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EDIFÍCIO ESPLANADA HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE PORTO ALEGRE MODERNA

HISTÓRIA III - PROF: ANDERSON DALL’ALBA


GABRIELA MENDES E VICTÓRIA MAASSEN

EDIFÍCIO TECIDO EDIFÍCIO MONUMENTO


FICHA TÉCNICA FICHA TÉCNICA:
- Arquiteto: Román Fresnedo Siri - Arquiteto: Jorge Machado Moreira
- Ano: 1952 - 1961 - Ano : 1948
- Localização: O terreno localiza-se entre as Ruas André Puente e Ramiro Barcelos e a Avenida Independência, - Localização: R. Ramiro Barcelos, 2350 - Santa Cecilia, Porto Alegre
no Bairro Independência, em Porto Alegre. - Uso: Hospital Universitário
- Uso: Residencial e comercial
HISTÓRIA
HISTÓRIA -Descrição do encargo: Em 1933 o presidente da República, Getúlio Vargas assinou o decreto autorizando a obra do Hospital – escola. Em 1938, por 1,6 milhão de
- Descrição do encargo: foi realizado pela Sociedade Imobiliária Iochpe Ltda, com a administração e construção cruzeiros, o terreno foi adquirido para a construção do prédio. Em 1943, foi lançada a pedra fundamental do Hospital de Clínicas, no terreno situado no campus da
da empresa de engenharia Azevedo Moura & Gertum. Universidade de Porto Alegre. No entanto, a realização das obras enfrentou problemas técnicos, fazendo com que, em 1952, o então reitor da UFRGS, Elyseu Paglioli,
- Agentes envolvidos: O projeto original, protocolado na prefeitura em 1952, é de Fresnedo Siri, arquiteto decidisse redefinir o projeto original e contratar uma nova equipe de construção. Em 1968, como o hospital ainda não havia entrado em atividade, o reitor Eduardo
contratado pela construtora. O projeto executivo foi desenvolvido, posteriormente, por Guido Trein, técnico de Faraco nomeou uma comissão para estudar sua instalação. Designado no dia 30 do mesmo mês, um grupo de trabalho definiu conceitos e princípios administrativos
edificações da construtora. para dar início às atividades do HCPA. Criou-se, assim, o Estatuto da instituição, que, após aprovado, foi publicado no Diário Oficial da União. Isto ocorreu em 19 de julho
de 1971. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre ganhava, assim, de forma definitiva, a sua tão sonhada certidão de nascimento. O primeiro atendimento ambulatorial
PROJETO ocorreu em 1º de fevereiro de 1972, na especialidade de Endocrinologia.
Os pavimentos subsequentes ao térreo se organizam em duas variantes. As mudanças nas plantas ocorrem - Agentes envolvidos: Projeto original de 1942 elaborado pelo arquiteto Jorge Machado Moreira, em 1958 a UFRGS contratou a empresa Fomisa, que confiou aos
apenas nos blocos B e D, que intercalam pavimentos com disposições distintas. Os núcleos de serviço arquitetos Oscar Valdera e Roberto Nadalutti a parte de arquitetura e a Raphael Ribeiro as instalações .
posteriores permanecem iguais, mas surge um apartamento adicional com o núcleo de serviço voltado para a
frente. Isso ocasiona a diminuição de área nos apartamentos vizinhos. Nos blocos A e C, as plantas são iguais PROJETO
em todos os pisos. (figura 45). Os apartamentos em geral possuem amplos espaços de estar e de quartos, - Inserção Urbana: A localização do ambulatório foi um fator considerado para a orientação da edificação, situado na placa
todos com sacadas voltadas para as ruas. horizontal, o mais próximo possível das vias existentes na época: a Av. Protásio Alves e a rua São Manoel. Assim o acesso e a
saída dos pacientes externos do ambulatório seriam facilitados, evitando o movimento de doentes dentro do Centro Médico,
resultando em uma situação diagonal às duas vias consolidadas. A edificação seria simultaneamente disposta de forma
tradicional e moderna em relação à cidade. Tradicional por definir um caráter monumental à edificação como coroamento do
eixo perspectivo da av. Jerônimo de Ornelas. Moderna por apresentar aspectos como a negação do quarteirão periférico, a
edificação isolada em meio ao parque e a percepção serial e dinâmica do edifício, evitando a frontalidade se relacionada com o
traçado existente.
- Análise Compositiva: Em 1952 toda a ala esquerda da planta passa a ser configurada por pilotis aberto, no qual consta um jardim coberto que suprime todo o espaço
monumental existente no hall principal das versões anteriores. O bloco central de circulação vertical retoma o alinhamento colunar da primeira versão, assim como o
