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Revista IBRACON de Estruturas e Materiais - Instituto Brasileiro do Concreto 1

ANÁLISE COMPARATIVA PARA A EXECUÇÃO DE


FUNDAÇÕES RESIDENCIAIS PARA OS SOLOS DA
FORMAÇÃO CAIUÁ E DA FORMAÇÃO SERRA GERAL

Aluno: Marcos Vinicius de Souza Sanches RA: 1202181-2


Orientador: Thaise Moser Teixeira Turma: CIV5-N-B

Resumo

O constante desenvolvimento das regiões norte e noroeste do Paraná, especificamente nas cidades de
Maringá e Loanda, contribui para avanços na construção civil. A grande diferença entre ambas regiões,
e que deve ser considerado no momento de se projetar uma fundação, são os tipos de solo que cada
região possui. Por meio de estudos do solo podemos definir qual o tipo de fundação mais apropriado
para cada região, assim apresentado no presente trabalho, as regiões de Maringá e Loanda possuem
diferentes tipos de solo o que pode resultar em diferentes tipos de fundação. Será aplicado o mesmo
projeto de cargas para ambas cidades, comparando qual o tipo de fundação mais apropriado para cada
tipo de solo. Será também dimensionado e comparado suas viabilidades técnicas.

Palavras-chave: Engenharia de Fundações, Sondagem, Fundações Rasas, Fundações Profundas.

Abstract

The constant development of the regions north and northwest of Paraná, specifically in the cities of
Maringá and Loanda, contributes to advances in construction. The big difference between this two
regions, which should be considered at the time of designing a foundation, are the types of soil that
each region has. Through soil studies can define the most appropriate type of foundation for each
region, as presented in this work, the regions of Maringa and Loanda has different soil types which can
result in different types of foundation. Will be applied the same project loads for both cities, comparing
what the most appropriate type of foundation for each soil type. It will also be scaled and compared
their technical viability.

Keywords: Foundations of Engineering, Survey, Shallow Foundations, Deep Foundations.


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1 Introdução
É comum ao andarmos pelas ruas de qualquer cidade do Brasil encontrarmos um
canteiro de obras, isso se deve ao grande crescimento que a construção civil teve nos últimos
anos. Segundo dados do SindusCon-MG, a construção civil cresceu 74,25% no período de
1994 a 2013. Essas obras não se diferenciam muito, com depósitos e sanitários por exemplo,
mas algo que pode fazer toda diferença entre obras localizadas em municípios diferentes é o
tipo de solo na qual ela será apoiada. As cidades de Maringá e Loanda, localizadas no estado do
Paraná, são exemplos claros de diferenças entre os tipos de fundação que podem ser realizadas,
principalmente porque os solos dessas duas cidades possuem características diferentes, se
destacando principalmente pela primeira ter características mais argilosa, enquanto a segunda
possui um solo mais arenoso (FONSECA, F. P.; CZUY, D. C., 2005).
“Os solos derivados da alteração das rochas da
Formação Serra Geral são profundos, permeáveis, bem
drenados e ocorrem sobre topografia plana a ondulada,
apresentam alta capacidade de absorção de água e boas
características físicas para o desenvolvimento dos vegetais,
enquanto que os oriundos do arenito apresentam textura que
varia de arenosa à média, com elevado teor de areia e baixa
porcentagem de argila, os quais aparecem nos setores mais
elevados da região. São solos extremamente friáveis e,
consequentemente, com alta suscetibilidade à erosão. Os teores
de areia atingem 85% a 90% e possuem níveis críticos de
fósforo, potássio, cálcio, magnésio e, não raro, baixos níveis de
matéria orgânica, cerca de 1%, podendo, frequentemente,
ocorrer deficiência de macro e micronutrientes nas culturas.”
(FONSECA, F. P.; CZUY, D. C., 2005).
Portanto, quais as diferenças entre se projetar uma mesma edificação nessas cidades? É
possível aplicar a mesma fundação levando em consideração o mesmo projeto e as mesmas
cargas em ambas cidades? O que deve ser levado em consideração na hora de se projetar tais
projetos de fundação?
Conhecer a Engenharia de Fundações é o principal ponto de partida para se executar
uma fundação, é necessário ter conhecimentos de Cálculo Estrutural e Geotécnicas como por
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exemplo geologia, mecânica dos solos e mecânica das rochas. Segundo Velloso e Lopes (2012)
a estrutura calculada pelo engenheiro estrutural resulta em um conjunto de cargas, que são
passadas para o engenheiro de fundações que com o auxílio de vários elementos e
informações, que estão detalhadas a frente, projeta as fundações da obra. Tais fundações,
quando estão sobre as ações das cargas da estrutura, transmitem as forças para o solo que por
sua vez sofre deformações resultando em deslocamentos verticais (recalques), horizontais e
rotações.
Costuma-se dizer que dentro da Engenharia Civil, o Engenheiro de Fundações
necessita de mais experiência para atuar, levando em consideração que o ideal é que ele tenha
projetado e acompanhado a execução de vários tipos de fundação e em condições diversas.
Além disso o Engenheiro de Fundações deve ter conhecimento do solo em que está
trabalhando, com base nas investigações do subsolo que devem ser feitas no local. (NÁPOLES
NETO, A. D. F., 1998).
Existem vários tipos de processos de investigação do subsolo, como por exemplo
poços e sondagens a trado, porém o mais comum de ser utilizado é a sondagem a percussão
SPT.
“O ensaio de penetração dinâmica (SPT), normalizado
pela NBR 6484, é realizado a cada metro na sondagem a
percussão. O ensaio consiste na cravação de um amostrador
normalizado, chamado originalmente de Raymond-Terzaghi,
por meio de golpes de um peso de 65 kgf caindo de 75 cm de
altura. Anota-se o número de golpes necessários para cravar os
45 cm do amostrador em 3 conjuntos de golpes para cada 15
cm. O resultado do ensaio SPT é o número de golpes necessário
para cravar os 30 cm finais (desprezando-se, portanto, os
primeiros 15 cm, embora o número de golpes para essa
penetração seja também fornecido)” (VELLOSO, D. de A.;
LOPES, F. de R., 2012).
Tendo as sondagens executadas corretamente, as informações retiradas delas são
organizadas e apresentadas em um relatório escrito e outro gráfico e contém informações
como: Locação dos furos de sondagem; Determinação dos tipos de solo existentes até a
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profundidade de projeto; Determinação da consistência e capacidade de carga do solo;


