................................................................
RESOLVA AS SITUAÇÕES PROBLEMAS ......................................................................................
......................................................................................
1. Relate o procedimento do teste para AA.
R....................................................................... 10. Como determinamos a profundidade de foco
......................................................................... de uma escavação?
......................................................................... R....................................................................................
......................................................................... ......................................................................................
......................................................................................
2. Num paciente jovem de menos de 17 ......................................................................................
anos,hipermétrope, como podemos .......................................
controlar a acomodação após a
retinoscopia?
R.......................................................................
.........................................................................
.........................................................................
.........................................................................
.........................................................................

3. Explique Flexibilidade de acomodação.


R
4. Como afinamos a dioptria para visão de
perto?
R.............................................................................
................................................................................
................................................................................
................................................................................
.........................

5. Como é a anotação de Queratometria?

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Curso de Optometria 51

CAPÍTULO V

COMPETÊNCIAS:
- Relacionar os músculos extra-
oculares,
- Relatar as posições de diagnóstico,
- Diferenciar o campo de ação
muscular,
- Compreender os tipos de
estrabismos,
- Identificar os tipos de ambliopias,
- Analisar Cover test, hirschberg,
kappa, ppc, maddox e luzes de worth.

HABILIDADES:
- Realizar testes motores,
- Realizar testes para identificação de
binocularidade.

MATERIAIS NECESSÁRIOS;

- Tabela com luzes de worth,


- Vidros de Bagolini,
- Placa de Maddox
- Caixa de prisma,
- Oclusor,
- Lanterna ou transiluminador,
- Escala milimetrada,

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Curso de Optometria 52

Os seis músculos encarregados de girar o olho são:


dois retos horizontais, dois retos verticais e dois
oblíquos. Ao contraírem-se os músculos giram o olho.
Os retos horizontais são: Reto Medial ou Reto Interno
e Reto Lateral ou Reto Externo.
Os retos verticais são: Reto Superior e Reto Inferior.
Os oblíquos são: Oblíquo Superior ou Maior e
Oblíquo Inferior ou Menor.

24- MÚSCULOS EXTRAOCULARES MÚSCULOS EXTRA-OCULARES – VISTA LATERAL


1-TRÓCLEA 2-OBLIQUO SUPERIOR 3- RETO
SUPERIOR 4- ANEL DE ZINN
5- RETO LATERAL 6- RETO MEDIAL 7- RETO
INFERIOR 8- OBLIQUO INFERIOR

PPM: Posição primária de mirada. Quando os olhos


estão direcionados retos para frente.
Posição de repouso: posição dos olhos quando
todos seus músculos estão de repouso. Em geral esta
é a posição dos olhos quando estamos dormindo e
em geral, nesta posição os olhos estão posicionados
para fora, em posição divergente.
Uma pessoa sujeita a anestesia geral mentem
seus olhos desviados em posição de repouso.
Eixos oculares
Os olhos giram ao redor de três eixos
conhecidos como eixos de Fick.
Estes eixos passam através do centro de
O globo ocular encontra-se sustentado no centro rotação do olho.
da porção anterior da órbita por seis músculos Os eixos de Fick denominam-se:
extraoculares, por ligamentos suspensórios e O eixo Z de orientação vertical que realiza rotação
gordura orbital adjacente. horizontal.
Problema Característica Sinais Sintomas Tratamento
acomodativo
Insuficiência de acc Manifestam-se em • Olhos vermelhos • Visão borrada • Compensar
trabalhos que • Lacrimejamento • Dor de cabeça qualquer defeito
utilizam Cansaço e sono ao ler refrativo
demasiadamente a • Movimento do texto existente
visão de perto durante a leitura • Ortóptica
• Coceira ocular

Fadiga Aparece depois de • Olhos vermelhos • Visão borrada • Compensar


acomodativa um certo tempo de • Lacrimejamento • Dor de cabeça qualquer defeito
trabalho em visão Cansaço e sono ao ler refrativo
de perto • Movimento do texto existente
durante a leitura • Ortóptica
• Coceira ocular

Paralisia da Secundária a • Pupilas dilatadas • Visão borrada em VP • Remeter ao


acomodação lesões orgânicas de forma anormal • Astenopia oftalmologista
como trauma, uso
de midriáticos,
glaucoma, lesões
do III par
Excesso de Dificuldade para • Olhos vermelhos • Visão borrada para • Compensar
acomodação e relaxar a acc • Lacrimejamento perto qualquer defeito
espasmo • Miose • Dor de cabeça após a refrativo
acomodativo leitura existente
• Fotofobia • Ortóptica
• Diplopia
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Curso de Optometria 53
O eixo X de orientação horizontal e é para
rotação vertical.
O eixo Y é obliquo e realiza giro torsional do
globo ocular.
Estes eixos estão situados no plano de Listing,
que é um plano vertical correspondente aos eixos
Z, X e Y que passam através do centro do olho.

Ações dos Músculos Extraoculares

A ação do músculo refere-se ao efeito da


contração muscular sobre a rotação do olho quando o
olho encontra-se em PPM.
Os músculos retos horizontais tem somente
uma ação muscular:
Adução: Reto Medial
Abdução: Reto Lateral
Isto ocorre porque os eixos visuais e
musculares encontram-se alinhados em PPM.
EIXOS DE FICK E PLANO DE LISTING Os músculos verticais e oblíquos têm ações
verticais, horizontais e torsionais, que são conhecidas
como ações primarias, secundarias e terciárias. Isto
ocorre devido a que os eixos muscular e visual não
estão alinhados quando o olho se encontra em PPM.

MUSCULOS AÇÃO AÇÃO AÇÃO


PRINCIPAL SECUNDARIA TERCIARIA
RETO ADUÇÃO - -
MEDIAL
RETO ABDUÇÃO - -
LATERAL
RETO ELEVAÇÃO ADUÇÃO INTORÇÃO
SUPERIOR
RETO DEPRESSÃ ADUÇÃO EXTORÇÃO
INFERIOR O
OBLIQUO INTORÇÃO ABDUÇÃO DEPRESSÃO
SUPERIOR
OBLIQUO EXTORÇÃO ABDUÇÃO ELEVAÇÃO
INFERIOR

Campo de Ação Muscular


Posição de olhar em que um dos músculos atua de
forma dominante.

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Curso de Optometria 54

MUSCULOS AÇÃO AÇÃO AÇÃO CAMPO DE AÇÃO


PRINCIPAL SECUNDARIA TERCIARIA
RETO MEDIAL ADUÇÃO - - Olhar p/ lado nasal
RETO LATERAL ABDUÇÃO - - Olhar p/ lado temporal

RETO ELEVAÇÃO ADUÇÃO INTORÇÃO Para fora e p/ cima


SUPERIOR
RETO DEPRESSÃO ADUÇÃO EXTORÇÃO Para fora e p/ baixo
INFERIOR
OBLIQUO INTORÇÃO ABDUÇÃO DEPRESSÃO Para lado nasal e p/
SUPERIOR baixo
OBLIQUO EXTORÇÃO ABDUÇÃO ELEVAÇÃO Para lado nasal e p/
INFERIOR cima

SUPRA
SUPRA SUPRA
CAMPO DE AÇÃO MUSCULAR DESTRO LEVO
OS

Músculo Agonista: é o músculo que comanda a


ação, é o que recebe a inervação primária PPM
DESTRO
(contrai) para executar um movimento ocular em
(direita)
determinada posição do olhar.

Músculo Antagonista: é o músculo que se relaxa,


que atua em posição contrária ao agonista.
INFRA
INFRA LEVO
INFRA
Músculo Sinergista: músculo que ajuda a função DESTRO
do agonista, ajuda a realizar no mesmo olho a
ação.Tem o mesmo campo de ação muscular do
agonista e também é chamado de junta ou Exemplo:
conjugado.
Antagonista em um olho

Leis Inervacionais: RS : agonista RI: antagonista


OI: agonista OS: antagonista
Lei de Sherrington: lei de inervação recíproca, RL: agonista RM: antagonis
em que, todo movimento monocular, quando o Sinergista em um olho
músculo agonista se contrai, o antagonista se RS e OI: são sinergistas na função de elevação
relaxa e vice-versa. RI e OS: são sinergistas na função de depressão
RL, OI e OS: são sinergistas na função de abdução.
Lei de Hering: em todo movimento binocular (em RM, RS e RI: são sinergistas na função de adução.
que os dois olhos se movem na mesma direção), RI e OI: são sinergistas na função de extorção
a quantidade de fluxo nervoso deve ser simétrica RS e OS: são sinergistas na função de intorção.
(igual) para cada músculo dos dois olhos.

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Curso de Optometria 55
POSIÇÕES DIAGNÓSTICAS DO OLHAR MATERIAL
• luz de fixação (lanterna)

Supraducção
Destrosupraducção Levosupraducção

Destroducção Levoducção

Destroinfraducção Levoinfraducção
Infraducção
Exame da Motilidade Ocular • oclusor
A realização do exame da motilidade ocular para
a detecção de anormalidades inclui os seguintes MÉTODO
testes:
Motilidade Ocular • paciente confortavelmente sentado com a cabeça
Reflexos Oculares reta
Cover Teste • ocluir o OE e realizar o teste no OD
Inclinação da Cabeça • pedir ao paciente que fixe a luz e siga com seus
Motilidade Ocular olhos sem mover a cabeça
• deslocar a luz nas diferentes posições de mirada
Introdução
(de olhar)
• repetir ocluindo o OD e realizando o teste no OE
Neste capítulo, vamos tratar o estudo da
motilidade ocular quanto ao diagnóstico das
alterações oculomotoras (ducções e versões) e
as habilidades oculomotoras (seguimentos e
movimentos sacádicos) da seguinte maneira:
ANOTAÇÃO:
 Movimentos Oculares: Ducções e
Quando os movimentos em ducções
versões
encontram-se normais deve ser anotado na grade de
 Habilidades oculomotoras:
cada olho a sigla SPEC (SUAVE, PRECISO,
 Sacádicos:
EXTENSO E CONTÍNUO) OU DLN (DENTRO DOS
Seguimentos:
LIMITES NORMAIS)
• de amplitude
* Bola de Marsden
• em leitura PORÉM AO ENCONTRAR MOVIMENTOS
ANORMAIS DEVE-SE ANOTAR NO CAMPO DE
MOVIMENTOS OCULARES AÇÃO MUSCULAR O SINAL DE 0 a -3, ONDE 0
Movimentos Monoculares: INDICA NORMALIDADE E -1 (LEVE PARESIA), -2
Ducções: exame monocular, em que se avalia o SEVERA PARESIA E -3 PARALISIA DO MÚSCULO
movimento de um olho separadamente em sua AFETADO
posição de mirada, com o outro ocluído.
São movimentos de um olho isolado que em cada EXEMPLO 1:
movimento participa somente um músculo. Serve -1
para descartar indícios de, paralisia ou alguma
limitação ocular.
Examina-se cada olho separadamente.
+1
OBJETIVO

Diagnosticar paralisias ou parecias. OD OE

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Curso de Optometria 56
SIGNIFICA: parecia leve do músculo OI
(obliquo inferior)

OBSERVAÇÕES
• paralisia significa uma deficiência
muscular total e parecia uma deficiência muscular
parcial
• O limite da ducção é aquele em que o
reflexo corneal ainda está centrado na pupila; no
momento que comece a passar o reflexo corneal,
saímos do campo de máxima ação do músculo;
• O limite destes movimentos corresponde
ao campo monocular de olhar.
• As ducções podem ser graduadas de 0 a Destrosupraducção: movimento do olho para o
–3 dependendo da quantidade de hipoação ou lado direito e para cima
parecia. Levosupraducção: movimento do olho para o
lado esquerdo e para cima
Destroinfraducção: movimento do olho para
direita e para baixo
Levoinfraducção: movimento do olho para
- Movimentos Horizontais: esquerda e para baixo

Adução: movimento para o lado nasal


(dentro)

Abdução: movimento para o lado temporal


(fora)

Destroducção: movimento do olho para o


lado direito

Levoducção: movimento do olho para o lado


esquerdo

- Movimentos Verticais:
Elevação ou Supraducção: movimento do olho
para cima
Depressão ou Infraducção: movimento do olho
para baixo

- Movimentos cicloverticais:
Intorção ou Incicloducção: movimento de torção
para dentro (nasal)
Extorção ou Excicloducção: movimento de
torção (giro) para fora (temporal)

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Curso de Optometria 57

Levoversão
Destroversão

Infraversão
Supraversão

Dextrocicloversão Levocicloversão

Movimentos Binoculares: Destrocicloversão: ambos olhos giram para dentro


• Versões: (nasalmente).
Levocicloversão: ambos olhos giram para fora
São movimentos conjugados e simultâneos de (temporalmente)
ambos os olhos com mesma direção e sentido,
nas diferentes posições de olhar, destinados a
manter a visão binocular em diferentes direções.
Nestes movimentos binoculares todos os
músculos participam, uns contraindo-se e outros
relaxando.

OBJETIVO

Determinar se há hipofunção ou hiperfunção de


um ou vários músculos
OBSERVAÇÕES
MATERIAL
 O estudo das versões permite uma avaliação
 Luz de fixação grosseira das variações do ângulo de estrabismo
nas distintas posições da mirada
MÉTODO  As versões podem ser graduadas entre –3 e +3,
dependendo do grau de hiperação ou hiperfunção
 Paciente confortavelmente sentado com a e hipoação ou hipofunção que se detecte. Um
cabeça reta grau –3 aplica-se a um músculo completamente
 Pedir ao paciente que siga a luz com paralisado e uma +3 a uma hiperação que
seus olhos sem mover a cabeça praticamente esconde a córnea.
 Deslocar a luz de fixação nas distintas
posições de mirada comparando as ANOTAÇÃO:
ações dos músculos junta.
• A anotação deve ser realizada na grade muscular
Movimentos horizontais de versões: (tipo bandeira inglesa) da história clínica
Destroversão: movimento de ambos olhos para a • Deve-se anotar SPEC (suave, preciso, extenso e
direita contínuo) ou DLN (dentro dos limites normais)
Levoversão: movimento de ambos olhos para a para os movimentos normais
esquerda • Deve-se anotar para os músculos que
apresentem hipofunção sinais negativos, sendo -1
Movimentos verticais de versões: (hipofunção leve), -2 (hipofunção severa) e -3
Supraversão ou elevação: movimento de ambos (hipofunção paralisada)
olhos para cima
• Deve-se anotar para os músculos que
Infraversão ou depressão: movimento de ambos
apresentem hiperfunção sinais positivos, sendo
olhos para baixo
+1 (hiperfunção leve), +2 (hiperfunção severa) e
+3 (hiperfunção paralisada).
Movimentos torsionais de versões:

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Curso de Optometria 58

EXEMPLO 1: EXERCÍCIOS:

+2 -2
OD OE NO EXAME DE VERSÕES, ESCREVA NAS
FIGURAS ABAIXO, O NOME DA POSIÇÃO
SIGNIFICA: HIPERFUNÇÃO DO MÚSCULO RI DIAGNÓSTICA E CADA MÚSCULO QUE ESTÁ
(RETO INFERIOR) E HIPOFUNÇÃO DO OS ATUANDO NESTA POSIÇÃO DE OLHAR.
(OBLÍQUO SUPERIOR)

Vergências
Quando os olhos realizam movimentos de
aproximação ou separação entre ambos olhos,
estamos em presença de movimentos
associados chamados vergências.
São movimentos binoculares, em que os olhos
se deslocam na mesma direção, porém em
sentido contrário. Para manter a visão
binocular a diferentes distancias.
Existem três tipos de movimentos oculares de
vergência, dois no plano horizontal e um no
plano vertical.
Os movimentos de vergências do plano
horizontal são:
Convergência: movimento de ambos olhos ao
objeto que se aproxima
Existem cinco tipos de CV: CV fusional, CV
tônica, CV de acomodação, CV voluntária e
CV por aproximação ou de instrumento
(proximal).
Divergência: movimento de ambos olhos para
fora (em sentido temporal), quando a pessoa
segue um objeto que se move de perto até
longe.
Os movimentos de vergências do plano
vertical são:
Vergência vertical: não se utiliza para seguir
objetos em movimento, mas para manter a

Divergência
Convergência

OD OD
Divergência Divergência
vertical vertical
positiva negativa
alinhação vertical dos olhos.
 Vergência vertical positiva: olho direito
mais alto
 Vergência vertical negativa: olho direito
mais baixo

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Curso de Optometria 59
Prismas
Denomina-se prisma, um meio transparente, com
determinado índice, delimitado por duas
superfícies planas e não paralelas
Características
O prisma desvia a luz para sua base e a imagem
para o seu ápice.

Em olhos alinhados, ao colocar um prisma base


interna ou nasal induz uma Exotropia

LEI DE PRENTICE
Prentice, diz que, uma dioptria prismática (1 ∆)
produz desvio aparente de 1 cm em um objeto
situado a 1 metro.

Em olhos alinhados, O SISTEMA É DESENVOLVIDO


PRISMA MEDIR ALINHAR TRATAR
Pode-se dizer que, em optometria utiliza- ENDO BASE BASE BASE
se prismas para medir e corrigir desvios e em EXTERNA EXTERNA INTERNA
ortóptica utiliza-se prismas para tratar desvios. DESVIO
Ambos os olhos devem ter fixação PARA
central, ou seja, formar as imagens nas fóveas, DENTRO
por isso, olhos alinhados terão boa acuidade EXO BASE BASE BASE
visual, porque suas fóveas são estimuladas pela INTERNA INTERNA EXTERNA
luz, e transformam a luz em estímulos nervosos DESVIO
que serão conduzidos ao cérebro, para que no PARA
córtex occipital se formem imagens nítidas. FORA

Na figura A, a imagem X está sendo formada na PARA FIXAR SEMPRE COM AMBAS FÓVEAS,
fóvea. portanto ao colocar um prisma base temporal a
Na figura B, ao colocar um prisma diante do olho, imagem será primeiramente jogada na retina
esta imagem se desloca para o ápice do prisma e periférica e como a condição deste olho é fixar
a luz para a base do prisma., formando a imagem sempre com a fóvea, ocorrerá um desvio induzido
em uma região periférica da retina. Como a formando uma Endotropia
condição deste olho é fixar com a fóvea, o olho UTILIZAÇÃO DOS PRISMAS
torce para levar a imagem na fóvea.(fig C)

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Curso de Optometria 60

CENTRADO

O teste do reflexo de Hirschberg, quando não


estiver centralizado, apresentará sempre um olho
centrado e outro descentralizado nasal, temporal,
superior ou inferior.

