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Era uma vez uma carochinha que andava a limpar a sua cozinha.

Ao varrer
o chão, encontrou cinco réis.
A Carochinha resolveu ir comprar umas fitas e uns lacinhos para se pôr toda
vaidosa. À frente do espelho dizia:
- Que bonita que eu estou!
Foi colocar-se à janela à espera que algum pretendente aparecesse. Apare-
ceu um gato, mas a Carochinha não se interessou, pois ele não comia comi-
das finas. O gato foi-se embora dando pulos de raiva.
Carochinha dizia:
- Quem quer casar com a Carochinha que é airosa e formosinha?
Logo apareceu um cão que teve a mesma sorte.
- Quero eu! - disse o boi.
- Tu não me serves. Quero um marido com outros gostos e mais elegan-
te do que tu.
O boi, muito irritado, desandou, dando um pontapé a uma garrafa que
se partiu.
Já com pouca esperança de ver o seu príncipe encantado, apareceu
de repente um rato muito bem vestido e com ar de esperto.
- Que é que tu comes? - perguntou a Carochinha.
- Tudo o que é bom e caro! Presunto, queijo, fiambre, ...
- Não digas mais nada! Gosto muito de ti e quero casar contigo.
Antes de irem para a igreja para se casarem, deixaram o caldeirão ao
lume para fazer o almoço da grande festa.
A meio do caminho, a Carochinha reparou que se tinha
esquecido das luvas em casa. João Ratão voltou a casa
para as ir buscar.
Ao abrir a porta, cheirou a toucinho cozido. João Ratão esqueceu-se das luvas.
Destapou o caldeirão, meteu o mão, meteu o pé e escorregou para dentro dele.
A Carochinha, já farta de esperar, voltou a casa.
Mal entrou, teve um mau pressentimento. O caldeirão estava destapado e, por
toda a casa cheirava a toucinho e a rato cozido. Carochinha, muito triste, dizia:

Fi
- Meu pobre João Ratão. Morreu cozido no caldeirão.

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