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126 Dicas do Ney Dias

Especialmente elaboradas para os consultores do varejo da óptica e vendedores de óculos, também atendem aos:

Consultores Vendedores de ótica


Administradores de ótica
Proprietários de ótica
Estoquistas
Surfaçagistas
Montadores
Técnicos em Óptica
Ópticos Práticos
Auxiliares de óptica
Estudantes de óptica
Contatologistas
Ópticos Práticos em Lentes de Contato
Optometristas
Refracionistas e Representantes comerciais

Este trabalho foi elaborado com vistas ao desenvolvimento e a capacitação dos varejistas das casas de óptica, ou seja, aqueles que vendem
óculos dioptricamente graduados. Ele se propõe ajudar principalmente aqueles que se iniciam no ramo óptico ou os que não estão
familiarizados com certos termos e ensinamentos ligados à profissão de óptica.
Trata-se de um glossário de fácil consulta, prático, eficiente, objetivo, instrutivo, destinado a preparação de novos vendedores das ópticas,
especialmente aqueles que não tiveram oportunidade de aprender e têm dificuldades de efetuar vendas pelo desconhecimento de sua
atividade.
Igualmente, destina-se a ajudar aqueles que direta ou indiretamente estão ligados ao ramo oftálmico especialmente para melhor entenderem
os requisitos para melhor desenvolverem suas atividades. Sabemos que o “turnover” nos estabelecimentos de venda de lentes dioptricamente
graduadas – as Ópticas – é muito grande. A dificuldade de preparação de novos vendedores é um fato flagrante que dificulta em muito as
vendas e o desenvolvimento dos negócios. A preparação de um novo vendedor requer conhecimentos e é um trabalho feito em longo prazo,
porém, inúmeras vezes o proprietário da loja tem grande dificuldade em formar um novo vendedor que atenda as exigências de um público
comprador exigente - geralmente de bom nível - especialmente os portadores de deficiências visuais não patológicas, ou seja, as miopias,
hipermetropias, astigmatismos e as presbiopias.

O propósito dessas dicas é exatamente o da formação técnica destes novos profissionais. É um fato por demais conhecido que um bom
vendedor se caracteriza por dois principais atributos:

O primeiro é sua natural aptidão, no que diz respeito a sua apresentação pessoal, sua comunicação, sua simpatia, sua capacidade de diálogo
fácil, sua aptidão para exposição de argumentos com naturalidade e principalmente o de ser uma pessoa capacitada e que dê valor à
importância do atendimento personalizado nas ópticas.

Em segundo, a capacitação do vendedor está no seu conhecimento técnico, não somente dos produtos que vende como, também, da ciência
óptica da visão, dos olhos, das lentes e das armações. Estes conhecimentos facilitam a venda e conquistam os clientes. Na verdade os
clientes apreciam muito serem atendidos por quem verdadeiramente entende da ciência Óptica.

O vendedor bem preparado e confiante estará em condições de fazer uma venda de muito valor, não somente o valor material como também
um produto que melhor atenda a eficiência visual e proporcione aos clientes um artefato eficiente, elegante, bonito e que ajude a evidenciar
os aspectos interessantes de sua personalidade. Devemos nos lembrar que os clientes precisam de boa visão e uma apresentação condigna
com sua atividade e aspirações.

O professor Ney Dias está no firme propósito de prestar este serviço àqueles que desfrutam e contam com os nossos ensinamentos.
Esperamos ajudá-los para que façam boas vendas e que a imagem institucional de vossa empresa possa ser beneficiada pelos ensinamentos
aqui contidos, esperando que os resultados sejam profícuos.

1 - Leitura e interpretação de receitas: Uma receita óptica é composta por símbolos e abreviações que devem ser do conhecimento do
consultor: Aqui estão vários deles: Poder dióptrico esférico cuja abreviação é (esf.), Poder dióptrico cilíndrico (cil.), Eixo do cil (º), Dioptria
prismática (∆), Poder dióptrico de longe ( L ); Poder dióptrico de perto ( P ); Olho direito ( O.D. ); Olho esquerdo ( O.E. ); Distância inter
pupilar ( D.P. ); Distância naso pupilar ( D.N.P. ); Base prismática ( B.); A medir (a.m.), geralmente de forma ilegível; Longe e perto (o);
Ambos os olhos (A.O.); Distância vértice ( DV ); Base prismática superior ( BPS ); Base prismática inferior ( BPI ); CR - 39, que corresponde
as lentes de resina orgânicas; Combinado, geralmente esf. com cil. ( () ); Acuidade Visual (A.V.); Adição dos bifocais e progressivos ( Ad. );
Nasal (N); Temporal (T); Superior (Sup.); Inferior (Inf.); Convexa ( cx.); Côncava (cc) e Tabo, que significa a direção dos eixos dos cil.
(Tratado de uma comissão de óptica da Alemanha) padronizada.

2 – Tonalidade das cores: Compete ao óptico conhecer os Símbolos e abreviações das receitas, cujo símbolo é (RX). Existem inúmeras
abreviações com respeito a cores das lentes, tipo de lentes. Uns poucos oftalmologistas usam cc. ao invés de sinal negativo, assim como, cx
ao invés de sinal positivo. As tonalidades das cores das lentes poderão ser determinadas pelos números 1, 2 e 3, além da .50 que representa
uma cor mais clara que cor 1. Também podem ser usadas, para determinar a intensidade da cor, as letras A, B e C, sendo a primeira a mais
clara.

3 - Esquema Tabo: Esta questão do esquema TABO, já está superada pela tecnologia atual que terminou aquele problema que só os ópticos
antigos conheceram. Para indicar a posição dos eixos dos cil. Usa - se a metade superior do transferidor, que vai de 0° a 180° graus. O normal
é o 0° começar no O.D. pelo lado nasal e no O.E. pelo temporal (usando - se a semicircunferência superior do transferidor).
Há 50 anos atrás havia o esquema ”Internacional” cujo zero em Ambos Olhos partia do lado nasal. Este esquema “Internacional” foi
inteiramente banido e fazermos referência a esse fato apenas para que não omitamos. O fato que levou-nos a adoção do esquema TABO
internacionalmente, é que ele é compatível com a construção dos aparelhos: lentômetros, lensômetros, refratores, keratômetros etc. não
mais havendo as confusões de antigamente. Nem mais se justifica o desenho do transferidor, que algumas receitas médicas trazem, salvo
quando os algarismos dos eixos das receitas são incompreensíveis e o médico aponta o eixo no diagrama.

4 - Legislação de Óptica: O decreto que regula e fiscaliza o exercício das profissões dos Ópticos Práticos e dos Médicos oftalmologistas é o
de número 24.492 de 28/06/1934, e que regulamenta, o de número 20.931 de 11/01/1932, ainda em vigor. Muito embora muitos
profissionais não o sigam, o especialista técnico em vendas deve conhecê-lo. Não devemos desobedecer a Lei, mesmo sendo obsoleta e
inadequada aos tempos de hoje. O que precisamos fazer é mudar esta obsoleta Lei.

Apresentamos um resumo e comentários sobre a antiga lei:

5 – O Óptico Prático: Trata-se da antiga profissão óptica, criada pela Lei 24.492/34, por médicos, não conhecedores das verdadeiras
atribuições do profissional da óptica. Criou-se assim uma legislação que, através dos tempos, mostrou que beneficia certas classes,
impedindo o desenvolvimento do mercado, que está reprimido, e principalmente a eficiência visual da população menos favorecida.

Além da perniciosidade destes Decretos que estabeleceram exclusividade de exames de vista somente por Oftalmologistas ele causou o
grande contrabando de óculos de leitura que coloca milhões de óculos no mercado brasileiro, feito por marginais do comércio que oferecem
impunemente óculos que não corrigem astigmatismos, anisometropias e não seguem as distâncias pupilares.

A profissão de Óptico Prático foi desenvolvida sem o menor cuidado com o ensino e qualificação profissional. O candidato precisava apenas
ter terminado o então curso primário e fazer um exame sumário no antigo “Serviço de Fiscalização da Medicina” para aprovação e ser
responsável técnico pela óptica. Certos órgãos particulares especializados entregavam certificados em profusão, sem que o profissional
tivesse uma preparação adequada. Este fato desvalorizou muito a profissão de Óptico Prático que por si só já era fraca.

Esta profissão e curso não mais são realizados hoje em dia, mas a Lei ficou trazendo seus ranços e inconveniências.

Esta errada legislação fez com que o profissional das ópticas perdesse o conceito, que em qualquer parte do mundo é reconhecido e
respeitado. É comum vermos na televisão reportagens que denigrem a imagem desta importante profissão que é a do consultor (vendedor)
técnico da ótica. Nosso propósito é o de melhorar esta imagem.

6 – Legislação atual – Lei 20.931/32 e Lei 24.492/34: Seguem alguns artigos e parágrafos da tal Lei, acompanhados de comentários
nossos:

a) O Óptico Prático só pode ser responsável por uma casa de ótica.

b) O Óptico Prático deve registrar em livro apropriado, todas as receitas aviadas na óptica, assinando-o diariamente.

c) O Óptico Prático deve ser habilitado e ter certificado registrado no departamento competente.

d) Na localidade em que não houver ópticas, será permitida a venda de óculos de grau pelas farmácias ou outro estabelecimento licenciado,
cessando a sua licença, seis meses após a abertura de uma óptica.

e) O óptico é solidariamente, com o proprietário da ótica, responsável por qualquer infração da legislação.

f) Nenhum médico oculista, na localidade em que exercer a clínica, nem a respectiva esposa poderão possuir ou ter sociedade para explorar o
comércio de lentes de grau (ópticas).

g) A casa de óptica só poderá vender lentes de grau, mediante a apresentação da receita óptica.

h) É expressamente proibido ao proprietário, sócio gerente, óptico prático e demais empregados, escolher ou permitir escolher, indicar ou
aconselhar o uso de lentes de grau, sob pena de processo por exercício ilegal da medicina.

i) A óptica não pode possuir consultórios oftalmológicos em qualquer de suas dependências.

j) A óptica não pode ter consultório mesmo fora de suas dependências.

k) A óptica não pode indicar médico que dê vantagens não concedidas aos demais clientes, distribuir cartões ou vales que dêem direita a
consulta grátis, remunerada ou com redução de preço.

8 - A Ótica é obrigada a possuir: (para sua instalação): No mínimo um óptico prático, um grupo de lentes graduadas e vidros em bruto
incolores - Obs. nossa:

Comentário: Dentre outras incongruências da antiga Lei e devido à evolução tecnológica, ninguém mais exige o cumprimento dos estoques e
a fiscalização compreende e não exige o cumprimento da lei.

l) O óptico só poderá ser responsável por uma ótica.

m) A óptica pode substituir por outras, aquelas lentes que se apresentarem danificadas, vender vidros protetores sem grau, executar
consertos e substituir armações, quando necessário.

n) É proibido ao médico, seja por que processo for, indicar determinada ótica para venda de lentes de grau.

o) É proibido óptica oferecer exames de vista grátis, com cartazes, assim como é proibido possuir aparelhos para exames dos olhos.

p) As firmas atacadistas só poderão fornecer lentes de grau às óticas licenciadas e mediante pedido por escrito que ficará arquivado. Não
podem fornecer lentes em nome de clientes.

9 – Cursos profissionalizantes de Técnico em Óptica, da nova Lei de Diretrizes e bases 9.394/96: O Ensino médio foi totalmente
reformulado pela nova Lei de Diretrizes e Bases de 1996. Esta Lei abre um verdadeiro leque para formação de inúmeros profissionais de nível
técnico. Assim espera-se que as profissões ligadas à Óptica Oftálmica e a Optometria alcancem um extraordinário desenvolvimento.

Especialidades, não atreladas a falsos conceitos, como é o caso do Optometrista, a partir desta Lei, serão diplomados em cursos de nível
técnico sucessivamente, quebrando os antigos tabus, preconceitos, exclusivistas que impunham um mercado verdadeiramente reprimido à
sociedade, impedindo o desenvolvimento e a eficiência visual da população, especialmente as de menor renda.

10 – O “Técnico em Óptica”

Foram criadas várias categorias e a profissão de “Técnico de Óptica”, que é um curso profissionalizante, continua sendo um deles e
perfeitamente legalizado pela legislação e é inteiramente válido.

Cabe uma ressalva: Com a criação da lei 5.691/1971e o parecer 404 de 1975 assinado pela Ministra Esther de Figueiredo Ferraz, aprovada
pelo Congresso Nacional, e mais recentemente com a criação dos cursos seqüenciais da nova Lei de Diretrizes e Bases (1996), a formação
técnica foi totalmente reformulada pela Lei Darcy Ribeiro e várias regulamentações foram feitas e estão sendo feitas.

A antiga Lei ficou sob suspeita, pois as novas qualificações e atribuições do Técnico em Óptica (em nível de segundo grau) são
incomparavelmente superiores as do antigo “Óptico Prático”, (de nível escolar primário).

