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ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO
Niterói
2019
ALINA FERNANDES ROCHA
JACKSON GARCIA DA FONSECA
Orientador
Prof. Dr. Alfredo Moises Vallejos Carrasco
Niterói
2019
Ficha catalográfica automática - SDC/BEE
Gerada com informações fornecidas pelo autor
CDD -
BANCA EXAMINADORA
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente à Deus por todas as conquistas que obtive até aqui.
Aos meus pais Conceição e Nertaly por nunca medirem esforços para que eu pudesse
seguir meus sonhos, por estarem ao meu lado todos os momentos e por todo o apoio
dado. À minha irmã Isadora, a qual foi o meu maior suporte, principalmente emocional,
ao longo de minha vida acadêmica.
Ao meu namorado Luan que tanto me apoiou e auxiliou sempre que pôde, ao Jackson,
que aceitou dividir comigo dentre tantas outras responsabilidades o trabalho de
conclusão de curso, aos meus amigos que acompanharam minhas alegrias e
angústias Brendon, Jean, Jéssica, Jordana, Lorena, Maryane, Marina, Milena, Thaís
e Victoria. E a todos os meus colegas de curso das turmas de Pelotas, Rolla e Niterói.
Por fim, à equipe de Engenharia de Poços da PetroRio, onde estágio atualmente, nas
pessoas de Elida, Estevão, Francisco Francilmar, Jean, Luiz Antonio, Matheus, Paulo
e Vanessa, com quem tanto tenho aprendido através de todas as oportunidades a
mim concedidas.
AGRADECIMENTO
Agradeço meu pai Rovilson, minha mãe Gilvana e minhas queridas irmãs Beatriz e
Lívia por todo apoio e incentivo durante esta longa jornada, sem vocês jamais teria ido
tão longe.
A toda minha família, em especial meu tio Hélio Henrique (in memorian), meu padrinho
Miguel (in memorian), minha madrinha Rosilda (in memorian) e minha prima Rafaela
(in memorian) que acompanharam meus primeiros passos nessa caminhada e muito
contribuíram para o meu sucesso.
Aos meus amigos de São João Batista do Glória, que não cometerei o pecado de citar
nomes para não correr o risco de esquecer alguém.
Aos meus amigos Alina, Andres, Brendon, Bruno, Carina, Jean, Gabriel e demais
colegas do curso de Engenharia de Petróleo da Universidade Federal Fluminense.
Esse trabalho aborda uma revisão bibliográfica sobre a integridade de poços durante
a fase operacional, tanto para poços produtores, como para injetores, tratando
principalmente dos envelopes de barreiras, onde se aponta os principais
equipamentos responsáveis pela vedação de fluxo do poço até a superfície durante
sua produção/injeção, além de indicar a importância de um sistema de gerenciamento
da integridade do poço apropriado para se realizar a avaliação e monitoramento do
poço ao longo de sua vida, e principalmente durante sua operação. A partir dessa
revisão, é feita uma análise de aplicações de inteligência artificial na indústria de
petróleo global para fim de monitoramento das barreiras do poço, bem como o uso de
redes neurais para indicação de falhas futuras em equipamentos primordiais para a
integridade do poço e da instalação, segurança das pessoas envolvidas durante
operação e do meio ambiente.
This project approaches a literature review on the well integrity during its operational
phase, both for producing or injector wells, dealing mainly with the envelopes of
barriers, where it is pointed out the main equipment responsible for the sealing of flow
from the well to the surface during its production/injection, as well as indicating the
importance of an appropriate well integrity management system (WIMS) for well
evaluation and monitoring throughout its life, and especially during its operation. From
this review, an analysis of artificial intelligence applications in the global oil industry is
carried out to monitor well barriers, as well as the use of neural networks to indicate
future equipment failures that is fundamental to well integrity and installation, safety of
people who are involved during operation and the environment.
AN Árvore de Natal
ANP Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
BOP Blow-out Preventer
CBM Condition-Based Maintenance
CM Condition Monitoring
CSB Conjunto Solidário de Barreiras
DHSV Downhole Safety Valve
EICT Electrical, Instrumentation, Control & Telecom System
IBP Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis
IoT Internet of Things
KPI Key Performance Indicator
NORSOK NorskSokkelsKonkuranseposisjon
MAWOP Maximum Allowable Wellhead Operating Pressure
PG Prática de Gestão
PT Permissão de Trabalho
PSA Petroleum Safety Authority
ROV Remotely Operated Underwater
RTSGIP Regulamento Técnico do Sistema de Gerenciamento de
Integridade de Poços
RTSGSO Regulamento Técnico do Sistema de Gerenciamento de
Segurança Operacional das Instalações Marítimas de Perfuração
e Produção de Petróleo e Gás Natural.
