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Apontamentos de
JD
Vibrações de Sistemas Mecânicos
Edição 2021
x(t)
t
x(t); X(ω)
R
JD
|X(ω)|
t ω
φ
JD
R
JD
R
R
JD
Apontamentos de
Vibrações de Sistemas Mecânicos
Janeiro de 2021
R
JD
R
JD
j. dias rodrigues
JD
Edição 2021
U.PORTO-FEUP-DEMec
LATEX
R
JD
Prefácio 2016/.../2021
A presente edição segue a linha das edições anteriores. Como modificações menores,
procedeu-se à correcção de alguns erros de índole editorial, à melhoria da qualidade de
JD
algumas figuras e a alterações pontuais que se julgaram pertinentes para uma melhor
compreensão dos assuntos. Como as anteriores, esta Edição 2021 está disponível em
versão electrónica na página da "internet"da unidade curricular de Mecânica III (EM0098)
2020-21.
Como ferramenta de estudo, o presente documento deve ser acompanhado dos exer-
cícios propostos para as aulas teórico-práticas, os quais constituem aplicações dos princí-
pios, conceitos, métodos e técnicas aqui apresentados. Análises paramétricas e represen-
tações gráficas são sugestões recorrentes nos exercícios propostos através da utilização do
software MATLAB largamente utilizado na solução de uma grande variedade de proble-
mas científicos e de engenharia. No entanto, os estudantes são incentivados a procurar
outras fontes de informação e bibliografia alternativas de modo a aprofundar temas de
eventual interesse em particular e/ou contactar com outras perspectivas de apresentação
dos conceitos e das aplicações.
Com o objectivo de melhorar a qualidade científica, pedagógica e editorial do pre-
sente documento, o autor agradece antecipadamente todos os comentários e sugestões
nesse sentido. Aos colegas e estudantes anónimos que apresentaram comentários e refle-
xões sobre a edição anterior, aqui se exprime o agradecimento do autor.
R
i
JD
R
JD
R
JD
R
Conteúdo
Prefácio 2016/.../2021 i
Lista de Símbolos xi
1 Introdução 1
1.1 Vibrações mecânicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Unidade curricular de vibrações mecânicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Utilização de software computacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Fundamentos básicos 7
2.1 Vibração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.2 Sistema vibratório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.2.1 Componentes do sistema vibratório discreto . . . . . . . . . . . . . 9
2.3 Grau de liberdade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.4 Classificação da vibração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.5 Classificação do sistema mecânico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.6 Classificação da excitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.7 Procedimento em análise de vibrações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.8 Modelo matemático: equação de movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.8.1 2ª Lei de Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.8.2 Princípio d’Alembert . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.8.3 Princípio da conservação da energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.8.4 Princípio dos deslocamentos virtuais . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.9 Equação diferencial de movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.10 Linearização da equação de movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
iii
iv CONTEÚDO
JDR
CONTEÚDO v
JDR
vi CONTEÚDO
JDR
CONTEÚDO vii
JDR
viii CONTEÚDO
JDR
CONTEÚDO ix
R
Anexo B - Análise de Fourier: série de Fourier 381
JD
Anexo C - Energia de deformação: barras, veios e vigas 389
Bibliografia 401
Índice 403
R
JD
R
JD
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
F amplitude de força
f frequência, /Hz
R
f (t) solicitação dinâmica
JD
f (x, t) solicitação dinâmica por unidade de
Lista de Símbolos comprimento
I momento de 2ª ordem
c constante de amortecimento vis-
coso, velocidade de propagação Ip momento polar
xi
xii LISTA DE SÍMBOLOS
R
N, n inteiro
V (t) energia potencial instantânea
JD
Ni força modal
Vn (x) forma natural de vibração (flexão)
p inteiro
W trabalho
P (x, t) esforço axial
We trabalho das forças externas
Q̇ quantidade de aceleração
Wi trabalho das forças internas
Q(x, t) esforço transverso
Wj trabalho das forças de inércia
Qi força generalizada Wnc trabalho das forças não conservati-
qi coordenada generalizada vas
X̄ (ω) fasor do deslocamento
R(·) quociente de Rayleigh
ẋo velocidade inicial
T energia cinética, período, tensão
x variável espacial
t variável tempo
X (ω) amplitude de deslocamento, res-
T (x) tensão posta
R
[U ] matriz modal
y(t) deslocamento imposto
{u}
JD
JDR
LISTA DE SÍMBOLOS xiii
R
α constante
ψ desfasamento
JD
α (ω) função receptância
ψi (x) função de aproximação
β razão de frequências, constante
λ constante
¨ ∂ 2 (•) /∂t2 segunda derivada em or-
(•),
JD
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
CAPÍTULO 1
Introdução
‘Vibration: The variation with time of the magnitude of a quantity which is des-
R
1
2 1. Introdução
tura entre em ressonância, dando origem a elevadas deformações ou tensões que possam
levar à sua rotura, situações de instabilidade dinâmica que podem inclusivamente pro-
vocar colapso, forças exageradas transmitidas às fundações, transmissão de vibrações a
R
outros equipamentos próximos, desgaste prematuro de componentes, manutenção fre-
quente e onerosa dos equipamentos, fadiga de componentes e desconforto humano.
JD
A influência dos fenómenos vibratórios no comportamento em serviço das máquinas
e estruturas tem constituído uma preocupação crescente para o engenheiro. Por um lado,
estes fenómenos são muitas vezes a causa de avarias, quer se trate de rotura de com-
ponentes quer de defeitos dos produtos manufacturados e, por outro lado, pretende-se
cada vez mais que as estruturas mecânicas sejam mais ligeiras e resistam a ambientes
vibratórios severos. As tensões flutuantes causadas pela vibração podem causar roturas
por fadiga e movimentos de sismos e forças do vento podem excitar as estruturas para
elevadas amplitudes de vibração que podem danificar-se severamente. Noutros casos, as
vibrações transportam com elas uma energia acusticamente desagradável. Nestas situa-
ções, a vibração é indesejável e necessita ser eliminada ou reduzida.
Noutras situações, é na vibração que assenta o princípio de funcionamento dos equi-
pamentos e é deliberadamente introduzida nos sistemas. Por exemplo, produzem-se vo-
luntariamente vibrações em transportadores, compactadores, banhos ultrasónicos, mar-
telos pneumáticos, misturadoras de pão, equipamentos de massagem e instrumentos mu-
sicais. As máquinas de ensaios de vibrações são largamente utilizadas para comunicar
um nível de energia vibratória controlada aos produtos ou montagens para os quais se
pretende um estudo do comportamento funcional ou o controlo das capacidades de re-
R
almente na fase inicial do projecto, mas também numa fase posterior de desenvolvimento
do mesmo.
JD
JDR
1.2. Unidade curricular de vibrações mecânicas 3
var roupa até às suspensões de um automóvel, desde a estrutura de uma ponte até uma
plataforma de petróleo. Apesar de alguns tipos de estruturas exigirem um tratamento
mais específico e elaborado do que outras, antes de se avançar para o estudo de qualquer
R
uma delas, é necessário ter bem assentes os princípios básicos e compreender o melhor
possível os conceitos fundamentais envolvidos.
JD
O objectivo fundamental do estudo das vibrações mecânicas é, pois, a determinação
do comportamento das máquinas e estruturas quando sujeitas a solicitações dinâmicas,
a fim de se alcançar uma solução mais adequada e rigorosa para os problemas previstos
ou que entretanto surjam durante o ciclo de vida do equipamento. No entanto, quando
ao engenheiro se coloca um problema de vibrações é necessário, para lhe encontrar uma
solução, bem compreender o fenómeno que o produz e, em consequência, saber a que
nível intervir para o resolver.
Na origem das vibrações podem encontrar-se forças dinâmicas criadas pelo próprio
funcionamento das máquinas e que dependem do estado (condição) mecânico das má-
quinas e dos parâmetros de funcionamento (temperatura, velocidade de rotação). Por
isso, as vibrações de máquinas são uma imagem dos seus esforços internos e permitem
ao engenheiro de manutenção vigiar o seu estado mecânico e, em caso de avaria, efectuar
um diagnóstico. No entanto, impõe-se compreender o fenómeno vibratório para definir
as grandezas de diagnóstico e não há um bom diagnóstico sem um bom conhecimento
das avarias e de como elas se manifestam em termos de vibrações.
Também o estudo dos fenómenos acústicos, e do ruído em particular, deve fazer parte
da formação básica do engenheiro mecânico. O som é a sensação auditiva resultante de
variações de pressão do ar, que tem sempre origem numa qualquer fonte de vibração,
R
pelo que os fenómenos vibratório e acústico estão interligados. A acústica é uma ciência
multidisciplinar que pode interessar aos engenheiros em geral, aos arquitectos, aos físi-
JD
cos, aos músicos e até mesmo aos médicos. Na área do ambiente, o estudo dos fenómenos
acústicos tem conhecido um interesse cada vez mais acrescido.
Ao engenheiro mecânico, ligado ao meio industrial, interessam sobretudo os aspectos
relacionados com o ruído produzido pelas máquinas e com o ruído ambiente nas instala-
ções fabris. Por esta razão se associa normalmente o engenheiro mecânico aos problemas
de ruído e não de acústica, que tem um sentido mais lato, uma vez que se entende co-
mummente ruído como som indesejável.
JDR
4 1. Introdução
R
efeito, uma disciplina de Vibrações Mecânicas é uma disciplina de síntese, isto é, integra-
dora de conhecimentos das áreas da Mecânica Aplicada, da Mecânica dos Sólidos e da
JD
Mecânica das Estruturas. As Vibrações Mecânicas, tendo por objecto o estudo do com-
portamento dinâmico de sistemas (rígidos e flexíveis), integra os conhecimentos destas
áreas científicas, formando uma construção de conhecimento abrangente e integrado.
• a modelização do sistema;
JDR
1.3. Utilização de software computacional 5
R
No sentido de melhorar este aspecto e avançar para uma prática moderna, desde o
ano lectivo de 1999-2000 tem vindo a ser utilizado o ‘software’ computacional MATLAB
JD
nas aulas teórico-práticas. Esta experiência tem revelado uma excelente adesão por parte
dos alunos. Com efeito, a utilização desta ferramenta tem permitido aos alunos analisar
sistemas com vários graus de liberdade e, não menos importante, proceder de uma forma
relativamente simples à análise de influência de determinados parâmetros na caracteri-
zação do movimento com o precioso auxiliar que constitui a visualização gráfica e até a
animação.
A utilização e o desenvolvimento de aplicações em MATLAB no âmbito da disciplina
de Vibrações de Sistemas Mecânicos permite contemplar, sem abdicar da compreensão
conceptual dos assuntos que constitui o grande objectivo da disciplina, entre outros, os
seguintes aspectos:
balhos propostos aos alunos para resolução em período extra-curricular, e até mesmo a
aquisição por parte dos alunos do software Student Edition MATLAB. O aluno poderá
até mesmo desenvolver uma ‘toolbox’ de funções que constitua um laboratório virtual
de apoio no estudo da disciplina de Vibrações de Sistemas Mecânicos.
R
JD
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
CAPÍTULO 2
Fundamentos básicos
2.1 Vibração
R
possui uma energia potencial de valor mg` (1 − cos θ) relativamente à posição de referên-
JD
cia 0.
Como o peso próprio mg provoca um momento mg` sin θ em relação ao ponto O, o
pêndulo começa a deslocar-se para a posição 0, figura 2.2b, adquirindo o pêndulo uma
aceleração angular no sentido retrógrado, e quando atinge a posição 0 toda a energia po-
tencial será convertida em energia cinética. Por isso, o pêndulo não pára na posição 0,
antes continua para a posição 2. No entanto, após passar a posição média 0, um momento
7
8 2. Fundamentos básicos
D is s ip a ç ã o
R
E n e r g ia p o t e n c ia l
JD
E n e r g ia c in é t ic a
F o n t e e x t e r io r d e e n e r g ia S o lic it a ç ã o d in â m ic a ( e x c it a ç ã o )
(a) Trocas energéticas (b) Elementos constituintes
O O
θ0 θ0
`
R
m `(1 − cos θ)
1 2 1
JD
0 0
(a) (b)
JDR
2.2. Sistema vibratório 9
R
JD
x ( t)
m
t
x ( t)
k x ( t)
m
t
x ( t)
Elemento de mola O componente mais comum que relaciona forças com deslocamen-
tos é o elemento de mola elástica representado na figura 2.4a. As molas são geralmente
consideradas desprovidas de massa, de modo que uma força Fk actuante numa das ex-
tremidades tem de ser equilibrada por uma força actuante na outra extremidade de gran-
deza idêntica e de sinal contrário. Devido à força Fk , a mola sofre uma elongação δ igual
à diferença entre os deslocamentos x2 e x1 das extremidades. A curva típica que descreve
Fk como uma função da elongação x2 −x1 está representada na figura 2.4b. A força é pro-
porcional à elongação e a constante de proporcionalidade é o declive k. Para uma mola
linear elástica, a relação entre a força desenvolvida pela mola e a elongação é da forma,
Fk = k (x2 − x1 ) (2.1)
A constante k é designada por constante de mola ou constante de rigidez. A força Fk é
uma força elástica designada por força de restituição elástica porque, para uma mola de-
formada, Fk é a força necessária para que a mola retorne ao estado de não deformada. Em
muitas situações, a configuração não deformada coincide com a configuração de equilí-
R
Elemento amortecedor O elemento que no sistema vibratório relaciona forças com ve-
locidades é, geralmente, designado por amortecedor viscoso e está representado na fi-
gura 2.5a. O amortecedor é também considerado sem massa, de modo que uma força
Fc numa extremidade tem de ser equilibrada por uma força correspondente, igual e de
sentido contrário, na outra extremidade do amortecedor. Para um amortecedor viscoso,
JDR
10 2. Fundamentos básicos
Fk
x1 x2 k
R
Fk Fk 0 x2 − x1
JD
k
a curva Fc versus ẋ2 − ẋ1 é aproximadamente linear como se representa na figura 2.5b.
A relação entre a força Fc desenvolvida pelo amortecedor viscoso e a velocidade relativa
(ẋ2 − ẋ1 ) entre as extremidades do amortecedor é da forma,
Fc
c
ẋ1 ẋ2
Fc c Fc 0 ẋ2 − ẋ1
Elemento de massa No sistema vibratório discreto o elemento que relaciona forças com
acelerações é a massa discreta, figura 2.6a. Da 2ª lei de Newton do movimento, a relação
entre a força Fm aplicada à massa m e a aceleração ẍ, referida a um referencial de inércia,
é da forma,
Fm = mẍ (2.3)
R
quilograma, kg.
As propriedades mecânicas dos componentes do sistema vibratório são descritas nas
figuras 2.4b, 2.5b e 2.6b, sendo os respectivos parâmetros as constantes k, c e m. Refira-se
que, geralmente, as molas e os amortecedores são considerados sem massa e as massas
discretas são consideradas como corpos rígidos. Na figura 2.7 representa-se um modelo
do sistema vibratório.
JDR
2.2. Sistema vibratório 11
Fm
ẍ(t) m
R
m Fm
0 ẍ
JD
(a) massa (b) relação força-aceleração
f (t)
k x(t)
c m
A apresentação dos elementos constituintes do sistema vibratório foi feita com base
R
Nesta situação, os elementos elásticos podem ser substituídos por elementos de mola
equivalentes. A constante de rigidez equivalente é determinada assumindo uma mola
que apresenta a mesma elongação do elemento elástico quando sujeita à mesma força ou
momento desenvolvidos pelo elemento de massa ou de inércia, respectivamente, figura
2.8a e 2.8c.
Elementos estruturais, tais como vigas, veios e placas apresentam propriedades de
JDR
12 2. Fundamentos básicos
R
mente entre si, a determinação da massa ou inércia equivalente assenta no balanço da
energia cinética do sistema.
JD
(a) viga com massa concentrada (b) modelo dis-
creto
G I J k
p e q
J
G ( t) G ( t)
R
l
JD
Combinação de molas Por vezes, os elementos elásticos ou molas podem ser utiliza-
dos de forma combinada. Apresentam particular interesse as molas ligadas em paralelo,
figura 2.9a, e as molas ligadas em série, figura 2.10a.
Paralelo Numa montagem em paralelo, figura 2.9a, a elongação de cada mola é idêntica,
sendo diferente a força desenvolvida por cada uma e dependente da respectiva
rigidez ki i = 1, . . . , n.
Para n molas com constantes ki i = 1, . . . , n e dispostas em paralelo, a constante de
rigidez equivalente vale,
n
X
keq = k1 + k2 + . . . + ki + . . . + kn = ki
R
(2.4)
i=1
JD
Série Numa montagem em série, figura 2.10a, cada mola desenvolve uma força idên-
tica, sendo diferente a elongação (deformação) de cada uma delas e dependente da
respectiva rigidez ki i = 1, . . . , n.
Da condição de equilíbrio estático, a constante de rigidez equivalente de uma série
JDR
2.3. Grau de liberdade 13
k1
k...
R
ki
JD
F F
x1 k... x2
kn
keq
F F
x1 x2
(b) mola equivalente
n
1 1 1 1 1 X 1
= + + ... + + ... + = (2.5)
keq k1 k2 ki kn ki
JD
i=1
k1 k... ki k... kn
F F
x1 x2 xi xi+1 xn xn+1
(a) molas em série
keq
F F
x1 x2
(b) mola equivalente
JDR
14 2. Fundamentos básicos
R
x(t)
JD
k
c m
q ( t)
(a) coordenada linear x(t) (b) coordenada angular θ(t)
( (
livre não amortecida
Vibração Vibração
forçada amortecida
R
restrito de sistemas, como, por exemplo, vigas e veios uniformes e placas. Assim, é cor-
rente analisar sistemas contínuos aproximando-os através de massas concentradas, molas
JD
JDR
2.6. Classificação da excitação 15
G J
G J
R
JD
(a) sistema discreto
x v ( x ,t)
...
v 3 v 2
v 1
JDR
16 2. Fundamentos básicos
{
h a r m ó n ic a
{
p e r ió d ic a
R
n ã o h a r m ó n ic a
{
d e t e r m in ís t ic a
{
im p u ls iv a
JD
E x c it a ç ã o n ã o p e r ió d ic a
n ã o d e t e r m in ís t ic a t r a n s ie n t e
f (t)
t t
(a) determinística (periódica) (b) aleatória
t t
(a) harmónica (b) não harmónica
f (t)
R
JD
t t
(a) impulsiva (b) transiente
JDR
2.7. Procedimento em análise de vibrações 17
R
truturas, que constituem um modelo real, o primeiro passo consiste em criar um modelo
físico do sistema real através da identificação das propriedades mecânicas e das solici-
JD
tações actuantes, do arranjo esquemático das massas, elementos elásticos, mecanismos
de dissipação e definição de um conjunto de graus de liberdade, figura 2.18. A defi-
nição deste modelo físico assenta num conjunto de hipóteses simplificativas válidas no
contexto do objectivo da análise que se pretende realizar e do grau de complexidade pre-
tendido para o modelo, figura 2.19. Com base neste modelo físico estabelece-se então
um modelo matemático constituído pelas equações diferenciais de movimento recorrendo
aos Princípios da Mecânica. Na etapa seguinte, a resolução analítica ou numérica das
equações diferenciais de movimento permite determinar e analisar as características do
sistema e prever o seu comportamento para diferentes situações.
x 2( t)
m 2
k 2 c 2
F 0s in M t x 1( t)
R
m 1
JD
k 1 c 1
1. Modelo físico
JDR
18 2. Fundamentos básicos
R
3. Resolução das equações diferenciais de movimento
JD
(a) métodos analíticos
(b) métodos numéricos
(c) formalismo matricial
( a ) s is t e m a r e a l
v
k c k c
R
2 2 2 2
m m
JD
k c
k 1 k 1
( b ) m o d e lo fís ic o ( c ) m o d e lo fís ic o
passos:
JDR
2.8. Modelo matemático: equação de movimento 19
R
O diagrama de corpo livre para o equilíbrio dinâmico deve referir-se à posição de
equilíbrio estático, como se representa na figura 2.20.
JD
D C L D C L
k d
k c
k c .
k ( d + x ) c x
d
m
. .. .
+ x ( t) m x x Q
x
m g
m g
R e fe r ê n c ia
( p o s iç ã o d e e q u ilíb r io e s t á t ic o )
Refira-se que, para um sistema suportado na posição de equilíbrio estático por forças
elásticas, as forças da gravidade e/ou os seus momentos actuantes no sistema são equili-
brados pelas forças e/ou momentos produzidos pelos elementos elásticos nessa posição,
R
figura 2.20.
Diferentes metodologias podem ser adoptadas para o estabelecimento das equações
JD
de movimento. Entre elas estão os teoremas vectoriais da dinâmica (2ª lei de Newton, prin-
cípio d’Alembert) e os métodos energéticos (princípio da conservação de energia, princípio
dos trabalhos virtuais, princípio de Hamilton, equações de Lagrange). As equações de
movimento de sistemas vibratórios apresentam-se, geralmente, na forma de sistemas de
equações diferenciais ordinárias para os sistemas discretos e equações diferenciais de de-
rivadas parciais para os sistemas contínuos.
Os métodos vectoriais da 2ª lei de Newton e do princípio d’Alembert e os métodos
energéticos da conservação de energia e dos trabalhos virtuais são sumariamente revi-
sitados nesta secção enquanto que o princípio de Hamilton e as equações de Lagrange
serão objecto de apresentação posterior neste texto.
F = Q̇ (2.6a)
M O = K O, (2.6b)
R
JDR
20 2. Fundamentos básicos
R
JD
k c
x(t)
(a) sistema em movi-
mento de translação
D C L D C L
k d
k c
k c .
k ( d + x ) c x
d
m
. .. .
+ x ( t) m x x Q
x
R
m g
m g
R e fe r ê n c ia
JD
( p o s iç ã o d e e q u ilíb r io e s t á t ic o )
(b) diagramas de corpo livre: estático e dinâmico
mg − kδ = 0, (2.9)
R
Note-se que, para um sistema suportado na posição de equilíbrio estático por forças
elásticas, a força da gravidade actuante no sistema é equilibrada pela força desenvolvida
pelo elemento elástico nessa posição.
JDR
2.8. Modelo matemático: equação de movimento 21
R
F − Fj = 0 M O − M jO = 0, (2.11)
JD
onde os vectores F j e M jO representam as forças e os momentos de inércia.
x(t)
Z δ+x
JD
Ue = kxdx (2.15)
δ
A variação em energia potencial de posição Ug que acompanha o deslocamento x da
massa a partir da posição de equilíbrio estático é dada por:
Ug = −mgx. (2.16)
JDR
22 2. Fundamentos básicos
1
U = Ue + Ug = kx2 + mgx − mgx
R
2 (2.17)
1 2
JD
= kx
2
Introduzindo as expressões da energia cinética (2.14) e da energia potencial (2.17) em
(2.13), obtém-se,
d d 1 2 1 2
(T + U ) = mẋ + kx
dt dt 2 2 (2.18)
= (mẍ + kx) ẋ.
Como ẋ 6= 0 vem:
mẍ + kx = 0, (2.19)
que é a equação diferencial de movimento do sistema conservativo.
k @
R
k k
@ k ( @ + x )
JD
m m
. ..
+ x ( t) m x x m
x
m g
m g
F k
1 k x 2
k ( @ + x ) 2
1 k @ 2
2
k @ = m g
@ x x
R
JDR
2.9. Equação diferencial de movimento 23
R
trabalho de todas as forças interiores e δWj o trabalho das forças de inércia.
JD
2.9 Equação diferencial de movimento
O modelo físico mais simples de um sistema vibratório é o modelo linear discreto com
um grau de liberdade, como se representa na figura 2.24-a). O modelo inclui o elemento
de inércia de massa m, o elemento elástico de rigidez k, um mecanismo dissipador de
energia de tipo viscoso e de constante c e uma excitação externa f (t) que é função do
tempo t. A posição instantânea do sistema é referenciada pela coordenada x(t) que re-
presenta o deslocamento linear e constitui o grau de liberdade do sistema. A velocidade
ẋ(t) e a aceleração ẍ(t) são dadas, respectivamente, pela primeira e segunda derivadas
de x(t) em ordem ao tempo.
f (t)
k x(t)
c m
R
kx(t)
Q̇ f (t)
cẋ(t)
(b) Diagrama de corpo livre
JDR
24 2. Fundamentos básicos
R
2.10 Linearização da equação de movimento
JD
Para determinados mecanismos, a equação de movimento é uma equação diferencial or-
dinária não linear. No entanto, dentro de determinados intervalos de valores do grau de
liberdade do sistema, a equação de movimento pode ser linearizada conduzindo a uma
equação diferencial ordinária linear. Como exemplo, considere-se o sistema representado
na figura 2.25 cujo grau de liberdade é o deslocamento angular θ(t).
k
O G B
x
y A
G ( t) M ( t) c
b
l
R
k @
x
y
R Oy P = m g
−−→ −→ − → → −
OG × m→
−
g + OA × Fk = 0 , (2.23)
JD
−−→ −→
onde os vectores OG e OA valem,
cos θ cos θ
−−→ ` −→
OG = sin θ , OA = ` sin θ , (2.24)
2
0 0
JDR
2.10. Linearização da equação de movimento 25
R
0
JD
sendo δ a elongação da mola. Após desenvolvimento da equação vectorial (2.23), obtém-
se a equação escalar de equilíbrio,
`
mg − kδ` = 0, (2.26)
2
donde se conclui que,
mg
kδ = . (2.27)
2
x
JD
y q +
K O M ( t)
.
y Q
R O P = m g .
c b q c o sq
k d + k l s in q
Figura 2.27: Diagrama de corpo livre para equilíbrio dinâmico
−−→
O vector posição OB vale,
cos θ
−−→
OB = b sin θ , (2.29)
0
−
→ −
→ −
→
e o momento motor M (t) e as forças desenvolvidas pelo amortecedor Fc e pela mola Fk
escrevem-se,
0 0 0
R
−
→ −
→ −
→
M (t) = 0 , Fc = −c bθ̇ cos θ , Fk = −k ` sin θ + δ , (2.30)
JD
M (t) 0 0
JDR
26 2. Fundamentos básicos
R
e é uma equação diferencial ordinária não linear devido à presença dos termos cos θ e
sin θ.
JD
Linearização da equação de movimento A equação diferencial de movimento obtida é
uma equação não linear em θ. Para linearizar esta equação, considere-se o desenvolvi-
mento em série de Taylor de uma função f (x) em torno de um ponto regular a 1 . Assim,
as funções cos(x) e sin(x) escrevem-se,
ε2
cos (θ) = cos(a + ε) = cos(a) − ε sin(a) − cos(a) + . . . , (2.33a)
2!
ε2
sin (θ) = sin(a + ε) = sin(a) + ε cos(a) −
sin(a) + . . . . (2.33b)
2!
Sendo o ponto regular a = 0, tem-se ε = θ e as funções cos(θ) e sin(θ) escrevem-se,
θ2 θ4
cos (θ) = 1 − + − ..., (2.34a)
2! 4!
θ3 θ5
sin (θ) = θ −
+ + .... (2.34b)
3! 5!
R
ε2 00 εm m
1
f (x) = f (a + ε) = f (a) + εf 0 (a) + 2!
f (a) + ... + m!
f (a)
JDR
2.10. Linearização da equação de movimento 27
R
JD
1
sin θ, θ, cos θ, 1
sin θ; cos θ
θ;1
0
0 5 10 15 20 25 30
θ /o
R
20
JD
sin θ ≈ θ
cos θ ≈ 1
15
ε /%
10
0
0 5 10 15 20 25 30
θ /o
(b) erro relativo
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
CAPÍTULO 3
3.1 Introdução
JD
k x(t)
kx(t) Q̇
c m
cẋ(t)
R
29
30 3. Sistema com 1 gdl: Regime livre
R
x (t = 0) = x0 , (3.2a)
ẋ (t = 0) = ẋ0 . (3.2b)
JD
Em regime livre, a equação diferencial de movimento é uma equação diferencial linear
ordinária de segunda ordem na variável tempo e homogénea.
A equação diferencial de movimento (3.1) admite uma solução não trivial ou não nula
de forma exponencial,
ms2 + cs + k Cest = 0.
(3.5)
R
Para que a solução (3.3) seja não trivial, tem de verificar-se a condição C 6= 0. Da
JD
ms2 + cs + k = 0, (3.6)
que se designa por equação característica da equação diferencial de movimento e cujas
raízes definem o expoente da exponencial (3.3). A equação característica (3.6) apresenta,
em geral, duas raízes distintas que valem,
√ r
−c ± c2 − 4mk c c 2 k
s1,2 = =− ± − . (3.7)
2m 2m 2m m
Em consequência, existem duas soluções independentes do tipo (3.3) para a equação
de movimento (3.1) e que são,
x1 (t) = C1 es1 t , (3.8a)
x2 (t) = C2 es2 t . (3.8b)
Como x1 (t) e x2 (t) são independentes (distintas), a combinação linear das soluções (3.8)
constitui ainda uma solução para a equação de movimento (3.1), e será, pois, a sua solu-
ção geral,
R
onde C1 e C2 são duas constantes a determinar a partir das duas condições iniciais de
deslocamento e de velocidade, x (t = 0) = x0 e ẋ (t = 0) = ẋ0 .
De acordo com a solução (3.9), a resposta do sistema a uma perturbação inicial de-
pende, naturalmente, das condições iniciais, mas também das raízes s1 e s2 cuja natu-
reza, conforme (3.7), depende das propriedades mecânicas do sistema, nomeadamente
JDR
3.3. Amortecimento crítico 31
R
3.3 Amortecimento crítico
JD
Define-se por amortecimento crítico cc de um sistema o valor da constante de amorteci-
mento c para o qual o radicando em (3.7) é nulo, isto é,
c 2 k
c
− = 0. (3.10)
2m m
Resolvendo a equação (3.10), o amortecimento crítico cc pode exprimir-se na forma,
√
r
k
cc = 2m = 2 mk, (3.11)
m
ou então,
cc = 2mωn , (3.12)
onde o parâmetro ωn vale,
r
k
ωn = . (3.13)
m
R
JDR
32 3. Sistema com 1 gdl: Regime livre
R
gar geométrico das raízes s1 e s2 no plano complexo em função do valor da razão de
amortecimento.
JD
R
JD
Para o sistema não amortecido com ξ = 0, as raízes (3.17) da equação característica valem,
JD
r
k
s1,2 = ±j = ±jωn (3.18)
m
√
onde j = −1 representa o operador complexo. As raízes s1 e s2 são, pois, distintas,
complexas conjugadas e imaginárias puras.
JDR
3.6. Sistema não-amortecido 33
R
x (t) = C1 e+jωn t + C2 e−jωn t (3.19)
JD
onde C1 e C2 são constantes a determinar a partir das condições iniciais de deslocamento
e de velocidade. Utilizando a identidade de Euler,
x (t = 0) = x0 = A1 (3.22a)
R
ẋ (t = 0) = ẋ0 = ωn A2 , (3.22b)
JD
A1 = x 0 , (3.23a)
ẋ0
A2 = . (3.23b)
ωn
Finalmente, substituindo as constantes A1 e A2 em (3.20), a expressão da resposta em
regime livre vem
ẋ0
x (t) = x0 cos ωn t + sin ωn t, (3.24)
ωn
a qual se pode ainda escrever na forma (ver figura 3.3) 1
ẋ0
q
A = A21 + A22 = x20 + , (3.26)
ωn
JD
−1 A2 −1 ẋ0
φ = tan = tan . (3.27)
A1 x 0 ωn
1
Alternativa para a expressão da resposta
r natural:
x (t) = x0 cos ωn t + ωẋn0 sin ωn t 2
; A = x20 + ωẋn0 , ψ = tan−1 A
A1
= tan−1 x0ẋω0 n .
= A sin (ωn t + ψ) 2
JDR
34 3. Sistema com 1 gdl: Regime livre
R
JD
Figura 3.3: Soma de movimentos harmónicos síncronos
figura 3.4 representa-se a evolução no tempo da resposta livre ou natural do sistema não-
amortecido.
ξ=0
x(t)
0
t /s
p
s1,2 = −ξωn ± jωn 1 − ξ2 (3.28)
JDR
3.7. Sistema sub-amortecido 35
R
√ √
−ξωn +jωn 1−ξ 2 t −ξωn −jωn 1−ξ 2 t
x (t) = C1 e + C2 e . (3.29)
JD
Após manipulação algébrica, a expressão anterior pode escrever-se na forma,
√ √
−ξωn +jωn 1−ξ 2 t −ξωn −jωn 1−ξ 2 t
x (t) = C1 e + C2 e
√ √
−ξωn t +jωn 1−ξ 2 t −jωn 1−ξ 2 t
=e C1 e + C2 e
h p p i (3.30)
−ξωn t 2 2
=e (C1 + C2 ) cos ωn 1 − ξ t + j (C1 − C2 ) sin ωn 1 − ξ t
h p p i
= e−ξωn t A1 cos ωn 1 − ξ 2 t + A2 sin ωn 1 − ξ 2 t ,
A1 = x0 (3.32a)
ẋ0 + ξωn x0
A2 = p . (3.32b)
ωn 1 − ξ 2
A substituição das constantes A1 e A2 em (3.30) conduz, finalmente, à expressão da
resposta livre ou natural do sistema sub-amortecido,
" #
p ẋ + ξω x p
−ξωn t 0 n 0
x (t) = e x0 cos ωn 1 − ξ 2 t + p sin ωn 1 − ξ 2 t (3.33)
ωn 1 − ξ 2
que pode ainda escrever-se na seguinte forma (ver figura 3.3 na página 34),
p
x (t) = Ae−ξωn t cos ωn 1 − ξ 2 t − φ (3.34)
ou então na forma,
x (t) = Ae−ξωn t cos (ωd t − φ) (3.35)
onde a frequência natural (amortecida) ωd vale,
R
p
ωd = ωn 1 − ξ 2 (3.36)
JD
JDR
36 3. Sistema com 1 gdl: Regime livre
A2 ẋ0 + ξωn x0
φ = tan−1 = tan−1 p . (3.38)
A1 ωn 1 − ξ 2 x0
R
ral é um movimento oscilatório em torno da posição de equilíbrio estático, harmónico
de "amplitude"Ae−ξωn t decrescente de forma exponencial com o tempo, figura 3.5, de
JD
frequência ωd constante e de ângulo de fase φ. As exponenciais ±Ae−ξωn t constituem a
envelope da resposta oscilatória, figura 3.6. Quando t → ∞, a resposta x (t) → 0, de
modo que a resposta livre ou natural atenua-se no tempo e o sistema regressa à posição
de equilíbrio estático (posição anterior à aplicação da perturbação inicial).
0<ξ<1
x(t)
0
t /s
Ae−ξwn t 0<ξ<1
x(t)
−Ae−ξwn t
0
t /s
amortecimento ξ.
A derivação em ordem ao tempo da expressão (3.35), conduz à seguinte expressão
para a velocidade de resposta natural,
JDR
3.7. Sistema sub-amortecido 37
ωd
ωn
R
JD
1 ξ
ωd
Figura 3.7: Lugar geométrico de ωn em função de ξ
x (t) = 0. De acordo com a expressão (3.35), a resposta é nula quando se verificar a con-
dição
cos (ωd t − φ) = 0, (3.43)
ou então,
2n − 1
ωd t − φ = π. (3.44)
2
Resolvendo a equação anterior, a resposta nula ocorre nos instantes
1 2n − 1
t|x(t)=0 = π+φ . (3.45)
ωd 2
ou ainda,
R
ξ
(tan (ωd t − φ)) = − p . (3.47)
1 − ξ2
JD
JDR
38 3. Sistema com 1 gdl: Regime livre
R
gura 3.2,
cc
JD
s1 = s2 = − = −ωn . (3.49)
2m
A1 cos ωd t → A1 , (3.51)
A2 sin ωd t → A2 ωd t. (3.52)
Assim, para ξ = 1, a resposta é dada pela expressão,
R
ou então,
0
x (t) = A1 + A2 t e−ωn t , (3.54)
0
onde as constantes A1 e A2 são determinadas a partir das condições iniciais. Derivando
a expressão (3.54) em ordem ao tempo,
0
0
ẋ (t) = A2 e−ωn t − A1 + A2 t ωn e−ωn t , (3.55)
Conforme a expressão (3.57) da resposta livre ou natural, conclui-se que, para o sis-
tema criticamente amortecido, o movimento é não oscilatório. No entanto, à medida que
o tempo decorre a resposta tende para zero. Com efeito, verifica-se que para t → ∞ vem
e−ωn t → 0 e, em consequência, x (t) → 0. Na figura 3.8 representa-se a resposta livre ou
natural do sistema criticamente amortecido.
JDR
3.9. Sistema sobre-amortecido 39
ξ=1
R
x(t) 0
JD
0
t /s
√ √
−ξωn +ωn ξ 2 −1 t −ξωn −ωn ξ 2 −1 t
x (t) = C1 e + C2 e
√ √ (3.60)
−ξωn t ωn ξ 2 −1t −ωn ξ 2 −1t
=e C1 e + C2 e ,
(3.62)
JD
2 ex −e−x ex +e−x
sinh x = 2
cosh x = 2
JDR
40 3. Sistema com 1 gdl: Regime livre
R
A1 = x 0 A2 = p . (3.64)
ωn ξ 2 − 1
JD
A análise da expressão (3.63) da resposta livre ou natural evidencia que, no caso do
sistema sobre-amortecido, a resposta livre ou natural é não oscilatória e atenua-se expo-
nencialmente com o tempo, conforme se pode observar na figura 3.9.
ξ>1
x(t)
0
t /s
ξ=1 ξ=0
ξ>1
0<ξ<1
x(t)
0
t /s
mento. Assim, a resposta livre ou natural pode ser utilizada para a identificação experi-
mental do amortecimento presente no sistema, através do designado decremento logarít-
JD
JDR
3.10. Decremento logarítmico 41
0<ξ<1
R
T
JD
x(t)
t1 t2 = t1 + T
0
t /s
2π 2π
T = = p , (3.68)
ωd ωn 1 − ξ 2
x (t1 )
δ = ln = ξωn T , (3.71)
x (t2 = t1 + T )
JD
JDR
42 3. Sistema com 1 gdl: Regime livre
R
2 2
(2π) + δ
JD
Refira-se que para valores baixos da razão de amortecimento, ξ < 5%, a expressão
(3.72) pode ser aproximada, utilizando a expansão em série de Taylor e retendo apenas o
primeiro termo da série, por,
δ∼= 2πξ, (3.74)
sendo a razão de amortecimento aproximada por,
δ
ξap = . (3.75)
2π
Para ilustrar a precisão de (3.75), a razão entre o valor exacto de ξ fornecido por (3.73)
e o valor aproximado dado por (3.75) está representada na figura 3.12 em função do valor
aproximado ξap . Este gráfico permite corrigir o valor ξap da razão de amortecimento
obtido pela expressão aproximada (3.75).
0.99
R
ξap
0.98
ξ
JD
0.97
0.96
0.95
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3
ξap
x (t1 )
ln = ξωn T N = δN . (3.77)
x (tN = t1 + N T )
JDR
3.10. Decremento logarítmico 43
0<ξ<1
NT
R
x(t)
0
JD
t1 tN = t1 + N T
0
t /s
1 x (t1 )
δ= ln , (3.78)
N x (tN = t1 + N T )
a partir do qual se pode determinar a razão de amortecimento pelas expressões (3.73) ou
(3.75).
Na figura 3.14 representa-se, em função da razão de amortecimento ξ, o número de
ciclos que o sistema tem de efectuar até que a redução de amplitude seja de 50%. Note-se
R
10
N para reduzir x(t) de 50%
2
1
0
0 5 10 15 20
ξ%
livre ou natural medida experimentalmente. Porém, aos valores da resposta medida es-
tão associados erros aleatórios intrínsecos ao processo de medição. No sentido de filtrar
esses erros, o decremento logarítmico pode ser calculado utilizando a resposta do sistema
para vários instantes. Com efeito, a expressão (3.78) pode escrever-se na forma,
JDR
44 3. Sistema com 1 gdl: Regime livre
A expressão (3.79) representa a equação de uma recta sendo a abcissa o número inteiro
N de períodos e a ordenada o logaritmo da resposta. Em consequência, a representação
semi-logarítmica da resposta em função do número inteiro de períodos constitui uma
R
recta de declive igual ao simétrico do decremento logarítmico, −δ. Assim, considerando
a resposta do sistema em vários instantes, o decremento logarítmico pode determinar-se
JD
através do ajustamento de um recta pelo método dos mínimos quadrados, minimizando-
se o erro associado à leitura dos valores de resposta. Na figura 3.15 representa-se a res-
posta natural do sistema e considera-se o seu valor para uma série de instantes aos quais
é ajustada a recta de declive igual a −δ, conforme se representa na figura 3.16.
0<ξ<1
T T T
x(t)
t1 t2 = t1 + T t3 = t1 + 2T t4 = t1 + 3T
0
t /s
medição
JD
ln(x(t1 + N T ))
ajustamento
−δ
0
N
onde T (t) representa a energia cinética do sistema e V (t) a variação na energia potencial
do sistema a partir da sua energia potencial na posição de equilíbrio estático.
A energia cinética de um sistema é função do campo de velocidades das massas que
o constituem. A energia potencial é constituída pela energia de deformação Ve armaze-
nada nos elementos elásticos, e pela energia de posição Vg que é função das distâncias na
JDR
3.11. Método da energia de Rayleigh 45
x(t)
k
m
R
JD
Figura 3.17: Modelo do sistema conservativo com um grau de liberdade
vertical entre as massas que constituem o sistema e uma referência arbitrária. O método
de Rayleigh utiliza uma função deslocamento para determinar a energia potencial e ciné-
tica do sistema. Esta função exprime o deslocamento de cada componente do sistema e é
assumido que a forma desta função é a forma definida pelas amplitudes quando o sistema
se encontra em regime livre ou natural. Refira-se, desde já, que a função deslocamento
adoptada não necessita de representar de forma exacta as amplitudes para conduzir a
uma boa aproximação da frequência fundamental exacta, como, aliás, se verá mais adi-
ante.
A resposta em regime livre ou natural de um sistema não amortecido, secção 3.6.1
(pág. 33), é um movimento harmónico à frequência natural não amortecida da forma
Para um qualquer sistema, a energia potencial instantânea V (t) é dada pela expressão,
secção 2.8.3 (pág. 21),
1
V (t) = k (x(t))2 . (3.83)
2
Após introdução da resposta em deslocamento (3.81), vem
1
V (t) = kA2 cos2 (ωn t − φ) . (3.84)
2
Por outro lado, a energia cinética instantânea vale
1
T (t) = mẋ (t)2 . (3.85)
2
Após substituição da velocidade (3.82), obtém-se
1
T (t) = mωn2 A2 sin2 (ωn t − φ) . (3.86)
2
A análise das expressões (3.84) e (3.86) mostra que, quando o termo cos (ωn t − φ) = 0,
R
a energia potencial é nula e o sistema passa pela posição de equilíbrio estático. No mesmo
JD
instante, sin (ωn t − φ) = ±1, de modo que no instante em que cos (ωn t − φ) = 0 a energia
cinética atinge o seu valor máximo. De forma idêntica, quando cos (ωn t − φ) = ±1 e
sin (ωn t − φ) = 0, a energia potencial atinge o seu valor máximo e a energia cinética é
nula. No entanto, para um sistema conservativo, a energia total é constante, donde se
conclui que
E(t) = Tmax + 0 = 0 + Vmax = E, (3.87)
JDR
46 3. Sistema com 1 gdl: Regime livre
ou então que
Tmax = Vmax . (3.88)
A partir das expressões (3.84) e (3.86), a energia potencial máxima e a energia cinética
R
máxima valem, respectivamente,
1
Vmax = kA2 (3.89)
JD
2
1
Tmax = mωn2 A2 . (3.90)
2
De acordo com a expressão (3.88), igualando a energia cinética máxima e a energia
potencial máxima, obtém-se
1 2 1
kA = mωn2 A2 , (3.91)
2 2
donde se conclui que a frequência natural vale,
r
k
ωn = . (3.92)
m
A expressão anterior, estabelecida com base na análise energética do regime livre,
fornece o valor da frequência natural não amortecida dispensando a escrita da equação
diferencial de movimento.
O método da energia de Rayleigh apresenta-se particularmente interessante para sis-
temas constituídos por vários corpos com movimento relativo e para sistemas para os
quais a massa distribuída de elementos elásticos (sistemas contínuos) tenha de ser consi-
R
meq = J
J θ̈ (t) + kt θ (t) = Mt (t) ∴ . (3.94)
JD
JDR
3.12. Sistemas com grau de liberdade angular 47
R
k t
JD
J K O
M t G ( t)
k tq M t
k
R
O G B
x
JD
y A
G ( t) M ( t) c
b
l
b2 c θ̇ + |{z}
JO θ̈ + |{z} `2 k θ = M (t), (3.96)
|{z}
meq ceq keq
meq = JO , (3.97a)
ceq = b2 c,
R
(3.97b)
keq = `2 k. (3.97c)
JD
JDR
48 3. Sistema com 1 gdl: Regime livre
ceq b2 c
ξ= = . (3.99)
2meq ωn 2JO ωn
R
JD
R
JD
R
JD
JDR
R
JD
CAPÍTULO 4
R
JD
4.1 Introdução
f( t) = F s in M t
x ( t) x ( t)
m m
k c y ( t) = Y s in M t
k c
fu n d a ç ã o b a se m ó v e l
R
49
50 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
R
forma harmónica,
JD
f (t) = F cos ωt (4.1)
onde F representa a amplitude da força de excitação harmónica e ω a frequência de vari-
ação harmónica ao longo do tempo.
A equação diferencial de movimento do sistema da figura 4.2a, cujo diagrama de
corpo livre está representado na figura 4.2b, escreve-se,
f (t) = F cos ωt
x(t)
k
c m
(a) modelo
R
kx(t)
Q̇ f (t) = F cos ωt
cẋ(t)
JD
Figura 4.2: Modelo do sistema com um grau de liberdade em regime forçado harmónico.
A solução geral x (t) da equação diferencial ordinária (4.2) compreende duas compo-
nentes, a solução xh (t) da equação homogénea e a solução particular xp (t),
JDR
4.4. Resposta estacionária ou permanente 51
xh (t)
0
R
0
JD
+
xp (t)
0
=
x(t) = xh (t) + xp (t)
0
t
e representa a vibração livre do sistema que decai com o tempo, conforme o amorteci-
mento viscoso presente no sistema e as condições iniciais de deslocamento e de veloci-
dade impostas.
JDR
52 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
k − mω 2 B1 + cωB
2=F . (4.10)
−cωB1 + k − mω 2 B2 = 0
R
A solução do sistema (4.10) são as constantes B1 e B2 que valem,
JD
F k − ω2m
F (ωc)
B1 = 2 B2 = . (4.11)
(k − ω 2 m) + (ωc) 2
(k − ω 2 m)2 + (ωc)2
Assim, a solução particular xp (t) correspondente à resposta estacionária pode escrever-
se na forma,
F k − ω2m
F (ωc)
xp (t) = 2 cos ωt + sin ωt. (4.12)
2
(k − ω m) + (ωc) 2
(k − ω m)2 + (ωc)2
2
k c 2ξ
ωn2 = , = . (4.13)
m k ωn
Obtém-se então,
2
F ω
F m 2
1−
k 1− kω
k ωn
R
B1 = = 2 , (4.14)
2 2+
m
c
2 2
1− k ω kω
2
1 − ωωn + 2ξ ω
JD
ωn
F c F ω
k kω k 2ξ ωn
B2 = = 2 2 2 . (4.15)
2 2
m
2
+ kc ω
1− k ω 1 − ωωn + 2ξ ωωn
F
, Xs = (4.17)
k
as expressões (4.14) e (4.15) para B1 e B2 escrevem-se,
Xs 1 − β 2
Xs (2ξβ)
R
B1 = 2 , B2 = . (4.18)
2
(1 − β ) + (2ξβ) 2
(1 − β 2 )2 + (2ξβ)2
JD
Xs
1 − β 2 cos ωt + 2ξβ sin ωt ,
xp (t) = (4.19)
(1 − β 2 )2 + (2ξβ) 2
ou ainda na forma,
JDR
4.5. Resposta total 53
Xs
xp (t) = q cos (ωt − φ)
R
2 2 2
(1 − β ) + (2ξβ) . (4.20)
= X (ω) cos (ωt − φ)
JD
Assim, a resposta permanente xp (t) é do tipo harmónico, de frequência ω idêntica
à frequência de excitação, de amplitude X (ω) e com um desfasamento φ em relação à
excitação. A amplitude X (ω) e o ângulo de fase φ do movimento estacionário valem,
conforme a expressão (4.19),
Xs
X (ω) = q , (4.21a)
2 2 2
(1 − β ) + (2ξβ)
B2 2ξβ
φ = tan−1 = tan−1 . (4.21b)
B1 (1 − β 2 )
Note-se que quer a amplitude X (ω) quer o ângulo de fase φ dependem da frequência
de excitação ω.
grandeza F idêntica à amplitude da força dinâmica harmónica f (t) = F cos ωt, que se
designa por factor de amplificação dinâmica µ,
X (ω) 1
µ= =q . (4.22)
Xs
(1 − β 2 )2 + (2ξβ)2
JDR
54 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
R
F 1
+ q cos (ωt − φ), (4.25)
k 2 2
(1 − β 2 ) + (2ξβ)
JD
onde as constantes A1 e A2 são determinadas a partir das condições iniciais de movi-
mento, x (t = 0) = x0 e ẋ (t = 0) = ẋ0 . Após o desaparecimento da componente transi-
tória, dependente do amortecimento do sistema e das condições iniciais, o movimento
designa-se por permanente ou estacionário harmónico e manter-se-á enquanto se manti-
ver a solicitação. Na figura 4.4 representam-se as componentes transitória e estacionária
ou permanente e na figura 4.5 representa-se o movimento de resposta do sistema.
xh (t)
xp (t)
R
JD
t
Figura 4.4: Resposta do sistema: componente transitória e estacionária.
x(t)
t
Figura 4.5: Resposta do sistema em regime forçado harmónico.