Determinação da espessura de cada camada de solo; Informações do nível do lençol freático.
Com estes dados são retratados as características e propriedades do subsolo que são
avaliados e minuciosamente estudados para servirem de base técnica para a escolha do tipo de
fundação da edificação que melhor se adapta ao terreno. As fundações são classificadas de
acordo com a maneira que a transferência de cargas da estrutura para o solo ocorre, sendo
possível dividir em fundação do tipo direta e indireta.
As fundações diretas são aquelas que transferem as cargas da estrutura para o solo sem
que ele se deforme exageradamente. Tal transmissão acontece através da base da fundação,
sendo considerado apenas o apoio da peça para a transferência de esforços e desconsiderando
qualquer outra eventual transferência de cargas. As fundações diretas podem ser subdivididas
em rasas e profundas. Segundo Velloso e Lopes (2012) a fundações profundas são aquelas em
que o mecanismo de ruptura da base não surge na superfície do terreno. Tipicamente esses
mecanismos de ruptura atingem duas vezes o tamanho de sua menor dimensão, portanto a
norma NBR 6122 estabeleceu que fundações profundas são aquelas que possuem sua base a
uma profundidade maior que duas vezes sua menor dimensão, e a pelo menos 3 metros de
profundidade. Já as fundações rasas são localizadas próximas a superfície, e possuem
dimensões inferiores as citadas acima.
Alguns tipos mais comuns de fundações superficiais que podemos encontrar são:
Mais utilizado quando existe atuação de
pequenas cargas. São elementos de grande
rigidez ligados por vigas “baldrames” e
Blocos suportam predominantemente esforços de
compressão simples provenientes das cargas
transmitidas pelos pilares.

