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Dados de Catalogagao na Publcagdo (CIP) Internacional (Camara Brasileira do Livto, SP, Brasi) Forte, Bruno, 1849- Teologia da hstéria : ensao sobre a revelaglo,o inicio @ a consumagSo [tradugtio Georges Ignacio Maissiat ; revisao Hono Dalbosco}, — Sao Paulo : PAULUS, 1995, — (Teologia sistemica) SBN 85-349-0030-6 1, Rovelagao 2. Sotrimento — Aspectos relgiosos |. Titulo. Série 92-4223 cop-231.74 Incices para catdlogo sistematico: 1 Deus : Revelagao : Teologia dogmatica erst 291.74 2, Revelagio : Teologa da histéria 281.74 8, Revelagao : Teclogia dogmatia cist 231.74 231.74 F737t EX.1 ITESP vives IMMA Colegio TEOLOGIA SISTEMATICA + A Trindade como histéria, B. Forte + Teologia do Batismo, V. M. Goedert + Curso fundamental da f6, K. Rahner + Teologia do sacramento da peniténcia, J. R.-Regidor + Unidade na pluraiidade, A. G. Rubio + Os sacramentos da fé, C. Rocchetta + O Pai, Deus em seu mistério, F-X. Durwel + Nossa vida tem futuro — escatologia crista 1, R. J. Blank + A teologia como compania, meméria e profecia, B. Forte + Maria, a mulher fcone do Mistério, B. Forte + Nosso mundo tem futuro — escatologia cristA 2, R. J. Blank + Teologia da histéria — Ensaio sobre a revelagao...,B. Forte BRUNO FORTE, TEOLOGIA DA HISTORIA ensaio sobre a revelac4o, 0 inicio e a consumagao PAULUS ie PARA UMA TEOLOGIA DA HISTORIA istoria é, em ultima andlise, a tentativa de compreender © sentido do agir e do sofrer dos homens dentro dela”.' consciencia daquele que cré, as interrup¢des continuariam nao ‘menos inexplicdveis do que 0s novos inicios; tudo seria abando- nado a vitéria final da morte e o triunfo do nada se apresentaria comoa tinica solucdo possivel parao problema de existir. Resistir endo obstante, tudo suportar, apesar da envolvente onipresenga do nada, continuaria sendo o tinico desafogo do desejo, seria a forma do tiltimo heroismo trégico capaz de dar sabor a fadiga dos dias, “Se Cristo nao ressuscitou, vazia é a nossa pregacao, vazia também 6 a vossa £6" (1 ‘A morte do Crucificado 6 a morte da morte porque ele 60 Senhor da vid 1989, 2. 1. K, Lawith, Signfcatoe fine dela stoi “Nao tenhais medo de nenhum deles, nem fiqueis conturbados, antes, santificai a Cristo, o Senhor, em vossos coragdes, estando sempre prontos a dar raziio da vossa esperanca a todo aquele que vo-la pede” (1Pd 3,148). O siléncio da sexta-feira santa é 0 local em que o advento, com toda a indedutivel novidade que o caracteriza, encontrou-se com 0 éxodo da condigéio humana e com toda a profundidade e pesode suas contradigdes e imperfeicde: resumo” i \ No entanto, esse empreendimento ndo se desenvolverd em vio: se a interrogacio que nasce da dor é to antiga quanto as vicissitudes do homem sobre a terra, nfio € menos antiga do que essa interrogacao a necessidade de “redimir” o tempo hist6rico. Foi essa necessidade que fez nascer entre os homens das socieda- des arcaicas o “mito do eterno retorno”; foi essa mesma necessi- dade que encontrou na concepeao hebraico-crista da histo uma resposta nova e revolucionaria, que com o tempo seria desenvolvida de maneiras diferentes; ¢ 6 ainda ela que, no fundo, motiva as modernas “filosofias da historia”, cuja palavra de triunfo e decadéncia reapresenta com nova atualidade e renova- do interesse 0 escindalo da cruz. do Filho de Deus como éinico sentido possivel para a “cruz do tempo” e, por isso, como fundamento e contetido central da missfio do mundo e da vida que possa dar significado e esperanca a hist6ria, a) O mito