JDR
4.6. Características da resposta estacionária ou permanente 55
R
1
µ= q , (4.26)
JD
(1 − β 2 )2 + (2ξβ)2
∂µ(β,ξ)
em relação a β e igualando a zero, ∂β = 0, obtém-se a seguinte equação em β,
β β 2 + 2ξ 2 − 1
∂µ (β, ξ)
=h iq
∂β 2 2
2
(1 − β ) + (2ξβ) (1 − β 2 ) + (2ξβ)2
(4.27)
β β 2 + 2ξ 2 − 1
=h i 3 = 0.
(1 − β 2 )2 + (2ξβ)2
2
∂µ(β,ξ)
O factor de amplificação dinâmica µ apresenta valores extremos para ∂β =0,o
que, de acordo com (4.27), ocorre para β = 0 e para,
β 2 + 2ξ 2 − 1 = 0. (4.28)
Resolvendo a equação anterior, o máximo absoluto do factor de amplificação ou da
amplitude de resposta, ocorre para uma razão de frequências,
R
p
β|µmax = 1 − 2ξ 2 (4.29)
JD
Da análise conjunta das expressões (4.26) e (4.27) e da figura 4.6 decorrem alguns dos
seguintes aspectos relevantes para a caracterização da resposta estacionária do sistema.
Assim, verifica-se que,
JDR
56 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
6 ξ=0
5 ξ = 0.1
R
4
X(ω)
Xs
ξ = 0.2
JD
3
µ=
ξ = 0.3
2 ξ = 0.5
ξ = 0.7
1 ξ = 1.0
0
0 1 2 3
ω
β= ωn
p √
• β = 1 − 2ξ 2 : o factor de amplificação dinâmica é máximo para ξ < 22 ;
JD
√
2 √1
• O valor máximo de µ para ξ < 2 é igual a µmax = ;
2ξ 1−ξ 2
• A amplitude
p de resposta máxima ocorre para uma frequência de excitação ωr =
ωn 1 − 2ξ 2 designada por frequência de ressonância de amplitude;
1
• Para β = 1 , ou ω = ωn , o factor de amplificação dinâmica é igual µ = 2ξ , verificando-
se que é inversamente proporcional à razão de amortecimento;
nado pela rigidez, e nas altas frequências, ω >> ωn , é condicionado pela massa.
JDR
4.6. Características da resposta estacionária ou permanente 57
π ξ=0
R
JD
π
ξ =1
φ
2
ξ = 0.7
ξ = 0.5
ξ = 0.3
ξ = 0.2
ξ = 0.1
0 ξ =0
0 1 2 3
ω
β= ωn
Figura 4.7: Ângulo de fase φ em função da razão de frequência β tendo como parâmetro
a razão de amortecimento ξ: φ = φ(β, ξ).
– em fase: φ = 0 se β = 0 (ω = 0);
JD
π
– em quadratura de fase: φ = 2 se β = 1 (ω = ωn );
– em oposição de fase: φ = π se β → ∞ (ω >> ωn ).
JDR
58 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
F 1 π
R
x (t) = e−ξωn t (A1 cos ωd t + A2 sin ωd t) + cos ωt − (4.32)
k 2ξ 2
JD
ou,
F 1
x (t) = e−ξωn t (A1 cos ωd t + A2 sin ωd t) + sin ωt. (4.33)
k 2ξ
Admitindo condições iniciais nulas, x0 = ẋ0 = 0, as constantes A1 e A2 vêm,
F 1 ω
A1 = 0, A2 = − . (4.34)
k 2ξ ωd
correspondente à
amplitude estacionária, figura 4.8. O número de ciclos necessários para que a resposta
com β = 1 atinja a amplitude estacionária Fk 2ξ
1
depende do valor do amortecimento do
sistema.
F 1
k 2ξ
x(t)
− Fk 1
2ξ
0
t
JDR
4.6. Características da resposta estacionária ou permanente 59
ou ainda,
fj (t) + fc (t) + fk (t) − f (t) = 0, (4.38)
onde, como x (t) = X (ω) cos (ωt − φ), estas forças têm por valor,
R
• fj (t) : força de inércia, em oposição de fase em relação ao deslocamento,
JD
fj (t) = mẍ (t) = −ω 2 mX (ω) cos (ωt − φ)
(4.39)
= ω 2 mX (ω) cos (ωt − φ + π) ;
π
• fc (t) : força de amortecimento, em avanço de fase 2 (quadratura) sobre o desloca-
mento,
O valor instantâneo destas forças de tipo harmónico com frequência ω é dado pela
projecção sobre um eixo de vectores em rotação com a mesma velocidade angular ω,
conforme se representa na figura 4.9. Cada um dos vectores representa a amplitude da
respectiva força.
R
A figura 4.9 ilustra a condição de equilíbrio dinâmico, onde a soma dos vectores repre-
sentativos de mẍ(t), cẋ e kx(t) equilibra f (t). A condição dada pelo polígono de vectores
permite escrever,
2
kX − ω 2 mX + (ωcX)2 = F 2 , (4.43)
JDR
60 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
F
X=q . (4.44)
R
(k − ω 2 m)2 + (ωc)2
JD
Para o ângulo de fase φ, da figura 4.9 retira-se facilmente a sua expressão,
ωc
φ = tan−1 . (4.45)
k − ω2m
Um método alternativo, ainda que assente na mesma ideia de base, consiste em subs-
tituir (ou representar) os vectores por números complexos, conforme será exposto na
secção 4.12.
f (t) = F cos ωt
x(t)
k
R
c m
JD
kx(t)
Q̇ f (t) = F cos ωt
cẋ(t)
(b) diagrama de corpo livre
2ξβ
Introduzindo x (t) = X (ω) cos (ωt − φ) com φ = tan−1 1−β 2
obtém-se,
q
fT (t) = k 2 + (ωc)2 X (ω) cos (ωt − φ − γ) (4.48)
JDR
4.7. Transmissibilidade de força 61
R
fT (t) = q cos (ωt − φ − γ)
k
(1 − β 2 )2 + (2ξβ)2
JD
q
1 + (2ξβ)2 (4.50)
=Fq cos (ωt − φ − γ)
(1 − β 2 )2 + (2ξβ)2
= FT cos (ωt − ψ) , ψ = φ + γ.
6
ξ=0
5
ξ = 0.1
FT (ω)
4
F
ξ = 0.2
3
TR =
ξ = 0.3
ξ = 0.5
2 ξ = 0.7
ξ=1
1
0 √
0 1 2 2 3
ω
β= ωn
R
• β ≈ 1 ∴ T R > 1 ∴ FT > F ;
√
• β = 2 ∴ T R = 1 ( ∀ξ );
• β → ∞ ∴ T R → 0;
JDR
62 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
√ √
• para β > 2 ou ω > 2ωn , a transmissibilidade aumenta à medida que a razão de
de amortecimento aumenta;
√ √
R
• isolamento de vibração: T R < 1 se β > 2 ou ω > 2ωn , independentemente da
razão de amortecimento presente no sistema.
JD
10 ξ=0
ξ = 0.1
ξ = 0.2
ξ = 0.3
FT (ω)
ξ = 0.5
F
ξ = 0.7
ξ = 1.0
1
ξ
TR =
0.1 √
0 1 2 2 3
ω
β= ωn
F cos ωt
x(t)
k
m
kx(t) Q̇ F cos ωt
R
JDR
4.8. Sistema não amortecido 63
R
4.8.3 Resposta estacionária ou permanente
JD
• Resposta permanente ou estacionária:
• Amplitude:
1
X (ω) = Xs (4.56)
|1 − β 2 |
• Factor de amplificação dinâmica:
X (ω) 1
µ= = (4.57)
Xs |1 − β 2 |
• Fase:
0 para β < 1 (ω < ωn )
φ= (4.58)
π para β > 1 (ω > ωn )
R
f (t) f (t)
T T
JD
F F
t t
x(t) T x(t) T
X(ω) X(ω)
t t
(a) β < 1 (ω < ωn ): x(t) em fase (b) β > 1 (ω > ωn ): x(t) em oposi-
com f (t) ção de fase com f (t)
1
x (t) = A1 cos ωn t + A2 sin ωn t + Xs cos (ωt − φ) (4.59)
JD
|1 − β 2 |
Admitindo condições iniciais x (t = 0) = x0 e ẋ (t = 0) = ẋ0 , determinam-se as cons-
tantes A1 e A2 . Derivando a expressão de x (t) para obter a velocidade ẋ (t):
1
ẋ (t) = −ωn A1 sin ωn t + ωn A2 cos ωn t − ωXs sin (ωt − φ) . (4.60)
|1 − β 2 |
JDR
64 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
1
A1 = x0 − Xs cos (φ) (4.61)
|1 − β 2 |
R
JD
1
ωn A2 − ωXs sin (−φ) = ẋ0 ∴ ωn A2 = ẋ0 (4.62)
|1 − β 2 |
ẋ0
A2 = (4.63)
ωn
Após substituição das constantes A1 e A2 , a resposta total x (t) escreve-se:
1 ẋ0
x (t) = x0 − Xs cos (φ) cos ωn t + sin ωn t
|1 − β 2 | ωn
(4.64)
1
+ Xs cos (ωt − φ)
|1 − β 2 |
iii) β = 1 (ω = ωn ).
JD
1 ẋ0
x (t) = x0 − Xs 2
cos (φ) cos ωn t + sin ωn t
|1 − β | ωn
(4.65)
1
+ Xs cos (ωt)
|1 − β 2 |
2π 2π
ω ωn
x(t)
R
JD
JDR
4.8. Sistema não amortecido 65
1 ẋ0 1
x (t) = x0 + Xs 2
cos ωn t + sin ωn t + Xs cos (ωt − π)
|1 − β | ωn |1 − β 2 |
R
1 ẋ0 1
= x0 + Xs cos ωn t + sin ωn t − Xs cos (ωt) (4.66)
|1 − β 2 | |1 − β 2 |
JD
ωn
1 ẋ0 1
= x0 + Xs 2 cos ωn t + sin ωn t − Xs 2 cos (ωt)
β −1 ωn β −1
2π
2π ωn
ω
x(t)
iii) β = 1 (ω = ωn )
JD
d
cos ωt − cos ωn t (cos ωt − cos ωn t)
dω
lim 2 = lim 2
ω→ωn ω→ωn
1 − ωωn d
dω 1 − ωn
ω
−t sin ωt
= lim (4.68)
ω→ωn − ω2ω2
n
t sin ωn t 1
= 2 = ωn t sin ωn t
ω
2
n
R
ẋ0 Xs
x (t) = x0 cos ωn t + sin ωn t + ωn t sin ωn t (4.69)
ωn 2
Verifica-se que a resposta cresce indefinidamente e com uma taxa de crescimento
igual a Xs π por cada ciclo, conforme se representa na figura 4.17.
JDR
66 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
R
x(t)
0
JD
0
t
4.8.5 Batimento
Para uma frequência de excitação ω próxima da frequência natural ωn do sistema, ocorre
um fenómeno designado por batimento. Neste tipo de vibração, a amplitude do movi-
mento aumenta e diminui de uma forma regular.
A resposta x (t) para condições iniciais nulas, x (t = 0) = ẋ (t = 0) = 0 :
1
x (t) = Xs (cos ωt − cos ωn t)
1 − β2
(4.70)
ω − ωn
1 ω + ωn
R
= Xs 2 sin t sin t .
1 − β2 2 2
JD
ωn − ω = 2ε ∴ ωn + ω ≈ 2ω. (4.71)
0
JD
0
t
JDR
4.9. Movimento harmónico da base 67
R
2π 2π
Tb = = . (4.73)
2ε ωn − ω
JD
4.9 Movimento harmónico da base
A excitação do sistema vibratório pode apresentar-se sob a forma de um movimento im-
posto à base ou apoio do sistema massa-mola-amortecedor, conforme se representa na
figura 4.19a. Este tipo de excitação é, por vezes, designado por transmissão passiva, em
oposição à transmissão activa que caracteriza a excitação através de uma força directa-
mente aplicada ao sistema.
x(t)
z(t) m
k c
y(t) = Y cos ωt
R
Q̇ x+
Figura 4.19: Modelo do sistema com um grau de liberdade com excitação harmónica da
base.
Assim, a elongação da mola elástica é dada por x (t) − y (t) e a velocidade relativa
entre as duas extremidades do amortecedor é dada por ẋ (t) − ẏ (t). Na figura 4.19b
representa-se o respectivo diagrama de corpo livre.
JDR
68 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
R
equação diferencial de movimento do sistema escreve-se,
JD
− k (x (t) − y (t)) − c (ẋ (t) − ẏ (t)) = mẍ (t) . (4.74)
sendo
−ωc
γ = tan−1 = tan−1 (−2ξβ) . (4.78)
k
Conforme (4.77), a excitação pelo movimento harmónicoq da base é equivalente à apli-
cação ao sistema de uma força harmónica de amplitude Y k 2 + (ωc)2 e frequência ω.
R
X (ω) = Y q ; (4.80)
2 2 2
(1 − β ) + (2ξβ)
JD
1
2ξβ
−2ξβ +
tan γ + tan φ 1 − β2 2ξβ 3
tan ψ = tan(γ + φ) = = =
1 − tan γ tan φ
1 + 2ξβ
2ξβ 1 − β 2 + (2ξβ)2
1−β 2
JDR
4.9. Movimento harmónico da base 69
2ξβ 3
ψ = tan−1 . (4.81)
1 − β 2 + (2ξβ)2
R
Deve notar-se que a amplitude de resposta X (ω) é proporcional à amplitude Y do
movimento imposto ao apoio. O ângulo de fase ψ = γ+φ é determinado pelas expressões
JD
(4.21b) e (4.78).
6
ξ=0
5
R
ξ = 0.1
X(ω)
4
Y
JD
ξ = 0.2
3
TR =
ξ = 0.3
ξ = 0.5
2 ξ = 0.7
ξ=1
1
0 √
0 1 2 2 3
ω
β= ωn
Figura 4.20: Transmissibilidade de deslocamento em função da razão de frequência.
1 hp i1/2
βr = β |T Rmax = 1 + 8ξ 2 − 1 . (4.84)
2ξ
JD
JDR
70 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
Da análise da figura 4.20 devem notar-se, entre outros, os seguintes aspectos relevan-
tes:
R
• Na banda de frequência em torno da ressonância, a transmissibilidade é muito
sensível ao amortecimento; nesta banda, a transmissibilidade é “controlada” pelo
JD
amortecimento;
√
• Para a frequência de excitação igual a 2ωn , independentemente do valor do amor-
tecimento, a transmissibilidade é igual a 1;
√
• Para frequências de excitação inferiores a 2ωn , o aumento do amortecimento con-
duz à diminuição da transmissibilidade;
√
• Para frequências de excitação superiores a 2ωn , o aumento do amortecimento con-
duz ao aumento da transmissibilidade.
π ξ=0
R
ξ = 0.05
JD
ξ = 0.1
ξ = 0.2
π
ψ
2 ξ = 0.3
ξ = 0.5
ξ = 0.7
ξ=1
0 ξ=0
0 1 2 3
ω
β= ωn
Figura 4.21: Ângulo de fase ψ em função da razão de frequência β tendo como parâmetro
a razão de amortecimento ξ: ψ = ψ(β, ξ).
ω
Para ξ = 0, a resposta está em fase com a excitação para β = ωn < 1 ou desfasada de
π (em oposição de fase) com a excitação para β = ωωn > 1.
R
De acordo com a figura 4.19, é transmitida à base ou suporte móvel uma força fT (t)
devido à acção da mola e do amortecedor. A força fT (t) transmitida ao suporte móvel
do sistema é igual a,
JDR
4.9. Movimento harmónico da base 71
R
(4.87)
= −mẍ(t).
JD
Da expressão (4.79), a força fT (t) transmitida ao suporte móvel vem dada por,
onde FT é a amplitude da força transmitida para a base móvel. A força fT (t) transmitida
ao suporte móvel é uma força harmónica de frequência ω e amplitude FT . Note-se que a
força transmitida está em fase com o movimento estacionário x(t).
A amplitude FT em (4.88), após introdução da amplitude X(ω) em (4.80), vem dada
pela expressão,
FT (ω) = mω 2 X(ω)
q
1 + (2ξβ)2
= mω 2 Y q
(1 − β 2 )2 + (2ξβ)2
q
β 2 1 + (2ξβ)2
(4.89)
= mωn2 Y q
R
(1 − β 2 )2 + (2ξβ)2
JD
q
β 2 1 + (2ξβ)2
= kY q .
2 2 2
(1 − β ) + (2ξβ)
JDR
72 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
6
ξ=0 ξ=1
5 ξ = 0.1
ξ = 0.7
R
4
ξ = 0.2 ξ = 0.5
FT (ω)
JD
kY
3 ξ = 0.3
0 √
0 1 2 2 3 4
ω
β= ωn
vel x (t) = y (t) + z (t) e substituindo na equação (4.75), obtém-se a equação diferencial
de movimento relativo,
JD
Y ω2m
z (t) = q cos (ωt − φ)
k 2 2 2
(1 − β ) + (2ξβ)
R
β2 (4.93)
=Yq cos (ωt − φ)
JD
2 2 2
(1 − β ) + (2ξβ)
= Z (ω) cos (ωt − φ)
JDR
4.10. Vibração provocada por um desequilíbrio em rotação 73
β2
Z (ω) = Y q . (4.94)
(1 − β 2 )2 + (2ξβ) 2
R
4.9.3.3 Transmissibilidade relativa
JD
A razão entre a amplitude Z (ω) do movimento relativo z (t) e a amplitude Y do movi-
mento y (t) da base designa-se por transmissibilidade relativa T Rr :
Z (ω) β2
T Rr = =q . (4.95)
Y
(1 − β 2 )2 + (2ξβ)2
Na figura 4.23 representa-se a transmissibilidade de deslocamento relativo T Rr em
função da razão de frequência β = ωωn , de forma paramétrica e tendo como parâmetro a
razão de amortecimento ξ.
6
ξ=0
5
ξ = 0.1
Z(ω)
4
Y
ξ = 0.2
T Rr =
3 ξ = 0.3
ξ = 0.5 ξ = 0.7
R
2
ξ = 1.0
JD
0 √
0 1 2 2 3 4
ω
β= ωn
Da análise da figura 4.23 devem notar-se, entre outros, os seguintes aspectos relevan-
tes:
• Na banda de frequência em torno da ressonância, a transmissibilidade relativa é
muito sensível ao amortecimento; nesta banda, a transmissibilidade relativa é “con-
trolada” pelo amortecimento;
• Para frequências de excitação elevadas, e independentemente do valor do amor-
tecimento, a transmissibilidade relativa tende para 1, ou seja, a amplitude do mo-
vimento relativo é praticamente idêntica à amplitude do movimento imposto ao
apoio; noutros termos, a massa do sistema mantém-se praticamente estacionária.
R
JD
JDR
74 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
R
velocidade angular constante ω.
JD
m m 0 e M 2s in M t m 0 e M 2s in M t m
0 e M 2
2 2
0 e M 2
2 2
m M t M t m
0 e M 2c o s M t e e 0 e M 2c o s M t
2 2
M m 0 m 0 M
2 2
x ( t)
m
k c k
2 2
m 0 e M 2s in M t m 0 e M 2s in M t
2 2
m .. m
0 e M 2c o s M t m x 0 e M 2c o s M t
2 2
R
JD
k x . k x
c x
2 2
k @ m g k @
2 2
(b) Diagrama de corpo livre
Para duas massas excêntricas iguais, m20 , rodando em sentidos contrários, as com-
ponentes horizontais das forças centrífugas 21 m0 eω 2 , devidas à rotação de cada massa
excêntrica, equilibram-se mutuamente, figura 4.24a. Ao contrário, as componentes verti-
cais das forças centrífugas somam-se, conforme se representa na figura 4.24a. Se a posição
angular das massas é medida a partir da horizontal, a componente vertical da excitação
é dada por f (t) = m0 eω 2 sin ωt.
Para estabelecer a equação de movimento do sistema, considere-se o diagrama de
corpo livre representado na figura 4.24b. A análise do diagrama de corpo livre permite
R
concluir que as duas massas excêntricas em rotação exercem na massa principal duas for-
JD
ças verticais que se adicionam e duas forças horizontais que se equilibram mutuamente.
Devido ao cancelamento das forças horizontais, a massa principal não realiza movimento
na direcção horizontal, de modo que apenas é necessário considerar o movimento ver-
tical x (t). Considerando o deslocamento x (t) medido a partir da posição de equilíbrio
estático (mg = kδ), e utilizando a 2ª lei de Newton (F = Q̇), a equação de movimento do
sistema escreve-se,
JDR
4.10. Vibração provocada por um desequilíbrio em rotação 75
R
Da equação diferencial de movimento do sistema verifica-se que as massas excêntri-
cas em rotação exercem uma excitação harmónica no sistema, de amplitude m0 eω 2 e de
JD
frequência ω. A equação (4.96) é formalmente idêntica à equação de movimento do osci-
lador elementar em regime forçado harmónico, mẍ + cẋ + kx = F sin ωt, e a sua solução
pode ser determinada através da substituição de F por m0 eω 2 .
A solução permanente ou estacionária da equação (4.96) escreve-se,
mX (ω) β2
=h i1/2 (4.99a)
m0 e
JD
2 2 2
(1 − β ) + (2ξβ)
−1 2ξβ
φ = tan (4.99b)
1 − β2
A variação de mX(ω)
m0 e com a razão de frequência β para diferentes valores de ξ mostra-
se na figura 4.25. Da figura 4.25 e da equação (4.99a) pode observar-se:
6
ξ=0
5
ξ = 0.1
4
mX(ω)
ξ = 0.2
m0 e
3 ξ = 0.3
ξ = 0.5 ξ = 0.7
2
ξ = 1.0
1
R
0 √
JD
0 1 2 2 3 4
ω
β= ωn
mX(ω) ω
Figura 4.25: Variação de m0 e com a razão de frequência β = ωn .
JDR
76 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
R
amortecimento com o propósito de evitar amplitudes perigosas;
JD
m0 e aproxima-se da unidade, o efeito do
amortecimento é insignificante (desprezável) e a amplitude X (ω) ≈ mm0 e ;
mX(ω)
iii Para 0 < ξ < √1 , o valor máximo de ocorre quando se verifica
2 m0 e
d mX (ω)
=0
dβ m0 e
β = 0 até 1 quando β → ∞.
JD
JDR
4.11. Vibração induzida por escoamentos 77
cρv 2 A
f (t) = sin (2πf t) (4.103)
2
∼ 1 para um cilindro e para 4 × 102 < Re <
R
onde c representa o coeficiente de arrasto (c =
3 × 105 ), A é a área projectada do cilindro perpendicularmente a v e f é a frequência de
JD
desprendimento dos vórtices.
+ H L 2)
B J = s in 2 F BJ
2
L @
v
f =S (4.104)
d
JD
v sin θ
f =S (4.105)
d
onde v sin θ é a componente da velocidade perpendicular à estrutura.
O fenómeno de desprendimento de vórtices não ocorre somente para objectos de
forma cilíndrica. Para objectos com outras formas, as equações (4.103) e (4.104) mantêm-
R
análise.
Controlo da vibração Como soluções que provaram ser eficientes na redução da vibra-
ção induzida por escoamentos causada pelo desprendimento de vórtices, pode apontar-
se a solução que consiste em aumentar a capacidade de dissipação de energia presente
no sistema pela introdução de amortecimento adicional sob a forma de amortecedores
JDR
78 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
R
L s in G
JD
L
fluidos, ou então revestir a estrutura com materiais de elevado amortecimento, tais como
elastómeros e aglomerados de cortiça, sob a forma de tratamentos superficiais.
A modificação da superfície do sistema de modo a impedir a formação dos vórtices
constitui uma outra solução. Uma técnica que se tem revelado muito eficiente para estru-
turas de forma cilíndrica como, por exemplo, chaminés industriais, consiste na colocação
de ’spoilers’ helicoidais como se representa na figura 4.28.
Uma outra solução consiste na modificação estrutural de modo que a frequência na-
tural do sistema se afaste das frequências de desprendimento dos vórtices, evitando-se,
R
forma,
JD
JDR
4.12. Regime harmónico e exponencial complexa 79
F ejωt
x(t)
k
m
R
c
JD
Figura 4.29: Modelo do sistema com um grau de liberdade em regime forçado harmónico.
−ω 2 m + jωc + k X̄(jω) = F
(4.111)
cuja solução fornece o valor de X̄ (jω),
1
X̄(jω) = F . (4.112)
(k − ω 2 m) + jωc
Assim, a resposta permanente ou estacionária pode escrever-se na forma,
JDR
80 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
X (ω) = X̄ (jω)
1 ωc
R
=F , φ = tan−1 . (4.115)
1/2 k − ω2m
(k − ω 2 m)2 + (ωc) 2
JD
Após introdução de (4.114) em (4.108), a resposta permanente ou estacionária pode
ainda escrever-se na forma,
X(ω) = X̄ (jω)
1 1
=Fp =F p
(k − ω 2 m)2 + (ωc)2 k (1 − β )2 + (2ξβ)2
2
F 1 (4.117)
= p
k 2 )2 + (2ξβ)2
|{z} | (1 − β {z
X
}
s
µ
R
= Xs µ
F 1
JD
X̄ (jω)
α(jω) = . (4.118)
F
Substituindo X̄ (jω) pela expressão (4.112), obtém-se para a função receptância,
1
R
α(jω) = . (4.119)
(k − ω 2 m) + jωc
JD
JDR
4.13. Função de resposta em frequência 81
R
respectivo argumento. Com efeito, a função receptância α (jω) pode escrever-se na forma,
JD
α(jω) = |α(jω)| e−jφ (4.120)
onde |α(jω)| representa a magnitude e φ a fase.
Assim, a resposta permanente ou estacionária pode exprimir-se em termos da função
receptância como sendo,
k − ω2m
Re (α(jω)) = , (4.123a)
(k − ω 2 m)2 + (ωc)2
R
ωc
Im (α(jω)) = − , (4.123b)
(k − ω 2 m)2 + (ωc)2
JD
ωc
φ = tan−1 . (4.124b)
k − ω2m
A função de resposta em frequência receptância é, pois, uma função complexa cuja
variável independente é a frequência ω. Assim, a função de resposta em frequência pode
representar-se pela sua magnitude e fase em função da frequência, representação esta
designada por diagrama de Bode. Na figura 4.30 representa-se o diagrama de Bode da
função de resposta em frequência de tipo receptância.
Em alternativa, a função de resposta em frequência pode também ser representada
através da sua parte real e imaginária em função da frequência, como se representa na
figura 4.31 para a função receptância.
R
JD
JDR
82 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
|α(jω)|
R
JD
0
π
φ
−π
0
ω
0
Im(α(jω))
R
JD
0
ω
Im (α(jω))
Re (α(jω))
ω
R
JD
JDR
4.13. Função de resposta em frequência 83
R
fasor da velocidade, V̄ (jω), e a amplitude da força aplicada, F ,
JD
V̄ (jω)
Y (jω) = . (4.125)
F
Tendo em conta as relações (4.109), a função mobilidade pode exprimir-se como,
V̄ (jω) jω X̄ (jω)
Y (jω) = = = jωα (jω) . (4.126)
F F
Assim, para a função mobilidade obtém-se a seguinte expressão,
1
Y (jω) = jω (4.127)
(k − ω 2 m) + jωc
ω2c
Re [Y (jω)] = , (4.128a)
(k − ω 2 m)2 + (ωc)2
ω k − ω2m
Im [Y (jω)] = , (4.128b)
R
(k − ω 2 m)2 + (ωc)2
JD
k − ω2m
φ = tan−1 . (4.129b)
ωc
Na figura 4.33 representa-se o diagrama de Bode da função mobilidade e na figura 4.34
estão representadas as partes real e imaginária.
|Y (jω)|
0
π
R
0
φ
JD
−π
0
ω
JDR
84 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
Re (Y (jω))
R
0
JD
Im(Y (jω))
0
0
ω
1 1
(xc ; yc ) = ;0 , r= . (4.131)
2c 2c
JD
ω
Im (Y (jω))
+ Re (Y (jω))
JDR
4.13. Função de resposta em frequência 85
Ā (jω)
A (jω) = . (4.132)
F
R
Tendo em conta as relações (4.109), a função acelerância pode exprimir-se como,
Ā (jω) jω V̄ (ω)
JD
A (jω) = = = jωY (jω) (4.133)
F F
ou
Ā (jω) −ω 2 X̄ (jω)
A (jω) = = = −ω 2 α (jω) . (4.134)
F F
Considerando a expressão (4.133) ou a expressão (4.134), a função acelerância é dada
pela seguinte função,
ω2
A (jω) = − . (4.135)
(k − ω 2 m) + jωc
Separando as partes real e imaginária da acelerância obtém-se,
k − ω2m ω2
Re [A (jω)] = − , (4.136a)
(k − ω 2 m)2 + (ωc)2
ω 2 ωc
Im [A (jω)] = . (4.136b)
(k − ω 2 m)2 + (ωc)2
R
ω2
|A (jω)| = , (4.137a)
1
2
(k − ω 2 m)2 + (ωc) 2
ωc
φ = tan−1 . (4.137b)
k − ω2m
Na figura 4.36 representa-se a função acelerância através da sua magnitude e fase
enquanto que na figura 4.37 representam-se as partes real e imaginária.
|A(jω)|
0
π
0
φ
R
−π
0
JD
JDR
86 4. Sistema com 1 gdl: Regime harmónico
Re (A(jω))
0
R
JD
Im(A(jω))
0
0
ω
Im (A(jω))
R
JD
Re (A(jω))
1 ω
Mobilidade Y (jω) − ωm k
JD
log |Y (jω)| − log (ω) − log (m) log (ω) − log (k)
1 2
Acelerância A (jω) m − ωk
log |A (jω)| − log (m) 2 log (ω) − log (k)
JDR
4.13. Função de resposta em frequência 87
R
JD
|α(jω)|
k
m
ω
(a) Receptância
|Y (jω)|
R
JD
k m
ω
(b) Mobilidade
|A(jω)|
ω
(c) Acelerância
R
JD
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
CAPÍTULO 5
5.1 Introdução
JD
Uma excitação periódica é gerada por uma forma de excitação durante um intervalo de
tempo fixo, designado por período, que se repete regularmente ao longo do tempo. Uma
excitação periódica não harmónica pode ser representada por uma soma de funções har-
mónicas usando a análise harmónica representada pela série de Fourier. Pelo princípio
da sobreposição de efeitos, a resposta do sistema pode ser determinada pela sobreposição
das respostas devidas às componentes harmónicas individuais presentes na expansão em
série de Fourier da excitação periódica.
f (t)
R
T
JD
89
90 5. Sistema com 1 gdl: Regime periódico
f (t) = f (t + nT ) (5.1)
R
2π
JD
T = (5.2)
ω
onde ω é a frequência fundamental da excitação periódica.
Uma excitação periódica f (t) pode exprimir-se por uma série harmónica de Fourier,
que é uma série convergente de funções harmónicas cujas frequências são múltiplos in-
teiros da frequência fundamental ω de f (t), na forma (Anexo B, página 381),
∞ ∞
A0 X X
f (t) = + Ap cos (pωt) + Bp sin (pωt) , (5.3)
2
p=1 p=1
ZT
2
Ap = f (t) cos (pωt) dt, p = 0, . . . , ∞, (5.4a)
T
0
ZT
R
2
Bp = f (t) sin (pωt) dt, p = 1, . . . , ∞. (5.4b)
T
JD
F0 = A0 (5.6a)
q
Fp = A2p + Bp2 p = 1, 2, . . . , ∞. (5.6b)
Bp
ψp = tan−1 p = 1, 2, . . . , ∞. (5.6c)
Ap
Na expansão em série de Fourier na forma (5.5),
R
F0
• 2 representa o valor médio da excitação periódica no período;
JD
2π
• F1 cos (ωt − ψ1 ) é o harmónico fundamental de frequência ω = T idêntica à da
excitação periódica;
JDR
5.3. Resposta estacionária 91
R
F0 X
mẍ (t) + cẋ (t) + kx (t) = + Fp cos (pωt − ψp ) . (5.7)
2
p=1
JD
O segundo membro de (5.7), representativo da solicitação externa, é uma soma de
uma constante, F20 , e de componentes harmónicas cuja frequência pω é um múltiplo in-
teiro p da frequência fundamental ω = 2π
T .
F0
mẍ0 (t) + cẋ0 (t) + kx0 (t) = ; (5.8a)
2
mẍ1 (t) + cẋ1 (t) + kx1 (t) = F1 cos (ωt − ψ1 ) ; (5.8b)
mẍ2 (t) + cẋ2 (t) + kx2 (t) = F2 cos (2ωt − ψ2 ) ; (5.8c)
R
..
.
JD
onde a amplitude Xp (ω) e o ângulo de fase φp são dados pelas seguintes expressões,
Fp 1
Xp (ω) = q (5.11a)
k 2
1 − βp2 + (2ξβp )2
2ξβp
φp = tan−1 , (5.11b)
R
1 − βp2
com a razão de frequência βp definida como a razão entre a frequência do harmónico de
JD
JDR
92 5. Sistema com 1 gdl: Regime periódico
R
F0 X
x (t) = + Xp (ω) cos (pωt − ψp − φp ) . (5.13)
2k
p=1
JD
De acordo com a expressão anterior, a resposta estacionária x (t) a uma excitação pe-
riódica apresenta, entre outras, as seguintes características:
2k
p=1
JD
2
1 1 2
p2
− β 2 + p2 (2ξβ)
JD
da qual se infere que a amplitude Xp dos harmónicos diminui na razão inversa do qua-
drado da ordem p. Para sistemas ligeiramente amortecidos, a amplitude dos harmónicos
de ordem superior vale, aproximadamente,
1
Xp (ω) ∼
= Xsp 2 2 . (5.18)
p β
JDR
5.3. Resposta estacionária 93
R
JD
f (t)
+ +
+ +
R
+ +
JD
+ +
+ +
... ...
=
x(t)
JDR
94 5. Sistema com 1 gdl: Regime periódico
1 2ξβ
tan φp = 1 . (5.19)
p − β2
R
p2
1
Para os harmónicos de ordem superior, como → 0, a fase vale aproximadamente,
JD
p2
2ξ
tan φp ∼
=− , (5.20)
pβ
isto é, a fase φp → π.
No entanto, deve referir-se que para pω ∼ = ωr , o harmónico de ordem p constitui uma
excitação de ressonância para o sistema, de modo que nesta situação a amplitude Xp
pode assumir-se como predominante no espectro de resposta do sistema, ainda que se
verifique o facto de que Fp < F1 , figura 5.3.
Fp
1 2 3 4 5 ...
p
R
(a) espectro de Fp
JD
ωr <≈ ω
Xp
1 2 3 4 5 ...
p
(b) espectro de Xp para ωr <≈ ω
ωr ≈ pω
Xp
1 2 3 4 5 ...
p
(c) espectro de Xp para ωr ≈ pω
R
JDR
5.3. Resposta estacionária 95
R
– a amplitude Xp é predominante na resposta do sistema;
JD
– a amplitude Xp > X1 ainda que Fp < F1 ;
• A amplitude dos harmónicos de x (t) decresce mais rapidamente que a dos harmó-
nicos de f (t), desde que a sua frequência pω seja superior a aproximadamente uma
vez e meia a frequência ωr ;
Exemplo H
A força exterior periódica f (t) representada na figura 5.4 actua sobre um sistema massa-
mola-amortecedor (oscilador elementar) em regime permanente.
T
F
f (t)
−F
JD
0
t
i) ωn = 0.8ω; ξ = 0.05;
ii) ωn = 5.3ω; ξ = 0.05.
Resolução
a) Espectro da função de excitação f (t) e da respectiva resposta x(t) do sistema
R
∞
F0 X
f (t) = + Fp cos (pωt − ψp )
2
p=1
q
B
onde Fp = A2p + Bp2 e ψp = tan−1 App são determinados a partir dos coeficientes
Ap e Bp do desenvolvimento em série de Fourier dados pelas expressões (5.4).
JDR
96 5. Sistema com 1 gdl: Regime periódico
Neste caso particular, a função f (t) é par, isto é, f (t) = f (−t). Assim, os coefici-
entes Bp p = 1, 2, . . ., são nulos. Além disso, o valor médio da função é nulo pelo
que o coeficiente F0 é também nulo. Em consequência, os coeficientes de Fourier Fp
R
e ψp vêm,
0
JD
Fp = |Ap | ψp = .
π
T /4 3T /4 T
2F T 2π 2π 2π
JD
Como sin p 3π π
2 = − sin p 2 ,
4F
p = 1, 5, 9, . . .
pπ
4F π
Ap = sin p = − 4F p = 3, 7, 11, . . .
pπ 2 pπ
0 p par
pπ
q
Fp = A2p + Bp2 = |Ap | = ,
0
p par
JD
0 p = 1, 5, 9, . . .
Bp
ψp = tan−1 = π p = 3, 7, 11, . . . .
Ap
0 p par
JDR
5.3. Resposta estacionária 97
R
∞
F0 X
f (t) = + Fp cos (pωt − ψp )
JD
2
p=1
4F 1 1 1
= cos (ωt) + cos (3ωt − π) + cos (5ωt) + cos (7ωt − π) + . . . .
π 3 5 7
F
f (t), Σfp (t)
−F
R
t
JD
F
f (t), Σfp (t)
−F
t
(b) aproximação para diferente número de termos
p=1
JD
JDR
98 5. Sistema com 1 gdl: Regime periódico
Fp /F
R
1
JD
0
π
π
ψ 2
0
1 3 5 7 9
p
onde a amplitude Xp (ω) e a fase φp dos harmónicos presentes na resposta são dadas
pelas expressões,
Fp 1
Xp (ω) = Xsp µp = k
q ,
(1 − p2 β 2 )2 + (2ξpβ)2
2ξpβ
φp = tan−1 ,
1 − p2 β 2
com β = ωωn e onde Xsp e µp designam, respectivamente, o deslocamento estático e
R
Fp Xp F
b) Representação gráfica das razões e (Xs = e p = 1, 2, 3, . . . , 9) para os
JD
F Xs k
primeiros nove harmónicos.
Na tabela 5.1 apresentam-se os resultados para os primeiros 9 harmónicos.
Na figura 5.7 representam-se os espectros de excitação e de resposta para as duas
situações distintas correspondentes a ωn = 0.8ω e ωn = 5.3ω. Em ambos os casos a
razão de amortecimento vale ξ = 0.05.
JDR
5.3. Resposta estacionária 99
R
JD
p 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Fp
F 1.2732 0 0.4244 0 0.2546 0 0.1819 0 0.1415
Xp
i) Xs 2.2096 0 0.0325 0 0.0067 0 0.0024 0 0.0011
Xp
ii) Xs 1.3200 0 0.6224 0 1.7572 0 0.2406 0 0.0748
1
10
0
10
Fp /F
−1
10
−2
10
R
−3
10
1 3 5 7 9
JD
p
(a) espectro de magnitude da excitação
1
10
0
10
Xp /Xs
−1
10
−2
10
−3
10
1 3 5 7 9
p
(b) espectro de magnitude da resposta: Caso i)
1
10
0
10
Xp /Xs
−1
10
−2
10
R
−3
10
1 3 5 7 9
p
JD
JDR
100 5. Sistema com 1 gdl: Regime periódico
R
mais acentuadamente decrescente;
JD
• O oscilador comporta-se como um filtro passa-baixo eficaz no caso i). Com
efeito, x(t) é uma função sinusoidal quase perfeita, pois, a amplitude do har-
mónico superior mais importante, o 3º, não representa senão 0.0325/2.2096x100% =
1.5% da amplitude do harmónico fundamental, figuras 5.8a e 5.9a;
• No caso ii), o harmónico dep ordem 5 está próximo
√ da frequência de ressonân-
cia de amplitude ωr = ωn 1 − 2ξ = 5.3ω 1 − 2 × 0.052 = 5.29ω. A sua
2
i) ii) 5 ◦ harmónico
1 ◦ harmónico 1 ◦ harmónico
harmónicos superiores
3 ◦ harmónico
x(t)
x(t)
0 0
R
JD
t t
(a) Caso i) (b) Caso ii)
i) ii)
x(t)
x(t)
0 0
t t
(a) Caso i) (b) Caso ii)
R
JDR
R
JD
CAPÍTULO 6
6.1 Introdução
JD
Para uma excitação não periódica arbitrária, a resposta do sistema pode ser determinada
pelos seguintes métodos:
Neste texto apresentam-se os dois primeiros métodos indicados. Uma força (ou um
deslocamento imposto) de excitação não periódica apresenta, em geral, uma grandeza
que varia com o tempo e actua durante um determinado intervalo de tempo designado
por tempo de actuação. Na figura 6.1 representam-se exemplos de solicitações não perió-
dicas.
R
tc t tc t tc t
101
102 6. Sistema com 1 gdl: Regime transiente
R
siva caracteriza-se por apresentar uma grandeza F elevada e actuar durante um muito
curto intervalo de tempo ∆t. Na figura 6.2 representa-se um força impulsiva.
JD
Figura 6.2: Força impulsiva
∆t→0 t
R t+∆t
Deve notar-se que de modo a que lim f (t) dt tenha um valor finito, f (t) deve
JD
∆t→0 t
tender para infinito visto que dt tende para zero. Embora a função impulso unitário não
possua um significado físico, constitui, porém, uma ferramenta muito útil em análise
de vibrações e é representada matematicamente pela função de Dirac1 definida como se
segue,
δ (t − τ ) = 0 para t 6= τ
Z +∞
(6.3)
δ (t − τ ) dt = 1
−∞
JDR
6.2. Resposta a uma força impulsiva 103
Para uma sistema em repouso, isto é, com condições iniciais nulas, ao qual é aplicada
no instante t = 0 uma força impulsiva,
R
a equação diferencial de movimento e respectivas condições iniciais escrevem-se,
JD
mẍ (t) + cẋ (t) + kx (t) = F̃ δ (t) , (6.6)
x (t = 0) = x0 = 0, (6.7a)
ẋ (t = 0) = ẋ0 = 0. (6.7b)
Como o sistema se encontra em repouso antes da aplicação da força impulsiva, tem-se
que x (t) = ẋ (t) = 0 para t < 0 ou x (t = 0− ) = ẋ (t = 0− ) = 0, onde t = 0− representa o
instante imediatamente anterior à aplicação da força impulsiva.
Da Dinâmica, sabe-se que o impulso é igual à variação da quantidade de movimento,
o que permite escrever
Z t+∆t
f (t) dt = mẋ (t = 0) − mẋ t = 0− = mẋ0 .
F̃ = (6.8)
t
A interpretação física da expressão anterior é a de que o impulso provoca uma varia-
ção instantânea na velocidade, de modo que podemos entender o efeito da aplicação do
F̃
impulso em t = 0 como sendo equivalente ao efeito de uma velocidade inicial ẋ0 = m .
R
F̃
Assim, o sistema é colocado em movimento com uma velocidade inicial ẋ0 = m e um
JD
x (t = 0) = x0 = 0, (6.9a)
F̃
ẋ (t = 0) = ẋ0 =
. (6.9b)
m
Considerando então a expressão da resposta em regime livre ou natural de um sis-
tema sub-amortecido,
−ξωn t ẋ0 + ξωn x0
x (t) = e x0 cos ωd t + sin ωd t , (6.10)
ωd
e introduzindo as condições iniciais (6.9), obtém-se a resposta forçada do sistema a uma
força impulsiva aplicada no instante t = 0, f (t) = F̃ δ(t),
1 −ξωn t
x (t) = F̃ e sin ωd t. (6.11)
mωd
A resposta forçada a uma excitação impulsiva é, pois, um movimento oscilatório em
R
JDR
104 6. Sistema com 1 gdl: Regime transiente
Refira-se que a função de resposta impulsiva (6.12) apenas depende das proprieda-
des mecânicas do sistema, constituindo, por isso, um modelo de resposta a solicitações
impulsivas para um dado sistema.
R
Se o impulso F̃ é aplicado num instante t = τ , como se mostra na figura 6.3, provoca
F̃
uma variação na velocidade no instante t = τ de valor igual a m . Assumindo que o
JD
sistema se encontra em repouso até que o impulso seja aplicado, a resposta do sistema
provocada pela variação da velocidade no instante t = τ é dada, em qualquer instante t
subsequente, pela expressão (6.11) com t substituído pelo tempo decorrido após a aplica-
ção do impulso, isto é, t − τ . Assim, a resposta é dada pela expressão,
1 −ξωn (t−τ )
x (t) = F̃ e sin ωd (t − τ ) t ≥ τ. (6.13)
mωd
x (t) = F̃ h (t − τ ) t ≥ τ, (6.14)
1 −ξωn (t−τ )
h (t − τ ) = e sin ωd (t − τ ) . (6.15)
mωd
R
0
t
(a) impulso em t = 0
x(t)
0
R
JD
0 τ
t
(b) impulso em t = τ
JDR
6.3. Resposta a uma solicitação transiente 105
R
Uma solicitação transiente f (t) pode ser assimilada a uma série de forças impulsivas
JD
f (τ ) actuando durante intervalos de tempo dτ , conforme se esquematiza na figura 6.5.
B J
B J
... ...
J J ? J
@ J
Figura 6.5: Solicitação transiente f (t) como uma série de forças impulsivas f (τ )
R
dx (t) = f (τ ) dτ h (t − τ ) , (6.16)
Z t
x (t) = f (τ ) h (t − τ ) dτ. (6.17)
0
t
1
Z
x (t) = f (τ ) e−ξωn (t−τ ) sin ωd (t − τ ) dτ. (6.18)
JD
mωd 0
Note-se que a expressão (6.18) anterior não tem em conta as condições iniciais e ape-
nas representa a resposta forçada, representada pela solução particular da equação de
movimento. Assim, a resposta total do sistema é dada pela soma da resposta transitória
devida às condições iniciais e pela resposta forçada devida à solicitação transiente,
JDR
106 6. Sistema com 1 gdl: Regime transiente
−ξωn t ẋ0 + ξωn x0
x (t) = e x0 cos ωd t + sin ωd t
ωd
R
t
(6.19)
1
Z
−ξωn (t−τ )
+ f (τ ) e sin ωd (t − τ ) dτ ,
mωd
JD
0
p
onde ωd = ωn 1 − ξ 2 representa a frequência natural amortecida e x0 e ẋ0 representam,
respectivamente, as condições iniciais de deslocamento e de velocidade.
f (t)
F0
0 t
R
na forma,
F0
JD
JDR
6.3. Resposta a uma solicitação transiente 107
valor 2 Fk0 . Note-se, pois, a diferença, em termos do deslocamento a que o sistema está
sujeito, conforme uma força constante de valor igual a F0 seja aplicada de forma estática
ou de forma dinâmica.
R
Na figura 6.7c representa-se a resposta forçada ao transiente ’degrau’ para diferentes
valores da razão de amortecimento ξ.
JD
2
x(t)/(F0 /k)
0
...
0
t
(a) ξ = 0.1
2
x(t)/(F0 /k)
1
R
JD
0
...
0
t
(b) ξ = 0
ξ=0 ξ = 0.05
2
ξ = 0.15
x(t)/(F0 /k)
ξ = 0.25
0
...
