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Aula 05
Carlos Xavier
Capacitação.
Sumário
1. Palavras iniciais. .......................................................................................................... 2
2. Capacitação de pessoas: treinamento, desenvolvimento e educação. ......................... 3
3. Treinamento. .............................................................................................................. 5
3.1. Técnicas de treinamento ......................................................................................................... 8
3.2. Avaliação de Resultados do Treinamento ............................................................................. 11
1296060
1. PALAVRAS INICIAIS.
Oi!
Estou de volta para mais uma aula de temas que costumam cair bastante em concursos!
Hoje estudaremos alguns assuntos interligados: treinamento, desenvolvimento e educação
corporativa.
Um abraço e bons estudos!
Prof. Carlos Xavier
www.youtube.com/profcarlosxavier
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Desde já você precisa saber diferenciar treinamento de desenvolvimento, para que possa
entender o que une os dois conceitos.
Treinamento é orientado para o tempo presente, focando no cargo que o funcionário ocupa
atualmente (treinamento baseado no cargo) e nas competências necessárias (treinamento
baseado em competências) para o exercício das tarefas relacionadas ao cargo atual.
Desenvolvimento de pessoas, por sua vez, é a atividade que busca desenvolver os funcionários de
forma mais ampla para que eles estejam aptos a ocupar outros cargos no futuro. Ao mesmo
tempo busca-se desenvolver certas competências que serão necessárias, mas não se utiliza de
estratégias de direcionamento muito específicas para as competências, já que não se sabe de
maneira exata como elas serão utilizadas. Esse conceito não deve ser confundido com
desenvolvimento organizacional, que está ligado à organização como um todo.
Perceba que, por um lado, você deve compreender os conceitos em separado, mas por outro, é
importante que você entenda que eles constituem um todo unido, chamado de Treinamento e
Desenvolvimento (T&D), cujos conceitos – infelizmente para os concurseiros - costumam se
misturar muito.
Além de entendê-los, saiba o que significa a educação corporativa: Educação corporativa é o
conjunto de práticas de capacitação integrada de longo prazo para os profissionais, que busca ter
uma visão sistêmica da organização e suas necessidades. Em outras palavras, é uma visão
completa de como a organização estrutura um sistema de desenvolvimento para seu pessoal ao
longo do tempo. A educação corporativa pode se dar dentro das universidades corporativas, que
são as “universidades” estruturadas pela própria organização para passar conhecimentos e
desenvolver competências em seus funcionários, com foco no negócio da organização. Estes
conhecimentos e competências deverão estar associados aos cargos que ocupam e as trajetórias
futuras do indivíduo.
3. TREINAMENTO.
Como já vimos, o treinamento está focado na aprendizagem dos funcionários a partir de
programas voltados para o cargo ocupados e as competências necessárias para o bom exercício de
suas atribuições no presente.