do eterno retorno Mircea Eliade — numa pesquisa que se tornou clissica sobre a imagem que o homem das sociedades arcaicas formou sobre si mesmo e sobre a posi¢do que ocupa no mundo — observou que a diferenca principal entre esse homem e 0 das sociedades modernas, fortemente marcadas pela influéncia ju- daico-crista, “consiste nofato de queo primeiro se sentesolidério com 0 cosmo e com os ritmos césmicos, enquanto o segundo se 10 considera solidario apenas coma histéria”.? Certamente também para o mundo arcaico existe uma historia; trata-se, porém, de tuma “histéria sagrada” indefinidamente repetivel e baseada no modelo exemplar guardado e transmitido pelos mitos. E como se percebéssemos uma “revolta contra o tempo concreto, histér £0”, tuma “nostalgia de retorno periédico ao tempo mitico das origens, ao “grande tempo”. Os objetos e os atos nao possuem valor intrinseco autnomo, mas adquirem valore se tornam reais somente enquanto participam de realidade que os transcend: gesto adquire sentido somente enquanto repeticao de ago primordial. “Com a repetigaio do ato cosmogonico, o tempo Conereto... é projetado para o tempo mitico, in illo tempore, em que aconteceu a fundagao do mundo".**A realidade € adquirida em virtude de repeticdo ou participagéo” > Os modos de ser, de pensar e de agir do mundo arcaico foram elevados a dignidade filos6fica por Platio, cujo grande merecimento consistiu “no esforco por justificar teoricamente essa visio da humanidade arcaica pelos meios dialéticos que a espiritualidade da sua época the oferecia’.® Por detras desse esforco especulativo esta a ansia smulada pela “cruz do tempo" ‘A humanidade arcaica formula a possibilidade da regenera- fo ciclica do tempo mediante a superacdo ritual da histéria: para esta, o que é verdadeiramente essencial e primordial é 0 inicio, aquele inicio-arquétipo que Platao identificou com o mundo das ‘udo recomeca desde o seu inicio a cada instant pasado nao é senio a prefiguraco do futuro e nenhum aconte- cimento é irreversivel enenhuma transformacio édefinitiva. Em certo sentido, pode-se dizer que nao se produz nada de novo no mundo, j4 que tudo 6 apenas a repeti¢ao dos proprios arquétipos 2.M, Eliade, I mito deleteno ritomo, Roma 1968, 5. 3.16.9. 4.18.38 5 6 u PA vida nao pode ser consertada nema beleza e a bondade ser restauradas, mas elas s6 podem ser recriadas mediante a repeticao do ato primordial, do modelo eterno, Este comportamento nao deve ser mal interpretado como uma forma de desprezo da existéncia e das realidades deste mundo; pelo contrario, ele mostra “o esforgo desesperado para do perder o contacto com o ser”, a angistia por dar dignidade a uma vida que parece apenas su-ceder (“ac-cadere”), queiman- do-se no proprio ato de consumar-se. Na especulacdo grega, 0 mito do eterno retomno “tem o sentido de suprema tentativa de ‘oficializaco’ do tornar-se, de anulaco da irreversibilidade do tempo”.* A visio ciclica da hist6ria nao é regresso ou queda para tras, mas regeneracao, repeticao do arquétipo, que é a tinica realidadeeo tnico valor verdadeiramente essencial e duradouro. Que resposta oferece esta visao a pergunta que se eleva da “cruz da historia”? que significado tem o sofrimento dentro do ciclo doeterno retorno? Naoestarfamos errando, ao dizer que ele € exorcizado: transformando-se numa fase do processo — fase esta que sera anulada ao se repetir 0 arquétipo —, o sofrimento se torna “normal”. A “normalidade” da dor, do seu retorno iclico e seu desaparecimento ciclico, a aceitagao que faz da