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1. BARRAGEM
Barragem é um elemento estrutural construído transversalmente a vales ou
depressões, com o intuito de elevar o nível da água dos cursos naturais ou de formar
reservatório destinado à acumulação de água; podendo ter várias finalidades como a
geração de energia através das usinas hidrelétricas, abastecimento de água para indústrias,
residências e agricultura, contenção de enchentes, navegação, piscicultura, turismo,
contenção de sedimentos, entre outros. As barragens são construções muito importantes
para qualquer comunidade, pois são imprescindíveis ao desenvolvimento do local onde
estão inseridas, porém apesar de toda sua vantagem este é um tipo de obra que pode
impactar muito o meio ambiente, mudando o curso dos rios, os níveis freáticos, além de
toda a paisagem a sua volta.
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Dessa forma, a escolha do local onde irá se construir essa barragem é muito
importante e deve ser feita seguindo um planejamento para se estudar em que a obra irá
afetar as condições geológicas e geotécnicas da região, estudar também os fatores
hidráulicos, políticos, econômicos, social e ambiental. Essa escolha deve estar ligada
diretamente aos objetivos do empreendimento, pois para cada tipo de barragem são
necessárias algumas exigências. Bem como a escolha do tipo de barragem está ligada a
aspectos técnicos variados, como as condições de acesso, condições de fundação,
condições topográficas, além da disponibilidade de materiais de construção no local.
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Sua vantagem quando comparada à de concreto gravidade é que o seu consumo
de concreto é muito menor, resultando em menores custos de implantação, porém possui
um projeto mais elaborado logo necessita de uma mão de obra mais especializada.
Apesar de suas variadas vantagens essa obra também apresenta riscos os quais
devem ser muito bem prevenidos através de sondagens, a avaliação desse risco deve
começar pelo estudo de modos de falhas para estimar a probabilidade e consequência de
cada risco, entre estes riscos está o vertedouro insuficiente e mal calculado que pode gerar
inundações; fundações porosas gerando solapamento e materiais de má qualidade.
Nesse tipo de barragem pode surgir um fenômeno chamado piping, que é a erosão
interna que provoca a remoção de partículas do interior do solo, formando tubos vazios
que provocam colapsos e escorregamento laterais do terreno, este fenômeno pode se
desenvolver por processo degenerativo ou envelhecimento das estruturas. Porém a
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probabilidade de rupturas em barragens mais antigas (construídas antes de 1950) é 7,5
vezes maior que em barragens mais novas.
As barragens de terra têm grande volume, taludes suaves, devem ter muita
inclinação e compatibilidade com a resistência ao cisalhamento do material após
compactação. Possuem base larga para distribuir o peso e aumentar sua seção de
percolação. Dependendo da disponibilidade de materiais ela terá seção homogênea ou
zonada.
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a rocha adequada para a fundação de uma barragem de enrocamento pode não ser
aceitável para uma de concreto. A rocha que preencherá a maior parte da barragem precisa
ser inalterada pelo intemperismo, não sendo facilmente desintegrada ou quebrada. São
inadequadas para a construção rochas que se fragmentam facilmente em pedaços muito
pequenos, com muitas lascas e pó quando sujeitas à ação de explosivos. Exemplos de
rochas resistentes adequadas são a gnaisse e o diabásio, os blocos dessas rochas são
colocados de forma que elas tenham o maior contato possível entre suas superfícies e os
vazios entre elas, são preenchidos por material de menor tamanho.
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de exploração precisa estar em áreas com cotas superiores a área de lançamento no aterro
para facilitar o transporte.
2.2. TOPOGRAFIA
Uma análise da dimensão e formato onde será construída a barragem é
fundamental na etapa de escolha do tipo mais apropriado de barragem. Os rios em quais
as barragens serão inseridas podem ser chamados de vale (V) que é o mais usado e o vale
(U) que tem as encostas íngremes e o volume de aterro é maior. É avaliado também o tipo
de vale, como mostra a tabela a seguir.
Tabela 2: Tabela que correlaciona tipo de vale e tipo de barragem mais indicado
2.3. CLIMA
Esse fator pode influenciar diretamente as características do solo, como interferir
no cronograma de chuvas. De maneira geral, regiões de clima úmido costumam ter solos
finos em camadas resistentes, enquanto as regiões de clima seco possuem solos mais
grosseiros em rasas camadas. As chuvas precisam de uma severa influência, pois ,além
de interferir no cronograma da obra e na erosão do talude e jusante durante a vida útil de
barragens de terra ou enrocamento. Ainda é fundamental o estudo do regime de cheias do
rio, pois a vazão do rio na época da construção pode ser decisiva na escolha do tipo de
barragem.
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2.4. MATERIAL DE FUNDAÇÃO
É de suma importância analisar a resistência, deformidade e permeabilidade do
material da fundação em que a barragem será inserida. Assim, com essas características
da fundação poderá ser indicado o tipo de barragem, como também o tratamento da
fundação.
Tabela : Correlação entre a classe da rocha e o tipo de barragem mais adequada (MARQUES FILHO e GERALDO,
1998).
2.5. HIDROLÓGICO-HIDRÁULICO
O estudo hidrológico das vazões do rio, do nível do reservatório e da altura de
borda livre é utilizado para a determinação da altura da barragem. Esses estudos ajudam
a determinar se a barragem será autovertedoura ou não e define-se o tipo de barragem que
suportará o galgamento, quando se fizer necessário. As ondas no reservatório também
precisam ser analisadas assim como os ventos que geram essas ondas, pois o talude de
montante tem que suportar os efeitos causados por esses fenômenos.