Para o estabelecimento de programas de treinamento, as organizações realizam um ciclo contínuo
de planejamento-execução-avaliação de quatro etapas:
1. Diagnóstico/Levantamento das necessidades de treinamento na organização. Essa fase
busca levantar as necessidades tanto em cenários reativos (necessidades com base em
problemas atuais), quanto em cenários prospectivos (buscando melhorias para se preparar
para o futuro). O levantamento pode ser feito em níveis: 1) Análise da organização total
(nível organizacional), onde se verificam as necessidades para o sistema organizacional e
suas áreas, necessitando das informações sobre os objetivos da organização e sua filosofia
de treinamento; 2) Análise dos recursos humanos, tratando do próprio sistema de
treinamento, que requer como informações básicas a análise da força de trabalho da
organização, ou seja, quais os comportamentos, atitudes e competências necessárias para o
alcance dos objetivos; 3) Análise das operações/tarefas/cargos: utiliza o sistema de
aquisição de habilidades com base em informações sobre habilidades, atitudes,
conhecimentos, capacidades, comportamentos e características pessoais exigidas para o
cargo (análise de cargo); 4) Análise do treinamento: análise com base nos objetivos fixados
para o próprio treinamento são estabelecidos critérios para avaliação da eficiência e
eficácia do programa. Goldstein (1991, apud Meneses, 2006, p.2), por sua vez, afirma que
três tipos de análise podem ser realizadas: De forma sintética, o primeiro tipo de análise,
denominada análise organizacional, contempla a identificação dos resultados
organizacionais a serem afetados pelo treinamento, bem como das condições ambientais
capazes de interferir na execução do programa de TD&E e na observação dos efeitos da
ação educacional. Em seguida, na análise de tarefas, são descritas as atividades e as
condições sobre as quais estas são realizadas, bem como os conjuntos de conhecimentos,
habilidades e atitudes (CHA) requeridos para o bom desempenho de indivíduos ou grupos de
trabalho. Por fim, procede-se à análise individual, momento em que são identificadas as
lacunas de CHA que justificam a participação de indivíduos, ou mesmo grupos de trabalho,
em uma determinada ação educacional. Chiavenato (2010, p.377) aponta alguns
indicativos de que há necessidade de realizar treinamentos. Indicadores a priori (apontam
que o treinamento será necessário antes mesmo da necessidade objetiva surgir): 1.
Expansão da empresa e admissão de novos empregados; 2. Redução do número de
empregados; 3. Mudança de métodos e processos de trabalho; 4. Substituições ou
movimentação de pessoal; 5. Absenteísmo, faltas, licenças e férias de pessoal; 6. Mudanças
nos programas de trabalho ou de produção; 7. Modernização dos equipamentos e novas
tecnologias; 8. Produção e comercialização de novos produtos ou serviços. Indicadores a
posteriori (apontam problemas decorrentes da inexistência de treinamento prévio): 1.
Problemas de produção, como: a. Baixa qualidade de produção; b. Baixa produtividade; c.
Avarias frequentes em equipamentos e instalações; d. Comunicações deficientes; e. Elevado
É possível também que a banca considere que após o levantamento das necessidades do
treinamento haveria a análise das necessidades, antes da programação do treinamento. Enquanto
o levantamento das necessidades seria voltado para o simples levantamento, a análise buscaria
entender as causas para as necessidades de aprendizagem, normalmente estando associadas a:
motivação, contexto e capacidade. Nesta visão, é inserida uma etapa a mais, e o treinamento
passa a acontecer no ciclo: 1) levantamento de necessidades; 2) análise das necessidades; 3)
programação/planejamento; 4) Implantação; 5) avaliação dos resultados.
Existem várias técnicas de treinamento que devem ser escolhidas com base nos objetivos de cada
treinamento específico. Na verdade, elas não são excludentes uma da outra, representando
alternativas que podem ser combinadas para uma solução apropriada ao treinamento que se
pretende realizar.
As principais técnicas de treinamento que poderão ser utilizadas para o treinamento individual
são:
1. Treinamento no serviço (on the job training): é a mais utilizada pelas organizações por não
demandar equipamento ou ambiente especifico para o treinamento. Nesta técnica de
treinamento, o funcionário aprende trabalhando na prática.
2. Treinamento em classe: é o treinamento fora do ambiente de trabalho e dentro de uma
sala de aula, onde os funcionários ficam em uma posição de aprendiz em relação ao
instrutor. O foco aqui está no ambiente de sala de aula!
3. Treinamento de aprendizagem: é a combinação do treinamento no local de trabalho com o
treinamento em classe, para obter o melhor das duas possibilidades.
4. Leitura: trata-se de uma técnica muito utilizada quando se deseja passar informações e
conhecimentos específicos para o funcionário. Consiste em “leituras” pelo instrutor, que
fala sobre determinado assunto para os funcionários em treinamento. Possui a
desvantagem de ser muito passiva, havendo pouca interação. O foco está no instrutor!
