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A lógica estuda condições de validade do pensamento, abstraindo-se do seu conteúdo, ou seja, procura
explicitar os princípios que estão na base do pensamento coerente. Ciência que estuda os argumentos
(encadeamentos de proposições) para estabelecer regras de pensamento válido.
LÓGICA ESPONTÂNEA:
A lógica espontânea é inata e natural ao Homem. É comum a todos nós e é fruto de elementos
culturais de cada povo. Brota do facto de o Homem seguir uma ordem incontrolável e impulsiva para
chegar ao conhecimento das coisas como são. Diz respeito ao caminho que a razão humana segue para
conhecer as coisas. Para pensarmos e comunicarmos com correção.
UTILIDADE DA LÓGICA:
› Ajuda a estruturar o pensamento de forma precisa clara e coerente, tornando o discurso mais
convincente e facilita no processo comunicativo;
› Ensina a detetar erros e ambiguidades, o que permite distinguir argumentos válidos de
argumentos não válidos;
› Proporciona o desenvolvimento das capacidades argumentativas;
› Contribui para o desenvolvimento intelectual do indivíduo ao nível do pensamento abstrato e
contribui para a formação da autoconsciência;
› Oferece-nos os recursos necessários para pensarmos a realidade e podermos conhecer;
› Disponibiliza processos úteis para a investigação científica além de poder ser aplicada a novos
domínios como a informática, robótica, etc.
PRINCÍPIOS LÓGICOS:
1. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE:
Toda a coisa é idêntica a si mesma. Todo o ser é igual a si mesmo. Uma coisa é o que
é. Por exemplo, uma rosa é uma rosa. Este princípio obriga a que se mantenha o
significado dos termos e expressões.
Estes princípios são pressupostos de todo o pensamento consistente. São princípios inatos da razão, por
isso são indemonstráveis. Sem eles, nenhuma verdade pode ser pensada ou comunicada.
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Filosofia 11
Resumo RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA E FILOSOFIA
CONCEITO:
Representação mental, abstrata e geral que reúne as características comuns, isto é, os traços invariantes
e fundamentais relativos a um conjunto de seres, coisas ou acontecimentos, traços estes, que os
distinguem de outros seres, coisas ou acontecimentos.
FORMAÇÃO DE CONCEITOS:
O conceito é resultado de determinadas interações, sendo, portanto, uma construção mental.
Construímos conceitos mediante operações como a abstração e a generalização.
Nota:
1. O conceito constitui o elemento básico do pensamento e, em si mesmo, nada afirma ou nega;
2. O conceito é um instrumento mental que serva para pensar e, através do qual, representamos
diferentes realidades, sejam materiais ou ideais.
3. É uma síntese que reúne as características comuns de uma classe de seres, coisas ou
acontecimentos.
4. Os conceitos singulares (Paulo, Torre do Clérigos, Rio Douro,…) são conceitos dos quais não
temos representações gerais, mas singulares. De qualquer modo, essas representações são
também conceitos.
REDES CONCETUAIS:
Exemplo:
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TERMO E CONCEITO:
O termo é a expressão verbal do conceito. O conceito corresponde a um conteúdo intelectual
que se expressa, na linguagem, através do termo, o termo é o significante e o conceito o significado.
Existem vários termos para o mesmo conceito: livro – libro – livre – book – buch.
O termo não se identifica só com uma palavra, podendo ser uma expressão.
Ser Extensão
Ser vivo
Animal
Vertebrado
Mamífero
Cão
Labrador
Compreensão “Jolie”
JUÍZOS – PROPOSIÇÕES:
Os juízos são operações mentais que permitem estabelecer uma relação de afirmação (conveniência) ou
de negação (inconveniência) entre conceitos, que se exprimem verbalmente por proposições. A verdade
ou a falsidade de uma proposição avalia-se confrontando essa proposição com a realidade.
CLASSIFICAÇÃO DAS PREPOSIÇÕES QUANTO À RELAÇÃO (baseia-se na relação que se estabelece entre o
sujeito e o predicado):
Proposições categóricas:
Aquelas que afirmam ou negam sem restrições ou condições:
As folhas são verdes.
Proposições hipotéticas:
Aquelas que afirmam ou negam sob determinadas condições:
No outono, as folhas são amarelas.
Proposições disjuntivas:
Aquelas que afirmam ou negam sob a forma de alternativas que se excluem:
As folhas ou são verdes ou são amarelas.
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- Afirmativo
ex: Alguns homens são poetas.
Qualidade
- Negativo
ex: Nenhum camelo é ave.
- Universal
ex: Todos os homens são poetas./ Nenhum homem é poeta
Quantidade
- Particular
ex: Alguns camelos são aves.
A – Universais afirmativas;
E – Universais negativas;
I - Particulares afirmativas;
O – Particulares negativas.
