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UNIVERSIDADE ROVUMA- EXTENSÃO DE CABO DELGADO

3⁰ TRABALHO DE NOÇÕES DE ECONOMIA-2ᵒ ANO AGE

TEMA:

1.MACROECONOMIA

a) Conceitos básicos macroeconomia;

b) Causas do actual estado da economia em Moçambique;

c) Factores e consequências da economia em Moçambique;

d) Medidas de melhorias ou propostos de superação.

DISCENTE: DOCENTE: Rosalina Paulo Raúl

Eugénio Suhuti Muatie


3 ⁰TRABALHO DE NOÇÕES DE ECONOMIA-2ᵒ ANO DE AGE

TRABALHO DA CADEIRA DE NOCOES DE


ECONOMIA2ᵒ ANO,1ᵒ
SEMESTRE,LECCIONADA PELA DOCENTE:

dra. :Rosalina Paulo Raúl

Universidade Rovuma

Montepuez

2020
INDICE

Introdução-----------------------------------------------------------------------------------------------------------3

1.CONCEITOS BÁSICOS DA MACROECONOMIA-------------------------------------------------------4

2. CAUSAS DO ACTUAL ESCTADO ECONÓMICO EM MOÇAMBIQUE---------------------------6

2.1. Contexto Económico e Perspectiva------------------------------------------------------------------------7

2.2.Dívida Odiosa e o Peso de Dívida Insustentável---------------------------------------------------------7

2.3. Consequências Fiscais e Económicas----------------------------------------------------------------------9

3. FACTORES E CONSEQUÊNCIAS---------------------------------------------------------------------------10
3.1. Resposta mais forte da política fiscal e maior transparência são fundamentais para a recuperação---11

4.MEDIDAS DE MELHORIAS OU PROPOSTOS DE SUPERAÇÃO--------------------------------------12

Conclusão-------------------------------------------------------------------------------------------------------------14

Referências Bibliográficas------------------------------------------------------------------------------------------ 15
Introdução

O presente trabalho titulado sobre: macroeconomia em Moçambique , fazer-se-á as abordagens tais


como os seus conceitos básicos, as causas do actual estado da economia em Moçambique; os factores e
consequências da economia em Moçambique, as medidas de melhorias ou propostos de superação.

Objectivo Geral:
 Compreender os conceitos básicos da macroeconomia;
 Compreender as causas do actual estado da Economia em Moçambique;
 Compreender os factores e sa consequências da economia em Moçambique;
 Compreender as medidas de melhorias ou propostos de superação.

Objectivos Específicos:
 Conceituar as noções básicas da macroeconomia;
 Identificar as causas do actual estado da economia em Moçambique;
 Identificar os factores e as consequências da economia em Moçambique.
 Identificar as medidas de melhorias ou propostas de superação.

O método usado na elaboração deste trabalho foi a consulta bibliográfica que consistiu na leitura ,critica e
analise das obras que debruçam sobre o tema em destaque e ainda fez-se o uso de meios electrónicos de
pesquisa (Internet) .Os autores das referidas obras estão devidamente citados dentro do trabalho e na
referência bibliográfica.

O trabalho apresenta a seguinte estrutura: Capas, Índice, Introdução onde contém o tema do trabalho,
objectivos de trabalho, metodologias e estrutura do mesmo; em seguida vem o desenvolvimento onde
vem abordados os conteúdos essenciais do tema em estudo; a conclusão que contem a síntese em relação
ao tema e por fim a referência bibliográfica onde constam as obras usadas na elaboração do trabalho.
1.CONCEITOS BASICOS DA MACROECONOMIA

A macroeconomia debruça-se sobre a medição ou contabilização da realidade agregada; esta, na verdade,


não é mais do que o resultado da conjugação das decisões individuais que a microeconomia estuda, mas
algum cuidado é necessário quando se procura extrapolar as relações microeconómicas para uma escala
de maior dimensão.

Há fenómenos agregados que só se concretizam precisamente por o serem, isto é, o comportamento


colectivo não tem correspondência, tipicamente, com a simples soma ou a simples média dos
comportamentos individuais é esta constatação que serve de ponto de partida para justificar a necessidade
de estudar a macroeconomia de modo autónomo, como corpo de conhecimento com especificidades
próprias e com ferramentas e técnicas de análise que também lhe são próprias.