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2.6. PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
Atualmente a questão ambiental tem ganhado cada vez mais importância na
construção de barragens. Os projetos devem ser feitos visando minimizar os impactos
ambientais. Podem existir áreas onde não seja permitida a escavação ou o desmatamento,
afetando assim na disponibilidade de material de empréstimo, e consequentemente,
interferindo na escolha do tipo de barragem. Portanto, é imprescindível um estudo
detalhado das limitações impostas por questões ambientais ainda nas fases iniciais do
projeto.
Condição ideal para a construção de barragens de terra, pois sendo os solos secos,
firmes e profundos, a barragem poderá ser assentada diretamente sobre o solo. Entretanto,
antes de iniciar a sua construção, recomenda-se fazer uma aração (com arado de discos
ou de aivecas) no local, onde a sua base será assentada. A finalidade dessa aração é
permitir que, após a compactação, ocorra uma boa condição de ligação entre a primeira
camada de terra do maciço e o solo, permitindo que ele fique bem fixo ao solo, garantindo,
portanto, uma boa condição de estabilidade.
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3.4. SOLOS ARENOSOS
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4. BARRAGENS EM PERNAMBUCO
Por conta do solo do estado de Pernambuco não ter a presença de rochas sedimentares
em 80% da sua extensão, as barragens de terra são predominantes no estado por não
possuírem o requisito de rochas rígidas no solo como as barragens de alvenaria.
Localizada em Igarrasu-PE
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Perda da biodiversidade, terrestre e aquática;
Efeitos sociais por relocação.
Poluição, contaminação e introdução de substâncias tóxicas;
Atividades excessivas de pesca;
Aumento do material em suspensão na água devido a atividades agrícolas;
Deterioração da margem de rios, represas e lagos;
Alteração na flutuação do nível da água e interferência no sistema hidrológico;
Remoção de espécies de grande importância na rede alimentar;
Aumento de navegação e transporte;
Intensificação das atividades de mineração;
Alterações nas condições químicas e físicas das águas (qualidade da água) –
temperatura, oxigênio dissolvido, pH (por acidificação), nutrientes (por
eutrofização).
Pelo menos 45% das barragens no Brasil funcionam de forma irregular e sem
autorização, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA). São 10.330 barragens sem
concessão ou licença de um total de 22.920, o que dificulta a fiscalização e o
monitoramento. Para Carlos Barreira Martinez (2018), os custos de manutenção e
fiscalização devem ser incorporados aos da barragem. “Não basta construir uma estrutura
e achar que ela vai sobreviver ao longo do tempo sem ter o tratamento devido, pois precisa
de manutenção”. (Revista IHU-Unissinos).
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mantinha um volume de rejeitos de aproximadamente 55 milhões de metros cúbicos,
dentro do limite permitido e licenciado pelo órgão ambiental competente –
Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Supram)
–, de até 111 milhões de metros cúbicos. Este era o volume licenciado quando fosse
atingida a cota de 920 metros, conforme dados do Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
No dia 05 de novembro de 2015, o dique da barragem entrou em colapso e rompeu-se,
causando um desastre ambiental sem precedentes na história do Brasil. Os efeitos
imediatos dessa tragédia, ainda em desenvolvimento, puderam ser observados desde a
jusante da barragem destruída, em Minas Gerais, até a foz do rio Doce, no mar do Espírito
Santo.
Para minimizar os impactos sobre a região do litoral capixaba após a chegada dos
rejeitos, a Samarco instalou barreiras, em sentido longitudinal, nas duas margens do rio e
em ilhas localizadas no estuário; isso, no entanto, não impediu que se espalhasse.
Um plano de ações emergenciais foi executado, com foco na gestão dos impactos
ambientais com ações de monitoramento da água, revegetação emergencial com
gramíneas e restauração da fauna local. Buscou-se fortalecer os sistemas de
monitoramento e segurança das barragens remanescentes e foram executadas obras de
reforço estrutural, para suavizar o risco de novas ocorrências.
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6. CONCLUSÃO
De acordo com os estudos supramencionados, a construção de barragens está em
crescimento, devido a sua ampla utilização e disponibilidade de recursos hídricos no
Brasil. Contudo, os estudos indicam que sempre há determinados impactos ambientais
causados pela construção de barragens, e a falta de aplicação do conhecimento
científico na construção das barragens pode acarretar prejuízos financeiros e
comprometer a vida útil da construção. Outro ponto crucial a ser analisado é a escassez
na fiscalização de irregularidades em suas implantações no território nacional. Mais
estudos devem ser realizados para determinar o motivo desse défice e propor soluções
viáveis para que a segurança de moradores locais não seja afetada.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-19062015-152233/pt-
br.php
www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/6288/1/2011-TESE-MMABRAZ.pdf
https://www.ecodebate.com.br/2010/08/04/os-impactos-ambientais-dos-
reservatorios-artificiais-artigo-de-altair-sales-barbosa/
www.cepa.if.usp.br/energia/energia1999/Grupo2B/Hidraulica/balbina.htm
http://www.ipt.br/publicacoes/tecnicas/artigos_tecnicos/1146-
sismicidade_de_paraibuna_paraitinga:_relacao_empirica_entre_a_escala_mr_e_
medidas_locais_de_duracao_e_amplitude.htm
http://www.ihu.unisinos.br/185-noticias/noticias-2016/558628-brasil-so-
fiscaliza-4-e-desconhece-risco-de-87-das-barragens-diz-ana
http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/578174-45-das-barragens-no-brasil-
funcionam-de-forma-irregular-e-sem-autorizacao
periodicos.pucminas.br › Capa › v. 5, n. 1 (2016) › Lopes
https://www.engenhariacivil.com/funcionamento-barragens-moveis
www.monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10006346.pdf
www.cbdb.org.br/documentos/site/91/9121.pdf
www.cbdb.org.br/documentos/site/92/9230.pdf
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