Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SÍNDROME NEUROVASCULAR
a) frontal: córtex responsável pela motricidade e linguagem (fala – área de Broca). Afasia de Broca (motora,
execução; área 44 e 45 de Brodmann) a pessoa entende o que lhe é dito mas não consegue executar. Áreas
de linguagem só existem no hemisfério dominante. O hemisfério E é dominante na maioria das pessoas
(piores sintomas). Motricidade: comanda funções motoras do lado oposto. Topografia medial: perna, corpo,
braço, mão e face. Responsável também pelo olhar conjugado, comportamento, vontade. Cápsula interna =
local por onde passam todos os neurônios motores provenientes de um hemisfério cerebral. A partir daí,
constituem um feixe cerebral único que se cruza para o outro lado.
b) parietal: córtex sensitivo. Sensações do lado oposto. Topografia medial: perna, corpo, braço, mão e face. Causam
quadrantanopsia homônima inferior (1/4 do campo visual é perdido).
c) temporal: córtex responsável pela compreensão da linguagem (sensitiva) = Afasia de Wernicke. Tem percepção de
músicas = área da música é diferente da área da linguagem (musicoterapia). Causam quadrantanopsia homônima
superior.
e) tronco cerebral (mesencéfalo, ponte e bulbo): pares cranianos = diplopia, disfagia, vertigem...
Vascularização
a) Cerebral média (PROVA – mais acometida): MOTOR + SENSITIVO contralateral (pode poupar perna). Afasias
motora (Broca) e sensitiva (Wernicke), se hemisfério E; desvio do olhar conjugado.
- Tipos: AVEi (80%) e AVEh (20%). A apresentação clínica pode ser a mesma. Todo paciente que se apresenta com um
déficit neurológico (plegia, afasia, disartria, hemianopsia, diplopia, amnésia, agnosia, etc) focal de instalação aguda
tem como diagnóstico principal – AVE. Diagnóstico diferencial não traumático = epilepsia, hipoglicemia, hipotensão,
aura da enxaqueca.
- Como diferenciar? = neuroimagem. Ideal em 20 minutos. O padrão-ouro seria a RNM por difusão (DWI; melhor
técnica; a convencional também não é tão boa), porém, incialmente se faz a TC de crânio sem contraste para
descartar AVEh.
- No AVEi, a TC de crânio pode apresentar-se normal no início (edema citotóxico). A lesão aparece a partir de 24-72
horas, com uma área hipodensa (mais escura/cinza), com discreto edema. Após cerca de 10 dias a lesão aparece
ainda mais hipodensa (preta), sem edema e com retração (podendo repuxar algum ventrículo). Vantagem da RNM
por difusão = precocidade; vê a lesão desde o início.
- No AVEH, a TC de crânio apresenta-se alterada desde o início. Lesão de característica hiperdensa (branca).
AVEi
- Infarto por isquemia prolongada de um território do encéfalo (cérebro, cerebelo ou tronco encefálico) nutrido por
uma artéria que sofreu oclusão aguda.
- Tratamento agudo (primeiros 3 dias): salvar a área de penumbra isquêmica = neurônios ainda viáveis, perfundidos.
Risco de recorrência nos primeiros dias. Nutrição (evitar desnutrição) e reabilitação precoces.
Estabilização clínica
Controlar glicemia (manter entre 140-180 mg/dL), temperatura e sódio: evitar solução salina
0,45%, hiper-hidratação e soro glicosado (pode contribuir para edema cerebral).
HAS permissiva (PROVA!): tratar se PA > 220 x 120 mmHg com anti-hipertensivo venoso
(nitroprussiato de sódio) pois a área infartada é tecidualmente frágil (risco de transformar em
hemorrágico). Se trombólise tratar se PA > 185 x 110 mmHg. Também trata se encefalopatia
hipertensiva, IAM, EAP, eclâmpsia.
Terapia antitrombótica
Trombólise EV: alteplase (rtPA – ativador de plasminogênio tecidual recombinante) 0,9mg/kg
(máximo 90mg). PRIORIDADE! Se o paciente piorar após infusão AVEh iatrogênico. Faz
crioprecipitado e ácido tranexâmico. 10% da dose feita em bolus e o restante pra correr em 1h.