Se a nossa intenção é abordar a realidade macro, a primeira simplificação que se torna necessário fazer
consiste em arrumar os decisores económicos num pequeno conjunto de grupos. Estes grupos tomam a
designação de agentes económicos. Cada agente económico corresponde a uma série de indivíduos,
entidades e/ou instituições para os quais é possível reconhecer uma certa homogeneidade de
comportamentos.

Neste contexto vamos ter os seguintes conceitos básicos relacionados a macroeconomia em


Moçambique:

a) Macroeconomia : estuda a determinação e o comportamento dos grandes agregados como PIB,


consumo global, investimento global, exportação, inflação, desemprego, com o objectivo de
delinear uma Política Económica.
b) Agentes Económicos são as famílias, as empresas e o governo, que respondem às seguintes
questões: O quê?, Quanto?, Como? e Para Quem Produzir?. É o que constitui o 4 Quanto?,
Como? e Para Quem Produzir?. É o que constitui o chamado "Mercado". São aspectos
imprevisíveis, dinâmicos, ágeis.
c) Imposto: É a parcela da renda cobrada pelo governo, directa ou indirectamente, dos agentes
económicos, com o objectivo de manter a estrutura governamental e reverter, à colectividade,
benefício s colectivos.
d) Consumo: Representa a maior destinação da renda, é por meio do 10 Consumo: Representa a
maior destinação da renda, é por meio do consumo que os agentes económicos têm as suas
necessidades económicas satisfeitas.
e) Poupança: É a parcela da renda não gasta em consumo. De maneira geral, a poupança representa
um sacrifício no presente para permitir um consumo no futuro.
f) Economia centralizada é o governo quem responde àquelas perguntas, formulando a partir de
um órgão de planejamento central.
g) Oferta: "A oferta de determinado produto é definida pelas várias quantidades que os
produtores estão dispostos e aptos a oferecer ao Mercado, em função de vários níveis possíveis de
preços, em dado período de tempo.”
h) investimento é concretizado pelas empresas (será a aplicação de recursos financeiros que lhes
permite aumentar o seu capital, ou seja, os seus meios de produção).

1.1.Demanda e Oferta de Moeda Motivo transação

i) Os agentes económicos procuram a moeda para efectuar as suas trocas no dia-a-dia. Motivo
precaução, Os agentes económicos procuram a moeda em função da incerteza em relação ao
futuro como gastos 13 em função da incerteza em relação ao futuro como gastos imprevistos,
descasamentos entre recebimentos e pagamentos.
j) Motivo especulação: Como a moeda exerce a função de reserva de valor, os agentes económicos
a procuram com o objectivo de obter rendimentos, seja com juros, acções, oportunidades de
preços.

2.CAUSAS DO ACTUAL ESTADO DA ECONOMIA EM MOCAMBIQUE

O momento presente e considerado uma janela de oportunidade única para revisitar o processo de
descentralização de Moçambique fazendo um estudo de AEP e Disponibilizando-o ao governo, outras
partes interessadas e parceiros da ajuda e doadores de Moçambique, como contribuição para uma
discussão necessária.

Quais são os principais acontecimentos no Aqui e Agora, que influenciam o curso da agenda politica e
económica de Moçambique, a sua trajectória de desenvolvimento e abordagem de descentralização e os
seus efeitos?

Nas secções a seguir, analisamos, em primeiro lugar, a situação socioeconómica actual e perspectivamos
quais as que sofreram o impacto devastador das dividas odiosas 115 e as suas consequências para o
crescimento económico, o IDE e as entradas de ajuda, bem como a reputação internacional do pais.
Também abordaremos a forma como a grave crise económica actual afecta os governos locais, ou seja, os
municípios.