11 - Uma Lei quando não e bem feita ninguém a segue. É o que acontece com a nossa.

Novamente ressaltamos a verdadeira confusão que se instalou no comércio óptico do País. Com a criação de nova profissão, (Técnico de
Óptica), Lei 5692/71, portaria 45, com uma formação escolar em nível pós segundo grau e com outras qualificações, iniciou-se um processo
confuso de interpretação de leis.

A classe oftalmológica, em alguns locais do interior, aproveitando-se, do cartelismo e da falta de conhecimento adequado das novas leis, tem
usado a antiga lei para intimidar com tentativas de prisões e processos, os novos técnicos profissionais diplomados de acordo com a nova lei.
Felizmente os processos judiciais, tem sido rejeitados por grande parte dos juízes.

Até mesmo profissionais modernos de altíssimo gabarito, que muito honram a classe dos ópticos optometristas, tem sofrido intimidações,
numa vergonhosa tentativa de subverter a Constituição brasileira, chegando a ponto de até mesmo chocar os colegas e outros países que
exercem a optometria livremente.em mais de 130 países.

12 – Optometrista O exercício da profissão de Optometrista em quase todos os países do mundo é livre. Mais de 130 países a adotam com
liberdade e inteiro sucesso no atendimento primário da eficiência visual das populações. No nosso, estes exames estão sujeitos a estes
vexames. Uma vergonha!

Enquanto nos EE.UU. existem 32.000 Optometristas responsáveis por 70% dos exames de vista naquele País, o nosso fica exposto a uma
vergonhosa exclusividade que prejudica a mais de 60 milhões de brasileiros que não enxergam bem (não são doenças). Vejam que na
Inglaterra 90% destes exames são feitos por Optometristas. Na Espanha existem 8.000 Optometristas e 4.000 Oftalmologistas.

Saibam os nossos leitores que as verdadeiras profissões de ‘Técnico em Optometria’, ‘Tecnólogo em Optometria’ e ‘Bacharel em Optometria’
abrangem não somente venda de óculos e lentes de contato como também os exames e medições da acuidade visual com refração ocular.
Isto é o que verdadeiramente existe no Mundo inteiro.

A ignorância das autoridades e a subserviência à classe dos Oftalmologistas tem dificultado a introdução desta importante atividade em
nosso País.

13 - Legislação Inadequada: Como podem observar, a legislação é totalmente inadequada e obsoleta. Ela proíbe o Óptico Prático de
fazer as refrações oculares. Entretanto o Técnico de Óptica e Optometria, o Tecnólogo em Optometria e o Bacharel em Optometria, sofrem
pressões e, algumas vezes, são impedidos de exercer suas verdadeiras profissões que são: Medir e compensar com lentes dioptricamente
graduadas as ametropias do olho, além de outras atribuições. Além de ser ultrapassada a antiga Lei não é cumprida em vários itens, o que
deixa a autoridade competente atônita, pois são os profissionais de nível médico superior, os primeiros a não cumpri-las, sob diversos
artifícios. As autoridades fiscalizadoras não têm coragem de tomar medidas contra seus próprios colegas, sem condições de se impor na
fiscalização.

Felizmente brevemente passará a fiscalização do exercício profissional a ser feita pelos Conselhos Profissionais de Óptica e Optometria,
entidade em formação cada vez mais atuante.

No mundo inteiro o Optometrista pode fazer a refração nas óticas e somente no nosso país, há essa discriminação o que denota que os
cartéis estão mais do que presentes e o atraso é por demais evidente.

14 - Industrialização e Comércio de Lentes Oftálmicas: Também as indústrias e laboratórios RX são obrigados a ter um Técnico ótico
responsável, legalmente habilitado e especializado, quando se tratar de lentes de contato, lentes de resina ou mineral e armações.

Das outras exigências, tais como: Piso de material liso, resistente e impermeável, paredes de cor clara com barra de 2 m. de altura, no
mínimo, lisa resistente e impermeável, forro de cor clara, compartimentos separados por paredes ou divisões ininterruptas até o forro de cor
clara e mostruário e venda com área mínima de 10 m, tudo isso demonstra que o legislador quando as escreveu já estava desatualizado.
Imaginem hoje!

15 - Vidro Óptico: Lentes oftálmicas, do tipo mineral, há pouco tempo atrás eram as mais vendidas em todo mundo. A grande maioria
delas era fabricada de vidro óptico de índice de refração 1,523. As monofocais, progressivas, bifocais de uma só peça, porção de longe dos
bifocais fundidos e as lentes coloridas, eram feitas de vidro óptico designado “Crown“.

Nos USA. a demanda de lentes fabricadas com vidro óptico estava em apenas 10%, isto em 1998. Tudo indica que terá sua aceitação pelo
mercado, quase que totalmente extinta.

Esses vidros puros, homogêneos com índice de refração constante em qualquer ponto da lente é composto basicamente de:

Areia (sílica) 70%


Soda (hidróxido de sódio) 15%

Cal (óxido de cálcio) 12%

Outros 3%

16 - Lentes coloridas Os vidros coloridos são feitos com a adição de diversos sais à composição do Crown, conforme a cor desejada. As
Fotocromáticas recebem a adição de sais de prata, que são sensíveis as radiações de ultravioleta que as escurecem.

Outros tipos de vidro óptico são usados nas películas dos bifocais e têm um índice de refração mais alto (1,616 a 1,690) e o maior deles é o
do tipo Bário cuja decomposição da luz branca é bem reduzida se prestando por isso a finalidade indicada. O vidro Flint não mais é usado,
exatamente por apresentar alta decomposição da luz e aberrações cromáticas altas.

17 - Resina Orgânica: Vulgarmente é erradamente chamada “plástica”, ou até mesmo de acrílico. Trata-se de um material muito nobre e
nada tem a ver com aquelas duas designações. A “PPG Industries “firma norte americana, detentora da “Trademark“ (patente) a designa
como CR - 39.

Basicamente se compõe de “Allyl Diglicol Carbonato” que é resina derivada de petróleo e esta é a composição usada hoje no Brasil. Seu índice
de refração é 1,499.

18 -Resinas de alto índice: É simplesmente incrível o progresso na fabricação de resinas orgânicas. Até mesmo materiais com índice de
refração 1,710. Semelhante ao conhecido Hight Light, estão sendo fabricados.

19 - Minerais com alto índice de refração: O vidro de alto índice, conhecido pelo nome de “High Ligth” tem um índice de refração de
1,701 pela adição de óxido de titânio e por essa razão lentes de alta miopia, podem ser fabricadas com menor espessura, muito embora seu
peso seja mais alto do que o cristal comum.

20 – Alto índice com Lantânio: Outras lentes minerais de índice de refração 1,800 e 1,894 são obtidas pela adição do novo material “Oxido
de Lantânio”, o que possibilita lentes ainda mais finas que o Hight Light. Fica entendido que “quanto mais alto for o índice de refração, mais
finas serão as lentes”.

21 – Quanto mais alto é o índice, menor é a espessura da lente: O consultor moderno precisa conhecer as características das lentes
para poder melhor esclarecer seus clientes das vantagens da mesma. Até mesmo para explicar ao cliente a razão de serem mais caras.
Quanto mais alto for o índice de refração de uma lente, menor será sua espessura. Isto ocorre tanto nas miopias como nas hipermetropias,
ficando evidenciado que nas miopias são mais visíveis.

22 – Para que nossos leitores tenham uma ideia das espessuras que ficariam uma lente esf. -5,00 Dioptrias,com 50mm. de diâmetro,
consultem a tabela abaixo:

Obs. As lentes minerais foram calculadas com uma espessura central de 1,1 mm e as de resina orgânica com 1,5 mm. de esp. Central.

Consultando a tabela acima o vendedor poderá se orientar e informar melhor ao cliente, quais serão as espessuras das bordas, dentro do
diâmetro especificado acima.

23 – Peso específico (gramas por centímetro cúbico)

Sim, o consultor precisa conhecer o peso específico das lentes porque ele está diretamente ligado ao peso das lentes, e como tal, não poderá
ser desconhecido por ele. Atentem bem para este detalhe.

O consultor (vendedor) competente não poderá ser qualquer um despreparado e sem conhecimentos.

Quanto mais alto for o índice de refração, mais alto será o peso específico do material da lente. Pequenas exceções existem com alguns
materiais, assim como o Polycarbonato e Trivex, novos materiais em expansão.

O peso específico é determinado, pelo peso em gramas, de um cubo com 1 cm3 (1 cm. de face). Assim sendo os seguintes pesos serão do
conhecimento dos vendedores:

24 – As lentes mais leves do mercado, em resinas são:


Observem que o desenvolvimento tanto dos índices como do peso específico tem sido extraordinário. A nova e última resina lançada têm o
índice até mesmo superior ao do tradicional Hight Light (1,710) e já temos notícias que índices mais altos começam a ser fabricados.

25 – As lentes mais leves e mais pesadas do mercado e valores ABBE:

26 – Número Abbe: O que será isto? Precisará o consultor saber qual o “número Abbe” de determinada lente para vendê-la? Claro que sim.
Desde que ele se proponha a conquistar verdadeiramente a confiança do cliente pela sua competência e esclarecimento. O vendedor não
pode cobrar um preço de lente mais elevado sem que esclareça suas vantagens e benefícios. Daí...

Vejamos o que significa o tal de “número Abbe”:

Por meio de uma equação o cientista Ernest Abbe criou um modo matemático para se determinar à decomposição cromática de uma lente.

Para que entenda o acima exposto, é necessário que o vendedor saiba o que é a “aberração cromática”. Esta última é uma coloração que
aparece quando se olha através das lentes, especialmente as películas de bifocais fundidos em cristal e principalmente a lentes conhecida
como Hight Light ou Lantânio. Esta aberração cromática, quando alta, reduz levemente a qualidade óptica de uma lente.

Assim, quanto mais alto for o índice de refração de uma lente, mais altas serão as aberrações cromáticas.

Como a variedade de materiais de lentes tem se desenvolvido muito, folhetos explicativos chegam as nossas lojas de óptica, esclarecendo
que determinada lente tem um “número Abbe” de 59 (melhor qualidade). Outra poderá apresentar um “número Abbe” de 35 (pior
qualidade). Um vendedor com pouco esclarecimento fica em dúvida. O que será isto? Qual delas é a melhor?

Fica claro que “quanto mais alto for o valor Abbe, melhor será a qualidade óptica da lente” e “quanto menor for o Abbe, pior será a qualidade
óptica da lente no que diz respeito à aberração cromática”.

27 - Abaixo uma tabela indicando o material, índice e número Abbe.

Ficamos sabendo então que as lentes de qualidade, quanto à presença de dispersões cromáticas é a de policarbonato com seus 31 Abbe e a
Lantânio de n 1,890 que tem 30,3 de Abbe.

28 - Variações das Lentes Quanto à Curva: Já vimos as variações das lentes quanto ao material. Vejamos agora quanto as curvas:

Biconvexas são as que têm duas superfícies convexas e evidentemente só podem ser positivas. Bicôncavas são compostas de duas superfícies
côncavas e só podem ser negativas. As plano convexas, com o nome diz, têm uma superfície plana (chata) e outra convexa e só pode ser
positiva. As plano - côncavas são do mesmo tipo, com uma superfície chata e outra côncava, só podendo ser negativa.

29 - Lentes Periscópicas e Meniscos: Sabemos que a curva base de uma lente esf. é sua menor curva. Lente periscópica é aquela curva
cuja base é 1,25 diop.

Lente Menisco é aquela cuja curva base é 6,00.

30 - Lente de Curva Corrigida: Lente de curva corrigida é aquela cujas curvas são pré-determinadas e não possuem uma única base.
Suas curvas são escolhidas para reduzirem defeitos ópticos, assim como: astigmatismo marginal, aberração esférica e curvatura de campo. A
curvatura média entre a convexa e a côncava é de cerca de 6,50 diop. Por exemplo, uma lente esf. - 4,00, tem a curva convexa + 4,50 diop.
e a curva côncava de - 8,50 diop. Uma outra esf. + 1,00, tem a curva convexa + 7,00 diop. e a curva côncava de – 6,00 diop. São valores
relativamente aproximados.

31 - Variação das Lentes Quanto as Cores: Nas lentes de vidro óptico, as cores já vêm definidas da fundição e são obtidas pela adição
de sais ou óxidos que fazem as cores desejadas. A adição do óxido de ferro, por exemplo, faz a cor verde. As cores mais usadas em óticas
são: Cinza, Rosa, Marrom, Fotocromáticas (que podem ser cinza, verde, marrom) estas últimas escurecem quando expostas à radiação
ultravioleta.

Metalizadas: Existem ainda as metalizadas que são obtidas das lentes prontas e já facetadas, podendo tomar aspecto espelhado juntamente
com a cor.