0
t
(c) diferentes valores de ξ
JDR
108 6. Sistema com 1 gdl: Regime transiente
f (t)
F0
R
JD
0 tc t
Rt
Para t > tc , os limites de integração na expressão (6.25) são 0 e tc , ( 0 c . . . dτ ), e a
resposta transiente x (t) com t > tc vale,
"
F0 −ξωn t ξ
x (t) = e − cos ωd t − p sin ωd t
k 1 − ξ2
!# (6.27)
ξ
+eξωn tc cos ωd (t − tc ) + p sin ωd (t − tc ) .
1 − ξ2
Na figura 6.9-a) e b) representa-se a resposta de um sistema amortecido, com ξ = 10%,
a uma solicitação transiente ‘rectangular’ para, respectivamente, tc > T2n e tc < T2n .
Para melhor caracterizar a resposta a um transiente rectangular, considere-se um sis-
tema não amortecido, ξ = 0. A partir da expressão (6.26), a resposta transiente do sistema
não amortecido para 0 ≤ t ≤ tc vem,
F0
x (t) = (1 − cos ωn t) . (6.28)
k
R
Analisando a expressão (6.28), verifica-se que a resposta aumenta até t = T2n = ωπn ,
valendo nesse instante, x t = T2n = 2 Fk0 . Assim, durante a fase de carregamento, 0 ≤
JD
JDR
6.3. Resposta a uma solicitação transiente 109
ξ = 10% ξ = 10%
R
x(t)
x(t)
0 0
JD
0 0
t t
Tn Tn
(a) tc > 2
(b) tc < 2
F0
x (t) = (cos ωn (t − tc ) − cos ωn t) . (6.30)
k
O instante para o qual a resposta x (t) atinge o valor máximo é determinado anulando
a velocidade ẋ (t)2 , o que conduz ao seguinte resultado:
R
(2n − 1) π
1
JD
t= tc + n = 1, 2, . . . . (6.31)
2 ωn
F0 ωn t c
x (t)max = 2 sin . (6.32)
k 2
Comparando as expressões (6.29) e (6.32), pode concluir-se que a resposta máxima é
dada pelas seguintes expressões:
2 Fk0
para tc > Tn
2 na fase 0 ≤ t ≤ tc
x (t)max = . (6.33)
2 F0 sin ωn tc
para tc < Tn
na fase t > tc
k 2 2
Note-se que, para tc > T2n , a resposta máxima ocorre durante a fase de carregamento
enquanto que, para tc < T2n , a resposta máxima ocorre num instante após a remoção da
R
tc < T2n .
JDR
110 6. Sistema com 1 gdl: Regime transiente
ξ =0 ξ =0
R
x(t)
x(t)
0 0
JD
0 0
t t
Tn Tn
(a) tc > 2
(b) tc < 2
x(t)
z(t) m
k c
y(t)
tc t
Por analogia com a equação (6.17) e aplicando o integral de Duhamel, a resposta ab-
soluta x (t) é dada pela expressão,
JDR
6.5. Espectro de resposta ao choque 111
Z t
x (t) = (ky (τ ) + cẏ (τ )) h (t − τ ) dτ
R
0
Zt Zt
= ky (τ ) h (t − τ ) dτ + cẏ (τ ) h (t − τ ) dτ
JD
0 0
Zt (6.35)
k −ξωn (t−τ )
= y (τ ) e sin ωd (t − τ ) dτ
mωd
0
Zt
c
+ ẏ (τ ) e−ξωn (t−τ ) sin ωd (t − τ ) dτ
mωd
0
Z t
R
z (t) = −m ÿ (τ ) h (t − τ ) dτ
0
Zt (6.37)
JD
1 −ξωn (t−τ )
=− ÿ (τ ) e sin ωd (t − τ ) dτ .
ωd
0
JDR
112 6. Sistema com 1 gdl: Regime transiente
R
a razão entre o parâmetro característico da excitação (tempo, frequência) e o correspon-
dente parâmetro do sistema (período natural, frequência natural). Em geral, os choques
JD
são definidos em termos da sua duração tc e, assim, nestes casos, o espectro de choque
é dado por xmax k/F versus tc /Tn , onde Tn = 2π/ωn é o período natural de vibração do
sistema, conforme se esquematiza na figura 6.12.
x ( t) m a x
r e s p o s t a m á x im a
a d im e n s io n a l
F
k
tc
T n
t e m p o ( fr e q u ê n c ia ) a d im e n s io n a l
choque específico é uma família de curvas, com cada curva descrevendo a resposta má-
xima para um valor particular da razão de amortecimento. Refira-se que, a resposta
JD
1 t
Z
x (t)|max = f (τ ) sin ωn (t − τ ) dτ . (6.41)
mωn 0
max
Refira-se que o valor máximo da resposta pode ocorrer quer durante a fase de apli-
cação do choque (fase I), quer na fase subsequente ao choque, isto é, na fase de vibração
livre do sistema (fase II), dependendo do tipo de choque e das características do sistema.
JDR
6.5. Espectro de resposta ao choque 113
R
adimensional tc /Tn . Nas secções seguintes ilustra-se o procedimento para dois tipos de
choque. Deve notar-se que o espectro de resposta transiente (choque) pode também ser
JD
definido para excitações sob a forma de movimentos transientes (choques) aplicados à
base do sistema.
f (t) f (t)
x(t) F0
k
c m t
0 tc
fase I fase II
(a) sistema vibratório (b) transiente rectangular
R
Para um sistema não amortecido, a resposta x (t) é dada pelas expressões (6.28) e
(6.30):
F0
x (t) = (cos ωn (t − tc ) − cos ωn t)
k t > tc . (6.43)
F0 2π 2π
= cos (t − tc ) − cos t
k Tn Tn
R
Na fase I, de acordo com a expressão (6.42), a resposta oscilatória aumenta até t = T2n ,
atingindo nesse instante, pela primeira vez, o seu valor máximo. Em consequência, na
JD
Tn
• Para tc < 2 ,
F0
xmax = (1 − cos ωn tc ) ; (6.44)
k
JDR
114 6. Sistema com 1 gdl: Regime transiente
Tn
• Para tc > 2 ,
2F0
xmax = . (6.45)
R
k
Na fase II, a resposta é dada pela expressão (6.43) e o instante para o qual ocorre o
JD
valor máximo de resposta nesta fase é determinado anulando a expressão da velocidade.
Assim, vem,
(2n − 1) π
1
t= tc + n = 1, 2, . . . . (6.47)
2 2ωn
Após substituição de (6.47) na expressão (6.43) da resposta e utilizando identidades
trigonométricas, obtém-se o valor máximo da resposta na fase II,
F0 πtc
xmax = 2 sin . (6.48)
k Tn
Analisando as expressões (6.44) - (6.45) e (6.48), verifica-se que o valor máximo da
resposta do sistema pode ocorrer na fase I ou na fase II, dependendo da razão Ttcn , e o
valor máximo da resposta é então dado pela expressão:
R
2 Fk0
tc > T2n (fase I)
JD
xmax = . (6.49)
2 F0 sin πtc t < Tn (fase II)
k Tn c 2
Na figura 6.14 pode observar-se a evolução da resposta x (t) de um sistema não amor-
tecido à solicitação transiente rectangular para diferentes valores da razão Ttcn e como o
valor máximo da resposta pode ocorrer na fase I ou na fase II.
A partir da expressão (6.49) pode agora construir-se o espectro de resposta transiente
representando o valor máximo da resposta para diferentes sistemas com um grau de
liberdade apresentando diferentes períodos (frequências) naturais.
A representação de xFmax
0
versus Ttcn apresentada na figura 6.15 é um exemplo típico de
k
um espectro de resposta e representa o espectro de resposta ao choque rectangular para
diferentes valores da razão de amortecimento, ξ = 0, 0.05, 0.1. Cada ponto representa
a resposta máxima a um choque rectangular de um sistema com um grau de liberdade
com um período (frequência) natural particular.
R
JD
JDR
6.5. Espectro de resposta ao choque 115
2 tc 2 tc
Tn = 0.2 Tn = 0.4
x(t) x(t)
R
( Fk0 ) ( Fk0 )
0 0
JD
0 0
t t
2 tc
= 0.5 2 tc
= 0.6
Tn Tn
x(t) x(t)
( Fk0 ) ( Fk0 )
0 0
0 0
t t
2 tc
= 0.8 2 tc
= 1.2
Tn Tn
x(t) x(t)
( Fk0 ) ( Fk0 )0
0
0 0
t t
tc
Figura 6.14: Resposta ao choque rectangular para diferentes valores da razão Tn
R
2.5
JD
2
ξ=0
1.5 ξ = 10%
xmax ξ = 5%
F0
k
1
0.5
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.75 1
tc
Tn
Na figura 6.16b representa-se uma solicitação transiente com a forma de uma meia onda
seno de duração tc que se escreve,
JD
F0 sin π t 0 ≤ t ≤ tc
tc
f (t) = . (6.50)
0 t > tc
JDR
116 6. Sistema com 1 gdl: Regime transiente
f (t) f (t)
x(t) F0 F0 sin tπc t
k
R
c m t
0 tc
JD
fase I fase II
(a) sistema vibratório (b) transiente meia onda seno
t
F0
Z
x (t) = sin ωτ sin ωn (t − τ ) dτ
mωn 0
(6.51)
sin [(ω + ωn ) τ − ωn t] sin [(ω − ωn ) τ + ωn t] t
F0
= − .
2mωn ω + ωn ω − ωn 0
A resposta do sistema para as fases I e II, após substituição dos respectivos limites de
integração, vem dada pelas expressões:
• fase I (t ≤ tc ),
R
F0 1 π Tn 2π
x (t) = 2 sin t t − 2t sin T t 0 ≤ t ≤ tc ; (6.52)
JD
k 1
Tn c c n
1− 4 tc
• fase II (t > tc ),
tc
F0 Tn 2π 2π
x (t) =
k 1
2 sin T t + sin T (t − tc ) t > tc . (6.53)
tc n n
2 −2 Tn
Na figura 6.17 pode observar-se a evolução da resposta x (t) de um sistema não amor-
tecido com um grau de liberdade para diferentes valores da razão Ttcn . Representando
xmax tc
F0 versus Tn , obtém-se o espectro de resposta para o choque meia onda seno.
k
Na figura 6.18 representa-se o espectro de choque meia onda seno para diferentes
níveis de amortecimento, ξ = 0, 0.05, 0.1.
Analisando os espectros de choque da figura 6.15 e da figura 6.18, verifica-se que, di-
ferentes tipos de excitação de choque resultam em diferentes espectros de choque. Além
disso, para diferentes valores da razão de amortecimento, o espectro de resposta para
R
uma excitação transiente específica é uma família de curvas, com cada curva descrevendo
a resposta máxima para um valor particular da razão de amortecimento. Como referido
JD
JDR
6.6. Integração numérica da equação de movimento 117
2 2
x(t) x(t)
R
( Fk0 ) ( Fk0 )
0 0
tc tc
= 0.2 = 0.4
JD
Tn Tn
0 0
t t
2 2
x(t) x(t)
( Fk0 ) ( Fk0 )
0 0
tc tc
Tn = 0.6 Tn = 0.8
0 0
t t
2 2
x(t) x(t)
( Fk0 ) ( Fk0 )
0 0
tc tc
Tn = 1.0 Tn = 1.2
0 0
t t
tc
Figura 6.17: Resposta ao choque meia onda seno para diferentes valores da razão Tn
R
2.5
JD
2 ξ=0
ξ = 5%
1.5 ξ = 10%
xmax
F0
k
1
0.5
0
0 1 2 3 4 5 6
tc
Tn
JDR
118 6. Sistema com 1 gdl: Regime transiente
Em certas aplicações práticas, a função de solicitação f (t) não está disponível sob
R
a forma de expressão analítica, mas antes sob a forma de valores discretos no tempo.
JD
Nestas condições, a determinação da resposta do sistema pode passar pela integração
numérica directa da equação diferencial de movimento, recorrendo a adequados métodos
numéricos de integração.
f( t)
JD
x ( t)
f i x i
f i-1 x i-1
f x i+ 1
i+ 1
x 2
f n x 1
f 2 x n
f 1
f 0 x 0
JDR
6.6. Integração numérica da equação de movimento 119
R
Usando a notação x (ti ) = xi , x (ti + ∆t) = xi+1 e x (ti − ∆t) = xi−1 , as expressões
anteriores vêm,
JD
(∆t)2 (∆t)3 ...
xi+1 = xi + ∆tẋi + ẍi + xi + ..., (6.58)
2 6
d2 x
1
ẍi = = (xi+1 − 2xi + xi−1 ) (6.61)
2
dt t=ti
(∆t)2
R
1
ẋt = xt+∆t − xt−∆t ,
(6.62)
2∆t
1
ẍt = t+∆t
− 2xt + xt−∆t .
2 x (6.63)
(∆t)
Considerando a equação de movimento no instante genérico t = ti ,
1 1 t+∆t t 2 t 1 1
2 m + c x = f − k − 2 m x − 2 m − c xt−∆t . (6.66)
(∆t) 2∆t (∆t) (∆t) 2∆t
JD
JDR
120 6. Sistema com 1 gdl: Regime transiente
R
sistema nos instantes t = ti −∆t e t = ti , respectivamente xt−∆t e xt . Assim, o método não
JD
possui arranque próprio, visto que no instante t = t1 seriam necessárias as respostas nos
instantes t = t0 e t = t0 − ∆t. É, pois, necessário adoptar um procedimento de arranque
auxiliar para este método.
x ( t)
x i
x i-1
x i+ 1
x 2
x 1
x n
x 0
x -1
t -1 0 t1 t2 ... t i-1 t i t i+ 1 . . . t n t
, t , t , t , t
1
ẋ0 = x∆t − x−∆t ,
(6.67)
2∆t
1 −∆t
ẍ0 = ∆t 0
x − 2x + x . (6.68)
(∆t)2
Resolvendo as expressões anteriores para o deslocamento fictício x−∆t correspon-
dente ao instante t = t0 − ∆t, obtém-se,
(∆t)2 0
x−∆t = x0 − ∆tẋ0 + ẍ (6.69)
2
onde a aceleração ẍ0 pode ser determinada a partir da equação de equilíbrio dinâmico
no instante t = t0 ,
1
ẍ0 =
f 0 − cẋ0 − kx0 .
(6.71)
R
m
Após substituição na expressão (6.69),
JD
−∆t 0 (∆t)2 1 0
f 0 − cẋ0 − kx0 ,
x = x − ∆tẋ + (6.72)
2 m
dispõe-se finalmente da resposta fictícia x−∆t que permite o arranque do método e a
determinação da resposta do sistema.
JDR
6.6. Integração numérica da equação de movimento 121
Por fim, para garantir a estabilidade numérica do processo de integração, (não con-
fundir com a estabilidade da resposta do sistema), o intervalo regular de tempo ∆t, ou
passo de integração, deve ser inferior a um limiar crítico,
R
Tn 2
∆t ≤ ∆tcr = = , (6.73)
π ωn
JD
onde Tn representa o período natural não amortecido do sistema e ωn a frequência natural
não amortecida. Trata-se, pois, de um método de integração condicionalmente estável.
Um passo de integração ∆t = T10n é um valor de utilização corrente.
R
JD
R
JD
JDR
122 6. Sistema com 1 gdl: Regime transiente
R
1. Propriedades mecânicas: m, c, k
JD
3. Calcular a aceleração no instante t = 0: ẍ0
1
ẍ0 = f 0 − cẋ0 − kx0
m
4. Seleccionar o passo de integração ∆t < ∆tcr e calcular as constantes de integração:
1 1 1
a0 = a1 = a2 = 2a0 a3 =
(∆t)2 2∆t a2
m̄ = a0 m + a1 c
t
f = f t − (k − a2 m) xt − (a0 m − a1 c) xt−∆t
t
f
xt+∆t =
m
3. Se pretendido, calcular a aceleração e a velocidade no instante t:
JDR
R
JD
CAPÍTULO 7
7.1 Introdução
JD
G ( t)
m , J
G
k x ( t)
G
k x ( t) x ( t)
m k k
x ( t)
y ( t)
R
(a) (b)
JD
123
124 7. Sistema com 2 gdl: Equações de movimento
Na figura 7.2 representa-se o sistema mecânico constituído pelo pêndulo duplo e dois
conjuntos de coordenadas: (xi ; yi ) (i = 1, 2) e θi (i = 1, 2).
R
x
JD
l y
G m
1 y
x l
G m
x
y
2 2
(x2 − x1 ) + (y2 − y1 ) = `22 .
f1 (t) f2 (t)
x1 (t) x2 (t)
k1 m1 k2 m2 k3
R
c1 c2 c3
JD
JDR
7.2. Equações de movimento 125
x+
1 x+
2
f1 (t) f2 (t)
k1 x1 k2 (x1 − x2 ) k3 x2
R
c1 ẋ1 Q̇1 Q̇2 c3 ẋ2
c2 (ẋ1 − ẋ2 )
JD
Figura 7.4: Diagrama de corpo livre das massas m1 e m2
A aplicação da 2ª lei de Newton do movimento a cada uma das massas, F = Q̇, soma
das forças exteriores igual à quantidade de aceleração, conduz às seguintes equações
diferenciais de movimento,
m1 ẍ1 = −c1 ẋ1 + c2 (ẋ2 − ẋ1 ) − k1 x1 + k2 (x2 − x1 ) + f1
. (7.2)
m ẍ = −c (ẋ − ẋ ) − c ẋ − k (x − x ) − k x + f
2 2 2 2 1 3 2 2 2 1 3 2 2
2 2 2 1 2 3 2 2 1 2 3 2 2
JD
+ + = ,
0 m2 ẍ2 −c2 c2 + c3 ẋ2 −k2 k2 + k3 x2 f2 (t)
JD
| {z } | {z } | {z } | {z } | {z } | {z } | {z }
[m] {ẍ(t)} [c] {ẋ(t)} [k] {x(t)} {f (t)}
(7.5)
ou então através da equação matricial de movimento,
[m] {ẍ (t)} + [c] {ẋ (t)} + [k] {x (t)} = {f (t)} , (7.6)
JDR
126 7. Sistema com 2 gdl: Equações de movimento
onde [m] , [c] e [k] representam, respectivamente, a matriz de massa, a matriz de amor-
tecimento e a matriz de rigidez. Os vectores {x (t)}, {ẋ (t)} e {ẍ (t)} representam, res-
pectivamente, o vector de deslocamento, de velocidade e de aceleração, e o vector {f (t)}
R
representa a solicitação externa actuante no sistema.
Os termos das matrizes [m], [c] e [k] são, respectivamente, os coeficientes de influência
JD
de massa/inércia, de amortecimento viscoso e de rigidez do sistema, e são simétricos, isto
é,
onde T representa a operação de transposição de uma matriz. Para o sistema com 2 graus
de liberdade, as matrizes [m], [c] e [k] são de dimensão (2 × 2),
m1 0 c1 + c2 −c2 k1 + k2 −k2
[m] = , [c] = , [k] = . (7.9)
0 m2 −c2 c2 + c3 −k2 k2 + k3
mento y (t) do centro de massa G e a rotação θ (t), conforme se representa na figura 7.6.
Neste caso, as equações de movimento do sistema escrevem-se,
JD
m 0 ÿ (t) k1 + k2 − (k1 `1 − k2 `2 ) y (t) 0
+ = (7.11)
0 J θ̈ (t)
G − (k ` − k ` )
1 1 2 2 k `2 + k `2
1 1
θ (t) 0
2 2
JDR
7.2. Equações de movimento 127
m , J /
R
k k
JD
l l
A B
y -l 1G
y ( t)
A '
G ( t) y + l 2G
G
k 1( y -l 1G )
B '
l 1 l 2
R
k 2( y + l 2G )
JD
A B
y -l 1G
A ' y ( t) G ( t)
y + l 2G
P
G
e
k 1( y -l 1G )
R
B '
l 1 l 2
JD
k 2( y + l 2G )
JDR
128 7. Sistema com 2 gdl: Equações de movimento
m
me ÿ (t) k1 + k2 − k1 `1 − k2 `2 y (t) 0
+ = , (7.12)
R
k1 `21 + k2 `22
me JP θ̈ (t) − k1 `1 − k2 `2 θ (t) 0
JD
as quais apresentam simultaneamente acoplamento de inércia e acoplamento elástico ou
de rigidez.
0 0
Para um ponto P 0 tal que k1 `1 = k2 `2 , as equações de movimento do sistema vêm,
m me 0 ÿ (t) k1 + k2 0 y (t) 0
+ 0 2 0 2
= (7.13)
me0 J 0 θ̈ (t)
P 0 1 k `1 +k `
2 2
θ (t) 0
d ∂T ∂T
− = Q̄i i = 1, . . . , n (7.14)
dt ∂ q̇i ∂qi
JD
JDR
7.3. Equações de Lagrange 129
R
∂qi
Substituindo na equação (7.14), as equações de Lagrange podem escrever-se na forma,
JD
d ∂T ∂T ∂V
− + = Qi i = 1, . . . , n. (7.17)
dt ∂ q̇i ∂qi ∂qi
Como a energia potencial V não é uma função das velocidades generalizadas q̇i i =
1, . . . , n, as equações de Lagrange podem ainda escrever-se na forma,
d ∂L ∂L
− = Qi i = 1, . . . , n (7.18)
dt ∂ q̇i ∂qi
1 XX
F= crs q̇r q̇s , (7.19)
2
r=1 s=1
JD
JDR
130 7. Sistema com 2 gdl: Equações de movimento
M
M
G t
G t
R
JD
k t k t
J
J
,
J θ̈ − k θ + k θ = M (t)
2 2 t2 1 t2 2 2
JD
JDR
R
JD
CAPÍTULO 8
8.1 Introdução
JD
O movimento do sistema discreto com dois graus de liberdade representado na figura 8.1
é descrito por duas coordenadas lineares x1 (t) e x2 (t) que definem as posições instantâ-
neas das massas m1 e m2 a partir das respectivas posições de equilíbrio estático.
f1 (t) f2 (t)
x1 (t) x2 (t)
k1 k2 k3
m1 m2
x+ x+
R
1 2
f1 (t) f2 (t)
JD
k1 x1 k2 (x1 − x2 ) k3 x2
Q̇1 Q̇2
131
132 8. Sistema com 2 gdl: Regime livre
R
m ẍ = k (x − x ) − k x + f
2 2 2 1 2 3 2 2
JD
Após rearranjo dos termos, as equações diferenciais de movimento podem escrever-
se na forma,
m1 ẍ1 + (k1 + k2 ) x1 − k2 x2 = f1
. (8.2)
m ẍ − k x + (k + k ) x = f
2 2 2 1 2 3 2 2
+ = (8.3)
0 m ẍ (t)
2 2 −k k + k x (t) f (t)
2 2 3 2 2
JD
ou ainda,
m 0 ẍ1 (t) k11 k21 x1 (t) f1 (t)
1 + = (8.4)
0 m2 ẍ2 (t) k21 k22 x2 (t) f2 (t)
JDR
8.2. Equações de movimento livre ou natural 133
Para o sistema com 2 graus de liberdade, as matrizes [m] e [k] são de dimensão (2x2),
m1 0 k1 + k2 −k2
[m] = [k] = . (8.9)
R
0 m2 −k2 k2 + k3
JD
Os vectores de deslocamento {x (t)}, de aceleração {ẍ (t)} e de força {f (t)} possuem
2 componentes, uma por cada grau de liberdade, e vêm definidos da seguinte forma,
x1 (t) ẍ1 (t) f1 (t)
{x (t)} = {ẍ (t)} = {f (t)} = . (8.10)
x (t) ẍ (t) f (t)
2 2 2
f1
H
(t)
H
H f2
H
(t)
H
H
x1 (t) x2 (t)
R
k1 k2 k3
m1 m2
JD
solução, onde α é uma constante arbitrária. Assim, a solução de (8.11) - (8.12) somente
pode ser obtida a menos de uma constante.
JD
Assumindo a hipótese: "O movimento nos graus de liberdade x1 (t) e x2 (t) é um mo-
vimento harmónico síncrono de frequência ω", a solução para {x (t)} é da forma,
x1 (t) u1
= cos (ωt − φ) (8.13)
x (t) u
2 2
JDR
134 8. Sistema com 2 gdl: Regime livre
ou
{x (t)} = {u} cos (ωt − φ) , (8.14)
onde u1 e u2 representam as amplitudes de movimento para x1 (t) e x2 (t), ω é a frequên-
R
cia do movimento harmónico síncrono e φ o seu ângulo de fase, sendo estes dois parâme-
tros os mesmos para ambos os graus de liberdade x1 (t) e x2 (t). Substituindo a solução
JD
(8.13) para movimento harmónico síncrono nas equações de movimento (8.11) - (8.12),
obtém-se,
m 0 k k u 0
−ω 2 1 + 11 12 1
cos (ωt − φ) = (8.15)
0 m2 k21 k22 u
2
0
ou
2
−ω [m] + [k] {u} cos (ωt − φ) = {0} . (8.16)
Como a solução arbitrada (8.13) - (8.14) deve verificar as equações de movimento para
todo e qualquer instante t com cos (ωt − φ) diferente de zero, obtém-se
k11 − ω 2 m1 k12 u1 0
= (8.17)
k21 k22 − ω 2 m2 u2 0
ou
[k] − ω 2 [m] {u} = {0} ,
(8.18)
R
ou
R
∆ ω 2 = [k] − ω 2 [m] = 0.
(8.20)
JD
JDR
8.2. Equações de movimento livre ou natural 135
R
ω1 < ω2 (8.21)
JD
designando-se a frequência mais baixa, ω1 , por frequência natural fundamental.
As raízes ω12 e ω22 da equção característica ou de frequências (8.19) - (8.20) são os valo-
res particulares de ω 2 para os quais o sistema homogéneo (8.17) - (8.18) admite soluções
não nulas para u1 e u2 2 . Assim, para o sistema com dois graus de liberdade, o sistema
homogéneo (8.17) - (8.18) admite duas soluções não nulas para u1 e u2 , correspondentes
às duas frequências naturais ω1 e ω2 . Designando os valores correspondentes a ω1 por u11
e u21 e os correspondentes a ω2 por u12 e u22 , onde o primeiro índice identifica o grau de
liberdade e o segunda identifica se o movimento harmónico síncrono possui frequência
ω1 ou ω2 , as duas soluções não triviais do sistema homogéneo (8.17) - (8.18) vêm,
u11
ω12 → = {u}1 , (8.22a)
u
21
u12
2
ω2 → = {u}2 . (8.22b)
u
22
R
naturais ω1 e ω2 .
Para ω 2 = ω12 , o vector {u}1 é a solução do sistema de equações homogéneas,
k11 − ω12 m1 k12 u11 0
= (8.23)
k21 k22 − ω12 m2 u21 0
ou
[k] − ω12 [m] {u}1 = {0} .
(8.24)
Para ω 2 = ω22 , obtém-se o vector {u}2 ,
k11 − ω22 m1 k12 u12 0
= (8.25)
k21 k22 − ω22 m2 u22 0
ou
[k] − ω22 [m] {u}2 = {0} .
(8.26)
R
2
No caso particular da matriz de massa diagonal, o desenvolvimento do determinante conduz à equação
polinomial característica m1 m2 ω 4 − (m1 k22 + m2 k11 ) ω 2 + k11 k22 − k12 k21 = 0, cujas raízes são dadas pela
expressão
s
ω12
2
1 m1 k22 + m2 k11 1 m1 k22 + m2 k11 k11 k22 − k12 k21
= ∓ −4 .
ω2 2 m1 m2 2 m1 m2 m1 m2
2
JDR
136 8. Sistema com 2 gdl: Regime livre
sendo α uma constante, o vector α {u} é também solução; apenas as razões entre as com-
ponentes do vector solução são únicas e podem ser determinadas. Definindo as razões
entre as componentes dos vectores solução {u}1 e {u}2 ,
R
u21
r1 = (8.27a)
u11
JD
u22
r2 = (8.27b)
u12
a resolução do sistema homogéneo (8.23) e (8.25) fornece as soluções,
vibração do sistema,
u11 1
JD
e designam-se por vectores modais do sistema. Os vectores modais {u}1 e {u}2 podem
ser agrupados numa matriz, designada por matriz modal,
h i u11 u12
[U ] = {u}1 {u}2 = (8.30)
u21 u22
(8.18) representam dois modos para os quais o movimento harmónico síncrono do sis-
R
tema é possível.
Os dois movimentos harmónicos síncronos {x (t)}1 e {x (t)}2 caracterizados pelas
JD
JDR
8.2. Equações de movimento livre ou natural 137
u12
{x (t)}2 = cos (ω2 t − φ2 ) (8.31b)
u
22
R
ou
{x (t)}i = {u}i cos (ωi t − φi ) i = 1, 2. (8.32)
JD
Os vectores modais {u}1 e {u}2 , conforme já referido, representam as formas naturais
de vibração do sistema, e definem a forma ou configuração espacial assumida pelo sis-
tema durante o movimento harmónico síncrono de frequência natural ω1 e ω2 respectiva-
mente.
Os modos naturais de vibração (frequências e formas naturais) constituem uma pro-
priedade intrínseca do sistema e são únicos para um dado sistema, excepto a grandeza
das componentes dos vectores modais. Noutros termos, uma forma modal é única em-
bora o vector modal que a representa não o seja; apenas as razões entre as componentes
dos vectores modais são únicas.
Na figura 8.4 representam-se os dois modos naturais de vibração do sistema com dois
graus de liberdade representado na figura 8.3. No primeiro modo natural, as massas m1 e
m2 movem-se no mesmo sentido, isto é, em fase, enquanto que no segundo modo natural
movem-se em sentido contrário ou em oposição de fase; em consequência, um ponto do
elemento elástico que liga as massas m1 e m2 permanece estacionário e designa-se por
nodo de vibração, figura 8.4b.
0 0
m1 m2 m1 m2
JD
k1 k2 k3 k1 k2 k3
T1 x1 (t) x2 (t) T2 x1 (t) x2 (t)
4 4
m1 m2 m1 m2
k1 k2 k3 k1 k2 k3
T1 x1 (t) x2 (t) T2 x1 (t) x2 (t)
2 2
m1 m2 m1 m2
k1 k2 k3 k1 k2 k3
3T1 x1 (t) x2 (t) 3T2 x1 (t) x2 (t)
4 4
m1 m2 m1 m2
k1 k2 k3 k1 k2 k3
T1 x1 (t) x2 (t) T2 x1 (t) x2 (t)
m1 m2 m1 m2
k1 k2 k3 k1 k2 k3
t t
(a) Primeiro modo natural (b) Segundo modo natural
JDR
138 8. Sistema com 2 gdl: Regime livre
m1 m1
m2
R
u11 u12
u21
nodo
JD
u22
m2
(a) Primeira forma natural (b) Segunda forma natural
u11 u12 c1 cos (ω1 t − φ1 )
JD
{x (t)} =
u u
21
c cos (ω t − φ )
22 2 2 2
(8.36)
= [U ] {g (t)}
onde as componentes do vector {g (t)} representam as funções do tempo para cada modo
natural de vibração.
JDR
8.2. Equações de movimento livre ou natural 139
De acordo com a expressão (8.35), para condições iniciais gerais, ambos os modos na-
turais são excitados e o movimento vivre ou natural é uma sobreposição dos dois modos
naturais de vibração.
R
As constantes c1 , c2 e φ1 , φ2 determinam-se a partir das condições iniciais de desloca-
mento e de velocidade para cada um dos graus de liberdade,
JD
x0 ẋ0
1 1
{x (t = 0)} = {ẋ (t = 0)} = . (8.37)
x0 ẋ0
2 2
1
R
1 0 0
c1 sin φ1 = u22 ẋ1 − u12 ẋ2
ω1 (u11 u22 − u21 u12 )
1
u11 x02 − u21 x01
c2 cos φ2 =
(u11 u22 − u21 u12 )
1 , (8.39b)
c2 sin φ2 = u11 ẋ02 − u21 ẋ01
ω2 (u11 u22 − u21 u12 )
donde se obtêm as seguintes expressões para as constantes c1 , c2 , φ1 e φ2 ,
" 2 #1/2
1 2 u22 ẋ01 − u12 ẋ02
c1 = u22 x01 − u12 x02 + , (8.40a)
det [U ] ω12
" 2 #1/2
1 0 2 u11 ẋ02 − u21 ẋ01
u11 x02 − u21 x1
c2 = + , (8.40b)
det [U ] ω22
R
Note-se que o sistema pode ser conduzido a vibrar num modo natural específico
(i = 1, 2) por aplicação de condições iniciais adequadas.
JDR
140 8. Sistema com 2 gdl: Regime livre
R
Um procedimento de normalização de vectores transforma um vector modal num
vector modal único sem que a forma natural seja alterada, pois todas as componentes são
JD
definidas em proporção. De entre os possíveis esquemas de normalização de vectores,
no âmbito da análise de vibrações, a normalização para massas modais unitárias revela-
se particularmente interessante. O procedimento consiste na normalização dos vectores
modais de modo a que se verifique a seguinte condição,
{φ}T
1 [m] {φ}1 = 1 (8.42a)
{φ}T
2 [m] {φ}2 = 1 (8.42b)
ou
{φ}T
i [m] {φ}i = 1 i = 1, 2 (8.43)
onde os vectores {φ}1 e {φ}2 representam os vectores modais normalizados para massas
modais unitárias. Com os vectores modais assim normalizados, decorrem igualmente as
seguintes relações,
{φ}T 2
1 [k] {φ}1 = ω1 (8.44a)
{φ}T 2
2 [k] {φ}2 = ω2 (8.44b)
R
ou
{φ}T 2
i [k] {φ}i = ωi i = 1, 2. (8.45)
JD
Assim, os vectores modais normalizados {φ}1 e {φ}2 podem obter-se a partir dos
vectores modais {u}1 e {u}2 pelas seguintes relações,
1
{φ}1 = q {u}1 (8.46a)
{u}T
1 [m] {u} 1
1
{φ}2 = q {u}2 (8.46b)
{u}T
2 [m] {u} 2
1
{φ}i = q {u}i i = 1, 2. (8.47)
T
{u}i [m] {u}i
8.2.4 Ortogonalidade
Os dois modos naturais de vibração distintos, (ω1 , {φ}1 ) e (ω2 , {φ}2 ) com ω1 < ω2 , cons-
R
JDR
8.2. Equações de movimento livre ou natural 141
{φ}T 2 T
2 [k] {φ}1 = ω1 {φ}2 [m] {φ}1 , (8.50)
{φ}T 2 T
1 [k] {φ}2 = ω2 {φ}1 [m] {φ}2 . (8.51)
R
Efectuando a transposição da expressão (8.51), tendo em conta a simetria das matrizes
JD
de massa e de rigidez, [m] = [m]T e [k] = [k]T , obtém-se
{φ}T 2 T
2 [k] {φ}1 = ω2 {φ}2 [m] {φ}1 . (8.52)
Subtraindo membro a membro as expressões (8.52) e (8.50) vem,
{φ}T
2 [m] {φ}1 = 0 {φ}T
1 [m] {φ}2 = 0. (8.54)
Os vectores modais {φ}i i = 1, 2 são, pois, ortogonais em relação à matriz de massa
[m].
Das expressões (8.50) e (8.51) decorrem igualmente as seguintes relações de ortogo-
nalidade dos vectores modais em relação à matriz de rigidez [k],
{φ}T
2 [k] {φ}1 = 0 {φ}T
1 [k] {φ}2 = 0. (8.55)
R
{φ}T
i [m] {φ}j = δij i, j = 1, 2 (8.56)
{φ}T 2
i [k] {φ}j = ωi δij i, j = 1, 2 (8.57)
onde δij representa o símbolo de Kroenecker e vale,
1 i=j
δij = . (8.58)
0 i 6= j
onde dIc representa a matriz identidade e dΩ2 c uma matriz diagonal cujos termos são os
quadrados das frequências naturais de vibração,
1 0
ω 2 0
2 1
dIc = dΩ c = . (8.60)
0 1 0 ω22
JDR
142 8. Sistema com 2 gdl: Regime livre
R
exprimir-se como uma combinação linear dos vectores modais.
Fisicamente, o vector representativo do movimento instantâneo do sistema, {x (t)} =
JD
{v}, pode ser assimilado à sobreposição dos dois modos naturais de vibração multiplica-
dos por constantes apropriadas, componentes do vector na base modal, que constituem
uma medida do grau de participação de cada modo no movimento do sistema,
ci = {φ}T
i [m] {v} i = 1, 2. (8.62)
A expressão (8.61) representa a expansão de um vector {v} na base modal ou natural
e designa-se por teorema da expansão.
f1 (t) f2 (t)
JD
x1 (t) x2 (t)
k
m1 m2
0 m ẍ (t)
2 2 −k k x (t) 0 2
JD
JDR
8.3. Sistemas semi-definidos 143
Adoptando um procedimento
idêntico ao exposto na secção 8.2, o determinante ca-
racterístico ∆ ω 2 = [k] − ω 2 [m] vem,
R
k − ω 2 m1 k
∆ (ω) =
. (8.65)
k k − ω 2 m2
JD
∆ ω 2 = ω 2 m1 m2 ω 2 − k (m1 + m2 ) = 0
(8.66)
Verifica-se que uma das soluções da equação característica é nula, o que significa que
não existe oscilação das massas m1 e m2 no movimento associado a esta raiz nula.
Substituindo os valores de ωi2 i = 1, 2 no problema característico, determinam-se as
razões de amplitude associadas a cada uma das frequências naturais, isto é, as formas
naturais. Assim, para ω12 = 0 obtém-se,
k −k u11 0
R
= (8.68)
−k k u21 0
JD
u21 k −k
r1 = =− =− = 1. (8.69)
u11 −k k
Como u11 = u21 , as duas massas movem-se sem oscilação e deslocam-se exactamente
da mesma quantidade, sem deformação elástica do elemento de ligação. Assim, o pri-
meiro modo natural de vibração é um modo de vibração degenerado e representa um
movimento de corpo rígido que pode exprimir-se na forma,
u11 1
{u}1 = = u0 (8.70)
u 1
21
m1 m2
r2 = =− =− . (8.71)
u12 −k k − k m1 +m2 m
m1 m2 2
JD
JDR
144 8. Sistema com 2 gdl: Regime livre
Para o exemplo apresentado, pode ainda verificar-se que no segundo modo natural
as massas m1 e m2 oscilam a uma frequência ω2 e em oposição de fase, pelo que existe
um nodo de vibração na ligação entre as duas massas.
R
No primeiro modo natural, o sistema move-se sem movimento relativo entre as duas
massas, movimento de corpo rígido. Os sistemas com ligações ao exterior não restringi-
JD
das apresentam, pelo menos, uma das frequências naturais nula e um modo associado
que representa um movimento de corpo rígido. Estes sistemas designam-se por siste-
mas semi-definidos. Na figura 8.7 representam-se os dois modos naturais de vibração do
sistema semi-definido e na figura 8.8 representam-se as respectivas formas naturais.
m1 m2 m1 m2
k k
t t
(a) Primeiro modo natural (b) Segundo modo natural
m2
m1 m2
u22
u11 u21
u12 nodo
R
m1
(a) Primeira forma natural (b) Segunda forma natural
JD
Figura 8.8: Formas naturais de vibração do sistema semi-definido com 2 graus de liber-
dade
JDR
8.4. Quociente de Rayleigh 145
igualmente, por apresentar um matriz de rigidez [k] que é uma matriz singular (a energia
potencial elástica de deformação é uma forma quadrática semi-definida positiva e a ma-
triz de rigidez é semi-definida positiva). Refira-se que, o primeiro modo natural, sendo
R
uma solução do problema característico, é ainda ortogonal ao segundo modo natural de
vibração. Nas figuras 8.9 - 8.10 apresentam-se dois exemplos de sistemas semi-definidos.
JD
x 2( t)
x 1( t)
k
m 1 m 2
n o d o
R
JD
G J
G J
JDR
146 8. Sistema com 2 gdl: Regime livre
R
JD
Premultiplicando ambos os membros por {u}T T
r e dividindo pelo escalar {u}r [m] {u}r
obtém-se,
{u}T
r [k] {u}r
ωr2 = r = 1, 2. (8.76)
{u}T
r [m] {u}r
A expressão anterior mostra que o quociente de duas formas quadráticas, onde o
numerador representa a energia potencial do modo natural de vibração e o denominador
está relacionado com a energia cinética, representa as frequências naturais ωr2 r = 1, 2 de
vibração.
Para um vector arbitrário {v} não nulo e de dimensão 2, o quociente (8.76) designa-se
por quociente de Rayleigh e define-se da seguinte forma,
Se o vector arbitrário {v} coincide com um dos vectores modais (forma natural) do
JD
2
X
{v} = cr {φ}r = c1 {φ}1 + c2 {φ}2
r=1
(8.78)
h i c1
= {φ}1 {φ}2 = [Φ] {c}
c
2
obtém-se,
2
ωr2 c2r
P
T T
{c}T Ω2 {c}
{c} [φ] [k] [φ] {c} r=1
R ({v}) = = = . (8.80)
{c}T [φ]T [m] [φ] {c} {c}T dIc {c} 2
c2r
P
r=1
JDR
8.4. Quociente de Rayleigh 147
Admitindo, por hipótese, que o vector {v} difere apenas ligeiramente do vector modal
{φ}1 , então o coeficiente c2 é muito pequeno quando comparado com o coeficiente c1 , isto
é,
R
c2 = ε2 c1 (8.81)
JD
sendo ε2 uma quantidade pequena, ε2 << 1.
Introduzindo agora c2 = ε2 c1 no quociente R ({v}) obtém-se,
1 ∼ 2
= 1 − ε 2 , (8.84)
1 + ε22
o quociente de Rayleigh pode escrever-se,
R ({v}) ∼
= ω12 + ω22 − ω12 ε22 ∼
= ω12 + O ε2 .
(8.86)
O resultado anterior evidencia que, para um vector {v} que difere da forma natural
{φ}1 de uma pequena quantidade de 1ª ordem, O (ε) , o quociente de Rayleigh R ({v}) di-
fere da frequência natural ω12 associada de uma pequena quantidade de 2ª ordem, O ε2 .
R ({v}) ∼
= ω12 + ω22 − ω12 ε22 .
(8.87)
onde o sinal de igualdade somente se verifica se ε2 for idêntico a zero, o que equivale a
JD
dizer que então o vector arbitrário {v} é idêntico ao vector modal {φ}1 .
O quociente de Rayleigh nunca é menor que a frequência natural fundamental e o
valor mínimo que pode tomar é o da frequência fundamental.
Procedendo de forma idêntica ao atrás exposto, pode igualmente concluir-se que
JDR
148 8. Sistema com 2 gdl: Regime livre
R
O quociente de Rayleigh é largamente aplicado na prática para obtenção de estimati-
vas para a frequência fundamental de vibração do sistema a partir de vectores arbitrários.
JD
Utiliza-se também em algoritmos de resolução do problema característico para determi-
nação das frequências e formas naturais de vibração, como acelerador da convergência
do processo iterativo de resolução.
Para vector arbitrário {v} pode tomar-se qualquer vector não nulo. Obviamente que
a aproximação fornecida pelo quociente de Rayleigh será tanto melhor quanto mais o
vector se aproximar da forma natural de vibração fundamental. Heuristicamente, pode
dizer-se que o vector dos deslocamentos estáticos provocados por forças proporcionais
às massas constitui, em geral, uma boa aproximação da forma fundamental de vibração
e revela-se adequado para estimar a frequência fundamental através do quociente de
Rayleigh.
H Exemplo
x1 (t) x2 (t)
k1 k2 k3
JD
m1 m2
Propriedades mecânicas
m1 = m2 = m
k1 = k2 = k k3 = 2k
0 1 −1 3
JD
r
k 0.8507
ω1 = 1.1756 {φ}1 =
m 0.5257
JDR
8.4. Quociente de Rayleigh 149
Quociente de Rayleigh
1
(i) Estimativa para o vector {v} =
R
1
JD
T
1 2 −1 1
{v}T [k] {v} = k = 3k
1 −1 3 1
T
1 1 0 1
{v}T [m] {v} = m = 2m
1 0 1 1
• Estimativa ω1R
r
3k k k
R ({v}) = = 1.5 ∴ ω1R = 1.2247
2m m m
ω1R − ω1 1.2247 − 1.1756
ε= = = 4.18%
ω1R 1.1756
1
(ii) Estimativa para o vector {v} =
2
R
T
1 2 −1 1
{v}T [k] {v} = k
JD
= 10k
2 −1 3 2
T
1 1 0 1
{v}T [m] {v} = m = 5m
2 0 1 2
• Estimativa ω1R
r
10k k k
R ({v}) = =2 ∴ ω1R = 1.4142
5m m m
ω1R − ω1 1.4142 − 1.1756
ε= = = 20.30%
ω1R 1.1756
m 0.6 0.2 1 m 0.8
JD
{v} = [k]−1 {f } = =
k 0.2 0.4 1 k 0.6
T
0.8 2 −1 0.8
{v}T [k] {v} = k = 1.4k
0.6 −1 3 0.6
JDR
150 8. Sistema com 2 gdl: Regime livre
T
0.8 1 0 0.8
{v}T [m] {v} = m = 1.0m
0.6 0 1 0.6
R
• Estimativa ω1R
JD
r
1.4k k k
R ({v}) = = 1.4 ∴ ω1R = 1.1832
1.0m m m
ω1R − ω1 1.1832 − 1.1756
ε= = = 0.65%
ω1R 1.1756
N
R
JD
R
JD
JDR
R
JD
CAPÍTULO 9
O movimento do sistema canónico com dois graus de liberdade é descrito por duas coor-
denadas lineares x1 (t) e x2 (t) que definem as posições instantâneas das massas m1 e m2
a partir das respectivas posições de equilíbrio estático.
f1 (t) f2 (t)
x1 (t) x2 (t)
k1 m1 k2 m2 k3
c1 c2 c3
m1 0 ẍ1 (t) c1 + c2 −c2 ẋ1 (t) k1 + k2 −k2 x1 (t) f1 (t)
+ + =
0 m2 ẍ2 (t) −c2 c2 + c3 ẋ2 (t) −k2 k2 + k3 x2 (t) f2 (t)
(9.1)
No caso mais geral, as equações de movimento de um sistema com 2 graus de liber-
151
152 9. Sistema com 2 gdl: Regime forçado
R
m21 m22 ẍ2 (t) c21 c21 ẋ2 (t) k21 k22 x2 (t) f2 (t)
JD
ou, na forma de equação matricial de movimento,
[m] {ẍ (t)} + [c] {ẋ (t)} + [k] {x (t)} = {f (t)} (9.3)
onde [m], [c] e [k] representam, respectivamente, as matrizes de massa, de amortecimento
e de rigidez do sistema. As matrizes [m], [c] e [k] são simétricas,
Os vectores {x (t)}, {ẋ (t)}, {ẍ (t)} e {f (t)} representam, respectivamente, os vectores
de deslocamento, de velocidade, de aceleração e de força dinâmica actuante no sistema,
R
2 2 2
f1 (t)
{f (t)} = . (9.6b)
f (t)
2
2 2
JDR
9.2. Resposta a uma solicitação harmónica 153
[m] {ẍ (t)} + [c] {ẋ (t)} + [k] {x (t)} = {F } ejωt . (9.10)
R
Admitindo, em regime estacionário, uma resposta harmónica de frequência ω idêntica
à frequência de excitação,
JD
x1 (t) X̄1 (ω)
= ejωt (9.11)
x (t) X̄ (ω)
2 2
ou
{x (t)} = X̄ (ω) ejωt ,
(9.12)
as componentes do vector X̄ (ω) , em geral complexas, representam a amplitude e a
fase do movimento estacionário de resposta e dependem da frequência ω de excitação e
dos parâmetros do sistema. Introduzindo a resposta estacionária (9.11) e as respectivas
derivadas no sistema de equações diferenciais de movimento (9.9), após divisão por ejωt
obtém-se o seguinte sistema de equações algébricas,
−ω 2 m11 + jωc11 + k11 −ω 2 m12 + jωc12 + k12 X̄1 (ω) F1
= (9.13)
−ω 2 m + jωc + k
21 21 −ω 2 m + jωc + k
21 22
X̄ (ω) F
22 22 2 2
ou 2
−ω [m] + jω [c] + [k] X̄ (ω) = {F } (9.14)
R
ou
[Z (ω)] X̄ (ω) = {F } . (9.17)
−1
Premultiplicando
pela matriz inversa da matriz de rigidez dinâmica, [Z (ω)] , deter-
mina-se o vector X̄ (ω) ,
X̄ (ω) = [Z (ω)]−1 {F } .