Em segundo lugar, procuramos clarificar, numa dimensão histórica, o processo de paz em curso, as suas
falhas e perspectivas. Neste processo as questões da descentralização, maior autonomia para as províncias
e uma revisão do modo de escolha do governador foram alguns dos pontos controversos, sendo outros o
fim da actividade armada, a descentralização definitiva das “forcas residuais” armadas da oposição da
Renamo e a sua integração nas forcas de segurança nacionais.
2.1. Contexto Económico e Perspectiva

Moçambique, que ja foi considerado um modelo de sucesso do desenvolvimento, esta a atravessar uma
profunda crise fiscal e económica, estrutural e cíclica, com múltiplos sintomas, que, para alguns
observadores, são típicos de um Estado frágil, enquanto para outros são indicadores de um Estado a
caminho do fracasso, tendo em consideração os critérios discutidos acima (Parte I, secção 2.3). Nesta
secção, destacamos as principais características da actual crise económica e fiscal, provocada, em grande
medida, por causas internas.

2.2.Dívida Odiosa e o Peso de Dívida Insustentável

No primeiro trimestre de 2016, vieram a publico os empréstimos de grande escala garantidos pelo
governo, de cerca de 2 mil milhões de USD. Estes empréstimos foram contraídos por três empresas
privadas moçambicanas ligadas ao negocio da segurança: a Moçambique Asset Management (MAM, 535
milhões de USD), a Proindicus (622 milhões de USD) e a Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM,
850 milhões de USD). As fontes dos creditos foram, no caso da Proindicus, empréstimos do Credit Suisse
e do VTB Bank, e no caso da MAM, o VTB Bank.

O empréstimo da EMATUM foi obtido no mercado obrigacionista europeu, com 500 milhões de USD
geridos pelo Credit Suisse e o pelo BNP Paribas, e 350 milhões de USD disponibilizados pelo VTB
Capital. Ao incorrer nessas dividas, foram violadas as regras constitucionais e orçamentais e a AR, a
quem compete a avaliação, aprovação e monitoria dessa divida, conforme estabelecido no Paragrafo 2 do
Artigo 179 da Constituição da Republica de Moçambique, foi completamente ignorada no processo
(Forum de Monitoria do Orçamento, 2016). Esta opinião foi posteriormente confirmada tanto por uma
comissão parlamentar de inquérito como pelo Auditor Geral, na 3a Secção do TA.

O credito foi utilizado para investir em segurança marítima, na expectativa de um investimento de 100
mil milhões de USD na exploração de gás natural na parte norte de Cabo Delgado. Por causa das
preocupações de segurança, os acordos de credito foram mantidos em segredo para evitar o escrutínio da
AR e dos meios de comunicação social, e foram parcialmente camuflados como investimentos em pesca
de atum, tendo sido adquiridas embarcações de pesca nesse sentido.

No entanto, como sugerem a comissão parlamentar de inquérito e um relatório minoritário do seu único
membro da oposição, o objectivo era militar, isto e, a compra de barcos de patrulha e de intercepção para
a Marinha, radares de vigilância da costa e aviões.

Aparentemente, incluia também a compra clandestina de armas e meios de transporte de tropas,


destinados a guerra contra a oposição armada. O principal adjudicatário dos equipamentos e serviços
financiados pelos empréstimos do Credit Suisse e VTB, garantidos pelo governo, foi a empresa de
segurança e construção naval Privinvest sob a alçada da Abu Dhabi Mar, uma empresa administrada por
Aram e Iskandar Safa, cidadãos franceses oriundos do Libano. Calcula-se que o valor total do material
relacionado com a segurança e de cerca de 500 milhões de USD, um terço do total de dividas incorridas.
O paradeiro da restante soma esta actualmente a ser objecto de um exercício de auditoria forense,
executado pelos consultores internacionais Kroll Associates UK a pedido do Procurador-Geral
moçambicano, com financiamento do governo sueco. O relatório de consultoria, cuja apresentação ao
publico estava originalmente agendada para Marco de 2017, ainda não foi entregue as autoridades, tendo
sido prorrogado por duas vezes o prazo limite, devido a dificuldades em aceder as contas, nomeadamente
da Privinvest/Abu Dhabi Mar.116 Em Abril/Maio de 2017, ignorando os veredictos da comissão
parlamentar de inquérito e da opinião técnica do TA, a maioria parlamentar da Frelimo aprovou,
retroactivamente, a inclusão das dividas nas contas do Estado de 2015, o que cobre as dividas odiosas
incorridas nos dois anos anteriores. Ao faze-lo, a AR não só se contradisse, mas também mergulhou o
pais numa crise constitucional, uma vez que foi dada prioridade aos interesses do executivo na questão da
divida relativamente ao papel da AR de autorizar e monitorar a acção do governo no que diz respeito a
estasdividas (CIP, 2017).