Trabalham com compressão simples e flexão,


fazendo com que sejam executadas com
materiais que resistam também a tração (aço).
Sapatas
Podem ser dos tipos Sapata Isolada, que
transmite para o solo as cargas de um ou mais
pilares; Sapata Corrida, que são elementos
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contínuos e acompanham a linha da parede as


quais elas transmitem as cargas; Sapata
Associada, são casos em que dois pilares
estão muito próximos e suas sapatas isoladas
precisam se sobrepor, então é criada uma
única sapata para ambos pilares; Sapatas
Alavancadas, são casos em que a sapata está
muito próxima a divisa do terreno e seu
centro de gravidade não coincide com o
centro de gravidade de carga do pilar, tendo
necessidade de criar uma viga alavanca entre
esta e a sapata mais próxima.

Quando a área das sapatas ultrapassa 50% da


área da edificação, é mais vantajoso reunir
todas as sapatas em um único elemento de
Radier fundação, chamado de Radier. Trata-se de
uma peça inteiriça que recebe as cargas de
toda a edificação.

Fundações indiretas são as que transferem cargas por efeito do atrito lateral do
elemento com o solo. As fundações indiretas são necessariamente profundas, devido a forma
de transmissão de cargas pela lateral, que exige grandes dimensões do elemento de fundação.
São comumente encontradas fundações profundas dos tipos:
São elementos de fundação que transmitem
carga ao solo por compressão, através da
Tubulão escavação de um fuste cilíndrico com base
alargada e uma profundidade igual ou superior
a três vezes o seu diâmetro.
Elemento de fundação profunda que é
Estacas
executada com o auxílio de equipamentos.
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Pode ser pré moldada, metálica ou de madeira


e posteriormente cravada a percussão,
prensagem ou vibração, e ainda pode ser
escavada e concretada “in loco”.

Para ser determinado o tipo de fundação deve seguir alguns critérios. Segundo Larsen e
Assis (2002) as características da obra podem determinar qual o tipo de fundação será
executado, como por exemplo, uma obra que possui o subsolo de argila mole até uma grande
profundidade. Cada caso deve ser analisado e fazer um estudo de alternativas para que se possa
escolher a fundação com base no: Menor custo, menor prazo de execução e condições
técnicas.
É sempre interessante que seja estudada mais de uma alternativa de fundação, para
então comparar os prazos e custos de cada uma e então determinar qual será mais adequada
para a obra.
Com o estudo necessário, a verificação correta dos solos e dimensionamento
apropriado dos elementos de fundação, é possível determinar qual a melhor opção para a
execução de uma fundação de uma mesma obra para as cidades de Loanda e Maringá,
possibilitando que futuras obras sigam no caminho correto desde o início de seu projeto.

A execução da fundação é uma das etapas mais importantes de uma construção pois é
nela que todo o edifício deverá se sustentar. Conhecer o tipo de solo que servirá de apoio para
a fundação é essencial para evitarmos possíveis transtornos. As regiões norte e noroeste do
estado do Paraná, assim como o restante do país, estão em constante ascensão e muitas novas
obras estão começando sua execução em especial nas cidades de Loanda e Maringá, portanto é
de extrema importância saber as propriedades do solo dessas duas regiões, conhecer suas
propriedades físicas para que possa ser determinado com precisão qual tipo de fundaçao
melhor se adapta na execução de um mesmo projeto porém em nesses dois locais.

Para que este trabalho seja executado, é necessário determinar quais os tipos de
fundação são mais indicadas para serem executadas em obras de mesmo dimensionamento e
distribuição de cargas, porem localizadas em cidades que possuem solos com características da
Formação Caiuá e da Formação Serra Geral. Para isso, será necessário então que se colete
laudos de sondagem de simples reconhecimento do solo (SPT – standard penetration test) e
então avalie seus resultados; Demonstrar através de cálculos a fundação mais apropriada para
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cada caso; Elaborar projeto geométrico e estrutural das fundações; Comparar os resultados
obtidos e apontar as diferenças de se construir em cada tipo de solo.

2 Materiais e programa experimental


A primeira medida a ser tomada é executar a investigação geotécnica preliminar, para
seja possivel então determinar qual a qualidade e as características fisicas do solo. Para tal, a
Empresa G. forneceu os laudos de sondagem de reconhecimento simples do solo (SPT –
standard penetration test). Para cada lote foram executados 3 furos de sondagem, e com o
auxilio dos relatórios gerados a partir dessas sondagens, é possivel verificar a qual
profundidade o solo possui resistencia suficiente para executar a fundação.

