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Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Ciências Naturais e Exatas


Curso de Bacharelado em Geografia

Antonio Von Ende Dotto

Disciplina de Geografia do Brasil


“Hidrografia do Brasil”

Novembro de 2020
Santa Maria, RS
1- Resenha descritiva

Título: Desenvolvimento nacional e gestão de recursos hídricos no


Brasil

Autores: Alexsandra Matilde Resende Rosa; Vera Lúcia de Miranda Guarda;

Revista Direito Ambiental e sociedade, v. 9, n. 2, maio/ago. 2019 (p. 197-220)

O artigo definido para leitura, tem como objetivo analisar a evolução da


gestão de recursos hídricos no Brasil e refletir como o estudo do uso das águas
no passado possibilita um planejamento melhor do futuro e o seu uso de forma
mais sustentável.

Assim, o estudo, incialmente, aborda o histórico do uso da água no Brasil,


em seus diversos períodos. Durante o pré-colonialismo, os grupos indígenas
viventes no Brasil, não causavam significativa degradação dos recursos naturais,
por utilizarem os recursos hídricos de maneira considerada rudimentar para seus
próprios consumos e atividades. A abundância da água no território brasileiro era
exaltada nas cartas dos colonizadores, e após a colonização se deu a
intensificação do uso da água. No século XVIII, o abastecimento público de água
passou a ser através de chafarizes e fontes próprias, e as tarefas de saneamento
eram realizadas pelo povo. Vale salientar, que desde aquela época a
desigualdade social definia a forma de acessibilidade a água.

A partir da expansão rápida desordenada da urbanização e


industrialização do Brasil, houve aumento populacional nas cidades, o que fez
com que a crescente demanda de água, aliada às barreiras impostas pelo déficit,
e seu uso insustentável aumentaram a necessidade de planejar e promover
políticas de gestão desse recurso.

Após estabelecido o histórico, o artigo se concentra na gestão de recursos


hídricos, seguindo a bibliografia de Benjamim (1999) que disserta que a história
da legislação sobre água no Brasil pode ser dividida em três fases: a fase de
exploração desregrada; a fase fragmentária; e a fase holística. Na primeira fase,
que engloba o período a partir do descobrimento do Brasil até o ano de 1930,
não se observa uma preocupação com o meio ambiente. Na fase setorial, foram
criadas as primeiras legislações que visavam ao controle das atividades
exploratórias. E somente na última fase, Holística, vai ser caracterizada pela
preocupação com o uso sustentável da água.

A gestão integrada de recursos hídricos é um modelo de gestão que tem


como objetivo diminuir os conflitos de uso e garantir a qualidade e quantidade da
água para suprir as demandas atuais e futuras da sociedade, utilizando um
conhecimento integrado dos problemas existentes nas bacias. É preciso buscar
a efetividade desse modelo na prática, para uma gestão sustentável das águas
2- Comentário sobre EIA/RIMA – Estudos de Impacto
Ambiental/Relatórios de Impacto Ambiental

O EIA/RIMA utilizado para fazer a abordagem foi obtido pelo site da empresa
responsável do projeto que é o Complexo Germano, da Samarco Mineração S. A.. Vale
salientar que esse EIA/RIMA é muito mais didático e intuitivo do que o do trabalho
anterior.

O Complexo Germano está situado nos municípios de Mariana e Ouro Preto, no


estado de Minas Gerais, fica a aproximadamente 150 km de Belo Horizonte, a capital
do estado. O complexo está interligado ao Complexo Ubu por três minerodutos que
atravessam alguns municípios, dentre eles Matipó, onde estão instaladas as Estações
de Bombas dos minerodutos.

Na sessão da caracterização do meio físico, encontra-se informações sobre os


recursos hídricos além de fotos de corpos d’água presentes na área e mapas de bacias
hidrográficas. A área em estudo do Complexo Germano está inserida nas sub-bacias
Rio do Carmo, Alto Piracicaba e Matipó, que desaguam no rio Doce. O rio Doce e seus
afuentes representam uma importante bacia hidrográfca pertencente à região
hidrográfca Atlântico Sudeste e tem a sua foz no oceano Atlântico. Os principais
afuentes do rio Piracicaba são o córrego dos Macacos, o córrego Brumado e o córrego
Congonhas, pela margem direita, e os córregos Palmital, Macaco Barbado, João
Manoel, das Almas e São Luís, pela margem esquerda. Os principais cursos de água
da bacia do rio do Carmo são os córregos do Fundão, Santarém, Mirandinha e Gualaxo
do Norte.

A Samarco utilizou dados de 16 pontos de monitoramento realizados no período


de 2014 a 2016 para a caracterização da qualidade das águas superfciais do Complexo
Germano. Nesses pontos de águas superfciais foram realizadas coletas mensais,
abrangendo períodos de chuva e de seca. Nessas coletas foram analisados diversos
parâmetros para avaliar a qualidade das águas na área do empreendimento. A
qualidade da água se mostrou com mudanças apenas pontuais em seus parêmetros
dentro da legislação estadual.

Quanto as águas subterrâneas, foram avaliadas através de coleta de água em


poços de bombeamento profundos e nascentes localizadas dentro do empreendimento,
e seus resultados apresentaram valores dentro dos limites fixados pela legislação
ambiental.
Em suma, a sessão de recursos hídricos embora bem ilustrada e didática, não
apresenta informações específicas para elaborar um parecer mais técnico desse eixo.

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