A divida odiosa e a forma como foi gerida politicamente empurraram o peso da divida do pais para níveis
insustentavelmente elevados, acima de 80% do PIB,117 e colocaram uma enorme pressão tanto na conta-
corrente como nas Reservas Internacionais Liquidas (RIL). O aumento dramático das dívidas discutidas
no Capitulo A, Secção 3, foi acompanhado por uma reestruturação da composição das dívidas. O
Empréstimo Sem Condições Preferenciais (ESCP) aumentou 13 vezes, muito mais rapidamente do que o
PIB, atingindo 34% do total da divida publica em 2014, saltando para 67% do PIB em 2015 (contra 39%
em 2008) (Castel-Branco et al., 2016a). O ESCP e muito mais dispendioso do que o Empréstimo em
Condições Preferenciais (ECP)118 e é arriscado quando usado em investimentos que tem poucas
perspectivas de produzir retornos a médio prazo, como demonstram claramente os casos da EMATUM,
etc. Cada vez mais, o ESCP e utilizado para financiar as EPs, sendo entidades com autonomia financeira e
administrativa, como a EDM, TDM, FIPAG e a LAM (algumas das quais foram analisadas no Capitulo
B, Secção 2.4.) consideradas como riscos fiscais pelo BM. O próprio governo acredita que menos de
metade das EPs não são economicamente viáveis e, portanto, deviam ser privatizadas (BM, 2016). A
dependência dos ESCP pode desencadear uma espiral descendente de mais necessidade de financiamento
ou mais empréstimos, e/ou uma redução do deficit orçamental primário através do aumento de receita
e/ou reducao dos gastos. Ambos tem um impacto negativo na actividade e crescimento do sector privado
e, portanto, na geração de receita (Staines & Nucifora, 2010).

A medida que crescia a divida publica e comercial, a fiabilidade creditícia internacional do pais ia caindo,
de acordo com o ranking das agencias de rating. Tomando como exemplo uma das três principais
agencias de rating internacionais, a Fitch, em 2014 esta agencia ainda classificou Moçambique na
categoria B+ devido ao seu impressionante desempenho de crescimento “que tinha ultrapassado os seus
pares no rating mais de uma década”.119 No entanto, apenas três anos depois, em Abril de 2017, a nota
de rating do pais tinha descido para RD, a classificação mais baixa possível numa escala de 10
possibilidades, implicando incumprimento nas obrigações de credito do pais, isto e, reflectindo “a
incapacidade do Governo Moçambicano de resolver o incumprimento da divida externa para com os
credores privados”, tendo falhado dois pagamentos, nomeadamente 60 milhões da obrigação Eurobond
ligada a EMATUM e outros 119 milhões de USD de empréstimos a Proindicus, sem que se vislumbrasse
um acordo com os credores sobre o reescalonamento dos pagamentos de serviço da divida.120 A
classificação RD representa uma nota de não investimento. Esta desvalorização envia um forte sinal aos
potenciais investidores estrangeiros de que o pais nao e um lugar seguro para o investimento, refreando a
confiança e o atractivo que Moçambique teve na fase de crescimento anterior. Isto acelerou ainda mais a
queda do IDE, já observável entre 2013 e 2014, quando as entradas e o stock de IDE caíram de 40% do
PIB para menos de 30%.

2.3. Consequências Fiscais e Económicas

As consequências macroeconómicas das dívidas odiosas e dos outros factores analisados na actual
conjuntura critica sao:121

• Uma redução da taxa de crescimento projectada de 8% (2015) para 3,3%,registada actualmente.

• Uma queda na ajuda externa, como percentagem do orçamento anual total, de 40% em 2013 para 25%
em meados de 2016. So no período de 2014/2015,houve uma redução de 25%, em relação ao fluxo de
ajuda externa de 2014.