5. Instrução programada: é uma técnica que funciona através da disponibilização de partes do
conteúdo para o treinando, sem a condução e orientação de um instrutor - por isso é uma
forma de aprendizagem autodirigida. Ele aprende sem intervenção humana direta. Pode ser
computadorizado ou não. Envolve perguntas/respostas pelas quais o funcionário vai
avaliando se aprendeu ou não o conteúdo. Existem dois sistemas de instrução programada.
O sistema linear (ou extrínseco) é aquele que parte do princípio de que os erros inibem a
aprendizagem dos alunos. Assim, ele se utiliza de um esquema que utiliza informações
pequenas e repetitivas ao longo dos sucessivos elementos das lições. O sistema ramificado
(ou intrínseco) é o que tem lições maiores e complexas, demandando mais esforço do aluno
para assimilação.
6. Treinamento à distância: o treinando tem acesso ao material do ensino remotamente,
estudando sozinho. Requer maior disciplina de estudo.
7. Treinamento Baseado em Computador: consiste na realização de treinamento com base em
softwares de computador, podendo ser utilizados CDs, DVDs, etc. como mídias de entrega
dos materiais.
conceitos e mudança de comportamento. Não deve ser utilizado para treinar funcionários
recém-chegados, pois requer preparação, aptidões e criatividade.
2. Demonstração: serve para o treinamento grupal – onde é mais utilizada – e também para o
treinamento individual. Consiste em demonstrar determinada operação aos treinandos,
que em seguida a executarão.
3. Dramatização: É a execução de uma dramatização, como em uma peça de teatro sobre uma
situação real de trabalho. Nesta técnica as pessoas representam papéis previamente
estabelecidos pelo instrutor, de modo que passam a desenvolver uma postura mais sensível
aos sentimentos, atitudes e posições hierárquicas dos outros. Dá-se uma ênfase maior
aspectos emocionais do que em racionais.
4. Brainstorming: É uma técnica que consiste em grupos de, no máximo, cerca de dez pessoas,
que devem produzir ideias livremente, sem críticas nem restrições. Geralmente é utilizado
na geração de ideias para a tomada de decisão e planejamento empresarial. No
treinamento, faz com que as pessoas tenham a habilidade de ouvir o que os outros dizem.
Aplicadas na gestão da qualidade através dos CCQs (círculos de controle da qualidade),
levam ao consenso do grupo no processo de mudança contínua.
5. Estudos de caso: é uma técnica associada a aprender lições com base em casos reais da
própria empresa ou de outras, apresentando soluções e análises para problemas, etc. O
fundamento é que é mais fácil aprender as competências para o desempenho das funções
por meio de casos reais. Deve ser destacado que nem sempre os estudos de caso têm uma
única solução correta, pois o mais importante é a busca da solução, e não o resultado ser
“certo” ou “errado”. O foco é o processo de discussão, e não a busca de uma solução
consensual;
6. Painel: é uma técnica que consiste na reunião de um pequeno grupo de especialistas
(geralmente entre 3 e 6), que discutem assuntos específicos de maneira informal e sob a
supervisão de um instrutor. Participam do painel, também, um grupo de pessoas que
assiste aos debates.
7. Simpósio: é uma técnica similar ao painel, com a diferença de que é mais formal e
operacionalizado em torno da reflexão sobre trabalhos de pesquisa.
8. Jogos de empresas: são técnicas de desenvolvimento que envolvem a participação das
equipes em jogos que tratam de situações reais ou simuladas da organização, possuindo
“regras do jogo” do inicio ao fim. O participante é estimulado a pensar de forma diferente,
sob novos ângulos e considerando novas estratégias. O dinamismo é a principal vantagem
dessa técnica
Observe que algumas dessas técnicas são as bases uma da outra (como o e-learning e o
treinamento baseado em computadores), então se preocupe apenas em associar cada uma ao seu
conceito. Não precisa ficar tentando misturar umas com as outras, para não confundir!