(9.18)
Desenvolvendo a matriz [Z (ω)]−1 para o sistema com 2 graus de liberdade, esta vale,
R
1 z −z 1 z −z
[z (ω)]−1 = 22 12
= 22 12
. (9.19)
JD
det [z (ω)] −z z z z
11 22 − z z
12 21 −z z
21 11 21 11
Assim, a solução para o vector X̄ (ω) vem,
z22 F1 − z12 F2
X̄1 (ω) = , (9.20a)
z11 z22 − z12 z21
JDR
154 9. Sistema com 2 gdl: Regime forçado
−z21 F1 + z11 F2
X̄2 (ω) = . (9.20b)
z11 z22 − z12 z21
Para o sistema amortecido, as componentes X̄1 (ω) e X̄2 (ω) são quantidades comple-
R
xas, X̄1 (ω) ∈ C e X̄2 (ω) ∈ C, cujo módulo representa a amplitude de resposta estacioná-
ria e cujo argumento representa o desfasamento entre a resposta e a excitação. Assim, a
JD
resposta estacionária harmónica (9.11) - (9.12) apresenta amplitudes
X1 (ω) = X̄1 (ω) (9.21a)
X2 (ω) = X̄2 (ω) (9.21b)
e desfasamentos
−1 Im X̄1 (ω)
φ1 (ω) = ∠X̄1 (ω) = tan (9.22a)
Re X̄1 (ω)
Im X̄2 (ω)
φ2 (ω) = ∠X̄2 (ω) = tan−1 (9.22b)
Re X̄2 (ω)
Na figura 9.2 representa-se a amplitude e a fase da resposta estacionária. A variação
da amplitude com a frequência evidencia a existência de duas frequências de ressonânicia
para o sistema com dois graus de liberdade.
R
X1 (ω)
X2 (ω)
JD
0 0
π π
φ1
φ2
0 0
−π −π
0 0
ω ω
(a) X1 (ω) e φ1 (b) X2 (ω) e φ2
Para o sistema não amortecido, crs = 0, r, s = 1, 2, X̄1 (ω) e X̄2 (ω) são quantidades
reais, X̄1 (ω) , X̄2 (ω) ∈ R, cujo módulo representa a amplitude de resposta estacionária e
cujo sinal, positivo ou negativo, representa o desfasamento entre a resposta e a excitação,
respectivamente em fase ou em oposição de fase,
R
X1 (ω) = X̄1 (ω) ; (9.23a)
JD
X2 (ω) = X̄2 (ω) ; (9.23b)
0 para X̄1 > 0
φ1 = ; (9.24a)
π para X̄ < 0
1
JDR
9.2. Resposta a uma solicitação harmónica 155
0 para X̄2 > 0
φ2 = . (9.24b)
π para X̄ < 0
2
R
Refira-se que, para sistemas não amortecidos, o denominador das expressões (9.20)
para X̄1 (ω) e X̄2 (ω) é a equação característica ou de frequências (??) do sistema cujas
JD
raízes são as frequências naturais de vibração ω1 e ω2 . Em consequência, para frequências
de excitação ω = ω1 e ω = ω2 , os fasores X̄1 (ω) e X̄2 (ω) tendem para infinito, figura 9.4.
Exemplo H
Determinar a resposta estacionária do sistema não amortecido com dois graus de li-
berdade e com f1 (t) = F1 cos ωt e f2 (t) = 0 representado na figura 9.3. Considerar
m1 = m2 = m e k1 = k2 = k3 = k. Representar graficamente a variação da amplitude e
da fase em função da frequência ω de excitação harmónica.
f1 (t) = F cos ωt
x1 (t) x2 (t)
k1 k2 k3
m1 m2
m 0 ẍ1 (t) 2k −k x1 (t) F1 cos ωt
+ = (9.25)
0 m ẍ (t) 2 −k 2k x (t) 2 0
JDR
156 9. Sistema com 2 gdl: Regime forçado
z11 (ω) = −ω 2 m + 2k, z22 (ω) = −ω 2 m + 2k, z12 (ω) = z21 (ω) = −k.
Substituindo nas expressões (9.20), X̄1 (ω) e X̄2 (ω) vêm,
R
−ω 2 m + 2k F1 −ω 2 m + 2k F1
JD
X̄1 (ω) = =
(−ω 2 m + 2k) (−ω 2 m + 2k) − k 2 (−ω 2 m + 3k) (−ω 2 m + k)
kF1 kF1
X̄2 (ω) = =
(−ω 2 m 2
+ 2k) (−ω m + 2k) − k 2 (−ω m + 3k) (−ω 2 m + k)
2
Deve notar-se que o denominador das expressões para X̄1 (ω) e X̄2 (ω) representa a
equação característica
q ou de
q frequências (??) cujas raízes são as frequências naturais do
R
k
sistema, ω1 = m e ω2 = 3k m.
Na figura 9.4 representa-se X̄1 (ω) e X̄2 (ω) em função da frequência de excitação ω e
JD
• Verifica-se uma mudança de fase para cada uma das frequências naturais (mudança
de sinal em X̄1 (ω) e X̄2 (ω));
JDR
9.3. Regime forçado não amortecido 157
R
X̄1 (ω)
X̄2 (ω)
0 0
JD
0 ω1 ω2 0 ω1 ω2
ω ω
Figura 9.4: Resposta estacionária harmónica: X̄1 (ω) e X̄2 (ω) em função de ω
X1 (ω)
X2 (ω)
0 ω1 ω2 0 ω1 ω2
π π
R
φ1
φ2
0 0
−π −π
JD
0 0
ω ω
(a) X1 (ω) e φ1 (b) X2 (ω) e φ2
JDR
158 9. Sistema com 2 gdl: Regime forçado
f1 (t) f2 (t)
x1 (t) x2 (t)
k1 k2 k3
m1 m2
R
JD
Figura 9.6: Sistema não amortecido com 2 graus de liberdade
[Φ]T [m] [Φ] {η̈ (t)} + [Φ]T [k] [Φ] {η (t)} = [Φ]T {f (t)} . (9.33)
R
JDR
9.3. Regime forçado não amortecido 159
nal cujos termos são os quadrados das frequências naturais. Assim, a equação (9.35), que
representa a projecção das equações de movimento na base modal, é constituída por duas
R
equações diferenciais desacopladas ou independentes. Para o sistema com dois graus de
liberdade obtém-se,
JD
1 0 η̈1 (t) ω12 0 η1 (t) N1 (t) = φ11 f1 (t) + φ21 f2 (t)
+ = . (9.36)
0 1 η̈2 (t) 0 ω22 η2 (t) N2 (t) = φ12 f1 (t) + φ22 f2 (t)
C o o r d e n a d a s g e n e r a liz a d a s
R
f1( t) f2( t)
x 1( t) x 2( t)
JD
m 1
m 2
k 1 k 2 k 3
C o o r d e n a d a s m o d a is
(t)
N 1 t)
D 1(
k
m
2
m
m m 1
k
m
1
m
N
2
D 2(
2
(t)
t)
R
JDR
160 9. Sistema com 2 gdl: Regime forçado
R
onde os vectores {η (0)} e {η̇ (0)} representam as condições iniciais de deslocamento e
de velocidade na base modal. Premultiplicando ambas as expressões por [Φ]T [m] e aten-
JD
dendo às propriedades de ortogonalidade (ortonormalidade), os vectores {η (0)} e {η̇ (0)}
vêm,
{η (0)} = [Φ]T [m] {x (0)} {η̇ (0)} = [Φ]T [m] {ẋ (0)} . (9.39)
Na base modal cada uma das equações η̈i (t) + ωi2 ηi (t) = Ni (t) (i = 1, 2) pode ser
resolvida analítica ou numericamente, conforme o tipo de solicitação aplicada ao sistema.
Assim, se a solicitação for conhecida sob a forma de uma função do tempo, a solução
analítica pode ser determinada utilizando o integral de Duhamel,
R
t
1
Z
JD
ηi (t) = Ni (τ ) sin ωi (t − τ ) dτ
ωi 0 i = 1, 2. (9.41)
η̇i (0)
+ ηi (0) cos ωi t + sin ωi t
ωi
Para uma solicitação definida apenas para valores discretos do tempo, tk (k = 1, . . . , m),
pode utilizar-se um procedimento de integração directa de cada uma das equações na
base modal.
2
JD
X
{x (t)} = {φ}i ηi (t) . (9.43)
i=1
O movimento {x (t)} pode, pois, exprimir-se como uma sobreposição das formas na-
turais de vibração {φ}i multiplicadas pelas respectivas coordenadas modais ηi (t), donde
a designação de sobreposição modal para esta técnica.
JDR
9.4. Regime forçado amortecido 161
Particularizando para o sistema com dois graus de liberdade, a resposta {x (t)} vem,
x1 (t) φ11 φ12 η1 (t) φ11 η1 (t) + φ12 η2 (t)
= =
R
x (t) φ21 φ22 η2 (t) φ21 η1 (t) + φ22 η2 (t)
2
(9.44)
JD
φ11 φ12
= η1 (t) + η (t) .
φ φ 2
21 22
[Φ]T [m] [Φ] {η̈ (t)} + [Φ]T [c] [Φ] {η̇ (t)} + [Φ]T [k] [Φ] {η (t)} = [Φ]T {f (t)} . (9.47)
amortecimento.
JD
JDR
162 9. Sistema com 2 gdl: Regime forçado
R
[Φ]T [c] [Φ] = α [Φ]T [m] [Φ] + β [Φ]T [k] [Φ]
= α dIc + β Ω2
JD
(9.50)
= α + βΩ2
onde α + βΩ2 é uma matriz diagonal cujos termos valem α + βωi2 (i = 1, 2). Assim, os
se na forma,
α + βωi2 = 2ξi ωi i = 1, 2 (9.51)
A projecção (9.50) da matriz de amortecimento proporcional na base modal pode en-
tão reescrever-se na forma,
[Φ]T [c] [Φ] = d2χΩc (9.52)
onde χ representa as razões de amortecimento modal ξi (i = 1, 2) que se relacionam com
os parâmetros α e β pela expressão,
R
1 α
ξi = + βωi i = 1, 2 (9.53)
JD
2 ωi
Na figura 9.8 representa-se a variação da razão de amortecimento proporcional com
a frequência.
β=0
α=0
(ω1 ; ξ1 )
ξ
(ω2 ; ξ2 )
Conforme a expressão (9.53) e a figura 9.8, a componente α [m] amortece mais for-
temente os modos de mais baixa frequência natural enquanto que a componente β [k]
amortece mais fortemente os modos mais elevados. A selecção dos parâmetros α e β
R
permite ajustar o amortecimento dos modos presentes numa banda de frequência de in-
teresse. Fixando valores ξ1 e ξ2 para a razão de amortecimento às frequências ω1 e ω2
JD
2 αm+βk α βωn
ξ= 2mωn
= 2ωn
+ 2
JDR
9.4. Regime forçado amortecido 163
2 (ξ2 ω2 − ξ1 ω1 )
β= (9.54b)
ω22 − ω12
R
de amortecimento é demasiado redutora. Com efeito, os vectores modais do sistema não
amortecido diagonalizam a matriz de amortecimento desde que esta verifique a condição
JD
de Caughey,
[k] [m]−1 [c] = [c] [m]−1 [k] (9.55)
que é uma condição mais lata do que a condição de proporcionalidade.
η̈i (t) + 2ξi ωi η̇i (t) + ωi2 ηi (t) = Ni (t) (i = 1, 2). (9.56)
t
1
Z
ηi (t) = Ni (τ ) e−ξi ωi (t−τ ) sin ωdi (t − τ ) dτ
ωdi 0
ηi (0) η̇i (0)
i = 1, 2 (9.57a)
ξi ωi t
+e q cos (ωdi t − φi ) + sin ωdi t
1 − ξi2 ωi
ξi
q
ωdi = ωi 1 − ξi2 φi = tan−1 q , (9.57b)
1 − ξi2
h i η1 (t)
JD
= {φ}1 {φ}2
η (t)
2
(9.58)
= {φ}1 η1 (t) + {φ}2 η2 (t)
2
X
= {φ}i ηi (t) .
i=1
JDR
164 9. Sistema com 2 gdl: Regime forçado
R
tivas respostas amortecidas em coordenadas modais ηi (t), mantendo-se válida a técnica
da sobreposição modal.
JD
R
JD
R
JD
JDR
R
JD
CAPÍTULO 10
f 1 f i-1 f i f i+ 1 f n
k 1 k k i k i+ 1 k i+ 1 k n
k n + 1
2
m 1 m i-1 m i m i+ 1
m j m n
x 1 x i-1 x i x i+ 1 x n
f i
k i( x i- x i-1 ) m i k i+ 1 ( x i+ 1 - x i)
x
R
165
166 10. Sistema com n gdl: Equações de movimento
ou então
R
As equações de movimento das massas m1 e mn podem ser derivadas da equação
acima fazendo i = 1 e i = n com, respectivamente, x0 = 0 e xn+1 = 0,
JD
m1 ẍ1 + (k1 + k2 ) x1 − k2 x2 = f1 (10.3)
onde as matrizes [m] e [k] são designadas por, respectivamente, matriz de massa e de
rigidez, e são dadas por:
m1
...
[m] = mi (10.6)
R
...
JD
mn
k1 + k2 −k2 0 ... 0
−k2 k2 + k3 −k3 ... 0
[k] = 0 −k3 k3 + k4 ... 0 (10.7)
.. .. ..
..
. . . . −kn
0 0 0 −kn kn + kn+1
xi , ẍi , fi . (10.8)
.
..
..
..
. .
JD
xn
ẍn
fn
JDR
10.2. Coeficientes de influência 167
m11 m12 m13 . . . m1n k11 k12 k13 . . . k1n
R
m21 m22 m23 . . . m2n k21 k22 k23 . . . k2n
JD
[m] = m31 m32 m33 . . . m3n , [k] = k31 k32 k33 . . . k3n . (10.9)
.. .. .. .. .. .. .. ..
.. ..
. . . . . . . . . .
mn1 mn2 mn3 . . . mnn kn1 kn2 kn3 . . . knn
k ij
k 1 k k i k i+ 1 k j k j+ 1 k n
k n + 1
2
m 1 m i m j m j m n
x 1= 0 x i= 0 x j= 1 x n= 0
Figura 10.3: Sistema discreto com n graus de liberdade
R
Com base na definição, a força total no ponto i, Fi , pode ser obtida somando as forças
JD
JDR
168 10. Sistema com n gdl: Equações de movimento
R
pressão (10.8), e [k] é a matriz de rigidez dada por
JD
k11 k12 k13 . . . k1n
k21 k22 k23 . . . k2n
[k] = k31 k32 k33 . . . k3n . (10.12)
.. .. .. ..
..
. . . . .
kn1 kn2 kn3 . . . knn
i. Como para um sistema linear a força necessária no ponto i para produzir um des-
locamento unitário no ponto j e deslocamentos nulos nos pontos ` 6= j é idêntica à
força necessária no ponto j para produzir um deslocamento unitário no ponto i e
deslocamentos nulos nos pontos ` 6= i , teorema da reciprocidade de Maxwell-Betti,
tem-se a relação kij = kji i, j = 1, . . . , n;
ii. Os coeficientes de influência de rigidez podem ser calculados pela aplicação dos
princípios fundamentais da Mecânica dos Sólidos;
R
• A resolução das n relações de equilíbrio estático para cada uma das n massas con-
duz à obtenção dos n coeficientes de inluência de rigidez kij i = 1, . . . , n.
H Exemplo
Determinar a matriz dos coeficientes de influência de rigidez para o sistema discreto com
3 graus de liberdade representado na figura 10.4.
k k k
R
!
m m m
JD
!
x x x !
JDR
10.2. Coeficientes de influência 169
1. x1 = 1, x2 = 0, x3 = 0 (figura 10.5a)
Relações de equilíbrio estático:
R
m1 : k1 = −k2 + k11 m2 : k21 = −k2 m3 : k31 = 0
JD
Solução:
2. x1 = 0, x2 = 1, x3 = 0 (figura 10.5b
Relações de equilíbrio estático:
Solução:
k12 = −k2 k22 = k2 + k3 k32 = −k3
3. x1 = 0, x2 = 0, x3 = 1 (figura 10.5c)
Relações de equilíbrio estático:
Solução:
k13 = 0 k23 = −k3 k33 = k3
JD
"O coeficiente de influência de flexibilidade, representado por aij , é definido como sendo o
deslocamento do ponto i devido a uma carga unitária aplicada no ponto j."
Se várias forças Fj j = 1, 2, ..., n actuarem segundo as diferentes coordenadas gene-
ralizadas do sistema, o deslocamento total segundo qualquer coordenada i é dado pela
soma de todas as contribuições das forças Fj j = 1, 2, ..., n. Assim,
JDR
170 10. Sistema com n gdl: Equações de movimento
k 1 1 k 2 1 k 3 1
k 1 k 2 k 3
m 1 m 2
m 3
R
x 1= 1 x 2= 0 x 3= 0
JD
k 1 1 k 2 1 k 3 1
k 3
m 1 m 2
m 3
k 1x 1= k 1 k 2( x 2-x 1) = -k 2 k 3( x 3-x 2) = 0
(a) kj1
k 1 1 k 2 1 k 3 1
k 1 k 2 k 3
m 1 m 2
m 3
x 1= 0 x 2= 1 x 3= 0
k 1 2 k 2 2 k 3 2
k 3
m m m
R
1 2 3
k 1x 1= 0 k 2( x 2-x 1) = k 2 k 3( x 3-x 2) = -k 3
JD
(b) kj2
k 1 3 k 2 3 k 3 3
k 1 k 2 k 3
m 1 m 2
m 3
x 1= 0 x 2= 0 x 3= 1
k 1 3 k 2 3 k 3 3
k 3
m 1 m 2
m 3
k 1x 1= 0 k 2( x 2-x 1) = 0 k 3( x 3-x 2) = k 3
(c) kj3
n
X n
X
JD
JDR
10.2. Coeficientes de influência 171
f j= 1
k 1 k k i k j k j+ 1 k n
k n + 1
2
m 1 m i m j m j m n
R
x x i= a x x
JD
1 ij j n
i. Como para um sistema linear o deslocamento no ponto i provocado por uma força
R
Exemplo H
Determinar a matriz dos coeficientes de influência de flexibilidade para o sistema discreto
R
1. F1 = 1, F2 = 0, F3 = 0 (figura 10.8a)
Relações de equilíbrio estático:
JDR
172 10. Sistema com n gdl: Equações de movimento
k k k !
m m m !
R
x x x !
JD
Figura 10.7: Sistema discreto
m3 : k3 (a31 − a21 ) = 0
Solução:
1 1 1
a11 = a21 = a31 =
k1 k1 k1
2. F1 = 0, F2 = 1, F3 = 0 (figura 10.8b)
R
JD
R
JD
JDR
10.2. Coeficientes de influência 173
R
f1= 1 f2= 0 f3= 0
JD
k 1 k 2 k 3
m 1 m 2
m 3
x 1= a 1 1 x 2= a 2 1 x 3= a 3 1
m 1 m 2
m 3
k 1a 1 1 k 2( a 2 1 -a 1 1 ) k 3( a 3 1 -a 2 1 )
(a) aj1
m 1 m 2
m 3
x 1= a x 2= a x 3= a
R
1 2 2 2 3 2
m 1 m 2
m 3
k 1a 1 2 k 2( a 2 2 -a 1 2 ) k 3( a 3 2 -a 2 2 )
(b) aj2
m 1 m 2
m 3
x 1= a 1 3 x 2= a 2 3 x 3= a 3 3
m 1 m 2
m 3
k 1a 1 3 k 2( a 2 3 -a 1 3 ) k 3( a 3 3 -a 2 3 )
R
(c) aj3
JD
JDR
174 10. Sistema com n gdl: Equações de movimento
R
m2 : k2 (a22 − a12 ) = k3 (a32 − a22 ) + 1
JD
m3 : k3 (a32 − a22 ) = 0
Solução:
1 1 1 1 1
a12 = a22 = + a32 = +
k1 k1 k2 k1 k2
3. F1 = 0, F2 = 0, F3 = 1 (figura 10.8c)
Relações de equilíbrio estático:
Solução:
1 1 1 1 1 1
a13 = a23 = + a33 = + +
k1 k1 k2 k1 k2 k3
R
1 1 1
k1 k1 k1
[a] = 1 1 1 1 1 .
k1 k1 + k2 k1 + k2
1 1 1 1 1 1
k1 k1 + k2 k1 + k2 + k3
N
onde dIc representa a matriz identidade. A equação (10.18) é, pois, equivalente a escre-
JD
ver:
JDR
10.2. Coeficientes de influência 175
R
a resolução de n sistemas de n equações para gerar os coeficientes de rigidez para
um sistema com n graus de liberdade, o que se pode traduzir num esforço com-
JD
putacional considerável para sistemas que apresentam um número n de graus de
liberdade elevado;
m ! x !( t)
k !
m x ( t)
k
m x ( t)
R
k
JD
k 3 1 = 0 k = -k k 3 3 = k 3
m 3 m 3
3 2 3
x 3= 1 m 3
k 3
k 3 k 3
k 2 1 = - k 2 k 2 2 = k 2 + k 3 k 2 3 = -k 3
m 2 x 2= 1 m 2 m 2
k 2 k 2 k 2
k 1 1 = k 1+ k 2 k 1 2 = - k 2
k 1 3 = 0
x 1= 1 m 1 m 1 m 1
R
k 1 k 1 k 1
JD
x 1= 1 ; x 2= 0 ; x 3= 0 x 1= 0 ; x 2= 1 ; x 3= 0 x 1= 0 ; x 2= 0 ; x 3= 1
Figura 10.10: Determinação dos coeficientes de rigidez
JDR
176 10. Sistema com n gdl: Equações de movimento
• x1 = 1, x2 = 0, x3 = 0
k11 = k1 + k2
R
k21 = −k2
k31 = 0;
JD
• x1 = 0, x2 = 1, x3 = 0
k12 = −k2
k22 = k2 + k3
k32 = −k3 ;
• x1 = 0, x2 = 0, x3 = 1
k13 = 0
k23 = −k3
k33 = k3 .
[k] = −k2 k2 + k3 −k3
JD
0 −k3 k3
N
m ! x !( t)
k !
m x ( t)
k
m x ( t)
R
k
JD
JDR
10.2. Coeficientes de influência 177
F 3= 1
a 3 1
m 3 a 3 2
m 3 a 3 3
m 3
k k k
R
3 3 3
F 2= 1
a m 2 a m 2 a m 2
JD
2 1 2 2 2 3
k 2 k 2 k 2
F 1= 1
a 1 1
m 1 a 1 2
m 1 a 1 3
m 1
k 1 k 1 k 1
• F1 = 1, F2 = 0, F3 = 0
1
a11 = 3k
1
a21 = 3k
1
a31 = 3k ;
• F1 = 0, F2 = 1, F3 = 0
R
1
a12 = 3k
JD
1 1
a22 = 3k + 2k
1 1
a32 = 3k + 2k ;
• F1 = 0, F2 = 0, F3 = 1
1
a13 = 3k
1 1
a23 = 3k + 2k
1 1
a33 = 3k + 2k + k1 .
H
Exemplo 2 Determinar os coeficientes de flexibilidade para uma viga simplesmente
JD
JDR
178 10. Sistema com n gdl: Equações de movimento
m m m !
y t y t y ! t
R
l / " l / " l / " l / "
JD
Figura 10.13: Discretização de viga simplesmente apoiada
. 1= 1
= 1 1 = 2 1 = 3 1
. 2= 1
= 1 2 = 2 2 = 3 2
. 3= 1
= 1 3 = 2 3 = 3 3
R
• F1 = 1, F2 = 0, F3 = 0
9 `3
a11 = 768 EI
11 `3
a21 = 768 EI
7 `3
a31 = 768 EI ;
• F1 = 0, F2 = 1, F3 = 0
11 `3
a12 = 768 EI
1 `3
a22 = 48 EI
11 `3
a32 = 768 EI ;
R
2
JD
N
= >
l ` 2 − b2 − x2
P bx
6EI`
0≤x≤a
δ (x) =
− P a(`−x) 2 2
a + x − 2`x a≤x≤`
6EI`
JDR
10.2. Coeficientes de influência 179
• F1 = 0, F2 = 0, F3 = 1
7 `3
a13 = 768 EI
R
11 `3
a23 = 768 EI
JD
9 `3
a33 = 768 EI .
n
I˜i =
X
mij ẋj i = 1, 2, . . . , n (10.20)
j=1
Assim,
"O coeficiente de influência de inércia, designado por mij , é definido como sendo o impulso
JD
aplicado no ponto i , I˜i , para produzir uma velocidade instantânea unitária no ponto j , ẋj = 1 ,
com a velocidade nula em todos os outros pontos, ẋ ` = 0 ."
`6=j
I˜ = [m] {ẋ}
(10.23)
JDR
180 10. Sistema com n gdl: Equações de movimento
R
m11 m12 m13 . . . m1n
m21 m22 m23 . . . m2n
JD
[m] = m31 m32 m33 . . . m3n . (10.24)
.. .. .. ..
..
. . . . .
mn1 mn2 mn3 . . . mnn
f 1 f i-1 f i f i+ 1 f n
k k k k k k
JD
1 k 2 i i+ 1 i+ 1 n n + 1
m 1 m i-1 m i m i+ 1
m j m n
x 1 x i-1 x i x i+ 1 x n
n
X
fi = kij xj , (10.27)
JD
j=1
JDR
10.3. Energia cinética e energia potencial 181
1
V = {x}T [k] {x} , (10.29)
2
R
onde o vector de deslocamentos é dado por (10.8) e a matriz de rigidez é dada por:
JD
k11 k12 . . . k1i . . . k1n
k21 k22 ... k2i . . . k2n
.. .. .. .. .. ..
. . . . . .
[k] = . (10.30)
ki1 ki2 ... kii . . . kin
.. .. .. .. . . ..
. . . . . .
kn1 kn2 . . . kni . . . knn
Por sua vez, a energia cinética associada à massa mi é, por definição, igual a:
1
Ti = mi ẋ2i . (10.31)
2
A energia cinética total do sistema pode então escrever-se:
n n
X 1X
mi ẋ2i ,
R
T = Ti = (10.32)
2
i=1 i=1
JD
1
T = {ẋ}T [m] {ẋ} , (10.33)
2
onde o vector de velocidades é dado por:
n oT
{ẋ (t)} = ẋ1 . . . ẋi . . . ẋn , (10.34)
0 0 ... 0 . . . mn
JD
1
T = {q̇}T [m] {q̇} (10.36)
2
JDR
182 10. Sistema com n gdl: Equações de movimento
n oT
{q̇ (t)} = q̇1 q̇2 . . . q̇i . . . q̇n−1 q̇n (10.37)
R
JD
e [m] é a matriz de massa generalizada dada por:
m11 m12 . . . m1i . . . m1n
m21 m22 ... m2i . . . m2n
. .. .. .. .. ..
..
. . . . .
[m] = (10.38)
m mi2 ... mii . . . min
i1
. .. .. .. . . ..
. . .
. . . .
mn1 mn2 . . . mni . . . mnn
quadráticas. Por definição, a energia cinética não pode ser negativa e apenas é nula
quando todas as velocidades forem nulas, classificando-se a energia cinética como uma
JD
forma quadrática definida positiva, e a matriz de massa [m] é designada por matriz defi-
nida positiva.
Por outro lado, a energia potencial é, em geral, uma forma quadrática definida posi-
tiva, e a matriz de rigidez [k] é definida positiva. No entanto, há sistemas para os quais
a energia potencial é nula sem que todos os deslocamentos sejam necessariamente nu-
los (sistemas semi-definidos). Nestes casos, a energia potencial é uma função quadrática
semi-definida positiva em vez de definida positiva. Em consequência, a matriz de rigidez
[k] diz-se semi-definida positiva. Um sistema para o qual a matriz [k] é semi-definida po-
sitiva e [m] é definida positiva designa-se por sistema semi-definido e apresenta ligações
ao exterior tais que lhe permitem movimentos de corpo rígido.
JDR
10.4. Coordenadas generalizadas e forças generalizadas 183
R
(x2 − x1 )2 + (y1 − y2 )2 = `22 . (10.39)
JD
(x3 − x2 )2 + (y3 − y2 )2 = `23
x
l y
G m y
x l y
!
G m
x l !
G ! m !
x
R
y
JD
Como as coordenadas (xi , yi ) não são independentes, não podem ser chamadas de
coordenadas generalizadas. Pode verificar-se que o número de coordenadas (6) menos
o número de restricções (3) dá o número de graus de liberdade do sistema (3). Se não
houvesse restricções, isto é, se os pêndulos fossem removidos de modo que as massa m1 ,
m2 e m3 fossem livres para se moverem no plano xy, então haveria 6 graus de liberdade
necessitando seis coordenadas tais como (xi , yi ) que seriam então coordenadas generali-
zadas.
Para o pêndulo triplo representado, as coordenadas θi i = 1, 2, 3 podem definir a con-
figuração do sistema. Como elas são independentes umas das outras, e das restricções,
elas formam um conjunto de coordenadas generalizadas e são notadas por qj j = 1, 2, 3.
Assim, o número de coordenadas generalizadas (3) é igual ao número de graus de liber-
dade (3).
Em geral, certas forças actuam sobre o sistema. Quando as coordenadas generalizadas
qj sofrem uma variação δqj , o trabalho realizado pode designar-se por δWj . Então, a força
R
δWj
Qj = . (10.40)
δqj
JDR
184 10. Sistema com n gdl: Equações de movimento
R
movimento de um sistema mecânico ou estrutural baseia-se no princípio de Hamilton. A
aplicação do princípio de Hamilton conduz directamente às equações de movimento.
JD
O princípio de Hamilton enuncia-se da seguinte forma: "a variação das energias ciné-
tica e potencial mais a variação do trabalho realizado pelas forças não conservativas consideradas
durante qualquer intervalo de tempo de t1 a t2 tem de ser igual a zero ",
Zt2 Zt2
δ(T − V )dt + δWnc dt = 0 (10.41)
t1 t1
onde
• Wnc : trabalho realizado por forças não conservativas (amortecimento e forças exte-
riores)
ii. V = V (q1 , q2 , . . . , qj , . . . , qn );
Zt2
∂T ∂T ∂T ∂T
δq1 + δq2 + . . . + δqj + . . . + δqn dt
∂q1 ∂q2 ∂qj ∂qn
t1
Zt2
∂T ∂T ∂T ∂T
+ δ q̇1 + δ q̇2 + . . . + δ q̇j + . . . + δ q̇n dt
∂ q̇1 ∂ q̇2 ∂ q̇j ∂ q̇n
t1
(10.42)
Zt2
R
∂V ∂V ∂V ∂V
− δq1 + δq2 + . . . + δqj + . . . + δqn dt
∂q1 ∂q2 ∂qj ∂qn
JD
t1
Zt2
+ [Q1 δq1 + Q2 δq2 + . . . + Qj δqj + . . . + Qn δqn ] dt = 0.
t1
JDR
10.6. Equações de Lagrange 185
1, . . . , n vem,
Zt2 Zt2 Zt2
∂T ∂T dqj ∂T d
δ q̇j dt = δ dt = (δqj ) dt
R
∂ q̇j ∂ q̇j dt ∂ q̇j dt
t1 t1 t1
(10.43)
Zt2
JD
t2
∂T ∂ ∂T
= δqj − δqj dt.
∂ q̇j t1 ∂t ∂ q̇j
t1
O primeiro termo do segundo membro é nulo para cada coordenada, pois que δqj (t1 ) =
δqj (t2 ) = 0 é a condição de base imposta às variações.
Após introdução de (10.43) em (10.42) e rearranjo dos termos obtém-se:
Zt2 X
n
d ∂T ∂T ∂V
− + − + Qj δqj dt = 0. (10.44)
dt ∂ q̇j ∂qj ∂qj
t1 j
ao tempo. As equações de Lagrange são aplicáveis a todo o sistema linear ou não linear
que verifique estas condições.
JD
JDR
186 10. Sistema com n gdl: Equações de movimento
R
tema, nas direcções x, y e z, respectivamente, então as forças generalizadas Qj j =
1, . . . , n podem ser calculadas como:
JD
n
X ∂xk ∂yk ∂zk
Qj = Fxk + Fyk + Fzk j = 1, . . . , n (10.48)
∂qj ∂qj ∂qj
k=1
onde xk , yk e zk são os deslocamentos da massa mk nas direcções x, y e z respectivamente.
H Exemplo
Estabelecer as equações diferenciais de movimento do sistema representado na figura 10.17
utilizando as equações de Lagrange.
R
JD
Energia cinética
JDR
10.6. Equações de Lagrange 187
R
JD
Figura 10.17: Sistema discreto
Energia potencial
1 1 1 1 1
V = k0 x20 + kt0 θ2 + k1 x21 + k2 (x2 − x1 )2 + k3 (x3 − x2 )2
2 2 2 2 2
Equações de Lagrange
d ∂T ∂T ∂V
− + = Qx0
dt ∂ ẋ0 ∂x0 ∂x0
R
d ∂T ∂T ∂V
− + = Qθ
dt ∂ θ̇ ∂θ ∂θ
JD
d ∂T ∂T ∂V
− + = Qx1
dt ∂ ẋ1 ∂x1 ∂x1
d ∂T ∂T ∂V
− + = Qx2
dt ∂ ẋ2 ∂x2 ∂x2
d ∂T ∂T ∂V
− + = Qx3
dt ∂ ẋ3 ∂x3 ∂x3
Equações de movimento
JDR
188 10. Sistema com n gdl: Equações de movimento
R
θ θ̈
JD
{x(t)} = x1 {ẍ(t)} = ẍ1
x2
ẍ 2
x
ẍ
3 3
1
{q̇}T [m] {q̇} ,
R
T = (10.53)
2
JD
1
V = {q}T [k] {q} . (10.54)
2
A aplicação das equações de Lagrange a cada uma das coordenadas generalizadas
qj j = 1, . . . , n tendo em conta a simetria da matriz de massa, [m] = [m]T , conduz a:
∂T 1 1
= {δ}T [m] {q̇} + {q̇}T [m] {δ}
∂ q̇j 2 2
j = 1, . . . , n (10.55)
= {δ}T [m] {q̇}
= {m}T
j {q̇}
e {δ} é o vector dos símbolos de Kronecker, cujas componentes para i 6= j valem 0 e cuja
R
componente para i = j vale 1. O termo {m}T j representa um vector linha idêntico à linha
de ordem j da matriz [m]. Derivando a expressão anterior em ordem ao tempo, obtém-se:
JD
d ∂T
= {m}T
j {q̈} j = 1, . . . , n. (10.56)
dt ∂ q̇j
De forma idêntica, derivando a expressão da energia potencial e tendo em conta a
simetria da matriz de rigidez, [k] = [k]T , vem:
JDR
10.7. Equações de movimento na forma matricial 189
∂V 1 1
= {δ}T [k] {q} + {q}T [k] {δ}
∂qj 2 2
R
j = 1, . . . , n (10.57)
= {δ}T [k] {q}
JD
= {k}T
j {q}
onde {k}T
j representa um vector linha idêntico à linha de ordem j da matriz [k].
Substituindo as expressões (10.56) e (10.57) nas equações de Lagrange, obtém-se a
equação matricial de movimento:
R
JD
R
JD
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
CAPÍTULO 11
11.1 Introdução
JD
f1( t) fi( t ) fn ( t)
x 1 (t) x i( t) x n (t)
m 1 m i m n
k 1 k i k i+ 1
f i( t )
R
k i( x i- x i-1 ) k i( x i+ 1 -x i )
JD
m i
191
192 11. Sistema com n gdl: Regime livre
movimento,
R
As equações de movimento das massas m1 e mn podem ser derivadas da equação (11.1)
fazendo i = 1 e i = n com, respectivamente, x0 = 0 e xn+1 = 0,
JD
m1 ẍ1 + (k1 + k2 ) x1 − k2 x2 = f1 (11.2a)
Para o sistema da figura 11.1 com n graus de liberdade, as matrizes [m] e [k] são de
dimensão (n × n),
JD
h i
[m] = diag m1 . . . mi−1 mi mi+1 . . . mn . (11.4)
k + k2 ... 0 0 0 ... 0
1
.. .. .. .. .. .. ..
. . . . . . .
0
. . . ki−1 + ki −ki 0 ... 0
[k] =
0 ... −ki ki + ki+1 −ki+1 ... 0 .
(11.5)
0
... 0 −ki+1 ki+1 + ki+2 . . . 0
. .. .. .. .. .. ..
.
. . . . . . .
0 ... 0 0 0 . . . kn + kn+1
n oT
JD
n oT
{ẍ (t)} = ẍ1 (t) . . . ẍi−1 (t) ẍi (t) ẍi+1 (t) . . . ẍn (t) (11.6b)
n oT
{f (t)} = f1 (t) . . . fi−1 (t) fi (t) fi+1 (t) . . . fn (t) (11.7)
JDR
11.2. Equações de movimento livre ou natural 193
R
seguinte topologia,
JD
m11 m12 m13 . . . m1n k11 k12 k13 . . . k1n
m21 m22 m23 . . . m2n k21 k22 k23 . . . k2n
[m] = m31 m32 m33 . . . m3n , [k] = k31 k32 k33 . . . k3n . (11.8)
.. .. .. . . . . .
.. ..
..
.. .. .. ..
. . . . .
mn1 mn2 mn3 . . . mnn kn1 kn2 kn3 . . . knn
mij = mji
i, j = 1, . . . , n. (11.9)
kij = kji
tação matricial, pela presença de termos não nulos fora da diagonal principal nas matri-
zes de massa e de rigidez.
x (t) x i( t) x n (t)
m 1 m i m n
k k i k i+ 1
JDR
194 11. Sistema com n gdl: Regime livre
R
2
−ω [m] + [k] {u} cos (ωt − φ) = {0} . (11.13)
JD
Como a solução arbitrada deve verificar as equações de movimento para todo e qual-
quer instante t com cos (ωt − φ) diferente de zero, então o vector de incógnitas {u} deve
verificar o sistema de equações algébricas homogéneas seguinte,
Nestas condições, o sistema possui n soluções não triviais da forma {x (t)} = {u} cos (ωt − φ),
representando cada uma delas um movimento síncrono caracterizado pelas frequências
ωi i = 1, . . . , n e pelos respectivos vectores de amplitudes {u}i i = 1, . . . , n,
R
JDR
11.4. Modos naturais de vibração 195
R
as componentes do vector solução são únicas.
JD
11.4 Modos naturais de vibração
As n soluções distintas ωi2 ; {u}i i = 1, . . . , n do problema homogéneo (11.14) cons-
por nodo de vibração. Para o terceiro modo natural de vibração, figura 11.5c, as massas
m1 e m3 movem-se em fase entre si e em oposição de fase com a massa m2 . Este modo
apresenta, pois, 2 nodos de vibração, um deles entre as massas m1 e m2 e o outro entre as
massas m2 e m3 .
Os vectores modais {u}i i = 1, . . . , n podem ser agrupados numa matriz designada
por matriz modal,
JDR
196 11. Sistema com n gdl: Regime livre
m m m ! m
R
JD
m !
m 1 m 2 m 3 m 1
m 2
n o d o
m 3
n o d o
(b) Segunda forma natural
m 1 m 2 m 3 m 1
m 2 n o d o s
R
JD
m 3
n o d o n o d o
(c) Terceira forma natural
h i
[U ] = {u}1 . . . {u}i . . . {u}n , (11.21)
JDR
11.6. Normalização dos vectores modais 197
R
{x (t)} = c1 {u}1 cos (ω1 t − φ1 ) + . . . + ci {u}i cos (ωi t − φi )
JD
| {z } | {z }
1o modo io modo
(11.24)
+ . . . + cn {u}n cos (ωn t − φn ) .
| {z }
no modo
u
11 . . . u 12 . . . un1
c1 cos (ω 1 t − φ )
1
. . . . . .
.. .. .. .. .. .
.
{x (t)} =
ui1 . . . uji . . . uni ci cos (ωi t − φi )
(11.26)
R
. .. .. .. .. ..
.
. . . . . .
JD
un1 . . . ujn . . . unn cn cos (ωn t − φn )
= [U ] {g (t)} .
onde as componentes do vector {g (t)} representam as funções do tempo para cada modo
natural de vibração.
{φ}T
i [m] {φ}i = 1 i = 1, . . . , n (11.27)
JD
{φ}T 2
i [k] {φ}i = ωi i = 1, . . . , n. (11.28)
JDR
198 11. Sistema com n gdl: Regime livre
R
{φ}i = q {u}i i = 1, . . . , n. (11.29)
{u}T
i [m] {u}i
JD
11.7 Ortogonalidade
Os n modos naturais de vibração distintos, (ωi , {φ}i ) i = 1, . . . , n com ω1 < . . . < ωi <
. . . < ωn , constituem as soluções do sistema homogéneo (11.14) que se pode reescrever
na seguinte forma,
{φ}T 2 T
s [k] {φ}r = ωr {φ}s [m] {φ}r (11.33)
JD
{φ}T 2 T
r [k] {φ}s = ωs {φ}r [m] {φ}s . (11.34)
Efectuando a transposição da expressão (11.34), tendo em conta a simetria das matri-
zes de massa e de rigidez, [m] = [m]T e [k] = [k]T , obtém-se,
{φ}T 2 T
s [k] {φ}r = ωs {φ}s [m] {φ}r . (11.35)
Subtraindo membro a membro as expressões (11.35) e (11.33) vem,
{φ}T
s [m] {φ}r = 0 r, s = 1, . . . , n. (11.37)
Os vectores modais {φ}i , i = 1, . . . , n são, pois, ortogonais em relação à matriz de
massa [m]. Das expressões (11.33) e (11.34) decorrem igualmente as seguintes relações de
R
{φ}T
s [k] {φ}r = 0 r, s = 1, . . . , n. (11.38)
Assim, os vectores modais {φ}i , i = 1, . . . , n apresentam propriedades de ortogo-
nalidade em relação às matrizes de massa e de rigidez. Refira-se, no entanto, que não
se trata da propriedade de ortogonalidade ordinária de vectores, mas antes de uma or-
togonalidade “ponderada” pelas matrizes de massa e de rigidez. Para vectores modais
JDR
11.7. Ortogonalidade 199
{φ}T
r [m] {φ}s = δrs r, s = 1, . . . , n
R
(11.39)
JD
{φ}T 2
r [k] {φ}s = ωr δrs r, s = 1, . . . , n (11.40)
onde δrs representa o símbolo de Kroenecker e vale,
1 r=s
δrs = . (11.41)
0 r 6= s
Considerando os vectores modais agrupados por coluna na matriz modal [Φ], as pro-
priedades de ortonormalidade exprimem-se na seguinte forma,
ω12
1
.. ..
R
.
.
2
dIc = , Ω = ωi2 .
JD
1 (11.43)
.. ..
.
.
1 ωn2
{φ}T
i [m] i = 1, . . . , n. Tendo em conta as propriedades de ortonormalidade, obtém-se,
ci = {φ}T
i [m] {v} i = 1, . . . , n. (11.45)
A expressão (11.44) representa a expansão de um vector {v} de dimensão n na base
modal ou natural e designa-se por teorema da expansão.
JDR
200 11. Sistema com n gdl: Regime livre
R
definem as posições das massas mi i = 1, . . . , n em qualquer instante t a partir das
JD
respectivas posições de equilíbrio estático. Na direcção do movimento, o sistema não
apresenta ligações ao exterior, isto é, o movimento é não restringido. Assim, o sistema
pode efectuar um movimento de corpo rígido, de modo que a energia potencial de na-
tureza elástica seja nula, sem que, no entanto, as coordenadas xi (t) i = 1, . . . , n sejam
nulas. Naturalmente, e por definição, a energia cinética é positiva.
x 1 (t) x i( t) x n (t)
m 1 m i m n
k i-1 k i
corpo rígido, sendo soluções do problema característico, são ainda ortogonais aos modos
naturais de vibração elásticos. Na figura 11.7 representa-se um sistema semi-definido.
JD
JDR
11.9. Quociente de Rayleigh 201
G ( t) k G ( t)
R
J
J k
JD
!
G !( t) J " G "( t)
{u}T
r [k] {u}r
ωr2 = r = 1, . . . , n. (11.51)
{u}T
r [m] {u}r
sendo R ({v}) uma quantidade escalar cujo valor depende directamente do vector arbi-
R
trário {v}.
Se o vector arbitrário {v} coincide com um dos vectores modais (forma natural) do
JD
JDR
202 11. Sistema com n gdl: Regime livre
R
r=1
JD
c1
.
.
.
(11.53)
h i
= {φ}1 ... {φ}i ... {φ}n ci = [Φ] {c}
..
.
cn
obtém-se,
n
ωr2 c2r
P
{c}T [φ]T [k] [φ] {c} {c}T Ω2 {c}
r=1
R ({v}) = = = . (11.55)
R
n
{c}T [φ]T [m] [φ] {c} {c}T dIc {c} P
c2r
r=1
JD
Admitindo, por hipótese, que o vector {v} difere apenas ligeiramente do vector modal
{φ}s , então os coeficientes cr r = 1, . . . , n∧r 6= s são muito pequenos quando comparados
com o coeficiente cs , isto é,
cr = εr cs r = 1, . . . , n ∧ r 6= s (11.56)
r=1
r6=s
R ({v}) = n . (11.58)
JD
ε2r
P
1+
r=1
r6=s
1
Desenvolvendo o termo n em série de Taylor em torno do ponto regular εr =
ε2r
P
1+
r=1
r6=s
0 r = 1, . . . , n ∧ r 6= s,
JDR
11.9. Quociente de Rayleigh 203
n
1 ∼
X
n =1− ε2r , (11.59)
ε2r
P
1+ r=1
R
r6=s
r=1
r6=s
JD
o quociente de Rayleigh pode escrever-se,
n n
! !
X X
R ({v})|εr =0 = ωs2 + ωr2 ε2r 1− ε2r . (11.60)
r=1 r=1
r6=s r6=s
O resultado anterior evidencia que, para um vector {v} que difere da forma natural
{φ}s de uma pequena quantidade de 1ª ordem, O (ε), o quociente de Rayleigh R ({v}) di-
fere da frequência natural ωs2 associada de uma pequena quantidade de 2ª ordem, O ε2 .
Como ω1 < ω2 < ω3 < . . . < ωr < . . . < ωn , então pode escrever-se,
R ({v}) ∼ = ω12 + O+ ε2 .
(11.63)
onde o sinal de igualdade somente se verifica se todos os εr forem idênticos a zero, o que
equivale a dizer que então o vector arbitrário {v} é idêntico ao vector modal {φ}1 .
Assim, o quociente de Rayleigh nunca é menor que a frequência natural fundamental
e o valor mínimo que pode tomar é o da frequência fundamental.
Procedendo de forma idêntica ao atrás exposto, isto é, fazendo agora s = n na expres-
R
n−1
R ({v}) ∼
X
= ωn2 + ωr2 − ω12 ε2r .
(11.65)
r=1
R ({v}) ∼= ωn2 + O− ε2 ,
(11.66)
JDR
204 11. Sistema com n gdl: Regime livre
R
Assim, o quociente de Rayleigh é sempre inferior à mais alta frequência natural, ωn ,
e o valor máximo que pode tomar é o da frequência natural mais elevada, se o vector
JD
arbitrário {v} for idêntico ao vector modal {φ}n .
O quociente de Rayleigh situa-se, pois, no intervalo
H Exemplo
m1 = m2 = m m3 = 2m k1 = k 2 = k k3 = 2k
R
1 0 0 2 −1 0
[m] = m 0 1 0 [k] = k −1 3 −2
0 0 2 0 −2 2
JDR
11.9. Quociente de Rayleigh 205
R
ω1 = 0.3731 {u}1 = 1.861
m
JD
2.162
T
1
1 0 0 1
JD
{v}T [m] {v} = m 1 0 1 0 1 = 4m
1
0 0 2 1
k k
R ({v}) = = 0.25
4m m
q
Estimativa para a frequência fundamental ω1 : ω1QR = 0.5 k
m
T
1
2 −1 0 1
T
{v} [k] {v} = k 2 −1 3 −2 2 = 2k
2 0 −2
2 2
JDR
206 11. Sistema com n gdl: Regime livre
T
1
1 0 0 1
{v}T [m] {v} = m 2 0 1 0 2 = 13m
R
2 0 0 2
2
JD
2k k
R ({v}) = = 0.1538
13m m
q
k
Estimativa para a frequência fundamental ω1 : ω1R = 0.3922 m
• Vector arbitrário {v} para aproximação da forma natural fundamental: vector dos
deslocamentos estáticos, [k] {v} = {f }, produzidos por um sistema de forças pro-
porcionais às massas.
