Você está na página 1de 8

AEROFONES

Saxofone

Alexandre Carreira Castaldo


11ºB Nº1
Índice

Aerofones ..................................................................................................................... 2

Saxofone e a sua constituição ...................................................................................... 3

História do saxofone .................................................................................................... 4

Repertório de relevância .............................................................................................. 6

Referências bibliográficas ............................................................................................ 7


Aerofones

Os aerofones são uma das cinco categorias que fazem parte do sistema de
classificação de instrumentos de Hornbostel-Sachs, sendo as quatro outras: idiofones;
membranofones; cordofones e eletrofones. O som é produzido pela vibração de uma
massa de ar originada no, ou pelo, instrumento.
Dentro de cada categoria podemos agrupar os instrumentos em subdivisões que
ajudam a classificar a enormíssima variedade de instrumentos existentes. Temos assim,
dentro dos aerofones, seis subclassificações: aerofones de aresta; aerofones de palheta;
aerofones de bocal; órgão; voz humana e aerofones livres.
Os aerofones de aresta são instrumentos cuja embocadura é uma aresta, para a
qual se direciona um jato de ar. Existem dois tipos de embocadura de aresta: simples
(flauta transversal, flauta de Pã) e de apito (flauta de bisel, tubos labiais de órgão).
Os aerofones de palheta são instrumentos cujo o jato de ar é modulado pela
vibração de uma palheta (ou duas, vibrando uma contra a outra). Existem vários tipos de
palhetas: livres (acordeão, órgão de boca) ou batentes. Estas por sua vez, podem ser
simples (saxofone, clarinete) ou duplas (oboé, fagote).
Os aerofones de bocal são instrumentos cujo o som é produzido através da
vibração labial. O bocal não vibra, serve apenas de apoio à vibração dos lábios, que atuam
como palhetas duplas (trompete, trompa, tuba).
O órgão é um aerofone constituído por um ou mais teclados, por tubos labiais
(embocadura de aresta) e tubos palhetados (embocadura de palheta).
A voz humana, também designado de sistema fonador, é constituído pelo aparelho
respiratório, cordas vocais e trato vocal. Os cantores utilizam-no como um instrumento
musical, mas desempenha também funções não musicais, nomeadamente na comunicação
verbal.
Nos aerofones livres o som é produzido pelo movimento de um corpo sólido que
se desloca no ar. O corpo vibrante não é o instrumento, mas sim o ar que o rodeia (rombo,
pião musical).
Saxofone e a sua constituição

O saxofone é um aerofone de palheta batente com o corpo de metal e em forma


cónica, alargando bastante para o pavilhão. Este é um instrumento oitavante e transpositor
com diferentes modelos e extensões.
Existem diversos modelos dentro da família dos saxofones, mas um quarteto de
saxofones clássico, do mais agudo para o mais grave, é constituído pelo soprano (Bb),
alto (Eb), tenor (Bb) e barítono (Eb). Existem outros membros da família com diferentes
tamanhos e afinações (os integrantes do quarteto de saxofones clássico podem também,
mas raramente, aparecer com diferentes afinações como é o exemplo do soprano e tenor
em C). Temos assim o sopranino, membro mais agudo da família (afinado geralmente em
Eb) e os mais graves, baixo e contrabaixo, afinados em Bb e Eb respetivamente.
Existem diferentes formas onde o mesmo modelo pode ser construído de
diferentes formas, mas todos têm os mesmos componentes. Começa pelo tudel
(normalmente desmontável e onde a boquilha encaixa), segue-se o corpo onde
encontramos as chaves que nos permitem alterar a altura do som e chegamos à campânula.
A boquilha é a peça que se encaixa no tudel e que segura a palheta. O
funcionamento desta é semelhante ao de um apito, gerando as vibrações que irão
percorrer o corpo do instrumento. As boquilhas podem ser fabricadas em diversos
materiais: ebonite, plástico, diferentes metais, acrílico, madeira, vidro e até mesmo osso.
Todavia as de ebonite e de metal são as mais utilizadas. O formato das boquilhas também
tende a variar, tanto externamente quanto internamente. Alterações nos formatos
implicam alterações significativas do som produzido, e devido a este fato, a escolha da
boquilha é uma decisão muito pessoal para cada saxofonista. Não existe um padrão entre
as fábricas e, por isso, cada fabricante produz cada boquilha à sua maneira tendo assim
os saxofonistas imensa variedade de escolha.
A palheta é a responsável pela produção do som pois, ao soprarmos na boquilha,
é criada uma coluna de ar que coloca a palheta em vibração, produzindo assim o som.
Cada saxofone tem um tamanho de palheta, e cada uma dessas tem diferentes
características variando de modelo de palheta e de fabricante para fabricante.
A palheta fica segura na boquilha com uma ligadura que se mete à volta da
boquilha e da palheta. Também esta é uma escolha pessoal do saxofonista e varia de
fabricante para fabricante.
História do saxofone