Tingidas: As lentes tingidas só podem ser obtidas das lentes de resina orgânica e podem ter as variações de cores desejadas com facilidade
por um processo descrito em outra parte desse trabalho.

32 - Lentes Anti-reflexo e Anti-Vídeo: Para que nossos leitores tenham uma melhor idéia, no Japão, a demanda de Anti Reflexo, já chega
a 93% (1997). Na Alemanha já chega a 62%. É uma evidência irrefutável a introdução destas lentes no mercado. As lentes AR. são obtidas
por um processo a vácuo, onde partículas de materiais são volatilizadas e depositadas sobre as superfícies das lentes, em altas temperaturas.
Existem tipos de metalizações apropriados para diminuir os reflexos das lentes de alta miopia e são uma espécie de tratamento que diminui
os elos refletidos por esse tipo de lente e melhoram a visão especialmente à noite.

Outro tipo conhecido é o usado para reduzir a estafa de quem trabalha diante de vídeos de computadores. São tecnologias que estão se
desenvolvendo muito.

33 - Variações das Lentes Quanto ao valor dióptrico (grau): As esféricas podem ser positivas ou negativas. Seus submúltiplos são:
0,12 - 0,25 -0,37- 0,50 - 0,62 - 0,75 - 0,87 - 1,00. Os escritos em negrito são os mais usados nas prescrições ou receitas óticas. Os outros
são utilizados na fabricação de lentes e tolerâncias ópticas. As esféricas podem ser combinadas com cilíndricos, que também podem ser
positivos ou negativos. Então temos combinações assim como: + / +, - / +, - / - e + / -, a ainda as plano cilíndricas que podem ser positivas
ou negativas.

Além das acima mencionadas, temos as graduações prismáticas que são designadas pelo símbolo ∆ ( delta ) . Muito embora os prismas
tenham função específica na fusão das imagens do OD e OE, podem ser prescritos em combinação com esféricos e cilíndricos. Os prismas
não têm a ver propriamente com a nitidez das imagens e sim com a fusão das imagens obtidas por cada um dos olhos, numa só imagem.
Outra finalidade será analisada em outro capítulo.

34 - Tipos de Lentes Usados em Oftálmica: Lente é um meio óptico, transparente, limitado por duas superfície e bordos, sendo uma
delas curvada, capaz de convergir ou divergir, ou desviar raios luminosos que nela incidam. São utilizadas nas compensações das diversas
ametropias dos olhos. Geralmente é composta de uma superfície côncava e outra convexa, isto para o uso em óculos.

35 - Peso das Lentes: O peso das lentes dependeria principalmente da dioptria (grau), como poderia parecer a priori. Mas depende
principalmente do material empregado na sua confecção.

Peso específico é o peso em gramas por cm3. Assim temos as lentes de resina que são as mais leves, ou seja, pesam desde 1,19 gr. por cm3.
As de cristal pesam até 4,2 gr./cm3. As Hi lite, alto índice pesam 3,2 gr. por cm3 e finalmente as comuns de cristal Crown, pesam 2,5 gr. por
cm.3. Outras de índice 1,900 tem peso específico de 4,20 gr por cm3. Entende-se que o peso das lentes está em função do seu índice de
refração. Quanto mais alto for o índice, mais pesada será a lente.

Se calcularmos o volume de cada lente graduada e multiplicarmos pelo peso específico, veremos que pouco influirá o poder dióptrico,
prevalecendo o peso específico. Este conceito prevalece, com poucas exceções de materiais novos.

PESO ESPECÍFICO E ÍNDICE DE REFRAÇÃO DAS LENTES DE RESINA

PESO ESPECÍFICO E ÍNDICE DAS LENTES DE CRISTAL (MINERAL)


Como se observa acima, há uma certa relação entre o peso específico (mesmo que densidade) e o índice de refração. Muito embora não seja
completamente exata, quanto mais alto o índice, maior é o peso da lente.

Obs. Dados extraídos dos catálogos ou folhetos publicitários dos fabricantes.

36 - Lentes Endurecidas: As lentes de cristal podem ser endurecidas para assegurar ao usuário uma condição de segurança maior, contra
quebras por impacto. São mais utilizadas pelos operários que trabalham em funções perigosas aos olhos. Uma lente bem endurecida quebra
com maior dificuldade do que uma não endurecida. Além disso, quando se quebra, estilhaça-se em pequenos fragmentos e não em forma de
agulha, o que ocorre com uma não endurecida e, neste caso, pode perfurar o olho. Para crianças ou operários, principalmente, são
recomendadas por não se quebrarem em formas de agulha o que poderá ocasionar a perfuração do olho. A lente de cristal estará bem
endurecida quando sua curva côncava se modificar para 0,12 diop. mais forte. Pode ser identificada no polariscópio pela formação de um
desenho similar a uma cruz de malta. Este é o endurecimento térmico sendo que o químico está em desuso por ser altamente perigoso para
quem o prepara, muito embora seja eficiente.

37 - Medidas: Além das vendas, o técnico vendedor deve ser preciso e competente ao fazer as medições de D. P., D. N. P., alturas diversas
para progressivos, para trifocais e para bifocais. O vendedor usa para exercer sua função, os seguintes instrumentos:

Esferômetro, para medir curvas de lentes a serem substituídas; Espessímetro para medir a espessura das lentes, por serem pareadas e
também para medir as espessuras das lentes recebidas dos laboratórios; Polariscópio para verificar se as lentes endurecidas realmente o
foram; Distômetro para medir as distâncias entre córnea e lente; Escalas milimétricas e encaixadores nos aros para medições diversas e
finalmente o mais importante de todos, que é o Pupilômetro que serve para medir a D. P. e a D. N. P. .

Processo interessante para certificar-se se as medidas de altura foram tomadas corretamente, é aquele em que se medem as alturas de
progressivo e simultaneamente as de bifocal. Deve haver uma diferença entre as duas, de 6,5 mm. Caso não haja, o consultor deve reciclar
sua técnica de medições, que apresenta diferença incompatível com sua atividade.

38 - Processo para Medir Altura: Um vendedor, quando tem grande prática é capaz de medir uma altura para progressivo ou bifocal,
diretamente com a escala milimétrica. Quando não tem prática, e necessário que se posicione na mesma altura do cliente e evite erro de
paralelismo. O melhor sistema é prender um durex na vertical da armação, na direção da pupila, ou usando o modelo de plástico da armação,
marcar com tinta que ofereça contraste com a cor da íris, verificando após um afastamento de 2 metros, se o traço (T) ficou bem no centro
da pupila, para em seguida medir a altura. O ponto basicamente tido como correto é:

Progressivos: Exatamente no centro da pupila.

Bifocais: 1mm. abaixo da borda inferior da íris.

Trifocais: Tangenciando com a borda inferior da pupila, em ambiente internos.

Todas as medidas acima são em função da borda interna inferior da armação.

As exceções ficam para os novos usuários e os clientes de grande estatura, em que as medidas de altura devem ser l mm. ou 2 mm. menor
do que o indicado acima.

39 - Medida de Distância Vértice: Ao se refratar um operado de catarata (pelo sistema antigo) ou um alto míope, é necessário que se
conheça a distância vértice (DV), ou seja, a distância entre a córnea e a lente corretora. Nas altas graduações, qualquer mudança na DV,
altera fundamentalmente o grau anteriormente indicado para correção. Para que se tenha uma idéia, 1 mm. de variação na DV. de uma lente
de 14,00 diop. altera sua dioptria em 0,21 diop.. Dois mm. alteram 0,42 diop. e assim sucessivamente.

O técnico não deve seguir a indiferença técnica do oftalmologista e deve dar às variações da DV. o valor que elas realmente têm. Como
exemplo citamos que quando uma lente é feita com diferença de 0,50 diop. imediatamente é devolvida como errada. No entanto uma lente
de 14,00 diop. que teve sua distância vértice alterada em 3 mm. sofre um erro maior que aquele. Usem seus conhecimentos e coloquem-se
em acordo com a tecnica. O aparelho usado para medir a DV. chama-se “Distômetro”.

40 - Alturas Máximas Permitidas para Bifocais e Progressivos: Ë necessário o vendedor conhecer os limites máximos de altura para
que não peça alturas impossíveis para o montador alcançar. Assim sendo, enumeramos abaixo as alturas máximas para cada um dos tipos de
lentes:

Evidentemente que estes limites podem variar de acordo com alguns tipos específicos de campo visual curto, que são bem menores.

41 - Nomenclatura das Armações: Como já foi narrado, em outro capítulo desse trabalho, as armações são compostas de: Frente, Aro,
Ponte, Charneiras, Hastes, Ponteiras, Plaquetas, Agulhas, Talão, Diâmetro efetivo, Pino duplo, Ranhura ou bisel e aplicações. Nas armações de
metal, a plaqueta é de bracinhos, nas de acetato são de próprio material e nas encapadas são do tipo anatômica.

42 - Acertos da Armação: Geralmente a armação não vem de fábrica completamente ajustadas para adaptação no cliente. Sendo assim, o
consultor deve proceder ao ajuste antes de experimentá-la no cliente. Devemos proceder aos seguintes acertos:

43 - Empeno: O empeno faz a armação ficar torta no rosto do cliente, com um aro mais alto que o outro. Acontece quando as hastes não
tocam igualmente numa mesa bem plana, (com suas ponteiras viradas para cima). Em seguida alinha-se com as ponteiras voltadas para
baixo. O acerto é feito com a armação aquecida, nos casos das de acetato, escolhendo a haste que melhor condição ofereça ao ajuste da
inclinação pantoscópica. Nas metálicas o empeno é corrigido por meio de alicates apropriados.

44 - Abertura: A abertura desigual das hastes faz com que um dos aros da armação fique mais distante do olho. Quando uma haste está
mais aberta que a outra ou quando uma está mais fechada que a outra, o acerto é feito com calor ou com lima no ângulo da haste,
dependendo do caso, devem ficar com acerto de 90 graus, em A.O.

45 - Inclinação: A parte inferior do aro deve estar mais próxima da face que a parte superior de 6 a 9 graus (inclinação das charneiras). Nos
progressivos um pouco mais. A inclinação desencontrada faz com que haja um efeito prismático vertical entre as duas lentes.

45 – Cruzamento: As hastes, quando dobradas. Devem manter um paralelismo, ou quando o modelo não permite, uma igualdade de
posicionamento.

46 - Armações Metálicas: São confeccionadas de alpaca ou ligas especiais que teem a mesma propriedade. Algumas são feitas de “monel”
que é ainda duro que a alpaca. Outras têm molas de aço no bracinho superior (Numont). Outras têm as hastes de bronze. Existe uma série
de novos materiais relevantes, assim como aço e titânio que vem sendo muito utilizados. Todas as armações metálicas recebem um banho de
ouro. ródio ou lacas especiais que são tintas de alta resistência ao desgaste.

47 - Armações Numont: Basicamente são metálicas e conhecidas pelo braço que acompanha as partes superiores da lente, sendo seus
extremos presos por parafusos onde são fixados às lentes. Existem também as de braço superior com mola que prendem na lente por meio
de pressão e garras que se fixam às lentes, que por sua vez têm pequenas ranhuras nas bordas das lentes, onde se encaixam as garras.

48 - Armações Metálicas “Griffe”: Esse nome é de procedência americana e representa armações presas às lentes com quatro parafusos e
sem braço superior. São também conhecidas como ‘flutuantes’ ou ‘três peças’ Só existem a ponte e as hastes (com charneira).

49 - Armações de Fio de Nylon: Geralmente têm a parte superior e hastes de metal, mas existem modelos novos de acetato. Na parte
inferior das lentes passa apenas um fio de nylon que prende as lentes através de uma pequena ranhura na face externa da mesma.

50 - Fibra de Carbono e Fibra de Vidro: São dois produtos, que usados na fabricação de armações, vinham tendo uma certa procura. Na
verdade eles são compostos de 70% de nylon e o restante da fibra, propriamente dita. Estas armações aceitam somente lentes de resina.
Elas tem pouca elasticidade e são problemáticas para os montadores.

São todas pintadas com tintas de epoxy, de alta resistência.

51 - Armações de Optyl e Proprionato: São do tipo injetado, mas de boa qualidade. Isto porque, há alguns anos, armações injetadas
eram sinal de baixa qualidade, o que não ocorre hoje com os materiais nobres.

52 - Armações de Acetato de Celulose: São as mais populares existentes no mercado. Sua resistência é boa e verga-se com calor, de
modo a proporcionar ajustes à anatomia do rosto do cliente, de modo que tem uma grande procura. Seu material presta-se a diversos
padrões e colorações. São as mais vendidas no mercado brasileiro. Antigamente eram chamadas de “zilo”, mas esse nome é originário do
antigo material (altamente inflamável e de fácil deterioração) Nitrato de celulose, que não mais existe.

