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Capitulo III: Modelo keynesiano de determinação de

rendimento

Economistas clássicos eram da opinião que existe sempre um pleno emprego na economia ou
que sempre há uma tendência para o pleno emprego na economia. Esta visão é baseada na lei de
Say dos clássicos. Durante o período de 1929-1933, os países capitalistas foram ofuscados com a
grande depressão que provocou níveis de desemprego elevados e queda do rendimento nacional.
As fábricas não estavam operando na sua total capacidade produtiva. E a situação de desemprego
e depressão não pareciam desaparecer automaticamente. É então que a visão dos clássicos sobre
a tendência ao pleno emprego ficou abalada. Dai que a teoria dos economistas clássicos ficou
provada empiricamente como não viável.

É neste contexto que John Maynard Keynes um economista britânico escreveu seu livro “ Teoria
Geral de Emprego. Juro e Dinheiro”, na qual não só desafiou a validade da visão clássica do
emprego mas também apresentou a nova teoria de rendimento e emprego na qual é geralmente
acreditado ser a correcta pelos economistas modernos.

Este é um modelo com relevância para o curto prazo uma vez que Keynes assume que stock de
capital, tamanho da população e força de trabalho, tecnologia, eficiência de trabalho, etc., não
alteram. Por isso a teoria keynesiana, a quantidade de emprego depende do nível de rendimento
nacional e produção. Isto porque dado quantidades de capital, tecnologia e eficiência de trabalho,
aumentos no rendimento e produção podem ser obtidos através do emprego de mais mão-de-
obra. É importante ressaltar que os factores que determinam o nível de rendimento são os
mesmos daqueles que determinam o nível de emprego.

Resumindo a teoria levanta as hipóteses seguintes:

 Desemprego de recursos, e enquanto houver o desemprego dos recursos, o produto,


rendimento e emprego são determinados pela demanda agregada (DA);

 Os preços e salários não se ajustam rapidamente para balançar a demanda e oferta. Logo
esta teoria de rendimento e emprego assume que preços mantem constante.

 Este modelo o nível de rendimento é determinado por keynes através da análise


rendimento-despesa (relaciona o output com a despesa em bens e serviços)

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A teoria keynesiana de determinação de rendimento e emprego, o princípio de demanda efectiva
ocupa um lugar significante. Pois o nível de emprego dos recursos mostra estar relacionada com
a demanda agregada efectiva.

Curva de Demanda Agregada (DA)

A função (curva) de DA joga um papel importante na determinação do emprego. A curva de DA


mostra para possível nível de emprego existente, a quantidade esperada de despesa realizada por
dado número de consumidores (trabalhadores) empregues, isto é, A curva de demanda
agregada, mostra as combinações do nível de preços e do nível de produção aos quais os mercados
de bens e serviços junto o monetários estão simultaneamente equilibrados, ou seja, mostra as
quantidades de bens e serviços demandados na economia a qualquer nível de preços. O nível de
preço varia a diferentes níveis de emprego. Isto porque a diferentes níveis de emprego, diferentes
níveis de renda serão gerados e a despesa em consumo também será diferente.

Preço (P)

P Curva DA

Y PIBpm = y

A Demanda Agregada de Bens e Serviços (B/S) é composta pela demanda dos quatro macro
agentes económicos que tem as seguintes componentes:

i. Demanda por consumo (C)


ii. Demanda por investimento (I)
iii. Gastos e despesas do governo (G)
iv. Demanda liquida do sector externo (Exportações liquidas).

DA = C + I + G + NX

A curva de DA é negativamente inclinada porque dada a renda nominal (Y), quando o preço
diminui, a renda real(y) aumenta levando a um maior aumento na demanda pelos B/S que
demonstra o efeito-riqueza demonstrando uma relação inversa entre P e y. a queda de preços

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também torna os nossos preços competitivos levando a um aumento da procura dos produtos
pelos estrangeiros (exportação).

Curva de Oferta Agregada (OA)

É a quantidade que os produtores desejam vender no mercado

AO = Produto nacional = Renda Nacional, portanto a AO é igual a y.