RACIOCÍNIO:
Operação mental através da qual o pensamento, de uma ou mais proposições dadas, conclui uma nova
proposição – a conclusão. Portanto, raciocinar é inferir.
A expressão verbal do raciocínio é o argumento.
ARGUMENTO:
Encadeamento de proposições de um modo tal que a conclusão é sempre resultado das premissas
anteriores, que funcionam como razões para tal conclusão. Nos argumentos estabelece-se um nexo de
implicação entre as premissas e a conclusão.
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A validade de um argumento diz respeito ao nexo lógico que se estabelece entre as premissa e a
conclusão, de forma a expressar um pensamento coerente. Portanto, a validade dos argumentos não
depende da veracidade das premissas, mas sim do nexo lógico entre elas e a conclusão.
Nota: nos raciocínios ou argumentos dedutivos, se o raciocínio for válido e as premissas verdadeiras, a
conclusão tem de ser verdadeira.
TIPOS DE ARGUMENTOS:
Raciocínio = Inferir
Mediatos Imediatos
(construídos a partir de duas ou mais proposições) (construídos a partir de uma só proposição)
Dedutivos
Oposição
Indutivos
Conversão
Por analogia
Argumentos dedutivos:
Num argumento dedutivo, as premissas impõem a conclusão, ou seja, há uma implicação lógica
necessária entre as premissas e a conclusão. Nestes argumentos, a conclusão está implícita nas
premissas e, por isso, não contém mais informação do que aquela que já está nas premissas.
Argumentos indutivos:
A relação que se estabelece entre as premissas e a conclusão é apenas de apoio ou suporte.
Nestes argumentos, o facto de as premissas serem verdadeiras, não garante a veracidade da conclusão,
pois esta engloba mais informação do que a que está contida nas premissas. Pode-se afirmar que a
conclusão será provavelmente verdadeira.
Considera-se, ainda, que a indução não tem validade formal, porque se verifica um salto abusivo entre as
premissas e a conclusão, concluindo-se da parte para o geral.
A vantagem deste argumento é que ele permita avançar no desconhecido e, portanto, ampliar o
conhecimento. No entanto, ele não é totalmente rigoroso.
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5ª. De duas premissas afirmativas, não se pode inferir uma conclusão negativa;
6ª. De duas premissas negativas nada se pode concluir;
7ª. De duas premissas particulares nada se pode concluir;
8ª. Se uma das premissas for particular (ou negativa), a conclusão tem de ser particular (ou
negativa).
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Modo Figura
A Todo A é B
2ª Figura (o termo médio está nos predicados das
E Nenhum C é B
premissas)
E Logo, nenhum A é C
O Modo diz respeito ao tipo de premissa (A, I, E ou O) e a Figura à posição do termo médio nas
premissas.
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Méritos:
› Tentativa de formalização e reconhecimento de que a linguagem natural é limitada
nesta tentativa.
ARGUMENTAÇÃO:
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Argumentação e Demonstração:
A racionalidade humana não se esgota na validade formal, pois a maior parte dos problemas
com que nos deparamos não dependem de critérios formais rígidos, mas sim de critérios que se
prendem mais com a força persuasiva, a relevância e a pertinência dos argumentos e das premissas
desencadeadas a partir de opiniões geralmente aceites.
Entramos, assim, no domínio da argumentação ou “dedução dialética”, nas palavras de
Aristóteles, (ver exemplo 1) que é diferente da demonstração (ver exemplo 2).
A demonstração é constringente, não discutível, enquanto a argumentação pressupõe premissas
plausíveis e passiveis de serem discutíveis e até, refutadas.
Argumentação: discurso que visa persuadir um auditório acerca do valor de uma tese que se está a
defender. Argumentar é fornecer razões a favor, ou contra, de uma tese provocando adesão do
auditório.
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Ponto de partida: proposições indiscutíveis que Ponto de partida: proposições discutíveis. Ideias
são consideradas verdadeiras ou capazes de gerar controvérsia.
hipoteticamente verdadeiras.
Tipo de lógica: regida sobre a lógica forma. Tipo de lógica: regida sobre a lógica informal. Os
Impera o rigor, não há lugar para a discussão. critérios desta lógica são a pertinência, a
Interessa apenas o encadeamento do raciocínio. relevância e a força persuasiva dos argumentos.
Linguagem: reina a linguagem artificial, rigorosa, Linguagem: supõe diálogo, discussão usando a
quase matemática e desprovida de linguagem natural, com todas as suas
ambiguidades; reduz-se a um cálculo lógico e ambiguidades. Apresenta razões pró ou contra
permite uma única interpretação. uma tese. Permite uma pluralidade de
interpretações.
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O que fazer para conseguir a adesão do auditório? (Que características deve ter a situação comunicativa
da argumentação?)
