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Eficiência energética e certificação estão se tornando diferenciais importantes, mas sem a certeza de que
inquilinos estarão dispostos a pagar a mais por isso, o desafio para o investidor se torna “como” reduzir consumo
sem comprometer o orçamento. Essa matéria traz o estudo de caso de um centro logístico em curitiba-pr, e
mostra como foi possível obter grandes economias (60% de redução) com baixo investimento (período de retorno
de 3 meses) utilizando de novos conceitos, ferramentas e tecnologias.
Todo proprietário ou administrador entende ser possível reduzir o consumo de energia de sua instalação
logística. E a maioria já o faz – modestamente. Começa sempre por aqueles itens considerados “fruta madura,”
pequenas economias de baixo ou nenhum custo e obviamente aparentes. Mas, para a maioria, a busca por
economias para por aí.
Poucos se dão o trabalho de executar estudos detalhados de viabilidade técnica e econômica para identificar
e justificar investimentos em eficiência energética. Existe também o preconceito que grandes economias
requerem grandes investimentos, fazendo com que oportunidades passam despercebidas. Essa matéria traz o
estudo de caso de um centro logístico em Curitiba-PR, e mostra como foi possível obter grandes economias
(60% de redução) com baixo investimento (período de retorno de 3 meses) utilizando de novos conceitos,
ferramentas e tecnologias.
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telha metálica. Faz parte da concepção inicial do empreendimento o aproveitamento e iluminação natural através
de aberturas zenitais equivalentes a 3% da área total da cobertura. Tipicamente, se gasta em torno de R$ 9.00/m2
com o sistema de iluminação para esse tipo de empreendimento.
Eficiência Energética
Ser eficiente significa fazer mais com menos – garantir baixos custos de operação sem comprometer o
orçamento de obra ou a qualidade das instalações. É fácil fazer menos com menos. O desafio é garantir um alto
padrão de qualidade direcionando o investimento da melhor maneira possível. O sistema de iluminação
representa o maior consumo de energia em um centro logístico. Mas ele também fornece as melhores
oportunidades para redução.
Equipamentos Eficientes
A eficiência do sistema de iluminação passa pela seleção do equipamento correto para cada situação.A
quantidade de lumens (lm) emitidos pela lâmpada ou luminária comparada a sua potência em Watt (W) indica a
eficiência do equipamento (lm/W) e pode ser utilizado para avaliar entre alternativas.Veja na tabela 1 a eficiência
de três tipos de lâmpadas e luminárias (vapor metálico, LED e fluorescentes tubulares T5) avaliadas para o
centro logístico.É necessário avaliar a eficiência do conjunto (lâmpada + luminária) para assegurar a seleção do
melhor equipamento.Hoje, um dos sistemas que possui melhor desempenho para iluminação de interiores são
as lâmpadas fluorescentes tubulares T5. Essa tecnologia vem substituindo a de vapor metálico, uma vez que seu
custo vem caindo e os seus resultados são significativamente melhores. As T5 têm evoluído ao ponto de possuir
uma eficiência (lm/W) acima de alguns sistemas com a tecnologia LED,que são a última geração no que diz
respeito a sistemas de iluminação.A escolha da luminária certa também é essencial para um projeto eficiente.
Esta decisão depende, dentre alguns fatores, da sua capacidade de entregar o máximo de luz para o ambiente
sem perder luminosidade dentro da luminária. Esta é a eficiência da luminária, medida em porcentagem (%).
Devido ao alto custo,a luminária LED foi descartada logo no início como alternativa para o centro logístico.
Comparando o consumo entre vapor metálico e T5, vemos no gráfico 1 que, para o centro logístico, a opção pela
T5 resulta em uma economia anual de 50% ou R$916.000(considerando um custo médio de R$0.40/kWh). Para
por em contexto, a certificação LEED adota como referência uma potência instalada de iluminação entre 10-15
W/m2. Enquanto é possível trabalhar com vapor metálico e atender a certificação, a utilização de T5 resulta em
uma maior pontuação (tabela 2).
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Surpreendentemente para o centro logístico, depois de negociar com os fornecedores, o preço do conjunto
lâmpada e luminária para a T5 (R$314.78) ficou abaixo do conjunto para o vapor metálico (R$383.57). Como
pode ser visto na tabela 3, mesmo considerando que foram necessárias mais luminárias T5 para manter o
mesmo nível de iluminamento, o custo da instalação ficou 13% menor, gerando uma economia de quase
R$60.000.
O Centro logístico conseguiu não só reduzir pela metade seu custo de operação, mas também reduzir o
investimento em equipamentos e assegurar no mínimo 6 pontos para certificação LEED.
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Correto Dimensionamento
Quando o objetivo é a eficiência energética,são nas particularidades de cada projeto que se escondem os
ganhos. Bons projetos de iluminação não vêm em tamanhos padrões P/M/G(pequeno/
médio/grande). Eles exigem estudos específicos e detalhados que utilizam de simulações fotométricas para
avaliar entre alternativas e garantir a otimização dos resultados para cada projeto. Um projeto eficiente implica
projetar um sistema que forneça a quantidade suficiente de luz (lux) e que a distribua adequadamente sobre a
superfície de trabalho. O mau dimensionamento de sistemas de iluminação é, sem dúvida, a origem dos
problemas no que diz respeito à eficiência do sistema de iluminação. Sistemas subdimensionados não
conformam as normas, expõem empresas a passivos trabalhistas e não atendem as necessidades dos
ocupantes, gerando reclamações. Sistemas sobredimensionados custam mais caro para instalar e desperdiçam
energia.Investidores vêem na certificação LEED uma oportunidade de desenvolver projetos de qualidade e evitar
reclamações de futuros inquilinos (algo que ocorre rotineiramente em grande parte dos centros logísticos
existentes).
Durante o desenvolvimento do projeto, foi solicitado a um fornecedor (podemos chamá-lo de “Fornecedor A”) uma
proposta de equipamentos T5 para o centro logístico. Foi adotado como premissa fornecer 250 lux de iluminância
média. Como se pode ver na tabela 4, a solução proposta pelo “Fornecedor A” esta sobredimensionada em mais
de 50%. A proposta é quase R$160.000, ou 40%, mais cara que a solução adotada.Para instalações logísticas e
industriais é de praxe depender do fornecedor do equipamento para “calcular” o número de luminárias
necessário para atender os níveis de iluminância desejados. A motivação do fornecedor é vender luminárias –
quanto mais, melhor.Inversamente,para não perder uma concorrência e manter sua margem de lucro, o
fornecedor acaba reduzindo o número de luminárias, comprometendo a capacidade do sistema de fornecer níveis
adequados de iluminação.
Interna
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Iluminação Natural
O aproveitamento de iluminação via aberturas zenitais na cobertura do galpão é uma medida de eficiência
energética simples, barata, que possibilita grandes economias e que exige pouca manutenção. Isso, investidores
e administradores de centros logísticos já perceberam. O que ainda ilude a maioria, no entanto, é decidir qual o
tipo e qual a área ideal de abertura zenital. Existem diversos tipos de soluções de iluminação natural. Cada
fabricante fornece prontamente as vantagens de seu produto em comparação à concorrência.Na hora da escolha,
o que realmente deve interessar o investidor é a transmissão visual luminosa (Tvis ou VLT em inglês). O Tvis é a
porcentagem da luz natural que incide no material translúcido e que é transmitida para
dentro do ambiente. Quanto maior a porcentagem, melhor iluminado será o ambiente. O outro fator que defini a
quantidade de iluminação no ambiente é a área de abertura do zenital. É a relação entre esses dois parâmetros
que deve ser considerada pelo investidor na definição do sistema. Para centros logísticos como o de Curitiba,
com pé direito superior a 12m, o ideal é trabalhar com uma alta transmissão luminosa (entre 60-70%) e projetar a
área de abertura “na medida certa,” otimizando o aproveitamento de iluminação natural sem comprometer o
desempenho térmico do edifício. Aqui novamente a simulação prova ser uma ferramenta crítica. Para o centro
logístico foram simulados três cenários,onde 3, 5 ou 8% da área total de cobertura foram substituídos por
aberturas zenitais (figura 3). Nesse caso optou-se por placas prismáticas (figura 2) devido a sua durabilidade
(capacidade de manter ao longo de sua vida útil a transmissão luminosa) e por difundir a luz.Para obter
resultados de alta precisão, foi considerado na simulação o impacto das prateleiras na distribuição da iluminação
natural pelo galpão. Note que para o cenário com 3% de abertura, cada segundo corredor não possui abertura
zenital.
Como consequência, 50% da área de piso não recebe iluminação natural alguma.
Isso reflete no número de horas durante o ano que o nível de iluminância está acima de 100, 200 ou 300
lux(gráfico 2). Obviamente os resultados citados vão depender da localização do edifício. Curitiba é uma das
cidades mais nubladas do País. Para um centro logístico em Salvador, por exemplo, onde o número de dias
nublados é quase a metade de Curitiba, o potencial de aproveitamento de iluminação natural e a economia de
energia podem ser muito maiores (gráfico 3). Não adianta investir em iluminação natural se as luminárias
permanecerem ligadas.Enquanto o acionamento do sistema de iluminação pode ser feito manualmente o ideal é
que estes sejam controlados por fotossensores.