necessidade virtude sio 0 ideal do sfbio, a resignacao de quem se abandona — como mero caso do universal — ao processo eterno da vida, ao eterno retorno do mesmo primordial e sempre cobicado. E dirigindo o olhar para trds, para o puro “inicio”, e é repetindo este arquéti i Desta forma, a concepcao ciclica do tempo anula a consis- téncia do instante presente: a primazia do mundo das idéias acaba admitindo a abolicao do tempo historico, realizada gracas Aimitagdo dos arquétipos ea repeti¢dio dos gestos paradigmaticos. Perdeu-sea compacta densidade do fragmento, nenhum futuro é realmente ameagador e 0 suceder-se do tempo, com toda a coneretizacio que Ihe é inerente, s6 € nobilitada pela saudade e 7. 118, 8lb. 1216159, 12 pelo gesto de repetigiio do modelo primordial. © homem se transforma em “caso” do universal ¢ 0 seu futuro nao passa de retorno, sem verdadeira novidade ou surpresa. O mundo arcaico e, da mesma forma, a cultura grega nao conhecerdio a dignidade irepetvel da pessa, sujet histrico Gnico singular, nem a espera de um novo dia por vir, que possa colorir ou embelezar todas as coisas com a sua luz, cheia de verdadeira novidade e de inimagindvel beleza. ‘Gndlnfinta epi dotdntiod marnadadenav, dedoit: en, justo a maior tentativa de retomada do mito do eterno retorno dentro da tradigéo do pensamento ocidental — a realizada por Friedrich Nietzsche — é que nos demonstra sua limitacao constitutiva: denunciando a faléncia de todas as religides do progresso — junto com a mensagem hebraico-crista em suas formas teo] Mas isto s6 se cumprira se ele puder a cada instante atualizar o inicio, repetindo a cada instante o instante da eternidade: é assim que se realiza 0 eterno retorno da vida na sua dupla plenitude de ctiacao e destruicao, de alegria e dor, de bem e mal, Nao ha mais inicio e fim, mas 0 9. K. Léwith, Siguiicatoe fine della storia, a. 189. 3 € ofim ¢ o fim 60 inicio, dentro Ele, porém, nao substitui, o “ciclo” pela linha aberta rumo a um progresso indefinido, mas pela cruz do Ressuscitado que, cravada na historia, a fende em duas, provocando os homens & decisao da fé que é a Gnica que qualifica sua existéncia no tempo e para a eternidade; ‘Seu {ema e sua preocupacao central € a ria escatologica da fé —-que é histéria secreta dentro da ria secular —, subterrinea e invisivel para os que no 20,1. Ursvon Balthasar, tito ne fammento,o., 39, Aprineira parte desta obra ¢ expos resumia da eclogia agostnana do tempo eda sti, sob ots La “isperione del tempo, Camo ro das Condes, Agostino com Suahisriapessoale nos quatrolivostegunter-— pasa nconsderr dh existent, que se ened ene» ptia © olor de rerinogto, ex sucesivameni a mem ivr Xo empo ire Xi, o prinfposnosempoal Co {mundo veo XID ea ira peregrina (lo UI) &especaimente dete livres que se dua a sun grandlona visto de teloga da histri, A billografa sobre Agostino € inensacinicrasar obras quabdiversosespecovouemreayaoedversstemates, se referem so eoneepeio da sti: fA Trape, 5. Agostino, in init Pac, Apne, Pool on 1978 lM 325434 nos conserr come uma rexpresctn¢o a erpretao aotnians da i 2 obra de Hl. Marrow, Teologia dela sori, Milo 1969, que demonsia a perene ‘ialdade da visto de can Agosti. 