Após conhecer as propriedades do solo, são executados os cálculos de capacidade de


carga, conforme a normativa NBR 6122/2010, seguindo os métodos de Aoki-Velloso e
Décourt-Quaresma. Para a determinação da capacidade de carga do solo, a favor da segurança,
é adotado o menor valor encontrado dentre os dois métodos de cálculo.

Assim que conhecidos os valores de capacidade de carga que o solo possui de metro
em metro, é possível calcular o dimensionamento e armaduras das estacas e blocos, novamente
segundo a NBR 6122/2010. Para isso, é necessário ter em mãos a planta de cargas da
edificação, contendo as dimensões dos pilares e as cargas que são aplicadas em cada pilar.

Através das cargas aplicadas nos pilares e da capacidade de carga solo, é possível
determinar também quantas estacas são necessárias para cada pilar. Em pilares que forem
necessários mais de uma estaca é necessária a execução de um bloco de coroamento para a
transmissão das cargas do pilar para as estacas. Caso o pilar possua somente uma estaca, fica a
critério do projetista colocar ou não um bloco sobre a estaca.

3 Resultados e discussões
Ao finalizar os calculos de dimensionamento e armadura das fundações de estacas para
as cidades de Maringá e Loanda, foi possível quantificar e organizar as fundações das cidades,
gerando as seguintes plantas de fundação. Nela podemos verificar as cargas e dimensões dos
pilares, a localização das estacas em relação ao pilar, há também uma escala de cores para
facilitar a comparação dos projetos executados nas duas cidades.
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Para a cidade de Maringá, com o intuito de padronizar as profundidades das estacas,


foram utilizadas estacas de 5 metros de profundidade, sendo as variáveis de cada pilar o
diâmetro e a quantidade de estacas que estariam sob ele. Pode-se notar pelo projeto de
fundações mostrado acima que, devido à resistência do solo, obteve-se uma predominância de
pilares com uma única estaca de 15 cm de diâmetro. No total, foram contabilizados 37 pilares
com uma estaca de 15 cm, isso deve-se a pouca carga aplicada nos mesmos que aliada a
resistência do solo, possibilitou a escolha de poucas estacas. Para os pilares P24 e P25,
localizados mais ao centro da edificação, foi necessário optar por estacas únicas de 25 cm de
diâmetro, pois sua carga é levemente superior aos demais pilares que possuem apenas uma
estaca.
Seis pilares precisaram ser suportados por blocos de duas estacas de 15 cm de diametro
e outros dois com blocos de duas estacas com 25 cm de diametro. Tais pilares encontram-se
em pontos estrategicos da edificação, em sua maioria com grandes distancias em relação a
outros pilares e com cargas altas aplicadas sobre eles. Nos pilares P40 e P54, foi necessário
adotar 3 estacas de 25 cm de diametro. Eles possuem as maiores cargas da edificação e
também estão localizados em pontos mais isolados da e que por isso, suportam grandes cargas,
optando por este reforço na fundação.

Para a cidade de Loanda devido a resistencia do solo ser inferior ao solo de maringá
foram adotadas estacas com 8 metros de profundidade, e assim como para o caso de Maringá,
foi elaborado o projeto de fundações como é possivel observar na imagem abaixo. Para o
projeto da edificação realizado em Loanda 31 dos pilares ficaram com uma unica estaca de 15
cm de diametro. Sete dos pilares precisaram de uma estaca com 25 cm de diametro, onde
comparando com os resultados obtidos no estudo para a cidade de Maringá é possivel notar
que os pilares P09, P22, P35, P44 e P45 diferem, necessitando de estacas com 25 cm.

Pilares com duas estacas de 15 cm de diametros também foram em menor numero


quando comparados com o outro estudo, totalizando quatro pilares com essas condições. Em
compensação, a quantidade de pilares com duas estacas de 25 cm de diametro aumentou,
somando quatro pilares, sendo eles os pilares P11, P41, P50 e P52. Tais pilares, quando
comparados com os resultados obtidos em Maringá, tiveram suas estacas com diametro
redimensionado. A quantidade de pilares com três estacas de 25 cm de diametro permaneceu
igual para as duas cidades, sendo eles os pilares P40 e P54, que possuem as maiores cargas da
edificação, os resultados.
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Para ambas as cidades notou-se a necessidade de se executarem fundações profundas,