53 - O Consultor, Técnico e Vendedor Deve Conhecer: O técnico que vende, deve estar atualizado com o estoque de armações, no que
diz respeito às cores, os tamanhos, as pontas mais largas, modelos jovens, modelos para senhores e senhoras, modelos para bifocais,
modelos para progressivos, enfim toda a gama de variedades.

Na hora da venda, não fica bem o vendedor ir procurar sem saber onde se encontram os modelos. A separação por balcão, por gaveta ou por
vitrine deve ser do conhecimento do próprio.

54 - Conceitos Básicos de Estética: Esses conceitos são vagos e mudam constantemente. Entretanto, colecionamos alguns que passamos
a expor:

a) Armações de tons claros, assim como, cristal, caramelo claro, rosa, cinza claro, rejuvenescem.

b) Os modelos de coloração forte, tanto vermelho como azul, estão em moda para adolescentes, especialmente porque ressaltam o seu uso
de modo a personalizar seu uso.

c) A um intelectual, que aprecia ver evidenciado o fato de usar óculos, poderemos vender armações de coloração forte, assim como: preto,
marrom escuro, Demiâmbar, etc.

d) A um cliente gordo e com as bochechas salientes, o melhor é escolher uma armação de formato, mais ou menos quadrado, em que o
tamanho vertical seja menor que o horizontal, para que não toque nas bochechas.

e) A um cliente de rosto fino e alongado, o melhor é escolher uma armação de formato arredondado. Procure o equilíbrio.

f) A um cliente de rosto redondo, o melhor é escolher um modelo que tenha forma quadrada ou retangular, que quebre a linha redonda do
rosto.

g) A um cliente que tenha nariz grande, o melhor é escolher uma armação de ponte baixa, o que certamente fará com que seu nariz pareça
menor, porque a ponte irá se apoiar mais em baixo.

h) A um cliente de testa larga e grande, não se devem vender armações escuras porque, elas evidenciam o tamanho da testa, formando um
verdadeiro degrau demonstrando o tamanho desproporcional da testa.

i) A um comerciante de produtos pesados, deve se escolher uma armação de complexão forte e rígida, com aro e pontas mais grossas.

j) Deve-se evitar vender armações redondas a clientes que tenham astigmatismo alto. Evitar é uma coisa, mas não é impossível, desde que
você recomende ao montador que ajuste com muita pressão a lente no aro, para que não gire e saia da posição da receita.

k) A uma criança, a preferência e que a armação tenha hastes de molas curvadas, mas não sendo possível, a adaptação de uma correntinha
é de fundamental importância. Ao adquirir armações, cuidado com as pontes, pois os fabricantes descuidam no tamanho e posição da ponte,
construindo-as de formato grande (de adulto) e as crianças têm o ápice do nariz baixo.
l) A certas pessoas de raça negra ou asiática, o ideal e escolher uma armação de plaquetas de bracinhos, que possam permitir uma
adaptação adequada ao nariz achatado.

m) A um usuário de lentes progressivas, escolha uma armação que tenha boa inclinação, fazendo com que a lente fique o mais próxima
possível do olho. Também escolha uma que tenha uma distância do centro da pupila até a borda inferior interna da armação, nunca inferior a
22 mm., nos casos específicos. Para as lentes de corredor curto as alturas são indicadas pelo fabricante.

55 - Escolha de Tamanho das Armações: O tamanho da armação deve ser tal, que não permita que as hastes toquem fortemente nas
têmporas, nem fiquem afastadas demasiadamente delas. Caso o cliente tenha a frente do rosto pequena, mas a cabeça redonda e grande,
devemos abrir as hastes e curvá-las de modo que circundem a cabeça, na sua parte lateral. As hastes não devem ficar curvadas como no
caso anterior, com o lado côncavo voltado para fora, denotando pressão excessiva na região auricular. Quando o tamanho da cabeça do
cliente é maior e as hastes não cabem, devemos pedir outras hastes especiais ao fabricante ou escolher outro tipo de armação. Já quando as
hastes são demasiadamente longas, não se deve curvá-las, de modo que a ponteira fique muito longe da orelha. Neste caso, tira-se a
ponteira, corta-se a agulha na medida calculada, colocando-se em seguida novamente a ponteira no tamanho correto.

A ponte é a primeira parte que se observa, quando se experimenta a armação. Se a ponte se adapta bem, já é um bom começo. A ponte não
deve apoiar no ápice do nariz nem deve ficar acavalada (alta). Os olhos do cliente devem ficar situados no centro da armação (no plano
vertical), já que na horizontal isso é dificílimo, visto que as armações (de modo geral) são maiores do que as DPs.

Nenhuma armação deve tocar na face do cliente, exceto as ponteiras das hastes. Especialmente as armações metálicas, não devem tocar as
faces dos clientes em hipótese alguma. A oxidação será o resultado negativo, que levará o cliente a pensar que a qualidade não é boa, o que
não representará a verdade. Alguns tipos de suores de clientes são destruidores do revestimento das armações e não há qualidade que o
resista.

56 - As Hastes e sua Adaptação: O Vendedor deve verificar se o comprimento das hastes está de acordo com o cliente. A curva principal
da haste, no ponto que a liga com a ponteira, deve coincidir com a curva superior do pavilhão auricular, mais chegada para a parte traseira. A
haste deve acompanhar a curva da orelha, nunca a tocando fortemente num só ponto o que provocará o retorno do cliente se queixando de
incômodo. Lembre-se que os óculos se apoiam e não se penduram atrás das orelhas. Outro ponto que o vendedor deve cuidar é o da
aderência lateral das hastes. Elas se adaptam com leve pressão lateral, ajudando a fixação e firmeza dos óculos.

A abertura das hastes deve ser tal que permita firmeza da armação, sem tocar as têmporas fortemente, mas não devem ficar mais abertas
que o necessário. Isso faz com que os óculos caiam, escorregando pelo nariz. Um conjunto de ajustes faz, pela somatória deles, uma boa
adaptação.

57 - Vergando ou Ajustando uma Haste: Se a armação é o de acetato, não se deve vergá-la a frio. Caso se faça, a mesma poderá
fissurar e rachar-se mais tarde após algum tempo de uso. O uso do “ventilate” é essencial nesses casos. O mesmo ocorre com a curva das
hastes que precisam ser aquecidas para sofrerem as curvas, esfrie sempre a armação, antes de experimentá-la no cliente. A curvatura de
uma haste deve ser feita com os dedos em movimento (da frente para trás e vice versa) sem curvá-la num único ponto. Não se faz curva
desigual.

Caso a abertura esteja muito grande e não se tenha outra opção, a mesma poderá ser reduzida pelo aquecimento da parte temporal e
pressionando-se contra uma superfície, que não arranhe a armação, procura-se fechar as hastes por meio de calor, tomando-se o cuidado de
não permitir que as lentes saiam do aro; firme-a com os dedos.

58 - Ajuste nas Armações Metálicas: Estas são ajustadas por meio de alicates especiais para cada parte da armação. Alicates paralelos
não permitem que se façam marcas nas charneiras. Alicate de bico fino serve para ajustes nas plaquetas de bracinhos. Alicates para braço de
Numont facilitam regulagem da abertura, do empeno e da inclinação.

Alicates com peças de nylon para curvar aros metálicos são importantes, Dois alicates para se retirar ou melhorar um empeno de hastes é
importante. Outro alicate que é fundamental é o de torção dos eixos das lentes. Nem sempre o montador ajusta os eixos exatamente como a
indicação da receita. Não custa nada acertar com precisão os eixos. Nesta últimos casos, quando o astigmatismo é superior a 3,00 diop. o
ajuste do eixo deve ser procedido com a torção da lente até que a melhor acuidade visual seja obtida pelo cliente. Não se importe tanto com
o eixo indicado na receita. Preserve, acima de tudo, a boa acuidade do cliente.

58 A – Armações de talão curvado e prolongado: Estas são usadas nos clientes que têm rostos grandes e têm dioptrias altas em suas
correções. Permitem espessuras de bordas das lentes bem menores e suprem esta parte do mercado com eficiência e modernidade.

59 - Cilindros altos: Além dos cuidados normais, o vendedor deve tomar especial cuidado com as lentes de cil. alto (acima de 3,00). Muitas
vezes os eixos estão exatamente como na RX. Mas o cliente não vê com precisão. Uma leve torção no eixo poderá melhorar muito a visão do
cliente. Muitas vezes o eixo não se posiciona exatamente como na receita. O que importa é a visão do cliente. Mande o cliente fechar um dos
olhos e faça leves torções no eixo da lente, um olho de cada vez. Caso haja melhora, conserve assim.

60 - Outras Ferramentas do Balcão: Chavinhas de fenda de boa qualidade são importantes porque essa ferramenta é a mais usada no
balcão. Variação no tamanho das pontas são igualmente importantes. Não existe fato mais desagradável do que o cliente entrar na loja para
recolocar o parafuso perdido. Lembre-se que o fabricante não pode cravar o parafuso, e compete ao montador fazê-lo. Essa cravação que nos
referimos é aquela no centro da extremidade do parafuso, usando-se um punção fino ou alicate apropriado ou ainda um esmalte na ponta do
parafuso para evitar seu desaparufasamento. Em casos especiais, pode-se usar cola durepox para fixar os parafusos, pingando a cola
somente nas pontas dos mesmos.

61- Parafusos para Reposição: Em primeiro lugar as caixas onde são estocados os parafuso, nos seus diversos tipos e tamanhos, devem
ser de muitas divisões. Cada parafuso no seu lugar. Não se deve permitir a mistura dos tipos de parafusos.

62 - Peças de Reposição do Balcão: Pequenas peças de reposição devem se mantidas nos estoques, geralmente guardadas nas gavetas
do balcão. São plaquetas de diversos modelos, ponteiras de diversas cores, pontes anatômicas, encapamento para aros e hastes, hastes
metálicas e de zilo. Hastes novas e usadas, estas devem ser guardadas para emergência de clientes necessitados. Charneiras para reposição,
assim como pinos duplos são bons para pequenos consertos. Machos para reabertura de roscas, muitas vezes são úteis. Pequenas limas,
assim como pequenos martelinhos igualmente são bons.
63 - Mostruário de Cores de Lentes: É de suma importância, que se tenha um mostruário de cores de lentes para que o cliente tenha a
livre opção. Não se podem vender lentes coloridas sem mostrá-las para a escolha pelo cliente. Uma lâmpada ultravioleta pode ajudar a
ativação da lente fotocromática para observação do cliente e constatação se é realmente fotosensível. Além das diversas cores, são expostas
as tonalidades que poderão ser claras, médias ou escuras.

64 - O Lentômetro: Também conhecido como ‘lensômetro’ ou ainda em outros lugares como: “Focômetro”, “Focímetro”, “Lentômetro”. No
Brasil acabou ficando conhecido como “Lensômetro“, que é derivado de “lens” em inglês.Preferimos lentômetro que é derivado de lente.
Como o nome diz, serve para medir as graduações esféricas, cilíndricas ou combinadas e ainda as prismáticas. Serve também para medir os
prismas, assim como a direção da sua base. Os eixos dos cilíndricos são medidos com precisão. A ocular deve ser ajustada para cada um dos
que o usa. O lensômetro marca os centros óticos e as distâncias pupilares, para verificação, assim como as linhas horizontais de montagem,
muito usada nos laboratórios de montagem. No balcão é usado, quando um cliente deseja saber as dioptrias dos antigos óculos ou para medir
o grau da lente que será reposta. Outras utilidades, assim como a verificação da exatidão dos óculos, são importantes.

65 - Tolerâncias Ópticas: No exercício da profissão de Consultor Óptico muitas vezes há choque entre a opinião do Técnico e do
Oftalmologista. Aqueles, por entenderem mais das coisas técnicas, geralmente não são acatados pela posição dos oftalmologistas, sem
dúvida, mais respeitados pelo povo. Mas na verdade o técnico está sempre mais apto a julgar os problemas por entenderem mais a fundo sua
função.

“Tolerância”, ao contrário do que possa parecer, é uma palavra estritamente técnica e é usada nas mais altas tecnologias, até mesmo nas
espaciais. Não é, portanto, uma coisa pejorativa. Assim sendo, internacionalmente. As seguintes tolerâncias são permitidas:
66 - Escolha do Tamanho das Lentes: Quando as armações são de bordos temporais arredondados, usa-se a seguinte regra:

a) Soma-se o tamanho do aro à ponte.

b) Subtrai-se a D. P. e acrescenta-se o diâmetro efetivo (o maior de aro)

c) Soma-se 3 mm. de margem de segurança para o montador obter a D P . correta.

Teremos assim o mínimo tamanho da lente adequada para que o trabalho possa ser executado com razoável precisão na medida de D.P..
Note-se que este cálculo é para lentes terminadas e centralizadas.