1
1 1 1
1
{f } = m 1 [k]−1 = 1 2 2
k
2
1 2 2.5
R
1 1 1 c1 4
JD
m m
{v} = [k]−1 {f } = 1 2 2 1 = 7
k
k
1 2 2.5 2 8
T
4
2 −1 0 c4
T
{v} [k] {v} = k 7 −1 3 −2 7 = 27k
8 0 −2
2 8
T
4
1 0 0 4
{v}T [m] {v} = m 7 0 1 0 7 = 193m
8 0 0 2 8
R
27k k
R ({v}) = = 0.1399
193m m
JD
q
k
Estimativa para a frequência fundamental ω1 : ω1R = 0.3740 m
JDR
R
JD
CAPÍTULO 12
f( t) f i( t ) fn( t)
x ( t) x i( t ) x n( t)
k
k i k i+ 1
k n
m m i m n
c c i c i+ 1 c n
[m] {ẍ (t)} + [c] {ẋ (t)} + [k] {x (t)} = {f (t)} (12.1)
onde [m], [c] e [k] representam, respectivamente, as matrizes de massa, de amortecimento
JD
207
208 12. Sistema com n gdl: Regime forçado
R
m11 . . . m1i . . . m1n k11 . . . k1i . . . k1n
JD
... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
[m] = mi1 ... mii ... min , [k] = ki1 ... kii ... kin , (12.3)
... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
mn1 . . . mni . . . mnn kn1 . . . kni . . . knn
c11 . . . c1i . . . c1n
. . . ... ... ... . . .
[c] = ci1 . . . cii . . . cin . (12.4)
. . . . . . . . . . . . . . .
cn1 . . . cni . . . cnn
Os vectores {x (t)}, {ẋ (t)}, {ẍ (t)} e {f (t)} representam, respectivamente, os vectores
de deslocamento, de velocidade, de aceleração e de força actuante no sistema,
R
x 1 (t)
ẋ 1 (t)
ẍ 1 (t)
JD
. . . . . . . . .
{x (t)} = xi (t) , {ẋ (t)} = ẋi (t) , {ẍ (t)} = ẍi (t) , (12.5)
...
...
...
x (t) ẋ (t) ẍ (t)
n n n
f1 (t)
. . .
{f (t)} = fi (t) . (12.6)
...
f (t)
n
x 0 ẋ01
1
JD
. . . . . .
{x (0)} = xi ,0 {ẋ (0)} = ẋi .
0 (12.7)
. . .
. . .
x0
ẋ0
n n
JDR
12.2. Resposta a uma solicitação harmónica 209
R
escrevem-se, em notação matricial,
JD
[m] {ẍ (t)} + [c] {ẋ (t)} + [k] {x (t)} = {F } ejωt , (12.8)
onde o vector solicitação {f (t)} vale,
−1 Im X̄i (ω)
φi (ω) = ∠X̄i (ω) = tan i = 1, . . . , n. (12.15b)
JD
Re X̄i (ω)
Na figura 12.2 representa-se a amplitude e a fase da resposta estacionária de um sis-
tema amortecido com três graus de liberdade em regime forçado harmónico.
Para o sistema não amortecido, crs = 0, r, s = 1, . . . , n, X̄i (ω) i = 1, . . . , n são quan-
tidades reais, X̄i (ω) ∈ R i = 1, . . . , n, cujo módulo representa a amplitude de resposta
JDR
210 12. Sistema com n gdl: Regime forçado
-
X1 (ω) = -X̄1 (ω)-
R
-
JD
π
φ
0
−π
0
ω
(a) X1 (ω) e φ1
-
X2 (ω) = -X̄2 (ω)-
-
π
R
φ
0
JD
−π
0
ω
(b) X2 (ω) e φ2
-
X3 (ω) = -X̄3 (ω)-
-
π
φ
0
−π
0
ω
R
(c) X3 (ω) e φ3
JDR
12.2. Resposta a uma solicitação harmónica 211
0 para X̄i (ω) > 0
φi = i = 1, . . . , n (12.16b)
π para X̄ (ω) < 0
i
R
Refira-se ainda que, para
o 2sistema não
amortecido, o determinante da matriz de
rigidez dinâmica [Z(ω)] = −ω [m] + [k] é nulo para valores de frequência idênticos
JD
às frequências naturais do sistema. Assim, para frequências de excitação idênticas às
frequências naturais, o valor das amplitudes Xi (ω) i = 1, . . . , n tende para infinito,
sendo as frequências de ressonância idênticas às frequências naturais.
Exemplo H
Determinar a resposta estacionária do sistema com três graus de liberdade não amorte-
cido representado na figura 12.3 e com f1 (t) = F cos ωt e f2 (t) = f3 (t) = 0. Considerar
m1 = m2 = m3 = 2m, k1 = 4k, k2 = 3k, k3 = 2k e k4 = k. Representar graficamente a
variação da amplitude e da fase em função da frequência de excitação.
F c o sM t
x 1( t) x 2( t) x 3( t)
k 1 k 2 k 3 k 4
m 1 m 2 m 3
R
k1 + k2 −k2 0 7 −3 0
JD
[k] = −k2 k2 + k3 −k3 = k −3 5 −2 ,
0 −k3 k3 + k4 0 −2 3
1
Como F1 cos ωt = Re F1 ejωt , a solução vem xi (t) = Re X̄i (ω)ejωt = X̄i (ω) cos ωt, pois X̄i (ω) ∈ R
JDR
212 12. Sistema com n gdl: Regime forçado
F
{F } = 0 .
R
0
JD
De acordo com a expressão (12.11), as componentes X̄i (ω) i = 1, 2, 3 são a solução do
sistema de equações algébricas,
7 −3 0 2 0 0 X̄ (ω) F
1
2
k −3 5 −2 − ω m 0 2 0 X̄2 (ω) = 0 .
0 −2
0
3 0 0 2 X̄3 (ω)
JDR
12.2. Resposta a uma solicitação harmónica 213
R
JD
X̄1 (ω)
0 ω1 ω2 ω3
ω /Hz
(a) X̄1 (ω)
X̄2 (ω)
0
R
JD
0 ω1 ω2 ω3
ω /Hz
(b) X̄2 (ω)
X̄3 (ω)
0 ω1 ω2 ω3
ω /Hz
(c) X̄3 (ω)
JDR
214 12. Sistema com n gdl: Regime forçado
R
-
X1 (ω) = -X̄1 (ω)-
JD
-
π
φ
0
−π
0
ω
(a) X1 (ω) e φ1
-
X2 (ω) = -X̄2 (ω)-
-
R
JD
π
φ
0
−π
0
ω
(b) X2 (ω)e φ2
-
X3 (ω) = -X̄3 (ω)-
-
π
φ
0
R
−π
0
ω
JD
(c) X3 (ω)e φ3
JDR
12.3. Regime forçado não amortecido-Análise modal 215
R
O sistema de equações diferenciais de movimento do sistema não-amortecido nas coor-
denadas generalizadas escreve-se,
JD
[m] {ẍ (t)} + [k] {x (t)} = {f (t)} , (12.17)
apresentando-se as equações, conforme já discutido, acopladas ou ligadas entre si. No
caso mais geral, o acoplamento pode ser de massa ou inércia e elástico ou de rigidez.
f1( t) f i( t ) fn( t)
x 1( t) x i( t ) x n( t)
m 1 m i m n
k 1 k i k i+ 1
{x (0)} = xi ,0 {ẋ (0)} = ẋi .
0 (12.18)
. . .
. . .
x0
ẋ0
n n
Como a matriz modal [Φ] é independente da variável tempo, derivando duas vezes a
expressão (12.20) em ordem a t obtém-se,
JDR
216 12. Sistema com n gdl: Regime forçado
R
T
[Φ] , obtém-se,
JD
[Φ]T [m] [Φ] {η̈ (t)} + [Φ]T [k] [Φ] {η (t)} = [Φ]T {f (t)} . (12.23)
Tendo em conta a propriedade de ortonormalidade dos vectors modais que formam
a matriz modal [Φ],
1 η̈n (t)
2
ωn ηn (t) Nn (t)
(12.26)
A transformação linear com a matriz modal [Φ], conjuntamente com a propriedade
de ortogonalidade dos vectores modais, permite, pois, o desacoplamento simultâneo em
termos elásticos e em termos de inércia das n equações de movimento. Noutros termos,
a projecção (12.26) do sistema de equações diferenciais de movimento na base modal
conduz a equações diferenciais desacopladas ou independentes, sendo cada uma delas
idêntica à equação diferencial de movimento do sistema com um grau de liberdade,
N (t) = φ f (t) + . . . + φ f (t) + . . . + φ f (t) . (12.28)
i 1i 1 ii i ni n
.
. .
..
.
Nn (t) φ1n f1 (t) + . . . + φn1 fn (t) + . . . + φnn fn (t)
JDR
12.3. Regime forçado não amortecido-Análise modal 217
C o o r d e n a d a s g e n e r a liz a d a s
f1( t) fi( t ) fn ( t)
x 1 (t) x i( t) x n (t)
R
m 1 m i m n
k 1 k i k i+ 1
JD
C o o r d e n a d a s m o d a is
N i( t )
m h i( t)
k i
m mi
(t)
N 1
t)
h 1(
m
m k m
k 1
m 1 n
N
(
m m h (n t)
n n t)
R
A resolução de cada uma das equações (12.27) na base modal ou natural requer igual-
mente as condições iniciais expressas na base modal. Aplicando a transformação de co-
ordenadas (12.20) às condições iniciais {x (0)} e {ẋ (0)}, obtêm-se as relações,
{η (0)} = [Φ]T [m] {x (0)} , {η̇ (0)} = [Φ]T [m] {ẋ (0)} . (12.30)
R
JD
JDR
218 12. Sistema com n gdl: Regime forçado
R
.
η̈i (t) + ωi2 η (t) = Ni (t) (12.31)
JD
..
.
η̈n (t) + ωn2 η (t) = Nn (t)
Na base modal, cada uma das equações (12.31) pode ser resolvida analítica ou nume-
ricamente, conforme o tipo de solicitação aplicada ao sistema. Assim, se a solicitação for
conhecida sob a forma de uma função do tempo, a solução analítica pode ser determi-
nada utilizando o integral de Duhamel,
t
1
Z
ηi (t) = Ni (τ ) sin ωi (t − τ ) dτ
ωi 0 i = 1, . . . , n. (12.32)
η̇i (0)
+ ηi (0) cos ωi t + sin ωi t
ωi
base modal.
n
X
{x (t)} = {φ}i ηi (t) . (12.34)
i=1
R
O movimento {x (t)} do sistema pode, pois, de acordo com (12.34), exprimir-se como
JD
uma sobreposição das formas naturais de vibração {φ}i multiplicadas pelas respectivas
coordenadas modais ηi (t), donde a designação de sobreposição modal para esta técnica
de determinação da resposta forçada de sistemas com n graus de liberdade.
Explicitando o cálculo nas expressões (12.33) e (12.34) para o sistema com n graus de
liberdade, a resposta {x (t)} vem,
JDR
12.4. Regime forçado amortecido - Análise modal 219
x1 (t)
φ11 . . . φ1i . . . φ1n
η1 (t)
R
.
.
.
. .
. .
.
.
.
. . . . . . . . . . .
JD
xi (t) = φi1 . . . φii . . . φin ηi (t)
.. .. .. ..
..
. . ... . ... . .
xn (t)
φn1 . . . φni . . . φnn ηn (t)
φ11 η1 (t) + . . . + φ1i ηi (t) + . . . + φ1n ηn (t)
.
.
.
= φi1 η1 (t) + . . . + φii ηi (t) + . . . + φin ηn (t) (12.35)
..
.
φn1 η1 (t) + . . . + φni ηi (t) + . . . + φnn ηn (t)
φ11
φ1i
φ1n
.
.
.
.
.
.
. . .
= φi1 η1 (t) + . . . + φ2i ηi (t) + . . . + φ2n ηn (t).
.. .. ..
R
. . .
φn1
φni
φnn
JD
[m] {ẍ (t)} + [c] {ẋ (t)} + [k] {x (t)} = {f (t)} . (12.36)
f( t) f i( t ) fn( t)
x ( t) x i( t ) x n( t)
k
k i k i+ 1
k n
m m i m n
c c i c i+ 1 c n
JDR
220 12. Sistema com n gdl: Regime forçado
[Φ]T [m] [Φ] {η̈ (t)} + [Φ]T [c] [Φ] {η̇ (t)} + [Φ]T [k] [Φ] {η (t)} = [Φ]T {f (t)} . (12.37)
R
Tendo em conta as propriedades de ortogonalidade dos vectores modais em relação
às matrizes de massa e de rigidez, as equações de movimento projectadas na base modal
JD
vêm,
dIc {η̈ (t)} + [Φ]T [c] [Φ] {η̇ (t)} + Ω2 {η (t)} = {N (t)}
(12.38)
2
onde dIc e Ω representam, respectivamente, a matriz identidade e uma matriz dia-
gonal cujos termos são os quadrados das frequências naturais. Por sua vez, a matriz
[Φ]T [c] [Φ], que representa a projecção da matriz de amortecimento na base modal, não
é, necessariamente, uma matriz diagonal. Assim, a equação matricial (12.38) encontra-se
desacoplada em termos de inércia e de rigidez, mas não necessariamente em termos de
amortecimento.
=α dIc + β Ω2
(12.40)
= α + βΩ2
=d2χΩc
onde d2χΩc é uma matriz diagonal, com χ representando as razões de amortecimento
modal, ξi (i = 1, . . . , n) e Ω as frequências naturais ωi (i = 1, . . . , n). Assim, os vectores
modais do sistema não amortecido diagonalizam igualmente a matriz de amortecimento
viscoso proporcional, e as equações de movimento na base modal são equações indepen-
dentes.
Refira-se, a título de informação, que a condição de proporcionalidade para a matriz
de amortecimento é demasiado redutora. Com efeito, os vectores modais do sistema não
amortecido diagonalizam a matriz de amortecimento desde que esta verifique a condição
de Caughey,
[k] [m]−1 [c] = [c] [m]−1 [k] (12.41)
que é uma condição mais lata do que a condição de amortecimento proporcional ou de
Rayleigh.
R
JDR
12.5. Resposta por sobreposição modal truncada 221
R
determinada utilizando o integral de Duhamel,
JD
t
1
Z
ηi (t) = Ni (τ ) e−ξi ωi (t−τ ) sin ωdi (t − τ ) dτ
ωdi 0
ηi (0) η̇i (0)
i = 1, . . . , n (12.43a)
+ eξi ωi t q cos (ωdi t − φi ) + sin ωdi t
1 − ξi2 ωi
ξi
q
ωdi = ωi 1 − ξi2 , φi = tan−1 q (12.43b)
1 − ξi2 .
n
X
{x (t)} = [Φ] {η (t)} = {φ}i ηi (t) . (12.44)
JD
|{z} | {z }
i=1
forma coordenada
modal modal
que são, em geral, os modos de menor energia ou de mais baixa frequência e, em parti-
JD
JDR
222 12. Sistema com n gdl: Regime forçado
Considerando uma base modal truncada com apenas p << n vectores modais, a ma-
R
triz modal truncada [Φ]n×p será uma matriz rectangular de dimensão n × p,
JD
φ11 φ12 . . . φ1p
φ21 φ22 . . . φ2p
h i
[Φ]n×p = {φ}1 {φ}2 . . . {φ}p =
.. .. .. ..
. (12.46)
n×p .
. . .
φn1 φn2 . . . φnp
n×p
[Φ]T T T
JD
p×n [m]n×n [Φ]n×p {η̈}p×1 + [Φ]p×n [k]n×n [Φ]n×p {η}p×1 = [Φ]p×n {f (t)}n×1 . (12.48)
1 η̈ (t) ω12 η (t) N (t)
1 1 1
1 η̈2 (t) ω22 η2 (t) N2 (t)
..
.. + ..
.. = ..
. .
.
.
.
ωp2
1 η̈p (t) ηp (t) Np (t)
p×p p×1 p×p p×1 p×1
(12.49)
cada uma delas da forma,
JDR
12.5. Resposta por sobreposição modal truncada 223
R
JD
{x(t)}n×1 = [Φ]n×p {η(t)}p×1
η1 (t)
η2 (t)
h i
= {φ}1 {φ}2 . . . {φ}p ..
n×p
.
(12.52)
ηn (t)
p×1
= {φ}1 η1 (t) + {φ}2 η2 (t) + . . . + {φ}p ηp (t)
p
X
= {φ}i ηi (t).
i=1
O movimento {x (t)} nas coordenadas generalizadas exprime-se ainda como uma so-
breposição dos p (p < n) modos naturais de vibração considerados e multiplicados
pelas respectivas coordenadas modais.
C o o r d e n a d a s g e n e r a liz a d a s
R
f1( t) fi( t ) fn ( t)
x 1 (t) x i( t) x n (t)
JD
m 1 m i m n
k 1 k i k i+ 1
E sp a ç o m o d a l
S u b -e sp a ç o m o d a l
(t)
N 1
t) k m
h 1( p
N
(
m m m h (p t)
m p t)
k 1
m 1 p
N i( t )
m h i( t)
k i
m mi
R
...........
JD
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
CAPÍTULO 13
13.1 Introdução
JD
225
226 13. Sistema com n gdl: Integração directa
R
O procedimento consiste pois em dividir o tempo T de resposta em n intervalos re-
gulares, ∆t = Tn , e determinar a solução nos instantes discretos ti i = 1, . . . , n ( t1 = ∆t,
JD
t2 = 2∆t, ..., tn = n∆t).
f( t) x ( t)
f i x i
f i-1 x i-1
f x i+ 1
i+ 1
x 2
f n x 1
f 2 x n
f 1
f 0 x 0
Usando a notação x (ti ) = xi , x (ti + ∆t) = xi+1 e x (ti − ∆t) = xi−1 , as expressões
anteriores vêm
JD
JDR
13.3. Método das diferenças finitas (centradas) 227
R
dx 1
ẋi = = (xi+1 − xi−1 ) . (13.7)
JD
dt t=ti 2∆t
Considerando agora os três primeiros termos das expansões e adicionando ambas,
obtém-se a aproximação por diferenças finitas centrais para a segunda derivada de x (t)
em t = ti ,
d2 x
1
ẍi = 2 = (xi+1 − 2xi + xi−1 ) . (13.8)
dt t=ti (∆t)2
Assim, os vectores de velocidade e de aceleração no instante t = ti podem escrever-se,
1
{ẋ}t = {x}t+∆t − {x}t−∆t , (13.9)
2∆t
1
{ẍ}t = {x} t+∆t
− 2 {x} t
+ {x} t−∆t
. (13.10)
(∆t)2
Considerando agora a equação de movimento no instante genérico t = ti ,
após introdução das expressões de diferenças finitas centrais para a velocidade e para a
JD
1 t+∆t t t−∆t
1 t+∆t t−∆t
[m] {x} − 2 {x} + {x} + [c] {x} − {x}
(∆t)2 2∆t (13.12)
t t
+ [k] {x} = {f } .
1 1 t+∆t t 2 t 1 1
2 [m] + [c] {x} = {f } − [k] − 2 [m] {x} − 2 [m] − [c] {x}t−∆t .
(∆t) 2∆t (∆t) (∆t) 2∆t
(13.13)
Assim, a partir do vector solicitação {f }t no instante genérico t = ti e dos vectores de
resposta {x}t−∆t e {x}t , respectivamente nos instantes t = ti − ∆t e t = ti , determina-se
a resposta {x}t+∆t do sistema no instante t = ti + ∆t.
R
JDR
228 13. Sistema com n gdl: Integração directa
R
que representa uma resposta fictícia e, naturalmente, desconhecida, figura 13.2. É, pois,
JD
necessário adoptar um procedimento de arranque auxiliar para este método.
x ( t)
x i
x i-1
x i+ 1
x 2
x 1
x n
x 0
x -1
t -1 0 t1 t2 ... t i-1 t i t i+ 1 . . . t n t
, t , t , t , t
1
{x}∆t − {x}−∆t ,
{ẋ}0 = (13.14)
2∆t
1 −∆t
{ẍ}0 = {x}∆t
− 2 {x}0
+ {x} . (13.15)
(∆t)2
Resolvendo as expressões anteriores para o deslocamento fictício {x}−∆t correspon-
dente ao instante t = t0 − ∆t, obtém-se
(∆t)2
{x}−∆t = {x}0 − ∆t {ẋ}0 + {ẍ}0 , (13.16)
2
onde o vector aceleração {ẍ}0 pode ser determinado a partir da equação de equilíbrio
dinâmico no instante t = t0 , que se escreve,
0
determina-se o vector de aceleração {ẍ} no instante t = t0 ,
{ẍ}0 = [m]−1 {f }0 − [c] {ẋ}0 − [k] {x}0 . (13.19)
JDR
13.3. Método das diferenças finitas (centradas) 229
(∆t)2
{x}−∆t = {x}0 − ∆t {ẋ}0 + [m]−1 {f }0 − [c] {ẋ}0 − [k] {x}0 , (13.20)
2
R
dispõe-se finalmente da resposta fictícia {x}−∆t que permite o arranque do método e a
JD
determinação da resposta do sistema.
Por fim, para garantir a estabilidade numérica do processo de integração, (não con-
fundir com a estabilidade da resposta do sistema), o intervalo regular de tempo ∆t, ou
passo de integração, deve ser inferior a um limiar crítico,
Tn 2
∆t ≤ ∆tcr = = (13.21)
π ωn
onde Tn representa o menor período natural não amortecido do sistema e ωn a corres-
pondente maior frequência natural não amortecida. Trata-se, pois, de um método de in-
tegração condicionalmente estável. Um valor para o passo de integração igual a ∆t = T10n
é um valor de utilização corrente.
R
JD
R
JD
JDR
230 13. Sistema com n gdl: Integração directa
R
1. Propriedades mecânicas: [m] , [c] , [k]
JD
2. Condições iniciais em t = 0: {x}0 , {ẋ}0
[m] {ẍ}0 = {f }0 − [c] {ẋ}0 − [k] {x}0 MATLAB : ẍ0 = [m] \ f 0 − [c] ẋ0 − [k] x0
1 1 1
a0 = a1 = a2 = 2a0 a3 =
(∆t)2 2∆t a2
t
f = {f }t − ([k] − a2 [m]) {x}t − (a0 [m] − a1 [c]) {x}t−∆t
t t
[m] {x}t+∆t = f MATLAB : xt+∆t = [m̄] \ f¯
R
{ẍ}t = a0 {x}t−∆t − 2 {x}t + {x}t+∆t
{ẋ}t = a1 {x}t+∆t − {x}t−∆t
JDR
13.4. Método de Wilson-θ 231
R
uma variação linear da aceleração no intervalo [t, t + θ∆t] com θ ≥ 1.0, conforme se
representa na figura 13.3. Note-se que, para θ = 1, o método de Wilson-θ degenera no
JD
método da aceleração linear.
Considerando a variável τ definida no intervalo 0 ≤ τ ≤ θ∆t, figura 13.3, a lei de
aceleração escreve-se
τ t+θ∆t
ẍt+τ = ẍt + ẍ − ẍt . (13.22)
θ∆t
N J+ G , J
N J+ , J
N J
J J+ G , J
R
J J+ , J
JD
τ 2 t+θ∆t
ẋt+τ = ẋt + ẍt τ + ẍ − ẍt , (13.23)
2θ∆t
1 τ 3 t+θ∆t
xt+τ = xt + ẋt τ + ẍt τ 2 + ẍ − ẍt . (13.24)
2 6θ∆t
Em particular, no instante t + θ∆t (para τ = θ∆t), a velocidade e o deslocamento
valem, respectivamente,
θ∆t t+θ∆t
ẋt+θ∆t = ẋt + ẍ + ẍt , (13.25)
2
(θ∆t)2 t+θ∆t
xt+θ∆t = xt + θ∆tẋt + ẍ + 2ẍt . (13.26)
6
R
6 t+θ∆t 6 t
ẍt+θ∆t = 2 x − x t
− ẋ − 2ẍt , (13.27)
(θ∆t) θ∆t
3 t+θ∆t θ∆t t
ẋt+θ∆t = x − xt − 2ẋt − ẍ . (13.28)
θ∆t 2
JDR
232 13. Sistema com n gdl: Integração directa
R
onde a força no instante t + θ∆t pode pode ser calculada como
JD
F t+θ∆t = F t + θ F t+∆t − F t .
(13.30)
Após substituição de (13.27) e (13.28) em (13.29), obtém-se
6 3 t+θ∆t
=F t + θ F t+∆t − F t
[k] + 2 [m] + θ∆t [c] x
(θ∆t)
6 t 6 t t
+ [m] x + ẋ + 2ẍ (13.31)
(θ∆t)2 θ∆t
3 t t θ∆t t
+ [c] x + 2ẋ + ẍ .
θ∆t 2
t+∆t 6
t+θ∆t t
6 t 3
ẍ = x − x − 2 ẋ + 1 − ẍt , (13.32)
JD
θ3 (∆t)2 θ ∆t θ
∆t t+∆t
ẋt+∆t = ẋt + + ẍt ,
ẍ (13.33)
2
(∆t)2 t+∆t
xt+∆t = xt + ∆tẋt + + 2ẍt .
ẍ (13.34)
6
As expressões (13.32), (13.33) e (13.34) constituem a resposta no instante t + ∆t
JDR
13.4. Método de Wilson-θ 233
R
1. Propriedades mecânicas: [m], [k], [c]
JD
3. Aceleração no instante t = 0: ẍ0
[m] ẍ0 = f 0 − [c] ẋ0 − [k] x0 MATLAB : ẍ0 = [m] \ f 0 − [c] ẋ0 − [k] x0
6 3 θ∆t a0
a0 = a1 = a2 = 2a1 a3 = a4 =
(θ∆t)2 θ∆t 2 θ
a2 3 ∆t (∆t)2
a5 = − a6 = 1 − a7 = a8 =
θ θ 2 6
5. Rigidez efectiva:
k̄ = [k] + a0 [m] + a1 [c]
t+θ∆t
= F̄ t+θ∆t MATLAB : xt+θ∆t = k̄ \F̄ t+θ∆t
k̄ x
JDR
234 13. Sistema com n gdl: Integração directa
R
da aceleração linear. No instante t + ∆t, figura 13.4, a velocidade e o deslocamento são
dados pelas seguintes expressões,
JD
N J+ D J
N J
1 N J + N J+ D J
2
J
J J+ D J
Figura 13.4: Método de Newmark
t+∆t t t 2 1 t t+∆t
x = x + ẋ ∆t + (∆t) − α ẍ + αẍ . (13.36)
JD
2
onde α e δ são parâmetros para assegurar precisão e estabilidade na integração. Para
δ = 12 e α = 16 , as expressões (13.35) e (13.36) correspondem ao método da aceleração
linear. Para δ = 21 e α = 14 , parâmetros de Newmark, o método é incondicionalmente
estável e assenta num esquema de aceleração média constante no intervalo [t, t + ∆t],
figura 13.4.
Resolvendo a equação (13.36) em ordem a ẍt+∆t e substituindo na equação (13.35),
obtêm-se expressões para ẍt+∆t e ẋt+∆t em termos de xt+∆t ,
t+∆t 1 t+∆t t 1 t 1
− 1 ẍt ,
ẍ = x −x − ẋ − (13.37)
α (∆t)2 α∆t 2α
t+∆t δ t δ δ
ẍt + xt+∆t − xt .
ẋ = 1− ẋ + ∆t 1 − (13.38)
α 2α α∆t
Além das relações (13.37) e (13.38), a solução para o deslocamento, velocidade e ace-
leração no instante t + ∆t requer também a equação de equilíbrio dinâmico em t + ∆t,
que se escreve
R
Substituindo (13.37) para ẍt+∆t e (13.38) para ẋt+∆t na equação de equilíbrio (13.39),
obtém-se a expressão de recurrência para xt+∆t ,
1 δ
[m] + [c] + [k] xt+∆t = F t+∆t . (13.40)
α (∆t)2 α∆t
JDR
13.5. Método de Newmark 235
R
t+∆t t+∆t t
− 1 ẍt ,
ẍ = x −x − ẋ − (13.41)
α (∆t)2 α∆t 2α
JD
t+∆t δ t δ δ
ẍt + xt+∆t − xt .
ẋ = 1− ẋ + ∆t 1 − (13.42)
α 2α α∆t
JDR
236 13. Sistema com n gdl: Integração directa
R
1. Propriedades mecânicas: [m], [k], [c]
JD
2. Condições iniciais: x0 e ẋ0
[m] ẍ0 = f 0 − [c] ẋ0 − [k] x0 MATLAB : ẍ0 = [m] \ f 0 − [c] ẋ0 − [k] x0
1 1
δ= α=
2 4
1 δ 1 1
a0 = a1 = a2 = a3 = −1
α (∆t)2 α∆t α∆t 2α
δ ∆t δ
a4 = − 1 a5 = −2 a6 = ∆t (1 − δ) a7 = δ∆t
α 2 α
5. Rigidez efectiva:
R
k̄ = [k] + a0 [m] + a1 [c]
JD
t+∆t
= F̄ t+∆t MATLAB : xt+∆t = k̄ \F̄ t+∆t
k̄ x
JDR
R
JD
CAPÍTULO 14
Sistemas contínuos
Vibração transversal de cordas
A figura 14.1a representa um cabo ou corda elástica de comprimento ` sujeito a uma força
transversal f (x, t) por unidade de comprimento, e a figura 14.1b representa um elemento
infinitesimal de comprimento dx.
z f( x ,t)
v ( x ,t)
x d x x
l
a )
z f( x ,t) T + d T
G + d G
G
R
v v + d v
T
x d x x
JD
b )
Figura 14.1: Corda elástica
237
238 14. Vibração transversal de cordas
R
• µ (x) : massa por unidade de comprimento.
JD
A aplicação da 2º lei de Newton do movimento a um elemento infinitesimal de com-
primento dx, na direcção transversal, conduz à seguinte equação de equilíbrio dinâmico,
∂ 2 v (x, t)
(T + dT ) sin (θ + dθ) + f (x, t) dx − T sin θ = µ (x) dx (14.1)
∂t2
onde θ representa o ângulo da corda com o eixo Ox.
Para um elemento infinitesimal de comprimento dx e para um ângulo θ pequeno,
podem adoptar-se as seguintes aproximações,
∂v ∂v ∂2v
sin θ ∼
= tan θ = sin (θ + dθ) ∼= tan (θ + dθ) = + 2 dx. (14.2)
∂x ∂x ∂x
Introduzindo as expressões anteriores na equação de movimento, esta pode simplificar-
se na forma,
∂ 2 v (x, t)
∂ ∂v (x, t)
T + f (x, t) = µ (x) . (14.3)
∂x ∂x ∂t2
Para uma corda de secção uniforme, µ (x) = µ, e com tensão constante, T (x) = T , a
R
∂ 2 v (x, t) ∂ 2 v (x, t)
JD
T + f (x, t) = µ . (14.4)
∂x2 ∂t2
Assim, a equação de movimento é uma equação diferencial parcial de segunda or-
dem na variável tempo t e na variável espacial x. Em consequência, são necessárias
duas condições de fronteira, na variável x, e duas condições iniciais, na variável t, para
a resolução da equação diferencial de movimento deste sistema. Por outro lado, o mo-
vimento é caracterizado pela equação diferencial (14.3), pelas respectivas condições de
fronteira e pelas condições iniciais de deslocamento e de velocidade, v (x, t = 0) = v0 (x)
e v̇ (x, t = 0) = v̇0 (x).
∂ 2 v (x, t) ∂ 2 v (x, t)
R
T = µ . (14.5)
∂x2 ∂t2
T
= c2 , a equação do regime livre pode escrever-se na forma,
JD
Fazendo µ
∂ 2 v (x, t) 1 ∂ 2 v (x, t)
= . (14.6)
∂x2 c2 ∂t2
A equação de movimento lateral da corda na forma (14.6) é uma equação de onda,
onde c representa a velocidade de propagação longitudinal da onda.
JDR
14.2. Regime livre 239
R
corda em cada secção recta e ao longo do tempo. Nesse sentido, admita-se a hipótese
de movimento síncrono, isto é, um movimento para o qual a configuração espacial (de-
JD
formada) da corda não varia no tempo. Noutros termos, cada secção da corda executa
o mesmo tipo de movimento, passando pela posição de equilíbrio estático no mesmo
instante e atingindo o deslocamento máximo igualmente no mesmo instante. Esta hipó-
tese é equivalente a considerar a função deslocamento v (x, t) separável no espaço e no
tempo, conduzindo ao designado método da separação de variáveis para resolução de
equações diferenciais de derivadas parciais. Assim, a função deslocamento v (x, t) pode
então exprimir-se na forma,
∂x2
e ∂ ∂t 2 são substituídas por derivadas totais.
A introdução da solução (14.7) e das derivadas (14.8) na equação diferencial conduz
à equação,
d2 V (x) 1 d2 g (t)
g (t) = V (x) . (14.9)
dx2 c2 dt2
Após rearranjo, a equação anterior pode escrever-se na forma,
1 d2 V (x) 1 d2 g (t)
c2 = (14.10)
V (x) dx2 g (t) dt2
onde o primeiro membro depende somente de x e o segundo depende somente de t.
Os dois membros da equação (14.10) são, pois, de natureza distinta, e a equação só é
verificada para todo o x e todo o t caso ambos os membros sejam iguais a uma constante,
λ, por exemplo. Então tem-se,
1 d2 V (x)
c2 =λ (14.11)
V (x) dx2
R
e
JD
1 d2 g (t)
= λ, (14.12)
g (t) dt2
ou, após rearranjo,
d2 V (x) λ
2
− 2 V (x) = 0 (14.13)
dx c
JDR
240 14. Vibração transversal de cordas
d2 g (t)
− λg (t) = 0. (14.14)
dt2
R
Fazendo a constante λ igual a −ω 2 , as duas equações anteriores escrevem-se,
JD
d2 V (x) ω 2
+ 2 V (x) = 0 (14.15)
dx2 c
d2 g (t)
+ ω 2 g (t) = 0 (14.16)
dt2
e as respectivas soluções são da forma,
ω ω
V (x) = A cos x + B sin x, (14.17)
c c
v (x = 0, t) = 0 v (x = `, t) = 0. (14.20)
A solução da equação diferencial de movimento, conforme (14.19), escreve-se,
ω ω
v (x, t) = A cos x + B sin x (C cos ωt + D sin ωt) . (14.21)
c c
Introduzindo a primeira das condições de fronteira (14.20) na solução (14.21) vem,
A = 0. (14.23)
Introduzindo agora a segunda das condições de fronteira (14.20) na solução (14.21)
R
JDR
14.3. Corda com as extremidades fixas 241
R
A equação característica (14.26) admite uma infinidade de raízes, ωcn ` = nπ n =
JD
1, . . . , ∞, as quais correspondem às frequências naturais de vibração ωn n = 1, . . . , ∞
da corda e que valem,
ncπ
ωn = n = 1, . . . , ∞, (14.27)
`
T
ou ainda, após a substituição µ = c2 ,
s
nπ T
ωn = n = 1, . . . , ∞. (14.28)
` µ
Assim, existe uma infinidade de soluções v (x, t) independentes, do tipo (14.21), que
verificam as condições de fronteira. Cada solução vn (x, t) n = 1, . . . , ∞ correspondente
a uma frequência natural ωn n = 1, . . . , ∞ escreve-se,
nπ ncπ ncπ
vn (x, t) = Vn (x) gn (t) = Bn sin x Cn cos t + Dn sin t (14.29)
` ` `
e designa-se por modo natural de vibração, sendo a respectiva forma natural de vibração
dada pela função,
R
nπ
Vn (x) = Bn sin x n = 1, . . . , ∞. (14.30)
JD
`
Para n = 1, o modo natural de vibração corresponde à frequência natural mais baixa e
designa-se por modo fundamental de vibração. De acordo com (14.30), as formas naturais
de vibração da corda com ambas as extremidades fixas são funções harmónicas, conforme
se representa na figura 14.2, apresentando secções estacionárias, Vn (xi ) = 0, designadas
por nodos de vibração.
Como existe uma infinidade de soluções do tipo (14.29) para a equação diferencial de
movimento da corda com as extremidades fixas, a solução geral é dada pela combinação
linear dos diferentes modos naturais de vibração,
∞
X ∞
X
v (x, t) = vn (x, t) = Vn (x) gn (t)
n=1 n=1
∞ (14.31)
X nπ ncπ ncπ
= Bn sin x Cn cos t + Dn sin t
` ` `
n=1
mento e de velocidade,
JD
JDR
242 14. Vibração transversal de cordas
V1 (x)
0 ℓ
R
x
(a) n = 1
JD
V2 (x)
0 ℓ
x
(b) n = 2
V3 (x)
0 ℓ
x
(c) n = 3
V4 (x)
0 ℓ
x
R
(d) n = 4
H Exemplo
Uma corda de comprimento `, fixa em ambas as extremidades, é deformada a meio vão
como se representa na figura 14.3. Estabelecer a expressão do movimento vibratório da
corda.
R
A solução é dada pela expressão (14.31) com as constantes Cn e Dn dadas pelas ex-
pressões (14.34)-(14.35). Como a velocidade inicial é nula, v̇ (x, t = 0) = v̇0 (x) = 0, as
JD
onde
JDR
14.4. Ortogonalidade das formas naturais 243
) 8 N @ +
6 6
R
N
JD
l l
Z `
1 2 nπ
Cn = v0 (x) sin xdx .
Bn ` 0 `
A deformada inicial v0 (x) é dada por,
2δ `
` x 0≤x≤ 2
v0 (x) = .
2δ `
(` − x) ≤x≤`
` 2
`/2
!
`
1 2 2δ nπ 2 2δ nπ
Z Z
Cn = x sin xdx + (` − x) sin xdx
Bn ` ` ` ` `/2 ` `
JD
0
8δ
sin nπ n = 1, 3, 5, . . .
1 π 2 n2 2
= .
Bn
0 n = 2, 4, 6, . . .
n−1
Utilizando a relação sin nπ
2 = (−1)
2 , n = 1, 3, 5, . . ., a solução pretendida, que cor-
Conforme se apresentou atrás, os modos naturais de vibração são dados pelas soluções
JD
JDR
244 14. Vibração transversal de cordas
d dVr (x)
− T (x) = ωr2 µ (x) Ur (x) (14.37)
dx dx
R
d dVs (x)
− T (x) = ωs2 µ (x) Vs (x) . (14.38)
dx dx
JD
Multiplicando (14.37) por Vs (x) e (14.38) por Vr (x), e integrando para o comprimento
` da corda obtém-se,
` `
d dVr (x)
Z Z
− Vs (x) T (x) dx = ωr2 µ (x) Vs (x) Vr (x) dx (14.39)
0 dx dx 0
` Z `
d dVs (x)
Z
2
− Vr (x) T (x) dx = ωs µ (x) Vr (x) Vs (x) dx. (14.40)
0 dx dx 0
dVr (x) `
Z ` Z `
dVs (x) dVr (x) 2
Vs (x) T (x) + T (x) dx = ωr µ (x) Vs (x) Vr (x) dx,
dx 0 0 dx dx 0
| {z }
=0
(14.41)
R
dVs (x) `
Z ` Z `
dVr (x) dVs (x) 2
Vr (x) T (x) + T (x) dx = ωs µ (x) Vr (x) Vs (x) dx.
JD
dx 0 0 dx dx 0
| {z }
=0
(14.42)
Subtraindo as expressões (14.41) e (14.42) anteriores,
Z `
ωs2 ωr2
0= − µ (x) Vr (x) Vs (x) dx. (14.43)
0
` r = 1, 2, . . . , ∞
JD
JDR
14.4. Ortogonalidade das formas naturais 245
Adoptando o critério de normalização das formas naturais para massas modais uni-
tárias, as propriedades de ortogonalidade designam-se por propriedades de ortonorma-
lidade e exprimem-se na seguinte forma,
R
Z `
Vr (x) µ (x) Vs (x) dx = δrs r = 1, 2, . . . , ∞ (14.46)
JD
0
`
dVs (x) dVr (x)
Z
T (x) dx = ωr2 δrs r = 1, 2, . . . , ∞ (14.47)
0 dx dx
onde δrs representa o símbolo de Kronecker e vale,
1 para r = s
δrs = . (14.48)
0 para r 6= s
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
CAPÍTULO 15
Sistemas contínuos
Vibração longitudinal de barras
y f( x ,t)
u ( x ,t)
x
x d x
l
(a) barra de secção variável
f( x ,t)
u u + d u
.
R
P Q P + d P
JD
d x d x
(b) cinemática (c) diagrama de corpo livre
247
248 15. Vibração longitudinal de barras
R
• A (x) : área da secção recta;
JD
• E : módulo de elasticidade longitudinal;
∂ 2 u (x, t)
(P (x, t) + dP (x, t)) − P (x, t) + f (x, t) dx = ρA (x) dx . (15.1)
∂t2
Após simplificação vem,
∂ 2 u (x, t)
dP (x, t) + f (x, t) dx = ρA (x) dx . (15.2)
∂t2
Tendo em conta a relação da elasticidade existente entre a força axial P (x, t) e a de-
formação axial εxx = ∂u(x,t)
R
∂x ,
JD
∂u (x, t)
P (x, t) = EA (x) , (15.3)
∂x
então o incremento dP (x, t) ao longo do elemento infinitesimal de comprimento dx vale,
∂P (x, t) ∂ ∂u (x, t)
dP (x, t) = dx = EA (x) dx (15.4)
∂x ∂x ∂x
Introduzindo a expressão anterior na equação (15.2) e dividindo todos os termos por
dx, a equação diferencial do movimento longitudinal de uma barra de secção não uni-
forme escreve-se,
∂ 2 u (x, t)
∂ ∂u (x, t)
EA (x) + f (x, t) = ρA (x) . (15.5)
∂x ∂x ∂t2
Para uma barra de secção uniforme, A (x) = A, a equação diferencial do movimento
toma a forma,
∂ 2 u (x, t) ∂ 2 u (x, t)
EA + f (x, t) = ρA . (15.6)
∂x2 ∂t2
R
JDR
15.2. Regime livre 249
R
Em regime livre, a solicitação exterior é nula, f (x, t) = 0, e a equação do movimento
vem,
JD
∂ 2 u (x, t)
∂ ∂u (x, t)
EA (x) = ρA (x) . (15.7)
∂x ∂x ∂t2
No caso particular da barra de secção constante, a equação (15.7) pode escrever-se,
∂ 2 u (x, t) ∂ 2 u (x, t)
EA = ρA . (15.8)
∂x2 ∂t2
Fazendo Eρ = c2 , a equação do regime livre da barra de secção constante pode ainda
escrever-se na forma,
∂ 2 u (x, t) 1 ∂ 2 u (x, t)
= . (15.9)
∂x2 c2 ∂t2
A equação do movimento longitudinal de uma barra de secção constante na forma
(15.9) é uma equação de onda, onde c representa a velocidade de propagação da onda.
JDR
250 15. Vibração longitudinal de barras
d2 g (t)
d dU (x)
EA (x) g (t) = ρA (x) U (x) . (15.12)
dx dx dt2
R
Após rearranjo, a equação anterior pode escrever-se na forma,
JD
1 d2 g (t)
1 d dU (x)
EA (x) = (15.13)
ρA (x) U (x) dx dx g (t) dt2
onde o primeiro membro depende somente de x e o segundo depende somente de t.
Os dois membros da equação (15.13) são, pois, de natureza distinta, e a equação
(15.13) só é verificada para todo o x e todo o t caso ambos os membros sejam iguais a
uma constante, λ, por exemplo. Então tem-se,
1 d dU (x)
EA (x) =λ (15.14)
ρA (x) U (x) dx dx
e
1 d2 g (t)
= λ, (15.15)
g (t) dt2
ou, após rearranjo,
d dU (x)
R
d2 g (t)
− λg (t) = 0. (15.17)
dt2
Fazendo a constante λ igual a −ω 2 , as duas equações anteriores escrevem-se,
d dU (x)
EA (x) + ω 2 ρA (x) U (x) = 0 (15.18)
dx dx
d2 g (t)
+ ω 2 g (t) = 0. (15.19)
dt2
A equação (15.19) representa uma equação diferencial ordinária homogénea cuja so-
lução é do tipo,
Por sua vez, a equação (15.18) representa um problema característico (valores e fun-
R
ções características) cujas soluções U (x) têm de verificar a equação diferencial, que tem
JD
JDR
15.3. Problema característico 251
R
dições de fronteira, e que representam a configuração espacial da barra no movimento
harmónico em regime livre ou natural, são as funções características do problema,
JD
d dU (x)
− EA (x) = ω 2 ρA (x) U (x) , (15.22)
dx dx
o qual admite soluções não nulas para valores particulares de ω 2 que constituem os va-
lores característicos do problema. Assim, a solução de (15.22) é constituída por uma
infinidade de pares característicos formados por um valor característico e pela respectiva
função característica,
ωn2 , Un (x)
n = 1, . . . , ∞. (15.23)
d2 U (x)
EA + ω 2 ρAU (x) = 0. (15.24)
dx2
R
E
Fazendo ρ = c2 , a equação característica apresenta-se como uma equação diferencial
ordinária,
JD
d2 U (x) ω 2
+ 2 U (x) = 0 (15.25)
dx2 c
a qual admite soluções da forma,
ω ω
U (x) = A cos x + B sin x (15.26)
c c
que são as funções características de (15.24).
Para uma barra de secção constante, a solução geral u (x, t) = U (x) g (t) da equação
diferencial (15.8) do movimento livre ou natural é então dada por,
ω ω
u (x, t) = A cos x + B sin x (C cos ωt + D sin ωt) (15.27)
c c
onde os valores característicos de ω e as constantes A e B são determinados a partir das
condições de fronteira, e as constantes C e D são determinadas a partir das condições
iniciais.
Conforme se apresentou atrás, os modos naturais de vibração são dados pelas soluções
JD
JDR
252 15. Vibração longitudinal de barras
d dUr (x)
− EA (x) = ωr2 ρA (x) Ur (x) (15.29)
dx dx
R
d dUs (x)
− EA (x) = ωs2 ρA (x) Us (x) (15.30)
dx dx
JD
Multiplicando (15.29) por Us (x) e (15.30) por Ur (x), e integrando para o comprimento
` da barra obtém-se,
` `
d dUr (x)
Z Z
− Us (x) EA (x) dx = ωr2 ρA (x) Us (x) Ur (x) dx (15.31)
0 dx dx 0
` Z `
d dUs (x)
Z
2
− Ur (x) EA (x) dx = ωs ρA (x) Ur (x) Us (x) dx. (15.32)
0 dx dx 0
dUr (x) `
Z ` Z `
dUs (x) dUr (x) 2
Us (x) EA (x) + EA (x) dx = ω r ρA (x) Us (x) Ur (x) dx
dx 0 0 dx dx 0
(15.33)
R
dUs (x) `
Z ` Z `
dUr (x) dUs (x) 2
Ur (x) EA (x) + EA (x) dx = ωs ρA (x) Ur (x) Us (x) dx.
