O Onzeneiro chega ao cais, onde se encontra o Diabo e o Anjo, e
mostra-se irritado porque queria permanecer “lá” na Terra.
O Diabo fica surpreendido pela demora da chegada do Onzeneiro,
pois já esperava este seu “parente” há algum tempo, visto que o ajudara em vida enquanto o recém-chegado amealhava muita riqueza, o que demonstra muita cumplicidade entre os dois.
Irónico, o Diabo manifesta espanto pelo dinheiro não salvar o
Onzeneiro da morte. Este está irritado porque não lhe deram nenhuma moeda para pagar o Anjo e poder ir para o Paraíso.
Com esta personagem, o autor pretende criticar todos os que
exploram os outros, cobrando juros elevadíssimos.
Escrita curta: o Sapateiro (pág. 108)
As personagens encontram-se num cais, junto a um rio. O Sapateiro é
informado de que a “viagem” é para o Inferno.
Ao tratar o sapateiro por “Santo Sapateiro honrado”, o Diabo pretende
troçar do Sapateiro, pois a sua vida religiosa era indigna e não tinha honra no trabalho. Aliás quando diz que vem “carregado” pretende dizer que o Sapateiro vem com muitos pecados e não com as formas e o avental como este interpretou.
Apesar de o Diabo o acusar de ter roubado o povo, o Sapateiro não
quer entrar na Barca do Inferno porque morreu confessado e comungado, ouviu missas, fez ofertas e rezou pelos defuntos.
Através desta cena, critica-se todos aqueles que enganam e roubam