Chiavenato (2010) propõe a classificação das técnicas de treinamento quanto ao seu uso, quanto
ao tempo e quanto ao local.
Quanto ao uso, as tecnologias de treinamento podem ser:
1. Orientadas para o conteúdo: orientadas para a transmissão de conhecimento e informação
(leitura, instrução programada, instrução assistida por computador, uso de recursos
audiovisuais, etc.);
2. Orientada para o processo: orientadas para a aprendizagem por meio do processo de
treinamento (dramatização, treinamento da sensitividade, desenvolvimento de grupos,
etc.);
3. Mistas: utilizam as duas abordagens anteriores (estudos de casos, jogos e simulações,
conferências e várias técnicas on-the-job, etc.).
Como praticamente tudo na administração de uma organização, o treinamento também deve ser
avaliado.
O resultado dessa avaliação serve para verificar se os esforços de treinamento estão sendo bem
empreendidos e se possuem a capacidade de gerar resultados positivos para a organização. Para
isso, a organização costuma utilizar diferentes indicadores de elementos vinculados ao próprio
treinamento e às suas consequências sobre a organização, tais como redução de custos de
produção ou administrativos, melhoria da produtividade dos funcionários e da qualidade dos
produtos, melhoria da satisfação do cliente, melhoria do clima organizacional e da satisfação dos
funcionários, etc.
Existem várias formas de avaliar o treinamento realizado na organização. As principais medidas
utilizadas envolvem as seguintes dimensões:
1. Qualidade do treinamento;
2. Custo de realizar o treinamento;
3. Efetividade do serviço: considerações sobre se o treinamento atendeu às necessidades do
participante;
4. Rapidez do processo de treinamento. Conceito também ligado à agilidade e adaptabilidade;
5. Resultados obtidos pelo programa de treinamento.
As bancas às vezes falam nos 4 níveis iniciais, as vezes falam em 5! Considere das duas formas!
Quanto ao nível, a avaliação do programa de treinamento pode ser feita em quatro níveis,
conforme a seguir (Chiavenato, 2010, p.385):
1. Avaliação no nível organizacional:
a. Aumento da eficácia organizacional
b. Melhoria da imagem da empresa
c. Melhoria do clima organizacional
d. Melhor relacionamento entre empresa e funcionários
e. Melhor atendimento ao cliente
Além disso, tenham em mente ainda que a avaliação do treinamento serve como informação para
a retroação no ciclo de treinamento dos funcionários da organização, servindo de base para novos
treinamentos!
- Vamos agora ao tema Desenvolvimento de pessoas!
4. DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS.
Como já vimos, o treinamento e o desenvolvimento são coisas diferentes.
Desenvolvimento das pessoas na organização está mais ligado à orientação para o futuro e à
educação como um todo, que representa as mudanças mais profundas de formação da
personalidade e a melhoria das capacidades mais amplas que um indivíduo possui.
Neste sentido, o desenvolvimento individual foca a carreira que o profissional irá desenvolver no
futuro, buscando prepará-lo para o que será necessário, construindo capacidades mais amplas.
Vários métodos podem ser utilizados, geralmente em conjunto, para promover o desenvolvimento
individual. Eles podem se dar no cargo ou fora dele. Os métodos mais comuns de desenvolvimento
das pessoas no cargo atual são:
1. A rotação de cargos: consiste na movimentação do pessoal entre diferentes cargos na
organização, buscando desenvolver suas competências e capacidades em geral. Ela pode
ser vertical ou horizontal. Será vertical quando se ocupa provisoriamente cargos
hierarquicamente superiores com o objetivo de desenvolver características individuais que
o habilitem para posições superiores em caráter permanente, no futuro. Um exemplo que
muitos conhecem é a famosa “substituição” do chefe durante suas férias e ausências... A
rotação será horizontal quando acontecer entre cargos do mesmo nível hierárquico, com o
objetivo de expandir suas competências com base em experiências diferentes, mas com o
mesmo nível de complexidade.