O congelamento do apoio do FMI a Moçambique e do apoio orçamental dosPAP deixou um “buraco” de


400 milhões de USD.

• A depreciação do valor da moeda nacional, o Metical (MZN), em relação ao Rand sul-africano e ao


USD, entre o final de Maio de 2015 e 2016, tendo desvalorizado 68,6% em relação ao USD. Isto implicou
automaticamente um aumento do rácio divida externa/PIB, bem como um impacto negativo na conta-
corrente, ja que as importações de bens essenciais cotados em USD, incluindo alimentos, custaram pelo
menos mais 70% do que nos anos anteriores, conduzindo a uma saída de RIL.

• O peso sobre as reservas de divisas e os preços de importação mais elevados levaram a um aumento da
inflação de 2% (em Abril de 2014), para ligeiramente abaixo de 20% (em Abril de 2016), tornando os
alimentos básicos cada vez menos acessíveis as camadas mais pobres da sociedade.

• A drástica redução das RIL, de 2,6 mil milhões de USD (em Julho de 2015) para 1,8 mil milhões (em
Janeiro de 2016), diminuiu a capacidade de importação do pais e colocou o orçamento sob pressão, uma
vez que as receitas medias anuais das exportações também diminuíram 10% entre 2013 e 2016.
• Uma queda substancial do IDE entre 2013 e 2015, de 40% – ou 600 milhões de USD, correspondendo a
menos de 30% do rácio IDE/PIB. Entre 2013 e 2016, a diminuição media anual das entradas de IDE foi
de 26,6%.

3. FACTORES E CONSEQUENCIAS
Moçambique está transitar para um período de redução do crescimento e aumento da concentração.

Os desenvolvimentos ocorridos no segundo semestre deste ano indicam que o abrandamento do


desempenho económico de Moçambique pode ser persistente e levar à transição da economia, antes
considerada de crescimento rápido, para um ritmo de crescimento mais modesto, pouco acima do
crescimento da própria população. Após ter sido registado um crescimento do PIB de 7%, em média,
entre 2011 e 2015, espera-se que, em 2017, o crescimento caia para 3,1%. Essa redução no crescimento é
esperada apesar dos aumentos substanciais das exportações de carvão e alumínio (os principais bens de
exportação de Moçambique) verificados em 2017. Apesar de tais exportações terem crescido bastante ao
longo do ano que passou, as pequenas e médias empresas tiveram uma retracção ainda mais acentuada
(principalmente no sector da industria transformadora, que se contraiu pela primeira vez desde 1994). O
seu crescimento e capacidade de gerar empregos foram restringidos pela crise económica no período que
se sucedeu à revelação das dívidas ocultas, por via da redução da procura (tanto pelos consumidores
privados como pelo sector público), redução do investimento e do elevado custo do crédito. As pequenas
e médias empresas estão a sofrer um crowding-out e nem mesmo o crescimento considerável das
exportações de commodities é suficiente para neutralizar os efeitos que essa situação está a ter no
crescimento.

Em 2017, o nível de concentração da economia também aumentou. Algumas commodities dominam as


exportações e representam uma parcela maior dos influxos de moeda estrangeira, o que aumenta a
exposição a choques externos. A maior concentração na produção no sector extractivo e de minerais
mantém Moçambique no caminho de uma economia a duas velocidades. Consequentemente, hoje em dia,
a economia tem menos capacidade de gerar empregos suficientes para absorver um influxo líquido de
quase 500.000 pessoas que irão entrar anualmente no mercado de trabalho, ao longo da próxima década.
Portanto, as tendências observadas em 2017 demonstram, de forma clara, que Moçambique precisa de
redobrar os seus esforços relativamente ao apoio às pequenas e médias empresas e olhar para além do
sector extractivo, a fim de alcançar um crescimento mais equilibrado.

