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CARCAÇA

DIEGO ALMEIDA SCHERER


Acadêmico de Espanhol – UFPEL / Polo Santana da Boa Vista

“Tremes, carcaça! Tremerias muito mais se soubesses para onde te


levo!” - essa frase do marechal francês Henri de la Tour d’Auvergne, Visconde
de Turenne (século XVII) bem poderia ter sido dita pela boca de outro Ser - A
Morte!
Essa personificação que age de forma estranha em nossas mentes e
arrasta Homens ao desespero e à loucura...
Essa força que ceifa os Seres pela raiz e que arranca a Vida do corpo
material e desfaz as projeções planejadas e que não serão mais concretizadas
– pelo menos nessa vida...
O que estaria pensando aquele militar quando falava essa frase para
seus subordinados? Estaria tentando encorajá-los à luta? Talvez uma batalha
sem esperanças, onde a moral de seus soldados deveria ser fortificada,
utilizando-se de artifícios opostos ao propósito final? Quem sabe, uma maneira
de mostrar-lhes que eles ainda não tinham atingido o ápice da dor, da angústia
e do real significado do que estariam em breve a ter que realizar? Não se
sabe... apenas tornamos especulativas nossas análises...
Será que a Morte havia batido em sua porta e ele a aguardava... na linha
de frente... com sua espada na mão... pedindo para que ela esperasse apenas
mais um instante... um tempo para que pudesse recordar sua vida, pesando e
medindo suas ações – o que fez e o que deveria ter feito...
Uma frase tão simples, que faz parte de nosso cotidiano, a cada dia... a
cada momento... o tempo que passa e o que ainda nos resta...
Uma frase que, como disse, poderia ter sido dita pela própria
personificação da Morte, mas também pela própria Vida em si...

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