Para se falar da história do saxofone, temos de começar pela história do seu


inventor: Adolphe Sax.
Antoine-Joseph Sax, filho de Marie-Joseph Sax e de Charles-Joseph Sax, nasceu
a 6 de Novembro de 1814 em Dinant, Bélgica. Charles Sax foi um carpinteiro, construtor
de uma fábrica para instrumentos de metal e madeira, tendo também construído outros
como pianos, harpas e guitarras. Sobre a mãe dele pouco se sabe, apenas que vivia muito
ocupada a cuidar dos onze filhos.
Depois duma infância complicada, Adolphe Sax começou a educação formal dele
no Royal Conservatory of Brussels onde estudou flauta, clarinete (instrumentos que já
nos seus 15 anos havia construído e participado num concurso com) e também estudo de
canto. É comum se dizer que se Sax não tivesse seguido os negócios da família que ter-
se-ia tornado num clarinetista profissional e feito uma boa carreira como tal.
Depois de terminar o Royal Conservatory of Brussels, Sax começou a
experimentar novos designs de instrumentos, enquanto os pais continuavam a construir
os instrumentos convencionais para ganhar dinheiro. A primeira invenção importante de
Adolphe foi o aperfeiçoamento do clarinete-baixo (clarone), que patenteou aos 24 anos.
Sete anos depois, ele criou a primeira peça da família dos saxofones, um saxofone baixo
ao adaptar uma boquilha de clarinete no lugar do bocal de um oficleide. A partir desse,
foi diminuindo os tamanhos criando assim o barítono, tenor, alto, soprano e sopranino.
Assim, com a família completa, o instrumento foi patenteado em 1846 com o nome de
Sax.
Adolphe Sax mudou-se para Paris em 1842 onde exibiu modelos iniciais do seu
saxofone. Ele inventou saxhorns e saxtubas com o objetivo de substituir os metais das
orquestras e bandas militares, mas foi o saxofone, patenteado só 4 anos depois, que lhe
trouxe uma fama duradoura.
Em 1857 Adolphe Sax torna-se professor no Conservatório de Paris, onde
começou a lecionar a classe deste instrumento, o saxofone.
A originalidade destas invenções foi contestada numa série de ações judiciais mas,
indiferente, Sax continuou a inventar. Adolphe sobreviveu aos ataques até que, em 1870,
a patente expirou e abriu o caminho para a fabricação em série por empresas que se
tornariam referências, como a francesa Selmer Company. Entretanto, a fábrica dele faliu
e Sax declarou bancarrota duas vezes, uma em 1856 e outra novamente em 1873. Nos
seus últimos anos de vida Adolphe Sax viveu apenas com uma pequena pensão que havia
sido solicitada ao Ministro Francês de Belas Artes por três compositores.
Antoine-Joseph Sax morreu no dia 4 de Fevereiro de 1894 aos 80 anos de idade,
na mais completa miséria.
O saxofone é relativamente fácil de tocar. O sistema de chaves torna possível
passagens rápidas, enquanto a expressividade natural do instrumento, quase vocal,
permite aos intérpretes criar facilmente o seu próprio som individual. Por isso,
compositores orquestrais, incluindo Bize, Mussorgsky, Vaughan Williams e Prokofiev,
foram rápidos em aproveitar esta versatilidade e o timbre único para solos.
Este som, alternadamente suave e abrasivo, é perfeitamente adequado para
improvisação o que faz com que actualmente, muitas pessoas relacionem o saxofone com
o Jazz apenas, tendo dificuldade em acreditar que na realidade é um instrumento
igualmente importante e bem conhecido no mundo erudito. No entanto o saxofone tornou-
se a voz de alguns dos maiores músicos de Jazz dos últimos 120 anos: Coleman Hawkins,
Charlie Parker, Sidney Bechet, John Coltrane, Stan Getz, Gerry Mulligan, Sonny Rollins,
Lester Young, Michael Brecker, Phil Woods, etc.
O início do século XX viu nascer um francês que se tornou o pioneiro mais
influente no reavivar do saxofone “clássico”. Marcel René Mule nasceu em Aube,
Normandia, a 21 de Junho de 1901. Como quase todos os saxofonistas da altura, a sua
primeira etapa na carreira foi com uma Banda Militar e em 1923 chegou a solista da
Banda da Guarda Republicana Francesa, lugar que ocupou durante 30 anos. A data mais
importante na carreira de Mule (e no verdadeiro desenvolvimento no ensino do
Saxofone), acontece em 1942, quando o Diretor do Conservatório de Paris decide reativar
a classe de Saxofone e o convida para lecionar naquela escola. Mule manteve-se naquele
lugar durante 26 anos, sendo substituído por Daniel Deffayet em 1968.
Começam assim a partir de meados do século XX a aparecer grandes saxofonistas
com um perfeito domínio da sonoridade e afinação em todos os registos do instrumento.
O saxofonista alemão Sigurd Rascher foi, juntamente com Marcel Mule, um dos que mais
dignificou o saxofone nessa altura.
O saxofone é uma magnifica invenção dum construtor de instrumentos belga do
século XIX. Misturando as melhores qualidades de ambos instrumentos de metal e
madeira, este “hibrido” único foi um sucesso em bandas da Europa e América, e continua
um dos pilares centrais no nosso diversificado panorama musical dos dias correntes.
Repertório de relevância