A valorização do metical ajudou a reduzir a dívida externa dos 103% do PIB que representava no final de
2016 para uma estimativa de 83% até ao final de 2017. Este nível de endividamento continua a ser
insustentavelmente alto e a representar um encargo elevado em termos de serviço da dívida. Além disso,
as finanças públicas de Moçambique continuaram a agravar-se no cenário de abrandamento em curso.
O orçamento continuou a ajustar-se através da redução do investimento público em prol do encargo com a
massa salarial (que ainda continua a crescer) e dos custos mais elevados do serviço da dívida. Estas
pressões a nível de despesas, em conjunto com o aumento dos riscos fiscais provenientes das empresas
públicas enfraquecidas, limitaram os progressos do ajustamento fiscal em 2017 e contribuíram para o
rápido aumento do endividamento interno, o qual agrava ainda mais o peso da dívida. Sem avanços no
processo de reestruturação (lançado pelo governo em Outubro de 2016) e nas medidas de controlo da
despesa, incluindo a adopção de uma meta de superavit primário a médio prazo, é pouco provável que
Moçambique consiga restaurar a sustentabilidade fiscal.

Foram feitos progressos no que se refere à reforma dos subsídios e ao reforço das receitas, mas é
necessário fazer mais, a fim de restaurar a saúde das finanças públicas de Moçambique e definir um
caminho que conduza à sustentabilidade da dívida a médio prazo.

A estabilização das perspectivas através de medidas de política fiscal mais definitivas e a resolução das
negociações de reestruturação da dívida constituem prioridades urgentes que ajudariam a equilibrar a
combinação de políticas macroeconómicas. A política monetária tem sido activa e tem contribuído para a
estabilização da moeda num momento crítico. O espaço está agora a abrir-se para que o ciclo da política
monetária comece a ficar mais aliviado, à medida que a inflação continua a cair, o que melhoraria o
acesso ao crédito por parte do sector privado.

Mas, isso implicaria uma resposta de política fiscal mais restritiva, bem como níveis de dívida mais
sustentáveis. Também implicaria uma abordagem mais proactiva no sentido de se combater os riscos
fiscais provenientes das empresas estatais enfraquecidas. Além disso, a transparência e a responsabilidade
no tratamento da investigação referente às dívidas ocultas ajudariam a executar este pacote de reformas e
a restaurar a confiança dos investidores e doadores.

3.1. Resposta mais forte da política fiscal e maior transparência são fundamentais para a
recuperação.

Não há dúvida sobre a elevada escala dos choques enfrentados pela economia de Moçambique nos
últimos dois anos. Tal inclui a seca provocada pelo El-Niño, a queda dos preços das commodities ocorrida
no início de 2016 e a crise das dívidas ocultas, a qual amplificou a desaceleração que já se encontrava a
decorrer. Contudo, os preços das commodities e as condições para a agricultura têm sido mais favoráveis.
Também tem havido um progresso substancial no desenvolvimento das reservas de gás da bacia do
Rovuma, devido ao facto de o projecto Coral South ter chegado a uma decisão final sobre o investimento.
À medida que os factores externos se tornam cada vez menos impeditivos, a resposta política torna-se
fundamental para a recuperação da economia. As medidas decisivas a nível de política monetária e o forte
desempenho nas exportações de commodities ajudaram a estabilizar o Metical e a reduzir a inflação para
7%, após ter atingido, um ano antes, um pico de 26%. A política fiscal também começou a dar resposta,
embora a um ritmo mais lento. Foram feitos progressos no que se refere à reforma dos subsídios e ao
reforço das receitas, mas é necessário fazer mais, a fim de restaurar a saúde das finanças públicas de
Moçambique e definir um caminho que conduza à sustentabilidade da dívida a médio prazo. A
estabilização das perspectivas através de medidas de política fiscal mais definitivas e a resolução das
negociações de reestruturação da dívida constituem prioridades urgentes que ajudariam a equilibrar a
combinação de políticas macroeconómicas. A política monetária tem sido activa e tem contribuído para a
estabilização da moeda num momento crítico. O espaço está agora a abrir-se para que o ciclo da política
monetária comece a ficar mais aliviado, à medida que a inflação continua a cair, o que melhoraria o
acesso ao crédito por parte do sector privado.
Mas, isso implicaria uma resposta de política fiscal mais restritiva, bem como níveis de dívida mais
sustentáveis. Também implicaria uma abordagem mais proactiva no sentido de se combater os riscos
fiscais provenientes das empresas estatais enfraquecidas. Além disso, a transparência e a responsabilidade
no tratamento da investigação referente às dívidas ocultas ajudariam a executar este pacote de reformas e
a restaurar a confiança dos investidores e doadores.