O reflexo é avaliado de acordo com a posição


que se encontra na estrutura externa do olho, sendo
que, se estiver nasal indicará uma EXOTROPIA e
caso o reflexo estiver temporal será uma
ENDOTROPIA.

Quando o reflexo estiver descentralizado,


existem muitas posições que poderá ser avaliado.
Antes da borda da pupila são 7º de desvio, em cima
ENDOTROPIA
da borda da pupila são 15º de desvio, entre a pupila e
o limbo (íris) são 30º de desvio e em cima da borda
do limbo são 45º de desvio.

2.Reflexos Corneais Para aproximar o valor em prismas do ângulo


Teste de Hirschberg do desvio, localiza-se antes a posição do reflexo, por
É um teste binocular baseado na 1.ª imagem exemplo, o reflexo está na borda da pupila, o que
de Purkinje (reflexo da luz na superfície anterior representa 7º, para saber o valor do estrabismo
da córnea). Serve para determinar o paralelismo multiplica-se 7 x 2: 15 Dioptrias Prismáticas.
dos eixos visuais. Determina a presença ou
ausência de estrabismo.
ANOTAÇÃO :

MÉTODO:
EXEMPLO:

Avalia-se colocando a lanterna centralizada a


A) Reflexo corneal normal: Hirschberg normal
40cm da pessoa, observando a posição do
reflexo corneal em cada olho.
B) Reflexo corneal na borda temporal da pupila.
Hirschberg descentrado temporal 15° de ET (30
dioptrias prismáticas).

C) Reflexo corneal entre pupila e córnea (meio da


º íris): Hirschberg descentrado temporal 30° de ET (60
45
º
dioptrias prismáticas).
centrado 15 30
º

POSIÇÃO
DO REFLEXO DE HIRSCHBERG

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Curso de Optometria 61
D) Reflexo corneal na borda da córnea.
Hirschberg descentrado temporal 45° de ET (90
dioptrias prismáticas)

• KAPPA: teste monocular, cujo princípio


fisiológico está na primeira imagem de
Purkinje. Resultados:

Pode ser
considerado positivo fisiológico (normal) devido à
posição da fóvea na retina temporal. Porém em casos
de exotropias com fixação excêntrica, o reflexo é
considerado positivo.

KAPPA ZERO OU CENTRADO: quando o reflexo


está centralizado na pupila

PUPILA REFLEXO NASAL IRIS

KAPPA NEGATIVO: quando o reflexo corneal está


deslocado para o lado temporal. Em casos de
ENDOTROPIAS (esotropias) com fixação excêntrica
ou periférica

REFLEXO

TEMPORAL

KAPPA POSITIVO: quando o reflexo corneal está


levemente descentrado para o lado nasal.

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Curso de Optometria 62
INTERNA INTERNA EXTERNA
HIPER BASE BASE BASE
INFERIOR INFERIOR SUPERIOR
HIPO BASE BASE BASE
SUPERIOR SUPERIOR INFERIOR

Quando já determinado o tipo e o sentido do desvio,


para medir o ângulo do desvio usamos prismas. No
caso do desvio abaixo, de uma EXOTROPIA, usa-se
para medir o ângulo um prisma com base nasal ou
interna no cover alternante até que não haja mais
desvio.

LEMBRETE:
QUANDO OLHAMOS PARA QUALQUER
OBJETO, OLHAMOS COM A FÓVEA, ISTO
INDICA UMA FIXAÇÃO CENTRAL, SENDO
ASSIM O REFLEXO CORNEAL ESTARÁ
CENTRALIZADO.
QUANDO UMA PESSOA APRESENTA UMA
ENDOTROPIA (DESVIO PARA DENTRO) OU
UMA EXOTROPIA (DESVIO PARA FORA),
MUITAS VEZES AO OCLUIR O OLHO NÃO
ESTRÁBICO, ESTE FIXA COM A FÓVEA,
PORTANTO QUANDO TEMOS UMA
ENDOTROPIA OU EXOTROPIA COM FIXAÇÃO
CENTRAL O REFLEXO APRESENTA-SE
CENTRALIZADO.

TIPOS DE COVER TESTE

Cover Unilateral ou Uncover: é monocular, pois


serve para determinar o tipo de desvio (foria ou
tropia), essencialmente avaliar o desvio manifesto
ou heterotropia.

Cover alternante: determina o sentido do desvio


(endo ou exo).

Prisma Cover Test: serve para medir o desvio


através de prismas.

Procedimento III: Prisma Cover Teste


Tem por finalidade medir o ângulo de desvio do
Inclinação da cabeça
estrabismo com prismas.
Devem-se colocar prismas diante do olho e
É importante à capacidade de observação do
refazer o cover alternante até que não exista
examinador para detectar uma inclinação da cabeça
desvio em nenhuma das posições e distâncias de
do paciente. Os adultos tendem manifestar ou
fixação.
reportar como sintomas o torcicolo.

COMO UTILIZAR OS PRISMAS


DESVIO MEDIR ALINHAR TRATAR
ENDO BASE BASE BASE
EXTERNA EXTERNA INTERNA
EXO BASE BASE BASE

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Curso de Optometria 63
Denomina-se estrabismo, a perda do paralelismo
ocular.

Estrabismo é o desalinhamento dos olhos, onde cada


olho aponta para uma direção diferente. Assim, cada
eixo visual fixa um objeto e o projeta em diferentes
pontos do espaço.

Apesar de ser uma disfunção que acomete


aproximadamente 4% das crianças, pode também
surgir na vida adulta. O desvio dos olhos poderá ser
constante e sempre notado (TROPIA), ou poderá ter
períodos normais e períodos com olhos desviados
(FORIA).
O movimento de inclinação da cabeça se produz
em pacientes que apresentam paralisia de um Um dos olhos poderá estar olhando em frente,
dos músculos extraoculares, e com a inclinação enquanto o outro desvia para dentro, para fora, para
da cabeça se compensa a visão dupla ou cima ou para baixo. Em outros casos, o olho desviado
diplopia. poderá estar olhando em frente, ocasionando o
desvio do olho que não é desviado.

Estrabismo O
paralelismo dos olhos durante a infância permite o
A finalidade do complexo sistema integrante do desenvolvimento de uma boa visão em cada olho. No
aparelho visual é manter a visão binocular e estrabismo, o desvio dos olhos poderá provocar uma
particularmente a fixação bifoveal sobre o objeto baixa visual ou ambliopia. A ambliopia acomete
de atenção. aproximadamente 50% das crianças estrábicas. O
E o estrabismo nada mais é que o resultado do cérebro reconhecerá a imagem do olho de melhor
fracasso deste sistema. visão e ignorará a imagem do olho fraco ou
amblíope.
Etimologia: origem da palavra
A Ortoforia é a condição ideal de equilíbrio óculo-
O termo estrabismo deriva-se da palavra grega motor com paralelismo dos eixos visuais em todas as
“strabos”, que significa “torto” e indica estar direções do olhar, exceto quando fixamos um objeto
“vesgo ou olhando torto”. próximo.
Definição:
Causas:

Não se sabe a causa exata deste desvio que leva ao


estrabismo. Sabe-se que o estrabismo é hereditário.
No entanto, em vários pacientes não existe uma
história familiar positiva para estrabismo. É uma
disfunção que acomete igualmente homens e
mulheres.

Estrabismo Convergente

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Curso de Optometria 64
Dpt DIOPTRIA
DIP DISTANCIA INTERPUPILAR
∆ PRISMA
VL VISÃO DE LONGE
VP VISÃO DE PERTO

CLASSIFICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES


BINOCULARES NAS VERGÊNCIAS:

1. CONDIÇÕES EXOFÓRICAS (DESVIOS PARA


FOR A)
• Insuficiência de convergência
• Excesso de divergência
• Exoforia (X) básica

2. CONDIÇÕES ENDOFÓRICAS (DESVIOS PARA


DENTRO)
• Excesso de convergência
• Insuficiência de divergência
Estrabismo divergente • Endoforia (E) básica

INSUFICIÊNCIA DE CONVERGÊNCIA

A situação mais comum encontrada


atualmente é a insuficiência de convergência.
Partindo do ponto que a convergência é essencial
para a visão binocular de perto e que qualquer
alteração nesta convergência resulta em sintomas e
NOMENCLATURA desconforto visual.
A insuficiência de convergência é a
incapacidade de obter ou de manter a convergência
suficiente para uma visão binocular confortável em
ORTOFORIA OU ORTOTROPIA (NÃO visão de perto.
EXISTE DESVIO)
E ENDOFORIA (DESVIO LATENTE CAUSAS:
PARA O LADO NASAL) Pode ocorrer devido a vários fatores como
X EXOFORIA (DESVIO LATENTE PARA • Falta de correção visual em pacientes com
O LADO TEMPORAL) ametropias;
ET ENDOTROPIA (DESVIO • Distancia interpupilar grande;
PERCEPTÍVEL PARA O LADO NASAL) • Estrabismos convergentes ou divergentes;
XT EXOTROPIA (DESVIO PERCEPTÍVEL • Ambliopia;
PARA O LADO TEMPORAL) • Estrabismos verticais;
Dt/E HIPERTROPIA DO OD SOBRE O OE • Alterações metabólicas, intoxicações,
Et/D HIPERTROPIA DO OE SOBRE O OD infecções, hipertireoidismo;
E(T) ENDOTROPIA INTERMITENTE
SINTOMAS:
X(T) EXOTROPIA INTERMITENTE Os sintomas em geral estão relacionados com a visão
de perto, podendo ser:
XTA EXOTROPIA ALTERNANTE • Cansaço visual;
• Visão dupla (diplopia) e embaçada às vezes;
• Dor de cabeça;
X(T)A EXOTROPIA ALTERNANTE
• Alívio dos sintomas ao ocluir um dos olhos;
INTERMITENTE
ETA ENDOTROPIA ALTERNANTE
XNO CRISTALINO
AV ACUIDADE VISUAL

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Alteração das Sintomas
Curso de Optometria Opções de tratamento 65
Vergências
• Trabalho excessivo em VP • Ortóptica
Insuficiência de CV • Cansaço visual • Compensar qualquer defeito
(convergência) • Cefaléia refrativo existente
• Sono durante a leitura
Excesso de Divergência • Diplopia que em geral é • Ortóptica
suprimida • Compensar qualquer defeito
refrativo existente
Exoforia (X) básica • Diplopia em VL e VP • Ortóptica
• Dor de cabeça • Compensar qualquer defeito
• Astenopia visual refrativo existente
• Sono ao ler
• Falta de concentração
• Quando não existe sintoma é
sinal que já existe uma
supressão
Excesso de Associados ao trabalho de VP • Ortóptica
convergência • cefaléia • Compensar qualquer defeito
• Sono ao ler refrativo existente
• Astenopia visual
• Assintomático quando há
supressão
Insuficiência de DV • Diplopia intermitente(ocorre • Ortóptica
(divergência) as vezes) em VL • Compensar qualquer defeito
• Cansaço visual, cefaléia refrativo existente
• Dificuldade de focalizar a
visão de perto para longe
• fotofobia
Endoforia (E) básica • Diplopia intermitente • Ortóptica
• Fadiga visual • Compensar qualquer defeito
refrativo existente
Visão Binocular é ver com os dois olhos ao
mesmo tempo. Quando falamos de visão binocular
ORTÓPTICA nos referimos à participação de ambos olhos na
A terapia visual é uma especialização da percepção, pois não há visão binocular se um dos
optometria que consiste no melhoramento da olhos não for utilizado pelo cérebro.
função visual por meio de técnicas "NÃO
CIRÚRGICAS". Durante muito tempo este Para ter visão binocular temos que ter claro
conjunto de técnicas foi conhecido como que é necessário:
ortóptica, e logo como treinamento visual, • obter duas imagens nítidas e de tamanho
A meta da Terapia Visual é a obtenção da e forma simétricas;
visão binocular normal eficiente. • Alinhação ocular normal, de modo que as
O sucesso ou o fracasso dependem do imagens retinianas de cada olho se
compromisso do paciente em melhorar seu formem na fóvea, conhecida pelo nome
sistema visual e da escolha do paciente de ORTOTROPIA ou Ortoforia
apropriado, tanto como do controle do profissional Que é representada pelo sinal: ⊕
que realiza o tratamento.
Nestas terapias são utilizadas lentes, prismas e TEORIAS DA VISÃO BINOCULAR
outros instrumentos simples e elaborados para
atender um grande número de pacientes. Porém, • Teoria Inata ou Nativista, Hering 1800: cada
o material não alcançará o sucesso do ponto ou área retiniana e seu estado de
tratamento, sem o esforço conjunto do paciente e correspondência estão todos presentes no
do optometrista. momento do nascimento. É genético e nada
pode mudar.
VISÃO BINOCULAR • Teoria Empirista, Hom Helmholtz: o processo
de VB é uma questão de aprendizagem ou
DEFINIÇÃO E CONCEITO: estimulação.
A visão binocular consiste na fusão por • Teoria Motora: o fundamento da VB são
integração cortical das imagens provenientes de estímulos para uma única resposta.
ambos olhos, mantidas nas distintas posições de
olhar.

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Curso de Optometria 66
Olho Cíclope: O primeiro grau corresponde a mais pura e
simples percepção simultânea das coisas, cada olho
É um olho imaginário localizado no capta uma imagem e o cérebro vê duas imagens
centro, na base e na parte superior do crânio. distintas, porém sem chegar a unir-las. Este estado é
Para compreender o olho cíclope temos que difícil que se produza de forma natural, o cérebro
entender o sentido dos pontos retinianos tende evitar a visão dupla, porém podemos induzir
correspondentes, pois os olhos são órgãos artificialmente ou de forma voluntária (se nos
estritamente conjugados. colocamos "vesgos" por exemplo). Alguns autores
É formado pela superposição das duas retinas, a diferenciam este primeiro grau como visão "duocular"
porção nasal da retina do olho direito superposta (duo = dois), reservando o termo "binocular" para
à porção temporal da retina do olho esquerdo, de quando há fusão das imagens respectivas, ou seja, o
tal modo que, no pólo posterior do olho cíclope, segundo e terceiro grau de visão binocular.
se encontrem a fóvea do olho fixador com seu
ponto correspondente da retina oposta.
FUSÃO
Olho esquemático:
É a integração das imagens como conseqüências da
Se um determinado objeto estimular estimulação de pontos retinianos correspondentes.
áreas específicas da retina, como a fóvea, o O processo de coordenação dos movimentos
cérebro receberá o estímulo. oculares para produzir uma imagem binocular única,
Ao redor da fóvea formam-se uma infinidade de ou seja, a mistura de visão de cada um dos olhos
pontos sensoriais. para formar uma única percepção.
Sempre que um ponto estimular a fóvea, termos Para que ocorra a fusão é necessário:
vários pontos estimulados junto com ela. 1. haja CV superpostos
2. existam os elementos retinianos
Fatores para obter VB: correspondentes
3. os MEO capazes de manter os eixos visuais
1. Integridade anatômica e dióptrica do globo alinhados funcionem com normalidade
ocular; 4. estereoacuidade de alto grau de 40 a 50
Anatômica: qualquer patologia nos meios segundos de arco
oculares impede e modifica a VB. Ex: catarata,
leucoma.
O segundo grau, é aquele em qual o cérebro é
Dióptrica: a acuidade visual deve ser semelhante
capaz de unir as imagens de cada olho em uma
em ambos os olhos. percepção simples, as imagens são distintas, porém
devem ser complementarias entre si em tamanho e
2. Campo Visual Binocular: deve haver uma
forma para serem fusionadas, a este segundo grau
superposição dos campos visuais.
damos o nome de fusão, o cérebro não somente vê
as imagens que chegam simultaneamente de cada
3. Correspondência Sensorial: um ponto
olho, como também, "fusiona" em uma só imagem.
qualquer da retina formará com um ponto da Este processo de fusão tem dois componentes:
outra retina, um par de pontos
correspondentes.
 A primeira parte chamada "fusão sensorial"
4. Balance Muscular: devemos ter o aparelho em que as sensações visuais de cada olho unem-se
motor intacto para que possamos dirigir os no cérebro para chegar à percepção única.
olhos em todas as direções e posições de  Uma segunda parte, chamada fusão motora,
olhar. faz referência ao movimento dos olhos para fixar a
luz, proveniente dos objetos que olhamos. Este tipo
Graus da Visão Binocular: de fusão mantém os olhos alinhados no objeto de
fixação, enquanto este pode afastar-se ou aproximar-
 Percepção simultânea: cada olho capta se da pessoa. Estes movimentos são chamados de
uma imagem e o cérebro percebe duas imagens movimentos de vergência, que mantém a visão
distintas, porém não chega a uni-las. binocular a diferentes distancias.
 Fusão: o cérebro é capaz de unir as
imagens distintas, mas complementares de cada
olho.
 Estereopsia: é o grau máximo de visão
binocular, em que a imagem única é percebida
em relevo e já não é uma imagem plana, mas
uma imagem com volume. É a chamada visão 3D
ou de profundidade.

Percepção simultânea

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Curso de Optometria 67

Os testes de visão tridimensional medem a


estereopsia em segundos de arco e informam a
Estereopsia: presença de visão binocular e a qualidade dela, e
orienta sobre a existência de supressão, ambliopia ou
O terceiro grau é o máximo atributo da visão estrabismo, pois nestes casos a estereopsia pode
binocular, é a capacidade de ver a imagem em estar diminuída ou ausente.
relevo, ou seja, em terceira dimensão, não sendo
mais uma imagem plana, senão com aparência A resolução mínima estereoscópica que pode ser
de volume. percebida é de aproximadamente 30 segundos de
arco.
Esta faculdade do cérebro humano é chamada de
estereopsia. Mecanismos compensadores
O sistema sensorial do aparelho visual está
É produzida a partir da integração cerebral de
construído para obter visão binocular, quando o
imagens distintas, com sensação de
sistema motor colabora fazendo com que ambos
profundidade, distância e noção de tempo e
eixos visuais coincidam sobre o objeto de interesse.
espaço dos objetos.
Quando isso não ocorre, a imagem do objeto se
forma sobre pontos retinianos não correspondentes
ou dispares, e traz as seguintes conseqüências:

1. DIPLOPIA: esta visão dupla é ocasionada em


olhos estrábicos, em que a imagem do objeto
observado tem direções diferentes (não
correspondentes).

Diplopia Homônima ou não cruzada: No caso de


endotropias a imagem irá formar-se na fóvea de um
olho e num ponto extrafoveal da retina nasal do olho
desviado.Sendo assim, a imagem será vista do
mesmo lado do objeto.