› O emissor deve mostrar abertura de pensamento, aceitando a discussão sobre o tema,
mostrando disponibilidade para ouvir.
› O orador deve dirigir-se ao homem total; um ser racional, que pensa pro si próprio, provido
de emoções, portador de uma cultura e que tem interesses e motivações. O auditório é
também livre de aceitar ou refutar a tese.
› O orador tem de adaptar a sua linguagem e estratégias ao auditório.
› O emissor deve estar atento às reações do auditório.
Em resumo, deve haver uma adaptação às características sociais, culturais e psicológicas do auditório.
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Tipos de argumentos:
1. Dedutivos
indutivos
por analogia
exemplos
2. Não dedutivos
contra-exemplos
entimema
argumento de autoridade
Exemplo:
Consiste em citar com a oportunidade um exemplo, ou vários, para produzir no auditório a convicção
de que eles ilustram um princípio geral.
ex: Outrora as mulheres casavam muito cedo (tese)
Na Idade Média, 13 anos era a idade normal de casamento para uma rapariga judia.
(exemplo)
Contra-exemplo:
Caso que se presta a apoiar o contrário da tese que se defende.
ex: se se argumentar contra os malefícios do tabaco, o senhor Manuel que viveu até aos 90
anos e foi sempre fumador é um contra-exemplo.
Entimema:
Silogismo em que uma das premissas está omissa.
ex: Todas as estrelas têm luz própria. Falta a premissa: A lua não tem luz própria
Logo, a lua não é uma estrela.
Argumento de Autoridade:
Apoia-se na opinião ou testemunhos de uma pessoa ou instituição com autoridade na matéria para
sustentar a tese que se está a defender.
Requisitos de credibilidade:
› Fontes qualificadas, “especialistas” no assunto em discussão.
› Fontes devem ser imparciais.
› Dever haver consenso entre os especialistas da mesma área.
FALÁCIAS:
Falácias Formais: erros de raciocínio derivadas do incumprimento das regras lógicas. Dizem
respeito apenas à forma como o argumento está construído.
› Falácia do Termo Médio (M não está distribuído)
› Ilícita do Termo Maior (T tem mais extensão na conclusão que nas premissas)
› Ilícita do Termo Menor (t tem mais extensão na conclusão que nas premissas)
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RETÓRICA:
A retórica surge no contexto de persuadir nas cidades-estado democráticas gregas do séc. VI a.C..
Aparece ligada à vivência democráticas nessas organizações políticas (cidades-estado) sobretudo pelas
exigências das assembleias políticas e ligada ao funcionamento dos tribunais. Nestas estruturas, os
cidadãos eram incentivados a intervir na vida pública e existia igualdade dos cidadãos perante a lei.
O que é a retórica?
É entendida com a arte de bem falar e convencer o auditório. Liga-se à capacidade de apresentar bons
argumentos.
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Raízes da Retórica
Ligação às instituições políticas e judiciárias e à vida quotidiana dos
cidadãos:
Sofistas
Surgem para responder a uma necessidade sociopolítica nova: preparação dos jovens para as
disputas políticas e jurídicas.
Objetivo: formar cidadãos intervenientes na vida pública. O ensino centra-se no domínio da palavra
(gramática, retórica, antilogia) e num saber enciclopédico.
Conceções filosóficas marcadas pelo relativismo e ceticismo. (o seu ensino articula-se com as conceções
filosóficas)
A retórica era uma arma de conquista do poder; Defendiam que os valores e as verdades era
Defendiam o relativismo do conhecimento e dos absolutas.
valores e o convencionalismo das leis.
A partir dos fins do século IV a.C., a retórica entrou em declínio e só viria a ser reabilitada na atualidade.
Na Época Contemporânea, a crise do conceito clássico da racionalidade, por um lado, e, por outro, a
valorização das instituições democráticas, o reconhecimento da igualdade de todos os cidadãos perante
a lei, bem como o poder detido pelos meios de comunicação, vieram criar condições favoráveis à
reabilitação da retórica.
Beba leite.
O leite enriquece os ossos! Persuasão
Persuasão:
Manipulação:
› Consiste em levar alguém a fazer algo, impedindo-o de avaliar a situação criticamente. Faz-se
um uso indevido da argumentação com vista em levar o interlocutor a aderir de forma acrítica às
propostas do emissor.
› Não valoriza a autonomia e a capacidade crítica do interlocutor, pois o orador impões as suas
ideias; não respeita o interesse, a inteligência ou a liberdade do outro; tende a suprimir os
problemas.
› A retórica é colocada no Pathos uma vez que se apela aos afetos, desperta-se o desejo,
sugestiona-se e faz-se promessas.
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› Mau uso da retórica (retórica negra) quando a argumentação procura enganar o auditório em
função dos interesses de quem produz a argumentação, o que implica um discurso persuasivo
sedutor.