número de elevadores, pois as circulações verticais de serviço dispostas nas extremidades (anteriormente retiradas da versão intermediária devido à subtração das torres
elipsoidais) retornam com a inclusão de mais dois elevadores e uma escada em cada ala da edificação. O fechamento externo da ala direita ocorre por meio de painéis de
vidro, permitindo a permeabilidade visual em contrapartida ao pilotis aberto da ala esquerda. O pavimento é apresentado com planta livre a ser definida, tornando-se
plausível supor que ainda não se trata de uma versão completamente concluída.
- Materialidade: Estrutura de concreto.
- Inserção Urbana: Fresnedo Siri integra o passeio público ao edifício, quando opta por uma esplanada pública
aberta para a colunata do térreo que abriga a parte comercial e as portarias. Propondo esta situação, o
arquiteto conecta o edifício com o tecido urbano da cidade, o programa comercial favorece essa integração
com o largo passeio. A implantação ocorre no modo tradicional de quarteirão periférico, contemplando as três
faces do quarteirão, ao qual se implanta uma fachada moderna. O subsolo tem acesso pela Rua André Puente,
aproveitando o desnível do terreno, é ocupado pela garagem e pela infraestrutura do edifício.
- Análise Compositiva: A composição é organizada em quatro blocos independentes , construídos por etapas.
Apesar desta execução em partes, percebe-se uma composição unitária. A forma do lote é trapezoidal,
configurado pelas inclinações das ruas e da avenida. As dimensões são 22,32m face à Rua André Puente,
89,87m face Ramiro Barcelos, 37,19m face à Av. Independência e 83,74m na divisa, com um desnível de 2m no
sentido longitudinal, da Av. Independência até a Rua André Puente. A área aproximada do terreno é de
2.500m2. O pavimento térreo, concebido como uma imensa plataforma está na mesma cota de nível da
Avenida Independência, Esta plataforma é ocupada pelo pilotis do edifício com colunas de dupla altura e por
um programa variado. PARALELOS NA HISTÓRIA: Algumas obras antecipavam as bases corbusianas que marcariam a arquitetura da cidade nos anos cinquenta, presentes de modo subjacente
O resultado final é uma composição de escala monumental, mas delicada e harmônica em sua inserção em muitos casos. E isto derivava do exemplo da Escola Carioca, que se consolidava naquele momento tornando-se referência para as demais regiões do País.O programa
urbana. Seu tratamento plástico combina o rigor da métrica clássica com a sutileza do jogo espacial através da hospitalar apresentou uma contribuição significativa na década de cinquenta em Porto Alegre, com destaque para o Hospital Fêmina (1955), com autoria de Irineu
manipulação de planos levemente defasados e do jogo de cheios e vazios. Breitman e o Hospital de Clínicas (1958), perdendo parte da qualidade das versões iniciais realizadas por Jorge Machado Moreira a partir de 1942.
- Materialidade: O volume-base é revestido com pastilhas brancas e as grelhas com pastilhas verde esmeralda,
tal como nos pilares do térreo, que contrastam com o branco das esquadrias e com o ladrilho avermelhado da Fotos históricas:
grande esplanada que se forma no passeio. O último pavimento abriga a cobertura definida por salões de
festas independentes, que recebem a cobertura de um pergolado em concreto.
PARALELOS NA HISTÓRIA: Uma série de grandes prédios residenciais começava a ser construída nos anos
cinquenta; período cuja elevada taxa de crescimento demográfico, na média de 5% ao ano, foi superada
apenas pelos 5,9% anuais da primeira década do século XX. Os empreendedores tiveram a preferência pelas
esquinas. Com a contribuição prática e didática da arquitetura moderna uruguaia, da escola carioca e
corbusina, comparando-se a Unidade de Habitação de Marselha (1947) de Le Corbusier.

Fotos históricas: Fotos Próprias - Condição Atual: O Edifício Esplanada não sofreu alterações do
projeto em relação a construção. Suas interversões posteriores foram reformas,
como a modernização do salão de festas.

Fotos Próprias - Condição Atual: Ocorreram três alterações de projeto, a primeira versão de 1942, projeto original de Jorge Moreira, a segunda de 1946 e a terceira de
1952. Atualmente esta em construção uma ampliação que utiliza as diretrizes do projeto de 1942, causando intervenções no projeto original, utilizando partes do antigo
traçado e transformando a visual para a Avenida Protásio Alves.

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