Diplopia Heterônoma ou Cruzada: No caso de


exotropias, a imagem se forma na fóvea do olho
fixador (não desviado) e na retina temporal
extrafoveal do olho desviado, sendo assim a imagem
estará formada do lado contrario do objeto localizado.
Diplopia Patológica: é quando um mesmo objeto
estimula pontos retinianos que não são
correspondentes.

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Curso de Optometria 68
DIPLOPIA NÃO CRUZADA (fig A)
É quando o objeto está localizado atrás da Área de
Panum e estimula retinas binasais.
Pode-se aplicar na prática, colocando a 50cm o dedo
indicador diante do nariz e sem tirar o olhar da ponta
do dedo, perceba que se formam duas imagens atrás
do ponto de fixação (dedo). Ao ocluir cada olho,
perceberemos que a imagem de cada olho se forma
do mesmo lado correspondente.

DIPLOPIA CRUZADA (FIG B)


É quando o objeto está localizado antes da Área de
Panum e estimula a retina temporal de cada olho.
Partindo do ponto que a retina temporal projeta sua
imagem no campo visual nasal, o observador verá
duas imagens. Pode-se aplicar na prática, fixando a
visão em um objeto longe e colocar o dedo a 50cm do
rosto. Deve-se fixar o ponto distante e sem tirar o
olhar deste ponto, perceba que os dedos próximos do
rosto estão duplos. Ao ocluir cada olho, o dedo se
desloca de lugar, isto é, a imagem se forma cruzada.

2. CONFUSÃO:
A confusão ocorre quando dois objetos
diferentes estimulam ao mesmo tempo ambas
fóveas e se superpõem uma sobre a outra.
Esta situação é pouco freqüente na prática
habitual, porque tende a aparecer antes uma
Quando aa confusão.
supressão para eliminar imagem
f’ b ff’
Diplopia fisiológica:

Diplopia fisiológica ou visão dupla é quando o


objeto de fixação está muito afastado do
horóptero e fora da Área de Panum, não podendo
unir-se e provocando diplopia em condições de
visão binocular normal, ou seja, quando estamos
em diplopia e não percebemos.
F
F A
Confusão:
F com F

Diplopia:
F com A

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Curso de Optometria 69
3. RIVALIDADE:

É produzida quando apresentam diferentes


imagens no campo visual central de cada olho em Mecanismos de adaptação
uma pessoa com visão binocular normal. Em
lugar de duas imagens distintas superpostas uma 1. Supressão
sobre a outra (confusão), a pessoa percebe 2. Ambliopia
defeitos focais das imagens nos lugares onde se 3. Torcicolo ocular
superpõem.

1. Supressão:

Quando existe um desalinhamento dos olhos


significativo ou existe uma imagem borrada, não é
possível unir as imagens retinianas. A supressão
surge como uma resposta inconsciente do sistema
visual sensorial para eliminar uma diplopia ou uma
confusão.

Em visão binocular, a supressão manifesta-se de


forma em que as imagens observadas por um olho se
tornam principais, enquanto que as observadas pelo
outro olho não se percebem.
A supressão forma um escotoma (área de visão
deprimida dentro do campo visual, rodeada por uma
EM VISÃO BINOCULAR área de visão menos deprimida ou normal) no olho
que se desvia, somente em condições de visão
binocular e o cérebro anula este olho para evitar a
diplopia.

RIVALIDADE

1. Ambliopia

 Etimologia:

O termo Ambliopia, do grego, quer dizer:


Amblys: Escura
Ops: Visão

 Definições:

A ambliopia ou olho preguiçoso é a diminuição da


acuidade visual em um ou ambos olhos, sem causa

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Curso de Optometria 70
aparente, ou seja, sem nenhuma lesão orgânica
ou com uma lesão cuja gravidade não é
proporcional à intensidade dessa diminuição de
visão, e que não pode ser compensada através
de meios ópticos. Trata-se de uma perda de visão
em resolução espacial e em sensibilidade ao
contraste e representa a causa mais comum de
diminuição da visão em crianças.

Quando as imagens que os olhos enviam ao


cérebro não são igualmente nítidas, seja por
diferença refrativa muito grande entre eles,
catarata congênita ou mesmo Estrabismo (que
também pode ser uma conseqüência da
Ambliopia), o cérebro tende a considerar apenas
a imagem do olho sem alterações ou com menor
alteração. Se este distúrbio visual não for tratado,
o olho de pior visão tende a ficar amblíope, ou
“preguiçoso”.

Quando encontramos diferença, entre ambos


olhos, de duas linhas de AV, podemos dizer que
estamos diante de uma ambliopia.

Pode ser com menor freqüência bilateral,


por existir defeitos importantes de refração em
ambos os olhos, especialmente astigmatismos
severos, e também por uma série de quadros que  Classificação:
cursam com “tremor”, movimentos oculares
involuntários, chamados nistagmo. Classifica-se em 2 tipos:

• AMBLIOPIA ORGÂNICA: diminuição da AV


causada por alguma alteração patológica ou
neurológica; Subdivide-se em :

Nas chamadas ambliopias orgânicas, são aquelas


causadas por uma enfermidade (doença),
desordem ou lesão confirmada no olho ou vias
visuais. Por exemplo, uma catarata congênita ou
casos de crianças com problemas de ptose
superior dão lugar a uma oclusão parcial do olho
afetado que diminuirá apreciavelmente sua
estimulação visual. Ambliopias de origem tóxica,
por envenenamento com arsênico, chumbo ou
quinina, as causadas pelo abuso de álcool ou de
tabaco, a ambliopia nutricional por uma má
qualidade da dieta, etc.
Orgânicas: alterações no órgão visual. Diminuição
da AV ou visão central devido a uma alteração
patológica, como catarata congênita, ptose
palpebral unilateral operada

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Curso de Optometria 71
- Ambliopia Histérica: caracterizada porque a
causa de sua manifestação é totalmente
psicológica e a pessoa que sofre disto está
convencida de que não enxerga nada.
- Ambliopia por privação monocular: a
ausência de estímulo visual em um olho
causa ambliopia. A patologia pode ser por
uma catarata congênita, uma opacidade
corneal unilateral, ou por uma hemorragia
ou opacidade unilateral do vítreo;

- Ambliopia por privação binocular: por opacidade • Ametropias (defeitos de refração): Sobre todo
dos meios transparentes em ambos olhos, como devido à hipermetropia e/ou astigmatismo
cataratas congênitas bilaterais, glaucoma
bilateral de certo grau. Neste caso a
congênito bilateral, opacidades corneais bilaterais Ambliopia afeta os dois olhos.
e hemorragias bilaterais do vítreo.
• Anisometropia (diferença de defeito refrativo
• AMBLIOPIA FUNCIONAL: diminuição da entre ambos olhos, maior de 1,5-2 dioptrias):
AV por alguma privação de AV, podendo mais freqüente em anisometropias
ser por algum problema refrativo não hipermetrópicas, astigmática ou miopia alta.
compensado na infância;
• Ambliopia por privação (a retina não recebe
- Ambliopia Estrábica: o olho desviado é estímulos de luz e forma): Em casos de
“desligado” pelo cérebro e a ambliopia se instala cataratas congênitas, sobre todo se são
neste olho, fazendo somente o outro olho unilaterais, ptose palpebral marcada,
desenvolver visão. opacidades corneais, etc.
- Ambliopia por privação monocular : As ambliopias funcionais recebem este nome
anisometropias por se referirem ao funcionamento do sistema
- Ambliopia por privação binocular: ocorre visual melhor que a sua natureza anatômica
geralmente em casos de ametropias de ambos ou estrutural, portanto, englobam-se aquelas
olhos, como hipermetropia bilateral intensa e ambliopias produzidas quando não existe
astigmatismos bilaterais. nenhuma enfermidade, nem desordem, nem
lesão confirmada nos olhos e vias ópticas. Por
exemplo, a ambliopia refrativa, devido a erros
ópticos não compensados em seu momento
ou a ambliopia estrábica, ocasionada pelo
desuso prolongado do olho desviado no
estrabismo.
 Etiologia (causa):

Condições clínicas que causam ambliopia:  Classificação da ambliopia segundo a AV


Ambliopia unilateral por Rosner:
Anisometropia
• Moderada: 20/70 a 20/120
catarata •
ptose completa evera: > de 20/120
opacidade corneal, opacidade vítrea •
oclusão prolongada e: até 20/25 a 20/70
blefaroespasmo unilateral prolongado •
hifema (sangue na câmara anterior do
olho)
 Características:
Cicloplegia unilateral prolongada

As causas mais habituais são as Baixa AV (acuidade visual)


seguintes : Alteração da localização espacial em
caso de fixação excêntrica
• Estrabismo : é a mais freqüente, sendo Descoordenação sensório-motora em
maior a incidência em estrabismos ambliopia profunda
convergentes que nos divergentes. Alteração do CV (campo visual)

 Sintomas:

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Curso de Optometria 72

Amontoamento OD onde se encontra a placa de Maddox


Adaptação à escuridão vermelha;
 Perguntar ao paciente se a linha e o ponto
 Sinais: coincidem, ou seja, se o ponto de luz está em
cima da linha;
 Repetir colocando a placa no OE.
Teste de Amsler demonstra baixa AV p/
POSSÍVEIS RESPOSTAS
amblíope.
AV baixa nos optotipos lineares  Se a linha e o ponto coincidem, não há foria
AV não muda com PH (furo estenopêico) horizontal (Exo ou Endo) e indica que o
paciente tem visão binocular;
A visão de cores (Ishihara) é normal,

quando há problema na alteração de cores, a
ambliopia não está relacionada.
Impossibilidade de piscar com olho são.
Os movimentos de ADUÇÃO são mais
normais e mais rápidos do que os de
abdução.
Em crianças as suspeitas de ambliopia
surgem a partir dos testes: tambor
optocinético, potenciais visual evocados e
mirada preferencial.

 Fatores de risco

Os principais fatores de risco que temos é a


existência de antecedentes familiares de
ambliopia e/ou estrabismo.

TESTE DA PLACA DE MADDOX

Consiste em uma lente formada por


vários cilindros paralelos entre si, para certificar a
 Se a linha (vista pelo OD) estiver na direita do
presença de forias verticais, laterais e
ponto: ENDOFORIA. Colocar prismas base
ciclotorcionais. Este teste é monocular.
temporal até que o ponto e a linha se
Inicia-se colocando esta lente em um olho e outro
coincidam.
sem a lente de Maddox.
A placa de Maddox tem por finalidade encontrar
forias, sendo assim, ao colocar a placa vertical se
forma uma linha horizontal e será avaliado se há
desvios laterais (endoforias ou exoforias). Ao
colocar a placa horizontal, se formará uma linha
vertical e será avaliado desvios verticais
(hiperforias ou hipoforias). Iluminar em ponto
remoto (VL) e em ponto próximo (VP 40cm).
O paciente deverá ver uma linha luminosa e um
ponto, os dois devem coincidir.

PROCEDIMENTO
 Paciente compensado visualmente ou  Se a linha (vista pelo OD) estiver na esquerda
com a compensação da refração final do ponto: EXOFORIA. Colocar prisma base
encontrada pelo optometrista; interna (nasal) até que a linha e o ponto se
 Colocar a lente horizontal vermelha no superponham.
OD e uma lanterna central em VL e
depois em VP de 40cm
 Indicar ao paciente que ele verá duas
imagens distintas: uma luz que estará
sendo projetada (neste caso, o OE estará
enxergando um ponto luminoso) e uma
linha vermelha que deverá ser vista pelo

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Curso de Optometria 73

 Se a linha vista pelo OD estiver abaixo do


 Se o paciente reporta ver a linha ponto de luz, indica que o OD está elevado
inclinada, pode-se girar a placa de e que é uma HIPERFORIA do OD. Colocar
Maddox até que fique reta e assim terá o prismas Base inferior até que o paciente
resultado em graus da torção. observe a linha unida ao ponto.
 Se o paciente responde que vê somente
a linha ou somente o ponto, é porque
está suprimindo um olho (no caso de a
placa está no OD e o paciente não vê a
linha, vê somente um ponto, é porque
está suprimindo o OD).

 Repetir o procedimento colocando a


linha vertical.
TÉCNICAS DE MEDIÇÃO DOS DESVIOS
Agora serão avaliadas FORIAS VERTICAIS OCULARES
(Hipertropias ou Hipotropias)
3 - PRISMA COVER TESTE
Requisito: Fixação central. Mede FORIAS E
POSSÍVEIS RESPOSTAS: TROPIAS

 Com a placa de Maddox posicionada com TÉCNICA:


as estrias verticais no OD e o paciente 1- Repita o procedimento do cover teste
observando o ponto luminoso com o OE, alternante.
o paciente que tiver visão binocular 2- Adicione prismas até neutralizar o movimento,
enxergará o ponto de luz em cima da assim:
linha, o que justifica uma Ortoforia Base Externa – ENDO
Vertical.
Base Interna - EXO
Base Inferior - HIPER DO OLHO ONDE SE
COLOQUE O PRISMA.
Base Superior – HIPO DO OLHO ONDE SE
COLOQUE O PRISMA
Desvio Vertical A= Hiperdesviação
B= Hipodesviação
3- Registre o valor do prisma com o qual se
neutralizou o movimento, seguido pela abreviatura
correspondente ao tipo de desvio (ver anotação no
 se a linha vista pelo OD encontra-se cover teste).
acima do ponto luminoso, indica que o 4- Repita o procedimento para visão próxima na
OD está deprimido, e que é uma distância desejada.
HIPERFORIA DO OE. Colocar prismas
Base Superior até que o paciente
observe a linha unida ao ponto.

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Testes Sensoriais para avaliar Supressão e possuem finas estrias, orientadas perpendiculares em
Correspondência Retiniana cada olho, ou seja, as estrias a 45º em um olho e a
135º no outro olho.
O estudo da correspondência retiniana baseia-se na
1. LUZES DE WORTH avaliação da relação existente entre fóvea do olho
fixador e a área da retina do olho desviado que
Coloca-se o filtro vermelho no olho direito e o filtro recebe a mesma imagem.
verde no olho esquerdo. Projetam-se 4 luzes Antes de estudar a CRN e CRA é necessário saber:
inicialmente em VL (6metros) e depois em • VP, Acuidade visual
sendo 1 luz branca, a luz vermelha e 2 verdes.• Fixação do olho desviado
• O ângulo de desvio do olho

Procedimento:
- O paciente fixa um ponto luminosos a 6 metros e a
50cm, e então colocam-se os vidros de Bagolini a 45º
no OD e a 135º no OE.
- Pergunta-se ao paciente se as linhas se encontram
como um X (xis) ou então se estão separadas. Peça
ao paciente para que desenhe o que está vendo a 6
metros.

POSSÍVEIS RESPOSTAS EM VISÃO


BINOCULAR COM OS FILTROS
VERDE E VERMELHO (AMBOS
OLHOS ABERTOS):
PACIENTE VE 4 CÍRCULOS: VISÃO
BINOCULAR – NORMAL
PACIENTE VE 2 LUZES
VERMELHAS: SUPRESSÃO OE

PACIENTE VÊ 3 LUZES VERDES:


SUPRESSÃO OD Interpretação das respostas:

Se o paciente vê as linhas cruzadas e


perpendiculares pode ser:
- Ortoforia: CRN
-Estrabismo: CRA
PACIENTE VÊ 5 LUZES (2
VERMELHAS E 3 VERDES): Se o paciente percebe uma só linha:
DIPLOPIA OU VISÃO DUPLA - supressão de um olho

Percepção de duas estrias cruzadas, porém


interrompidas no centro de fixação:
- Ortoforia: CRN com escotoma central
- estrabismo: CRA com escotoma de supressão

4- CAMPIMETRIA

O exame do Campo visual é um método


utilizado quando existe suspeita de glaucoma ou outra
doença que afeta o campo visual.
3. VIDROS ESTRIADOS DE BAGOLINI Existem três métodos que se pode utilizar,
que são a campimetria por confrontação, Teste de
É o principal teste para pesquisar a
Correspondência Retiniana. Os vidros de Bagolini

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Curso de Optometria 75
Amsler e a campimetria ou perimetria
computadorizada.
Campimetria por confrontação:
A pessoa e o examinador devem estar
frente a frente a uma distancia entre si de 1 metro
e entre eles uma iluminação situada na parte
5- TESTE DE AMSLER
superior.
Avaliar a integridade do Campo Visual
correspondente à região macular
PROCEDIMENTO:
1. O paciente deve ocluir o OE e com o OD
PROCEDIMENTO:
fixar o OE do examinador.
1. Ocluir o OE do paciente e pedir para fixar
2. O examinador deverá movimentar uma
com o OD sempre o ponto central da tabela
lanterna ou um objeto de fixação, como a
de Amsler;
ponta de uma caneta, da periferia até o
2. Perguntar ao paciente se em algum momento
centro nas 8 posições principais do olhar;
percebe se as linhas ao redor do ponto
possuem alguma falha ou encontram-se mais
distorcidas que outras;
3. Caso o paciente reporte ver todas as linhas
iguais, não existe anormalidade aparente no
campo visual do olho que está sendo
examinado;
4. Caso o paciente reporte perceber falhas nas
linhas, anotar a posição e pode-se suspeitar
3. de diminuição da AV deste olho por
O paciente deve indicar se em algum ambliopia;
momento a caneta ou luz desapareça; 5. Caso o paciente reporte perceber distorções
4. Anotar a alteração do campo visual no das linhas, anotar a posição e pode-se
sentido e posição que a luz desapareceu. suspeitar de glaucoma agudo.
TABELA DE AMSLER

VISÃO NORMAL

AO REALIZAR O TESTE DE AMSLER, CASO A


RESPOSTA SEJA QUE PERCEBE TODAS AS
LINHAS QUADRICULADAS, SEM NENHUMA
ALTERAÇÃO, FALHA OU ENTÃO DISTORÇÃO DAS
LINHAS, O CAMPO VISUAL APRESENTA-SE
NORMAL. NESTE CASO, A IMAGEM FORMA-SE
NÍTIDA E SEM NENHUM DEFEITO FOCAL, OU
SEJA, A PESSOA TEM VISÃO NORMAL EM
RELAÇÃO AO CAMPO VISUAL.