Quando não se consegue lentes no tamanho indicado pelo cálculo, manda-se prepará-las em laboratórios, com o centro ótico descentrado. Há
uma espécie de gabarito, onde se verifica o tamanho da lente adequado para modelos extravagantes ou especiais.

67 - Preparação de quem usa Óculos pela Primeira Vez: As lentes progressivas são uma conquista excepcional do marketing, aliado
ao temperamento do ser humano. Principalmente por motivos estéticos e práticos de visão, este tipo de lente tem uma aceitação
extraordinária. No, entretanto é importante a preparação (digamos psicológica) de quem usará estas lentes pela primeira vez.

Um outro exemplo é o de um astigmata com eixo diagonal. Ele deve ser prevenido que verá “tudo torto”. Previna-o do fenômeno e dê-lhe
confiança, fazendo o teste da acuidade visual. Coloque os novos óculos e mande ler as menores letras da carta de refração (20/20); em
seguida, tire os óculos e mande ler novamente. Então se obterá a confiança total, pela melhora real de visão. A sensação de visão dos
objetos tortos é normal, já que o cliente acostumou-se a ver errado por longos anos. O que importa é a boa qualidade da visão.

O tipo de lente que exige maior sacrifício de quem as usa, é o caso dos progressivos. São as seguintes as causas de descontentamento com
progressivos e que devem ser prevenidos, com talento, para que não haja descontentamento posterior, sendo que elas dependem acima de
tudo da marca:

a) As sensações de visão dos objetos dançando, com o movimento da cabeça.

b) Pela visão intermediária a visão de linhas horizontais retas, em forma de curvas, (no campo intermediário)

c) A dificuldade de ver nitidamente os objetos situados a 1,0 m ou 1,5 m.

d) O estreito campo de visão para distância intermediária.

e) A necessidade de movimentos verticais com a cabeça para ver nitidamente em diversas distâncias.

f) Ao dar marcha à ré no carro, deve-se usar o espelho retrovisor.

g) A desfocalização lateral nas páginas de um livro.

h) Visão de um retângulo em forma de trapézio

Enfim são pontos que não devemos deixar de prevenir o cliente. Jamais deixe de orientá-lo sobre essas dificuldades. É melhor preveni-lo
antes, do que deixá-lo descobrir (por si mesmo) essas dificuldades, o que poderá acarretar a desconfiança sobre a qualidade do trabalho, não
somente por parte do trabalho do médico como do técnico.

Evidentemente, o momento de prevenir o cliente sobre as dificuldades, será após a concretização da venda, preferentemente na entrega dos
óculos. Faça-o com Inteligência e honestidade.

68 - Preparação de quem usará Bifocais: O uso de bifocais pela primeira vez, mesmo sendo difícil, é melhor que com os progressivos. De
todo modo deve ser explicada a dificuldade em olhar o chão, para degraus de escadas, meio fios e também evitar olhar para a linha divisória
entre o grau de longe e perto. A localização da nitidez nas diversas distâncias leva algum tempo. Tanto para os progressivos, como para os
bifocais, o cliente deve ser alertado que o processo de adaptação chegue a um final satisfatório. Esclareça que centenas de milhares de
pessoas se adaptam e ele não será exceção.

69 - Mudança de tipo de Bifocal: Há uma regra para a escolha do tipo de bifocal adequado, de acordo com a dioptria de longe e a adição.
Quando o cliente já usa um determinado tipo, mesmo errado (pelas regras), não se deve mudar o tipo, salvo o cliente seja de alto nível de
compreensão e esteja disposto a fazer nova adaptação. Muitas vezes o olho acostuma-se ao erro, e não vale a pena mudar.

70 - Regras para a escolha dos Bifocais: A escolha do tipo de bifocal, objetiva evitar o salto de imagem, quando se muda a visão de
longe para perto. Caso se venda um bifocal Ultex (base prismática inferior) para a correção de uma miopia composta com presbiopia, o
cliente observará o objeto para perto, muito fora da real posição. Isto devido a um prisma que será formado no campo de perto, formado
pela película e pela metade inferior da lente negativa. Outro conceito básico que deve ser conhecido é o de que, o centro ótico de longe deve
se situar o mais próximo do centro ótico de perto. Tudo deve ser feito para evitar o “salto de imagem”.

Como as lentes negativas formam um prisma de base inferior (na sua metade inferior), se acrescentarmos um outro prisma constituído pela
película do Ultex, o prisma será aumentado e não compensado. Isso aumenta o salto de imagem e o cliente verá os objetos muito fora da
real posição para perto.

Outra contra regra é a indicação de “Topo Reto” para casos de alto grau positivo com adições menores que o grau de longe. Haverá problema
semelhante ao cliente citado anteriormente.

71 - Regras Básicas para escolha dos Bifocais:

a) Quando a adição é menor do que o grau positivo de longe, (no meridiano vertical), a indicação deve recair no tipo de “base prismática
inferior” - Ultex. - Película meia lua.

b) Quando a adição é aproximadamente igual ao grau positivo de longe, (no meridiano vertical) a indicação será do tipo de “base prismática
central” - Kryptok. - Película redonda.

c) Quando o grau de longe, no meridiano vertical é negativo, a indicação será do tipo de “base prismática superior”, ou seja, o Bio vis, “Topo
Reto”, também conhecido por “Flat Top”, Panoptick, etc.

d) Quando a adição é maior do que o grau positivo de longe, a indicação recairá para o tipo “Topo Reto” ou seja “base prismática superior”.

Entenda-se essa regra como: Quando a adição é mais forte que o grau positivo de longe, o indicado é o “Topo Reto”.

e) Todos os graus negativos (no meridiano vertical) a indicação será para os de Base Prismática superior (Bio vis).

Todas estas regras visam evitar o salto de imagem, quando o cliente muda a visão de longe para perto. Estas regras devem ser aplicadas
sem dúvida , nos seguintes casos:

a) - Nunca venda Ultex para miopias, no meridiano vertical

b) - Nunca venda topo reto (Biovis) para graus de longe positivos em que a adição for menor.

72 - Regras básicas de conhecimento dos multifocais, bifocais e progressivos: O conhecimento destas pequenas regras ajuda em
muito o consultor a não cometer erros e até mesmo evitar erros de outros, além de proporcionar um conhecimento mais aprofundado dos
progressivos e dos bifocais.

a) Quando o grau esf. de longe é positivo, o de perto será obrigatoriamente positivo e mais forte.

L. +1,00
P. +3,50

b) Quando o grau de longe é esf. plano (0,00), o de perto será obrigatoriamente positivo.

L. 0,00
P. +2,50

c) Quando o grau de perto é plano (0,00), o de longe será obrigatoriamente negativo.

L. -2,00
P. 0,00

d) Quando o grau de longe é negativo, o de perto poderá ser Negativo e mais fraco, Plano (0,00) ou Positivo. Estas três opções poderão
ocorrer, dependendo do cliente e de seu grau, antes da presbiopia.

Negativo e mais fraco

L. -4,00
P. -1,00

Plano (0,00)

L. -2,00
P. 0,00

Positivo

L. -1,00
P. +2,00

e) Quando o grau de longe é negativo, a indicação recairá no Base Prismática Superior, tal os casos dos exemplos anteriores.
f) Os poderes dióptricos dos cil. de longe e perto serão sempre iguais ; os sinais dos cil. de longe e perto e os respectivos eixos, serão
sempre iguais para longe e perto.

Exemplos:

L. esf. 0,00 cil. - 0,50 eixo 45°


P. esf. +2,50 cil. - 0,50 eixo 45°

L. esf. -3,50 cil. -1,00 eixo 135°


P. esf. -1,50 cil. -1,00 eixo 135°

73 - Como Calcular a adição dos Multifocais: Em primeiro lugar, ADIÇÃO é a diferença entre o poder esférico de longe e perto. A adição
será sempre positiva e não leva sinal para que não haja redundância. Vejamos como se calcula a adição:

Exemplo:

L. esf. +1,00
P. esf. +3,50

Adição será: 2,50

a) Quando os sinais de longe e perto são iguais, subtrai-se aritmeticamente um do outro, encontrando-se a adição. Exemplo: Longe esf.
+1,00 e Perto esf. +3,50, a adição será 2,50. Essa regra vale tanto para os positivos como para os negativos.

b) Quando o grau de longe é plano, a adição será o grau de perto.

c) Quando o grau de perto é plano, a adição será grau de longe.

d) Quando os sinais de longe e perto são diferentes, a adição será a soma aritmética entre eles. Exemplo: Longe esf. -1,00 e Perto esf.
+1,50. A adição será 2,50.

e) Para calcular a adição usa-se somente o grau esférico e não se leva em consideração os cil. de longe e perto, que serão sempre iguais e
com o mesmo sinal.

Este conceitos de fundamentos valem também para as lentes progressivas.

74 - Como Calcular o valor dióptrico total no Meridiano Vertical: Para que é necessário saber o valor total no meridiano vertical? Os
exemplos que fornecemos para a escolha do tipo de bifocal, foram com lentes esféricas. Quando as graduações são esf./cil., ou simplesmente
plano/cil. há que se conhecer o valor do cil. (no meridiano vertical), combinando-o em seguida com o esférico, (que está em todas as
direções) e evidentemente com a adição. Após o conhecimento do valor dióptrico total vertical, aí sim vamos então, combiná-lo com a adição
e escolhendo-se o tipo ideal.

Algumas regrinhas serão úteis para a compreensão do valor dióptrico na direção vertical:

a) Quando o eixo do cil. está a 90 graus, (vertical), o valor do cil., na direção vertical, será 0,00 e , neste caso, usamos somente o esf..
Lembre-se que a força cil. está sempre oposta ao eixo. Como estamos interessados no valor vertical, nada consideramos como restante do
cil.

b) O valor dos cil. estão sempre opostos aos eixos.

c) Quando os eixos dos cil. estão à 45 graus ou 135 graus, o valor deles, nos meridianos verticais, serão a metade do cil. da receita , listo
porque são simétricos à 90° e 180°.

d) Quando os eixos dos cil. estão na posição horizontal ( 180 ), sua força estará na totalidade da direção vertical (90°).

e) Quando os eixos dos cil. estiverem em posições, outras que não sejam vertical ou horizontal, há que se consultar tabelas, para se
conhecer quanto resta de força dióptrica no meridiano vertical, como segue:

Componentes Verticais dos Cilíndricos de Eixos Oblíquos no meridiano vertical


Obs. A coluna da esquerda mostra os cil. e a barra superior mostra os eixos. A interseção das duas mostra o cil. resultante, no meridiano
vertical, que será combinado com o esf., encontrando-se assim o valor total na vertical. Este será utilizado para a escolha do bifocal
adequado.

75 - Exemplos de Valores Totais no meridiano Vertical:

a ) Temos uma receita que nos indica:


L. +3,00 cil. - 4,00 180º Adição 1,00
P. +4,00 cil. - 4,00 180º

Qual o tipo de bifocal recomendado para evitar os salto de imagem?

Considerando que o cil. 4,00 está a zero grau, teremos na direção vertical (90º): - 4,00, ( proveniente do cil. ) que combinado com esf.
+3,00 nos darão um valor total (na vertical) de - 1,00.

Considerando que para todos os meridianos verticais negativos, a indicação é “Topo Reto” , teremos a indicação adequada.

b ) Vejamos o que acontece se, na receita anterior, onde o eixo foi mudado para 90º . A receita ficaria:

L. +3,00 - 4,00 90º Adição 1,00


P. +4,00 - 4,00 90º

Como a força do cil. estaria oposta ao eixo, logicamente na vertical não teríamos nada proveniente do cil. e consideraríamos somente o esf.
que é +3,00 (que está na direção vertical) e que seria o valor total vertical. Como a adição é inferior ao grau positivo de longe, a indicação
seria para Ultex.

Viram que apenas com a mudança do eixo tivemos um quadro inteiramente diferente, no que diz respeito a indicação do tipo? Fica
demonstrado como o componente vertical (valor do cil.) é importante nesses casos.

c) Considerando que o valor de Cil. -4,00 a 45° tem na direção vertical -2,00 e considerando que o esf. +3,00 teremos um poder total no
meridiano vertical de +1,00. Como adição é de 1,00, ou seja, igual ao poder total no meridiano vertical, a indicação recairá no tipo kriptok
(base prismática central).

L. +3,00 - 4,00 45º Adição 1,00


P. +4,00 - 4,00 45º

Como observamos pelos 3 exemplos (a, b e c), somente com a mudança da posição do eixo, conservando-se o mesmo esf. e cil. a indicação
dos tipos variou para 3 tipos diferentes, ou seja, Ultex, Topo reto e Kriptok

76 - Como Avaliarmos se o Diâmetro do bloco bifocal “Topo Reto”, Comporta a D.P. e Armação?

