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I Resumo de Variáveis Complexas

Alexandre Bruno Cabral dos Santos - 200920112


Dêivisson Alves Anjos -201021035
Jéssica Souza Mendonça - 201021071
Valéria Fernanda Domiciano - 201120947
Rafael Falcão Gomes Jardim - 200920098
Rodrigo Gomes da Silva - 201021024

26 de setembro de 2013
Capítulo 1

Funções de uma variável complexa

1.1 Números complexos

Ao decorrer do estudo de raizes de equações algébricas e em particular, a equação cúbica, tem


sido considerado conveniente introduzir o conceito de um número cujo quadrado é igual a −1.
Por uma tradição bem estabelecida, esse número é denotado por i, e escrevemos i2 = −1 e

i= −1. Se i for multiplicado por números reais, obtemos os chamados números imaginários

na forma bi (onde b é real). Se as regras usuais de multiplicação são estendidas para os números
imaginários, então devemos concluir que os produtos de números imaginários são números reais.
Por exemplo,

(3i)(−4i) = (3)(−4)i2 = (−12)(−1) = 12

(−5i)2 = (−5)2 i2 = −25.

Se os números imaginários são adjacentes aos números reais, temos um sistema no qual
podemos realizar multiplicação e divisão (exceto por zero, é claro). Dizemos que tal sistema
é fechado em multiplicação e divisão. No entanto, esse sistema não é fechado em adição e
subtração. Para eliminar esta deciência, os chamados números complexos são introduzidos.
Estes são números que, na maioria das vezes, são escritos na forma:

a + bi(a, b = números reais),

e obedecem regras algébricas apropriadas. Como será mostrado a seguir, o sistema de números

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complexos é fechado em adição, subtração, multiplicação e divisão, mais a operação "extração de


raízes. Em suma, ele tem todas as características desejáveis algébricas e representa uma extensão
do sistema de número real. O estudo dos números complexos é de valor inestimável para física,
tornando a descrição de suas leis menos complexas.

1.2 Algebra básica e geometria dos números complexos

Se os números complexos forem escritos da forma usual a + ib ou a + bi, em seguida a operação


algébrica usual com eles denida ca como segue.

1. Adição:

(a1 + ib1 ) + (a2 + ib2 ) = (a1 + a2 ) + i(b1 + b2 ).

2. Multiplicação:

(a1 + ib1 ) · (a2 + ib2 ) = (a1 a2 − b1 b2 ) + i(a1 b2 + a2 b1 ).

A segunda regra é fácil de seguir, se reorganizarmos a expressão a+ib multiplicando da mesma


forma como binômios, usando as propriedades distributiva e associativa; e i2 é substituído por
-1.
Números complexos da forma a + i0 são identicados como números reais, desde que ele
obedeça à mesma regra algébrica. Números complexos da forma 0 + ib são conhecidos como
números imaginários puros. É habitual a escrita na forma simplicada a + i0 = a e 0 + ib = ib.
A subtração dos complexos pode ser denida como o inverso da adição

(a1 + ib1 ) − (a2 + ib2 ) = x + iy.

Em seguida

a1 + ib1 = (x + iy) + (a2 + ib2 ).

Segue-se que

x = a1 − a2 e y = (b1 − b2 ).
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Uma alternativa é formar o negativo de um número complexo,

(a + ib) = (−1)(a + ib) = (−1 + i0)(a + ib) = −a − ib,

A regra para divisão pode ser similarmente deduzida por intervenção da multiplicação:

a + ib a + ib c − id (ac + bd) + i(bc − ad) (ac + bd) (bc − ad)


= = = 2 +i 2
c + id c + id c − id c2 + d2 c + d2 c + d2

com (c2 + d2 6= 0).


Observações

1. A adição dos números complexos obedece a mesma regra da adição de vetores no plano,
fornecidos a e b identicados como componentes de um vetor.

2. O uso do símbolo i e da relação binomial a + ib é convencional, mas não insispensável.


É possível denir um número complexo como um par de números reais (a, b), obedecendo
certas regras. A forma a + ib é apenas uma representação de um número complexo.

É comum representar um número complexo no plano complexo ou diagrama de Argand, como


mostra a gura a seguir.

Figura 1.1: Representação do Diagrama de Argand.

