Você está na página 1de 194
Dp 1 Anti ce Hicardo Antunes A DESERTIFICACAO NEOLIBERAL NO BRASIL (COLOR, FHC E LULA) Brasil, de Ricardo Antunes, traz fotografias ¢ fragmentos de uma dé- A desertificagito neoliberal n cada de devastagao social em nosso pais, Década iniciada com Fernando Collor de Mello, em 1990, que nos legou um brutal processa de privatizagao, um amplo leque de desregulamentagdes, um inten- so processo de reestruturacio, um vasto movimen- to de financeirizagao e um enorme e desmesurado ritmo de precarizagao social. Em sintese, como apre- senta o autor, for uma era de imformuatizagado imserider aeunea épocer de iformal 5 aventureira, foi, entretanto, com Fernando Henrique 0, essa década se iniciou com Collor de modo. Cardoso que a década do soctul-liheralismo deslanchou, ao comandar o pais por aite anos. Tratava-se, como ol dentro do mesmo ideario desenhado pelo. Consen- ry apresenta, de outra racionalidade, porém, so de Washington, Como principal conseqiiéncia da década neoliberal, o Brasil viu desmoronar qua- se toda a arquitetura construida no pertodo getu- lista. Se a vitéria de Lula cm 2002 sinalizava, em al- guma dimensio, o principiar da desmontagem da fase neoliberal, um ano € meio depuis, pode-se cons latar que os elementos de coulinuidade suplantaram em muito os tracos de desvontinuidade, abafando as possibilidades de ruprura. O Brasil ajudava a refe- rendar uma tese que tem sido freqiientemente reeditacda; as forcas que se credenciaram para de- mover © neoliberalismo, quando chegam ao poder, tornam:se prisioneiras da cngrenagem neoliberal ‘Os textos presentes em A desertificrgaio neoliberal a Brasil, de Ricardo Antunes, publicados em varios jornais ¢ revistas, no Brasil ¢ no exterior, oferecem elementos para a compreensio desse movimenta E, desse modo, colaboram para a busca de cami- nnhos para a sua superagio. A COPIA ILEGAL MATA O LIVRO NAO SETA COMPLICE DESSE GRIME ESCOLA SEM tivro NAO £ Escota, DENUNCIE BP AUTORES — e ASSOCIADOS wetabdrorg. be Itoresassociadas,com. br abdrwa hde.org.br editoraG? antoresasvociados, com. br A DESERTIFICACAO NEOLIBERAL NO BRASIL (COLLOR, FHC E LULA) EDITORA AUTGRES ASSOCIADOS LTDA. Uma editora educative a service da cultera bra Aw, Albino |. B. do Oliveira, 901 - CEP 13084-008 ‘Campinas - SP — Pabx/Fax: {19} 3289-5930 eomail; editora@autoresassociades.com or Cardloge on- linc: www.autcresassociados.com.r Conselho Editorial “Prof, Casemire dos Reis Filho” Gilberta 8, de Md. Jonnuzzi Aparecida Motte « E Garcia Direror Executive Flavia Baldy dos Reis Coordenadora Editerial Erica Bambara Assistente Edi Aline Marques Revista Cleide Salme Ferreira Really Diagramaggo © Arte-final Cringe de caps ¢ leiaute baseados em agédia, Kline, 1887 Erica Borbard) eso © Acabamento A DESERTIFICACAO NEOLIBERAL NO BRASIL (COLLOR, FHC E LULA) RICARDO ANTUNES AUTORES ail Dades Internacionais de Catalogac¢o na Publicacao (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP. Brasil) Antunes, Ricardo Addesortificagae neoliberal ro Brasii (Coller, FHC = Luls} / Riearce Ancunes ‘Campinas, SP: Autores Asociados. 2004. ISBN 85-7496-099-3 |. Brasil — Polities e governs 2, Cardoso, Fernande Henrique, 1931- 3. Melic, Fernando Collar de, 1949- 4. Silva, Luiz Inacio Lula da, 1545- I 04.3789 CDD-320 98106 indice para carilogo sistemanice: |, Brasil: Politica e governa 320,98 106 Impresso no Brasil - julho de 2004 Copyright ©: 2004 by Editora Autores Assaciadas Bepésico lege! na Biblioteca Nacional conforme Decreto nt |.825, de 20-de dezernbre de 907. enhuma parte da public. poderd ser rearoduzida ou trensmitida de qualquer mode ou por qualquer meio, soja clecrénico, mectiaica, de foracopia, de gravaggo. ou outros, sem prévia autorizacao por escrite da Editora. © Codigo Fo odetermina, no amiga 18d “Dos crimes contra a propricdade intelectual des aliratites austorl Violagh Are, 184. Yielar dirsite autoral multe, Pana - detencio da trés mates aum ano, o| produgic, por qualqucr mew, de obra ntelecwl, no todo ou or ou de quem a represente, ou m0 * Se a violacia consistir na r ent pata, para fine d= comarcio, sem autorzacéo expressa do consistir na reproducio d2 fonograma e videograma, som autorizagiu da pinutor au ce a represente Fena—reclusie de urn a quatro anos e mula." ‘Tanlos pissim este chao gue ele talvez sin dia se bumanize SUMARIO | Apresentagae PARTE | DA AVENTURA BONAPARTISTA DE COLLOR A RACIONALIDADE EXACERBADA DE FHC Collor ¢ a aventura bonapartista © duple fracasso do Projete Coller Collor ¢ a crise Brasileira As ambigiidades do Governo @ do Plano ltamar Madernidade ou produgde destrutival As desventuras de Leone! Brizola Ligdes da greve no Governa FHC FHC — 2! ate - 0 bico do tucano A plumagem ¢ 2 carne FHC, o espetho eo diluvic Acreforma da imprevidénc'a 64 ey As tragédias da Petrobrax multifuncional Qual € 0 espaco do Brasil? PARTE 2 NO LIMIAR DO SECULO xx): SOCIAL-LIBERALISMO. OU ALTERNATIVA SOCIALISTA? No limiar do séeule XX! O significado des nowas movimentos sociais Primeire de Maio: resgatar © sentido de pertencimento de classe © Primeiro de Maio e seus novos broletdrios do mundo: fim Gu recomeco? O trabalho na fonte misteriesa Os sindicatos estao na encruzilhada Entre o fetiche © a realidade As eleicdes plebiscitarias A divida externa e © plebiscite As bases sociais das mazelas e seus mitos recentes A prefeitura as dilemas do desemprogo. Desemprego: come enfrenta-[o? A “tereeira via": uma via de continuidads do neoliberalismo fa Inglaterra O sécule atormentade a Alguns desafios da alternativa social A légica destruriva na era do extremo ir acionalismo {29 134 | PARTE 2 LULA E OS [DES}CAMINHO$ DO SOCIAL-LIBERALISMO O Brasil no século XXI: a witéria de Lula ¢ os desafios da esquerda social © pérdulo ce Lule Saldria minime: dignidade do trabalho ou continuidade de arroche? Algumas razées de fundo para impedir a (contra)reforma da (im)previdéneia A vinganga inesperada da historia © flagela do desemprege no Governo Lula O tucano e o orniterrinco Atrajetéria (ea tragédia) do PT Deu no New York Timest Sobre o aurer Apresentagao Quanda Fernandy Henrique Cardoso inicivu seu governo. em 1995, deparou-se com uma greve geval dos petroleiros que abalou de o pats’. A viruléncia com que FHC enfrentou aqucle meviment: resisténcia marvou definitivamente sen governa, sua fisionomia, enfim, os interesscs que estavam dominande cm sen governa, © neoliheralismo, iniciado com Collar’, de modo aventurciro, eacen- fe que exigia uma dura dere trava com FHC uma nova racionalida rola ao movimento sindical dos wrabalhadores, visando pavimentar gs caminhes do neoliberalisme ne pais Ha poco mais de uma década, alyo similar ocurria na Inglaterra ralisme bri- de Margaret Thatcher Para consolidar 9 nefasto nex nandu Henrique Casduse fe! cleito presilerive oar 1M resleito em 1 MSD. Par- oe em segunda or 2 se cacesrouem 2002: gly Melly tos ¢ empussade cl PRN, Partide da Re eu processn di el em 195 1990, Fru seme subscituida gelo vice amar Dranea, Cojo mandate see re tanico recem-iniciado. seu gowerno vilipendiowa herdica greve dos de 198 neoliberais naquele pais, Como coube a histéria fotografar estes tristes episddios, ambos, FHC ¢ Thatcher, o princi de ferro, 0 lembrades com minein A, aprofundande o idedrio ¢ a pragmatica do Real @ adam nimigos dos trabalhadores, Co Su cessar de Thatcher, a ln a Tory Blair’, seu glaterra vivencicu a fai Now Labour ¢ a jocosa “Lerecira via”. Como sucessar de FEIC, 6 Brasil presenciow a vitéria de Lula’ Pa da da politica cconémica, contraditando os interesses do Funde ra aqueles quy csperavam pelo principiar da mudanga profun- Monetirio Iaternacional (FMD, dos organismos multilaterais, das finangas c¢ das transnacionais; pela contencao do fluxo de capitais que migram para o sistema financeiro internacional esgotande a pro- dugdo da nossa riqueza; pelo combate ao nefasin projero da Area de Livre Comércio das Américas (ALCa) (que, se implementada conselidara o dominio ecandmics, politico, cultural ¢ da proprie- dace intelectual norte-americana sobre a América Latinal cuperacao da dignidade do saldrin minim, contra a politica de ar- roche salarial; pelo combate aoe transgénicos que Lantos risegs podem trazera nossa saricle; pelo inicio da refarma agriria, impres- cindy tia f para desmontar am dotlrn: pela recuperacao da res ibliea Contre a secular privatizagao do Fstade brasileiro; entim, pele jnivie de um programa efetive de mudangas, com prazes e caminhos construides com sélida impulsio social, foi pesaroso ver que a mei a “reforma” do Governo Lula fei agendada pelo FMI, imposi- Gao que o governoucciton sem resistencia, desestruturando um se- tor importante da classe trabalhadora brasileira, composta pelos tunciondrios publicos, e que sempre foi um dos pilares de susten- * Ts é uma alasau ao Partide Conservadar ** Luiz Indcio Lula da Si res), com mandate até 206 a cxpressé a ini eleite

Você também pode gostar