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Curso de Optometria 76
dos três sistemas receptores de cones. Desta
1. Examine a visão de cada olho maneira temos:
separadamente (monocular) e use  Protanope: faltam os cones sensíveis ao
óculos para visão de perto, caso
vermelho.
necessário;
2. Mantenha a tabela de Amsler na  Deuteranope: faltam os cones sensíveis ao
distância normal de leitura de 33cm a verde.
40cm  Tritanopes: faltam os cones sensíveis ao azul.
3. Fixe a visão no ponto central e sem tirar
os olhos deste ponto procure perceber Outra anormalidade congênita é a "tricromasia
ao seu redor se há distorções ou pontos anormal", quando um dos três tipos de cones contém
cegos (falhas) no quadriculado, e se pigmento que no funciona opticamente, sendo os
estas linhas encontram-se retas tanto restantes normais. Segundo o pigmento afetado
na horizontal, como na vertical.
temos:
 Protanomalia: debilidade para o vermelho.
ANOTAÇÃO  Deuteranomalia: debilidade para a visão do
• De acordo com o Campo Visual verde.
do olho examinado;  Tritanomalia: debilidade para o azul-amarelo.

Exemplo OD: DISTORÇÃO CAMPO VISUAL Teste de Ishihara


PERICENTRAL
São quadros com variedades de círculos de
diferentes cores, que servem para avaliar a visão
cromática e detectar anormalidades cromáticas.

VISÃO CROMÁTICA

As alterações na visão cromática são


classificadas como defeitos congênitos e defeitos
adquiridos.

Dentro dos defeitos congênitos temos o


"dicromatismo", que se produz quando falta um

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Curso de Optometria 77

Daltonismo

Daltonismo não é uma doença.

Trata-se de uma maneira distinta de perceber as


cores, pois o daltônico percebe as cores, porém tem
dificuldade de discriminá-las.

Alguns dados de ajuda futura:

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Curso de Optometria 78

25- Legislação da Optometria Diretoria nacional de Saúde e Assistência Médico-


Legislação aplicada à Óptica e Optometria Social, no Distrito Federal, ou pela autoridade
sanitária competente, nos estados.
2.2.1 – Dos estabelecimentos ópticos
§ 1º O registro feito na Diretoria Nacional de
Durante muito tempo, a óptica tem Assistência Médico – Social dá direto ao Exercício da
funcionado sem nenhum tipo de fiscalização. A lei profissão de ótico prático em todo o território da
que regulamenta o funcionamento dos República, e o feito nas repartições estaduais
estabelecimentos ópticos data de 1934 através do competentes é válido somente dentro do Estado em
decreto 24492/34. Este decreto encontra-se em que o profissional se habilitou.
vigor até hoje.
§ 2º Todo aquele que na data da publicação do
DECRETO Nº 24.492 DE 28 DE JUNHO presente decreto fizer prova de que tem mais de 10
anos de exercício com ótico prático no pais , e
DE 1934 comprovar sua idoneidade profissional, poderá
requerer para, independente de exame, ser registrado
na Diretoria Nacional de Saúde e Assistência Médico-
Baixa instruções sobre o decreto nº 20931. de 11 Sócial ou nos Serviços Sanitários Estaduais, a juízo
de janeiro de 1932, na parte relativa à venda de da autoridade sanitária competente.
lentes de graus.
Art. 5º A autorização para o comércio de lentes de
O chefe do Governo Provisório da República dos grau será solicitada à autoridade sanitária ou sócio,
Estados Unidos do Brasil, usando das atribuições ficando o requerente responsável pelo fiel
que lhe são conferidas pelo Art. 1º do decreto nº cumprimento deste decreto.
19.398, de 11 de novembro de 1930, decreta:
Art. 6º Para a obtenção da autorização ou licença
Art. 1º A fiscalização dos estabelecimentos que respectiva. O estabelecimento comercial é obrigado a
vendem lentes de grau em todo o território da possuir:
República é regularmente na forma dos Art. 38, 1º No mínimo um Ótico Prático, de acordo com o
39, 41 e 42 do decreto nº 20.931, de 11 de artigo 4º deste decreto.
Janeiro de 1932, e exercida, no Distrito Federal, 2º as seguintes lentes, o mínimo duas, de cada
pela inspetoria de Fiscalização do Exercício da espécie:
Medicina Da Diretoria Nacional de Saúde e a) Esféricas positivas, em graus crescente, de 0,25
Assistência Médico-Social, por intermédio do D em 0,25 D, desde 0,25 D até 10 D, e , daí por
Serviço de Profilaxia da Moléstias Contagiosas diante de 1 D em 1D até 20D;
dos Olhos , e nos Estados ficará a cargo da b) Esféricas negativas em graus crescente, de 0,25
repartições públicas sanitárias estaduais D em 0,25 D, desde 0,25 D até 10 D, e , daí por
competentes. diante de 1 D em 1D até 20D;
c) Cilíndricas simples positivas, em grau crescente,
Art. 2º Os especialistas dos Serviços de desde 0,25 D até 4 D:
Profilaxia das Moléstias Contagiosas dos olhos, d) Cilíndricas simples negativas, em grau crescente,
da Diretoria nacional de Saúde e Assistência desde 0,25 D até 4 D:
Médico-Social, no Distrito Federal, e a autoridade e) Esfero-cilindricas positivas, desde 0,25 D.
sanitária competente nos Estados, são os Cilíndricas combinada com 0,25 D esférica e
agentes dessa fiscalização e órgãos consultivos progressivamente até 2 D cil. 6 D esféricas;
sobre os assuntos concernentes à venda de f) Esfero-cilíndricas negativas desde 0,25 cilíndricas
lentes de graus. com 0,25 esf. E progressivamente até 2,50D cil.
Com 10 esf.
Art. 3º Dos atos e decisões das autoridades g) Vidros em bruto incolores e conserva que
sanitárias cabe recurso para o inspetor de habilitem o aviamento das receitas de ótica.
Fiscalização do Exercício da Medicina, quanto Parágrafo único . A exigência no nº II só se tornará
aos autos de infração, e , nos demais atos , ao efetiva, para os estabelecimentos já instalados,
diretor da Diretoria Nacional de Saúde e decorridos seis meses da publicação do presente
Assistência Médico-Social e ao ministro de decreto.
Educação e Saúde Pública, na forma de lei. 3º Os aparelhos seguintes:
Máquinas para centrar cristais, máquina para talhar
Art. 4º Será requerido, a quem o requerer, superfície s com uma série de moldes para lentes
juntamente provas de competição de idoneidade, esférica, outra série para lentes cilíndricas, que
habilitar-se a ser registrado como ótico prático na habilitem o preparo de lentes combinadas;
Diretoria Nacional de Saúde e Assistência aparelhamento para controle e retificação ; pedra
Médico-Social ou nas repartições Higiene para rebaixar cristais; aparelho para verificação de
Estaduais, depois de prestar exames perante grau das lentes respectiva montagem de lentes . Uma
peritos designados para este fim. Pelo diretor da caixa completa de lentes de ensaio.

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Curso de Optometria 79
4º Um livro para o registro de todas as receitas de cilíndricas, que habilitem ao preparo de lentes
óticas realizadas com termo de abertura e combinadas; aparelhamento para o controle e
encerramento com todas as folhas numeradas e retificação dos moldes; pedra para rebaixar cristais;
devidamente rubricadas pela autoridade sanitária aparelho para verificação de grau das lentes e
competente. respectiva montagem de lentes (o mais como está).
o
5º Na localidade em que não houver Art. 12 . Nenhum médico oculista, na localidade em
estabelecimento comercial que venda lentes de que exerce a clínica, nem a respectiva esposa,
grau na forma do art. 6º, será permitido, a título poderá possuir ou Ter sociedade para explorar o
precário, às farmácias ou a outro estabelecimento comércio de lentes de grau.
devidamente licenciado pelas autoridades
o
sanitárias, a venda de lentes de grau, cessando Art. 13 . È expressamente proibido, sócio, gerente,
porém está licença seis meses depois da ótico prático e demais empregados do
instalação do estabelecimento licenciado na estabelecimento, escolher ou permitir indicar ou
forma do presente decreto. aconselhar o uso de lentes de grau, sob pena de
processo por exercício ilegal da medicina, além das
Art. 7º No livro de registro serão transcritas outras penalidades previstas em lei.
textualmente as receitas de óptica aviadas,
o
originais ou cópias, com o nome e residência do Art.14 . O estabelecimento de venda de lentes de
paciente bem com do médico oculista receitante. grau só poderá fornecer lentes de grau mediante
apresentação da fórmula ótica de médico, cujo
Art. 8º O livro registro das prescrições ópticas diploma se ache devidamente registrado na repartição
ficará sujeito ao exame da autoridade sanitária competente.
sempre que esta entender conveniente.
o
Art. 15 . Ao estabelecimento de venda de lentes de
grau só é permitido, independente da receita médica,
Art. 9º Ao ótico prático do estabelecimento
substituir por lentes de grau idêntico aquelas que
compete:
forem apresentadas danificadas. Vender vidros
a) a manipulação ou fabrico das lentes de grau;
protetores sem grau, executar consertos nas
b) O aviamento perfeito das fórmulas óticas
armações das lentes e substituir as armações quando
fornecidas pelo oculista;
necessário.
c) Substituir por lentes de grau idêntico aquelas
que lhe resenhadas danificadas; o
Art. 16 . O estabelecimento comercial de venda de
d) Citar e assinar diariamente o livro de registro
lentes de grau não pode Ter consultório médico, em
de ótica.
qualquer de seus compartimentos ou dependências,
não sendo permitido ao médico sua instalação em
Art. 10º. O ótico prático assinará na Diretoria
lugar de acesso obrigatório pelo estabelecimento.
Nacional de Assistência Médico-Social, do Distrito
Federal, ou na repartição competente nos o
§1 . É vedado ao estabelecimento comercial manter
Estados, juntamente com o requerente, de acordo
consultório médico mesmo fora das suas
com o Art.5º, um termo de responsabilidade como
dependências; indicar médico oculista que dê aos
técnico do estabelecimento e, como proprietário,
seus recomendados vantagens não concedidas aos
ficará solidariamente responsável por qualquer
demais clientes e a distribuir cartões ou vales que
infração deste decreto na parte que lhe for
dêem direito a consultas gratuitas , remuneradas ou
afetada.
com redução de preço.
Art.11º. O ótico registrado não poderá ser
responsável por mais de um estabelecimento de o
§ 2 . É proibido aos médicos Oftalmologistas, seja por
vendas de lentes de grau.
que o processo for, indicar determinado
________________________________________
estabelecimento de venda de lentes de grau para o
( * ) Decreto n 24.492 , de junho der 1934 –
aviamento de suas prescrições.
Retificação publicada no Diário Oficial de 12 de
julho de 1934: o
Art. 17 . É proibido a existência da câmara escura no
Art.4. 1 . O registro feito na Diretoria Nacional de
estabelecimento de venda de lentes de grau , bem
Saúde e Assistência Médico – Social... (O mais
assim Ter em pleno funcionamento aparelhos
como está).
próprios para o exame dos olhos , cartazes e
Art. 6. Parágrafo Único. A exigência do núnero II
anúncios com oferecimento do exame da visa.
só se tornará efetiva, para os estabelecimentos já
instalados, decorridos seis meses da publicação
do presente decreto. o
O
Art.3 .Os aparelhos seguintes: Art. 18 . Os estabelecimento comerciais que
Máquina para centrar cristais, máquina para venderem por atacado lentes de grau, só poderão
talhar superfícies, com uma série de moldes para fornecer as mesmas aos estabelecimentos
lentes esféricas, outra série para lentes licenciados na forma do presente decreto e mediante

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Curso de Optometria 80
o
pedido por escrito, datado e assinado, que será Art. 6 . Parágrafo Único. A exigência dos números I e
arquivado na casa atacadista. II só se tornará efetiva para os estabelecimentos já
instalados, decorrido seis meses da publicação do
o
Art. 19 . A diretoria Nacional de saúde e presente decreto.
o
Assistência Médica – social, fará publicar 3 . Os aparelhos seguintes:
mensalmente no Diário Oficial a relação dos Pedra para rebaixar cristais e aparelho para
estabelecimentos devidamente licenciados. verificação de grau das lentes e respectiva montagem
de lentes.
o
Art. 20 . A infração de qualquer dos dispositivos
do presente decreto será punida com multa de
505000 a 5.000$00 conforme a sua natureza, GETÚLIO VARGAS.
cobrada executivamente no caso de falta do
pagamento da mesma no prazo da lei, sem Washington F. Pires.
prejuízo das demais penas criminais.
Observamos que tal decreto institui normas
o
Art. 21 . As multas previstas neste decreto serão tanto para as ópticas quanto para os médicos.
impostos no Distrito Federal pelo chefe do O órgão responsável pela fiscalização das
Serviço de Profilaxia das Moléstias Contagiosas ópticas é o Departamento de Vigilância Sanitária.
dos olhos, por quem suas vezes fizer obedecido Neste processo de fiscalização estão incluídos:
todo o dispositivo na parte Sexta, Capitulo I do estrutura física, condições gerais de higiene,
regulamento n 16.300, de 31 de dezembro de equipamentos obrigatórios e presença de responsável
1923, e nos Estados, pelo diretor dos respectivos técnico.
serviços sanitários ou pela autoridade por este Tal fiscalização era de responsabilidade
designada. estadual. Mas, com o objetivo de descentralizar as
tarefas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
o
Art. 22 . A verificação das infrações deste decreto (ANVISA), classificou os produtos e serviços em dois
poderá ser requerida à autoridade sanitária grupos. Um denominado de alta complexidade e outra
competente , por quem se considerar por elas de baixa complexidade.
prejudicado , sendo os autos de infração nestes A óptica foi assim inclusa no grupo de baixa
casos , como nos demais , lavrados de acordo complexidade. A lei 8080/?, municipalizou a vigilância
com o artigo anterior. sanitária e, com isso, o grupo de baixa complexidade
passou a ser de responsabilidade do município e não
o
Art. 23 . Os casos omissos no presente decreto do estado.
serão resolvidos por instruções do diretor da Tal decisão contribuiu ainda mais com a não
Dirtoria Nacional de Assistência Médico – social, fiscalização das ópticas, principalmente por os
aprovados pelo Ministério da Educação e Saúde municípios não possuírem técnicos em quantidade e
Pública. qualidade suficiente para a fiscalização de ópticas.
Após o Decreto 24492/34, apenas o Decreto
o
Art. 24 . O presente decreto entrará em vigor no 12479/78 cita a fiscalização de estabelecimentos que
prazo da lei. comercializam lentes oftálmicas.

Art. 25. Revogam -se as disposições em


contrário.

Rio de Janeiro, 28 de junho de 1934, 113 da


Independência e 46 da Republica.
________________________________________
Art. 21. As multas previstas neste decreto serão
Decreto 12479/78.
impostas, no Distrito Federal, pelo chefe do
Serviço de Profilaxia das Moléstias Contagiosas TÍTULO XII
dos Olhos , ou por quem suas vezes fizer Estabelecimento que Industrializem ou Comerciem
,obedecido todo o dispositivo na parte Sexta , Lentes Oftálmicas
capitulo I , do regulamento aprovado pelo decreto Artigo 147 - Os estabelecimentos que industrializem
n 16.300 , de 31 de dezembro de 1923 , e nos e/ou comerciem lentes oftálmicas, somente poderão
Estados , pelo diretor dos respectivos Serviços funcionar, depois de devidamente licenciados e sob a
Sanitários ou pela autoridade por este designada responsabilidade de um ótico, legalmente habilitado,
. especializado quando se tratar de lentes de contato,
Art. 22. A verificação das infrações deste decreto com termo de responsabilidade assinado perante a
poderá ser requerida à autoridade sanitária autoridade sanitária competente.
competente... (o mais como está). Parágrafo único - Esses estabelecimentos só
Retificação publicada no Diário Oficial de 21 de funcionarão com a presença obrigatória do ótico
Julho de 1934: responsável, podendo manter ótico responsável
substituto, legalmente habilitado e com termo de

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Curso de Optometria 81
responsabilidade assinado perante a autoridade
sanitária competente, para suprir os casos de DECRETA:
impedimento ou ausência do titular.
Artigo 148 - A licença a que se refere o artigo Art. 1º Ficam extensivas ao comércio dos vidros
anterior será renovada anualmente até o dia 31 oftálmicos sem grau. de côr e sem côr, as disposições
de março de cada ano . constantes dos artigos 5º e 6º. ns. I e V e do artigo 20
Artigo 149 -É obrigatória a afixação da licença, do Decreto n º 24.492, de 28 de junho de 1934, bem
em quadro próprio e em local bem visível ao como o disposto no artigo 1º do Decreto-lei n º 5.849,
público. de 23 de setembro de 1943.
Artigo 150 - Esses estabelecimentos deverão Art. 2º Êste Decreto-lei entrará em vigor na data de
possuir mobiliário adequado, aparelhos, sua publicação.
equipamentos, instrumentos, vasilhames, pia com Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.
água corrente e todos os meios necessários às Rio de Janeiro 24 de Janeiro de 1946, 125º da
suas finalidades, a critério da autoridade sanitária Independência e 58º da República.
competente.
Artigo 151 - Esses estabelecimentos deverão ser JOSÉ LINHARES.
mantidos em perfeitas condições de ordem e Raul Leitão da Cunha.
higiene. J. Pires do Rio.
Artigo 152 - Os estabelecimentos que comerciem
com lentes oftálmicas, terão livro próprio, com Quanto as leis citadas acima, a principal
folhas numeradas e com termo de abertura e dificuldade em sua eficiência está em sua idade, ou
encerramento pela autoridade sanitária seja, os sindicatos de ópticas e os conselhos de
competente e por esta devidamente rubricadas, ópticos estão buscando intensamente a atualização
destinado ao registro diário das receitas aviadas, destas leis e, como fora mencionado anteriormente,
indicando obrigatoriamente, a data, o nome do tem-se conseguido através de decretos estaduais e
paciente e se endereço completo, o nome do municipais.
médico receitante e o endereços de seu
consultório ou residência.
Parágrafo único - Esse livro será assinado 2.2.2 – Do exercício profissional
diariamente, pelo ótico responsável de seu
substituto legal permanecerá no estabelecimento O Decreto 24492/34 afirma em seu artigo 6
e será apresentado à autoridade sanitária que o estabelecimento óptico para conseguir
competente sempre que solicitado. autorização para funcionamento deverá possuir no
Artigo 153 - A mudança de local dependerá de mínimo um óptico prático sujeito a registro conforme o
licença prévia do órgão sanitário competente e do artigo 4 do mesmo decreto. Vejamos:
atendimento das condições exigidas no
licenciamento. Art. 4º Será requerido, a quem o requerer, juntando
Artigo 154 - Os óticos responsáveis, quando não provas de competição de idoneidade, habilitar-se a
forem proprietários ou sócios dos ser registrado como ótico prático na Diretoria Nacional
estabelecimentos, deverão apresentar contrato de de Saúde e Assistência Médico-Social ou nas
trabalho no órgão sanitário competente, para repartições Higiene Estaduais, depois de prestar
anotação. exames perante peritos designados para este fim.
Pelo diretor da Diretoria nacional de Saúde e
Existem hoje, várias adaptações deste Assistência Médico-Social, no Distrito Federal, ou
decreto de caráter estadual, além de vários pela autoridade sanitária competente, nos estados.
decretos municipais.
No tocante a comercialização de lentes § 1º O registro feito na Diretoria Nacional de
oftálmicas, a legislação federal é bem clara em Assistência Médico – Social dá direto ao Exercício da
afirmar que todas as lentes oftálmicas só podem profissão de ótico prático em todo o território da
ser comercializadas em estabelecimentos ópticos, República, e o feito nas repartições estaduais
estando assim provado a ilegalidade de vendas competentes é válido somente dentro do Estado em
de óculos em farmácias, camelôs, butiques ou que o profissional se habilitou.
qualquer outro estabelecimento comercial que
não seja óptica. § 2º Todo aquele que na data da publicação do
presente decreto fizer prova de que tem mais de 10
DECRETO-LEI N. 8.829 – DE 24 DE JANEIRO anos de exercício com ótico prático no pais , e
DE 1946 comprovar sua idoneidade profissional, poderá
Torna extensivas ao comércio dos vidros requerer para, independente de exame, ser registrado
oftalmicos as disposições, legais que na Diretoria Nacional de Saúde e Assistência Médico-
indica. Sócial ou nos Serviços Sanitários Estaduais, a juízo
O Presidente da República, usando das da autoridade sanitária competente.
atribuições que lhe confere o artigo 180 da
Constituição,