JD
dx 0 0 dx dx 0
(15.34)
Tendo em conta as condições de fronteira para extremidades fixas ou livres, o pri-
meiro termo nas expressões (15.33) e (15.34) é nulo,
JDR
15.4. Barra com as extremidades fixas 253
R
Adoptando o critério de normalização das formas naturais para massas modais uni-
tárias, as propriedades de ortogonalidade designam-se por propriedades de ortonorma-
JD
lidade e exprimem-se na seguinte forma,
Z `
ρA (x) Ur (x) Us (x) dx = δrs r, s = 1, 2, . . . , ∞ (15.39)
0
`
dUs (x) dUr (x)
Z
EA (x) dx = ωr2 δrs r, s = 1, 2, . . . , ∞ (15.40)
0 dx dx
onde δrs representa o símbolo de Kroenecker e vale,
1 para r = s
δrs = . (15.41)
0 para r 6= s
u(x, t) A, E, ρ
x `
u (x = `, t) = 0. (15.42b)
A = 0. (15.45)
JDR
254 15. Vibração longitudinal de barras
R
c
a qual é verificada se a constante B for nula, o que corresponde à solução trivial, isto é,
JD
u (x, t) = 0. Então, para a existância de soluções não nulas tem de verificar-se a condição,
ω
B sin `=0 (15.47)
c
com B 6= 0, o que conduz à seguinte equação característica ou de frequências,
ω
sin ` = 0. (15.48)
c
A equação característica (15.48) admite uma infinidade de raízes, ωcn ` = nπ n =
1, . . . , ∞, as quais correspondem às frequências naturais de vibração longitudinal da
barra, ωn n = 1, . . . , ∞, e que valem,
ncπ
ωn = n = 1, . . . , ∞, (15.49)
`
E
ou ainda, após a substituição ρ = c2 ,
s
nπ E
ωn = n = 1, . . . , ∞. (15.50)
R
` ρ
JD
Assim, existe uma infinidade de soluções u (x, t) independentes do tipo (15.43) que
verificam as condições de fronteira. Cada solução un (x, t) n = 1, . . . , ∞ correspondente
a uma frequência natural ωn n = 1, . . . , ∞ escreve-se,
∞
X ∞
X
u (x, t) = un (x, t) = Un (x) gn (t)
n=1 n=1
∞ (15.53)
X nπx ncπ ncπ
= Bn sin Cn cos t + Dn sin t
` ` `
n=1
JDR
15.4. Barra com as extremidades fixas 255
U1 (x)
R
0 ℓ
x
JD
(a) n = 1
U2 (x)
0 ℓ
x
(b) n = 2
U3 (x)
0 ℓ
x
(c) n = 3
R
U4 (x)
JD
0 ℓ
x
(d) n = 4
Z `
2 1 nπx
Cn = u0 (x) sin dx , (15.56)
` 0Bn `
Z `
` 2 nπ
Dn = u̇0 (x) sin xdx . (15.57)
Bn ncπ ` 0 `
JDR
256 15. Vibração longitudinal de barras
R
u(x, t) A, E, ρ
JD
x `
∂u (x, t) ω ω ω
= −A sin x + B cos x (C cos ωt + D sin ωt) . (15.60)
∂x c c c
JD
B = 0. (15.62)
ω`
sin = 0. (15.65)
c
JD
JDR
15.5. Barra com as extremidades livres 257
E
ou ainda, após a substituição ρ = c2 ,
s
π E
ωn = n n = 1, . . . , ∞. (15.67)
R
` ρ
JD
Assim, existe uma infinidade de soluções u (x, t) independentes do tipo (15.59) que
verificam as condições de fronteira. Cada solução un (x, t) n = 1, . . . , ∞ correspondente
a uma frequência natural ωn n = 1, . . . , ∞ e escreve-se,
∞
X ∞
X
u (x, t) = un (x, t) = Un (x) gn (t)
n=1 n=1
∞ (15.70)
X nπx ncπ ncπ
= An cos Cn cos t + Dn sin t
` ` `
n=1
Z `
1 2 nπ
Cn = u0 (x) cos xdx , (15.73)
An ` 0 `
Z `
` 2 nπ
Dn = u̇0 (x) cos xdx . (15.74)
An ncπ ` 0 `
JDR
258 15. Vibração longitudinal de barras
U1 (x)
R
0 ℓ
x
JD
(a) n = 1
U2 (x)
0 ℓ
x
(b) n = 2
U3 (x)
0 ℓ
x
(c) n = 3
R
U4 (x)
JD
0 ℓ
x
(d) n = 4
JDR
JDR
JD
R
Tabela 15.1: Frequências e formas naturais de vibração axial de barras.
fronteira frequências
(2n−1)πc
fixa-livre cos ω`
c =0 ωn = 2` n = 1, 2, . . . Un (x) = Cn sin (2n−1)πx
2`
nπc
fixa-fixa sin ω`
c =0 ωn =
JD ` n = 1, 2, . . . Un (x) = Cn sin nπx
`
nπc
livre-livre sin ω`
c =0 ωn = `
R
n = 0, 1, . . . Un (x) = Cn cos nπx
`
JD
R
259
260 15. Vibração longitudinal de barras
R
secção 15.1 (página 247), apresenta-se nesta secção a aplicação do princípio variacional
de Hamilton no estabelecimento da equação diferencial do movimento.
JD
O princípio variacional de Hamilton enuncia-se da seguinte forma,
“A variação da energia cinética e potencial mais a variação do trabalho realizado pelas forças
não conservativas durante qualquer intervalo de tempo [t1 , t2 ] é igual a zero”,
Z t2 Z t2
δ (T − V ) dt + δWnc dt = 0 (15.75)
t1 t1
y f( x ,t)
u ( x ,t)
x
R
x d x
l
JD
` 2
1 ∂u (x, t)
Z
T = ρA dx,
JD
(15.76)
2 0 ∂t
` 2
1 ∂u (x, t)
Z
V = EA dx, (15.77)
2 0 ∂x
e o trabalho das forças não conservativas é dado pela expressão,
JDR
15.7. Equação de movimento-Princípio de Hamilton 261
Z `
δWnc = f (x, t) δudx. (15.78)
0
R
A variação da energia cinética e potencial vem,
JD
`
∂u (x, t) ∂u (x, t)
Z
δT = ρA δ dx, (15.79)
0 ∂t ∂t
Z `
∂u (x, t) ∂u (x, t)
δV = EA δ dx. (15.80)
0 ∂x ∂x
Calculando cada um dos termos da equação (15.75), tem-se
Zt2 Zt2 Z`
∂u (x, t) ∂u (x, t)
δT dt = ρA δ dxdt. (15.81)
∂t ∂t
t1 t1 0
∂
Trocando na expressão anterior a ordem da variação δ com a diferenciação ∂x e inte-
grando por partes, obtém-se a equação,
Zt2 Zt2 Z`
∂u (x, t) ∂
δT dt = ρA (δu (x, t)) dxdt
∂t ∂t
t1 t1 0
(15.82)
R
Z` t2 Zt2
2
∂u (x, t) ∂ u (x, t)
= ρA δu (x, t) − ρA δu (x, t) dt dx.
JD
∂x t1 ∂t2
0 t1
Zt2 Zt2 Z`
∂ 2 u (x, t)
δT dt = − ρA δu (x, t) dxdt. (15.84)
∂t2
t1 t1 0
Para calcular o segundo termo de (15.75), trocando a ordem da variação com a dife-
renciação em (15.80) e integrando por partes, obtém-se,
Zt2 Zt2 Z`
∂u (x, t) ∂u (x, t)
δV dt = EA δ dxdt
∂x ∂x
t1 t1 0
R
Zt2 Z`
∂u (x, t) ∂
= EA (δu (x, t)) dxdt
JD
∂x ∂x
t1 0
Zt2 ` Z `
∂u (x, t) ∂ ∂u (x, t)
= EA δu (x, t) − EA δu (x, t) dx dt.
∂x 0 ∂x ∂x
t1 0
(15.85)
JDR
262 15. Vibração longitudinal de barras
R
t2 ` t2 `
∂ 2 u (x, t)
∂ ∂u (x, t)
Z Z Z Z
− ρA δu (x, t) dxdt + EA δu (x, t) dxdt
∂t2 ∂x ∂x
JD
t1 0 t1 0
Z t2 Z `
+ f (x, t) δudxdt (15.86)
t1 0
Z t2 t2
∂u (`, t) ∂u (0, t)
Z
− EA δu (`, t) dt + EA δu (0, t) dt = 0,
t1 ∂x t1 ∂x
t2 Z `
∂ 2 u (x, t)
∂ ∂u (x, t)
Z
−ρA + EA + f (x, t) δu (x, t) dxdt
t1 0 ∂t2 ∂x ∂x
Z t2 (15.87)
∂u (x, t) ∂u (x, t)
− EA δu (`, t) − EA δu (0, t) dt = 0.
t1 ∂x ∂x
∂ 2 u (x, t)
∂ ∂u (x, t)
EA − ρA + f (x, t) = 0. (15.88)
∂x ∂x ∂t2
JD
JDR
R
JD
CAPÍTULO 16
Sistemas contínuos
Vibração de torção de veios
y m ( x ,t)
t
x
x d x q ( x ,t)
l
(a) veio de secção variável
m t ( x ,t)
M t ( x ,t)
R
K M t ( x ,t) + d M t ( x ,t)
JD
263
264 16. Vibração de torção de veios
R
• Ip (x): momento polar de área da secção recta;
JD
• G: módulo de elasticidade transversal;
∂ 2 θ (x, t)
(Mt (x, t) + dMt (x, t)) − Mt (x, t) + mt (x, t) dx = J (x) dx . (16.1)
∂t2
Após simplificação vem,
∂ 2 θ (x, t)
dMt (x, t) + mt (x, t) dx = J (x) dx . (16.2)
∂t2
R
∂θ (x, t)
Mt (x, t) = GIp (x) , (16.3)
∂x
então o incremento dMt (x, t) ao longo do elemento infinitesimal de comprimento dx
vale,
∂Mt (x, t) ∂ ∂θ (x, t)
dMt (x, t) = dx = GIp (x) dx. (16.4)
∂x ∂x ∂x
Introduzindo a expressão anterior na equação (16.2) e dividindo por dx, a equação
diferencial de movimento de torção de um veio de secção não uniforme escreve-se,
∂ 2 θ (x, t)
∂ ∂θ (x, t)
GIp (x) + mt (x, t) = J (x) . (16.5)
∂x ∂x ∂t2
Para um veio de secção uniforme, Ip (x) = Ip e J (x) = J, a equação diferencial de
movimento toma a forma,
∂ 2 θ (x, t) ∂ 2 θ (x, t)
GIp + mt (x, t) = J . (16.6)
∂x2 ∂t2
R
JDR
16.2. Regime livre 265
R
Em regime livre, a solicitação exterior é nula, mt (x, t) = 0, e a equação de movimento
vem,
JD
∂ 2 θ (x, t)
∂ ∂θ (x, t)
GIp (x) = J (x) . (16.7)
∂x ∂x ∂t2
No caso particular do veio de secção constante, a equação (16.7) pode escrever-se,
∂ 2 θ (x, t) ∂ 2 θ (x, t)
GIp = J . (16.8)
∂x2 ∂t2
GI GI
Fazendo J p = ρIpp = G 2
ρ = c , a equação do regime livre do veio de secção constante
pode ainda escrever-se na forma,
∂ 2 θ (x, t) 1 ∂ 2 θ (x, t)
= . (16.9)
∂x2 c2 ∂t2
A equação de movimento de torção de um veio de secção constante na forma (16.9) é
uma equação de onda, onde c representa a velocidade de propagação da onda.
JDR
266 16. Vibração de torção de veios
d2 g (t)
d dΘ (x)
GIp (x) g (t) = J (x) Θ (x) (16.12)
dx dx dt2
R
Após rearranjo, a equação anterior pode escrever-se na forma,
JD
1 d2 g (t)
1 d dΘ (x)
GIp (x) = (16.13)
J (x) Θ (x) dx dx g (t) dt2
onde o primeiro membro depende somente de x e o segundo depende somente de t.
Os dois membros da equação (16.13) são, pois, de natureza distinta, e a equação
(16.13) só é verificada para todo o x e todo o t caso ambos os membros sejam iguais a
uma constante, λ, por exemplo. Então tem-se,
1 d dΘ (x)
GIp (x) =λ (16.14)
J (x) Θ (x) dx dx
e
1 d2 g (t)
= λ, (16.15)
g (t) dt2
ou, após rearranjo,
d dΘ (x)
GIp (x) − λJ (x) Θ (x) = 0
R
(16.16)
dx dx
JD
d2 g (t)
− λg (t) = 0. (16.17)
dt2
Fazendo a constante λ igual a −ω 2 , λ = −ω 2 , as duas equações anteriores escrevem-
se,
d dΘ (x)
GIp (x) + ω 2 J (x) Θ (x) = 0 (16.18)
dx dx
d2 g (t)
+ ω 2 g (t) = 0. (16.19)
dt2
A equação (16.19) representa uma equação diferencial ordinária homogénea cuja so-
lução é do tipo,
Por sua vez, a equação (16.18) representa um problema característico (valores e fun-
ções características) cujas soluções Θ (x) têm de verificar a equação diferencial, que tem
JD
JDR
16.3. Problema característico 267
R
dições de fronteira, e que representam a configuração espacial do veio no movimento
harmónico em regime livre ou natural, são as funções características do problema,
JD
d dΘ (x)
− GIp (x) = ω 2 J (x) Θ (x) (16.22)
dx dx
o qual admite soluções não nulas para valores particulares de ω 2 que constituem os valo-
res característicos do problema. Assim, a solução de (16.22) é constituída por uma infini-
dade de pares característicos formados por um valor característico, ωn , e pela respectiva
função característica, Θn (x),
ωn2 , Θn (x)
n = 1, . . . , ∞. (16.23)
d2 Θ (x) ω 2
JD
+ 2 Θ (x) = 0 (16.25)
dx2 c
a qual admite soluções da forma,
ω ω
Θ (x) = A cos x + B sin x (16.26)
c c
que são as funções características de (16.24).
Para um veio de secção constante, a solução θ (x, t) = Θ (x) g (t) da equação diferen-
cial (16.8) de movimento livre ou natural é então dada pela solução geral,
ω ω
θ (x, t) = A cos x + B sin x (C cos ωt + D sin ωt) (16.27)
c c
onde os valores característicos de ω e as constantes A e B são determinados a partir das
condições de fronteira, e as constantes C e D são determinadas a partir das condições
iniciais.
d dΘr (x)
− GIp (x) = ωr2 J (x) Θr (x) , (16.29)
dx dx
JDR
268 16. Vibração de torção de veios
d dΘs (x)
− GIp (x) = ωs2 J (x) Θs (x) . (16.30)
dx dx
R
Multiplicando (16.29) por Θs (x) e (16.30) por Θr (x), e integrando para o compri-
mento ` do veio obtém-se,
JD
` `
d dΘr (x)
Z Z
− Θs (x) GIp (x) dx = ωr2 J (x) Θs (x) Θr (x) dx, (16.31)
0 dx dx 0
` Z `
d dΘs (x)
Z
2
− Θr (x) GIp (x) dx = ωs J (x) Θr (x) Θs (x) dx. (16.32)
0 dx dx 0
dΘr (x) `
Z ` Z `
dΘs (x) dΘr (x) 2
Θs (x) GIp (x) + GIp (x) dx = ωr J (x) Θs (x) Θr (x) dx,
dx 0 0 dx dx 0
(16.33)
dΘs (x) `
Z ` Z `
dΘr (x) dΘs (x) 2
Θr (x) GIp (x) + GI p (x) dx = ωs J (x) Θr (x) Θs (x) dx.
dx 0 0 dx dx 0
(16.34)
R
JD
Z `
dΘs (x) dΘr (x) r = 1, 2, . . . , ∞
GIp (x) dx = 0 r 6= s . (16.38)
0 dx dx s = 1, 2, . . . , ∞
JDR
16.4. Veio com as extremidades fixas 269
Adoptando o critério de normalização das formas naturais para massas modais uni-
tárias, as propriedades de ortogonalidade designam-se por propriedades de ortonorma-
lidade e exprimem-se na seguinte forma,
R
Z `
J (x) Θr (x) Θs (x) dx = δrs r = 1, 2, . . . , ∞ (16.39)
JD
0
`
dΘs (x) dΘr (x)
Z
GIp (x) dx = ωr2 δrs r = 1, 2, . . . , ∞ (16.40)
0 dx dx
onde δrs representa o símbolo de Kroenecker e vale,
1 para r = s
δrs = . (16.41)
0 para r 6= s
1 d2 Θ (x) 1 d2 g (t)
c2 2
= (16.42)
Θ (x) dx g (t) dt2
Ip , G, ρ
θ(x, t)
x `
c c
Introduzindo a condição de fronteira (16.43a) na solução geral (16.44) vem,
JD
A = 0. (16.46)
JDR
270 16. Vibração de torção de veios
R
a qual é verificada se a constante B for nula, o que corresponde à solução trivial, isto é,
JD
θ (x, t) = 0. Então, para a existência de soluções não nulas tem de verificar-se a condição,
ω
B sin `=0 (16.48)
c
com B 6= 0, o que conduz à seguinte equação de frequências,
ω
sin ` = 0. (16.49)
c
A equação de frequências (16.49) admite uma infinidade de raízes, ωcn ` = nπ, (n = 1, . . . , ∞),
as quais correspondem às frequências naturais de vibração ωn (n = 1, . . . , ∞) de torção
do veio e que valem,
ncπ
ωn = n = 1, . . . , ∞, (16.50)
`
G
ou ainda, após a substituição ρ = c2 ,
s
nπ G
ωn = n = 1, . . . , ∞. (16.51)
` ρ
R
Assim, existe uma infinidade de soluções θ (x, t) independentes do tipo (16.47) que
verificam as condições de fronteira. Cada solução θn (x, t) (n = 1, . . . , ∞) correspondente
JD
∞
X
θ (x, t) = θn (x, t) (16.54)
JD
n=1
JDR
16.4. Veio com as extremidades fixas 271
Θ1 (x)
R
0 ℓ
x
JD
(a) n = 1
Θ2 (x)
0 ℓ
x
(b) n = 2
Θ3 (x)
0 ℓ
x
(c) n = 3
R
Θ4 (x)
JD
0 ℓ
x
(d) n = 4
∞ ∞
X nπ X ncπ nπ
Cn Bn sin x = θ0 (x) , Dn Bn sin x = θ̇0 (x) , (16.56)
` ` `
n=1 n=1
Z `
1 2 nπ
JD
Z `
` 2 nπ
Dn = θ̇0 (x) sin x dx , (16.58)
Bn ncπ ` 0 `
JDR
272 16. Vibração de torção de veios
R
equação de movimento com as variáveis separadas escreve-se,
1 d2 Θ (x) 1 d2 g (t)
JD
c2 = (16.59)
Θ (x) dx2 g (t) dt2
e as condições de fronteira para t ≥ 0 são,
∂θ
GIp (x = 0, t) = 0, (16.60a)
∂x
∂θ
GIp (x = `, t) = 0. (16.60b)
∂x
Ip , G, ρ
θ(x, t)
x `
ω ω
θ (x, t) = A cos x + B sin x (C cos ωt + D sin ωt) (16.61)
JD
c c
∂θ(x,t)
e a derivada ∂x vem,
∂θ (x, t) ω ω ω
= −A sin x + B cos x (C cos ωt + D sin ωt) . (16.62)
∂x c c c
Introduzindo a condição de fronteira (16.60a) na solução (16.62) vem,
ω
B cos 0 = 0, (16.63)
c
donde se conclui que a constante B é nula,
B = 0. (16.64)
trivial, isto é, θ (x, t) = 0. Então, para a existência de soluções não nulas tem de verificar-
se a condição,
JD
ω`
A sin =0 (16.66)
c
com A 6= 0, o que conduz à seguinte equação de frequências,
ω`
sin = 0. (16.67)
c
JDR
16.5. Veio com as extremidades livres 273
R
ncπ
ωn = n = 1, . . . , ∞, (16.68)
`
JD
G
ou ainda, após a substituição ρ = c2 ,
s
π G
ωn = n n = 1, . . . , ∞. (16.69)
` ρ
Assim, existe uma infinidade de soluções θ (x, t) independentes do tipo (16.61) que
verificam as condições de fronteira. Cada solução θn (x, t) (n = 1, . . . , ∞) correspondente
a uma frequência natural ωn (n = 1, . . . , ∞) e escreve-se,
θn (x, t) = Θn (x) gn (t)
nπx ncπ ncπ n = 1, . . . , ∞ (16.70)
= An cos Cn cos t + Dn sin t
` ` `
e designa-se por modo natural de vibração, sendo a respectiva forma natural de vibração
dada pela função,
nπ
Θn (x) = An cos x n = 1, . . . , ∞. (16.71)
`
Para n = 1, o modo natural de vibração corresponde à frequência natural mais baixa e
designa-se por modo fundamental de vibração. De acordo com (16.71), as formas naturais
R
de vibração de torção do veio com ambas as extremidades livres são funções harmónicas,
conforme se representa na figura 16.5, apresentando secções estacionárias, Θn (xi ) = 0,
JD
Z `
1 2 nπ
Cn = θ0 (x) cos x dx , (16.75)
An ` 0 `
Z `
` 2 nπ
Dn = θ̇0 (x) cos x dx . (16.76)
An ncπ ` 0 `
JDR
274 16. Vibração de torção de veios
Θ1 (x)
R
0 ℓ
x
JD
(a) n = 1
Θ2 (x)
0 ℓ
x
(b) n = 2
Θ3 (x)
0 ℓ
x
(c) n = 3
R
Θ4 (x)
JD
0 ℓ
x
(d) n = 4
JDR
JDR
JD
R
Tabela 16.1: Frequências e formas naturais de vibração de torção de veios.
fronteira frequências
(2n−1)πc
fixo-livre cos ω`
c =0 ωn = 2` n = 1, 2, . . . Θn (x) = Cn sin (2n−1)πx
2`
nπc
fixo-fixo sin ω`
c =0 ωn =
JD ` n = 1, 2, . . . Θn (x) = Cn sin nπx
`
nπc
livre-livre sin ω`
c =0 ωn = `
R
n = 0, 1, . . . Θn (x) = Cn cos nπx
`
JD
R
275
276 16. Vibração de torção de veios
R
sentada na secção 16.1 (página 263), apresenta-se nesta secção a sua formulação utili-
zando o princípio de Hamilton,
JD
Z t2 Z t2
δ (T − V ) dt + δWnc dt = 0. (16.77)
t1 t1
y m ( x ,t)
t
x
x d x q ( x ,t)
l
Figura 16.6: Vibração de torção de um veio
mento `,
JD
` 2
1 ∂θ (x, t)
Z
T = J dx, (16.78)
2 0 ∂t
` 2
1 ∂θ (x, t)
Z
R
JDR
16.7. Equação de movimento-Princípio de Hamilton 277
`
∂θ (x, t) ∂θ (x, t)
Z
δT = J δ dx, (16.81)
0 ∂t ∂t
R
`
∂θ (x, t) ∂θ (x, t)
Z
δV = GIp δ dx. (16.82)
JD
0 ∂x ∂x
Para calcular o primeiro termo da equação (16.77), tem-se
Zt2 Zt2 Z`
∂θ (x, t) ∂θ (x, t)
δT dt = J δ dx dt (16.83)
∂t ∂t
t1 t1 0
∂
Trocando na expressão anterior a ordem da variação δ com a diferenciação ∂t e inte-
grando por partes, obtém-se a equação,
Zt2 Zt2 Z`
∂θ (x, t) ∂
δT dt = J (δθ (x, t)) dx dt
∂t ∂t
t1 t1 0
(16.84)
Z` t2 Zt2
2
∂θ (x, t) ∂ θ (x, t)
= J δθ (x, t) − J δθ (x, t) dt dx.
∂x t1 ∂t2
0 t1
R
Zt2 Zt2 Z`
∂ 2 θ (x, t)
δT dt = − J δθ (x, t) dx dt. (16.86)
∂t2
t1 t1 0
Zt2 Zt2 Z`
∂θ (x, t) ∂θ (x, t)
δV dt = GIp δ dx dt
∂x ∂x
t1 t1 0
Zt2 Z`
∂θ (x, t) ∂
= GIp (δθ (x, t)) dx dt
∂x ∂x
t1 0
R
Zt2 ` Z`
∂θ (x, t) ∂ ∂θ (x, t)
JD
= GIp δθ (x, t) − GIp δθ (x, t) dx dt.
∂x 0 ∂x ∂x
t1 0
(16.87)
JDR
278 16. Vibração de torção de veios
t2 ` t2 `
∂ 2 θ (x, t)
∂ ∂θ (x, t)
Z Z Z Z
− J δθ (x, t) dx dt + GIp δθ (x, t) dx dt
∂t2 ∂x ∂x
R
t1 0 t1 0
Z t2 Z `
+ mt (x, t) δθ dx dt (16.88)
JD
t1 0
Z t2 t2
∂θ (`, t) ∂θ (0, t)
Z
− GIp δθ (`, t) dt + GIp δθ (0, t) dt = 0,
t1 ∂x t1 ∂x
∂ 2 θ (x, t)
∂ ∂θ (x, t)
GIp −J + mt (x, t) = 0. (16.90)
∂x ∂x ∂t2
Da equação (16.89) obtêm-se também as seguintes condições de fronteira generaliza-
R
das
JD
∂θ (x, t) ∂θ (x, t)
GIp δθ = 0, GIp δθ = 0. (16.91)
∂x x=0 ∂x x=`
Estas condições de fronteira têm de ser verificadas como condições de fronteira geo-
métricas, isto é, θ prescrito, ou então como condições de fronteira naturais, isto é,
∂θ (x, t) ∂θ (x, t)
GIp = 0, GIp = 0. (16.92)
∂x x=0 ∂x x=`
Assim, a equação de movimento é uma equação diferencial parcial de segunda or-
dem na variável tempo t e na variável espacial x. Em consequência, são necessárias duas
condições de fronteira, na variável x, e duas condições iniciais, na variável t, para a reso-
lução da equação diferencial de movimento deste sistema. Por outro lado, o movimento
é caracterizado pela equação diferencial (16.89) ou (16.90), pelas respectivas condições de
fronteira e pelas condições iniciais de deslocamento e de velocidade, θ (x, t = 0) = θ0 (x)
e θ̇ (x, t = 0) = θ̇0 (x).
R
JD
JDR
R
JD
CAPÍTULO 17
Sistemas contínuos
Vibração transversal de vigas: Regime livre
A figura 17.1a representa uma viga de secção variável em vibração de flexão e as figu-
ras 17.1b e 17.1c representam, respectivamente, a cinemática e o diagrama de corpo livre
de um elemento infinitesimal de comprimento dx conforme a teoria de Euler-Bernoulli.
y f( x ,t)
v ( x ,t) x
x d x
l
(a) viga e elemento infinitesimal
f( x ,t)
Q ( x ,t) . M ( x ,t) + d M ( x ,t)
v ( x ,t) v ( x ,t) + d v ( x ,t) M ( x ,t) Q
O '
R
O O O '
Q ( x ,t) + d Q ( x ,t)
d x
JD
x d x
(b) cinemática (c) diagrama de corpo livre
279
280 17. Vibração transversal de vigas: Regime livre
mento `,
R
• A (x): área da secção recta;
JD
• I (x): 2º momento de área da secção recta;
2 v(x,t)
JD
∂M (x, t) ∂Q (x, t)
dM (x, t) = dx, dQ (x, t) = dx. (17.3)
∂x ∂x
Após a introdução de dM (x, t) e dQ (x, t) na equação (17.2) e divisão por dx obtém-se,
2 v(x,t)
f (x, t) − ∂Q(x,t)
∂x = ρA (x) ∂ ∂t 2
. (17.4)
Q (x, t) = ∂M (x,t)
∂x
A segunda das equações (17.4) exprime a relação entre o esforço transverso e o mo-
mento flector que, depois de introduzida na primeira das equações (17.4), conduz à equa-
R
ção diferencial,
∂ 2 M (x, t) ∂ 2 v (x, t)
f (x, t) − = ρA (x) (17.5)
JD
∂x2 ∂t2
Tendo em conta a relação da elasticidade existente entre o momento flector M (x, t) e
a curvatura da deformada da viga na teoria das vigas finas de Euler-Bernoulli,
∂ 2 v (x, t)
M (x, t) = EI (x) , (17.6)
∂x2
JDR
17.2. Regime livre 281
∂ 2 M (x,t)
então o termo ∂x2
pode exprimir-se como,
∂ 2 M (x, t) ∂2 ∂ 2 v (x, t)
= EI (x) . (17.7)
R
∂x2 ∂x2 ∂x2
JD
diferencial de movimento lateral (de flexão) de uma secção recta de uma viga de secção
não uniforme escreve-se,
∂2 ∂ 2 v (x, t) ∂ 2 v (x, t)
EI (x) + ρA (x) = f (x, t) . (17.8)
∂x2 ∂x2 ∂t2
∂ 4 v (x, t) ∂ 2 v (x, t)
EI + ρA = f (x, t) . (17.9)
∂x4 ∂t2
Assim, a equação de movimento lateral ou de flexão de uma viga é uma equação
diferencial parcial de quarta ordem na variável espacial x e de segunda ordem na variável
tempo t. Em consequência, são necessárias quatro condições de fronteira, na variável
x, e duas condições iniciais, na variável t, para a resolução da equação diferencial de
movimento desta estrutura. Por outro lado, o movimento é caracterizado pela equação
R
∂2 ∂ 2 v (x, t) ∂ 2 v (x, t)
EI (x) + ρA (x) = 0. (17.10)
∂x2 ∂x2 ∂t2
∂ 4 v (x, t) ∂ 2 v (x, t)
EI + ρA = 0. (17.11)
∂x4 ∂t2
da viga em cada secção recta e ao longo do tempo. Nesse sentido, admita-se a hipótese de
JD
JDR
282 17. Vibração transversal de vigas: Regime livre
R
onde V (x) representa a configuração espacial da viga e depende somente da variável
espacial x, e g (t) indica o tipo de movimento que a configuração espacial da viga executa
JD
e depende somente da variável tempo t. Refira-se que para uma vibração harmónica
estável a função g (t) é limitada para todo e qualquer valor do tempo t.
Derivando a expressão (17.12) em ordem a x e a t, obtém-se,
∂x2
e ∂ ∂t 2 são substituídas por derivadas totais.
A introdução da solução (17.12) e das derivadas (17.13) na equação diferencial (17.10)
conduz à equação,
d2 d2 V (x) d2 g (t)
EI (x) g (t) + ρA (x) V (x) = 0. (17.14)
dx2 dx2 dt2
d2 d2 V (x) 1 d2 g (t)
1
EI (x) =− , (17.15)
R
d2 d2 V (x)
1
EI (x) =λ (17.16)
ρA (x) V (x) dx2 dx2
e
1 d2 g (t)
− = λ, (17.17)
g (t) dt2
ou, após rearranjo,
d2 d2 V (x)
EI (x) − λρA (x) V (x) = 0 (17.18)
dx2 dx2
e
d2 g (t)
+ λg (t) = 0. (17.19)
dt2
R
d2 d2 V (x)
EI (x) − ω 2 ρA (x) V (x) = 0 (17.20)
dx2 dx2
d2 g (t)
+ ω 2 g (t) = 0. (17.21)
dt2
JDR
17.3. Problema característico 283
R
Por sua vez, a equação (17.20) representa um problema característico (valores e fun-
ções características) cujas soluções V (x) têm de verificar a equação diferencial, que tem
JD
em conta a geometria variável da secção, e as condições de fronteira.
Assim, a solução (17.12) para v (x, t) = V (x) g (t) escreve-se,
d2 d2 V (x)
EI (x) = ω 2 ρA (x) V (x) , (17.24)
dx2 dx2
o qual admite soluções não nulas para valores particulares de ω 2 que constituem os va-
lores característicos do problema. Assim, a solução de (17.24) é constituída por uma
R
ral,
ωn2 , Vn (x)
n = 1, . . . , ∞. (17.25)
d4 V (x)
EI = ω 2 ρAV (x) . (17.26)
dx4
Dividindo ambos os membros por EI e introduzindo a mudança de variável,
ρA
β 4 = ω2 , (17.27)
EI
a equação característica (17.26) pode escrever-se,
d4 V (x)
= β 4 V (x) . (17.28)
R
dx4
Procurando soluções V (x) para a equação característica (17.28) sob a forma de expo-
JD
nenciais do tipo,
V (x) = Cesx , (17.29)
após introdução na equação característica (17.28) obtém-se a equação auxiliar
s4 − β 4 = 0, (17.30)
JDR
284 17. Vibração transversal de vigas: Regime livre
s1,2 = ±β
(17.31)
R
s3,4 = ±jβ.
JD
Então, a solução V (x) para a equação (17.28) é uma combinação de exponenciais,
1 1
V (x) = (A1 + A2 ) eβx + (A1 − A2 ) e−βx
2 2
+ C3 cos βx + jC3 sin βx + C4 cos βx − jC4 sin βx
1 βx 1
(17.33)
= A1 e + e−βx + A2 eβx − e−βx
2 2
+ (C3 + C4 ) cos βx + j (C3 − C4 ) sin βx,
| {z } | {z }
A3 A4
Para uma viga de secção constante, a solução v (x, t) = V (x) g (t) da equação diferen-
cial (17.11) de movimento livre ou natural é então dada por,
v (x, t) = (A1 cosh βx + A2 sinh βx + A3 cos βx + A4 sin βx)(C cos ωt + D sin ωt) (17.35)
Conforme se apresentou atrás, os modos naturais de vibração são dados pelas soluções
JD
d2 d2 V (x)
EI (x) = ω 2 µ (x) V (x) . (17.37)
dx2 dx2
1 eβx +e−βx eβx −e−βx
cosh βx = 2
sinh βx = 2
JDR
17.4. Ortogonalidade das formas naturais 285
Considerando duas soluções distintas ωr2 , Vr (x) e ωs2 , Vs (x) com ωr 6= ωs , tem-se,
d2 d2 Vr (x)
EI (x) = ωr2 ρA (x) Vr (x) , (17.38)
R
dx2 dx2
JD
d2 d2 Vs (x)
EI (x) = ωs2 ρA (x) Vs (x) . (17.39)
dx2 dx2
Multiplicando (17.38) por Vs (x) e (17.39) por Vr (x), e integrando para o comprimento
` da viga obtém-se,
` Z `
d2 d2 Vr (x)
Z
2
Vs (x) 2 EI (x) dx = ωr ρA (x) Vs (x) Vr (x) dx, (17.40)
0 dx dx2 0
` `
d2 d2 Vs (x)
Z Z
Vr (x) 2 EI (x) dx = ωs2 ρA (x) Vr (x) Vs (x) dx. (17.41)
0 dx d2 x 0
`
d2 Vs (x)
d
Vr (x) EI (x)
dx dx2 0
Z ` Z ` (17.43)
d2 Vs (x)
dVr (x) d 2
− EI (x) dx = ωr ρA (x) Vr (x) Vs (x) dx.
0 dx dx dx2 0
` `
d2 Vs (x) d2 Vs (x)
d dVr (x)
Vr (x) EI (x) − EI (x)
dx dx2 0 dx dx2 0 (17.45)
R
Z ` 2 `
d Vr (x) d2 Vs (x)
Z
+ 2
EI (x) 2
dx = ωs2 ρA (x) Vr (x) Vs (x) dx.
0 dx dx 0
JD
JDR
286 17. Vibração transversal de vigas: Regime livre
` `
d2 Vs (x) d2 Vs (x)
d dVr (x)
Vr (x) EI (x) = 0, EI (x) = 0. (17.47)
R
dx dx2 0 dx dx2 0
JD
A subtracção membro a membro das expressões (17.44) e (17.45) conduz então ao
seguinte resultado,
`
Z
2 2
0 = ωr − ωs ρA (x) Vr (x) Vs (x) dx. (17.48)
0
Assim, para as frequências naturais distintas ωr e ωs com ωr2 6= ωs2 , da equação anterior
decorre a seguinte relação de ortogonalidade,
Z ` r = 1, 2, . . . , ∞
ρA (x) Vr (x) Vs (x) dx = 0 6 s
r= (17.49)
0 s = 1, 2, . . . , ∞
0 s = 1, 2, . . . , ∞
1 para r = s
δrs = . (17.52)
0 para r 6= s
JD
JDR
17.5. Viga simplesmente apoiada 287
v(x, t) A, I, E, ρ
R
`
JD
Figura 17.2: Viga simplesmente apoiada e de secção constante
De acordo com (17.34), a solução geral V (x) para uma viga de secção recta constante
escreve-se,
V (x) = A1 cosh βx + A2 sinh βx + A3 cos βx + A4 sin βx (17.54)
e a segunda derivada em ordem à variável x vem,
d2 V (x)
= A1 β 2 cosh βx + A2 β 2 sinh βx − A3 β 2 cos βx − A4 β 2 sin βx. (17.55)
dx2
R
(17.59)
β 2 sinh β` −β 2 sin β` A 0 4
JD
Para que um sistema homogéneo possua soluções não nulas, o determinante da ma-
triz de coeficientes tem de ser nulo, isto é,
sinh β` sin β`
= 0. (17.60)
2
β sinh β` −β 2 sin β`
JDR
288 17. Vibração transversal de vigas: Regime livre
R
Analisando a equação anterior, conclui-se igualmente que, para β 6= 0 vem sinh β` 6=
0, e obtém-se a seguinte equação de frequências,
JD
sin β` = 0 (17.62)
βn ` = nπ n = 1, . . . , ∞. (17.63)
2
ωn = (nπ) n = 1, . . . , ∞. (17.65)
ρA`4
JD
Assim, para cada frequência natural existe uma solução vn (x, t) n = 1, . . . , ∞ que
se designa por modo natural de vibração e que para a viga simplesmente apoiada se
JD
escreve,
JDR
17.5. Viga simplesmente apoiada 289
R
conforme se representa na figura 17.3, apresentando secções estacionárias, Vn (xi ) = 0,
designadas por nodos de vibração, e um período espacial que vale,
JD
2`
Txn = n = 1, . . . , ∞. (17.69)
n
Refira-se que as formas naturais de ordem par apresentam uma secção nodal a meio
vão da viga.
As funções características representativas das formas naturais de vibração encontram-
se definidas a menos de uma constante, A4n . No entanto, se se adoptar o esquema de
normalização para massas modais unitárias, deve verificar-se a relação
Z `
ρA (Vn (x))2 dx = 1 n = 1, . . . , ∞. (17.70)
0
" #`
` 2nπ
sin x
JD
nπ x
Z
ρAA24n sin2 xdx = ρAA24n − 4nπ` , (17.72)
0 ` 2 ` 0
de movimento lateral da viga simplesmente apoiada, a solução geral é dada pela combi-
nação linear dos diferentes modos naturais de vibração,
JD
∞
X ∞
X
v (x, t) = vn (x, t) = Vn (x) gn (t)
n=1 n=1
∞ (17.75)
X nπ
= A4n sin x (Cn cos ωn t + Dn sin ωn t)
`
n=1
JDR
290 17. Vibração transversal de vigas: Regime livre
φ1 (x)
R
0 ℓ
x
JD
(a) n = 1
φ2 (x)
0 ℓ
x
(b) n = 2
φ3 (x)
0 ℓ
x
(c) n = 3
R
φ4 (x)
JD
0 ℓ
x
(d) n = 4
∞ r
X 2 nπ
v̇ (x, t) = sin x (−ωn Cn sin ωn t + ωn Dn cos ωn t) . (17.78)
ρA` `
JD
n=1
JDR
17.6. Frequências e formas naturais 291
∞
X nπx
v̇0 (x) = Dn ωn A4n sin . (17.80)
`
n=1
R
As expressões anteriores representam expansões em série de Fourier das funções des-
locamento inicial v0 (x) e velocidade inicial v̇0 (x) no intervalo [0, `], podendo as cons-
JD
tantes Cn e Dn ser assimiladas aos coeficientes da série de Fourier respectiva. Assim, as
constantes Cn e Dn vêm dadas pelas seguintes expressões,
Z `
1 2 nπx
Cn = v0 (x) sin dx , (17.81)
A4n ` 0 `
Z `
1 1 2 nπx
Dn = v̇0 (x) sin dx . (17.82)
A4n ωn ` 0 `
s
JD
EI
ωi = (βi `)2 /rad · s−1 i = 1, 2, . . . , ∞, (17.83)
ρA`4
s
(βi `)2 EI
fi = /Hz i = 1, 2, . . . , ∞. (17.84)
2π ρA`4
Nas figuras 17.4-17.9 representam-se as quatro primeiras formas naturais de flexão de
vigas para diferentes condições de fronteira.
R
JD
JDR
17. Vibração transversal de vigas: Regime livre
JDR
Tabela 17.1: Frequências e formas naturais de vigas.
R
Condições Equação de Raízes Formas naturais Nodos de vibração
JD de
fronteira
frequências (βi `)
apoio sin β` = 0 π
simples– 2π
φn = Cn (sin βn x) 0.5
apoio 3π
0.333/0.667
simples 4π
0.25/0.5/0.75
5π
fixa-fixa cos β` cosh β` = 1 4.7300
7.8532
10.9956
R
φ n = Cn
cosh βn x − cos βn x 0.5
0.359/0.641
14.1371
17.2787
(2n+1)π αn =
JD
−αn (sinh βn x − sin βn x)
cosh βn `−cos βn `
sinh βn `−sin βn `
0.278/0.5/0.722
2
fixa–livre cos β` cosh β` = −1 1.8751
4.6941
cosh βn x − cos βn x 0.774
7.8548 φ n = Cn 0.5/0.868
10.9955 −αn (sinh βn x − sin βn x)
0.356/0.644/0.906
14.1372 sinh βn `−sin βn `
(2n−1)π αn = cosh βn `+cos βn `
2
R
JD
292
JDR
Tabela 17.2: Frequências e formas naturais de vigas.
0.294/0.529/0.765
−αn (sinh βn x − sin βn x)
16.4934 cosh βn `−cos βn `
αn = sinh βn `−sin βn `
φ(x)
φ(x)
R
0 ℓ 0 ℓ
JD
x x
(a) n = 1 (b) n = 2
φ(x)
φ(x)
0 ℓ 0 ℓ
x x
(c) n = 3 (d) n = 4
φ(x)
0 ℓ 0 ℓ
x x
R
(a) n = 1 (b) n = 2
JD
φ(x)
φ(x)
0 ℓ 0 ℓ
x x
(c) n = 3 (d) n = 4
φ(x)
0 ℓ 0 ℓ
x x
(a) n = 1 (b) n = 2
R
φ(x)
φ(x)
JD
0 ℓ 0 ℓ
x x
(c) n = 3 (d) n = 4
JDR
17.6. Frequências e formas naturais 295
φ(x)
φ(x)
R
0 ℓ 0 ℓ
JD
x x
(a) n = 1 (b) n = 2
φ(x)
φ(x)
0 ℓ 0 ℓ
x x
(c) n = 3 (d) n = 4
φ(x)
0 ℓ 0 ℓ
x x
R
(a) n = 1 (b) n = 2
JD
φ(x)
φ(x)
0 ℓ 0 ℓ
x x
(c) n = 3 (d) n = 4
φ(x)
0 ℓ 0 ℓ
x x
(a) n = 1 (b) n = 2
R
φ(x)
φ(x)
JD
0 ℓ 0 ℓ
x x
(c) n = 3 (d) n = 4
JDR
296 17. Vibração transversal de vigas: Regime livre
R
de uma viga podem ser estabelecidas com base no princípio variacional de Hamilton.
O princípio variacional de Hamilton pode enuncia-se da seguinte forma,
JD
“A variação da energia cinética e potencial (energia de deformação) mais a variação do trabalho
realizado pelas forças não conservativas durante qualquer intervalo de tempo [t1 , t2 ] é igual a
zero”,
Z t2 Z t2
δ (T − V ) dt + δWnc dt = 0, (17.85)
t1 t1
y f( x ,t)
R
JD
v ( x ,t) x
x d x
l
(a) viga e solicitação exterior
v ig a d e fo r m a d a
¶ v
¶ x
z ¶ v
A ' ¶ x
B '
v ig a n ã o d e fo r m a d a
z v
A
B ¶ v x
u = - y
¶ x
R
JDR
17.7. Equação de movimento-Princípio de Hamilton 297
recta, quando secções planas permanecem planas e normais à superfície neutra, é dado
por,
∂v(x, t)
u(x, z, t) = −y . (17.86)
R
∂x
A deformação normal xx correspondente a este campo de deslocamentos é, por defi-
JD
nição,
∂u ∂2v
xx = = −y 2 , (17.87)
∂x ∂x
e a correspondente tensão normal σxx é dada por,
∂2v
σxx = −Ey , (17.88)
∂x2
onde E representa o módulo de elasticidade longitudinal ou módulo de Young do mate-
rial.
A densidade de energia de deformação V0 é, por definição, igual a
1
V0 = σxx xx . (17.89)
2
Após substituição de (17.87) e (17.88) em (17.89), obtém-se,
2
∂2v
1
V0 = Ey 2 . (17.90)
2 ∂x2
R
2
∂2v
1
ZZZ
2
V = Ey dV , (17.91)
2 ∂x2
V
ou,
Z `Z 2
∂2v
1
V = Ey 2 dA dx. (17.92)
2 0 A ∂x2
Como, por definição, o momento de 2ª ordem I da secção recta da viga em relação ao
eixo z é dado pela expressão Z
I= y 2 dA, (17.93)
A
a energia de deformação de flexão da viga vem dada pela expressão integral,
` 2
∂2v
1
Z
V = EI dx. (17.94)
2 0 ∂x2
Refira-se que a energia potencial devida à força da gravidade pode ser omitida se o
R
JDR
298 17. Vibração transversal de vigas: Regime livre
∂v(x, t) 2
ZZZ
1
T = ρ dV (17.96)
2 ∂t
R
V
ou
JD
Z `Z 2
1 ∂v(x, t)
T = ρ dA dx. (17.97)
2 0 ∂t
A
Após resolução do integral de área, obtém-se a expressão integral para a energia ci-
nética,
1 ` ∂v(x, t) 2
Z
T = ρA dx, (17.98)
2 0 ∂t
onde Z
A= dA (17.99)
A
e representa a área da secção recta da viga.
Para efectuar as operações envolvidas no princípio de Hamilton, expressão (17.85),
deve notar-se que a ordem das integrações relativamente a t e x pode ser permutada e os
∂ ∂
operadores variacional δ e diferencial ∂x ou δ e ∂t são comutativos. Assim, a variação da
energia cinética pode escrever-se na forma,
Z `
∂v (x, t) ∂v (x, t)
δT = ρA δ dx
R
0 ∂t ∂t
Z` (17.100)
JD
∂v (x, t) ∂
= ρA (δv (x, t)) dx,
∂t ∂t
0
Z t2 Z ` Z t2
∂ 2 v (x, t)
δT dt = − ρA δv (x, t) dt dx
t1 0 t1 ∂t2
Zt2 Z` (17.104)
∂ 2 v (x, t)
=− ρA δv (x, t) dx dt.
∂t2
t1 0
JDR
17.7. Equação de movimento-Princípio de Hamilton 299
R
0 ∂x2 ∂x2
Z` (17.105)
∂ 2 v (x, t) ∂ 2
JD
= EI (δv (x, t)) dx,
∂xv ∂x2
0
t2 Zt2 ` Z`
∂ 2 v (x, t) ∂ ∂ 2 v (x, t) ∂
∂
Z
δV dt = EI (δv (x, t)) −
EI (δv (x, t)) dx dt
t1 ∂x2 ∂x 0 ∂x ∂x2 ∂x
t1 0
Zt2 ` `
∂ 2 v (x, t) ∂ 2 v (x, t)
∂ ∂
= EI 2
(δv (x, t)) − EI 2
δv (x, t) dt
∂x ∂x 0 ∂x ∂x 0
t1
Zt2 Z`
R
∂2 ∂ 2 v (x, t)
+ EI δv (x, t) dx dt.
∂x2 ∂x2
JD
t1 0
(17.107)
Para o trabalho virtual realizado pelas forças não conservativas f (x, t), este escreve-
se,
Z `
δWnc = f (x, t)δv(x, t) dx. (17.108)
0
Introduzindo as expressões (17.104), (17.107) e (17.108) na expressão (17.85) do prin-
cípio de Hamilton, obtém-se,
t2 ` Z t2 Z ` 2
∂ 2 v (x, t) ∂ 2 v (x, t)
∂
Z Z
− ρA δv (x, t) dx dt − EI δv (x, t) dx dt
t1 0 ∂t2 t1 0 ∂x
2 ∂x2
Z t2 ` Z t2 `
∂ 2 v (x, t) ∂ ∂ 2 v (x, t)
∂
− EI 2
(δv (x, t)) dt +
EI 2
δv (x, t) dt
t1 ∂x ∂x 0 t1 ∂x ∂x 0
Z t2 Z `
+ f (x, t) δv(x, t) dx dt = 0
t1 0
(17.109)
R
t2 Z `
∂ 2 v (x, t) ∂2 ∂ 2 v (x, t)
Z
− ρA + 2 EI − f (x, t) δv (x, t) dx
t1 0 ∂t2 ∂x ∂x2
` ` ) (17.110)
∂ 2 v (x, t) ∂ 2 v (x, t)
∂v (x, t) ∂
+ EI
∂x2
δ
∂x − ∂x EI ∂x2 δv (x, t) dt = 0
0 0
JDR
300 17. Vibração transversal de vigas: Regime livre
R
− 2 EI − ρA + f (x, t) = 0, 0 < x < ` (17.111)
∂x ∂x2 ∂t2
JD
`
∂ 2 v (x, t)
∂v (x, t)
EI δ = 0, (17.112)
∂x2 ∂x 0
`
∂ 2 v (x, t)
∂
EI δv (x, t) = 0. (17.113)
∂x ∂x2
0
A equação (17.111) representa a equação de movimento para a vibração transversal
da viga e é uma equação diferencial parcial de segunda ordem na variável tempo t e de
quarta ordem na variável espacial x, a ser verificada em cada secção recta do domínio 0 <
x < `. As equações (17.112) e (17.113) representam condições de fronteira generalizadas.