2. Aprendizagem prática: é uma técnica muitas vezes utilizada como complementar,
consistindo em fazer com que o treinando se dedique a realizar tarefas e projetos
específicos ou resolver problemas associados a eles, gerando aprendizagem como
consequência.
3. Ocupar posições de assessoria (staff): o funcionário de alto potencial aprenderá bastante se
trabalhar diretamente em uma posição de assessoria a gestores bem-sucedidos da
organização.
4. Participação em comissões: o funcionário pode ser designado para participar de comissões
na organização, como forma de ampliar sua bagagem;
5. Coaching: trata-se de um processo de acompanhamento por parte de um “treinador”, que
servirá como o guia para o desenvolvimento profissional, buscando fazer com que o
contratante chegue ao seu objetivo. Pode ser individual (aquele aplicado numa relação
direta entre o coach e o cliente, de maneira individual, como forma de potencializar a
interação entre ambos ); em grupo (aplicado pelo coach em relação a um conjunto de
indivíduos, cada um com seus próprios objetivos. Trata-se de uma técnica que barateia o
uso da ferramenta e potencializa a compreensão da situação e a solução dos desafios pelo
indivíduo, ao enxergar a situação parecida de outros e suas diferentes perspectivas); em
equipe (aplicado no contexto organizacional, em um conjunto de pessoas que trabalha em
conjunto no dia a dia e que busca a realização de objetivos em comum. Assim, a principal
diferença entre o coaching em grupo e o em equipe é que o primeiro é voltado para os
objetivos de cada um dos indivíduos que fazem parte do grupo, enquanto o segundo é
Existe ainda a possibilidade de desenvolvimento fora do cargo atual, que pode se dar por meio de
tutoria/mentoring (assistência de membros da cúpula da organização para os profissionais com
alto potencial de desenvolvimento, para que se desenvolvam no exercício das tarefas e na
capacidade de decisão, objetivando crescimento futuro) ou aconselhamento dos funcionários pela
organização.
A orientação ao pessoal e o desenvolvimento da carreira também têm sido utilizados nas
organizações para o desenvolvimento profissional.
Na orientação ao pessoal, a organização orienta os colaboradores quanto às suas carreiras,
fornecendo ainda informações sobre oportunidades, competências requeridas, educação e
aprendizagem, etc.
No desenvolvimento da carreira, o foco está na carreira que o funcionário terá pelo futuro da
organização, devendo ser avaliado e orientado sobre as possibilidades. O planejamento sucessório
é uma importante ferramenta para isso.
Tenha atenção ainda para o fato de que o treinamento é considerado uma ferramenta para o
desenvolvimento das pessoas na organização, já que o treinamento é voltado para o curto prazo,
que é necessário para que os objetivos de longo prazo sejam atingidos pelo desenvolvimento.
Uma tendência moderna de desenvolvimento de pessoas em carreiras é o forte investimento em
programas de trainee por parte das organizações. Nesses programas, pessoas em início/meio de
carreira são expostas a situações e oportunidades que favorecem o seu desenvolvimento. O
objetivo da organização com esses programas costuma ser preparar os futuros ocupantes de
postos-chave na empresa. Trata-se de uma espécie de encarreiramento para as pessoas com alto
potencial.
Como você já está notando, o que não falta é técnica para desenvolver pessoas...
Você deve ter em mente ainda que existem diferentes tipos de habilidades que se relacionam com
a ocupação de cargos em determinados níveis hierárquicos, conforme relacionado a seguir:
• Habilidades técnicas: são aquelas que se relacionam com a execução da tarefa em si, sendo
mais exigidas no nível operacional. Quanto mais se sobe em direção ao nível estratégico da
organização menos habilidades técnicas são necessárias.
• Habilidades humanas: trata-se da capacidade do individuo de lidar com as pessoas,
especialmente aplicável ao ambiente de trabalho, sendo fundamentais para um bom
relacionamento. São imprescindíveis para o exercício de cargos de liderança em qualquer
nível.