Estratégias Manipuladoras:
O modelo da racionalidade é um modelo científico. Este modelo considera que as verdades são absolutas
e intemporais; a partir do momento em que são construídas não podem ser contestadas.
(ver livro)
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Tipos de Conhecimento:
O conhecimento é sempre uma relação daquele que conhece (o sujeito) com o que é conhecido (o
objeto). Com base no tipo de objeto, encontramos três tipos de conhecimento:
› Conhecimento prático: diz respeito ao saber fazer (domínio da uma técnica, por ex.)
› Conhecimento de contacto: é do domínio do conhecimento de pessoas, objetos, locais, …
› Conhecimento proposicional: conhecimento apoiado em proposições (o que se aprende na
escola, por ex.)
Elementos do ato de conhecer: sujeito (é geral e acontece em todas as consciências); objeto e relação
que se estabelece entre o sujeito e o objeto da qual resulta o conhecimento.
Sujeito
Objeto Duas entidades separadas uma da outra, conetadas pelo ato de conhecer.
Relação entre S/O – é uma correlação, ou seja, um só existe porque o outro também existe. Esta relação
é irreversível, isto é, não se pode permutar, num ato de pensamento, a função do objeto e a função do
sujeito. A função do sujeito é conhecer o objeto. A função do objeto é ser conhecido pelo sujeito (este
último é o elemento ativo).
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1º sai de si
3º regressa a si
O sujeito forma uma imagem do objeto que é manente (dentro dele), objetiva com alguns salpicos de
subjetividade, uma representação mental.
QUESTÕES GNOSIOLÓGICAS:
Esta questão baseia-se no facto de o sujeito, ao apreender, experimentar o erro; daí: “sujeito apreende
realmente o objeto?”
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Como o Homem se apresenta tanto como um ser sensível e racional, deixa uma questão: “A origem do
conhecimento está nos sentidos ou na razão?”
Apriorismo: (Kant) As fontes do conhecimento são duas: a sensibilidade e a razão; Kant defende
que o conhecimento surge com experiência, mas não se reduz a ela Considera que o sujeito é
dotado de estruturas A priori, que são um património da razão, estruturas, estas, que são
preenchidas pela experiência. Ou seja, as estruturas A priori têm a função de enquadrar e
organizar os dados da experiência. (exemplo do supermercado)
Esta questão surge para se saber “Qual dos polos, sujeito ou objeto, é que tem o papel determinante
no ato de conhecer?”
Idealismo: (Kant) o polo fundamental é o sujeito. É solidário do criticismo. Parte do princípio que
o nosso conhecimento é limitado, então, “eu só conheço o que se deixa apreender pela minha
estrutura cognitiva”; a realidade é muito mais densa que aquilo que posso apreender dela. Só
conhecemos facetas dessa realidade. Está relacionado com o conhecimento das ideias que se
faz acerca das coisas. O polo determinante é o sujeito porque o conhecimento é uma construção
sua, a partir do que ele conseguiu apreender, do que lhe foi permitido.
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Descartes tinha influências matemáticas nas suas perspetivas filosóficas. O ceticismo foi importante no
percurso de Descartes, mas ele não se manteve cético até ao fim dos seus dias. Foi educado á sombra
da escolástica: era necessário reformar o conhecimento.
Descartes começa com uma atitude dubitativa (que se revela apenas como uma metodologia para chegar
a conhecimentos sólidos); duvida de todas as matérias, menos da Igreja.
› Duvida dos sentidos, porque estes nos enganam. Duvida do conhecimento sensorial.
› Há quem se engane no domínio matemático, logo passa a duvidar do conhecimento racional
matemático.
› Não há critério seguro que distinga o estado de vigília do estado de sono.
› Descartes alarga a dúvida e coloca a hipótese do génio maligno, entidade que induziria
propositadamente, o Homem em erro, pondo em causa o critério de evidencia racional.
A dúvida é importante ao conhecimento, pois permita duvidar das verdades feitas, questionar o que já
está instalado e assim abrir portas para novas verdades e hipóteses.
› É metódica, pois é uma estratégia de que Descartes se serva para pôr à prova a validade de
todo o conhecimento e, portanto, distinguir o verdadeiro do falso.
› É provisoria, porque parte da dúvida para chegar a certezas.
› É hiperbólica, porque, ao colocar a hipótese do génio maligno, Descartes radicaliza a dúvida,
pondo em causa o critério da evidência.
› É progressiva, porque se aplica a todos os campos do conhecimento, menos à Igreja.
Não, porque começa duvidoso para quebrar os erros que podem “sujar” o conhecimento. Utiliza a dúvida
para chegar a certezas, ou seja, é como que um ceticismo provisório, puramente metodológico.
A questão do cógito:
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