As condições de fronteira generalizadas (17.112) e (17.113) têm de ser verificadas
como condições de fronteira geométricas, isto é, prescritas,
∂v (x, t)
v (x, t)|x=0,` = 0 = 0, (17.114)
∂x x=0,`
• extremidade apoiada
R
∂ 2 v (x, t)
JD
• extremidade livre
∂ 2 v (x, t) ∂ 2 v (x, t)
∂
EI =0 EI =0 (17.118)
∂x2 x=0,` ∂x ∂x2
x=0,`
JDR
17.7. Equação de movimento-Princípio de Hamilton 301
R
rencial de movimento. O movimento é caracterizado pela equação diferencial (17.111),
pelas respectivas condições de fronteira e pelas condições iniciais de deslocamento e de
JD
velocidade, v (x, t = 0) = v0 (x) e v̇ (x, t = 0) = v̇0 (x). É a verificação das condições de
fronteira que torna a solução v (x, t) da equação diferencial (17.111) única.
R
JD
R
JD
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
CAPÍTULO 18
Sistemas contínuos
Vibração transversal de vigas: Regime forçado
A equação de movimento lateral (flexão) de uma viga fina (teoria de Bernoulli) não uni-
forme em regime forçado, e em termos do deslocamento transversal v (x, t), da rigidez
de flexão EI da secção recta, da massa volúmica ρ e do carregamento f (x, t), escreve-se
(ver equação (17.8)),
∂2 ∂ 2 v (x, t) ∂ 2 v (x, t)
EI (x) + ρA (x) = f (x, t) , (18.1)
∂x2 ∂x2 ∂t2
f( x ,t)
x l
R
v ( x ,t)
e para uma viga de secção constante, onde A (x) = A e I (x) = I, a equação vem (ver
equação (17.9)),
∂ 4 v (x, t) ∂ 2 v (x, t)
EI + ρA = f (x, t), (18.2)
∂x4 ∂t2
303
304 18. Vibração transversal de vigas: Regime forçado
R
f (x, t) = p(x)g(t). (18.3)
JD
A resolução do problema de vibração forçada de vigas passa pela determinação da
solução da equação (18.1), isto é, determinação do campo de deslocamento lateral v (x, t)
e, seguidamente, pela sua substituição nas expressões dos esforços internos, campo de
deformações e campo de tensões.
∞
X
v (x, t) = φr (x) ηr (t) (18.4)
r=1
R
∞ ∞
! !!
∂2 X ∂2 ∂2 X
ρA (x) 2 φr (x) ηr (t) + 2 EI (x) 2 φr (x) ηr (t) = p (x) g (t)
∂t ∂x ∂x
r=1 r=1
(18.5)
ou então,
∞ ∞
d2 d2 φr (x)
X X
ρA (x) φr (x) η̈r (t) + EI (x) ηr (t) = p (x) g (t) . (18.6)
dx2 dx2
r=1 r=1
∞ ` ∞ `
d2 d2 φr (x)
X Z X Z
η̈r (t) ρA (x) φs (x) φr (x) dx + ηr (t) φs (x) 2 EI (x) dx
R
0 0 dx dx2
r=1 r=1
Z `
JD
Integrando duas vezes por partes o segundo termo da expressão anterior, obtém-se,
sucessivamente,
JDR
18.2. Resposta forçada não-amortecida 305
∞
X Z `
η̈r (t) ρA (x) φs (x) φr (x) dx
R
r=1 0
∞ ` Z ` !
d2 φr (x) d2 φr (x)
d dφs (x) d
JD
X
+ ηr (t) φs (x) EI (x) − EI (x) dx
dx dx2 0 0 dx dx dx2
r=1
Z `
= φs (x) p (x) dx g (t)
0
(18.8)
∞
X Z `
η̈r (t) ρA (x) φs (x) φr (x) dx
r=1 0
h 2 φ (x)
i` h i`
d2 φr (x)
∞
X d
φs (x) dx EI (x) d dxr
2 − dφs (x)
dx EI (x) dx2
+ ηr (t) R 2 0 0 (18.9)
` d φs (x) d2 φr (x)
r=1 + 0 dx2 EI (x) dx2 dx
Z `
= φs (x) p (x) dx g (t) .
0
R
` `
d2 φr (x) d2 φr (x)
d dφs (x)
φs (x) EI (x) = 0, EI (x) = 0, (18.10)
dx dx2 0 dx dx2 0
` `
d2 φs (x) d2 φs (x)
d dφr (x)
φr (x) EI (x) = 0, EI (x) = 0. (18.11)
dx dx2 0 dx dx2 0
∞ ` ∞ `
d2 φs (x) d2 φr (x)
X Z X Z
η̈r (t) ρA (x) φs (x) φr (x) dx + ηr (t) EI (x) dx
0 0 dx2 dx2
r=1 r=1 (18.12)
Z `
= φs (x) f (x) dx g (t) .
0
R
Z `
ρA (x) φr (x) φs (x) dx = mr δrs
0
`
r = 1, 2, . . . , ∞. (18.13)
d2 φr (x) d2 φs (x)
Z
EI (x) dx = kr δrs
0 d2 x d2 x
JDR
306 18. Vibração transversal de vigas: Regime forçado
R
` ` 2
d φr (x) d2 φr (x)
Z Z
JD
η̈r (t) ρA (x) φr (x) φr (x) dx + ηr (t) EI (x) dx
0 0 dx2 dx2
Z ` r = 1, 2, . . . , ∞
= φr (x) f (x) dx g (t) .
0
(18.14)
Z ` Z `
mr = ρA (x) φr (x) φr (x) dx = ρA (x) φ2r (x) dx
0 0 r = 1, 2, . . . , ∞ (18.16)
R
` ` 2
d2 φr (x) d2 φr (x) d2 φr (x)
Z Z
kr = EI (x) dx = EI (x) dx
0 dx2 dx2 0 dx2 r = 1, 2, . . . , ∞ (18.17)
= ωr2 para formas naturais ortonormais.
onde
Z `
χr = φr (x) f (x) dx r = 1, 2, . . . , ∞. (18.19)
0
kr
Dividindo as equações modais (18.15) por mr , e tendo em conta que a razão mr é igual
2
a ωr , as equações modais (18.15) podem ainda escrever-se na forma,
R
Nr (t)
η̈r (t) + ωr2 ηr (t) = r = 1, 2, . . . , ∞. (18.20)
mr
JD
JDR
18.2. Resposta forçada não-amortecida 307
∞
X
v (x, t) = φr (x) ηr (t) . (18.21)
| {z } | {z }
r=1
R
forma coordenada
JD
modal modal
A partir da resposta generalizada v (x, t) pode determinar-se, de seguida, a resposta
em termos dos esforços internos, ou seja, em termos do momento flector M (x, t) e do
esforço de corte Q (x, t), os quais são dados pelas seguintes expressões,
∞
!
∂ 2 v (x, t) ∂2 X
M (x, t) = EI (x) = EI (x) φr (x) ηr (t)
∂x2 ∂x2
r=1
∞
(18.22)
X d2 φr (x)
= EI (x) ηr (t) ,
dx2
r=1
∂ 2 v (x, t)
∂M (x, t) ∂
Q (x, t) = − =− EI (x)
∂x ∂x ∂x2
∞
! (18.23)
∂ X d2 φr (x)
=− EI (x) ηr (t) .
∂x dx2
r=1
Repare-se como o momento flector involve as segundas derivadas das formas natu-
R
χr 1
Zr (ω) =
ωr2
2
1 − ωωr
R
r = 1, 2, . . . , ∞. (18.27)
1
JD
= χr
(ωr2 − ω 2 )
Para a resposta generalizada v (x, t) vem então,
∞
!
X 1
v (x, t) = φr (x) χr 2 ejωt . (18.28)
(ωr − ω 2 )
r=1
JDR
308 18. Vibração transversal de vigas: Regime forçado
R
forma,
JD
p (x) = P δ (x − xP ) (18.29)
onde δ (x − xP ) representa a função de Dirac. Assim, a carga harmónica concentrada
pode exprimir-se como
Z ` Z `
χr = φr (x) f (x) dx = φr (x) P δ (x − xP ) dx
0 0 . (18.31)
= P φr (xP ) r = 1, 2, . . . , ∞
Substituindo a resposta v (x, t) nas expressões (18.22) e (18.23) dos esforços, obtém-se,
∞
!
X d2 φr (x) 1
M (x, t) = EI (x) φr (xP ) 2 P ejωt (18.35)
dx2 (ωr − ω 2 )
r=1
∞
d2 φr (x)
X d 1
Q (x, t) = − EI (x) φr (xP ) 2 P ejωt . (18.36)
dx dx2 (ωr − ω 2 )
r=1
JDR
18.2. Resposta forçada não-amortecida 309
canónica do sistema com um grau de liberdade, a resposta modal ηr (t), para uma carga
transiente, é dada pelo integral de Duhamel,
R
t
χr
Z
ηr (t) = g (τ ) sin ωr (t − τ ) dτ
ωr
JD
0 (18.38)
η̇r (0)
+ ηr (0) cos ωr t + sin ωr t r = 1, 2, . . . , ∞
ωr
onde as condições iniciais na base modal são dadas pelas expressões,
Z `
ηr (0) = ρA (x) φr (x) v (x, 0) dx
0
Z `
r = 1, 2, . . . , ∞ (18.39)
η̇r (0) = ρA (x) φr (x) v̇ (x, 0) dx
0
O momento flector M (x, t) e o esforço transverso Q (x, t) podem então ser determi-
R
nados substituindo nas respectivas expressões a resposta generalizada v (x, t) pela res-
JD
∂ 2 v (x, t)
M (x, t) = EI (x)
∂x2
∞ (18.41)
d2 φr (x)
X
= EI (x) ηr (t) ,
dx2
r=1
∂ 2 v (x, t)
∂
Q (x, t) = − EI (x)
∂x ∂x2
∞ (18.42)
d2 φr (x)
X d
=− EI (x) ηr (t) .
dx dx2
r=1
cuja amplitude e fase são dadas pela função V (x, ω) que, de acordo com a expressão
(18.34), vale,
∞
!
X 1
V (x, ω) = φr (xP ) φr (x) 2 P. (18.44)
(ωr − ω 2 )
r=1
JDR
310 18. Vibração transversal de vigas: Regime forçado
Pode então definir-se a função de resposta em frequência de tipo receptância, αx,xP (ω),
como sendo,
R
V (x, ω)
αx,xP (ω) =
P (xp )
JD
∞ (18.45)
X 1
= φr (xP ) φr (x)
(ωr − ω 2 )
2
r=1
jωV (x, ω)
Yx,xP (ω) =
P (xp )
∞ (18.46)
X jω
= φr (xP ) φr (x) ,
(ωr − ω 2 )
2
r=1
−ω 2 V (x, ω)
Ax,xP (ω) =
P (xP )
∞ (18.47)
−ω 2
R
X
= φr (xP ) φr (x) .
(ωr2 − ω 2 )
r=1
JD
H Exemplo
Considere-se uma viga simplesmente apoiada, de comprimento `, de secção recta com
momento de 2ª ordem I, de material com módulo de elasticidade E e à qual se aplica
uma força harmónica concentrada f (x, t) = P δ(xp )ejωt na secção de coordenada xp = 14 `,
conforme se representa na figura 18.2.
l / 4 f( x ,t) = P e jM t
x l
v ( x ,t) = V ( x ) g ( t)
R
JDR
18.2. Resposta forçada não-amortecida 311
ou então
ωs = s2 ω1 r = 2, . . . , ∞, (18.49)
onde ω1 representa a frequência natural fundamental.
R
Formas naturais de vibração As formas naturais de vibração φs (x) s = 1, . . . , ∞ asso-
JD
ciadas às frequências naturais ωs s = 1, . . . , ∞ são dadas pelas funções (ver secção 17.5,
página 287),
sπ
φs (x) = A4s sin x s = 1, . . . , ∞ (18.50)
`
Para formas naturais normalizadas para massas modais unitárias, ms = 1 s = 1, . . . , ∞,
as funções φs (x) s = 1, . . . , ∞ escrevem-se,
√
2 sπ
φs (x) = √ sin x s = 1, . . . , ∞ (18.51)
ρA` `
Na figura 18.3 estão representadas as primeiras formas naturais da viga simplesmente
apoiada.
φ1 (x)
0 ℓ
x
R
(a) n = 1
JD
φ2 (x)
0 ℓ
x
(b) n = 2
φ3 (x)
0 ℓ
x
(c) n = 3
φ4 (x)
R
0 ℓ
x
JD
(d) n = 4
JDR
312 18. Vibração transversal de vigas: Regime forçado
R
dx ρA` ` `
d2 φs (x)
r
JD
2 sπ 2 sπ
2
= − sin x s = 1, . . . , ∞, (18.53)
dx ρA` ` `
d3 φs (x)
r
2 sπ 3 sπ
3
= − cos x s = 1, . . . , ∞. (18.54)
dx ρA` ` `
Note-se a relação entre as formas naturais φs (x) s = 1, . . . , ∞ (18.51) e a sua segunda
2 φ (x)
derivada d dxs
2 s = 1, . . . , ∞ (18.53). Com efeito, verificam a relação,
d2 φs (x) sπ 2
= − φs (x) s = 1, . . . , ∞. (18.55)
dx2 `
ou ainda,
∞
1 X 1 1
v (x, t) = 2 φs (x) φs (xP ) 4 P ejωt . (18.59)
ω1 s 1 − β2
s=1 s4
R
Refira-se que os modos de ordem s mais elevada apresentam, em geral, uma con-
tribuição pouco significativa para a resposta em deslocamento, pois a sua contribuição
JD
JDR
18.2. Resposta forçada não-amortecida 313
sin π` x sin π` xp (1−β
1 2π 2π 1
2 ) + sin ` x sin ` xp (24 −β 2 )
R
2`3
v (x, t) = P ejωt .
π 4 EI
+ sin 3π x sin 3π x 1 sπ sπ 1
JD
` p (34 −β 2 ) + ... + sin ` x sin ` xp (s4 −β 2 )
`
(18.61)
No caso presente, com xp = 4` , a expressão da resposta vem,
2`3
1
sin π` x sin π4 (1−β 2π π 1
2 ) + sin ` x sin 2 (24 −β 2 )
v (x, t) = P ejωt . (18.62)
π 4 EI
+ sin 3π x sin 3π 1 sπ sπ 1
4 (34 −β 2 ) + ... + sin ` x sin 4 (s4 −β 2 )
`
Momento flector Conforme a expressão (18.35), o momento flector M (x, t) é dado pela
expressão,
∞
!
X d2 φs (x) 1
M (x, t) = EI φs (xP ) 2 P ejωt . (18.63)
dx2 (ωs − ω 2 )
s=1
Tendo em conta a relação (18.55) para a viga simplesmente apoiada, a expressão de
R
M (x, t) vem,
JD
∞
!
π2 X 2 1
M (x, t) = −EI s φs (x) φs (xP ) 2 P ejωt , (18.64)
`2 (ωs − ω 2 )
s=1
ou ainda,
∞
ρA`2 X 1 1
M (x, t) = − 2 φs (x) φs (xp ) 2 P ejωt . (18.65)
π s 1 − β2
s=1 s4
Refira-se que a contribuição dos modos de ordem s para o momento flector varia na
razão inversa de s2 .
Introduzindo as expressões das formas naturais em (18.64), obtém-se,
∞
!
2π 2 X sπ sπ 1
M (x, t) = −EI s2 sin x sin xP P ejωt . (18.66)
ρA`3 ` ` 2
(ωs − ω 2 )
s=1
`
No caso presente, o desenvolvimento da série (18.66) para M (x, t) com xp = 4 conduz
à seguinte expressão,
R
sin π x sin π 1 2 + 22 sin 2π x sin π 4 1 2
JD
2 ` 4 (1−β ) ` 2 (2 −β )
M (x, t) = −P 2 2 ejωt .
π `
+32 sin 3π 3π 1 2 sπ sπ 1
` x sin 4 (34 −β 2 ) + ... + s sin ` x sin 4 (s4 −β 2 )
(18.67)
Na figura 18.5 representa-se o campo de momento flector ao longo da viga simples-
mente apoiada assim como a contribuição modal para M (x, t).
JDR
314 18. Vibração transversal de vigas: Regime forçado
R
X
Q (x, t) = − EI (x) φr (xP ) 2 P ejωt . (18.68)
dx dx2 (ωr − ω 2 )
r=1
JD
Para a viga simplesmente apoiada e de acordo com a expressão (18.48), o esforço
transverso pode ainda exprimir-se,
∞
d2 φr (x)
1 X d 1
Q (x, t) = − 2 EI (x) φr (xP ) 4 P ejωt . (18.69)
ω1 r=1 dx dx2 (s − β 2 )
Como para uma viga de secção constante I (x) = I, a expressão anterior vem,
∞ 3
1 X d φr (x) 1
Q (x, t) = − 2 EI φr (xP ) 4 P ejωt . (18.70)
ω1 dx3 (s − β 2 )
r=1
d3 φr (x)
Introduzindo agora as respectivas expressões para ω12 , dx3
e φr (xP ), obtém-se,
∞
!
2 X sπ sπ 1
Q (x, t) = − s3 cos x sin xp P ejωt . (18.71)
π ` ` (s − β 2 )
4
s=1
s=1 s4
Da expressão anterior decorre que a contribuição dos modos de ordem s para o es-
forço transverso varia apenas na razão inversa de s.
No caso presente, o desenvolvimento da série (18.71) para Q (x, t) com xp = 4` conduz
à seguinte expressão,
cos π x sin π 1 2 + 23 cos 2π x sin π 4 1 2
2 ` 4 (1−β ) ` 2 (2 −β )
Q (x, t) = − P ejωt .
π
+33 cos 3π x sin 3π 1 3 sπ sπ 1
4 (34 −β 2 ) + ... + s cos ` x sin 4 (s4 −β 2 )
`
(18.73)
Na figura 18.6 representa-se o campo de esforço transverso ao longo da viga simples-
mente apoiada assim como a contribuição modal para Q (x, t).
R
JD
JDR
18.2. Resposta forçada não-amortecida 315
R
φ1
φ2
JD
V (x)
φ3
φ4
φ5
0 φ6
Mf
0 φ1
φ2
M (x)
φ3
R
φ4
φ5
JD
φ6
φ1
φ2
Q(x)
φ3
0 φ4
φ5
φ6
R
x/
JDR
316 18. Vibração transversal de vigas: Regime forçado
A análise conjunta da expressão (18.59) e da figura 18.4 revela que os modos de or-
dem s mais elevada apresentam uma contribuição pouco significativa para a resposta em
deslocamento, pois a sua contribuição varia na razão inversa de s4 . No entanto, a sua
R
contribuição é mais significativa para o momento flector, expressão (18.65) e figura 18.5,
e ainda mais relevante para o esforço de corte, expressão (18.72) e figura 18.6. Noutros
JD
termos, a série em (18.72) para o esforço de corte converge mais lentamente com o nú-
mero s de modos do que a série para o momento flector em (18.65), que, por sua vez,
converge muito mais lentamente do que a série em (18.59) para o deslocamento. Por isso,
deverá ser criteriosa a escolha do número de modos tomados em consideração ao esti-
mar a resposta, pois a sua selecção depende do parâmetro de resposta que se pretende
determinar, para além do conteúdo em frequência da solicitação aplicada.
π 4 EI ` ` (s4 − β 2 )
s=1
JD
1
No caso presente, a solicitação está aplicada na secção xP = 4 `, de modo que as
expressões para as funções de resposta em frequência escrevem-se,
∞
2`3 X sπ sπ 1
αx,`/ (ω) = 4 sin x sin . (18.76)
4 π EI ` 4 (s − β 2 )
4
s=1
JDR
18.2. Resposta forçada não-amortecida 317
α /dB
R
α /dB
JD
φ /◦
ω /Hz ω /Hz
α /dB
φ /◦
ω /Hz ω /Hz
R
α /dB
φ /◦
ω /Hz ω /Hz
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
CAPÍTULO 19
Sistemas contínuos
Métodos aproximados
R
JD
19.1 Introdução
Os métodos aproximados são fundamentais para tratar problemas para os quais não es-
tão disponíveis soluções analíticas. Refira-se que a maioria dos sistemas contínuos não
conduzem a problemas característicos para os quais existam soluções analíticas disponí-
veis, em particular devido à distribuição não uniforme de massa e de rigidez. Por isso,
é necessário frequentemente procurar soluções aproximadas para o problema caracte-
rístico e, em consequência, para as frequências e formas naturais de vibração. Note-se,
igualmente, que as soluções exactas estabelecidas para sistemas com propriedades uni-
formemente distribuídas podem constituir uma base para a determinação de soluções
aproximadas para os sistemas com propriedades distribuídas de modo não uniforme.
319
320 19. Sistemas contínuos: Métodos aproximados
R
pode escrever-se na forma da equação diferencial,
JD
− L [k (x) L (V (x))] = ω 2 m (x) V (x) (19.1)
onde L representa um operador diferencial da variável espacial x, k (x) e m (x) represen-
tam, respectivamente, a rigidez e a massa ou inércia da secção recta da estrutura e V (x)
a função deslocamento. Estas grandezas tomam os valores tabelados na Tabela 19.1 no
caso das estruturas unidimensionais estudadas.
G ( x ,t) = 3 ( x ) g ( t)
m ( x ) k ( x )
x
u ( x ,t) = U ( x ) g ( t)
v ( x ,t) = V ( x ) g ( t)
l
R
A equação característica (19.1) tem de ser verificada no domínio 0 < x < ` e as solu-
ções ωn2 , Vn (x) ou funções características Vn (x) representativas das formas naturais
JDR
19.2. Quociente de Rayleigh 321
R`
− Vr (x) L [k (x) L (Vr (x))] dx
ωr2 = 0
R` . (19.4)
2
0 m (x) Vr (x) dx
R
Integrando por partes o numerador, obtém-se,
JD
R`
Vr (x) k (x) L (Vr (x))|`0 + 0 L (Vr (x)) k (x) L (Vr (x)) dx
ωr2 = R` . (19.5)
2
0 m (x) Vr (x) dx
Vr (x) k (x) L (Vr (x))|`0 = Vr (`) k (`) L (Vr (`)) − Vr (0) k (0) L (Vr (0))
(19.6)
=0
Substituindo na expressão anterior a função característica Vr (x) por uma função Φ (x)
que verifica as condições de fronteira mas não verifica a equação diferencial, obtém-se a
R
R`
2 0 L (Φ (x)) k (x) L (Φ (x)) dx
R (Φ (x)) = ω = R` . (19.8)
0 Φ (x) m (x) Φ (x) dx
Se a função Φ (x) for uma função característica do problema (19.1), então o resultado
do quociente de Rayleigh é o quadrado da frequência natural associada. Ao contrário,
para uma função Φ (x) qualquer que verifica as condições de fronteira mas não a equação
diferencial, o resultado do quociente de Rayleigh é um escalar cujo valor depende da
função Φ (x). No entanto, o quociente de Rayleigh R (Φ (x)) possui um valor estacionário
sempre que Φ (x) se encontrar na vizinhança de uma qualquer função natural Vr (x),
r = 1, 2, . . . , ∞.
Com efeito, utilizando o teorema da expansão, a função Φ (x) pode exprimir-se como
uma combinação linear das funções características Vr (x) r = 1, . . . , ∞, na forma,
∞
X
Φ (x) = cr Vr (x) . (19.9)
r=1
∞
R` P ∞
P
cr L (Vr (x)) k (x) cs L (Vs (x)) dx
JD
0
r=1 s=1
R (Φ (x)) = ∞
R` P ∞ . (19.10)
P
0 cr Vr (x) m (x) cs Vs (x) dx
r=1 s=1
JDR
322 19. Sistemas contínuos: Métodos aproximados
R
0` L (Vr (x)) k (x) L (Vs (x)) dx = ωr2 δrs
r, s = 1, 2, . . . , ∞, (19.11)
R`
R
Vr (x) m (x) Vs (x) dx = δrs
0
JD
∞ P
∞ ∞
cr cs ωr2 δrs c2r ωr2
P P
r=1 s=1 r=1
R (Φ (x)) = ∞ P ∞ = ∞ . (19.12)
c2r
P P
cr cs
r=1 s=1 r=1
Para uma função Φ (x) que difere ligeiramente da função própria Vk (x), isto é, Φ (x) ∼
=
Vk (x), os coeficientes cr na expansão (19.9) são quantidades muito pequenas quando
comparados com o coeficiente ck ,
r = 1, 2, . . . , ∞
cr = εr ck (19.13)
r 6= k
onde os εr são quantidades pequenas, εr << 1. Introduzindo as relações (19.13) na
expressão de R (Φ (x)),
∞
c2k ωk2 + ε2r c2k ωr2
P
r=1
R
r6=k
R (Φ (x)) = ∞ . (19.14)
c2k + ε2r c2k
P
JD
r=1
r6=k
1
Desenvolvendo agora o termo ∞ em série de Taylor, em torno do ponto regular
ε2r
P
1+
r=1
r6=k
εr = 0,
∞
1 ∼
X
∞ =1− ε2r . (19.16)
ε2r
P
1+ r=1
r6=k
r=1
r6=k
R
∞
X ∞
X
R (Φ (x)) = ωk2 + ε2r ωr2 1 − ε2r . (19.17)
r=1 r=1
r6=k r6=k
JDR
19.3. Método da Energia de Rayleigh 323
∞
R (Φ (x)) ∼
X
= ωk2 + ωr2 − ωk2 ε2r .
(19.18)
r=1
R
r6=k
Assim, para uma função Φ (x) que difere da forma natural Vk (x) de uma pequena
JD
quantidade ε de 1ª ordem, o quociente de Rayleigh R (Φ (x)) difere
da frequência natu-
2 2
ral ωk associada de uma pequena quantidade de 2ª ordem O ε . Em consequência, o
quociente de Rayleigh R (Φ (x)) possui um valor estacionário na vizinhança das formas
naturais, sendo os valores estacionários as frequências naturais correspondentes.1 Em
2
particular, na vizinhança do modo fundamental ω1 ; V1 (x) , o quociente de Rayleigh
R (Φ (x)) apresenta um valor mínimo. Com efeito, para k = 1 vem
∞
R (Φ (x)) ∼
X
= ω12 + ωr2 − ω12 ε2r .
(19.19)
r=2
∂ 2 v (x, t)
L (k (x) L (v (x, t))) = m (x) , (19.21)
∂t2
e admite uma solução sob a forma de variáveis separadas, correspondente a um movi-
mento livre ou natural síncrono à frequência natural, do tipo
1
A function is said to have a stationary value at a given point if the rate of change of the function with
respect to every independent variable vanishes at that point. Special cases of stationarity values are the
extremal values of a function, namely, the maximum and the minimum.
JDR
324 19. Sistemas contínuos: Métodos aproximados
G ( x ,t) = 3 ( x ) g ( t)
m ( x ) k ( x )
R
x
u ( x ,t) = U ( x ) g ( t)
JD
v ( x ,t) = V ( x ) g ( t)
l
∂ dg (t)
v̇ (x, t) = (V (x) g (t)) = V (x) (19.24)
∂t dt
dg(t)
onde dt vale
dg (t)
= −ωE sin (ωt − φ) . (19.25)
dt
R
`
1
Z
V (t) = k (x) (L (v (x, t)))2 dx. (19.26)
2 0
Após introdução do campo de deslocamento v (x, t) = V (x) g (t) vem
1 `
Z
V (t) = k (x) (L (V (x) g (t)))2 dx
2 0
Z ` (19.27)
1 2
k (x) (L (V (x))) dx E 2 cos2 (ωt − φ) .
=
2 0
`
dg (t) 2
1
Z
T (t) = m (x) V (x) dx
JD
2 0 dt
(19.29)
1 2 `
Z
m (x) V (x) dx E 2 sin2 (ωt − φ) .
2
= ω
2 0
A análise das expressões (19.27) e (19.29) mostra que quando cos (ωt − φ) = 0, a ener-
gia potencial é nula e o sistema passa pela posição de equilíbrio estático. No mesmo
JDR
19.3. Método da Energia de Rayleigh 325
instante, sin (ωt − φ) = ±1, de modo que no instante em que cos (ωt − φ) = 0 a ener-
gia cinética atinge o seu valor máximo. De forma idêntica, quando cos (ωt − φ) = ±1 e
sin (ωt − φ) = 0, a energia potencial atinge o seu valor máximo e a energia cinética é nula.
R
No entanto, para um sistema conservativo a energia total é constante, donde se conclui
que
JD
Et = Tmax + 0 = 0 + Vmax , (19.30)
ou então que
`
1
Z
= ω2 m (x) (V (x))2 dx E 2 .
Tmax (19.33)
2 0
Tmax
, T∗ = (19.34)
ω2
R
A expressão anterior, estabelecida com base na análise energética do regime livre, for-
nece o valor da frequência natural associada a qualquer forma natural V (x) = Vn (x) n =
1, 2, . . . , ∞,
R`
Vn 1
k (x) (L (Vn (x)))2 dx
ωn2 = max = 2 0
n = 1, 2, . . . , ∞. (19.36)
Tn∗ 1 ` 2
R
2 0 m (x) (Vn (x)) dx
JDR
326 19. Sistemas contínuos: Métodos aproximados
x
v ( x ,t) = V ( x ) g ( t)
-
k
m ( x ) , k ( x )
R
JD
l
• a função Φ (x) tem de ser derivável um número de vezes igual à ordem do sistema,
pois no numerador tem-se o termo L (k (x) L (V (x)));
As funções que são deriváveis um número de vezes igual à ordem do sistema e veri-
ficam todas as condições de fronteira, designam-se por "funções teste". Assim, a função
Φ (x) na expressão (19.39) do quociente de Rayleigh tem de pertencer à classe das "fun-
ções teste". As funções características Vn (x) formam um subconjunto do conjunto das
"funções teste".
A integração por partes do numerador e a aplicação das condições de fronteira (19.38)
conduzem a:
Z `
− Φ (x) L (k (x) L (Φ (x))) dx = −Φ (x) k (x) L (Φ (x))|`0
0
Z `
+ L (Φ (x)) k (x) L (Φ (x)) dx
0
= −Φ (`) k (`) L (Φ (`)) + Φ (0) k (0) L (Φ (0))
| {z } (19.40)
−k̄Φ(`)
Z `
+ L (Φ (x)) k (x) L (Φ (x)) dx
R
0
Z `
2
= k̄Φ (`) + k (x) (L (Φ (x)))2 dx.
JD
JDR
19.3. Método da Energia de Rayleigh 327
Z ` Z `
− Φ (x) L (k (x) L (Φ (x))) dx = k̄ (Φ (`))2 + k (x) (L (Φ (x)))2 dx. (19.41)
0 0
R
Por outro lado, o denominador na expressão (19.39) representa o dobro da energia
JD
cinética de referência do sistema,
Z `
m (x) (Φ (x))2 dx = 2T ∗ . (19.42)
0
A expressão (19.39) para o quociente de Rayleigh pode, então, escrever-se:
R`
2 0 k (x) (L (Φ (x)))2 dx + k̄ (Φ (`))2
R (Φ (x)) = ω = R` 2
. (19.43)
0 m (x) (Φ (x)) dx
A expressão assim obtida para o quociente de Rayleigh é idêntica à expressão (19.36)
estabelecida através da análise energética. Assim, a expressão do quociente de Rayleigh
R (Φ (x)) = ω 2 = VTmax
∗ é válida para qualquer sistema contínuo e para qualquer tipo de
condições de fronteira desde que estas sejam consideradas na energia potencial máxima
Vmax e na energia cinética de referência T ∗ .
Considere-se um outro caso para o qual a equação característica é idêntica e onde as
condições de fronteira, geométrica e natural, são agora
∂ 2 v (x, t)
V (0) = 0 k (x) L (V (x))|x=` = −M . (19.44)
∂t2
R
x v ( x ,t) = V ( x ) g ( t)
JD
m ( x ) , k ( x )
M
R` R`
− 0 Φ (x) L (k (x) L (Φ (x))) dx = Φ (x) k (x) L (Φ (x))|`0 + 0 k (x) (L (Φ (x)))2 dx
JD
R`
= −Φ (`) k (`) L (Φ (`)) +Φ (0) k (0) L (Φ (0)) + 0 k (x) (L (Φ (x)))2 dx
| {z }
ω 2 M Φ2 (`)
R`
= −ω 2 M Φ2 (`) + 0 k (x) (L (Φ (x)))2 dx.
(19.46)
JDR
328 19. Sistemas contínuos: Métodos aproximados
R
R` 2
0 m (x) (Φ (x)) dx
A equação anterior pode resolver-se em ordem a ω 2 , obtendo-se como resultado,
JD
R`
2 0 k (x) (L (Φ (x)))2 dx 2Vmax
R (Φ (x)) = ω = R ` = , (19.48)
2
m (x) (Φ (x)) dx + M (Φ (`)) 2 2T ∗
0
onde o numerador representa o dobro da energia potencial máxima e o denominador re-
presenta o dobro da energia cinética de referência do sistema, incluindo a energia cinética
associada à massa que define a condição de fronteira natural.
As expressões (19.43) e (19.48) são obtidas, respectivamente, a partir das expressões
(19.39) e (19.45) por um procedimento de integração por partes. Como resultado, o nu-
merador em (19.43) e (19.48) envolve somente derivadas da função Φ (x) de ordem igual
a metade da ordem do problema (ordem do operador diferencial L ). Além disso, o efeito
de apoios elásticos e de massas concentradas é automaticamente considerado na energia
potencial Vmax e na energia cinética de referência T ∗ , respectivamente. A única caracterís-
tica não reflectida pelas formas (19.43) e (19.48) do quociente de Rayleigh é a verificação
das condições de fronteira geométricas. Assim, com o quociente de Rayleigh na forma
R (Φ (x)) = ω 2 = VTmax∗ , as características do sistema são consideradas por funções de
por sua vez, engloba o conjunto das "funções teste", contendo este o conjunto das funções
características.
e s p a ç o fu n c io n a l
fu n ç õ e s a d m is s ív e is
fu n ç õ e s te ste
fu n ç õ e s c a r a c t e r ís t ic a s
. r( x ) r = 1 ,2 , ...
R
JDR
19.4. Método de Rayleigh-Ritz 329
R
4. calcular a estimativa por excesso da frequência fundamental,
ω 2 = VTmax
∗ .
JD
d
• Vibração de torção de veios: V (x) = Θ (x) e L () = dx ()
2
1 ` dΘ(x)
R
– Vmax = 2 0 GIp (x) dx dx + Vcfn
R
`
– Tmax = ω 2 12 0 J (x) (Θ (x))2 dx + Tcfn
∗
d
• Vibração longitudinal de barras: V (x) = U (x) e L () = dx ()
R` 2
– Vmax = 12 0 EA (x) dUdx(x) dx + Vcfn
R
`
– Tmax = ω 2 12 0 ρA (x) (U (x))2 dx + Tcfn
∗
d2
• Vibração de flexão de vigas: V (x) = V (x) e L () = dx2
()
2 2
1 ` d V (x)
R
– Vmax = 2 0 EI (x) dx2 dx + Vcfn
R
`
– Tmax = ω 2 12 0 ρA (x) (V (x))2 dx + Tcfn ∗
R
Vmax
R (V (x)) = ω 2 =
T∗
(19.50)
N̄ (V (x)) N (ai i = 1, . . . , n)
= = ,
D̄ (V (x)) D (ai i = 1, . . . , n)
JDR
330 19. Sistemas contínuos: Métodos aproximados
x l
V x
R
JD
x +
l
a O x
x l
a O x +
x l
a nO nx
ai i = 1, . . . , n.
JD
Para tornar o quociente de Rayleigh estacionário, iguala-se a zero cada uma das deri-
∂ (ω 2 )
vadas parciais ∂ar em relação a cada um dos coeficientes ar r = 1, 2, . . . , n, e obtém-se
∂N ∂D
∂ω 2 D ∂ar −N ∂ar
= =0 r = 1, 2, . . . , n. (19.51)
∂ar D2
géneo
JD
∂N (ai i = 1, . . . , n) ∂D (ai i = 1, . . . , n)
− ω2 =0 r = 1, . . . , n. (19.54)
∂ar ∂ar
JDR
19.4. Método de Rayleigh-Ritz 331
N = Vmax
R
Z`
1
= k (x) (L (U (x)))2 dx
JD
2
0
Z` n n
(19.55)
X X
1
= k (x) ai L (ψi (x)) aj L (ψj (x)) dx
2
0 i=1 j=1
n n Z`
1 XX
= k (x) L (ψi (x)) L (ψj (x)) dx ai aj ,
2
i=1 j=1 0
D = T∗
Z`
1
= m (x) (V (x))2 dx
2
0
Z` n n
(19.56)
X X
1
= m (x) ai ψi (x) aj ψj (x) dx
2
0 i=1 j=1
R
n n Z`
1 XX
JD
n n
1 XX
N (ai i = 1, . . . , n) = kij ai aj (19.57)
2
i=1 j=1
n n
1 XX
D (ai i = 1, . . . , n) = mij ai aj , (19.58)
2
i=1 j=1
onde os coeficientes kij e mij são constantes e simétricos, kij = kji e mij = mji , e dados
pelas expressões
Z `
R
Z `
mij = m (x) ψi (x) ψj (x) dx. (19.60)
0
∂N ∂D
As derivadas parciais ∂ar e ∂ar em relação aos coeficientes ar r = 1, 2, . . . , n, são então
JDR
332 19. Sistemas contínuos: Métodos aproximados
R
i=1 j=1
n n
1 XX
JD
= kij (δir aj + ai δjr )
2
i=1 j=1
n n r = 1, . . . , n, (19.61)
1 X 1X
= krj aj + kir ai
2 2
j=1 i=1
n
X
= krj aj
j=1
n n
∂D 1 XX ∂ai ∂aj
= mij aj + ai
∂ar 2 ∂ar ∂ar
i=1 j=1
n X n
1 X
= mij (δir aj + ai δjr )
2
i=1 j=1
n n r = 1, . . . , n. (19.62)
1 X 1X
= mrj aj + mir ai
2 2
j=1 i=1
n
R
X
= mrj aj
j=1
JD
∂N ∂D
Com as expressões (19.62) para ∂a r
r = 1, . . . , n e ∂ar r = 1, . . . , n, o problema homo-
géneo (19.54) pode escrever-se na forma
n
X
krj − ω 2 mrj aj = 0
r = 1, . . . , n, (19.63)
j=1
n
A substituição do vector {a}r = a1r a2r . . . air . . . anr na expansão (19.49)
para V (x) conduz, pois, à melhor aproximação para a forma natural de ordem r,
JD
JDR
19.4. Método de Rayleigh-Ritz 333
R
• Expansão da função deslocamento axial U (x),
JD
n
X
U (x) = ai ψi (x)
i=1
` 2
1 dU (x) 1
Z
Vmax = EA (x) dx + kc (U (xc ))2
2 0 dx 2
`
1 1
Z
∗
T = ρA (x) (U (x))2 dx + Mc (U (xc ))2
2 0 2
`
dψi (x) dψj (x)
Z
kij = EA (x) dx + kc ψi (xc ) ψj (xc ) i, j = 1, 2, . . . , n
0 dx dx
R
Z `
mij = ρA (x) ψi (x) ψj (x) dx + Mc ψi (xc ) ψj (xc ) i, j = 1, 2, . . . , n
0
Vibração de torção
n
X
Θ (x) = ai ψi (x)
i=1
` 2
1 dΘ (x) 1
Z
Vmax = GIp (x) dx + kc (Θ (xc ))2
2 0 dx 2
`
1 1
Z
T∗ = ρIp (x) (Θ (x))2 dx + Jc (Θ (xc ))2
JD
2 0 2
`
dψi (x) dψj (x)
Z
kij = GIp (x) dx + kc ψi (xc ) ψj (xc ) i, j = 1, 2, . . . , n
0 dx dx
JDR
334 19. Sistemas contínuos: Métodos aproximados
Z `
mij = ρIp (x) ψi (x) ψj (x) dx + Jc ψi (xc ) ψj (xc ) i, j = 1, 2, . . . , n
R
0
JD
Vibração de flexão
n
X
V (x) = ai ψi (x)
i=1
` 2
d2 V (x)
1 1
Z
Vmax = EI (x) dx + kc (V (xc ))2
2 0 dx 2
`
1 1
Z
T∗ = ρA (x) (V (x))2 dx + Mc (V (xc ))2
2 0 2
R
`
d2 ψi (x) d2 ψj (x)
Z
kij = EI (x) dx + kc ψi (xc ) ψj (xc ) i, j = 1, 2, . . . , n
0 dx2 dx2
Z `
mij = ρA (x) ψi (x) ψj (x) dx + Mc ψi (xc ) ψj (xc ) i, j = 1, 2, . . . , n
0
H Exemplo
A figura representa uma viga de secção variável e de comprimento `. O material da viga
possui módulo de elasticidade E e massa volúmica ρ.
x 2
R
ψ1 (x) = 1 −
`
JD
x x 2
ψ2 (x) = 1− ,
` `
b) Verificar a aplicabilidade das funções de aproximação propostas e classificá-las.
JDR
19.4. Método de Rayleigh-Ritz 335
R
e das formas naturais;
JD
e) Representar graficamente a aproximação das formas naturais.
O >
N D
19.4.0.1 Resolução
a) Escrever e classificar as condições de fronteira
As condições de fronteira do problema são:
R
d2 V (x) d3 V (x)
EI = 0 (i) EI = 0 (ii)
JD
As condições de fronteira (i) e (ii) são naturais e as condições (iii) e (iv) são geomé-
tricas.
x 2 x x 2
ψ1 (x) = 1 − ψ2 (x) = 1−
` ` `
d2 ψ1 (x) 2 d2 ψ2 (x) 4 6x
R
= 2 =− 2 + 3
dx2 ` dx2 ` `
JD
JDR
336 19. Sistemas contínuos: Métodos aproximados
dψ1
ψ1 (x) |x=` = 0 =0
dx x=`
R
dψ2
ψ2 (x) |x=` = 0 =0
JD
dx x=`
1
0.9
0.8
ψ1(x); ψ2(x)
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
R
0.1
0
JD
x b x 3
A (x) = bh I (x) = h
` 12 `
O quociente de Rayleigh com a função de aproximação ψ1 (x) é, por definição, dado
R
pela expressão,
JD
2
1
R` d2 ψ1 (x)
Vmax 2 0 EI (x) dx2
dx
R (ψ1 (x)) = = `
T∗ 1 2
R
2 0 ρA (x) (ψ1 (x)) dx
JDR
19.4. Método de Rayleigh-Ritz 337
1
0.9
R
0.8
0.7
JD
0.6
ψ (x)
0.5
1
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
x/l
Ebh3 ` 3 2 2
R
12` 3 0 x ` 2 dx
R (ψ1 (x)) = ρbh R ` x 4
` 0 x 1− ` dx
R
s
p Eh2
ωR = R (ψ1 (x)) = 1.5811 rad/s.
ρ`4
2
R` d2 V (x)
Vmax 0 EI (x) dx dx2
R (V (x)) = ∗
= R`
T 2
0 ρA (x) (V (x)) dx
As condições de estacionaridade,
JDR
338 19. Sistemas contínuos: Métodos aproximados
∂R (V (x) , a1 , a2 ) ∂R (V (x) , a1 , a2 )
=0 =0
∂a1 ∂a2
R
conduzem ao problema generalizado de valores e vectores próprios da forma,
JD
k11 k12 a1 m11 m12
a 1
= ω2
k21 k22 a
2 m21 m22 a2
` 2
d2 ψ1
Z
k11 = EI (x) dx
0 dx2
`
d2 ψ1 d2 ψ2
Z
k12 = k21 = EI (x) dx
0 dx2 dx2
` 2
d2 ψ2
Z
R
k22 = EI (x) dx
0 dx2
JD
Em relação aos coeficientes simétricos da matriz de massa, estes são dados pelas
seguintes expressões,
Z `
m11 = ρA (x) (ψ1 (x))2 dx
0
Z `
m12 = m21 = ρA (x) ψ1 (x) ψ2 (x) dx
0
Z `
m22 = ρA (x) (ψ2 (x))2 dx
0
30 30 105 280
JDR
19.4. Método de Rayleigh-Ritz 339
onde
s
ρ`4 Eh2
R
ω̄ 2 = ω 2 ω = ω̄
Eh2 ρ`4
JD
Este sistema de equações homogéneas admite soluções não triviais desde que o
determinante característico seja nulo. Para isso, calculando e anulando o determi-
nante característico obtém-se a seguinte equação polinomial característica,
2
1 1 1 1 1 1
− ω̄ 2 − ω̄ 2 − − ω̄ 2 =0
12 30 30 280 30 105
1 4 13 2 1
ω̄ − ω̄ + = 0
294 140 5
s s
Eh2 Eh2
ω1 = 1.5353 rad/s ω2 = 4.9942 rad/s
ρ`4 ρ`4
a11 0.9164 a12 −0.2633
{a}1 = = {a}2 = =
a −0.4002 a 0.9647
21 22
x 2 x x 2
= 0.9164 1 − − 0.4002 1−
JD
` ` `
JDR
340 19. Sistemas contínuos: Métodos aproximados
R
0
φ1(x); φ2(x)
JD
−2
−4
−6
−8
x∼= 0.273`.
N
JD
n
X
v (x, t) = ψi (x) qi (t) , (19.66)
i=1
JDR
19.5. Método dos modos assumidos 341
R
dependem da solução v(x, t) e das suas derivadas parciais em relação a t e a x e podem
exprimir-se em termos da solução dos modos assumidos dada pela equação (19.66). Em
JD
conjunto com a solução (19.66), o método dos modos assumidos utiliza as equações de
movimento de Lagrange para obtenção das equações do movimento do modelo discreto
associado com o sistema contínuo. No essencial, este método trata o sistema contínuo
como um sistema discreto com n graus de liberdade representados pelas coordenadas
generalizadas qi (t) i = 1, . . . , n.
0 x l
v ( x ,t)
0 x +
l
O 1( x ) q 1( t)
0 x l
R
O 2( x ) q 2( t) +
JD
0 x l
O n(x )q n(t)
Fr (t)δ(x − xr ) r = 1, . . . , l (19.67)
actuando nas secções de coordenada x = xr , sendo δ(x − xr ) a função delta de Dirac2 .
A energia de deformação elástica V (t), a energia cinética T (t) e o trabalho virtual das
forças não conservativas δW (t) são dados, respectivamente, pelas expressões integrais,
R
`
1
Z
V (t) = k(x) (L (v(x, t)))2 dx, (19.68)
JD
2 0
`
1
Z
T (t) = m(x) (v̇(x, t))2 dx, (19.69)
2 0
2
R`
Note-se que δ(x − xr ) = 0 para x 6= xr e 0
δ(x − xr ) dx = 1.
JDR
342 19. Sistemas contínuos: Métodos aproximados
F r t
fx ,t
R
u ( x ,t) = U ( x ) g ( t) m ( x ) x
JD
k ( x )
x G ( x ,t) = 3 ( x ) g ( t)
x r
v ( x ,t) = V ( x ) g ( t)
l
Z `" l
#
X
δW = f (x, t) + Fr (t)δ(x − xr ) δv(x, t) dx, (19.70)
0 r=1
onde v(x, t) representa a função deslocamento, v̇(x, t) a respectiva velocidade e L um ope-
rador diferencial de ordem p. Substituindo a aproximação (19.66) para o deslocamento
v(x, t) na expressão (19.68) da energia de deformação elástica, obtém-se,
` n n
1
Z
R
X X
V (t) = k(x) L (ψi (x)) qi (t) L (ψj (x)) qj (t) dx
2 0 i=1 j=1
JD
n n Z `
1 XX
= qi (t)qj (t) k(x)L (ψi (x)) L (ψj (x)) dx (19.71)
2 0
i=1 j=1
n X n
1 X
= kij qi (t)qj (t),
2
i=1 j=1
2 0
i=1 j=1
n X n
JD
1 X
= mij q̇i (t)q̇j (t),
2
i=1 j=1
JDR
19.5. Método dos modos assumidos 343
Z `
mij = mji = m (x) ψi (x) ψj (x) dx i, j = 1, . . . , n. (19.74)
0
R
Para o trabalho virtual das forças não conservativas, a substituição da solução (19.66)
JD
na expressão (19.70) conduz a,
Z `" l n
#
X X
δW (t) = f (x, t) + Fr δ(x − xr ) ψi (x) δqi (t) dx
0 r=1 i=1
n l
"Z #
X ` X
= f (x, t)ψ(x) dx + Fr (t)ψi (xr ) δqi (19.75)
i=1 0 r=1
n
X
= Qi (t)δqi ,
i=1
Z ` l
X
Qi (t) = f (x, t)ψi (x) dx + Fr (t)ψi (xr ) i = 1, . . . , n. (19.76)
0 r=1
R
Refira-se que, os coeficientes de rigidez kij , expressão (19.74), contêm derivadas das
JD
n
X n
X
mij q̈j (t) + kij qj (t) = Qi , i = 1, . . . , n. (19.78)
j=1 j=1
onde [m] e [k] representam, respectivamente, a matriz dos coeficientes de massa e a ma-
triz dos coeficientes de rigidez, e os vectores de deslocamentos generalizados {q(t)}, de
acelerações generalizadas {q̈(t)} e de forças generalizadas {Q(t)} têm como componen-
tes,
JDR
344 19. Sistemas contínuos: Métodos aproximados
q1 (t)
q̈1 (t)
Q1 (t)
R
q2 (t)
q̈2 (t)
Q2 (t)
{q(t)} = .. , {q̈(t)} = .. , {Q(t)} = .. . (19.80)
JD
.
