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Não é possível e nem há de ser. Não encontro uma boa forma de dizer.

Um jeito de falar,
uma expressão. Uma palavra, um fazer, ou sequer, noção. Só me perco, procurar é inútil.
Tentar descrever me parece tão fútil... Tento entender de onde vem, pra onde vai, e sobre
quem... Meu pensamento só divaga, viu? Parece uma praga. Sim, uma praga.

Sou escritor, um contador. Conto um conto, conto um tanto. Um tanto muito, muitas vezes.
Às vezes dura até meses, lhe digo. Então, me diga, como pode: não consigo uma ode, uma
prosa ou rima. Meu Deus... seria uma sina? Não sei. Só sei que não encontro. Não encontro, eu
admito. Não encontrei sequer uma, não tem uma frase que sirva. Não consegui encontrar,
nem com ar ou sem ar, nem com er ou sem er, com ir, com or, com ur, com soante ou sem
soante, com tido, ou contudo. Fico até sem graça. Peço que me perdoe no que der, não achei
nada suficiente, que descreva, coerente, o olhar de uma mulher.”

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