• Habilidades Conceituais: são as habilidades de compreender a complexidade da
organização e como as partes se ajustam. Permitem uma visão geral da organização e suas
necessidades, que vão muito além dos objetivos fixados para uma pessoa ou departamento
específico.
Princípios Práticas
Com isto em mente, você deve entender a diferença entre uma perspectiva de educação
corporativa por meio das universidades corporativas e uma perspectiva de um simples
treinamento. Neste sentido, Meister (1999) apresenta uma série de mudanças de foco que
acontecem quando a organização realiza a mudança da visão tradicional de um “departamento de
treinamento” para uma visão de aprendizagem baseada no desempenho, típica das universidades
corporativas. Apresento, a seguir, um quadro que resume essas características.
Além disto, saiba que a compreensão da educação passa por três tendências filosófico-políticas,
para que se possa aplicá-la ao contexto organizacional (Eboli, 2002):
• Redentora: concebe a sociedade como um conjunto de seres humanos que vivem e sobrevivem num
todo orgânico e harmonioso com desvios de grupos e indivíduos que ficam à margem desse todo. Tem
uma visão “não-crítica” da sociedade: o que importa é integrar em sua estrutura tanto os novos
elementos (novas gerações) quanto os que se encontram à margem. A educação assume seu papel de
manter o corpo social, promovendo a integração e a adaptação dos indivíduos pela correção de seus
desvios de comportamento.
• Reprodutora: afirma que a educação faz parte da sociedade e a reproduz. A interpretação da
educação como reprodutora da sociedade significa entendê-la como um elemento da própria
sociedade determinado por seus condicionantes econômicos, sociais e políticos. Esta, além de crítica, é
reprodutivista. Pela aprendizagem de alguns saberes, envolvidos na ideologia dominante, é que são
reproduzidas as relações de trabalho, as relações de poder e as relações sociais vigentes.
• Transformadora: tem por perspectiva compreender a educação como mediação de um projeto social.
Ela nem redime nem reproduz a sociedade, mas serve de meio para realizar um projeto de sociedade.
Propõe-se a compreender a educação dentro de condicionantes e agir estrategicamente para sua
transformação. Propõe-se a desvendar e utilizar-se das próprias contradições da sociedade para
trabalhar realística e criticamente por sua transformação.
Com base nisso, a mesma autora concebe que a educação corporativa tem como objetivos básicos
1) a conscientização de gestores e suas equipes quanto à importância de se vivenciar e praticar a
cultura empresarial; 2) ser um instrumento para alinhar a cultura organizacional e os
colaboradores; 3) ser um instrumento de promoção e integração cultural.
Percebe-se que a educação corporativa está diretamente ligada à cultura organizacional. Neste
sentido são três as estratégias educacionais não excludentes que podem ser utilizadas. Apresento,
==13c6bc==
Você percebeu que a tecnologia deve ajudar o projeto de educação corporativa? Veja que a
perspectiva da aprendizagem a ser utilizada deve ser a de “aprendizagem a qualquer hora e em
qualquer lugar”? É a educação à distância entrando em cena!
A Educação à Distância (EAD) utiliza as tecnologias e mídias disponíveis para possibilitar esse tipo
de aprendizagem. Ela começou com o estudo por correspondência, mas já passou por diferentes
gerações em sua evolução (Moore e Kearsley, 2008):
• Primeira geração: estudo por correspondência;
• Segunda geração: transmissão de conteúdo por rádio e televisão;
• Terceira geração: abordagem sistêmica da educação à distância por meio de tecnologias
experimentais;
• Quarta geração: as teleconferências
• Quinta geração: as aulas virtuais, baseadas em computadores e na internet.
Assim como nos casos anteriores, o EaD é plenamente aplicável ao setor público, possuindo a
principal vantagem de possibilitar o estudo em horários e locais mais flexíveis em relação ao
ensino presencial (o que aumenta o alcance do curso!). Alguns profissionais que não teriam
disponibilidade para estudar presencialmente passam a ter para o estudo à distância. Além disso,
o custo por aluno é muito reduzido no EAD.
