Você está na página 1de 1

A noção de realidade associada ao universo literário oscila “entre duas maneiras de interpretar a

mimesis”: uma depende de uma “realidade pré-existente” e outra geradora de “sua própria realidade”
(SISCAR et al, X, p.204). Porém, mesmo que “a narrativa pós-moderna” rejeite “o contrato mimético”
(ROAS, 2014, p.88) “a narrativa fantástica contemporânea não tenta abolir a referência extratextual [...]”
criando “novos sistemas referenciais ou ‘mundos alternativos’ que, ao serem homologados à ‘realidade’,
questionam a vigência dessa noção” (JORDAN apud ROAS, 2014, p.106-107).

SISCAR, Marcos. A desconstrução de Jacques Derrida. In: BONNICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana
(org.). Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. Organização: 3.ed. Maringá:
Eduem, 2009. p. 201-210.

Marcos Siscar

e se manifesta como uma entidade autossuficiente que não requer a confirmação de um mundo exterior
(“real”) para existir e funcionar”

esta particularidade gera, na atualidade, uma indeterminação na definição específica para “a noção do real
fantástico” (p.x), mesmo que seja viável a concepção todoroviana de ser a literatura fantástica verossímil,
visto que “ela não anularia, então, o sobrenatural, pois este teria a mesma forma do real:

Você também pode gostar