Se denotarmos o número complexo x + iy pelo símbolo único Z e escrevermos z = x + iy , cada


z corresponderá a um ponto no plano complexo, com a abscissa x e ordenada y. Tal nos leva à
representação trigonométrica de um número complexo z = r(cosθ + isenθ), onde r =
p
x2 + y 2

e tanθ = xy .
Seguindo a nomenclatura e notação, iremos usar bastante:

z = x + iy = r(cosθ + isenθ),
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onde:
x = Rez é a parte real de z;
y = Imz é a parte imaginária de z;
r = |z| é o módulo de z; θ é o argumento de z.
O número x − iy é chamado de conjugado complexo do número z = x + iy e vice versa,
podendo ser denotado por z ∗ .
Observações

1. A quantidade zz ∗ sempre será um número real não negativo igual a |z|2 ou para |z ∗ |2 .

2. A quantidade z + z ∗ sempre será um núemro real, igual à 2Rez ou 2Rez ∗ .

O produto escalar de dois vetores pode ser obtido pela regra

(z1 · z2 ) = Re(z1∗ z2 ) = Re(z1 z2∗ ),

onde ca entendido que z1 e z2 são vetores correspondetes aos números complexos z1 e z2 ,
respectivamente. O produto vetorial pode ser obtido de forma similar:

(z1 × z2 ) = Im(z1∗ z2 ) = −Im(z1 z2∗ ).

1.3 Fórmula de De Moivre e o cálculo de raízes

Enquanto a adição e a subtração de números complexos são mais facilmente executadas em sua
forma cartesiana z = x + iy , multiplicação e divisão são mais fáceis na forma trigonométrica. Se
z1 = r1 (cos θ1 + i sin θ1 ) e z2 = r2 (cos θ2 + i sin θ2 ), então o cálculo elementar mostra que:

z1 z2 = r1 r2 [cos(θ1 + θ2 ) + isen(θ1 + θ2 )],

com a condição de que θ1 + θ2 passa a ser maior do que π , ou menorigual a −π , em seguida, a


quantidade 2π deve ser adicionada ou subtraída para cumprir a condição π < (θ1 + θ2 ) ≤ π .
Usando as identidades trigonométricas, podemos obter a chamada fórmula De Moivre: (cos θ+
i sin θ)n = cos nθ + i sin nθ (n=número inteiro). Assim, temos agora a regra geral para calcular a

potência enésima de um número z . Se z = r(cos θ + i sin θ), em seguida z n = R(cos φ + i sin φ),
onde R = rn e φ = nθ ± 2πk com o número inteiro k escolhido de tal maneira que π < φ ≤ π .
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A regra para calcular a raiz enésima de um número complexo pode agora ser obtida sem
muita diculdade. Se z = r(cos θ + i sin θ), em seguida, o número complexo


n
θ θ
W0 = r(cos + i sin
n n

é denitivamente a raiz enésima de z , pois w0n = z . No entanto, esta não é a única raiz enésima
de z; os números


n
θ + 2kπ θ + 2kπ
W0 = r(cos + i sin ,
n n

onde k=1,2,3,,(n-1), também são raízes enésimas de z , pois wkn = z . É costume ligar o número w0
a raiz principal de z . As raízes enésimas de um número complexo de z estão sempre localizadas
nos vértices de um polígono regular de n lados inscrita num círculo com um raio de R =
p
n
(r)

cerca de origem. Como pode ser visto na gura a seguir:

1.4 Funções complexas. Fórmula de Euler

Números complexos z = x + iy são considerados variáveis se x ou y (ou ambos) variam. Deste


modo a função complexa pode ser formada. Por exemplo, considerando a seguinte equação
w = z 2 . Se usarmos z = x + iy e w = u + iv temos u = x2 − y 2 , v = 2xy

A partir disto concluímos que w é uma função de z , então u e v são, em geral, funções de x
e y . Assim trabalharemos com duas funções reais de duas variáveis reais. A ideia de mapear e
comumente usada
A representação gráca de funções complexas geram um problema, por ter que lidar com
quatro variáveis reais simultaneamente. Dois planos complexos, o plano-z e o plano-w, são
colocados lado a lado, e o ponto z0 e marcado em w0 = Fz0 . Por exemplo, quando temos
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w = z 2 temos z1 = i para w1 = i2 = −1; e se zermos z2 = 1 + i para w2 = 2i, z3 = 1 para

w3 = 1, e assim por diante. Que é mostrado na gura 2.4, que é indicado pela linha horizontal

y = 1 no plano-z e é marcado uma parábola v = 2 u + 1 no plano-w. As vezes é conveniente

sobrepor os dois planos. Então todos os pontos foram colocados no mesmo plano w = fz que
está representado pela gura 2.5.
Exemplo: Mostre que a função w = iz representa uma rotação anti-horária num plano
complexo de 90◦ . Como você descreveria uma rotação de 180◦ ? Como você descreveria uma
rotação anti-horária em 90◦ ?
As funções algébricas de variáveis complexas são denidas pelas operações algébricas que são
diretamente aplicadas nos números complexos. Algumas funções requerem denições especiais.
Considere esse seguinte exemplo da função exponencial ex . As propriedades básicas são:

1. ex1 +x2 = ex1 ex2 ,

2. (ex )a = eax .