20 sm os olhos da £6"?! — “inter persecutionesmundiet consolationes Dei peregrinando procurrit” —# como povo escatolégico chamado a viver e a propagar, em ne RD = HS est a deciséo do homem — que determina se i civitas terrena ou a civitas Dei —, fazendo dele I 00018 sem diva peta race, masresponsabiizada no Mais alto grau perante a seriedade e a ponderagdo de suas proprias decisGes concretas, inexoravelmente carregadas de fu- turo. A esta altura, pademos facilmente percsbeso posiag ge 0 pessimismo histérico e antropalégico de Agostinho se baseia no absolutismo cristol6gico do seu pensamento, no radicalismo de ne6fito com que ele interpreta 0 textoevangélico “Quemnaoajunta comigo, dispersa” (Mt 12,30) Nele ecoa aquele “zelo divino” de que fala Paulo Be ba a see cont es toasts a dees problematica a autonomia das realidades terrenas, a dignidade e consisténcia do tempo histori- co dentro da sua continuidade e complexidade, mesmo prescin- dindo da decisao qualificadora por Cristo. E, pelo contrario, exatamente a descoberta do tempo hist6- rico que caracteriza outro grande projeto de teologia da histéria que amadureceu no cristianismo ocidental: a concepcao de Joaquim de Fiore, Baseando 0 evoluir do tempo historico no 21.K. Liwith, Signfieato ene dela storia 0.197. Todo cap. IX deste volume (185-188) Ededicado & refutagdo da visio clissca do mundo ea teologia da histria de Santo Agostinho,Sobrea relagio entrea concepcio agostiniana ea grega” et F. Gilson, Le tomps et éternté chez Plotin et St. Augustin Pars 1935, que na priniica ple em cevidéneia a *presenga eminente do tempo ha eternidade” (362) 22, De Civitate Dei, XVII, 51 25, De Civitate De, XIV, 38. 21 eterno processo das Pessoas divinas, sem, porém, diluir este naquele, Joaquim se sente autorizado a superar o absolutismo do Cristo em favor da visdo i iit sia ces cule ria: jue une entre si — € assumida para significar a relagao que une entre as divinas: “A terceira fase, que tera inicio com Elias, se refere propriamente ao Espirito Santo, pelo fato de que nela ele manifestaré a sua gléria, como o Pai o fez na primeira fase e 0 Filho na segunda. Como, entao, o Espirito Santo nao procede somente do Filho, mas — como dizem os santos doutores — principalmente do Pai, tendo vindo como proprio Filho no inicio da segunda fase, também naquela ocasido — como aparece claramente nos Atos dos Ap6stolos —manifestou em partea sua gloria, para manifesté-la plenamente quando vier Elias”.*® Na hist6ria se revela o dinamismo da Gloria: tudo 0 que se resolve na organizagdo dos envios divinos vem revelar sua origem eterna, ‘movimento da vida trinitéria que, partindo do Pai, se desdobra no Filho e, juntamente com ele, no Espirito, num ritmo circular uno e trino, segundo o rico simbolismo da “mesa dos eirculos divinos" do Liber figurarum.” © aspecto grandioso desta con- cepcao é que ela liga a vivéncia humana as suas raizes eternas ¢ 24. CI. A. Crocco, La teologiatrinitara di Gioacchino da Fiore, in Id. Gioacchino «da Fiore il gioaechinismo, Napoles 1976, 115-146: Id. La conesione trinitaria della Storia in Gionechino da Fiore ei superamento del dualismo agastniano, in Asprenas 50 (1985) 5.21:G, DiNapoli Le tologia triniaria di Gioacchino da Fore, in Diviitas 23 (1979) 281-513: B, Forte, |. Molimann, Trintde Regno di Dio, Brescia 1985, 218-224; id. Speranza cristina: messianieaotrascendentale? Un dialogo con Tommaso d Aquino «Gioacchino da Fiore, in Asprenas 50 (1983) 25-46: 11. Mott, La manifestasione deo Spirito secondo Gioacchino da Fiore, Casale Monferato 1985, que oferocebibliografia atualizada eexata sobre Joaquim: 294.505, CI, também Storie messaggioin Gioacchino ‘da Fiore, Aas do I congresso internacional de estudosjoaquinitas,S. Giovanni in Fore 1980 ela dello Spirto ela fne del tempi in Gioacchino da Fiore enelgoaccinismd ‘medioevaie, Atas do Il Congresso internacional de estudos joaquinias, S. Giovanni in Fiore 1986, Sobre influéncia da mensagem joaquinista sobre o pensamento ociental fH. de Lubec, La posteria spirituale di Giogceino da Fiore, Miao 1981-1984. 