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Curso de Optometria 82
A exigência de uma qualificação maior - SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE PÚBLICA E
para este profissional inicia-se através de DA ASSISTÊNCIA SOCIAL -
regulamentações federais a saber:
- DEPARTAMENTO DE SAÚDE DO ESTADO -
DECRETO-LEI N. 8.345 – DE 10 DE
DEZEMBRO DE 1945 - SERVIÇO DE FISCALIZAÇÃO DO
Dispõe sobre habilitação para exercício EXERCÍCIO PROFISSIONAL -
profissional
O Presidente da República, usando da atribuição DEPARTAMENTO NACIONAL DE SAÚDE
que lhe confere o artigo 180 da Constituição,
DECRETA: Portaria nº 86, de 28 de Junho de 1958
Art. 1º Só é permitido o exercício das profissões
de protéticos, massagistas, óticos práticos,
práticos de farmácia, práticas de enfermagem, O Diretor Geral do Departamento Nacional de
parteiras práticas e profissões similares, em todo Saúde, resolve estabelecer em conformidade com a
o território nacional, a quem estiver devidamente legislação em vigor, as seguintes normas, para o
habilitado e inscrito no Serviço Nacional de exercício em todo o território nacional das profissões
Fiscalização da Medicina e nos respectivos de :
serviços sanitários, nos Estados.
Parágrafo único. A inscrição de que trata o
presente artigo é obrigatória para os protéticos, 1. Ótico-Prático e ótico-prático em lentes de
proprietários de oficinas isoladas ou que contacto.
trabalhem em oficinas anexas a consultórios.
Art. 2º Para cumprimento das instruções
necessárias à habilitação nas profissões de que Art. 1º - O exercício da profissão acima
trata o artigo anterior, expedidas pelo Diretor enumerada em todo território nacional, só é permitido
Geral do Departamento Nacional de Saúde, na a quem estiver devidamente inscrito no Serviço
conformidade do que dispõe o art. 6º do Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia ou
Regimento do Serviço Nacional de Fiscalização Serviço Nacional de Fiscalização da Odontologia para
da Medicina, baixado pelo Decreto nº 9.810, de 1 o Distrito Federal e, nos respectivos Serviços
de julho de 1942, a respectiva banca Sanitários competentes, para os Estados e Territórios.
examinadora deverá ser designada pelo referido
diretor geral, no Distrito Federal, e pelos diretores
dos departamentos estaduais de saúde, nos
Estados. Art. 2º - Para ser inscrito e habilitar-se
§ 1º O Ministro da Educação e Saúde arbitrará as ao exercício das profissões nos termos do
gratificações a serem concedidas, como artigo anterior, é necessário que o candidato
honorários pelos serviços prestados, aos apresente os seguintes documento:
membros das bancas examinadoras e aos de
mais serventuários que tomarem parte nos
trabalhos das provas de habilitação de que trata o a) – diploma ou certificado de curso de prático
presente decreto-lei. ou equivalente, a critério do Serviço
§ 2º. Os candidatos à inscrição nas provas de Nacional de Fiscalização da Odontologia
habilitação sobre que versa o presente decreto-lei ou Serviço Nacional de Fiscalização da
pagarão a taxa de Cr$ 300,00 (trezentos Medicina e Farmácia, expedido por escola-
cruzeiros). oficial ou reconhecida de medicina ou
Art. 3º Êste Decreto-lei entrará em vigor na data farmácia, pelos Cursos do D.N.S. ou,
de sua publicação. ainda, por escolas particulares de
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário. idoneidade reconhecida pelo
Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 1945, 124º da Departamento Nacional de Saúde.
independência e 57º da República.

JOSÉ LINHARES b) – prova de ter sido aprovado em exame de


Raul Leitão da Cunha capacidade realizado perante o Serviço
Nacional de Fiscalização da Medicina e
Farmácia ou Serviço Nacional da
A formação profissional do óptico prático Odontologia, na falta dos documentos
começou a ser regulamentada através da portaria referidos no item “a”
86/58. Nesta portaria é mencionada pela primeira
vez a figura do óptico prático em lentes de
contato. DO ÓTICO-PRÁTICO E DO PRÁTICO EM
LENTES DE CONTACTO

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Curso de Optometria 83
3- condições necessárias, medidas e individuais
Art. 12º - Entende-se por ótico - prático e para execução do receituário de lentes de contacto;
ótico - prático em lentes de contacto, quem for 4- métodos e cuidados para aplicação das lentes
habilitado nos exames procedidos na forma da de contacto, sua execução;
presente portaria para assumir a responsabilidade 5- dispositivos legais que regem a profissão de
pelo funcionamento dos estabelecimentos de ótico – prático em lentes de contacto.
ótica.
Art. 16º – A comissão examinadora, no Distrito
Federal, será composta de 3 membros, sob a
Art. 13º São obrigações do ótico-prático e presidência do médico oculista do Serviço Nacional
do ótico-prático em lentes de contacto: de Fiscalização da Medicina e Farmácia e completada
por um médico especialista em oftalmologia e um
ótico – prático habilitado e, nos Estados, pelos
a) Assumir a responsabilidade de todas as Diretores dos respectivos serviços sanitários e mais
atividades de ótica do estabelecimento
um médico oculista e um ótico – prático habilitado
comercial de ótico – prático ou de prático
legalmente.
em lentes de contacto;

b) Assinar e datar as receitas registradas no


Atualmente não existe nenhum tipo de
livro apropriado;
habilitação para ópticos práticos. Existem muitos
atuando em diversos estados baseado principalmente
c) Tratar de todos os assuntos referentes ao
no direito adquirido.
estabelecimento do qual é
responsável, com a autoridade sanitária A formação profissional do óptico sofreu um
fiscalizadora. grande avanço com a Lei 5692/71 que instituiu a
formação profissional em nível técnico. Como
Art. 14º Para a habilitação do regulamentação da lei 5692, foi promulgado o parecer
ótico – prático, a matéria de exame 45/72 do Conselho Nacional de Educação. Este
versará sobre : parecer instituiu a grade curricular mínima para cada
curso. Surgiu então o Técnico em Óptica que contava
1 – leis fundamentais de ótica geométrica e com um currículo mínimo composto pelas disciplinas
formação de imagens pelas lentes; de Optometria, Surfaçagem, Montagem, Materiais e
2 – características das lentes oftálmicas, suas Equipamentos, Psicologia e Técnica de Vendas.
variedades e identificação;
Pelas leis de diretrizes e bases, as formações
3 – sistemas centrados e sua utilização em
profissionais desvincularam-se dos Ministérios aos
ótica oftálmica;
quais se achavam adstritas, para submeter-se todas,
4 – teórica de interpretação e transposição de
ao Ministério da Educação.
lentes;
Esta, desde o seu art. 1º acentua a formação
5 – trabalho de superfície, sua técnica e
como preparação direta para o trabalho, in verbis -
realização, blocos;
Art. 1º- O ensino de 1º e 2º graus tem por objetivo
6 – seleção, preparo e aplicação de lentes
geral proporcionar ao educando a formação
bifocais e tremoçais;
necessária ao desenvolvimento de suas
7 – desvios prismáticos, adaptação e preparo
potencialidades como elemento de auto-realização,
de prismas;
qualificação para o trabalho e preparo para o
8 – adaptação e verificação de óculos
exercício consciente da cidadania.
corretores;
A nova terminologia criou um profissional de
9 – legislação referente ao ótico – prático.
2º grau, que após cursar regularmente a escola
técnica de óptica, com currículo instituído pela
§ Único - Além de prescrito no § 3º do art.
Câmara de Ensino, obedecendo as normas do
3º, a prova prática – oral para ótico – prático e
Parecer n.º 45/72 do Conselho Federal de Educação
ótico - prático em lentes de contacto, constará da
que fixa os mínimos a serem exigidos em cada
resolução de problemas de ótica e execução dos
habilitação profissional ou conjunto de habilitações de
trabalhos específicos.
1º e 2º grau, está apto a exercer livre e de maneira
independente a profissão descrita em seu próprio
Art. 15º – Para a habilitação de ótico - nome. Assim define, in verbis, o referido Parecer - As
prático em lentes de contacto, o assunto de habilitações profissionais que são obtidas mediante o
exame versará, ainda sôbre: cumprimento de currículo oficialmente aprovados e os
respectivos diplomas e certificados, devidamente
registrados, conferem aos portadores direitos
1- variedade e indicações das lentes de
específicos de exercício das profissões (Doc. n.º 7 ).
contacto;
Atualmente a lei n.º 9394/96 que estabelece
2- ótica física e ótica fisiológica adaptadas a
as novas diretrizes e bases da educação nacional,
lentes de contacto;
garante não só o direito ao progresso profissional

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Curso de Optometria 84
através da evolução educacional bem como o contato ou exercícios para os olhos. Se encontra
livre exercício da profissão escolhida pelo indícios de doenças recomenda a pessoa examinada
indivíduo, não importando se essa profissão é de a consultar um oftalmologista."
nível técnico ou universitário O QUE É OPTOMETRIA?
O Técnico é um profissional de nível “É a determinação e medidas científicas dos
médio (2º grau) que possui uma iniciação nos defeitos de refração, acomodação e mobilidade do
conhecimentos científicos indispensáveis para olho humano. O ensaio, prescrição e adaptação de
resolver metodicamente os problemas práticos lentes que compensam tais defeitos”.
das aplicações da ciência. Adaptação de lentes de contato, de próteses
oculares, uso de ajuda ópticas e não ópticas em
A partir de então os estabelecimentos paciente de visão subnormal; a prática de exercícios
ópticos para conseguirem alvará de ortópticas, para melhorar as condições de mobilidade
funcionamento devem apresentar um responsável de ambos os olhos, sem a utilização de remédios (
técnico formado em Técnico em Óptica. colírios) ou intervenções cirúrgicas, reconhecendo a
anatomia, fisiologia e patologia do olho normal, como
- Optometria – Legalidade inquestionável. órgão encarregado da relação do ser humano no
mundo real.
O QUE É O TÉCNICO? Tem tripla vertente de prevenir, detectar e
solucionar problemas visuais, seu objetivo final é
A profissão de Técnico Óptico foi criada conseguir o máximo rendimento visual com a mínima
pelo Conselho Federal de Educação, órgão do fadiga. Segundo o parecer dos doutores em
Ministério da Educação, através do parecer 45/72 optometria Carlos Mendoza Lopes e Jairo Garcia
fundamentado na lei federal de Diretrizes e Bases Touchie, da Universidade La Salle, Colombia, em
da Educação Nacional nº 5.692 especificado na curso ministrado sobre o tema em Porto Alegre,
Resolução 02/72. demonstram ser a mesma um ato técnico e não
médico.
O Técnico é o especialista que domina Fica demonstrado assim, que a prática
métodos rigorosos para dar a solução adequada profissional científica da optometria não é um ato
a esses problemas. médico e sim, uma análise integrada da óptica física,
O domínio da técnica se estende a todo que através do uso de sua técnica, neutraliza vícios
plano da aplicação sistemática e metódica das de refração decorrentes dos defeitos refrativos do
conclusões da ciência. olho humano.
Um técnico em óptica é o que realiza em Rossana Bardini, Optometrista S.O.E., da
termos práticos as descobertas científicas da Societá Italiana D' Optometria assim define o
óptica. Optometrista: Optometrista é o profissional que
Os cursos técnicos em geral estão examina o processo visual em seus aspectos
integrados ao ensino médio (2º grau) e duram em funcionais e comportamentais conhecidos com
média 3 anos. métodos objetivos e subjetivos, valendo-se das leis da
O Técnico é um profissional de nível óptica física, da fisiologia ocular, da optometria e dos
médio (2º grau completo) portador de diploma meios instrumentais úteis que a evolução técnica
registrado no Ministério da Educação. cientifica põe a sua disposição com o fim de
investigar, determinar, realizar e ministrar qualquer
O QUE FAZ UM TÉCNICO ÓPTICO? compensação óptica das ametropias, prevenindo,
onde seja possível a insurgência de turvações visuais
Uma das áreas de trabalho do óptico é a também através da reedução visual ou aplicando as
óptica oftálmica, uma especialização profissional metodologias para a melhora da eficiência.
que trabalha exclusivamente com a melhoria da Optometrista no desenvolvimento de sua
qualidade visual e para isso utiliza os óculos, as profissão trabalha sobre o ato visual e não sobre o
lentes de contato. globo ocular cumprindo uma operação física e não
O óptico especializado em óptica uma intervenção de caráter médico, posto que a
oftálmica trabalha também na confecção de optometria não é uma emanação da medicina.
lentes oftálmicas, na montagem de óculos, no Estão, portanto, excluídos de seu âmbito
atendimento ao cliente e na adaptação de lentes profissional o diagnóstico o prognóstico, o tratamento
de contato. de qualquer estado patológico ocular, deveres que se
configuram no quadro da atividade médica.
OPTOMETRISTA
A enciclopédia médica familiar, editada Organização Mundial de Saúde , OMS diz: "0
pela Revista Seleções, na página 705 consta o exercício da optometria corresponde ao óptico
seguinte verbete: optometrista por História, Formação, Conhecimentos
"Optometristas especialistas que não e Maior Eficácia e um menor custo social ."
sendo médico está habilitado a examinar os
olhos. O optometrista pode prescrever lentes de José Luiz Collado Ezquerococha , Decano do Colégio
Nacional de Ópticos Optometristas da Espanha,

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Curso de Optometria 85
aponta as diferenças entre médico oftalmologista esses casos ao profissional de medicina
e o óptico optometrista: especializado. Busca oferecer o máximo de
Por sua formação, a oftalmologia nasce para lutar rendimento visual com a mínima fadiga. Por métodos
contra a cegueira. A optometria para aumentar a
eficácia visual. objetivos e subjetivos, reconhece, determina,
A oftalmologia para conseguir seu propósito, compensa e/ou corrige as anomalias visuais, de modo
precisa de profundos conhecimentos sobre funcional e dinâmico. Aprofunda-se em aspectos
anatomia e patologia, seu enfoque é físicos, psicológicos e ergonômicos, da visão bem
estruturalista. A optometria para obter seus como em áreas de especialização, como a
objetivos precisa de amplos e profundos refratometria, optometria pediátrica, ortóptica, visão
conhecimentos sobre aspectos físicos,
subnormal, profissional e reeducação visual dentre
psicológicos e ergométricos da visão. 0 Óptico
Optometrista estuda óptica geométrica, óptica outras, avalia o caso, examinando o cliente
instrumental, óptica física, óptica fisiológica, entrevistando a família do mesmo, para a
histologia, psicologia, neurologia, muito determinação de critérios terapêuticos. Pode fornecer
especialmente a óptica optométrica, e muitas dados aos médicos especializados para efeito de
dessas matérias sequer constam nos planos de auxIlio nos casos patológicos carentes de tratamentos
estudos dos oftalmologistas.
específicos e/ou cirúrgicos. Orienta a família do
Pelas funções - 0 médico oftalmologista e o óptico
optometrista são dois profissionais cada qual com cliente, travando com ela contatos informais para
um papel específico. Suas funções não se obter o major rendimento possível de terapêutica;
sobrepõem, se complementam. completa o tratamento usando filtros, lentes
0 médico oftalmologista se dedica especialmente adicionais, prismas corretores, processos de oclusão,
as enfermidades dos olhos. 0 óptico optometrista para assegurar major rapidez e eficiência terapêutica
estuda o funcionamento do sistema visual a fim dos casos, analisando os resultados obtidos, para
de obter do mesmo a máxima eficácia. Para isso
encaminhar o cliente a outros especialistas quando
a optometria inclui a medição de erros de
refração, o reconhecimento e encaminhamento necessário, participa de equipes multi-profissionais,
ao especialista que analisa as situações fora do assessorando em assuntos de optometria, a fim de
normal tomando as devidas providências no contribuir para profilaxia de deficiências visuais, do
sentido do encaminhamento a assistência médica estrabismo e para o esclarecimento de diagnóstico.
ou outra atenção profissional. Um óptico Pode realizar triagem ou seleção de profissionais,
optometrista pode especializar-se em refração,
para avaliação dos padrões exigidos pelo órgão
lentes de contato, visão infantil, visão geriátrica,
terapia para baixa visão, visão no trabalho e visão requisitante.
desportiva, assim como lapidar, montar, ministrar, O Técnico, é o profissional não — medico
verificar e controlar os meios adequados para a especialista da visão. E treinado especificamente para
prevenção, detecção, compensação e melhora da a prática da optometria plena ou para qualquer uma
visão. das suas especialidades, com autonomia e
responsabilidade no exercício clínico e acesso
Segundo o Conselho Brasileiro de irrestrito aos necessitados desses serviços
Ópticos e Optometristas — CBOO especializados. Seu trabalho envolve, ainda, a
recuperação e aperfeiçoamento da eficácia visual
O profissional Técnico, examina pessoas através de exercícios e treinamentos da visão e/ou da
portadoras de perturbações da função visual adequação dos diferentes aspectos ergonômicos, tais
como um todo, diagnosticando, compensando e como iluminação, imobiliária e postura. Pode atuar na
orientando os diferentes tipos de tratamento para saúde pública (escolas, universidades, hospitais,
promover a recuperação desses distúrbios. pastas de saúde, empresas e etc.), podendo prestar
Esse técnico, ocupa-se do exame do seus serviços na esfera privada( escolas,
processo visual em seus aspectos funcionais e universidades, clínicas, hospitais, industria, empresa
comportamentais, determinando e medindo e etc.), em consultórios próprios ou estabelecimentos
cientificamente os defeitos de refração, comerciais de ópticas. Por formação, pode trabalhar
acomodação e mobilidade dos olhos, prevenindo como consultor e pesquisador junto às industrias
e corrigindo os transtornos da visão, oftálmicas, orientando a fabricação e testando novos
prescrevendo e adaptando os meios Ópticos materiais. O Técnico não trata das enfermidades dos
compensatórios — sejam lentes oftálmicas em olhos, não realiza cirurgias nem prescreve
geral, lentes de contato em geral, prismas, filtros, medicamentos. Cuida do ato visual, não do globo
telelupas, exercício e etc. Reconhece condições ocular. Pode emitir laudos técnicos. Pode se
patológicas oculares sistêmicas encaminhando responsabilizar tecnicamente pelos laboratórios