É desejado denir a função exponêncial complexa ez com as mesmas propiedades. Sendo


z = x + iy : então ez = ex+iy = ex eiy . A quantidade de ex é bem denida pelo numero real, mas

como deniremos eiy ? Uma das possibildades e a do metodo a seguir: Assumindo que eiy pode
(iy)2 (iy)3
ser representado pelas séries usuais eiy = 1 + (iy) + 2! + 3! + .... Rearranjando obtemos:

2
(y)4 (y)3 (y)5
eiy = (1 − + (y)
2! + 4! − ...) + i(y − 3! + 5! − ...) = cosy + iseny .

A validade deste procedimento pode ser estabelecida, após o desenvolvimento da teoria de


convergência para a série complexa. No entanto, nesta fase, podemos simplesmente denir a
função de eiy , por meio de eiy = cosy + iseny . Isto é a formula de euler. As propiedades
desejadas são:

1. ei(y1 +y2 ) = eiy1 eiy2 ,

2. (eiy )n = einy (n = interger).


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Seguindo as indentidades:

(cos y1 + iseny1 )(cosy2 + iseny2 ) = cos(y1 + y2 ) + isen(y1 + y2 )

(1.2)

(cos y1 + iseny1 )n = cosny + isenny .

(1.4)

A denição da função complexa exponêncial e dada por:

ez = ex (cosy + iseny).

Com as propiedades desejadas reduz-se a função exponencial em Im (z) = 0.

1.5 Aplicações da fórmula de Euler

A fórmula de euler leva a uma representação polar dos números complexos,

z = x + iy = r(cos θ + i sin θ) = reiθ

multiplicando z por eiα temos:

eiα z = rei(θ+α)

A fórmula de euler também permite a descrição senoidal variando as quantidades reais por
meio exponêncial.

f (t) = a cos(wt − θ),


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onde a (amplitude), w (frequência angular), e θ (fase) são constantes e t é real.

g(t) = Be−iwt ,

onde B é uma constante complexa.

g(t) = aeiθ e−iwt = a cos(θ − wt) + ia sin(θ − wt)

= a cos(wt − θ) − ia sin(wt − θ)

ou seja, f (t) = Re g(t)

g(t) = u(t) + iv(t), − − −(u, v = realf unctions),

então,

dg/dt = du/dt + idv/dt.

Assim a derivada de Be−iwt é:

d(Be−iwt )/dt = −iwBe−iwt

Exemplo:

Considere a equação diferencial abaixo:

ẍ + 2αẍ + w02 x = F cos(wt − φ) − − − (ẋ = (dx/dt)etc.),

onde α, w0 , F e w são constantes e φ é real, e as variáveis x e t, são reais.

Introduzindo a função complexa:

f (t) = F̃ e−iwt ,

onde w é real mas F̃ pode ser complexo.


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Ref (t) = ReF e−i(wt−φ) = F cos(wt − φ).

Considere a equação diferencial

ẍ + 2αẋ + w02 x = f (t),

onde x = x(t) é complexo. A parte real da função complexa é x(t) que é justamente a solução
(real) da equação diferencial

x(t) = Re x(t) + iIm x().

1.6 Funções multivalores e superfícies de Riemann

Certas funções complexas multivalorizam-se e considera-se compondo ramos, onde cada ramo

que é uma função única valorizada de z. Para o exemplo, f (z) = z pode partir-se em dois

ramos segundo a fórmula habitual para as raízes (z = reiθ ) :


• Principal Ramo, f1 (z) =
θ
rei( 2 )


• Segundo Ramo, f2 (z) =
θ+2π
rei[( 2 )
]

Propriamente falando, f1 (z) e f2 (z) são duas funções separadas mas intimamente unidas e por

essa tratam-se em conjunto como dois ramos da função (duplamente valorizada) f (z) = z.