4.MEDIDAS DE MELHORIAS OU PROPOSTOS DE SUPERAÇÃO

No período de 1980-1990 foi criado um plano que traçava as metas económicas e sociais, um instrumento
preponderante para a construção e desenvolvimento de uma economia socialista. A estabilidade
macroeconómica que o País tem registado proporciona um espaço favorável para o relançamento do
desenvolvimento económico e social. 13. Em virtude do ambiente macroeconómico estável e da
implementação de programas e reformas socioeconómicas, o País registou um crescimento económico
médio anual do PIB de 8,1% durante o período 1995 a 2012 traduzindo-se num dos mais elevados do
mundo. O forte crescimento real do PIB tem sido influenciado pelo aumento do investimento estrangeiro
e nacional, pelo acesso ao financiamento, pela transferência de tecnologia e pelos ganhos do investimento
na educação e em infra-estruturas. A partir do ano 2000, o crescimento também tem sido impulsionado
por investimentos em projectos de grande dimensão. 14. Nos últimos 10 anos a economia tem-se
mostrado robusta e cada vez mais resiliente a choques externos e internos. Apesar da crise financeira e de
alimentos que se repercutiram sobre a economia nacional, o País continuou a mostrar um crescimento
económico elevado e estável. Nos últimos 4 anos, a inflação média registada foi de 7,1%, e o PIB real
cresceu em média cerca de 7,0% ao ano. Em 2012, o PIB real cresceu em 7,2% e o PIB per capita foi de
USD 608,1 A análise da contribuição sectorial no PIB mostra que a Agricultura é o sector que mais tem
contribuído para a produção interna. Nos últimos 10 anos, a Agricultura teve uma participação média no
PIB de 23,3%. A indústria transformadora é o segundo sector que 5 mais contribuiu com uma
participação de 13,5%. Os sectores de comércio e serviços de transportes e comunicações contribuíram
com 10,9% e 10,5%, respectivamente.
Conclusão

Terminada a produção deste trabalho conclui que: A macroeconomia debruça-se sobre a medição ou
contabilização da realidade agregada; esta, na verdade, não é mais do que o resultado da conjugação das
decisões individuais que a macroeconomia estuda, mas algum cuidado é necessário quando se procura
extrapolar as relações microeconómicas para uma escala de maior dimensão.

Macroeconomia estuda a determinação e o comportamento dos grandes agregados como PIB, consumo
global, investimento global, exportação, inflação, desemprego, com o objectivo de delinear uma Política
Económica.

Não há dúvida sobre a elevada escala dos choques enfrentados pela economia de Moçambique nos
últimos dois anos. Tal inclui a seca provocada pelo El-Niño, a queda dos preços das commodities
ocorrida no início de 2016 e a crise das dívidas ocultas, a qual amplificou a desaceleração que já se
encontrava a decorrer. Contudo, os preços das commodities e as condições para a agricultura têm sido
mais favoráveis
Referencias Bibliográficas

Banco Mundial, (2016b), "Doing Business 2017: Equal Opportunity for All’, Banco Mundial:
Washington DC.
Banco Mundial (2016), "Searching for the Demographic Dividend in Mozambique: An Urgent
Agenda", World Bank: Washington DC. Banco Mundial, (2016b), "Doing Business 2017: Equal
Opportunity for All’, Banco Mundial: Washington DC.
Banco Mundial (2016), "Searching for the Demographic Dividend in Mozambique: An Urgent Agenda",
World Bank: Washington DC.
2017organizaçãoLuís de Brito | Carlos Nuno Castel-Branco | Sérgio Chichava Salvador Forquilha
António Francisco

MALOA,Tome Miranda.Historia da economia Socialista Mocambicana/Tome Miranda Maloa;


orientadora prof.DR.Antonio C.Mazzeo-São Paulo-2016.162F.

Dissertacao (mestrado ) Universidade São Paulo, programa de Pos-Graduacao em historia


Economica.2016

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