25, Co belo texto do Liber Concordige Nov ac Veters Testamenti, Veneza 1519 (reimpressio foromecnica em Frankfurt a. M. 1968), Livro V, 84, 122. 26. Tractaus super quatuor Evangeia ed, por E. Buonaiusi, Roma 1950.26, 7-16. 21. Liber Figurarum, ed, por L. Tondelli, M. Reeves, B. Hisch-Reich, Il libro dele 22 capta 0 evoluir dos tempos no como suspenso no nada e, portanto, envolto em insensatez, mas como baseado no procedi mento das proprias divinas Pessoas, num movimento de vida que provém de algo que é mai i316 5 deal; novidade de Joaquim nao esta, entretanto, no esquema trinitério, ja utilizado antes dele e depois, independente- mente dele, para conceber a relacao entre o processo das Pessoas divinas e 0 evoluir da historia; 0 proprio santo Tomés no hesitaré em afirmar que “da mesma forma como o pequeno regato imita o grande rio, assim o processo das criaturas imita 0 eterno, procedimento das Pessoas.* O cigdaugugaaa aba, calabrés é 0 lugar em que coloca os acento: ‘ensao, tipicamente crista, entre 0 “ja” e 0 “ainda nao” da salvacao ¢ deslocada para a frente em favor do “ainda no”, nao entendido, entretanto, em sentido puramente escatol6gico como o mundo das iltimas coisas, mas em sentido apocaliptico, como o lugar das coisas vindouras novas que nao podem se realizar e, contudo, devem se realizar nesta terra e neste tempo terreno. Diversamente de Agostinho. a mensagem do abade calabrés slema de 1927), 4: ncontrapoighoenresvigode longue aca Fie det ktreGioucno a Hore Tv 1933 Ita, XI-A ida guint Pelvenuinen reps dsc, ntcosmus qe sc ade nba us peosemos em fragGer como st seguint “Tres sats mond propte res Poesnasdvinatiasignarecaravinus Liber Concordae, cr Il 6.58 "Teia tempor st ad simiiner ta Persona ro IV 2. 4 Mi Santo Tons In Sent pol CEE Mariel, Personelismo intro neta storia teasers Rapport tea Su Trina eTe oper ad extra ello erp super Senter: Rema Pr 1969. 20: de Lobac, La poster spriuake, oc, vol 1,50. < 530.1, Grundinann atu Glocchin da Fre Geno 1989 (a primeira eigio 2B sua intuig&o, Joaquim néo evitara ingenuidade e simbolismos forgados; entretanto, se ha uma acentuacao entusiasta do “solus Spiritus veritatis” e do “evangelium spirituale”, isto se deve tanto a reago contra certa caréncia de atencao ao Espirito Santo erceptivel na tradigo ocidental’! como a tensio otimista, & esperanca viva, baseada, da maneira mais radical, no significado trinitério da historia, Neste sentido, ¢ justo afirmar que “o joaqui teologia da esperanca sob a forma de teologia do Espirito”eque 0 verdadeito significado teolégico de Joaquim é a retomada do pensamento apocaliptico, presente no Novo Testamento até ao Ponto de nos fazer pensar que a teologia apocaliptica éa “mae de todas as teologias cristas”™ e, nao obstante, quase totalmente esquecidona reflexao critica da cristandade, consolidada a partir de Constantino. © abade calabrés constituiria uma espécie de ovo inicio — analogo ao que realizou Francisco no plano da vivencia espiritual com o retorno ao Evangelho “sine glossa” —, ‘aps o longo processo de “desescatologizacaio” do cristianismo favorecido pela “pax constantiniana".* Um texto como o que segue expressa toda a carga profética, suscitadora de futuro e, portanto, contestadora ee Ge so oniconisaenaevisas smo é uma

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