A AO efectiva refere-se a produção que esta sendo efectivamente colocada no mercado, que
pode ocorrer também com recursos abaixo do nível de pleno emprego (com capacidade ociosa e
desemprego de mão-de-obra). A AO potencial é a que corresponde a produção no pleno
emprego, i é, produção máxima possível. A AO efectiva será igual a AO potencial quando os
factores de produção estiverem plenamente empregues.

Formato da curva de AO

Supondo um aumento na demanda agregada, as empresas podem reagir de três maneiras:

 Aumentar a produção física, mantendo preços constantes, se houver desemprego de


recursos (mão-de-obra desempregada, capacidade ociosa) que é a visão keynesiana;
 Aumentar os preços sem aumentar a produção física, se os recursos estiverem plenamente
empregados (pleno emprego de recursos) que é a visão clássica;
 Aumentar o preço e as quantidades físicas (situação intermediaria) em que alguns
sectores da economia estariam em pleno emprego e outros com desemprego.

P OA

Trecho Clássico

P Keynesiana

Determinação de rendimento: Modelo de dois sectores básicos de Keynes

Keynes focou neste modelo e dele derivou conclusões relacionadas as formulações de políticas.
Esta análise pode ainda ser extendida ao incorporar o Governo e comércio externo. Iniciaremos
com análise de determinação do rendimento nacional em economia de dois sectores com preços
fixos.

Despesa Agregada é o total das despesas na qual as famílias e empresas querem fazer em bens e
serviços (B/S) num dado período. Ao longo do tópico o termo Demanda agregada (DA) e
Despesa agregada (DE) serão usados em substituição uma pela outra. DA ou DE são compostas

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por duas componentes: primeiro, existe uma demanda pelo consumo, e segundo existe uma
demanda por capital, o qual é denominado por investimento. Logo, por Despesa agregada
queremos dizer quanta despesa as famílias e empresas desejam fazer no consumo e investimento.
Dai que,

DA = Demanda por Consumo (C) + Demanda por Investimento (I)

DE = DA = C + I

Função da demanda agregada

Demanda por Consumo, ela depende da propensão a consumir (Pmg c) da comunidade e o nível
de rendimento nacional. A Pmg c mostra o efeito do aumento de uma unidade na renda sobre o
consumo. Dado a Pmgc , a medida qeu a renda aumenta, a demanda por consumo também tende
a aumentar. A função consumo pode assumir varias formas, mas a mais comum no curto prazo é
a que segue:

C = C + cY onde 0 ˂ c ˂ 1

Onde C representa consumo autónomo e c é a propensão a consumir e representa a inclinação da


função consumo. De acordo com a teoria de Keynes a despesa no consumo corrente depende
primariamente do rendimento corrente, seguindo o rendimento disponível, que é rendimento
disponível após os impostos. Aumento nos impostos pessoais reduz a despesa no consumo.

Função poupança,

A poupança (S) é a parcela do rendimento disponível que não é consumido pelas famílias, então:

S=Y–C Onde: (1-c) é a propensão marginal a poupar (Pmg s)


S = Y – (C+cY) Pmgc + Pmgs = 1
S = Y – C - cY
S = -C + (1- c) Y

Graficamente

C DA C + cY

C - C + (1-c)Y

0 45º Y

-C Ye

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Função Investimento

A procura por investimento pelas empresas está relacionada a técnicas de produção (maquinaria,
equipamento, infra-estrutura) e a variação de estoque. Os investimentos realizados pelas
empresas num dado período de tempo não dependem do nível de produto e rendimento, mas por
outros factores que aqui serão considerados de exógeno, onde I = I

I=I

A condição de equilíbrio do modelo

Y = DA DA Y=DA
Y=C+I
Y = C + cY +I DA= C+cY+I
Y – cY = C + I
Y (1-c) = C + I DA= C+cY
Y=C+I
1-c
Y
e
0 Y
Onde a expressão:
1___ representa o

1-c multiplicador do

Sector.

Função consumo: C = C + cYd


Função Poupança: S = -C + (1- c) Yd
Imposto: T = T + ty
Rendimento disponível: Yd = Y – (T + ty)
G= G
TR=TR
NX = X – (M + my)

Docente: Mestre Iquibal Aliasse

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