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Interna
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Isso garante que as economias previstas sejam realizadas. O potencial de economia também aumenta se forem
utilizados os reatores dimerizáveis (gráfico 4). Avaliar a viabilidade técnica financeira depende do
que se adota como base de referência.Por exemplo: se (como no centro logístico em Curitiba) for considerado
como base de referência a utilização de luminárias com lâmpadas tipo T5 com reatores dimerizáveis controlados
por fotossensores (que medem a iluminância do galpão e ajustam o fluxo luminoso da lâmpada de acordo com a
quantidade de luz natural disponível a cada momento), então com 3% de abertura zenital, o consumo de energia é
15% menor, gerando uma economia anual de R$ 135.000 (tabela 5).
Para 5% e 8% a redução foi de 25% e 34% (R$234.000 e R$310.000, respectivamente).Mas essa não é a
realidade nacional. Se for comparado o cenário C (acima) a um sistema padrão que utiliza luminárias e lâmpadas
de vapor metálico (1x400W), sem dimerização ou aproveitamento de iluminação natural, a economia anual é de
67% ou R$1.222.767. Considerando o custo adicional dos zenitais, reatores dimerizáveis e sensores, o payback
esperado é de 15 meses. Enquanto o cenário C oferece a maior redução de custo de operação, o cenário A, com
apenas 3% de área de abertura zenital fornece o melhor retorno sobre o investimento – 72% ao ano – e o menor
período deretorno – inferior a 3 meses (tabela 6).
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Vapor metálico − São mais difíceis de dimerizar e o sistema é caro. A dimerização está limitada a 50%. Uma vez
desligadas, demoram a retornar a ligar. Dessemodo, funcionam melhor com acionamento manual(a vida útil da
lâmpada pode ser drasticamente reduzida quando controlada por fotossensores). T5 − São mais versáteis (varias
opções disponíveis – tecnologia bem difundida no mercado) e por isso a opção
mais barata para dimerização. Se feito corretamente, a dimerização pode alongar a vida da lâmpada (em até
100%). A dimerização vai ate 99%. A vida útil de uma lâmpada T5 é afetada pelo número de acionamentos.Desse
modo, recomenda-se a dimerização e nunca a opção liga/desliga. LED − É sem sombra de dúvidas o sistema
mais robusto, ampliando a possibilidade de controles (dimerização ou liga/desliga). Por se tratar de uma
inovação recente, é ainda uma solução muito cara. Esses tipos de controles têm caído drasticamente em preço
nos últimos anos. O que era inviável há dois anos, hoje deve ser estudado como uma oportunidade real.
Mesmo assim, um reator dimerizável para lâmpada T5 ainda fica entre 20-25% mais caro. Sem reator dimerizável
custa R$ 314,78 e com reator dimerizável custa R$ 394,00. Como visto na seção anterior, a economia de energia
é maior quando utilizando reatores dimerizáveis. Cabe avaliar caso-a-caso se o retorno obtido por essa economia
justifica o investimento.
Considerações Finais
Lição # 1 − Eficiência energética e sustentabilidade são diferenciais importantes para o mercado.
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energética. O mercado reconhece o valor de um empreendimento sustentável como diferencial de vendas. E para
quem ocupa o edifício, as práticas sustentáveis são vistas como um benefício pela qualidade do ambiente
interno,redução da conta de energia etc.
Lição # 2 − T5 é uma opção econômica para galpões e não precisa custar mais que vapor metálico.
Fazer a correta seleção das luminárias e desenvolver um projeto luminotécnico é necessário para encontrar a
quantidade ideal de luminárias para o empreendimento.Mas as negociações são fundamentais. As luminárias
para T5 acabaram custando menos que as de vapor metálico. E mesmo considerando que foram necessárias
mais luminárias T5 para manter o mesmo nível de iluminamento, o custo da instalação acabou sendo menor.
A simulação é uma ferramenta para medir e balancear qualidade e eficiência energética ao ponto ideal para o
empreendimento. As variáveis são complexas para serem analisadas simplesmente através de melhores
práticas de mercado, e sem a simulação é quase impossível visualizar a sinergia entre os parâmetros para
desenvolver um bom projeto.
A simplicidade da solução depende da correta compreensão do edifício por parte do projetista, através das
simulações, para que ele possa agregar inteligência à solução. Selecionar a tecnologia de reatores e lâmpadas
é importante, pois se selecionados inadequadamente podem às vezes inviabilizar a aplicação dos controles.
Apenas com a seleção correta das luminárias, lâmpadas e reatores foi possível reduzir o investimento em
R$60.000 e mesmo assim garantir uma economia no consumo de energia de 50%, mantendo a qualidade da
iluminação. É preciso vencer o preconceito que grandes economias requerem grandes investimentos, pois
oportunidades acabam passando despercebidas.
Fonte
Mundo Logística
categoria Indique
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