.
.
qn (t) q̈n (t) Qn (t)
Refira-se que, se as funções de aproximação ψ(x) usadas na expansão (19.66) são idên-
R
JDR
19.5. Método dos modos assumidos 345
condições iniciais. Com efeito, a sua principal vantagem reside no facto de se poderem
derivar expressões gerais para a resposta no tempo em termos das funções admissíveis.
A equação matricial (19.79) é formalmente idêntica ao modelo espacial de um sistema
R
discreto com n graus de liberdade. Em consequência, a resolução das equações (19.79)
utilizando os procedimentos habituais, como a análise modal ou a integração directa,
JD
conduz à determinação da resposta forçada do sistema em termos das coordenadas ge-
neralizadas qi (t) i = 1, . . . , n. Com a resposta nas coordenadas generalizadas, e de acordo
com a aproximação da solução assumida na equação (19.66), obtém-se a resposta do sis-
tema contínuo no tempo,
n
X
v (x, t) = ψi (x) qi (t) , (19.85)
i=1
sendo a resposta v(x, t) expressa em termos das funções interpoladoras admissíveis ψi (t) i =
1, . . . , n e das coordenadas generalizadas qi (t) i = 1, . . . , n.
Exemplos H
R
∂2
p = 2, L= , k(x) = EI(x), m(x) = ρA(x).
∂x2
Exemplo 1 Considere-se uma viga em flexão com a extremidade x = 0 fixa e com uma
massa M concentrada (inércia de rotação desprezável) na extremidade x = `, como se
ilustra na figura 19.13.
A , I, E , H
M
R
x
JD
v x , t = 5 O i x q i t
JDR
346 19. Sistemas contínuos: Métodos aproximados
R
Z ` X n Xn X n Xn
1 1
= ρA(x) ψi (x)q̇i (t) ψj (x)q̇j (t) dx + M ψi (`)q̇i (t) ψj (`)q̇j (t)
JD
2 0 2
i=1 j=1 i=1 j=1
n n Z `
1 XX
= q̇i (t)q̇j (t) ρA(x)ψi (x)ψj (x) dx + M ψi (`)ψj (`)
2 0
i=1 j=1
n n
1 XX
= mij q̇i (t)q̇j (t),
2
i=1 j=1
` 2
∂ 2 v(x, t)
1
Z
V (t) = EI(x) dx
2 0 ∂x2
n n
1 ` d2 ψi (x) d2 ψj (x)
Z X X
= EI(x) qi (t) qj (t) dx
2 0 dx2 dx2
R
i=1 j=1
n n Z `
1 XX d2 ψi (x) d2 ψj (x)
JD
Exemplo 2 Considere-se uma viga em flexão com a extremidade x = 0 fixa e com uma
mola linear elástica de rigidez linear k na extremidade x = `, como se ilustra na figura
19.14.
A energia cinética do sistema é dada pela expressão,
`
1
Z
T (t) = ρA(x) (v̇(x, t))2 dx
2 0
` n n
R
X X
1
Z
= ρA(x) ψi (x)q̇i (t) ψj (x)q̇j (t) dx
2 0 i=1 j=1
JD
n X
n `
1 X Z
= q̇i (t)q̇j (t) ρA(x)ψi (x)ψj (x) dx
2 0
i=1 j=1
n X n
1 X
= mij q̇i (t)q̇j (t),
2
i=1 j=1
JDR
19.5. Método dos modos assumidos 347
R
0
Por outro lado, a energia potencial elástica pode escrever-se na forma,
JD
` 2
∂ 2 v(x, t)
1 1
Z
V (t) = EI(x) 2
dx + k (v(`, t))2
2 0 ∂x 2
Z ` n
X d2 ψi (x) n
X d2 ψj (x) n n
1 1 X X
= EI(x) q i (t) q j (t) dx + k ψi (`)q i (t) ψj (`)qj (t) dx
2 0 dx2 dx2 2
i=1 j=1 i=1 j=1
n X n Z ` 2 2
1 X d ψi (x) d ψj (x)
= qi (t)qj (t) EI(x) dx + kψi (`)ψj (`)
2 0 dx2 dx2
i=1 j=1
n X n
1 X
= kij qi (t)qj (t),
2
i=1 j=1
A , I, E , H
x
R
k
JD
v x , t = 5 O i x q i t
l
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
CAPÍTULO 20
Controlo de vibrações
20.1.1 Introdução
Em geral, o isolamento de vibrações consiste em reduzir a grandeza de forças dinâmi-
cas transmitidas por componentes móveis ou equipamentos para as suas fundações de
suporte (transmissão activa), ou em reduzir o movimento transmitido para os equipa-
mentos por bases móveis (transmissão passiva), conforme se representa na figura 20.1.
Quando forças geradas por componentes móveis de um equipamento são transmiti-
das à fundação que suporta o equipamento, são induzidas vibrações, por vezes indese-
jáveis, a toda a estrutura que envolve o equipamento (transmissão activa). A transmis-
são destas forças pode ser consideravelmente reduzida montando o equipamento sobre
os designados apoios anti-vibratórios que são, basicamente, placas de um elastómero
como o neoprene. Estas placas actuam como elementos elásticos, molas, com um amor-
tecimento inerente e são normalmente modelizados como uma mola e um amortecedor.
Instrumentos ou equipamentos de medição, por exemplo, podem não funcionar correcta-
mente ou sofrer mesmo danos se não estiverem convenientemente isolados dos suportes
nos quais estão montados (transmissão passiva).
São vários os tipos e as configurações de apoios para isolamento de vibrações que
estão comercialmente disponíveis.
R
JD
20.1.2 Transmissibilidade
Considerando o modelo de transmissão representado na figura 20.1 e assumindo que a
base de suporte está fixa, a força transmitida à base vale
349
350 20. Controlo de vibrações
f( t) = F s in M t
x ( t) x ( t)
R
m m
JD
k c k c y ( t) = Y s in M t
fu n d a ç ã o b a se m ó v e l
e apresenta uma amplitude FT cuja razão para a amplitude F da força aplicada designa-
se por transmissibilidade e é dada pela expressão, conforme visto anteriormente,
q
FT 1 + (2ξβ)2
= TR = q (20.2)
F
(1 − β 2 )2 + (2ξβ)2
R
ξ.
A análise da variação da transmissibilidade em função da frequência de excitação ω,
ou da razão de frequências β, permite-nos concluir o seguinte:
JDR
20.1. Isolamento de vibrações 351
ξ =0
ξ = 0.1
R
JD
X(ω)
Y
ξ = 0.2
=
FT (ω)
ξ = 0.3
F
TR =
ξ = 0.5 isolamento
ξ = 0.7
0 √
0 2
ω
β= ωn
1
R = 1 − TR = 1 − 2 . (20.5)
ω
ωn −1
JDR
352 20. Controlo de vibrações
r
ω 2−R
= . (20.6)
ωn 1−R
R
A expressão anterior pode ser usada para determinar a rigidez k do sistema de isola-
mento para uma determinada redução R na transmissibilidade de uma q fonte de excitação
JD
de frequência ω actuando num sistema de massa m, pois que ωn = k/m,
r r
2 − R k 2−R
ω = ωn2 = . (20.7)
1−R m1−R
Uma forma mais expedita da expressão (20.7) pode ainda ser obtida, exprimindo a
frequência natural ωn em termos da deflexão estática δs , provocada pelo peso próprio do
equipamento no sistema isolador, e a frequência de excitação ω em rotações por minuto
(rpm). Assim, vem então,
k kg g
ωn2 = = = (20.8)
m P δs
e
2πN
ω= . (20.9)
60
Substituindo (20.8) e (20.9) na expressão (20.7), obtém-se,
R
r !
1 30 2−R
N=√ g . (20.10)
δs π 1−R
JD
P
k= (20.11)
δs
A análise da expressão (20.10) revela ainda que, para uma dada frequência de ex-
citação N , quanto menor a rigidez k, maior a redução R na transmissibilidade (menor
T R).
Aplicando o logaritmo a ambos os membros da expressão (20.10), obtém-se a seguinte
expressão,
r !
1 30 2−R
log N = − log δs + log g , (20.12)
| {z } | 2 {z } π 1−R
y
mx | {z }
b
gráfico constituído por uma família de curvas para esta equação, tendo R como parâme-
JD
tro. Estas curvas podem ser usadas para determinar a rigidez k, através de δs e m, de um
sistema isolador para atingir uma redução R específica na transmissibilidade, figura 20.3.
JDR
20.1. Isolamento de vibrações 353
R = 95%
R
JD
R = 90%
N /rpm
R = 10%
δs /m
Para frequências de excitação muito baixas, pode ser difícil fornecer um isolamento
eficiente. Com efeito, para estas frequências a deflexão estática pode tornar-se tão elevada
que o isolamento se torna impraticável.
R
montado numa grande massa M , figura 20.4, de modo que a frequência natural vem,
q
k
(m+M )
fn = [Hz] (20.13)
2π
Frequências da ordem de 1.5 Hz podem podem ser atingidas desta forma sem grande
dificuldade. A expressão (20.6) mostra que, com fn = 1.5 Hz, pode atingir-se uma re-
dução de 90% (R = 0.9) para uma baixa frequência de excitação da ordem dos 5 Hz. A
expressão (20.10) mostra que para os valores referidos, o sistema apresentaria uma defle-
xão estática δs ∼
= 109 mm, o que é um valor praticável.
x ( t)
F s in M t
m
x ( t) x ( t)
m + M M m + M
R
Y s in M t
k k
JD
Por vezes, é necessário um sistema de isolamento para mais do que uma frequência
de excitação. Por exemplo, nos motores de combustão há uma frequência de excitação
JDR
354 20. Controlo de vibrações
R
gura 20.2 que a frequência de excitação mais baixa é a de maior importância, pois a trans-
missibilidade de força ou de movimento da base diminui à medida que ωωn aumenta. Isto
JD
é, a redução R para uma frequência de excitação ω2 > ω1 será ainda maior do que para
ω1 < ω2 .
F s in M t x 1( t)
R
m 1
JD
k 1
1
0 ω = ωn
R
ω
JD
JDR
20.2. Absorsor de vibrações 355
O sistema resultante é um sistema com dois graus de liberdade e que, para a mesma
frequência de excitação actuante sobre o primário, apresenta uma amplitude de resposta
ao nível da massa do primário reduzida ou até mesmo nula.
R
x 2( t)
JD
m 2
F s in M t x 1( t) x 2( t) F s in M t k x 1( t)
2
m 1 m 2 m 1
k 2
k 1 k 1
tema com dois graus de liberdade, x1 (t) e x2 (t), as equações de movimento escrevem-se,
JD
m1 ẍ1 (t) + (k1 + k2 ) x1 (t) − k2 x2 (t) = F1 sin ωt
, (20.14)
m ẍ (t) − k x (t) + k x (t) = 0
2 2 2 1 2 2
m1 0 ẍ1 (t) k1 + k2 −k2 x1 (t) F1 sin ωt
+ = . (20.15)
0 m2 ẍ2 (t) −k2 k2 x (t)
2 0
As equações de movimento apresentam-se ligadas entre si, o que significa que o mo-
vimento da massa m1 interactua com o movimento da massa m2 e vice-versa.
JDR
356 20. Controlo de vibrações
k2 − ω 2 m2 F1
R
X1 (ω) = , (20.18)
((k1 + k2 ) − ω 2 m1 ) (k2 − ω 2 m2 ) − (k2 )2
JD
k2 F1
X2 (ω) = . (20.19)
((k1 + k2 ) − 2
ω m1 ) (k2 − ω 2 m2 ) − (k2 )2
Refira-se que o denominador das expressões para X1 (ω) e X2 (ω) é o determinante ca-
racterístico, cujas raízes são as frequências naturais de vibração do sistema. Assim, para
uma frequência de excitação ω próxima de uma qualquer das duas frequências naturais,
as amplitudes X1 (ω) e X2 (ω) tendem para valores elevados.
Para melhor caracterizar o movimento de resposta e relacionar as propriedades me-
cânicas do sistema principal com as do sistema auxiliar, na perspectiva do seu dimensio-
namento, introduz-se a seguinte notação,
q
k1
i. ωn = m 1
frequência natural do sistema principal isolado;
q
k2
ii. ωs = m2 frequência natural do sistema secundário isolado;
ωs
iii. α = ωn razão das frequências naturais;
ω
iv. β = razão de frequência;
R
ωn
m2
v. ε = m1 razão de massas;
JD
F1
vi. Xs = k1 deslocamento estático.
2
1 − ωωs
X1 (ω) = Xs 2 2 2 2
1 + ε ωωns − ωωn 1 − ωωs − ε ωωns , (20.20)
α2 − β 2
= Xs
(1 − β 2 ) (α2 − β 2 ) − εα2 β 2
1
X2 (ω) = Xs 2 2 2 2
ωs
1+ε ωn
ω
− ωn 1 − ωωs − ε ωωns
. (20.21)
R
α2
= Xs
(1 − β 2 ) (α2 − β 2 ) − εα2 β 2
JD
α2 − β 2 = 0, (20.22)
JDR
20.2. Absorsor de vibrações 357
ou então
α = β. (20.23)
R
Tendo em conta as definições (iii) e (iv), a condição anterior pode ainda escrever-se,
JD
ωs ω
= (20.24)
ωn ωn
donde resulta finalmente que
r
k2
ωs = = ω, (20.25)
m2
isto é, para uma frequência natural do sistema auxiliar ωs idêntica à frequência ω de
excitação, a amplitude de vibração da massa principal é nula e o sistema auxiliar diz-se
sintonizado para a frequência de excitação.
Assim, para eliminar completamente a amplitude de vibração da massa principal, o
secundário deve ser dimensionado ou ajustado de modo que a sua frequência natural ωs
seja idêntica à frequência de excitação ω.
Para uma frequência de excitação ω idêntica à frequência natural do primário, ω = ωn ,
e com o secundário sintonizado para a frequência de excitação, ω = ωs , verifica-se que
ω = ωn = ωs e, de acordo com a definição (iii), verifica-se igualmente que o parâmetro α
é igual a 1, α = 1. Para α = 1, o sistema secundário está sintonizado para a frequência de
excitação ω, a amplitude X1 (ω) é nula, X1 (ω) = 0, e a amplitude X2 (ω) do movimento
R
1 F1 m1 F1 k1 ωs2 F1 k1 2 F1
JD
X2 (ω) = −Xs =− =− 2
=− β =− (20.26)
ε k1 m2 k1 ωn k2 k1 k2 k2
Nestas condições, a amplitude F21 da força exercida pela mola de rigidez k2 sobre a
massa m1 é igual a
F1
F21 = k2 X2 (ω) = −k2 = −F1 . (20.27)
k2
Assim, o sistema secundário exerce na massa principal uma força f21 (t) de amplitude
F21 que equilibra a força aplicada f (t) de amplitude F1 .
Na figura 20.8 representam-se as amplitudes X1 (ω) e X2 (ω) de um sistema com o
absorsor (secundário) sintonizado para a frequência de excitação.
R
JD
JDR
358 20. Controlo de vibrações
R
X1 (ω)
X2 (ω)
Xs
Xs
JD
1 1
0 ω1 ω2 0 ω1 ω2
ω ω
ω ω
(a) amplitude do primário (b) amplitude do secundário (absorsor)
Figura 20.8: Variação das amplitudes X1 (ω) e X2 (ω) com a frequência de excitação ω
Xs
Xs
1
1
0 ω1, ω1 ω2 ω2, 0 ω,
1 ω1 ω2 ω2,
ω ω
(a) banda de funcionamento (b) ampliação da banda de funcionamento
1 − β2 α2 − β 2 − εα2 β 2 = 0.
(20.28)
JDR
20.2. Absorsor de vibrações 359
β 4 − α2 + εα2 + 1 β 2 + α2 = 0.
R
(20.29)
No caso particular de α = 1, vem
JD
β 4 − (2 + ε) β 2 + 1 = 0, (20.30)
ou ainda, introduzindo a definição de ε,
4 m2
β − 2+ β 2 + 1 = 0, (20.31)
m1
que é a equação de frequências para α = 1, e cujas raízes são as frequências naturais
ω1 e ω2 . De acordo com a expressão (20.31) pode observar-se que o afastamento entre
m2
as frequências ω1 e ω2 depende da razão de massas ε = m 1
, conforme se representa na
figura 20.10.
ω1 ω2
ω1 ; ω2
R
JD
0
0
m2
ε= m1
JDR
360 20. Controlo de vibrações
R
JD
w m
k m
w
k
k x ( t)
x ( t)
m
R
m m
x ( t) k x ( t)
JD
(a) (b)
(c)
JDR
R
JD
CAPÍTULO 21
Transdutores de vibração
21.1 Introdução
R
nais eléctricos equivalentes, isto é, transformam uma forma de energia (mecânica) noutra
forma de energia (eléctrica).
Para medir um fenómeno dinâmico e obter informação válida, deve utilizar-se um
transdutor cuja banda de ‘resposta plana’ seja adequada ao fenómeno a medir. Com
efeito, é somente nesta banda que a resposta (saída) do transdutor é essencialmente inde-
pendente das componentes de frequência presentes no fenómeno dinâmico a ser medido.
O critério de escolha de um transdutor de vibrações está relacionado com um vasto
conjunto de factores dos quais se destacam a sua massa, dimensão, sensibilidade e apli-
cação. O acoplamento de um transdutor a uma estrutura implica inevitavelmente altera-
ções nas sua propriedades dinâmicas, nomeadamente na rigidez local da estrutura onde
o transdutor é fixado e na massa do sistema.
361
362 21. Transdutores de vibração
R
x ( t)
JD
m
z ( t)
k c y ( t) = Y s in M t
s is t e m a e m v ib r a ç ã o
O transdutor consiste numa massa m, designada por massa sísmica, num elemento
elástico de rigidez k e num amortecedor de constante c no interior de uma caixa que
é fixada ao sistema em vibração. Com este arranjo, a caixa está sujeita ao movimento
do sistema em vibração a medir, e esta vibração excita a massa suspensa do transdutor
através do deslocamento imposto à caixa.
Assumindo um movimento harmónico y (t) para o sistema em vibração,
R
β2 2ξβ
Z (ω) = Y q φ = tg −1 . (21.7)
1 − β2
(1 − β 2 )2 + (2ξβ)2
JDR
21.3. Vibrómetro 363
R
JD
ξ = 0.1
Z(ω)
ξ = 0.3
Y
ξ = 0.5
ξ = 0.7
ξ = 0.9
0
π
φ/◦
π
2 ξ = 0.1 ξ = 0.3 ξ = 0.5 ξ = 0.7 ξ = 0.9
0
0 1
ω
β= ωn
Para a medição de vibrações são utilizados, em geral, dois tipos de transdutores sís-
JD
21.3 Vibrómetro
Um vibrómetro é um instrumento que mede o deslocamento de um sistema em vibração.
Para determinar as características deste tipo de transdutor e a sua banda de frequência
útil, considere-se a expressão da transmissibilidade de deslocamento relativo de um sis-
tema com excitação da base,
R
Z (ω) β2
=q . (21.8)
Y 2 2
JD
2
(1 − β ) + (2ξβ)
JDR
364 21. Transdutores de vibração
Z (ω) ∼
= Y. (21.9)
R
JD
Z(ω) ξ = 0.1
ξ = 0.3
Y
ξ = 0.5
ξ = 0.7
ξ = 0.9
1
0
0 1 3 ...
ω
β= ωn
Isto significa que, para além de a amplitude Z (ω) do movimento relativo ser aproxi-
madamente idêntica à amplitude Y do movimento imposto à caixa, a massa sísmica do
R
β2 ∼
q = 1, (21.10)
2 2 2
(1 − β ) + (2ξβ)
o deslocamento relativo z (t) vale,
z (t) ∼
= Y sin (ωt − φ) . (21.11)
A comparação das expressões (21.11) e (21.1) mostra que z (t) é idêntico ao movi-
mento y (t) excepto no ângulo de fase φ. Assim, o deslocamento z (t) está em atraso de
fase em relação ao movimento y (t) que se pretende medir de um tempo ωφ . No entanto,
o desfasamento pode não ser relevante se o deslocamento y (t) da base consistir numa
única componente harmónica.
Como para a verificação da condição (21.10) a razão de frequências β = ωωn tem de
q
k
ser elevada ( β > 3 ), em consequência a frequência natural do transdutor ωn = m tem
de ser baixa, o que significa que a massa sísmica tem de apresentar um valor elevado
e a rigidez um valor baixo. Estes requisitos conduzem a transdutores tipo vibrómetro
de grande atravancamento e de massa elevada que são desadequados em determinadas
aplicações (sistemas ligeiros).
R
= Y.
Sem qualquer tipo de mecanismo de amortecimento adicional, para além do amorteci-
mento inerente ao próprio transdutor, a sua frequência natural não deve exceder um terço
da frequência ω da vibração a medir, ωωn > 3. Frequentemente, é introduzido amorteci-
mento eléctrico neste tipo de transdutor, de modo que a razão de amortecimento atinja
o valor ξ ∼= 0.7 , pois este valor de amortecimento estende o limite inferior da banda de
JDR
21.4. Acelerómetro 365
R
21.4 Acelerómetro
JD
Um acelerómetro é um instrumento que mede a aceleração de um sistema em vibração.
Os acelerómetros são largamente utilizados para medição de vibrações. A partir de regis-
tos de acelerómetros, a velocidade e o deslocamento podem ser obtidos por um processo
de integração.
Derivando em ordem ao tempo a expressão (21.6), obtém-se
1
− z (t) ωn2 = −ω 2 Y sin (ωt − φ) .
(21.12)
1
2 2
(1 − β 2 )2 + (2ξβ)
Se na expressão anterior se verificar a condição
1 ∼ 1, (21.13)
1 =
2
(1 − β 2 )2 + (2ξβ) 2
− z (t) ωn2 ∼
= −ω 2 Y sin (ωt − φ) . (21.14)
R
2
−z (t) ωn fornece a aceleração da base ÿ (t) a menos do desfasamento φ. Assim, o ins-
trumento pode registar ou fornecer directamente o valor de ÿ = −z(t)ωn2 desde que se
verifique a condição (21.13). O tempo de atraso entre a medição e a aceleração é dado por
t0 = ωφ . Se ÿ (t) consiste em apenas uma componente harmónica, o desfasamento não é
importante.
O valor do primeiro membro da condição (21.13) está representado na figura 21.4 em
função da razão de frequência β = ωωn .
Como a condição (21.13) se verifica para uma razão de frequência β = ωωn baixa,
a frequência natural ωn do acelerómetro tem de ser qelevada comparativamente com a
k
frequência da vibração a medir. Da definição, ωn = m , verifica-se que a massa sísmica
necessita então de ser reduzida e a rigidez tem de ser elevada, requisitos estes que con-
duzem a que os acelerómetros sejam transdutores de pequeno atravancamento. Devido
às dimensões e massa reduzidas, aliadas à sua elevada sensibilidade, os acelerómetros
são os transdutores preferidos para medição de vibrações em aplicações mecânicas.
ezoeléctrico que gera uma carga eléctrica quando sujeito a uma tensão de compressão, de
tracção ou de corte.
Existem basicamente duas configurações do acelerómetro piezoeléctrico, conforme se
ilustra na figura 21.5, e que são o acelerómetro de corte e o acelerómetro de compressão.
Esta classificação decorre do modo como o elemento piezoeléctrico é deformado. Estes
acelerómetros apresentam uma elevada sensibilidade e uma elevada razão sinal-ruído.
JDR
366 21. Transdutores de vibração
1.05
ξ =0
1.04 ξ = 0.5
R
ξ = 0.6
JD
1.01
ξ = 0.7
Δ
1
0.99
ξ = 0.8
0.96 ξ = 0.9
ξ =1
0.95
0 0.1 0.2 0.4
β = ωωn
a sua utilização em pequenas áreas confinadas e a sua reduzida massa, tipicamente de 0.2
a 20 g, permite a sua montagem em estruturas ligeiras sem afectar de modo apreciável as
JD
JDR
21.4. Acelerómetro 367
m o la d e p ré -c a rg a p la c a
p ie z o e lé c tric a
m a ssa
R
p la c a m a ssa
JD
p ie z o e lé c tric a
o u tp u t c o rp o o u tp u t
c o rp o
s is te m a e m v ib ra ç ã o s is te m a e m v ib ra ç ã o
JDR
368 21. Transdutores de vibração
nicos,
R
Se a vibração for medida usando um vibrómetro, a sua resposta a cada componente
da série é dada por uma expressão idêntica a (21.11), de modo que o output do vibrómetro
JD
vem,
z (t) ∼
= − (A1 sin (ωt) + A2 sin (2ωt) + . . .)
∼ . (21.19)
= −y (t)
Assim, o output será apenas o simétrico (oposição de fase) do movimento a medir.
Este aspecto é irrelevante e pode ser facilmente corrigido.
R
JD
a1 sin(ωt)
a1 sin(ωt) + a2 sin(3ωt)
a2 sin(3ωt)
x(t)/m
input
t/s
JDR
21.4. Acelerómetro 369
a1 sin(ωt − π2 ) + a2 sin(3ωt − π2 )
R
JD
x(t)/m
a2 sin(3ωt − π2 )
a1 sin(ωt − π2 ) output
t/s
onde os ângulos de fase φ1 e φ2 são diferentes para cada componente da série em (21.21).
JD
Como o atraso de fase φ varia quase linearmente desde 0 para β = 0 até π2 para β = 1 e
para ξ = 0.7, figura 21.2, o ângulo de fase φ pode exprimir-se como
ω
φ ' αβ = α = λω, (21.22)
ωn
onde α e λ são constantes. O atraso no tempo é dado por
φ λω
τ= = = λ. (21.23)
ω ω
A expressão anterior mostra que o desfasamento temporal do acelerómetro é inde-
pendente da frequência para qualquer harmónico, desde que a frequência se situe na
banda 0 ≤ β ≤ 1. Como cada componente do sinal tem o mesmo desfasamento tempo-
ral, a partir da expressão (21.21) tem-se,
−ωn2 z (t) = −A1 ω 2 sin (ωt − ωλ) − A2 (2ω)2 sin (2ωt − 2ωλ) − . . .
, (21.24)
= −A1 ω 2 sin ωt0 − A2 (2ω)2 sin 2ωt0 − . . .
a mais elevada frequência presente no sinal, nω, é menor do que ωn . Assim, o output
JD
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
Anexo A Movimento harmónico
R
JD
R
JD
371
372 Anexo A Movimento harmónico
Movimento harmónico
O movimento de um ponto cuja posição instantânea x(t) em relação a uma posição de
referência apresenta como lei temporal
R
x (t) = A sin ωt (A-1)
JD
designa-se por movimento harmónico simples, figura A-1a. O movimento cuja lei de des-
locamento é x (t) = A cos ωt, é outro exemplo de movimento harmónico simples,figura
A-1b.
x(t)
x(t)
t t
(a) x(t) = A sin ωt (b) x(t) = A cos ωt
Representação vectorial
JD
Se se considerasse a projecção no eixo horizontal Ox, ela seria dada pela expressão,
1 y
P P
ω
A
A y
ωt
0
2 O 4 ωt
R
0 1 2 3 4
JD
a) b)
3 2π
JDR
373
R
podendo verificar-se que a projecção A cos ωt precede a projecção A sin ωt de π2 .
JD
x(t)
y(t)
Para um movimento harmónico de tipo seno não nulo no instante tomado para conta-
gem do tempo, t = 0, como na figura A-4a, a lei de variação ao longo do tempo escreve-se,
R
φ φ
A sin(ωt − φ)
A sin(ωt + φ)
0 0
R
JD
0 0
t t
(a) Seno em avanço de φ (b) Seno com atraso φ
JDR
374 Anexo A Movimento harmónico
A expressão
x (t) = C cos (ωt − φ) (A-6)
pode escrever-se na forma
R
x (t) = C cos ωt cos φ + C sin ωt sin φ
(A-7)
JD
= A cos ωt + B sin ωt,
onde
A = C cos φ B = C sin φ, (A-8)
p B
C= A2 + B 2 φ = tan−1. (A-9)
A
Na figura A-5 ilustra-se, através de um diagrama de vectores rotativos a equivalência
entre as expressões (A-6) e (A-7). Note-se que A cos ωt precede B sin ωt de π2 .
R
JD
√
Figura A-5: Vectores rotativos para x(t) = A cos ωt + B sin ωt = A2 + B 2 cos (ωt − φ)
Parâmetros característicos
Num movimento harmónico simples do tipo x(t) = A sin (ωt − φ), o movimento oscila-
tório de um ponto desde a posição média até uma posição extrema, desta até à posição
média, desta até à outra posição extrema e regresso à posição média designa-se por ci-
clo do movimento ou da oscilação. Na representação vectorial, figura A-2, uma rotação
−−→
completa do vector OP (2π radianos) constitui um ciclo. Para o movimento harmónico
podem definir-se os seguintes parâmetros característicos ilustrados na figura A-6:
R
2π
T = (A-10)
ω
JDR
375
R
1 ω
f= = (A-11)
T 2π
JD
Como 2π é constante, ω pode também ser usada para representar a frequência,
sendo ω designada por frequência angular ou pulsação, para a distinguir da frequên-
cia f . A frequência circular ω representa a velocidade angular do movimento cíclico
e é medida em rad/s enquanto que a frequência f exprime-se em ciclos por se-
gundo, Hz.
• Fase ou ângulo de fase: Avanço ou atraso φ em relação ao movimento de referência.
φ T = 1/f
A
x(t)
t
R
Espectro de frequência
O movimento harmónico x(t) = X sin (ωt − φ) de frequência ω, amplitude X e fase φ,
como se ilustra na figura A-7a, pode, igualmente, representar-se no domínio da frequên-
cia através da sua amplitude X e fase φ em função da frequência ω, como se ilustra
na figura A-7b. A representação no domínio da frequência designa-se por espectro (de
amplitude e de fase). Refira-se que, enquanto a representação no domínio do tempo é
contínua, a representação no domínio da frequência é discreta.
critos pelas expressões (A-12) e ilustrados na figura A-8a podem ser representados por
dois vectores rotativos como se mostra na figura A-8b. Como o movimento x2 (t) está
−−→ −−→
em avanço de φ em relação a x1 (t), o vector OP2 precede o vector OP1 de um ângulo
φ. Os dois vectores apresentam uma diferença de fase igual a φ radianos e o ângulo φ
designa-se por diferença de fase (desfasamento) entre os dois movimentos síncronos.
JDR
376 Anexo A Movimento harmónico
T
X
x(t)
R
JD
t
(a) domínio do tempo
X
X
f = 1/T
π
0
φ
−π
f /Hz
(b) domínio da frequência
R
dx (t)
ẋ (t) = = ωX cos ωt, (A-14)
dt
e a aceleração instantânea pela segunda derivada do deslocamento x (t) (ou derivada da
velocidade ẋ (t)),
d2 x (t)
ẍ (t) = = −ω 2 X sin ωt = −ω 2 x (t) . (A-15)
dt2
As expressões (A-14) e (A-15) mostram que a amplitude de velocidade ωX e a am-
R
JDR
377
T
φ
x1 (t); x2 (t)
0
R
JD
0
t
(a) movimentos harmónicos síncronos
Representação complexa
−−→
Um vector OP no plano Oxy pode ser representado por um número complexo da forma,
−−→
OP = a + jb (A-18)
√ −−→
onde j = −1 é o operador complexo e a e b designam as componentes de OP segundo
os eixos Ox e Oy respectivamente. Se se assimilar o plano Oxy ao plano complexo, as
−−→
R
−−→
positivo Ox, então o vector OP pode exprimir-se como
−−→
OP = A cos φ + jA sin φ = Aejφ , (A-19)
onde p b
A= a2 + b2 φ = tan−1 (A-20)
a
JDR
378 Anexo A Movimento harmónico
x ẋ ẍ
R
0
JD
t
(a) movimento harmónico
representam movimentos harmónicos, pode então ser representado, figura A-11, por um
JD
JDR
379
R
JD
Figura A-11: Representação complexa do movimento harmónico
˙
x̄(t) = jωXejωt = jωx̄(t), (A-23)
¨(t) = −ω 2 Xejωt = −ω 2 x̄(t).
x̄ (A-24)
As expressões (A-23) e (A-24) evidenciam um resultado já previamente estabelecido: a
velocidade é representada por um vector em avanço de π/2 em relação ao deslocamento e
a aceleração por um vector oposto ao vector de deslocamento; a amplitude de velocidade
R
1
Nota: Se o movimento harmónico for representado pela lei x(t) = X sin
ωt, então ter-se-á: x(t) =
Im Aejωt = A sin ωt; ẋ(t) = Im jωAejωt = ωA cos ωt = ωA sin ωt − π2 ; ẍ(t) = Im −ω 2 Aejωt =
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
Anexo B Análise de Fourier: série de Fourier
R
JD
R
JD
381
382 Anexo B Análise de Fourier: série de Fourier
Uma função f (t) periódica no tempo é qualquer função que se repete no tempo, isto
é, qualquer função para a qual existe um tempo T fixo, designado por período, de modo
que se verifica a relação f (t) = f (t + nT ) para qualquer valor de t. Um exemplo duma
R
função periódica é apresentado na figura B-1.
JD
f (t)
T
De acordo com a expansão em série de Fourier, qualquer função periódica f (t) com
período T ,
f (t) = f (t + nT ) (B-1)
onde n representa um inteiro, pode ser representada por uma série convergente de fun-
ções harmónicas em que a frequência de cada harmónico é um múltiplo inteiro de uma
frequência designada por fundamental. A expansão em série de Fourier pode escrever-se
na forma,
1
R
ou,
∞
1 X
f (t) = A0 + (An cos nωt + Bn sin nωt) (B-3)
2
n=1
onde a frequência ω,
2π
ω= (B-4)
T
é designada por frequência fundamental, n = 1, e nω é a frequência dos harmónicos de
ordem n superior. Os coeficientes A0 , An e Bn designam-se por coeficientes de Fourier.
Para estabelecer as expressões para os coeficientes An e Bn , considerem-se as propri-
edades de ortogonalidade das funções trigonométricas,
Z T 0 m 6= n
sin nωt sin mωt dt = (B-5a)
0 T m=n
2
0 m 6= n
T
Z
cos nωt cos mωt dt = T (B-5b)
2 m=n
R
0
T m=n=0
JD
Z T
cos nωt sin mωt dt = 0 (B-5c)
0
Z T T n=0
cos nωt dt = (B-6)
0 0 n 6= 0
JDR
383
Z T
sin nωt dt = 0 (B-7)
0
Multiplicando a expansão de Fourier (B-3) por cos mωt, integrando para o período T
R
e permutando a ordem da integração com a da soma, vem,
JD
ZT ZT
A0
f (t) cos mωt dt = cos mωt dt
2
0 0
(B-8)
∞
X ZT ZT
+ An cos nωt cos mωt dt + Bn sin nωt cos mωt dt
n=1 0 0
ZT ZT
A0
mωt} dt =
f (t) |cos{z cos mωt dt
2
0 =1 0
| {z }
=T
(B-9)
∞
X ZT ZT
+ An cos nωt cos mωt dt +Bn sin nωt cos mωt dt
n=1 0 0
R
| {z } | {z }
=0 =0
JD
T
2
Z
A0 = f (t) dt. (B-10)
T 0
ZT ZT
A0
f (t) cos mωt dt = cos mωt dt
2
0 0
| {z }
=0
∞ ZT ZT (B-11)
X
+ An cos nωt cos mωt dt +Bn sin nωt cos mωt dt
n=1 0 0
| {z } | {z }
T =0
= 2 para m=n
R
T
2
Z
An = f (t) cos nωt dt. (B-12)
T 0
De forma idêntica, multiplicando a expansão de Fourier (B-3) por sin mωt e inte-
grando para o período T , obtém-se,
JDR
384 Anexo B Análise de Fourier: série de Fourier
ZT ZT
A0
f (t) sin mωt dt = sin mωt dt
R
2
0 0
(B-13)
JD
∞
X ZT ZT
+ An cos nωt sin mωt dt + Bn sin nωt sin mωt dt
n=1 0 0
t
=
R
JD
+
R
+
JD
...
JDR
385
R
mais estreito com o aumento do número de termos, mas não se reduz em amplitude,
verificando-se que o erro em amplitude permanece em aproximadamente 9% mesmo
JD
quando n → ∞, figura B-3b. Este comportamento é conhecido por fenómeno de Gibbs.
f (t), Σ . . .
R
JD
linhas verticais num diagrama de amplitude e fase versus frequência, nω. Na figura B-4
representa-se um espectro típico duma função periódica.
A expansão em série de Fourier permite a descrição de qualquer função periódica
usando quer o domínio do tempo quer o domínio da frequência. Uma função periódica,
como a onda rectangular, pode ser representada no domínio do tempo, como se mostra
na figura B-5a, ou no domínio da frequência, como se ilustra na figura B-5b.
JDR
386 Anexo B Análise de Fourier: série de Fourier
R
Cn
JD
0
π
φn
0
−π
1 2 3 4 5 6 7 8 9...
n
T
F
f (t), Σ
R
JD
−F
0
t
(a) tempo
Cn
0
π
φn
0
−π
R
1 2 3 4 5 6 7 8 ...
n
JD
(b) frequência
JDR
387
R
Função par
Uma função f (t) par caracteriza-se por verificar a condição
JD
f (t) = f (−t) . (B-17)
Função ímpar
Uma função f (t) diz-se ímpar se verificar a condição
de amplitude Bn ,
JD
∞
X
f (t) = Bn sin nωt. (B-20)
n=1
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
Anexo C Energia de deformação: barras, veios e vigas
R
JD
R
JD
389
390 Anexo C Energia de deformação: barras, veios e vigas
Tracção-compressão de barras
Deformação axial
du
R
ε= (C-1)
dx
JD
Tensão axial
du
σ = Eε = E (C-2)
dx
Energia de deformação
1
Z
U= σε dV (C-3)
2 V
Substituindo (C-1) e (C-2) em (C-3) e fazendo dV = dA dx,
2
1 du
Z Z
U= E dA dx
2 ` A dx
Z
dA = A (C-4)
A
2
1 du
Z
U= EA dx (C-5)
2 ` dx
R
Torção de veios
JD
Deformação de corte
dθ
γ=r (C-6)
dx
Tensão de corte
dθ
τ = Gγ = Gr (C-7)
dx
Energia de deformação
1
Z
U= τ γ dV (C-8)
2 V
Substituindo (C-6) e (C-7) em (C-8) e fazendo dV = dA dx,
2
1 dθ dθ 1 dθ
Z Z Z Z
2
U= Gr r dA dx = Gr dA dx
2 ` A dx dx 2 ` A dx
Z
r2 dA = Ip (C-9)
R
A
2
1 dθ
Z
JD
U= GIp dx (C-10)
2 ` dx
JDR
391
Flexão de vigas
Deformação normal
d2 v
R
ε = −yκ = −y (C-11)
dx2
JD
Tensão normal
d2 v
σ = Eε = −Ey (C-12)
dx2
Energia de deformação
1
Z
U= σ dV (C-13)
2 V
Substituindo e em e fazendo dV = dA dx,
2 2
d2 v d2 v
Z Z
1 1 d v
Z Z
U= −Ey 2 −y 2 dx = E dA dx
2 ` A dx dx 2 ` A dx2
Z
y 2 dA = I (C-14)
A
2
d2 v
1
Z
U= EI dx (C-15)
2 ` dx2
R
JD
R
JD
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
Anexo D Rigidez equivalente: barras, veios e vigas
R
JD
R
JD
393
394 Anexo D Rigidez equivalente: barras, veios e vigas
Rigidez axial
R
JD
P`
δ= EA
P EA
k= = (D-1)
δ `
Rigidez de torção
Mt `
θ= GIp
Mt GIp
k= = (D-2)
θ `
R
JD
R
JD
JDR
395
Rigidez de flexão
R
P `3
JD
δ= 48EI
P 48EI
k= = (D-3)
δ `3
P `3
δ= 3EI
P 3EI
k= = 3 (D-4)
δ `
R
P `3
δ= 192EI
JD
P 192EI
k= = (D-5)
δ `3
P `3
δ= 12EI
P 12EI
k= = (D-6)
δ `3
R
JD
JDR
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
Anexo E: Condições de fronteira: barras, veios e vigas
R
JD
R
JD
397
398 Anexo E: Condições de fronteira: barras, veios e vigas
R
m u(x, t) m
JD
k k
x
x=0 x=`
(a) barra
u+
∂2u 2
ku m ∂t2 EA ∂u
∂x EA ∂u
∂x
m ∂∂t2u ku
x=0 x=`
(b) diagrama de corpo livre
livre EA ∂u
∂x = 0 EA ∂u
∂x = 0 ...
k linear EA ∂u
∂x = ku EA ∂u
∂x = −ku ...
c linear EA ∂u ∂u
∂x = c ∂t EA ∂u ∂u
∂x = −c ∂t ...
2 2
massa EA ∂u ∂ u
∂x = m ∂t2 EA ∂u ∂ u
∂x = −m ∂t2 ...
R
JD
JDR
399
R
J J
JD
kθ kθ
x θ(x, t)
x=0 x=`
(a) veio
kθ θ θ+ kθ θ
∂θ ∂θ
GIp ∂x GIp ∂x
2 2
J ∂∂t2θ J ∂∂t2θ
x=0 x=`
(b) diagrama de corpo livre
∂θ ∂θ
livre GIp ∂x =0 GIp ∂x =0 ...
∂θ ∂θ
kθ angular GIp ∂x = kθ θ GIp ∂x = −kθ θ ...
∂θ
cθ angular GIp ∂x = cθ ∂θ
∂t
∂θ
GIp ∂x = −cθ ∂θ
∂t ...
∂θ 2 2
inércia GIp ∂x = J ∂∂t2θ ∂θ
GIp ∂x = −J ∂∂t2θ ...
R
JD
JDR
400 Anexo E: Condições de fronteira: barras, veios e vigas
R
v(x, t)
m, J m, J
JD
kα kα
x
k 0 ` k
(a) viga
∂v +
v+ ∂x
∂v
kα ∂x 2
m ∂∂t2v M MQ M MQ m ∂∂t2v
2
∂3v
J ∂x∂t 2
Q Q 3
∂ v k ∂v
J ∂x∂t 2 α ∂x
x=0 x=`
kv kv
(b) diagrama de corpo livre
R
∂ v 2 ∂ v 3 ∂ v 2 ∂ v 3
livre EI ∂x2 = 0 EI ∂x3 = 0 EI ∂x 2 = 0 EI ∂x 3 = 0 ...
∂ v 2 ∂ v 2
apoiada v=0 EI ∂x2 = 0 v=0 EI ∂x 2 = 0 ...
∂v ∂v
fixa v=0 ∂x =0 v=0 ∂x =0 ...
∂ v 2 ∂ v 3 ∂ v 2 ∂ v 3
k linear EI ∂x2 = 0 EI ∂x 3 = −kv EI ∂x 2 = 0 EI ∂x 3 = kv ...
∂ v 2 ∂ v 3 ∂v ∂ v 2 ∂ v 3 ∂v
c linear EI ∂x2 = 0 EI ∂x3 = −c ∂t EI ∂x 2 = 0 EI ∂x3 = c ∂t ...
∂ v 2 ∂ v 3 ∂ v 2 ∂ v 2 3
∂ v ∂ v 2
massa EI ∂x2 = 0 EI ∂x3 = −m ∂t2 EI ∂x 2 = 0 EI ∂x3 = m ∂t2 ...
R
∂ v 2 ∂v ∂ v 3 ∂ v 2 ∂v ∂ v 3
kα angular EI ∂x2 = kα ∂x EI ∂x3 = 0 EI ∂x 2 = −kα ∂x EI ∂x 3 = 0 ...
JD
2
∂ v ∂ v 3 ∂ v 3 2
∂ v ∂ v 3 ∂ v 3
inércia EI ∂x2 = J ∂x∂t2 EI ∂x3 = 0 EI ∂x2 = −J ∂x∂t2 EI ∂x 3 = 0 ...
JDR
R
JD
Bibliografia
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[5] Del Pedro M., Pahud P., Mécanique vibratoire, Presses Polytechniques Romandes,
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R
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Maia and Júlio M.M. Silva, Research Studies Press Ltd., 1997.
JD
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ley & Sons, West Sussex, England, 1989
[10] Hanselman D., Littlefield B., The Sudent Edition of Matlab : User´s Guide, Prentice-
Hall, Inc., New Jersey, 1997
R
JD
401
JD
R
JD
R
JD
R
R
JD
Índice
403
404 ÍNDICE
R
paralelo, 12 razão de, 54
série, 12 ressonância, 56
JD
energia cinética frequência natural, 34, 36
forma quadrática, 182 função de resposta em frequência, 80, 83,
definida positiva, 182 84
energia potencial acelerância, 84
forma quadrática, 182 assímptotas, 86
definida positiva, 182 mobilidade, 83
semidefinida positiva, 182 receptância, 80
equação característica, 30 função de resposta impulsiva, 103, 104
raízes, 31 função periódica, 382
equação de movimento ímpar, 387
2ª lei de Newton, 19 par, 387
caracterização, 23 série de Fourier, 382, 385
linearização, 24 coeficientes de Fourier, 382
princípio d’Alembert, 21 Gibbs, 385
princípio da conservação de energia,
21 grau de liberdade, 13
trabalhos virtuais, 22 graus de liberdade, 123
equações modais, 163
R
Hamilton, 184
escoamento, 76
princípio, 184
controlo, 77
JD
harmónico
spoiler, 78
excitação fundamental, 90
força, 76 superior, 90
frequência, 77 integral
Strouhal, 77 convolução, 105
vórtices, 76 Duhamell, 105
espectro isolamento, 350
resposta ao choque, 113
Euler-Bernoulli, 280 Lagrange
excitação equações, 128, 185, 186
classificação, 15
impulsiva, 102 matriz de massa, 182
impulso unitário, 102 definida positiva, 182
passiva, 67 matriz de rigidez, 182
transiente, 105 definida positiva, 182
Duhamell, 105 semidefinida positiva, 182
exponencial complexa, 78 matriz modal, 136
R
movimento harmónico
factor de amplificação, 53, 55 amplitude, 374
JD
JDR
ÍNDICE 405
R
Nyquist ressonância, 212
diagrama, 84 frequências, 156
JD
diagrama de, 82 rigidez dinâmica, 153
função, 153, 209
onda matriz, 209
equação de, 249, 265
ortogonalidade, 141 semidefinido
massa, 252, 269, 286 sistema, 200
matriz de massa, 198 sistema vibratório, 7
matriz de rigidez, 198 classificação, 14
rigidez, 252, 269, 286 elementos constituintes, 9
vectores modais, 141 sobreposição modal, 160, 164, 218
massa, 141 truncada, 221
rigidez, 141
teorema da expansão, 142
ortonormalidade
transformação modal, 215
matriz de massa, 199
transmissão
matriz de rigidez, 199
actica, 49
vectores modais
passiva, 49
massa, 141
transmissibilidade, 60
rigidez, 141
R
relativo, 73
diferencial, 251, 267
força, 60, 350
flexão, 283
redução, 351
Rayleigh veios
função de dissipação, 129, 186 formas naturais, 274
funções admissíveis, 328 frequências naturais, 274
método da energia, 323 vibração
método da energia de, 44 batimento, 66
método de, 44 classificação, 14
princípio, 323 definição, 7
quociente, 146, 201 estacionária, 50
estacionaridade, 147, 203 formas naturais, 137
redutor, 354 frequências naturais, 137
regime modos naturais, 136
forçado, 49 nodos, 257, 270
livre, 29 permanente, 50
natural, 29 vigas
R
estacionária, 50
transiente Wilson-θ, 231
JDR
R
JD
R
JD
R
JD
Apontamentos de
Vibrações de Sistemas Mecânicos
U.PORTO-FEUP-DEMec
José Dias Rodrigues