Os bifocais “Topo Reto” de cristal ou resina, tem sua película moldada já descentrada 5 mm, nasalmente, em função do centro geométrico de
longe. Para avaliarmos se a D.P. poderá ser obtida com exatidão, pelo montador, calculamos assim:

a) Parta da D.P. de perto, aumentando-a em 10 mm (o dobro da descentração da película).

b) Some o aro à ponte, e subtraia a D.P. (aumentada em 10 mm.).

c) Acrescente ao diâmetro efetivo mais 2 mm de segurança, e verifique se está dentro do diâmetro do bloco. Em caso afirmativo o diâmetro
do bloco será adequado.

77 - Pupilômetro:

O mais comum é o de reflexo corneano.

Normalmente o Pupilômetro mede a D.P. (Distância entre os reflexos corneanos) próximos ao centros pupilares, e a D.N.P. (Distância naso
pupilar) .

D.P. é à distância entre os dois centros das pupilas e D.N.P. é a distância do centro do nariz ao centro da pupila (de cada olho). As leituras são
fáceis, mas é preciso tomar cuidado com o novo técnico que costuma cometer engano de leitura no O.D. do cliente, devido a leitura dos mm.
ser ao contrário do normal, e ao invés de 31 mm poderá ler 29 mm. Ao se medir a D.N.P. , manda a prática que essa medida seja verificada,
somando-se as duas D.N.P. e verificando se confere com a D.P. que é indicada simultaneamente no Pupilômetro.

A linha vertical móvel do Pupilômetro de reflexo, . deve coincidir com o reflexo corneano para que então se faça a leitura, na escala graduada,
da D.P. ou D.N.P., e não no centro da pupila.

Nos pupilômetros mais modernos podem-se medir as D.P.s de longe e perto, bastando que regule o botão apropriado para longe (um sinal de
infinito ¥) e para perto a (35 cm. ou 40 cm.)

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE PARA MEDIDAS DE DNP. DE PROGRESSIVOS

Nas medidas de DNP dos progressivos, importante é preservarmos a visão de perto e intermediária, fazendo com que aqueles usuários que
teem insuficiência (ou suficiência) de convergência, olhem fora do centro geométrico do corredor de perto (opticamente puro) destas lentes
progressivas. Esta insuficiências, ou rostos muito grandes, não se deve medir a DNP de longe e deixar que a de perto seja prejudicada. Na
verdade a maioria dos usuários não tem insuficiências nem rostos grandes, mas é melhor adotar este novo método para todos os casos,
porque o consultor nem sempre sabe dos problemas de convergência dos clientes.

Regra: Nas medidas de progressivos deve-se primeiramente medir a DNP. de perto e em seguida acrescentar 2,5 mm. por cada olho, e
anotar na ordem de serviço, esta nova DNP de longe, que será enviada ao montador exclusivamente a DNP de longe (aumentada) porque é
nesta medida que aquele profissional se baseia para fazer as montagens das lentes.
78 - Espessuras das Lentes: O vendedor dos óculos deve saber, que as espessuras centrais das lentes graduadas, tem uma padronização.
Ao receber as lentes dos laboratórios, deve-se inspecioná-las para verificar se há algo errado. Assim sendo, uma espessura central de lentes
negativas de alto índice ( e lite ), não pode ultrapassar a 1,3 mm , sendo o mínimo até 0,7 mm. O mesmo deve ser verificado nas lentes para
miopia de resina, que não devem ultrapassar a 2,0 mm, assim mesmo aquelas feitas em laboratório. O uso do espessímetro é indispensável
para que não se venda lentes grossas indevidamente.

79 - Laminando as Lentes Positivas: Ao fazer os pedidos de lentes altamente positivas, o vendedor deve especificar o diâmetro adequado
para que , após a montagem, não fique grossa, pesada e de má aparência. Especialmente quando a montagem será feita em outro local,
compete a quem faz o pedido ao laboratório, mandar laminar e reduzir o diâmetro, para que as bordas fiquem com boa espessura. Por
exemplo: AO. esf. +5,00, armação 52x20 e D.P. 65 mm. O vendedor deve pedir as lentes mandando laminar para diâmetro 61 mm. ( use o
cálculo ensinado mais acima ) e não no diâmetro original do bloco. Com este procedimento ficará assegurada a menor espessura possível
para os óculos.

80 - Projetista dos Óculos: O vendedor é um verdadeiro projetista dos óculos. A ele caberá a responsabilidade pela concepção dos óculos,
uma vez que o cliente pouco entende do assunto, e só faz exigências generalizadas ligadas a sua aparência. Se o vendedor não obstar certas
intenções, será responsável pela construção de verdadeiros “mostrengos”, grossos e pesados, que podem ser encontrados nos rostos de
alguns clientes.

O caso das lentes altamente positivas é um deles. As espessuras centrais são outros exemplos. O tamanho da armação deve ser policiado
pelo vendedor, e a combinação do tipo da lente, devem ser combinados de modo que as lentes não fiquem excessivamente grossas nos
bordos.

Já para casos de alta miopia, o vendedor tem os seguintes recursos:

a) Mandar fazê - las em alto índice

b) Não usar modelos de armações com aros grandes

c) Não escolher modelos que precisem de uma grande descentração do centro ótico, fazendo as bordas temporais engrossarem.

d) Nos casos incontornáveis, de cliente com alta miopia e rosto grande, quando não se pode diminuir o tamanho do aro, ainda há o recurso
de se fazer as lentes:

Em alto índice ( 1,800 ou 1,900 ) ou em Visodrop M, que é uma espécie de lenticular disfarçado.

e) Fiscalizar o lado que o laboratório fará a curva cilíndrica, para evitar que a armação seja deformada na montagem, e fique com má
aparência.

Nas lentes positivas, até mesmo nos casos de progressivos, os cuidados com aparência, o peso e o volume dos óculos, são fundamentais.
Nesses casos a laminação dos bordos deve ser procedida como nos exemplos citados nos itens anteriores.

f) Ainda poderemos, nos casos de alta miopia com clientes de rosto grande, usar as armações de talão curvado e prolongado, que será
analisado em outro tópico.

81 - Cuidados com as D.P.s dos Afácicos: Os clientes operados de catarata, à moda antiga, estão diminuindo dia a dia. Com o advento
dos implantes intra-oculares, os clientes que usam óculos, feitos com lentes altamente positivas, diminui a cada dia. De todo modo devemos
conhecer certas particularidades com respeito a D.P. desses clientes que usam óculos antigos.

a) Para novos óculos não se limite a tomar a D.P. e fazer os óculos baseados na D.P. tomada.

b) Verifique a D.P. dos óculos antigos (em que o cliente está acostumado) e naturalmente que o cliente esteja já adaptado com um possível
erro na D.P..

c) Preferentemente siga a D.P. dos óculos antigos e desconfie da sua D.P. tomada. Algumas vezes pode-se cometer erros nas medidas das
D.P.s. É muito comum, só que na maioria dos óculos o cliente não sente dificuldade. Quando o grau é forte, o problema surge porque o efeito
prismático provocado pela diferença na D.P. é bem maior e pode até provocar diplopia (visão dupla). O mesmo fenômeno pode ocorrer
também, em lentes negativas.

O nivelamento dos dois centros ópticos é importante também e o desnivelamento deles também poderá produzir diplopia, (visão dupla). Não
deve produzir prismas superiores a D 0,50

82 - Curvas para Lentes Corretivas da Afacia á moda antiga: O princípio das curvas corrigidas, nas correções da afacia, é muito
discutido. Em algumas vezes não deve ser obedecido, especialmente quando o cliente, apesar de idoso, dá especial atenção a aparência dos
óculos. Estes clientes não gostam de lentes excessivamente protuberantes. Lembre-se que a escolha das curvas não tem a ver com a
asfericidade dessas lentes, denominadas asféricas. Assim sendo, o vendedor deverá orientar a escolha do bloco de resina orgânica, para que
tenha uma curva base mais baixa possível. Até mesmo, quando a armação permite, lentes bi-convexas (porém com a curva cx. bem mais
acentuada), poderão ser usadas. Nesse caso a curva externa será acentuadamente reduzida, e a aparência protuberante dos óculos será
reduzida.

83 - Lentes Asféricas: As lentes asféricas são lentes cuja curva base é moldada com curvas asféricas, que tem a propriedade de reduzir o
astigmatismo marginal e a aberração esférica, comum nas lentes de superfície esférica regulares. Quando a lente é confiável, o ângulo de
visão nítida do cliente, é substancialmente aumentado, quase que dobrando o campo de visão útil (sem astigmatismos indesejados) do
usuário.

A venda de lentes esféricas regulares pode ser afetada no futuro e sobrepujadas pelas asféricas. Essas lentes esféricas proporcionam uma
visão de “túnel” e com pouco ângulo de utilização especialmente quando estão na faixa de +10,,00 até +20,00 diop.

84 –Cirurgia da catarata: As modernas cirurgias da catarata, que já sabemos ser a opacificação do cristalino, tem alcançado um
extraordinário avanço no conforto. estética e correção visual. Especialmente se comparadas com as cirurgias a moda antiga em que
resultavam em altas dioptrias positivas, fazendo com que os óculos ficassem com uma péssima aparência. Hoje em dia é comum se fazer
cirurgias resultando em dioptrias praticamente zeradas para longe. Até mesmo estas cirurgias estão sendo feitas com lentes bifocais que
evidentemente corrigem a visão para longe e perto. De outro modo já alguns cirurgiões estão aplicando a técnica da mono visão que se
constitui em corrigir o olho dominante para longe e o dominado para perto. A oftalmologia merece todo o respeito especialmente quando se
trata de cirurgias corretivas.

85 - Espessuras dos Bordos das Lentes Vendidas: Um bom cpnsultor óptico deve saber informar ao cliente míope ou astigmata, (de
poder médio ou alto) a espessura que terão as lentes nos bordos. A informação de “ficarão grossas” ou “não ficarão muito grossas”, não é
satisfatória. Para informar com precisão, use as seguintes regras:

a) Projete as curvas que a lente terá, em função da dioptria.

b) Verifique em tabela específica, as flechas correspondentes às duas curvas convexas e côncavas. Baseando-se na espessura central
(padrão), calcule a espessura que a lente terá nos bordos (de acordo com ensinamentos em outra parte deste trabalho).

c) Para seleção do diâmetro da lente lapidada, acrescente a descentração de cada olho, para em seguida observar as flechas na tabela.

A informação dessa espessura é trabalhosa, mas a confiança do cliente nesse vendedor competente, certamente irá aumentar. Para não fazer
muitos cálculos organize as tabelas.(em outra parte).

86 - Trifocais: Esse tipo de lente é mais útil que os progressivos nos aspectos de tamanho de campo de visão, especialmente no campo de
visão intermediária. É bem maior. Enquanto a venda dessas lentes nos EE.UU. é bem grande, no Brasil é completamente inexpressiva. O lado
negativo dessas lentes é o da aparência, e da ligeira dificuldade a mais para adaptação inicial. Para um piloto de avião ( por exemplo )
apresenta facilidade de visualização rápida e precisa de vários mostradores ao mesmo tempo, enquanto que com os progressivos só é visto
um mostrador de cada vez, e assim mesmo com dificuldade de localização. Também nas arremetidas ou nas aterrissagens, a visão lateral não
é distorcida como nos progressivos, o que facilita ao piloto a visualização dos limites da pista, nas laterais.

Outras funções técnicas, assim como, a do desenhista, que (na prancheta) vê linhas retas como curvas, com o uso dos progressivos, já com
os trifocais, não tem esse problema tão acentuado.

87 - Progressivos: Não só no Brasil como no resto do mundo, esse tipo de lente tem alcançado um sucesso extraordinário. Sua principal
vantagem é de ordem estética, muito embora os homens especialmente, não gostem de admiti-lo. Muitas concessões foram feitas nos
aspectos ópticos propriamente. O lado negativo dos progressivos é a largura do seu campo (opticamente puro) do corredor intermediário que
tem, em média 3 mm de largura, o que proporciona uma visão nítida a 35 cm de mais ou menos 5 cm (50 mm) e isto apenas em alguns
tipos de lentes. Outro ponto que dificulta é o das linhas retas horizontais aparecerem (inicialmente) como se fossem curvas e algumas
interferências de aberrações no campo nasal de longe. Constatamos que todas essas dificuldades estão sendo superadas especialmente em
algumas marcas. Incrível como o modismo tem força, além dos aspectos de aparência.

88 - Lentes Mono focais Pré-Descentradas : As lentes pré-descentradas são uma qualidade a mais, que tem como objetivo, possibilitar a
montagem de lentes prontas em armações com D.P. correta, com lente de diâmetro menor. São encontradas no mercado nos tipos esféricos,
e nem todos os fabricantes as fazem com esta qualidade especial.

