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A poesia concreta

No início dos anos 1950, o público via, pela primeira vez, uma nova forma de poesia, exposta
em cartazes e chamando atenção pelo aspecto visual, isto é, pela maneira como as palavras
eram organizadas no espaço.

Os autores desses poemas se denominavam poetas concretos e propunham a superação do


verso, isto é, que o poema não fosse apresentado apenas em versos, incorporando novos
recursos expressivos, conectados com o mundo contemporâneo. Eles buscavam incorporar a
arte (música, poesia, artes plásticas) às estruturas matemáticas geométricas e também
desvincular o mundo artístico do natural.

O responsável pela vinda da concepção plástica da arte concreta para o Brasil foi Max Bill,
artista, arquiteto e designer gráfico suíço. Em 1951, Bill realizou uma exposição de suas obras
no Masp, que iniciou o processo de consolidação do movimento concretista no Brasil.

Em 1952, Décio Pignatari e os irmãos Augusto e Haroldo de Campos lançaram o grupo e a


revista Noigandres, em que divulgam uma nova forma de fazer poesia.

Iniciava-se assim o movimento concretista que tanto influenciou como também recebeu
influência de todas as artes, nacional e internacionalmente. Foram estabelecidas conexões
com a música, as artes plásticas, o cinema, a linguagem publicitária, a televisão e os
quadrinhos.

Poetas de linguagens diferentes, mas que também entendiam a poesia como uma experiência
criativa ou de vanguarda, aproximaram-se e dialogaram com o grupo concreto, como o
movimento tropicalista, dos anos 1970 e, mais recentemente, o Hip-Hop.

As características gerais do concretismo na literatura são: o banimento do verso, o


aproveitamento do espaço do papel, a valorização do conteúdo sonoro e visual, a possibilidade
de diversas leituras através de diferentes ângulos; assim, os poetas concretistas buscavam
utilizar efeitos gráficos, aproximando a poesia da linguagem do design.

Um dos poemas mais conhecidos desse movimento é “Beba Coca-Cola”, do publicitário, poeta,
ator, ensaísta, professor e tradutor brasileiro Décio Pignatari.

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