Também observa-se outra característica importante dos dois ramos. Cada ramo tomado
separadamente é discontínuo no verdadeiro semieixo negativo. A signicação disto é como se
segue: Os pontos

z1 = ei(π−δ) ez2 = ei(−π+δ) ,

onde δ é um pequeno número positivo. Contudo o mapeamento de imagens do ramo principal,


a saber :

π δ π δ
f1 (z1 ) = ei( 2 − 2 ) ef1 (z2 ) = e−i( 2 − 2 ) ,
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está muito longe umas das outras. Por outro lado a imagem de z2 sobre o mapa de f2 (z2 ) a
saber

π δ
f2 (z2 ) = ei( 2 + 2 ) ,

que está muito perto de do ponto f1 (z1 ). Parece que a continuidade do mapeamento pode ser
preservada se mudar ramos como cruzar as semiaxis reais negativas.
Riemann propôs um dispositivo engenhoso para representar ambos os ramos, por meio de um
único mapeamento contínuo: Imagine dois z-planos separados corte ao longo da semiaxis reais
negativas de "menos innito"para zero. Imagine que os planos são sobrepostos um sobre o
outro, mas mantêm a sua identidade separada na forma de duas folhas de papel colocados um
sobre o outro. Agora suponha que o segundo quadrante da folha superior é unida ao longo do
corte para o quadrante da folha inferior de modo a formar uma superfície contínua. Agora é
possível começar uma curva C no terceiro folha quadrante superior, vá em torno da origem, e
cruzar os semiaxis reais negativas para o terceiro quadrante da folha inferior em um contínuo
movimento (remanescente na superfície). A curva pode ser continuada sobre a folha inferior em
torno da origem para o segundo quadrante da folha inferior.
Note-se que um ramo é contínuo nos semieixos verdadeiros negativos, mas é descontínua nos
semieixos reais positivos (ramo B). Estes dois ramos constituem, juntos, a função f dupla com
valor (Z) - e essa representação não é melhor nem pior do que o anterior. Também observa-se
que a superfície de Riemann construiu-se por estes dois ramos como o descrito antes. Essa
técnica pode ser extendida para funções de mutivalores, somente requer mais de duas folhas de
Riemann.
Usando a denição de função exponencial,

ez = ex (cos(y) + isen(y))

nós podemos denir as funções trigonométricas e hiperbólicas :

1 iz
cos(z) = (e + e−iz )
2
1 iz
sen(z) = (e − e−iz )
2i
sen(z)
tan(z) =
cos(z)
11

1
cot(z) =
tan(z)
1 z
cosh(z) = (e + ez )
2
1 z
senh(z) = (e − ez )
2i

1.7 Funções Analíticas; Teorema de Cauchy

Nesta seção, procederá discutir o assunto do cálculo de funções de um complexo variável. O


conceito básico da continuidade de uma função complexa, tem alrcady com apresentados, e que
não é difícil de vericar que a soma, produto e quociente (com exceção de divisão por zero) de
duas funções contínuas é contínua. A continuidade, função de uma função contínua é também
contínua Seja C uma curva suave por partes em um plano complexo. If f (z) é contínua em C
temos a integral complexa como se segue :

Z
f (z)dz
C

Podem ser denidas e expressas em termos de Integrais reais colocando :

f (z) = u(x, y) + iv(x, y)

dz = dx + idy.

Isso gera

Z Z Z
f (z)dz = (udx − vdy) + i (vdx + udy),
C C C

onde as integrais reais (udx − vdy) e (vdx + udy) são conhecidas por existirem. A curva C
R R
C C

pode ser aberta ou fechada, mas a direcção de integração deverá ser especicado em ambos os
casos. A inversão desta direcção resulta na mudança de sinal da integrante. Integrais complexas
são, portanto, redutível a Integrais reais curvilíneas e possuem as seguintes propriedades:

Z Z Z
(f (z) + g(z))dz = f (z)dz + Cg(z)dz,
C C
Z Z
kf (z)dz = k f (z)dz,
C C
Z Z Z
f (z)dz = f (z)dz + f (z)dz,
C C1 C2
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onde C é decomposto em duas curvas C1 e C2.O valor absoluto do valor de uma integral é
estimado pela fórmula :

Z
| f (z)dz |≤ M L,
C

onde M =max| f (z)| em C e L é o comprimento de C.


Sumário

1 Funções de uma variável complexa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.1 Números complexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1


1.2 Algebra básica e geometria dos números complexos . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Fórmula de De Moivre e o cálculo de raízes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.4 Funções complexas. Fórmula de Euler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.5 Aplicações da fórmula de Euler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.6 Funções multivalores e superfícies de Riemann . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.7 Funções Analíticas; Teorema de Cauchy . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

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Referências Bibliográcas

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