Apesar disso, o EAD possui algumas desvantagens, entre elas destaca-se o fato de que os cursos à
distância exigem maior dedicação e disciplina dos estudantes, que não têm horários e dias fixos
para estudar. Você conhece bem essa realidade, não é? É a sua realidade com as nossas aulas à
distância!
Importante destacar também que as práticas de educação à distância podem ser combinadas com
as presenciais, gerando o chamado ensino híbrido.
Antes de terminarmos este tópico, gostaria de discutir com vocês sobre o estabelecimento dos
objetivos de ensino para que o planejamento da educação e sua posterior execução e avaliação
possam ser desempenhados.
Estes objetivos são descrições claras do que se espera do aprendiz em relação ao conteúdo
aprendido. O estabelecimento de objetivos deve buscar incluir verbos de ação que se relacionem
com comportamentos observáveis no aprendiz. No sentido contrário, verbos relacionados com o
simples pensamento devem ser evitados, pois não podem ser facilmente avaliados. Verbos a
serem utilizados incluem: identificar, fazer, operar, subir, descer, escrever, ler, etc. Verbos a serem
evitados podem incluir: saber, entender, apreciar, etc.
É possível dividir os objetivos de aprendizagem em três componentes: 1) a ação ou
comportamento esperado do aprendiz como resultado da formação; 2) o esclarecimento de qual a
condição na qual o comportamento novo deverá ser exibido; 3) o esclarecimento do critério ou
padrão a ser atingido para que se possa dizer que o sucesso foi atingido.
Por hoje ficamos por aqui de teoria. Vamos agora às questões comentadas!
Um forte abraço!
Prof. Carlos Xavier
www.youtube.com/profcarlosxavier
Instagram: @Professorcarlosxavier
6. QUESTÕES COMENTADAS.
b) avaliação de aprendizagem
c) avaliação de impacto no comportamento
d) avaliação de resultados ou de retorno do investimento
e) avaliação de transferência do treinamento
Comentário:
A avaliação de resultados em questão é referente ao Modelo de Kirkpatrick. Hoje existem cinco
níveis pois houve a adição de mais um (Chiavenato, 2010):
1. Reação: deve ser medida a satisfação do usuário do treinamento. É também chamado de
“teste do sorriso”;
2. Aprendizado: é a avaliação, por meio de testes e provas, sobre os conhecimentos,
habilidades e comportamentos aprendidos com base no treinamento;
3. Desempenho/impacto no trabalho/comportamento: é a avaliação sobre a mudança de
desempenho do indivíduo entre o momento anterior e o posterior ao treinamento.
4. Resultado: é a avaliação do resultado do treinamento sobre os resultados da organização
como um todo e sobre o atingimento de seus objetivos;
5. Retorno do investimento: trata-se de avaliar o valor agregado pelo treinamento à
organização e compará-lo com o investimento que foi necessário.
Com isso, perceber-se que o nível de desempenho do indivíduo no trabalho é o que mede o
impacto.
GABARITO: D.
importante para que o funcionário adquira as competências necessárias para o cargo que vai
desempenhar.
GABARITO: Errado.
foi escrita com muito cuidado, para que a simples linguagem nos levasse a ter uma interpretação
mais aberta do conteúdo.
Segundo a teoria sobre o assunto, no nível organizacional o que se observa é a organização como
um todo, mas não chega a ser mencionado que essa observação desceria ao nível das
competências dos indivíduos (o que acontece no nível do RH e no nível da tarefa), por isso a
questão está errada.
GABARITO: Errado.
atitudes (CHA) requeridos para o bom desempenho de indivíduos ou grupos de trabalho. Por fim,
procede-se à análise individual, momento em que são identificadas as lacunas de CHA que
justificam a participação de indivíduos, ou mesmo grupos de trabalho, em uma determinada ação
educacional.