∆T: tempo transcorrido dede o início dos sintomas/pessoa neurologicamente normal até o início do
trombolítico até 4,5 horas (sem história de AVEi/TCE nos último 3 meses, sem AVEh prévio
independente do tempo e sem uso de anticoagulante). E se o paciente dormiu normal e acordou
com o déficit? Usa a hora em que dormiu como referência. Preferencialmente o paciente entre 4-22
na escala NIHSS (stroke).
Manter PA < 180x105mmHg após trombólise
AAS (prevenção precoce; 160-300mg) e heparina profilática (TVP). Se fez trombólise aguardar
24hs.
Endovascular: trombectomia mecânica com stent (coloca no local do trombo e vai tracionando; não
é permanente). De 6hs (benefício estabelecido) a 24hs (considerar) se oclusão de grande artéria da
circulação anterior. Pode trombolisar e fazer a trombectomia depois, caso a primeira não tenha sido
resolutiva.
Investigação: ECO (coração discinético), ECG (FA, IAM), Duplex-scan (carótidas e vertebrais).
Cardioembólico (coração é a fonte emboligênica mais comum; FA). Não anticoagula na fase aguda pelo risco
de sangramento, mas anticoagulação plena deve ser feita após 3-4 dias. Se área isquêmica extensa
aguardar 14 dias. Neste AVE o déficit é súbito em segundos ou minutos, persiste estável e não piora nas
próximas horas/dias.
Aterotrombótico (trombo geralmente decorre da ruptura da placa de ateroma). Antiagregação plaquetária
(AAS pra sempre); controle de fator de risco (HAS é o principal fator de risco, DM 2, tabagismo,
sedentarismo). Endarterectomia se obstrução da carótida ≥ 70%. O AVE aterotrombótico evolui de forma
progressiva, instalando-se de horas a dias e podendo piorar em saltos.
AIT
- Definição: isquemia transitória + ausência de infarto cerebral em exame de imagem (RNM por difusão).
- Objetivo
AVEh
- Não é esperado déficit focal, exceto se complicar. Vai ocupando o espaço que era do líquor. (o sangue se mistura).
- Causas: ruptura de aneurisma sacular (artéria comunicante anterior) dos 30-65 anos. Dos 10-30 anos pensar em
MAV.
- Manifestações: cefaleia súbita (“pior da vida”) + RNC + rigidez de nuca (após 12-24hs).
Escala de Hunt-Hess:
Grau 1: lúcido, leve cefaleia.
Grau 2: cefaleia + rigidez.
Grau 3: sonolento.
Grau 4: torpor, déficit focal.
Grau 5: coma (Glasgow <8)
- Diagnóstico
- Em pessoas sem HSA, o parênquima do mesencéfalo não é bem visualizado. Se ficar bem visível (parece um
coração/Mickey) = HSA (contrasta).
- Se TC normal, porém com suspeita punção lombar = líquor de aspecto amarelado, xantocrômico.
- Complicações:
- Tratamento:
Intervenção precoce, idealmente até o 3º dia ou após 14 dias (não deve ser feita no período de risco de
vasoespasmo) = clipagem cirúrgica ou endovascular (coil). Cura a doença.
Controle da PA: PAS < 160mmHg.
Neuroproteção: nimodipina VO ou SNG: 60mg 4/4hs por 14-21 dias. Bloqueador de canal de Ca.
Hemorragia intraparenquimatosa
- Diagnóstico: TC de crânio sem contraste. Local comumente acometido: putame (núcleo da base) = hemiplegia
contralateral (vizinho a cápsula interna; começa a comprimir os neurônios motores); tálamo, ponte (tetraplegia e
pupila puntiforme) e cerebelo.
- Tratamento: suporte para HIC. O vaso não é acessível. Espera o organismo reabsorver o sangue. Reduzir
rapidamente PAS buscando um alvo de 140mmHg. Cirurgia = apenas se hematoma cerebelar > 3cm.