isso se deve a baixa resistência superficial do solo nos lotes analisados. Apesar de possuirem
propriedades diferentes, sendo o solo de Maringá mais argiloso e o solo de Loanda mais
arenoso, nenhum dos dois possui uma grande resistencia superficial, optado então para que
sejam feitas fundações profundas, no caso estacas escavadas. Segundo Rebello (2007), as
fundações profundas são mais utilizadas quando o solos superficiais não possuem capacidade
para suportar cargas elevadas, ou quando estão sujeitas a processos erosivos, ou ainda quando
tem a possibilidade de serem realizadas futuras escavações nas proximidades da obra. Vale
ressaltar que em outros pontos das cidades a resistência superficial pode ser maior, podendo
então executar outros tipos de fundação.

As principais diferenças encontradas entre as estacas calculadas para a cidade de


Maringá e Loanda foram nos quesitos profundidade e diâmetro das estacas. Para o solo de
Maringá, foi alcançado capacidade de carga suficiente para executar as fundações com 5 (cinco)
metros de profundidade, enquanto na cidade de Loanda, só foi atingido capacidade de carga
satisfatório a 8 (oito) metros de profundidade. Isso se dá pelo tipo de solo que é encontrado
em cada região.

Como já mencionado anteriormente, a cidade de Maringá está situada na Formação


Serra Geral, sendo constituida por rochas magmáticas, que por sua vez resulta na elevação da
resistência do solo. Já a cidade de Loanda se encontra na Formação Caiuá, que possui
caracteristicas de solo arenoso, tendo resistência considerada satisfatória somente a
profundidades mais elevadas.

Com relação ao diâmetro das estacas, para que fosse possivel suportar as cargas
aplicadas sobre os pilares, algumas estacas tiveram que ter seus diametros alterados, como é
possivel constatar nas estacas dos pilares P09, P22, P30, P35, P41, P44, P45 e P50. Tal
mudança também se dá devido as características do solo de cada região e a capacidade de carga
que cada solo aguenta a cada metro de profundidade.

Os blocos das estacas foram foram dimensionados de maneira que atendessem a ambas
as cidades, tendo seu dimensionamento e armadura na imagem abaixo.
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4 Conclusão
Ao analisar os laudos de sondagem, pode-se constatar que assim como esperado o solo
da região de Loanda possui solo arenoso e com resistencia suficiente para se executar uma
fundação a uma profundidade maior do que quando comparado ao solo de Maringá, que
possui solo argiloso como consta no laudo de sondagem do solo, porém também apresentou
uma grande resistencia a uma profundidade alta.

Para quesito de estudo foram escolhidos os mesmos tipos de fundação, e então


dimensionados de maneira que as principais diferenças fossem visualizadas no sistema de
fundações. Ao fazer isso, pode-se notar que a maior diferença entre as estacas projetadas para
Loanda e Maringá se encontra na sua profundidade. Para a primeira cidade foram adotadas
estacas de 8 metros de profundidade, devido a sua menor resistencia do solo enquanto na
segunda, as estacas puderam dimensionadas com 5 metros de profundidade.

Outra diferença foi para alguns pilares especificos que para a cidade de Maringá foi
possível adotar estacas de 15 cm de diametro enquanto para a cidade de Loanda tenha sido
necessário utilizar estacas com 25 cm de diametro, algumas vezes ainda sendo necessário
aumentar o numero de estacas por pilar. Isso também se deu a baixa resistencia do solo,
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fazendo com que, mesmo que ambas obras possuissem o mesmo dimensionamento de cargas,
o solo da cidade de Loanda precisasse de mais estacas para que pudesse suportar corretamente
a edificação.

Portanto, pode-se concluir que para ambas as cidades, mesmo que com diferentes tipos
de solo, é possível adotar o mesmo tipo de fundação porém com dimensões um pouco
diferentes. Vale ressaltar que, mesmo que neste estudo, os resultados para as fundações
tenham sido semelhantes, pode existir outros pontos das cidades que tenham caracteristicas
diferentes de solo, ressaltando então a importancia do reconhecimento do subsolo para cada
obra que será iniciada.

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[8] AMORIM, Kelly. Construção civil cresceu 74,25% nos últimos 20 anos, revela estudo do
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<http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/negocios/construcao-
civil-cresceu-7425-nos-ultimos-20-anos-revela-estudo-323993-1.aspx>.

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