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Curso de Optometria 86
Ópticos, industrias do ramo, clinicas de visão, Art. 5º É obrigatório o registro do diploma
postos de saúde, estabelecimentos Ópticos dos médicos e demais profissionais a que se refere o
básicos ou plenos. art. 1º no Departamento Nacional de Saúde Pública e
na repartição sanitária estadual competente.
O exercício profissional de qualquer
profissão depende diretamente de um processo
de reconhecimento e/ou regulamentação. Disposições Gerais.
A Optometria é uma atividade
reconhecida desde 1932, através do decreto 20
931/32 quando em seu artigo 3° afirma que os Art. 38º É terminantemente proibido aos
Optometristas poderão trabalhar a juízo da enfermeiros, massagistas, optometristas e
secretaria de saúde. ortopedistas a instalação de consultórios para atender
Através deste decreto, a optometria pode clientes, devendo o material aí encontrado ser
ser exercida, desde que fiscalizada pela apreendido e remetido para o depósito público, onde
Secretaria de Saúde. Porém , o mesmo decreto será vendido judicialmente a requerimento da
impõe restrições ao perfeito exercício profissional Procuradoria dos Feitos da Saúde Pública a que, a
do Optometristas. autoridade competente oficiará nesse sentido. O
produto do leilão judicial será recolhido ao Tesouro,
DECRETO Nº 20.931 DE 11 DE JANEIRO DE pelo mesmo processo que as multas sanitárias.
1932

Regula e fiscaliza o exercício da Art. 39 É vedado às casas de ótica


medicina, da odontologia, da medicina veterinária confeccionar o vender lentes de grau sem prescrição
e das profissões de farmacêutico, parteira e médica, bem como instalar consultórios médicos nas
enfermeira, no Brasil, e estabelece penas. dependências dos seus estabelecimentos.

O chefe do Governo Provisório da Art. 40º É vedado às casas que comerciam


República dos Estados Unidos do Brasil, de em artigos de ortopedia ou que os fabricam, vender
conformidade com o art. 1º do decreto nº 19.398, ou aplicar aparelhos protéticos, contensivos,
de 11 de Novembro de 1930, decreta: corretivos ou imobilizadores, sem a respectiva
prescrição médica.

Art. 1º O exercício da medicina, da


odontologia, da medicina veterinária e das Art. 41º As casas de ótica, ortopedia e os
profissões de farmacêutico, parteira e enfermeiro, estabelecimentos eletro, rádio e fisioterápicos de
fica sujeito à fiscalização na forma deste decreto. qualquer natureza devem possuir um livro
devidamente rubricado pela autoridade sanitária
competente, destinado ao registro das prescrições
Art. 2º Só é permitido o exercício das médicas.
profissões enumeradas no Art. 1º, em qualquer
ponto do território nacional, a quem se achar
habilitado nelas de acordo com as leis federais e Art. 42º A infração de qualquer dos
tiver título registrado na forma do art. 5º deste dispositivos do presente decreto será punida com a
decreto. multa de 2:000$ a 5:000% conforme a sua natureza, a
critério da autoridade atuante, sem prejuízo das
penas criminais. Estas penalidades serão
Art. 3º Os optometristas, práticos de discriminadas em cada caso no regulamento.
farmácia, massagistas e duchista estão
também sujeitos à fiscalização, só podendo
exercer a profissão respectiva si provarem a Parágrafo único. Nos casos de reincidência na
sua habilitação a juízo da autoridade sanitária. mesma infração dentro do prazo de 2 anos, a multa
será duplicada a cada nova infração.

Art. 4º Os graduados por escolas ou


Art. 43º. Os processos criminais, previstos
universidades estrangeiras só podem exercer a
neste decreto, terão lugar por denúncia da
profissão, após submeterem-se a exame de
Procuradoria dos Feitos da Saúde Pública, na Justiça
habilitação, perante as faculdades brasileiras, de
do Distrito Federal, ou por denúncia do órgão
acordo com as leis federais em vigor.
competente, nas justiças estaduais, mediante
solicitações da Inspetoria de Fiscalização do
Exercício da Medicina ou de qualquer outra
autoridade competente.

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Curso de Optometria 87
II - Adequação das condições do ambiente onde se
processa a atividade profissional, para a prática das
Art. 44º Revogam-se as disposições em
ações que visem à promoção, proteção e
contrário.
recuperação da saúde.
Rio de Janeiro, 11 de Janeiro de 1032, 111ª da
Independência e 44º da República.
III - Existência de instalações, equipamentos e
Com a existência de um profissional aparelhagem indispensáveis e condizentes com as
formado em nível técnico, conforme lei 5692/71, a suas finalidades, e em perfeito estado de
ANVISA em 1976 promulgou o Decreto N° 77 funcionamento.
052/76 que trata especificamente da fiscalização
do exercício profissional de profissões Técnicas e IV - Meios de proteção capazes de evitar efeitos
auxiliares relacionadas diretamente com a saúde. nocivos à saúde dos agentes, pacientes, e dos
circunstantes.

V - Métodos ou processos de tratamento dos


Decreto nº 77.052 de 19 de pacientes, de acordo com critérios científicos e não
vedados por lei, e técnicas de utilização dos
janeiro de 1976 equipamentos.

Dispõe sobre a fiscalização sanitária das Art. 3º A fiscalização de que trata este Decreto
condições de exercício de profissões e abrangerá todos os locais em que sejam exercidos as
ocupações técnicas e auxiliares, relacionadas profissões ou ocupações referidas no artigo 1º através
diretamente com a saúde. de visitas e inspeções sistemáticas e obrigatórias, das
autoridades sanitária devidamente credenciadas,
O Presidente da República, no uso das abrangendo especialmente:
atribuições que lhe confere o artigo 81, item III da
Constituição, e tendo em vista o disposto no VI - Estabelecimentos, laboratórios, oficinas e
artigo 1º, item I, letra j da Lei nº 6.229, de 17 de serviços de ótica, de aparelhos ou material ótico,
janeiro de 1975, decreta: ortopédico, de próteses dentária, de aparelhos ou
material para uso odontológico.
Art. 1º A verificação das condições de exercício
de profissões e ocupações técnicas e auxiliares Art.. 4º Para o cabal desempenho da ação
relacionadas diretamente com a saúde, por parte fiscalizadora estabelecida por este Decreto as
das autoridades sanitárias dos órgãos de autoridades sanitárias competentes deverão abster-se
fiscalização das Secretarias de Saúde dos de outras exigências que impliquem na repetição,
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios ainda que para efeito de controle, de procedimento
Federais, obedecerão em todo o território não especificados neste Regulamento ou que se
nacional, ao disposto neste Decreto e na constituam em atribuições privativas de outros órgãos
legislação estadual. públicos, tais como exames para aferição de
conhecimentos, provas de suficiência, constituição e
Art. 2º Para cumprimento do disposto neste participação de bancas examinadoras em cursos não
Decreto as autoridades sanitárias mencionadas reconhecidos pelos Conselhos Federal, ou Estaduais
no artigo anterior, no desempenho da ação de Educação, registros de diplomas e inscrição dos
fiscalizadora, observarão os seguintes requisitos habilitados nos órgãos sanitários, sem expressa
e condições: previsão de lei.

I - Capacidade legal do agente, através do exame Brasília, 19 de janeiro de 1976: 155º da


dos documentos de habilitação enerentes ao seu Independência e 88º da República.
âmbito profissional ou ocupacional,
compreendendo as formalidades intrínsecas e ERNESTO GEISEL
extrínseca do diploma ou certificado respectivo, Paulo de Almeida Machado
tais como, registro, expedição por
estabelecimentos de ensino que funcionem
Como vimos, tal decreto afirma que o fiscal
oficialmente de acordo com as normas legais e
regulamentares dos seus Titulares, quando for o deve testificar se o profissional possui diploma ou
caso, nos Conselhos Regionais pertinentes certificado expedido por escolas devidamente
regulamentadas e se possui inscrição no conselho de
previstos na legislação federal básica de ensino.
classe. Este mesmo decreto afirma que a vigilância
sanitária deve testificar se os aparelhos necessários
para o perfeito desempenho da profissão estão em

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Curso de Optometria 88
perfeito estado de funcionamento (Decreto 77
052/76, Art. 02, Art. 03).
O que fica claro é que os Técnicos podem
trabalhar atendidas as exigências mencionadas
no Decreto 77 052/76
Pela característica de trabalho do Técnico
em Optometria, o mesmo é classificado com
profissional liberal estando então sobre o amparo
da CNPL (Confederação Nacional das Profissões
Liberais – www.cnpl.org.br). Esta entidade
sindical tem como principal objetivo a defesa
jurídica de seus associados através de uma junta
jurídica formada por vários advogados.
A CNPL existe desde 1950 e trabalha
com todas as profissões liberais.

Os serviços Optométricos também fazem


parte do Cadastro Nacional de Atividades
Econômicas do IBGE.
Em 1983, o Conselho Federal de Educação
através do parecer 404/83, incluiu no currículo do
curso Técnico em Óptica a disciplina de Contatologia
A pedido do Sindicato do Comércio Varegista de

Material Óptico de São Paulo.

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Curso de Optometria 89
A adaptação de Lentes de contato a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
inicialmente era exercida por ópticos práticos em igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
Lentes de Contato com respaldo dado pela seguintes:
portaria 86/58. A partir do parecer 404/83, esta XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
adaptação passa a ser exercida por profissionais profissão, atendidas as qualificações profissionais que
formados em nível técnico, aumentando-se assim a lei estabelecer;
todo a responsabilidade por um trabalho mais
qualificado. Art. 7.º São direitos dos trabalhadores urbanos e
É importante mencionar que a pós a rurais, além de outros que visem à
inclusão da contatologia no curso técnico em melhoria de sua condição social:
óptica, houve duas ações por parte dos médicos XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
para anular tal decisão. A primeira foi proposta coletivos de trabalho;
pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia através
de um relatório de uma Assembléia Geral Art. 22. Compete privativamente à União legislar
Extraordinária, realizada no Hotel Plaza São sobre:
Rafael, em Porto Alegre – RS, no dia 16 de XVI - organização do sistema nacional de emprego e
novembro de 1983, onde, entre outros assuntos, condições para o exercício de profissões;
se lê, que os representantes resolveram:
“Repudiar o Parecer 404/83 do CFE”. Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização
A resposta para este relatório foi dada ao do trabalho humano e na livre
Conselho de Oftalmologia pelo Parecer 481/84 iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
aprovado dia 05/07/84 pelo CFE mantendo a digna, conforme os ditames da justiça social,
disciplina no currículo. Na ocasião foi claramente observados os seguintes princípios:
exposto pelo CFE que o enriquecimento curricular Parágrafo único. É assegurado a todos o livre
por meio de uma nova disciplina, é assunto da exercício de qualquer atividade econômica,
competência estrita do CFE, tendo em vista o independentemente de autorização de órgãos
interesse de ensino. públicos, salvo nos casos previstos em lei.
A segunda ação foi feita através de uma
solicitação do Deputado Ézio Ferreira e CBO, Art. 197. São de relevância pública as ações e
com o mesmo objetivo de anular a Contatologia serviços de saúde, cabendo ao poder público dispor,
para o Técnico em Óptica. E, mais uma vez, o nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
CFE manteve sua posição respondendo à fiscalização e controle, devendo sua execução ser
solicitação por meio do parecer 269/89 aprovado feita diretamente ou através de terceiros e, também,
dia 16/03/1989 pelo Conselho Federal de por pessoa física ou jurídica de direito privado.
Educação.
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa
privada.

O que se percebe com isso é que a


Optometria pode ser exercida desde que o
profissional esteja devidamente habilitado e/ ou
qualificado. Neste caso como o explicado no decreto
77 052/76 verifica-se a existência de diploma
expedido por escolas devidamente credenciadas. Por
outro lado, qualquer trabalhador pode, como cita o Art
7° da constituição, ter reconhecidos os acordos ou
convenções incluindo neste caso as convenções
internacionais de trabalho.
Em 2000, a ANVISA através do parecer A responsabilidade de legislar é somente da
1110/2000 afirmava ser a adaptação de lentes de união, portanto qualquer indicação ou resolução
contato um ato médico. Tal parecer foi anulado proveniente de outras entidades não possui efeito
pela própria ANVISA através do ofício 553/2001 legal, salvo para seus próprios associados.
em resposta ao ofício 294/2001 da Confederação O exercício profissional pleno é apoiado pelo
Nacional do Comércio. Artigo 170, deixando claro que para a Optometria ser
exercida não depende diretamente da aprovação de
Em 1988 com a constituição Federal, a uma lei federal ou da autorização por parte de um
Optometria e Adaptação de Lentes de Contato determinado órgão. Com isso, ainda baseado na
passam a ter mais respaldo baseado nos constituição a Optometria é uma atividade da área de
seguintes artigos: saúde sendo por tanto livre a iniciativa privada física
ou jurídica.
Art. 5.º Todos são iguais perante a lei, sem A fiscalização do exercício profissional do
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos Optometrista é feito pelo CBOO (conselho Brasileiro
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País de Óptica e Optometria) e seus respectivos conselhos

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Curso de Optometria 90
regionais. Tal entidade possui personalidade 3223-05 - Técnico em óptica - Contatólogo,
jurídica totalmente comprovada por princípios Óptico contatólogo, Óptico esteticista,
constitucionais em caráter associativo conforme Óptico montador de óculos, Óptico
Art. 5, inciso 18 e em total igualdade com o oftálmico, Óptico refracionista, Óptico
Conselho de Oftalmologia. surfaçagista, Técnico contatólogo
3223-10 - Técnico em optometria - Óptico,
Art. 5, XVIII - a criação de associações e, na Óptico optometrista, Óptico
forma da lei, a de cooperativas independem de protesista, Técnico optometrista
autorização, sendo vedada a interferência estatal
em seu funcionamento; Descrição sumária

Até 1998, todos os conselhos de Realizam exames optométricos; confeccionam


Fiscalização do exercício profissional deveriam lentes; adaptam lentes de contato; montam
ser criados por lei federal. Esta prerrogativa óculos e aplicam próteses oculares. Promovem
estava escrita no Artigo 58 da lei 9649/98. Em educação em saúde visual; vendem produtos e
maio de 2003, o governo Lula promulgou a lei serviços ópticos e optométricos; gerenciam
10683/03 revogando a lei 9649/98. Com isso, o estabelecimentos. Responsabilizam-se
Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria é tecnicamente por laboratórios ópticos,
considerado uma entidade legal possuindo todos estabelecimentos ópticos básicos ou plenos e
os direitos de fiscalização do exercício centros de adaptação de lentes de contato.
profissional de Ópticos Optometristas. Podem emitir laudos e pareceres ópticos-
É importante mencionar que a optometria optométricos.
vem sendo mais largamente exercida por 3223 :: Ópticos optometristas
profissionais formados em Técnico em Óptica,
Condições gerais de exercício
que possui em seu currículo a Optometria e a
Contatologia. Exercem suas funções em laboratórios ópticos,
Em 2002, a Optometria recebeu aval de em estabelecimentos ópticos básicos e plenos,
02 grandes ministérios: primeiro – O ministério do em centros de adaptação de lentes de contato,
Trabalho ao aprovar a nova classificação podendo, ainda, atuar no ramo de vendas e em
Brasileira de Ocupações, incluindo a família dos atividades educativas na esfera da saúde
ópticos optometrista entre as varias profissões pública. São contratados na condição de
existentes no país. trabalhadores assalariados, com carteira
assinada e, também, na condição de
A nova CBO descreve com detalhes todo
empregador. Atuam de forma individual e em
o comportamento do Técnico em Óptica e do
equipe, sem supervisão, em ambientes
Técnico em Optometria. fechados e também em veículos, no período
A nova CBO foi elaborada com base em
diurno.
um acordo trabalhista com a OIT (Organização
Internacional do Trabalho) utilizando códigos Formação e experiência
internacionais. O exercício dessas ocupações requer curso
O perfeito funcionamento destes acordos técnico de nível médio, oferecido por
necessitam de passar por uma ratificação por instituições de formação profissional. O pleno
parte da presidência da republica. Depois de desempenho das atividades profissionais se dá
ratificada uma convenção ou um acordo, os após o período de três a quatro anos de
mesmos passam automaticamente a fazer parte experiência.
da Legislação Nacional. Com isso, a CBO não
deixa de Regulamentar o exercício da 3223 :: Ópticos optometristas
Optometria. Áreas de Atividades
A REALIZAR EXAMES OPTOMÉTRICOS
B ADAPTAR LENTES DE CONTATO
C CONFECCIONAR LENTES
D MONTAR ÓCULOS
E APLICAR PRÓTESES OCULARES
F PROMOVER EDUCAÇÃO EM SAÚDE VISUAL
PAULO JOBIM FILHO
VENDER PRODUTOS E SERVIÇOS
Ministro de Estado do Trabalho e G
ÓPTICOS E OPTOMÉTRICOS
Emprego H GERENCIAR ESTABELECIMENTO
I COMUNICAR-SE
3223 :: Ópticos optometristas 3223 :: Ópticos optometristas
Competências pessoais