89 - Lentes Foscas Oclusoras: Lente fosca é usada para ocluir a visão de um dos olhos com finalidade de cura de certas deficiências
visuais, assim como, estrabismo ou casos de afacia monocular (em um só olho). Nos estrabismos, os especialistas costumam indicar
oclusores para obstruírem a visão em um dos olhos e provocarem o uso, pelo estímulo, do outro olho atrofiado. O oclusor das crianças, em
tratamento, é colado nas partes externas do olho e trocado periodicamente. Já as lentes foscas são usadas por operados de catarata, (a
moda antiga) em um dos olhos, para que a visão do olho operado, não seja atrapalhada pela do outro.

90 - Lente Fresnell: É uma lente feita de uma lâmina plástica, paralela, com cerca de 1mm de espessura, porém com altas graduações
prismáticas ou esféricas. Sua construção é de minúsculos prismas em forma e aparência de linhas concêntricas ou listras retas. As
concêntricas tem poder dióptrico esf. e podem ser positivas ou negativas, já as de listras, têm poder prismático. Em cada uma dessas listras,
há um diminuto prisma de alto valor, que reunidos, formam uma só lente. Essa lente é colada na lente de cristal (graduada ou não) e se
propõe a correções de estrabismos. Muito bem “bolada”, porém de resultados deficiente pelos aspectos de praticidade. Além de reduzirem a
acuidade visual, pela pouca transparência, descolam-se após algum uso, exigindo constantes trocas.

91 - Lente Bifocal e indicações: Como o nome indica, serve para correção da visão de longe e perto, possuindo dois campos focais numa
só lente. Existem vários tipos de lentes bifocais, cada uma para uso específico de cada graduação. Por exemplo, quando a adição é menor que
o poder positivo de longe e todas as dioptrias negativas, a indicação é para o tipo ‘topo reto’. Já quando a adição é menor que a dioptria
positiva de longe a indicação é para o Ultex (película meia lua). Quando a adição é aproximadamente igual ao poder positivo de longe a
indicação é para o tipo kryptok (película redonda)

92 - Lente Monofocais ou Visão Simples: São as lentes com um único campo visual, usadas na grande maioria dos óculos. Podem ter
inúmeras graduações esféricas, cilíndricas, prismáticas ou com as duas ou três combinações.

93 - Óculos Solares: A venda de óculos solares deveria ser feita somente pelas casas de ótica. Infelizmente vemos camelôs, postos de
gasolina, butiques, enfim pessoas não habilitadas fazendo essas vendas, o que contribui com a proliferação de venda de óculos de baixa
qualidade. A casa de ótica, além de conhecer e selecionar a qualidade do produto, faz a adaptação anatômica dos óculos e corrige as
imperfeições. A cor de lente desses óculos que melhor traduz a fidelidade das cores é o cinza (G15). Essas lentes devem ter suas superfícies
trabalhadas ou moldadas, sem imperfeições que provoquem ao usuário desconfortos. Também não devem ter resíduos prismáticos que
provocam “dor de cabeça” ao cliente, salvo as de curva 9,00, estas sim, teem poder prismático para compensar o prisma causado pela
inclinação horizontal das mesmas.

94 - Lentes Polarizadas: São usadas nos óculos solares e geralmente são importadas por não existir fabricação nacional. São de excelente
qualidade, pois eliminam os reflexos, assim como, nos pára-brisas de automóveis, nas superfícies brilhantes e proporcionam uma verdadeira
visão confortável, além de reduzir o excesso de claridade, pois são escuras.

95 - Lentes de Proteção Ultra Violeta: As radiações violeta, quando emitidas em grande quantidade e consecutivamente, podem ser
nocivas ao olho, precipitando o surgimento de uma catarata precoce ou danos as superfícies da córnea. Essa teoria pode até mesmo ser
discutida e é controvertida. De todo modo surgiram lentes solares com propriedades absortivas dessas radiações, e são rotuladas como
proteção contra ultravioleta. Muitos tipos de lentes têm essas propriedades e ninguém sabe disso. De todo modo, convém ao vendedor
conhecer alguns fundamentos acerca do assunto.
96 - Tele lupas: Existem poucos especialistas na venda das Tele lupas. Esses óculos são uma espécie de binóculos que têm a propriedade de
aumentarem o tamanho dos objetos, com a finalidade de permitir a melhoria da visão dos portadores de baixa acuidade visual. Cada um dos
olhos do cliente, tem uma espécie de luneta de Galileu, que aumenta o tamanho dos objetos, proporcionando uma melhora da acuidade
visual em aproximadamente 20%. Isso para quem tem uma acuidade de 10% é muito importante, pois melhorá-la para 30% é de acentuado
benefício para quem perdeu a visão central, através da fóvea/mácula. Esta melhora é obtida em poucos casos.

O campo de visão, através da tele lupa é limitadíssimo, Digamos que alcança o tamanho de uma tela de Tv, situada a três metros de
distância. Em compensação o aumento do tamanho das imagens é suficiente para melhorar a acuidade visual em cerca de 20%. A tele lupa
absolutamente não faz milagres com quem perdeu a visão foveal, em todo caso melhora pouco, mas melhora.

97 - Equilíbrio Vertical: É o nome dado para avaliar os prismas ou efeitos prismáticos entre as duas lentes dos óculos, no plano vertical.
Esse equilíbrio pode ser avaliado da seguinte maneira:

a) Meça o grau do olho direito no lentômetro, centralizando a lente no ponto equivalente ao centro ótico, no centro do retículo do aparelho,
com os óculos apoiados na mesa do lentômetro.

b) Sem mover a posição inicial da mesa, verifique, no outro olho, a mira do lentômetro e observe em que círculo correspondente ao prisma, o
centro da mira se posiciona no plano vertical (centrando-o na horizontal).

c) No círculo correspondente ao centro da mira, estará determinado o prisma vertical havido entre os dois olhos, que quando grande
provocam desconforto ao cliente.

Esse prisma vertical, que geralmente é casual e não provocado, é feito por montadores não bem preparados, que se descuidam do
nivelamento dos dois centros ópticos e cuidam apenas da D.P. É um grande erro desses profissionais. Como os oftalmologistas pouco
entendem disso, o pobre do cliente acaba tendo que se acostumar com o prisma não programado. Inicialmente o cliente queixa-se que está
tendo uma dificuldade na fusão das duas imagens dos olhos, numa só. Queixa-se que vê nítido, mas embaralhado. Mas o cliente não usa essa
expressão e queixa-se de embaralhamento visual, apenas. Geralmente o técnico e o médico informam ao pobre do cliente, que se trata de
desconforto inicial e com o tempo acabará se acostumando. Na verdade o cliente vê nitidamente com cada um dos olhos isoladamente, mas
acabará se acostumando. É uma questão de falta de competência dos técnicos e dos oftalmologistas, não tenham dúvidas.

98 - Ceratocone: O vendedor da óptica deve estar bem preparado. Na verdade os casos de ceratocone são raros, mas isso não justifica o
desconhecimento dessa anomalia da visão. Essa deficiência da visão é causada pela forma cônica da córnea. A correção com óculos é similar
a uma alta miopia, mas a melhora total da visão só pode ser obtida com o uso de lentes de contato rígidas. Fazendo-se o teste com a
estenopéia, a visão melhora, mas lentes de óculos não permitem uma correção satisfatória. A melhor visão somente é obtida com lentes de
contato rígida, que somente poderá ser adaptada por um bom técnico contatólogo.

99 - Causas de “Dor de Cabeça” por quem usa Óculos Solares: É muito comum o surgimento de “dores de cabeça” pelos usuários de
óculos solares. A principal causa é a formação de pequenos prismas, provenientes das inclinações das lentes “plano” ou de pequenos prismas
de fabricação das lentes, dispostos de modo errado. Alguns óculos solares têm suas lentes com uma pequena inclinação, no sentido
horizontal, ficando as bordas temporais mais próximas dos olhos, do que as bordas nasais. A causa é a alta curvatura das lentes que as
aproximam mais do lado temporal do que o lado nasal. Isso gera um pequeno prisma, pela inclinação da lente, que deve ser compensado.
Isto obriga os olhos a tomarem uma D.P. maior do que incomoda sobremaneira o cliente. Os olhos estão acostumados a convergir, quando
olhamos para perto e esse exercício nada incomoda, mas ao contrário, quando divergem, torna-se incomodo. De outro modo os fabricantes
de óculos solares e os próprios montadores, desconhecem que os pequenos prismas residuais das lentes plano devem ser dispostos
racionalmente e horizontalmente, com base nasal. Exceção é feita para os óculos de curva 9,00 que (alguns deles) tem compensação
prismática para evitar a chamada “dor de cabeça” , comum quando as lentes não tem prismas direcionados.

Em 1997, o IMETRO de São Paulo, cometeu uma enorme gafe, quando pela imprensa informou , de modo sensacionalista, que as lentes
solares da B&L. tinham “0,50 graus” de erro. Primeiramente usou a expressão “grau” como unidade dióptrica, ao invés de “dioptria
prismática“ que esta sim, é a correta. Foi uma tremenda mancada. Coitado do IMETRO, nada sabe de óptica. Mal sabiam eles que aqueles
prismas eram feitos cientificamente para compensar a inclinação da lente.

100 - A posição dos Prismas Residuais nos Óculos Solares: As vezes encontramos um prisma de 0,12 diop. nas lentes plano para
óculos solares. Esses pequenos prismas, que chamamos residuais, devem ser montados com as bases no sentido nasal. Caso os montemos
com base superior e outra inferior, logo surgirá o que o leigo chama “dor de cabeça” que nada mais é, do que uma posição inusitada dos
globos oculares um para cima e outro olho para baixo. O incômodo é causado pelo posicionamento anormal dos músculos extrínsecos (retos e
oblíquos). Cobrem dos seus fabricantes de óculos solares, uma melhor técnica na confecção dos óculos solares, e quando depender de sua
casa ótica faça as montagens com as bases dos prismas no sentido nasal. Um lentômetro bem regulado é importante para marcação da linha
horizontal de montagem e das bases dos prismas.

101 - Lentes Iso-Cromáticas: Como o nome indica, lente iso - cromática, é toda aquela que tem sua coloração igual em toda sua extensão.
Toda lente de resina colorida (totalmente) é ISO-cromática. Já uma lente de alta miopia, feita de cristal ótico, não é ISO - cromática devido à
sua menor espessura central, confrontada com a espessura periférica fica mais clara.

102 - Armações Recomendadas para Progressivos: Antes de se efetuar a venda de óculos progressivos, deve-se dar especial atenção a
dois pontos:

a) A altura mínima entre a posição da cruz de centralização e a borda interna inferior da armação deve ser de 22 mm. para os progressivos
comuns. Caso se use uma altura menor, o campo de progressão da lente será truncado e a visão de perto será prejudicada. Já para os
progressivos de corredor curto (14mm.) a limitação da altura a medir dependerá do tipo, mas não poderá ser inferior a 14mm.

b) Quanto mais próximos dos olhos as lentes ficarem, maior será o campo útil de visão, especialmente para distâncias intermediárias e para
perto. Daí, ser importante a escolha de armação com uma inclinação maior do que o normal. Armações cuja distância vértice seja grande,
não são recomendadas para essas lentes.

103 - Propriedades das Lentes Coloridas: O consultor óptico deve saber que as diversas lentes coloridas, usadas nos óculos solares, tem
propriedades distintas. As lentes escuras desses óculos não servem somente para absorver a intensidade da luz solar. Cada cor tem uma
propriedade, variando a absorção das cores do aspecto solar de acordo com as necessidades do usuário. Por exemplo:
Rosa: A transmissibilidade se assemelha ao vidro comum branco. As radiações ultravioleta e infravermelho não são absorvidas, mas como
não são visíveis ao olho, não alteram a cor natural dos objetos.

Verde: Não deixa passar nenhuma luz ultravioleta e a infravermelha passa muito pouco. Sua a alta transmissibilidade está no amarelo -
esverdeado do aspecto visível, correspondendo a curva de visibilidade do olho humano. É recomendado para proteção contra o ultravioleta e
o infravermelho. Está disponível em três tonalidades.

Cinza: Basicamente é a que menos modifica a cor dos objetos, especialmente a G-15, exclusiva de uma firma de óculos solares. Sua
transmissão, embora ligeiramente mais alta no ultravioleta, não modifica a absorção quase que por igual do aspecto visível ao olho.

Amarela: Absorvem totalmente o ultravioleta, em compensação deixam passar todo o infravermelho. Modifica ligeiramente a cor dos
objetos devido a alta absorção das cores azul e violeta.

Azul: Deixa passar uma alta quantidade das cores azul e violeta. Por outro lado deixa passar ultravioleta e infravermelho. As cores dos
objetos são bem modificadas daí sua impopularidade nas vendas. As cores, verde, azul e violeta são vistas, mais próximas do natural.

Marrom: Deixa passar grande porção da luz laranja - amarelo, do aspecto visível, assim como, do infravermelho. Mesmo tendo o vermelho,
laranja e amarelo predominantemente afetados e modificando de algum modo as cores dos objetos, é recomendado para esportistas e outras
ocupações ao ar livre.