SCP Sustained Casing Pressure
SGIP Sistema de Gerenciamento de Integridade de Poços
SCSSV Surface Controlled Subsurface Safety Vale
SSV Safety Shutdown Valve
THP Tubing Head Pressure
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 14
2 CONCEITOS BÁSICOS 16
2.1 INTEGRIDADE DE POÇOS 16
2.2 SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA INTEGRIDADE DE POÇOS 16
2.3 BARREIRAS DE INTEGRIDADE 17
2.4 FASES DO CICLO DE VIDA DE UM POÇO 19
2.4.1 Fase de planejamento, projeto e construção 19
2.4.2 Fase de operação e intervenção 20
2.4.3 Fase de abandono 22
3 MONITORAMENTO E MANUTENÇÃO DE BARREIRAS 26
3.1 COMPONENTES DE UM SISTEMA DE PRODUÇÃO 26
3.2 SISTEMAS DE MONITORAMENTO 33
3.2.1 Monitoramento e teste das válvulas da árvore de natal 34
3.2.2 Monitoramento e teste dos revestimentos, tubo de produção e anulares35
3.2.3 Monitoramento e teste das válvulas SCSSV 38
3.3 MONITORAMENTO USANDO INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 40
3.3.1 Inteligência artificial aplicada em plataforma no campo Ivar Aasen 41
4 ABORDAGEM DA INTEGRIDADE DE POÇOS NO MUNDO 43
4.1 NORUEGA 43
4.2 NIGÉRIA 46
4.3 BRASIL 47
5 NOVOS DESENVOLVIMENTOS 52
5.1 AVANÇOS NO SOFTWARE DE UM OPERADOR DO ORIENTE MÉDIO 53
5.2 APLICAÇÕES DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE DADOS DE
INTEGRIDADE DE POÇOS 54
5.2.1 Monitoramento de pressões no anular 54
5.2.2 Otimização de injeção de água para poços com SCP 55
5.2.3 Melhoria na pesquisa de dados de integridade de poços provenientes de
várias fontes 55
6 CONCLUSÃO 58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 60
14
1 INTRODUÇÃO
2 CONCEITOS BÁSICOS
Figura 2.4 – Exemplo de abandono temporário de poço completado para uma zona, com
árvore de natal
Figura 2.5 – Exemplo de abandono permanente com isolamento de intervalo com potencial de
fluxo no poço aberto
Após sua completação, o poço é colocado para desenvolver sua função, seja
ela produzir, ou injetar. Os principais componentes de um poço durante sua fase
operacional são: a cabeça de poço, a árvore de natal, as válvulas de segurança de
subsuperfície, como a DHSV (downhole safety valve), e a coluna de produção/injeção
e packers.
Figura 3.3– Representação de cabeça de poço com válvulas de controle de pressão dos
anulares A e B
dos fluidos de formação que alimentam a SCP no anular testado. Por esse motivo,
condições seguras de ciclagem de pressão para o tipo e design específico do cimento
no anular devem ser consideradas.
Os testes subsequentes de avaliação da pressão anular devem ser realizados:
Periodicamente, de acordo com o programa de gerenciamento de anular
do operador em poços com SCP, pressão térmica de revestimento e/ou pressão de
revestimento imposta pelo operador.
Depois que o poço sofre intervenção, desvio ou é estimulado por ácido.
No caso de haver alteração significativa da pressão anular entre os
intervalos de teste de rotina.
esse vazamento para seus resultados. Assim, deve-se drenar o máximo de pressão
possível da coluna acima da DHSV e fechar o poço, registrando as pressões
resultantes. Após o registro dos resultados, é preciso realizar uma análise técnica dos
vazamentos, a qual é sugerida pela API RP 14B (2015) que seja menor ou igual a
0,43 m3/min se o fluido for gás, ou 0,0004 m3/min se for líquido. Se os valores
ultrapassarem esses parâmetros, o poço deve continuar fechado até que a falha da
válvula seja corrigida, ou a válvula seja trocada por uma que esteja em perfeito
funcionamento.
O fluxograma mostrado na Figura 3.6 representa de forma simplificada como
se deve agir nos casos de cada teste de válvula ser aceito ou não. Nele é possível
perceber que no caso de falha nos testes da Safety Shutdown Valve (SSV), ou seja,
as válvulas automáticas da AN, ou da SCSSV, pode-se haver a necessidade de fechar
o poço até a correção das falhas para, assim, assegurar a segurança do meio
ambiente e das pessoas envolvidas com a operação do poço.