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Curso de Optometria 91

1 Zelar pela limpeza do local de trabalho A Optometria então é reconhecida pelo


decreto 20 931/32 e regulamentada, mesmo que
2 Demonstrar compreensão psicológica
indiretamente pela nova CBO.
3 Atualizar-se profissionalmente O outro aval dado a Optometria foi por parte
4 Evidenciar coordenação motora fina do Ministério da Educação, através de seus
5 Calibrar equipamentos ópticos e optométricos conselhos de Educação que obedecendo a
Legislação Educacional Federal aprovou e
Empregar equipamentos ópticos e
6 reconheceu cursos Técnicos em Optometria para todo
optométricos
território nacional.
7 Revelar senso estético
8 Prestar primeiros socorros oculares
9 Usar equipamento de proteção individual (EPI) Concluímos então que o exercício da
10Trabalhar com ética optometria encontra-se devidamente apoiado em
legislações federais que não deixam margens em
3223 :: Ópticos optometristas
suas exigências em suas atribuições.
Recursos de trabalho Atualmente a formação do Optometrista se dá
* Queratômetro a nível Técnico, já devidamente aprovado e
reconhecido, e em nível superior com dois cursos
Máquinas surfaçadoras
reconhecidos. O curso de Tecnologia em Optometria
Lâmpada de burton ofertado pela ULBRA – RS e o curso de Bacharel em
Filtros e feltro Optometria ofertado pela Universidade do Contestado
– SC.
* Lâmpada de fenda (biomicroscópio)
Com a legislação apresentada, vários
Produtos para assepsia ministérios públicos já acataram por meio de decisões
Abrasivos judiciais, o exercício da optometria por pessoas
* Retinoscópio formadas em nível técnico, casos em Santa Catarina,
Paraíba, Maranhão, Piauí, Tocantins.
* Lensômetro A optometria existe e é praticada
* Refrator mundialmente com seus trabalhos coordenados pelo
* Oftalmoscópio (direto-indireto) WCO (Conselho Mundial de Optometria) e pela
Academia Americana de Optometria (OAA).
Pupilômetro O Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria
* Topógrafo bem como o Colégio Nacional de Óptica e Optometria
* Caixas de prova e armação para auxílios são filiados ao WCO.
ópticos Não só o exercício da Optometria, mas a
Calibradores adaptação de Lentes de Contato é também uma
atribuição do Técnico em Optometria por formação.
Alicates, chaves de fenda
O profissional comprovando sua respectiva
Máquinas para montagem habilitação e possuindo um certificado ou diploma,
Tabela de projetor de optótipos segundo o MEC, possui pleno direito de exercício
Torno profissional.
Tonômetro Diante do que foi exposto conclui-se:
Corantes e fluoresceína
Solventes A OPTOMETRIA E A CONTATOLOGIA É
LEGAL E DIREITO DOS ÓPTICOS
Polidores e lixas OPTOMETRISTAS.
Foróptero Este profissional pode trabalhar em uma
Espessímetro Óptica ou em uma loja especializada em serviços
Optométricos.
Moldes e modelos
Títmus Optometria, a opinião de um oftalmologista Brasileiro
Resinas Dr.Pedro Silveira,
Médico Oftalmologista no Estado de São Paulo,
Em palestra realizada no IV Congresso de Óptica e
Segundo o poder legislativo em Optometria do Centro-Oeste
documento de Revisão a um verbete da comissão
de Administração e trabalho da câmara dos A Optometria no Brasil já é, evidente, um fato
Deputados, uma determinada profissão que referendado e consumado. O objetivo da Optometria
esteja inclusa na CBO, pode ser exercida no Brasil é permitir que a população mais carente,
isoladamente sem a obrigatoriedade de que é a imensa maioria nos país, tenha acesso a
supervisão por parte de órgãos públicos. recursos de saúde, fundamentais para manter a

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qualidade de vida, e a visão é, evidentemente, a serviço que você não tem tempo de pegar uma
mais importante deste sistema de manutenção armação de prova, não tem tempo de pegar uma
dessa qualidade de vida, pois sem a visão a lente. Você terminou a cirurgia, remete para a
pessoa não pode exercer plenamente os seus Optometria, que faz medição de grau depois da
direitos de cidadão. cirurgia. 0 contato que passamos a ter com equipe
que trabalha nesse tipo de Instituto é de alto nível, há
Na Europa, nos EUA e também nas uma harmonia enorme, todos trabalham contentes, é
Américas, a presença do optometrista contribui de uma equipe multidisciplinar que age em beneficio do
maneira importante para que as patologias sejam paciente. Aqui no Brasil existe esse problema que
identificadas, para que seja feito realmente um ficou preso 50 anos, não pode ficar desse jeito,
tratamento correto, e tudo isso a um custo baixo. Infelizmente ainda existem pessoas que têm
Esse sistema que ainda é usado no Brasil, onde o interesse, não sei quais, em manter essa situação.
médico é "obrigado" a fazer a Optometria, é um Então diante dessa situação, eu sou um desses
conceito arcaico, é um conceito que eu não cirurgiões interessados em fazer somente a área de
entendo como ficou tanto tempo, mais de cirurgia, não entrando na área de Optometria, porque
cinqüenta anos, dessa maneira. Vamos recuar no nós sabemos que quando tivermos mil optometristas
tempo. Naquela época, os recursos médicos, trabalhando, e assim por diante, vamos ter milhares
especialmente os recursos médicos, de patologias identificadas, e os consultórios médicos
especialmente os recursos de cirurgia, eram ficarão lotados de patologias quando isso acontecer.
bastante primitivos. Vão até agradecer a Deus pelo fato de nós estarmos
Na década de 30, 40 as pessoas tinham lutando para que isso aconteça no Brasil. É claro que
que se locomover para outros centros de a incompreensão é a primeira reação que vai ter, e só
medicina para poder ter alguma atenção cirúrgica. ao mostrar os resultados é que nós vamos provar que
A partir da década de 70, no Brasil começou a a política está certa. Ficar esperando que venha uma
aumentar o interesse pela especialidade cirúrgica, delegação de médicos ou outra delegação qualquer,
e as técnicas modernas foram cada vez mais que resolva autorizar a Optometria, isso é conversa
tornando-se conhecidas fazendo com que o fiada, porque é interessante deixar como está a
cirurgião brasileiro alcançasse o nível do padrão situação. Não se pode mais manter o poder das
internacional. Nós temos uma medicina de clínicas que existem por aí. Os oftalmologistas devem
primeiro mundo cujo acesso é restrito apenas ás parar de investir em refrator, em equipamentos
pessoas de alto poder aquisitivo. Os optométricos e investir em lasers, em tomógrafos e
equipamentos sofisticados não são para campímetros computadorizados.
atendimento da população carente que ainda está
sendo submetida ás técnicas cirúrgicas primitivas.
Então esse esquema está falido e a medicina, a PRINCIPIOS DA CIDADANIA E A
nossa área de Oftalmologia, está presa nessa PROPRIEDADE DA
situação, equipamentos e cirurgia caras. 0
médico, para poder manter o consultório em
NAÇÕES
funcionamento, é obrigado a fazer Optometria (uma estória em quatro atos)
dentro do consultório, e não sobra tempo para a Ivo Arzua Pereira
função básica dele, que é a patologia ocular em Rotary Club de Curitiba-Oeste
si. Então a Optometria é uma condição Pr (dist.4730)
fundamental para nós conseguirmos modificar Governador 1976-77
essa situação de que só os ricos têm bom Ex-ministro da agricultura
atendimento e os pobres ficam largados, nessa Provedor da Santa Casa de
situação da mais baixa qualidade de tratamento Misericórdia de Curitiba.
médico, apesar de haver equipamentos hoje que I
você soluciona problemas com uma facilidade v
incrível. Então, o Optometrista, para o médico, é Esta estória, em quatro atos, procura pôr que
fundamental para fazer o atendimento primário alguns povos evoluem, desenvolvem-se e fazem
para detectar as patologias que são importantes a parte do Primeiro Mundo, enquanto outros
levar essas patologias para ele tratar a doença. permanecem no Terceiro Mundo.
Quando acontecer isso, como é a experiência que
eu tenho na Espanha, eu fiz um curso no Instituto 1ºAto: Num país de Terceiro Mundo.
Barraquer onde há um movimento cirúrgico Lema: "Não é comigo"!
extraordinário. Dentro do Instituto você tem 15 Neste país, para solucionar cada problema comum,
optometristas trabalhando. 0 primeiro impacto que todo mundo esperava indefinidamente que alguém,
eu tive quando cheguei, que não precisei fazer algum indivíduo o Fizesse.
refração, eu perguntei: "Cadê o curso de E, realmente, qualquer um, qualquer
refração?" "Onde é a aula que eu vou ter de indivíduo, dotado do sentimento de responsabilidade
refração ?" "Eu fui fazer patologia". Bibliotecas, e de vontade, poderia finalmente tê-lo feito, mas
estudo, técnicas cirúrgicas. Você começa a ninguém, nenhum indivíduo o fez, sempre com a
operar. De repente você olha e tem volume de clássica desculpa evasiva:

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Curso de Optometria 93
"Não é comigo" mudança transcendental começava operar-se "todo
A medida que as coisas deixaram de ser mundo" transformava-se em "povo".
feitas, e os problemas insolvidos se avolumava e
se agravavam, tudo piorava e tudo mundo (todos 4º Ato: Em um país do primeiro mundo.
os indivíduos) se revoltava contra todo mundo Lema: "Um por todos e todos por um". As mudanças
(uns indivíduos contra outros) e cada indivíduo de mentalidade e de comportamento, simbolizadas
reclamava seus direitos... direitos, pelas modificações de reação ante o estímulo dos
interminavelmente... desafios, passando do "não é comigo!", para "sim é
E apesar das repetidas e infindáveis comigo!", da reivindicação dos seus direitos para o
promessas dos políticos e governadores e das "reconhecimento das suas responsabilidades", de ser
sempre renovadas esperanças dos governados, apenas "fonte geradora de problemas", "para tornar-
tudo piorava... piorava... piorava, se também parte das soluções dos problemas",
inexoravelmente... operam, portanto, a miraculosa transformação do
E nenhum direito era satisfeito, porque "indivíduo" em "cidadão" e de "todo mundo", em povo,
ninguém, nenhum indivíduo, queria assumir sua plenamente consciente no seu poder político que é
parte na responsabilidade comum. lhe imanente.
Então, as dificuldades dos problemas, agora
2º Ato: Num país em fase inicial de encarados como desafios, foram enfrentados, e
mudanças. continuam persistentemente sendo solucionados, e os
Lema: "Sim é comigo". padrões de saúde, alimentação e habitação, foram
melhorando...Com
melhorando...
continuadomelhorando,
agravamentoaté elevar
dos a
problemas, o deses
Até que, na eminência da explosão, cada qualidade de vida a níveis já mais sonhados.
indivíduo acabou percebendo que "tinha que Eis que, assim, o verdadeiro cidadão preocupa-se e
fazer alguma coisa" "tinha que participar". zela pela existência real de um povo livre e soberano
Então cada indivíduo começou a mudar seus e este procura proteger e apoiar cada cidadão através
pensamentos, sua mentalidade, seu da "Constituição de um Estado" moderno e eficaz, em
comportamento e, ao invés da clássica reação um regime Democrático, com um "Governo do povo,
evasiva "não é comigo” passou a responder, pelo povo e para o povo".
presente: "sim é comigo!". E tudo começou com a conscientização dos
A partir daí, ao invés de só pensar em reivindicar "princípios básicos de cidadania" que, através da
seus direitos, cada indivíduo começou a formação cívica do "cidadão", "pedra angular" da
compreender que todo direito corresponde Sociedade Civil, criam as características básicas de
sempre um dever, uma obrigação, uma um verdadeiro Povo.
responsabilidade. Entendeu, finalmente, que o Gerou-se assim, finalmente, e consciência coletiva e
direito terminava, exatamente, onde começava o solidária de "um por todos e todos por um" e o país
do seu colega, amigo ou vizinho e que, como que antes era do Terceiro Mundo, alça-se agora ao
numa colméia ou formigueiro, cada um tem sua nível dos países do Primeiro Mundo.
parte na responsabilidade geral.
Aparelhos exclusivos de uso médico
3º Ato: Num país em fase adiantado de
mudanças. Até onde sabe, a legislação brasileira,
Lema: "Sou um cidadão; Sou parte da Solução exceção das forças armadas, não contempla outras
dos problemas". atividades, a qualquer título, com direito privativo de
Quando cada indivíduo passou a discernir uso de máquinas e equipamentos. Até hoje, jamais foi
claramente os limites entre seu direito e seu apresentada a comprovação de existência de
dever, compreendeu, finalmente, que aquele não legislação que assegure o direito exclusivo de os
existe sem este, constituindo ambos as faces médicos usarem determinados aparelhos ópticos-
opostas, mas solidárias, de uma mesma oftálmicos, comprovado como e de todo
medalha-a medalha do verdadeiro cidadão. conhecimento a possibilidade legal e a capacidade
E como um verdadeiro cidadão além de técnica do óptico para adaptar lentes de contato,
interessar-se pelos problemas e dificuldades da portanto seria insensato proibir que este profissional
sua comunidade de do seu país, decidiu encará- não utilize aparelhos necessários para a verificação
los apenas como simples desafio, participando da perfeita adaptação. Eis como e porque são
ativamente de sua solução. usados:
E foi assim que cada indivíduo, que 1 - Ceratômetro: aparelho destinado a medir
sempre fora somente fonte geradora de curvaturas de superficies refletoras de pequeno raio.
problemas, metamorfoseou-se no verdadeiro Em contatologia é usado para medir a curvatura da
cidadão, agente eficaz da solução dos problemas córnea e curvatura as internas externas de lentes de
da sua comunidade e do seu país. contato.
E na medida em que cada indivíduo
modificava-se, tornando-se cidadã, uma outra 2 - Lâmpada de Fenda: microscópio de pequeno
aumento e amplo campo visual. Tem amplo uso como

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Curso de Optometria 94
instrumento de seleção e observação de gemas Principais características e inovações do Código de
em Gemologia. Em óptica se usa na verificação Defesa do Consumidor:
da qualidade final de lentes multifocais. Em
contatologia destina-se à verificação da córnea e • Engloba várias normas existentes;
da adaptação e acomodação da lente de contato • Define a relação de consumo atual;
sobre filme lacrimal. • É Lei de ordem pública e interesse social
(art.1.).
3 - Tabela. de Optotipos: Símbolos gráficos que
permitem a avaliação da acuidade visual. O artigo 4º do CDC, com seus incisos e
Amplamente utilizada por professores nas alíneas, define com clareza a política nacional de
escolas, nas fábricas, auto-escolas, etc. Nas relações de consumo:
óticas são usados para avaliação da acuidade
visual, teste para montagem e aferição de óculos. Art. 4 A Política Nacional de Relações de
Em contatologia é utilizada em práticas de sobre Consumo tem por objetivo o atendimento das
refração. necessidade dos consumidores, o respeito à sua
dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus
4 - Refrator: coleção de lentes, acondicionadas interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade
em uma caixa, destinadas à aferição da lentes de vida, bem como a transparência e harmonia das
dos óculos. Posteriormente, essas lentes foram relações de consumo, atendidos os seguintes
acondicionadas em um sistema de engrenagem princípios:
chamado de Refrator. Em contatologia esses
equipamentos são usados para fazer a sobre I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor
refração. 5 - Caixa de Prova: É a antiga versão do no mercado de consumo;
moderno Refrator.
II - ação governamental no sentido de proteger
6 - Oftalmoscópio: Trata-se de uma lupa efetivamente o consumidor:
iluminada com múltiplas lentes variadas dioptrias
que possibilitam o ajuste do aparelho às
a) por iniciativa direta;
deficiências visuais. Usa-se em microeletrônica,
na indústria têxtil e gráfica. Na óptica é usado na
observação de superfícies de lentes oftálmicas e, b) por incentivos à criação e desenvolvimento de
na contatologia, destina-se a observar a lente de associações representativas;
contato e sua acomodação sobre córnea.
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
7 - Retinoscópio: Aparelho destinado a produzir e
observar reflexos luminosos na retina. Em d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões
contatologia, o aparelho se destina a realização adequados de qualidade, segurança, durabilidade e
de refração com lentes de contato e à verificação desempenho;
da acomodação das mesmas sobre o filme
lacrimal. III - harmonização dos interesses dos
participantes das relações de consumo e
Laudos de Exames/Instrumental compatibilização da proteção do consumidor com a
necessidade de desenvolvimento econômico e
- Laudo 01 tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos
quais se funda a ordem econômica (art. 170, da
LAUDO DO EXAME DE CONSTATAÇÃO Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e
LAUDO NO. 0052/96/SEB/SSP/RO equilíbrio nas relações entre consumidores e
fornecedores;
Aos sete dias do mês de fevereiro do ano
IV - educação e informação de
de mil novecentos e noventa e seis (1996), nesta
cidade de Porto Velho e no Instituto de fornecedores e consumidores, quanto aos seus
Criminalística do Departamento de Polícia direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado
Técnica, de conformidade com a legislação e os de consumo;
dispositivos regulamentares vigentes, pelo Diretor
Bel HELDER BEZERRA DE QUEIROZ foram V - incentivo à criação pelos fornecedores
designados de meios eficientes de controle de qualidade e
segurança de produtos e serviços, assim como de
Defesa do Consumidor mecanismos alternativos de solução de conflitos de
consumo;

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Curso de Optometria 95
VI - coibição e repressão eficientes • Veda multa de mora superior a 2% (dois por
de todos os abusos praticados no mercado de cento) nas relações de consumo que
consumo, inclusive a concorrência desleal e envolvem outorga de crédito:
utilização indevida de inventos e criações
industriais das marcas e nomes comerciais e Art. 52 - § 1º As multas de mora decorrentes
signos distintivos, que possam causar prejuízos do inadimplemento de obrigação no seu termo não
aos consumidores; poderão ser superiores a 2% (dois por cento) do valor
da prestação.
VII - racionalização e melhoria dos
serviços públicos; • Reconhece a vulnerabilidade do Consumidor
(art.4. inc. I.);
VIII - estudo constante das
modificações do mercado de consumo. Art. 4 A Política Nacional de Relações de
Consumo tem por objetivo o atendimento das
• Torna nulas as cláusulas contratuais necessidade dos consumidores, o respeito à sua
conflitantes com o CDC; dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus
interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade
Art.51 São nulas de pleno direito, entre de vida, bem como a transparência e harmonia das
outras, as cláusulas contratuais relativas ao relações de consumo, atendidos os seguintes
fornecimento de produtos e serviços que: princípios:

I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a I - reconhecimento da vulnerabilidade


responsabilidade do fornecedor por vícios de do consumidor no mercado de
qualquer natureza dos produtos e serviços ou consumo;
impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas
relações de consumo entre o fornecedor e o • Impõe a assistência Jurídica Gratuita (art. 5.
consumidor-pessoa jurídica, a indenização Inc. I);
poderá ser limitada, em situações justificáveis; • Institui a responsabilidade pelo fato do
produto ou serviço Independente de culpa;
II - subtraiam ao consumidor a opção de
reembolso da quantia já paga, nos casos Art. 12 O fabricante, o produtor, o
previstos neste Código; construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador
respondem, independentemente da existência de
III - transfiram responsabilidades a terceiros; culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de...
IV - estabeleçam obrigações consideradas
iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor Art. 14 O fornecedor de serviços responde,
em desvantagem exagerada, ou sejam independentemente da existência de culpa, pela
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos...
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em
prejuízo do consumidor; Consumidor e Fornecedor

VIII - imponham representante para concluir ou No direito privado brasileiro, anterior ao


realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; CDC, as obrigações entre particulares, salvo aquelas
decorrentes da relação de emprego, dividiam-se em
X - permitam ao fornecedor, direta ou dois grandes regimes jurídicos que disciplinavam os
indiretamente, variação do preço de maneira atos privados, um geral pelo Direito Civil outro
unilateral; específico pelo Direito Comercial.

XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato A compra e venda por exemplo poderia ser
unilateralmente, sem que igual direito seja civil ou comercial, dependendo do contexto negocial
conferido contra o consumidor; entre as partes envolvidas

XIII - autorizem o fornecedor a modificar Com o advento do Código do Consumidor


unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do surgiu um terceiro regime jurídico para disciplinar as
contrato, após sua celebração; relações entre pessoas (físicas ou jurídicas) A
RELAÇÃO DE CONSUMO.
XV - estejam em desacordo com o sistema de
proteção ao consumidor;

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Curso de Optometria 96
Entretanto, para existir uma relação de Quanto às condições de crédito, pagamento
consumo é preciso que as partes envolvidas se e prazo (ofertas publicitárias oferecendo crédito sem
enquadrem nas condições de consumidor e de comprovação de renda, sem fiador, sem juros ou
fornecedor. tantos meses s/entrada, quando nem sempre são
verdadeiras);
O CDC define o Consumidor e o Fornecedor:
Quanto à disponibilidade do produto (às
Art. 2 Consumidor é toda pessoa física vezes sem possuir estoque);
ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final. Quanto à composição do produto ou serviço
(informações falsas de que determinado produto é
Art. 3 Fornecedor é toda pessoa física fabricado sem açúcar, sem colesterol, com vitamina,
ou jurídica, pública ou privada, nacional ou com puro algodão, com pura seda, etc) ;
estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividades Quanto às características do produto
de produção, montagem, criação, construção, (apartamento com quarto de empregada, com
transformação, importação, exportação, garagem ou com estacionamento, quando esta
distribuição ou comercialização de produtos ou afirmação publicitária não condiz com o espaço
prestações de serviços. normal atribuído pelas normas técnicas a cada um
destes componentes de imóvel);
Portanto cumpre observar:
Quanto às qualidades do produto ou serviço
Consumidor - é destinatário final do (tira manchas, cura milagrosa, não encolhe, quando
produto ou serviço. não comprovadas estas qualidades no produto ou
serviço);
Fornecedor - é quem exerce atividade
de oferecimento de bens ou Quanto às omissões de contra-indicações
serviços. do produto (bebida isotônica que só é indicada para
atletas, remédio para nascer cabelo que pode alterar
Se um não é fornecedor ou o outro não a pressão)
é consumidor não há relação de consumo.
Estabelece o CDC:
O CDC também definiu o produto e o serviço:
Art. 31 A oferta e apresentação de produtos
Art. 3º - ... ou serviços devem assegurar informações corretas,
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
sobre suas características, qualidades, quantidade,
§ 1º Produto é qualquer bem, composição, preço, garantia, prazos de validade e
móvel ou imóvel, material ou origem, entre outros dados, bem como sobre os
imaterial. riscos que apresentam à saúde e segurança dos
consumidores.
§ 2º Serviço é qualquer atividade
fornecida no mercado de Não se pode esquecer, por outro lado, que a oferta
consumo, mediante integra o contrato:
remuneração, inclusive as de
natureza bancária, financeira, de
Art. 30 Toda informação ou publicidade,
crédito e securitária, salvo as
suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma
decorrentes das relações de
ou meio de comunicação com relação a produtos e
caráter trabalhista.
serviços oferecidos ou apresentados, obriga o
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e
Uma vez definidas as figuras de integra o contrato que vier a ser celebrado.
consumidor, fornecedor, produto e serviço, por
ficção legal, fica mais restrito o campo da
O consumidor tem direito à reparação:
interpretação dos juízes e dos juristas, facilitando
a solução de conflitos de consumo de forma mais
simples, rápida e racional. Art. 35 Se o fornecedor de produtos ou
serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação
ou publicidade, o consumidor poderá,
Ilícitos na Relação de Consumo
alternativamente e à sua livre escolha:
Vários são os ilícitos típicos.

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Curso de Optometria 97
I - exigir o cumprimento forçado R.............................................................................
da obrigação, nos termos da ................................................................................
oferta, apresentação ou ................................................................................
publicidade; ..............

II - aceitar outro produto ou 7. Que resposta teremos ao fazer o teste de


prestação de serviço equivalente; hirchberg?
R.............................................................................
................................................................................
III - rescindir o contrato, com
................................................................................
direito à restituição de quantia
..............
eventualmente antecipada,
monetariamente atualizada, e a
8. Que resposta teremos ao fazer o teste de
perdas e danos.
ângulo Kappa?
R.............................................................................
Importa ressaltar que o fornecedor do produto ou ................................................................................
serviço é solidariamente responsável pelos atos ................................................................................
de seus prepostos ou representantes autônomos. ..............

Art. 34 O fornecedor do produto ou 9. Para medir uma exotropia no prisma cover


serviço é solidariamente responsável pelos atos test, como deve ser a base desse prisma?
de seus prepostos ou representantes autônomos. R.............................................................................
................................................................................
RESOLVA AS SITUAÇÕES PROBLEMAS ................................................................................
..............
1. Diga o nome dos 6(seis) músculos extra-
oculares?
R................................................... 10. Quando temos um PPC ruim, suspeita-se de:
...................................................... R.............................................................................
...................................................... ................................................................................
...................................................... ................................................................................
...................................................... .............
......................................................
11. Qual a finalidade do teste de Amsler?
2. Quando o paciente olha para baixo e para R.............................................................................
direita binocularmente, qual a posição ................................................................................
diagnóstica para essa mirada? ................................................................................
R....................................................................... .............
.........................................................................
.........................................................................
..................................

3. Quando o paciente olha para esquerda.


Que músculo é o agonsta e qual é
antagonista do olho direito?
R.......................................................................
.........................................................................
.........................................................................
..................................

4. O que se avalia em Ducções?


R.......................................................................
.........................................................................
.........................................................................
..................................

5. Qual o objetivo de fazer Versões?


R.......................................................................
.........................................................................
.........................................................................
..................................

6. O que é ambliopia?

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Curso de Optometria 98

RESUMO
DESCOORDENAÇÕES MUSCULARES E SUA
ETIOLOGIA

astenopia – blefarites – epífora


HETEROFORIAS cefaléias intensas associadas à atividades oculares
hiperemia conjuntival e tarsal.
alteração na acomodação – ardência
EXOFORIA cefaléia occipital – fotofobia
fechamento de um olho inicialmente, inibe com facilidade, embaçamento
deslocamento de letras – diplopia ocasional – salto de linhas – secreção aquosa e sonolência ao ler.
aproxima muito o material de leitura
baixa percepção de profundidade
ENDOFORIA dificuldade para dirigir automóvel
OU dor frontal que se irradia pela cabeça
ESOFORIA sente que os olhos se cruzam
sintomatologia marcada
VERTICAIS
E distorção espacial ( enjôo )
CICLOTORCIONAIS
Congênitas - ausência de sintomarologia
HETEROTROPIAS Aparição- no início visão borrosa e diplopia
Tardia

- Heteroforia : tendência do olho a desviar-se do


alinhamento normal na ausência de estímulo ACOMODAÇÃO Astenopia
adequado de fusão. POUCO Cefaléia
- Esoforia ou endoforia = desvio latente para MANTIDA Dificuldade nos trabalhos de perto
dentro Fadiga ocular

- Exoforia = desvio latente para fora Irritação nos olhos

- Hiperforia = desvio latente para cima ESPASMO astenopia

- Hipoforia = desvio latente para baixo DE dor periorbitária


pseudo miopia ( falsa miopia que
- Cicloforia = rotação ao redor do manifesta
ACOMODAÇÃO visão de longe ruim )
eixo ântero – posterior
EXCESSO DE Confusão
- Heterotropia : desvio manifesto de um olho que
ACOMODAÇÃO Flutuação da visão
não se mantém alinhado pelo mecanismo de
fusão. Salto de letras
dificuldade para variar a distância de
- Esotropia ou endotropia = olho girando para INÉRCIA DE fixação
dentro (olho cruzado) ACOMODAÇÃO esforço para enfocar
- Exotropia = olho girando para fora sintomatologia igual a da acomodação
INSUFICIÊNCIA DE pouco
- Hipertropia = olho girando para cima ACOMODAÇÃO mantida

- Hipotropia = olho girando para baixo associado a enfermidades sistêmicas


PARALISIA DE
- Ciclotropia = rotação do olho sobre ACOMODAÇÃO dilatação paralítica da pupila
o eixo ântero – posterior torcidos; com freqüência visão ruim adiante e atrás do ponto de
enfoque
deriva de mudanças
PROBLEMAS ACOMODATIVOS E SUA ETIOLOGIA

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Descrição Definição EtimologiaEtiologia Sinais e Classificação Exame Tratamento
(causa) sintomas
Ambliopia Diminuição da Amblys: Estrabismos Não melhora a - leve: 20/25 a *Morfoscópica Oclusão e
AV sem causa escuro, débil Anisometropia AV com 20/70 AV Pleóptica
aparente Ametropias, correção - moderada: * Angular
Ops: visão, tóxicos, nutrição 20/70 a 20/120
olho e patologias -severa: > PH, PVE
20/120

Anisometropia Diferença de An: sem Congênita Astenopia Grau I: até Refração Lentes de
refração de um Iso: igual Adquirida 1,50 Retinoscopia Contato
olho em metro:medida Axial Lentes
relação ao ops: olho, visão Curvatura Grau II: 1,50 a Oftálmicas
outro olho Índice 3,00 dpt
Mista
Grau III: >
3,00dpt
Aniseiconia Alterações na An: sem Óptica Astenopia Grau I: até 1% Eikonómetro Lente de
VB Eikon: imagem Anatômica Diplopia Grau II: 1% a Amblioscópio Contato
Diferença no Ia: estado de Supressão 3% Lentes
tamanho e na Ambliopia Grau III: > 3% Oftálmicas
forma das
imagens
formadas a
nível cortical
Afácia Ausência de A: sem Congênita Hipermetropia Unilateral Retinoscopia LIO
XNO Focos: lente Traumática alta Bilateral Oftalmoscopia LC
Cirúrgica Não há a VI Congênita Lâmpada de L.Oftálmicas
imagem de Adquirida Fenda
Purkinje Lanterna
Fotofobia
primária ou secundária a uma enfermidade sistêmica
de um ou vários órgãos.
GLOSSÁRIO BLEFARITE : inflamação das pálpebras
- Marginal: quando a infecção se manifesta por
ASTENOPIA= conjunto de sinais e sintomas enrijecimento, dejetos endurecidos e crostas sobre o
associados como cefaléia, ardência ocular, bordo palpebral.
prurido, dificuldade de focalização, salto de letras - Alérgica: inchação indolor das pálpebras devido à
que ocorrem após esforço visual por fadiga ocular sensibilidade ou reação de contato a irritante ou
ou olhos cansados. Produz-se pelo uso proteínas alérgicas; algumas vezes se atribui à
prolongado da visão como leitura, uso de armação do óculos (dermatite causada por óculos)
computador em excesso e algumas vezes se - Infecciosa: quando se deve a invasões de bactérias
manifesta mediante dor de cabeça, dor ao redor e com menos freqüência a vírus ou fungos nas
das sobrancelhas ou dor occipital. pálpebras.
HORDEOLO OU TERÇOL: infecção purulenta
EPÍFORA= fluxo excessivo de lágrimas; vias localizada de uma ou mais glândulas da pálpebra,
lacrimais entupidas ou estreitas. geralmente devido a estafilococo. Um hordéolo
externo sobressai da superfície da pele. Um hordéolo
NICTALOPIA= cegueira noturna; visão diminuída interno sobressai através da superfície conjuntival
em ambiente com pouca luz. tarsal. É uma contra indicação para uso de lentes de
contato.
EDEMA: inchaço causado pela retenção de
líquido dentro dos tecidos. CALÁZIO: granuloma inflamatório de uma glândula de
MEIBOMIO na placa tarsal da pálpebra. (granuloma =
nódulos que se espalham perifericamente, formando
METAMORFÓPSIAS: perturbação patológica da um anel com pele normal ou discretamente deprimida
visão em que os objetos parecem que estão no centro. São lesões benignas (em adultos =
patológicas na área macular. suspeita de diabetes).
RETINITE PIGMENTÁRIA: degeneração UVEÍTE: inflamação do trato uveal : Íris, Corpo Ciliar
pigmentária da retina por distrofia dos cones e e Coróide.
bastonetes. Pode incluir : - Irite : inflamação da íris
A degeneração hereditária da retina com - Ciclite: inflamação do corpo ciliar
migração de pigmentos dá lugar à contração do - Coroidite: inflamação da coróide
campo visual e à cegueira noturna. Pode ser
SUBLUXAÇÃO DO CRISTALINO: perda incompleta
da suspensão normal do cristalino; uma das causas

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da diplopia monocular; em geral se conhece abscesso na margem palpebral em torno da raiz de
como subluxação anterior ou através da pupila e um cílio que manifesta dor.
posterior ou detrás da pupila; origina distorção
PTOSE- É a caída da pálpebra superior ocasionando
visual.
uma abertura palpebral insuficiente. Pode ser
congênita ou adquirida (podendo ser esta por um
EPÍFORA : fluxo lacrimal excessivo ,
trauma ou lesão do III par craneal).
geralmente sobre o bordo palpebral.
XANTELASMA- Placas irregulares amareladas,
IRIDOCICLITE: Inflamação tanto da íris quanto do
usualmente associadas a Hiperlipoproteinemia.
corpo ciliar. Pode ser devido a enfermidades
inflamatórias sistêmicas, enfermidades auto- ASSIMETRIAS FACIAS- Um olho mais alto que o
imunológicas ou traumatismo local. outro, pode indicar disparidades verticais e deve ser
levado em conta ao prescreverem-se bifocais
ENDOFTALMIA- Globo ocular fundido na órbita. limita
UVEÍTE: Inflamação do trato uveal; íris, corpo
a extensão dos campos laterais de visão.
ciliar ou coróide. Pode incluir irite, ciclite e
coroidite. EXOFTALMIA- Projeção do globo ocular para frente
produzida por: alta miopia, celulite orbitária
BLEFAROCALÁZIO- Perda dos cílios associada à
problemas de tiróide, tumores.
hérnia da gordura orbitária na pálpebra.
HIPERTELORISMO- Grande distância pupilar,
DERMATOCALÁZIO- Perda dos cílios pela perda
associada a altas exoforias.
da elasticidade cutânea. Normal com a idade.
CONJUNTIVITE- (É uma inflamação da conjuntiva
MADAROSE- Ausência de cílios. Queda total ou
causada principalmente por microorganismos
parcial dos cílios e sobrancelhas.
infecciosos, vírus ou por causas inflamatórias
TRIQUÍASE- Crescimento ou inversão dos cílios secundárias à alergia, traumatismos toxinas, doenças
da pálpebra inferior ou superior em direção ao sistêmicas, etc.).
globo ocular.
PTERÍGEO- É uma alteração fibrovascular da
DISTIQUÍASE- Formação de uma segunda fileira conjuntiva que tem forma triangular, cujo vértice dirige-
de cílios incompleta ou completa. se para a córnea.
ANIRIDIA- Ausência total da íris. NEVO- É o tumor benigno congênito mais freqüente
da conjuntiva com forma de cistos por acúmulo de
COLOBOMA DE ÍRIS- Ausência parcial da íris.
células derivadas dos melanócitos
IRIDODIÁLISE- Desprendimento da íris pela sua
MELANOSE- São acúmulos de pigmentos na
base; posterior a traumatismos;
conjuntiva que podem ser congênitos ou adquiridos
SINÉQUIAS- ANTERIOR: adesão à córnea. devido a lesões que ocorrem nos melanócitos da
Posterior: adesão ao cristalino. conjuntiva e apresentam-se de forma difusa,
congênitos ou adquiridos devido a lesões que
BLEFARITE- SEBORREICA: Borda da pálpebra
ocorrem ou seja, espalhados na conjuntiva.
inflamada, freqüentemente com caspas nos cílios
do tipo engorduradas. INFECCIOSA: Borda da EPISCLERITE- Inflamação do tecido episcleral
pálpebra inflamada com úlceras e perda dos cílios autolimitada benigna.
e secreção mucopurulenta.
ESCLERITE- Hiperemia de cor vermelho violeta com
COLOBOMA- CONGÊNITO OU TRAUMÁTICO. nodulações esclerais; Apresenta dor marcada, ,
Perda de continuidade da borda livre da pálpebra. sendo pouco freqüente e se apresenta como
É uma insuficiência do desenvolvimento normal resultado de lesões em estruturas próximas. Pode ser
da pálpebra e do fechamento das fendas faciais. destrutiva.
ECTRÓPIO- É a eversão da pálpebra inferior
(pálpebra virada para fora).
ENTRÓPIO- Pálpebra inferior virada para dentro,
ou seja, inversão da pálpebra inferior em que os
cílios entram em contato com a córnea causando
sintomas incômodos podendo provocar úlcera de
córnea.
CALÁZIO- Inflamação das glândulas de Meibômio
na qual tem lugar a formação de um abscesso
localizado dentro da placa tarsal que não
manifesta dor.
HORDÉOLO OU TERÇOL- É uma infecção das
glândulas da pálpebra que forma um pequeno

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Curso de Optometria 101

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