104 - Fotocromáticas Cinza: Filtra quase a totalidade das radiações ultravioleta. Quando não ativado pela luz solar, sua curva de
transmissibilidade é quase igual, porém filtra apenas 20% dos diversos comprimentos de onda do espectro visível. Nos comprimentos de
onde próximos de 600 nanômetros, filtra cerca de 50% da luz, quando ativado.

105 - Espectro Visível: Cada cor de luz tem uma velocidade que poderá ser medida em nanômetros ou milimicrons. A maior parte delas é
visível ao olho humano, tais como:

Do espectro visível ao olho humano:

Vermelho: 750 nanômetros (milimicrons)

Laranja: 670 nanômetros (milimicrons)

Amarelo: 580 nanômetros (milimicrons)

Verde: 500 nanômetros (milimicrons)

Azul: 450 nanômetros (milimicrons)

Violeta: 400 nanômetros (milimicrons)

Das não visíveis ao Olho Humano:

Infravermelho: Varia de 2,000 a 4,000 milimicrons ( calor )

Ultravioleta: Varia próximo de 300 milimicrons.

As radiações ultravioleta, quando intensas e contínuas, poderão causar danos à córnea e ao cristalino, assim como o surgimento de cataratas.
Em experiências trabalhosas efetuadas na Austrália, constatou-se que nos moradores das regiões em que as radiações de ultravioleta eram
maiores, havia uma predominância (ligeira) de portadores de catarata.

106 - Outros Aspectos sobre a Venda de Progressivos: No tempo em que os bifocais eram a única alternativa para um presbita, com a
visão de longe precisando de correção, os problemas de inadaptação eram comuns. Hoje em dia, com o advento das lentes progressivas, os
problemas de inadaptações são maiores do que antes. Isto porque as lentes não são tão opticamente perfeitas como são as bifocais. Como já
fizemos referência anteriormente, os aspectos negativos só devem ser demonstrados, após a concretização da venda, sem que esse ato se
torne indigno ou mentiroso. A sinceridade do vendedor não deve omitir as dificuldades de adaptação inicial. Devido a falta destes
esclarecimentos, o número de usuários que compram as lentes progressivas e desiste delasm, é muito grande. Talvez maior do que no tempo
dos bifocais. Temos certeza que a principal causa dessas desistências é a falta de esclarecimento sobre o modo como o cliente vencerá as
dificuldades iniciais. Aos novos consultores de óptica devemos ensinar o quanto é importante essa preparação. A pressa do faturamento e da
venda, fazem com que o vendedor não previna o cliente das dificuldades que serão encontradas. Há uma grande diferença entre deixar o
cliente descobrir as dificuldades e o cliente já prevenido contra elas.

107 – Algumas decepções quando o Cliente Experimenta Progressivos: A mais comuns de todas é quando o cliente experimenta os
óculos e constata que só vê nitidamente para perto, quando levanta os óculos, acima da sua posição normal. Isto é um indício que a altura
medoda foi demasiadamente baixa ou que o montador não seguiu a altura tomada. Quando isso ocorre, para não perder a venda ou ter um
grande prejuízo, o vendedor poderá tentar recursos que não são muito bons, mas poderão, em alguns casos, resolver o problema. Se a
plaqueta é de bracinhos, um ajuste poderá ser tentado para subir a posição das lentes. Nas armações de acetato o problema é mais difícil,
mas alguns tentam aquecer a armação e fechá-la na ponte, fazendo que suba a posição das lentes. Os cuidados para não deformar o modelo
da armação terão que ser grandes, e somente um montador ou profissional muito experimentado, poderão tentar esse trabalho. Tudo isso
devido à imperfeição na medida ou montagem da altura.

108 - O Desapontamento quanto a Visão Lateral de perto: Sabendo-se que 20% dos clientes são excessivamente rigorosos (ou chatos)
devemos ter especial tratamento com eles. Muitos destes demonstram desapontamento ao usar pela primeira vez os progressivos, quando
ele constata que o campo de visão nítida para perto é pequeno e se queixa que as letras laterais da leitura de livros ficam fora de foco.
Igualmente é a constatação de que não tem visão nítida quando dão marcha nos automóveis. Tudo isso poderá ser evitado com certa
habilidade, desde que o vendedor “prepare” o cliente convenientemente. Se o cliente descobre estas dificuldades por si mesmo, costuma
desconfiar do consultor e do médico, e aí a coisa fica muito mais difícil de ser contornada. Um cliente já prevenido tem uma maior facilidade
de superar os problemas de adaptação iniciais.

109 - A Procura de Visão para as diversas distâncias: Outro ponto que o cliente deve ser prevenido é quanto ao treinamento para
descobrir nitidez para as diversas distâncias, com leves movimentos de cabeça, no sentido vertical. Tudo isso deve ser esclarecido ao cliente,
de modo inteligente e prático, deixando-o convencido que com alguns dias estará totalmente adaptado e apto a vencer os problemas de
adaptação inicial.

110 - A Distorção das linhas Retas: Dentre as informações que devemos dar aos novos usuários de lentes progressivas, além das acima
mencionadas, indicaríamos o das linhas retas (horizontais), pela visão intermediária que inicialmente aparecem curvadas, incomodando
sobremaneira o cliente. Realmente o cliente acaba se acostumando a essas deformações, mas preveni-lo sobre elas, é uma verdadeira arte e
não podemos deixar de prevenir os novos usuários, sobre o modo como superá-las.

111 - Os Erros de D.P. ou D.N.P.: Esses erros fazem com que o cliente (quando olha para perto ou intermediária ) veja através de zonas
com aberrações astigmáticas. O canal de visão progressivo dessas lentes é muito estreito (cerca de 3mm.), daí a necessidade de precisão nas
medidas de D.N.P. Muitas vezes o cliente acaba vencendo os problemas de adaptação (com óculos de D.N.P. errada) e passa a usá-los como
se fossem bifocais, visto que devido ao erro, a visão no campo intermediário passa a ser fora de foco e deixa de ser usada. Como o campo de
perto é mais largo, comporta um pequeno erro, mas um problema que poderia ser evitado com uma melhor precisão nas medidas e na
montagem.

Lentes Regressivas: São destinadas a quem trabalha em computadores ou funções que exijam visão nítida para distâncias de 35/40 cm.
(perto) e distâncias intermediárias (1 a 2 metros). Elas partem da dioptria de perto e vão reduzindo o poder até chegarem ao poder
necessário a visão intermediária, daí a designação de ‘regressivas’. Existem alguns tipos que privilegiam a visão intermediária de 4/5 metros,
mas são poucas. O consultor óptico dever prevenir bem aos clientes que estas lentes quando usadas inadvertidamente para visão distantes
(6m. ou infinito) são um convite ao crescimento prematuro da presbiopia

112 - Psicologia das Vendas: A comunicação é o meio pelo qual o vendedor da óptica chega ao seu objetivo principal. Para isso é
necessário que se estabeleça um contato psicológico entre o emissor e o receptor da comunicação, que resultará a resposta da comunicação
feita ou realimentará a comunicação. Canal é o meio pelo qual a mensagem é codificada, entre os dois. Mensagem é o conteúdo da
comunicação mútua.

113 - Tipos de Comunicação: A comunicação verbal é a mais utilizada nas vendas. A comunicação não verbal pode ser utilizada sem usar
as palavras. Mímica, o olhar, a postura. Por exemplo, uma pessoa que se diz calma e rói as unhas, em determinado momento, se trai. A
comunicação a dois pode ser pessoal ou vertical. A pessoal é como na amizade, na fraternidade. A vertical é na relação.

114 - Barreiras à Comunicação: A comunicação poderá ser distorcida caso alguns fatores influam negativamente. Citamos: ruído, bloqueio,
inibição, frustração, competição, opiniões e atitudes do receptor e a apresentação confusa.

115 - Personalidade do vendedor: Personalidade é o elemento estável da conduta de uma pessoa; sua maneira habitual de ser; aquilo que
a distingue da outra; o que determina a individualidade de um pessoa.

116 - Qualidade do Vendedor: Já que personalidade é um conjunto de qualidades que diferencia as pessoas, vamos enumerá-las. Desde
que favoráveis, exercem influências positiva:

Nome, aparência física, modos gestos e atitudes, saúde e higiene, trajes, memória, voz, atitude psicológica construtiva, caráter construtivo,
habilidade profissional, conhecimento do ramo.

117 - As Qualidades Pessoais do vendedor: Os traços de personalidade que marcam um bom vendedor são: Sinceridade, bom humor,
cooperação, fé, ambição, boa vontade, paciência, honestidade, estabilidade emocional, persistência, iniciativa, coragem, argúcia e tato.

118 - Motivos de Atração dos Clientes: Independentemente dos fatores pessoais, enumeraremos motivos que exercem atração aos
clientes: preço, prestígio da ótica, aparência - modos e atitudes do vendedor, limpeza, iluminação, decoração, arrumação, vitrines e anúncio.

119 - As Forças de Vendas: Alguns recursos podem ser empregados para estimular o desejo de compras pelos clientes: A primeira delas é
a vantagem, qualidade, prestígio, segurança, explicação e serviços gratuitos. Poderão ser enumerados pontos negativos, assim como a má
qualidade e prejuízo.

120 - Técnicas de Vendas: A recepção ao cliente deve ser cercada de atenção sorrisos e boa vontade. Ao se dirigir ao cliente, um
cumprimento atencioso e simpático com a fisionomia alegre e acompanhada de um sorriso, são fundamentais. Não se devem empregar
cumprimentos chulos e vulgares, assim como expressões de mau gosto. Após o cliente tomar conhecimento da mercadoria, a abordagem
deverá ser procedida com um cumprimento cordial. Não se deve abordar o cliente:

a) quando ainda não tomou conhecimento da mercadoria

b) quando o mesmo ainda se encontra na porta da loja

c) usando de meios espalhafatosos

121 - Descobrindo o Real interesse do Cliente: Após a abordagem, deve o vendedor descobrir o interesse por determinada mercadoria. A
descoberta deve ser acompanhada de:

a) não expor mercadorias em excesso

b) ganhar tempo para atender mais clientes

c) evitar manuseio excessivo de armações, para não depreciá-las

d) cliente atendido com rapidez e presteza, fica mais satisfeito

e) nunca apresentar armações para que o cliente fique confuso

f) apresentar armações: uma de preço médio, outra de preço alto e outra de preço baixo. Observar a tendência e desenvolver a negociação.
Nunca perguntar: Para que preço?

122 - Motivação Inicial: A motivação inicial tem por objetivos despertar o interesse para determinada armação. As forças de venda que
poderemos utilizar são:
a) como apresentar a mercadoria

b) demonstrar as características e vantagens principais

c) estímulo e avaliação do interesse

123 - O Fechamento da Venda: O fechamento da venda é importante e muitas vezes, poderá tornar-se difícil para um vendedor pouco
experiente. Após a demonstração de interesse pelos óculos, perguntas chaves ajudarão:

a) Gostaria de pagar à vista ou a crédito?

b) Posso tirar o pedido?

c) A senhora gostou desta armação, e vai ficar com ela?

d) Para quando o senhor precisa dos óculos?

Essas perguntas provocam a decisão por parte do cliente, e outras mais poderão se criadas.

124 - Conquista da Atenção ao Cliente: Conquistar o cliente demonstrando real interesse pela sua correção visual, pelo tipo de armação
que melhor combina, aconselhando-o com efetiva capacidade, apresentando as armações de forma atraente, apresentando as vantagens que
a armação oferece, vantagens e serviços gratuitos, sempre ajudam.

125 - Venda Adicional: Após a concretização da venda principal, vendas adicionais poderão ser efetuadas, assim como:

a) A Srta. necessitará de óculos solares para uso sobre as lentes de contato?

b) Permita-me que lhe mostre a nova câmera recém recebida? É toda automática...

c) O Senhor dispõe de tempo para que lhe mostre um novo modelo de óculos, somente para perto?

d) Já conhece o novo modelo de armação que poderá ser usado somente para ver TV na cama?

e) Ou mesmo, gostaria de levar esse novo modelo de correntinha ou ainda: Gostaria de levar esse limpador de óculos à base de silicone?

126 - Despedida do Cliente: O despedir-se do cliente, é a última etapa da venda. O objetivo principal será de fazer com que o cliente volte
sempre à nossa ótica e fique bem impressionado com aquele vendedor que marcou sua presença, pela personalidade. O agradecimento pela
preferência à pessoa do vendedor será complementada pelo oferecimento do cartão de visitas, com o nome do vendedor. Expressões de
agradecimento sincero devem ser usadas, e a referência que teve grande prazer em atendê-lo. Não devemos estender a mão ao cliente e sim
aguardar seu gesto e cumprimentá-lo sem exageros.

Obs.(da 112 a 120, extraídas de publicação do SENAC-RJ)

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