O saxofone conta com imenso repertório de bandas (mesmo não sendo um membro
permanente da orquestra sinfónica), música ligeira e de dança, e claro, de Jazz. Sendo um
instrumento melódico, apresenta-se frequentemente como solista ou com intervenções
interessantes como por exemplo:
• Paul Creston, Sonata para Saxofone Alto e Piano;
• Sergei Rachmaninov, Danças Sinfónicas;
• Pierre Max Dubois, Concerto para Saxofone Alto e Orquestra de Cordas;
• Heitor Villa-Lobos, Fantasia;
• Jacques Ibert, Concertino da Camera;
• George Gershwin, Um Americano em Paris;
• Fernande Decruck, Sonata em Do# para Saxofone Alto e Orquestra;
• George Bizet, Suite nº2 para L’Arlésienne;
• Aaron Copland, Concerto para Piano;
• Mussorgsky / Ravel, “O velho castelo”, de Quadros de uma Exposição;
• Sergei Prokofiev, O Tenente Kijé;
• Frank Martin, Balada para Saxofone.
Referências bibliográficas

Henrique, Luís L.. Instrumentos Musicais. 9º edição Fundação Calouste Gulbenkian,


2018.
Music: The definitive visual history. Dorling Kindersley London, 2013.
http://www.almanaque.info/AdolfSax.htm
https://en.wikipedia.org/wiki/Charles-Joseph_Sax
http://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/9357/1/Eduardo%20Lopes.pdf
https://www.bandasfilarmonicas.com/bandas-site/wp-
content/uploads/cpt_instrumentos/pdf/O-Saxofone.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Saxofone
http://www.almanaque.info/AdolfSax.html
https://web.archive.org/web/20030420094513/http:/www.manu.hpg.ig.com.br/hsax.htm
l

Você também pode gostar