GABARITO: A.
GABARITO: E.
atuais dos indivíduos. Assim, seria necessário buscar uma visão mais integrada da organização nas
alternativas, ou uma visão sobre o futuro organizacional/gestão por competências, visão
estratégica/etc.
Considerando isso, a única alternativa que vejo fazer sentido é a letra A. Alguns podem ter achado
a letra C como uma possibilidade viável, mas ela é mais restrita que a letra A: observa apenas o
que os próprios funcionários de diferentes áreas estão solicitando, e isso diz respeito a uma visão
tradicional – só que considerando diferentes funcionários.
GABARITO: A.
Questão bastante interpretativa. Para resolvê-la você deveria pensar que a educação corporativa é
o processo envolvido com tudo o que é treinamento, desenvolvimento, educação e aprendizagem
na organização, incluindo seus parceiros de interesse.
Assim, a única alternativa que não diz respeito a nada disso é a letra A.
GABARITO: A.
Comentário:
O levantamento de necessidades de treinamento normalmente é feito a partir dos seguintes
níveis: 1) Análise da organização total (nível organizacional; 2) Análise dos recursos humanos,; 3)
Análise das operações/tarefas/cargos; 4) Análise do treinamento. A alternativa mais próxima a isso
é a alternativa B, e as demais simplesmente não se conectam ao conteúdo.
GABARITO: B.
7. LISTA DE QUESTÕES.
c) extensão de tarefas.
d) ampliação de cargos.
e) responsabilização indireta.
divisão de acordo com seu uso, apontando as de Conteúdo, as de Processo e as Mistas, sendo
que
a)a aplicação de uma modalidade exclui, necessariamente, as demais, na medida em cada qual se
baseia em diferentes premissas.
b) as denominadas de Processo, como o role playing, objetivam redesenhar os processos de
trabalho.
c) as mistas são as que atendem, a um só tempo, o processo de indução e o de integração.
d) apenas as de Processo comportam aplicação interna, denominada on the job.
e) aquelas caracterizadas como de Conteúdo são desenhadas para transmissão de conhecimento.
c) motivacional e volitivo.
d) externo e interno.
e) reativo e prospectivo.
do programa, que, ao terminar; iniciou a implementação por meio de técnicas; finalizando com a
avaliação na busca de obtenção de dados concretos. Esse programa que Sonia iniciou na
organização condiz com
a) o programa de avaliação de desempenho.
b) o programa de treinamento e desenvolvimento de pessoal.
c) o programa de qualidade de vida no trabalho.
d) o programa de saúde ocupacional.
e) o programa de recrutamento e seleção de pessoal.
d) análise do treinamento.
8. GABARITO.
9. BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL.
ARAÚJO, Luis C. G de. GARCIA, Adriana A. Gestão de Pessoas: estratégias e integração
organizacional. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
ARMSTRONG, Thomas. Inteligências múltiplas na sala de aula. Prefácio Howard Gardner. 2. Ed.
Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.
BOAS, Ana A. ANDRADE, Rui O. B de. Gestão Estratégica de Pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
LACOMBE, Francisco. Dicionário de Negócios: mais de 6.000 termos em inglês e português. São
Paulo: Saraiva, 2009.
MEISTER, Jeanne C. Educação Corporativa: a gestão do capital intelectual através das
universidades corporativas. São Paulo: Pearson Makron Books, 1999.
MELLO, Luciana H. F. de. Uma Avaliação do Treinamento na Produtividade do Trabalho.
Dissertação de Mestrado em Gestão Empresarial. Fundação Getúlio Vargas. Rio de Janeiro: FGV,
2009.
MENESES, Pedro P. M. Treinamento e Desempenho Organizacional: A contribuição dos Modelos
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NONAKA, Ikujiro. NISHIGUCHI, Toshiro. Knowledge Emergence. New York: Oxford University Press,
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