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LIGAS DE TITÂNIO APLICADO NA MEDICINA

1. Questão inicial

Qual a relevância das ligas de Titânio nas próteses medicinais?

2. Objetivos

2.1. Objetivo geral

Apresentar, por meio das propriedades mecânicas do material e dos meios de


fabricação, a relevância da utilização das ligas de Titânio em próteses.

2.2. Objetivos específicos


- Identificar as propriedades mecânicas das ligas de Titânio utilizadas em
próteses.
- Identificar quais são os tipos de próteses que são feitas dessa liga
- Identificar o meio de fabricação mais eficiente.

3. Contextualização

Sabe-se que muitas pessoas necessitam de próteses por conta de má formação de


algum membro, acidentes e até mesmo da idade. Infelizmente, devido aos altos custos
de aquisição e de manutenção, não são todos que podem ter acesso. Diante dessas
dificuldades, as ligas de titânio, devido as suas propriedades mecânicas e aliada a
tecnologia, podem ser uma solução ou então um passo para melhorar o acesso. “O
titânio e suas ligas são materiais de engenharia relativamente novos, os quais possuem
uma combinação extraordinária de propriedades” [1].

O titânio apresenta três propriedades mecânicas fundamentais para ser um ótimo


promissor para a bioengenharia. São elas: alta resistência a corrosão, baixa massa
específica e elevada relação resistência-peso [1]. A alta resistência a corrosão é
fundamental pois a prótese, dependendo da sua funcionalidade, vai estar em contato
com fluidos corporais podendo gerar um processo de corrosão e dessa maneira
comprometendo a prótese. A baixa massa especifica faz com que a prótese seja leve
para que não seja um incomodo ao usuário. A elevada relação resistência-peso
proporciona próteses mais resistentes, que suportam uma maior quantidade de peso.
Uma outra característica imprescindível é o fato do titânio ter uma ótima
biocompatibilidade, ” A biocompatibilidade consiste na formação superficial de filmes
de óxidos (passivação), como por exemplo no caso do dióxido de titânio nas ligas de
titânio, para os proteger da corrosão” [2].

Com as pesquisas cientificas e com os avanços tecnológicos foram desenvolvidas


diversas próteses na área ortopédica, cardíaca e craniofacial, com a utilização de Titânio
como principal material. Doenças, traumas e deficiências são causas para a amputação,
sendo assim, as próteses de membros inferiores têm a capacidade de repor a mobilidade
do paciente [3]. É possível observar o uso de prótese de titânio no tratamento da
escoliose em crianças com paralisia cerebral, corrigindo a deformidade vertebral [4].
Em cirurgias de reconstrução craniofacial são usadas malhas de titânio para tratar
deformidades complexas no crânio e na face [5], obtendo bons resultados e um baixo
índice de complicações, melhorando dessa forma, a qualidade de vida dos pacientes [6].

Na fabricação de prótese à medida do paciente a técnica utilizada consiste em


primeiro adquirir imagens médicas bidimensionais por tomografia axial computorizada
ou ressonância magnética nuclear, na sequência modela-se a prótese virtual e os
sistemas de fixação em CAD 3D, fabrica-se posteriormente o modelo (da prótese e
sistemas de fixação) por tecnologias de prototipagem rápida, após produz-se moldações
cerâmicas quimicamente inertes, por fim, obtém-se as próteses em ligas metálicas
biocompativeis pelo processo de fundição de precisão por modelos perdidos [2].

Com o avanço tecnológico, impressoras 3D são capazes de produzir próteses com


elevado grau de personalização através de escaneamento e softwares de modelagem.
Além do resultado final ser mais personalizado para o paciente o produto também é
mais econômico. O designer industrial William Root foi um dos pioneiros nessa
atividade dando um grande passo para que todos aqueles que não tenham boas
condições financeiras possam ter próteses de boa qualidade [7]. Levando em
consideração as qualidades apresentadas a impressora 3D é o meio de produção de
prótese mais eficiente.

Pode-se concluir que a escolha desse tema tem como objetivo informar aos
leitores sobre o uso das ligas de titânio nas próteses medicinais, bem como mostrar a
tecnologia para a produção de próteses e incentivar pesquisas nessa área levando em
consideração o problema social enfrentado pelo Brasil.

REFERÊNCIAS :

[1] CALLISTER, W. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução.  7ª edição.


Rio de Janeiro: LTC- Livros técnicos e científicos, 2008. 709p.

[2] ADÃO, B. da S. R.; Desenvolvimento do processo de produção de próteses em ligas


de Titânio. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Porto, Portugal, 2010.
Disponível em:
<http://hdl.handle.net/10216/57731>. Acesso em: 20 de setembro de 2017.

[3] FONSECA, P.M.F.D; Filmes finos para sensores de pressão em próteses de


membros inferiores. Universidade de Coimbra. Coimbra, Portugal, 2011. Disponível
em: <https://estudogeral.sib.uc.pt/handle/10316/17021>. Acesso em 20 de setembro de
2017.

[4] TYBA, K. de Q. et al. Tratamento da escoliose em crianças com paralisia cerebral


utilizando a prótese vertical expansível de titânio para costela (VEPTR).
Coluna/Columna [online], São Paulo, v. 10, n. 4, p. 317-320, 2011. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-18512011000400014>.
Acesso em 20 de setembro de 2017.

[5] FLORES LIMA. G; LOVO IGLESIAS. E. Reconstrucción craneofacial compleja:


malla de titânio, hueso autólogo preservado em óxido de etileno y reconstrucciones
tridimensionales em polimetilmetacrilato (HTR-PMI). Cir. plást. iberolatinoam, Madrid,
v. 36, n. 1, p. 31-36, 2011. Disponível em: <http://scielo.isciii.es/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0376-78922010000100006.>. Acesso em: 20 de setembro de
2017.

[6] FONSECA, L.D.S. et al. Resultados de los primeiros casos de craneoplastia com
tela de titânio y colgajo galeal bipediculado postraumatismo craneano. Cir. plást.
iberolatinoam. Madrid, v. 36, n. 1, p. 39-48, 2010. Disponível em:
<http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0376-78922010000100007>.
Acesso em: 20 de setembro de 2017.

[7] VAIANO, B. Designer cria próteses de titânio com impressora 3D. Revista Galileu,
2016. Disponível em:
<http://revistagalileu.globo.com/Tecnologia/noticia/2016/11/designer-cria-proteses-de-
titanio-com-impressora-3d.html>. Acesso em: 20 de setembro de 2017.

Luan Domingues De Angelis

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