Além dos testes, também faz parte do monitoramento das barreiras a inspeção
visual do entorno do poço. Essa etapa é importante para a detecção de falhas como
incrustações ou pontos de corrosão nos equipamentos visíveis durante a operação do
poço, dessa forma, só é possível enxergar aqui as válvulas da cabeça do poço e da
árvore de natal.
Essa inspeção visual também deverá ter sua frequência de realização
estipulada pela empresa operadora, levando em consideração a criticidade do
ambiente do poço, a facilidade da realização de inspeções visuais, e manuais de boas
práticas sobre o assunto, como o Caderno de Boas Práticas de E&P - Diretrizes para
Monitoramento de Poços em Abandono Temporário, escrito por um grupo de trabalho
formado pelo IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis) em conjunto
com pessoas da indústria de óleo e gás e da Agência reguladora ANP, o qual descreve
formas efetivas de se classificar os poços a fim de se determinar frequências de
inspeção visual e de monitoramento. Vale ressaltar que poços de árvore de natal e
cabeça de poço secas exigem menor complexidade para de se examinar esses
equipamentos do que em poços de completação molhada, os quais exigem auxílio,
como o de um ROV (Veículo Submarino Operado Remotamente) para realização
dessa tarefa.
40
60
Números de Poços
48
50
40
30 27
20
10
0
Produtores Injetores Total
4.2 NIGÉRIA
Em 2003, a Shell Nigéria, montou uma equipe para fazer um estudo das
práticas do passado e atuais, a fim de colocar em prática uma gestão da integridade
de poços que se assegura que essa questão fosse tratada adequadamente.
A equipe identificou que o processo de gerenciamento de integridade de poços,
deveria incluir:
Identificação e categorização dos problemas de integridade de
poço;
Formação de um banco de dados, que permita armazenar,
monitorar, e incluir mudanças em tempo real;
Avalição de risco, para identificar os problemas mais severos, e a
melhor alocação de recursos financeiros;
Definição de procedimentos padrão, e requisitos mínimos de
segurança;
Um sistema de gerenciamento que interligue todas as
informações, indicadores, procedimentos, necessários a garantia da
integridade dos poços.
A Shell levou cerca de onze meses para implantação desse sistema. Como
benefícios intangíveis, na implementação de um sistema de gerenciamento de
integridade de poços, podemos citar uma maior facilidade das empresas em conseguir
suas licenças junto aos órgãos reguladores e ambientais para operar, uma melhoria
na reputação e imagem corporativa da empresa, além é claro da segurança da força
de trabalho e meio ambiente.
Além disso, Shell Nigéria obteve uma melhoria financeira visto que de um total
de 24 poços foi obtido melhoria de produtividade em 21, o trabalho feito restaurou o
potencial de produção de 40 mil barris por dia com um ganho adicional de 25 mil barris
por dia, isso devido às intervenções feitas nos poços para tratar as falhas de
integridade (Wakama et al., 2004).
47
4.3 BRASIL
Figura 4.4 – (a) Esquemático completo da análise de confiabilidade, (b) CSB primário, CSB
secundário
Para cada componente dos CSBs foram identificados o modo de falha, taxa de
falha, tempo médio para a falha e a confiabilidade que estão na Figura 4.6.
Para quantificar a confiabilidade e o tempo de falha de cada CSB, foi
considerada a seguinte relação entre cada elemento de barreira que é mostrado na
Figura 4.7.
49
Figura 4.6 – Quadro com os componentes do CSB, modos de falha, taxa de falha e
confiabilidade em 27 anos
Tempo
Taxa de falha médio para a
CSB Barreira Modo de falha Confiabilidade
(por 106 horas) falha
(ano/poço)
Rocha Capeadora (Anidrita) - 0,0000 - 1,0000
Liner Cimentado Vazamento externo 0,0580 1967 0,9864
Vazamento no Revestimento
Packer de Produção 0,1210 942,8 0,9718
do Anular
Coluna de Completação acima do Packer e Vazamento no Revestimento
CSB Primário
Figura 4.8 – Intervenções motivadas por falha de integridade, modelo teórico versus modelo
real
5 NOVOS DESENVOLVIMENTOS
Planejamento e
25 8 -68%
Procedimento
Gerenciamento
190 24 -87%
de Pressão no Anular
Fonte: Khreibe het al. (2018).
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS