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PRINCIPIOS DO TRATAMENTO BIOLOGICO nleran DE AGUAS WVOLUMER RESIDUARIAS saehe Introducdo a qualidade das aguas e ao tratamento de esgotos ay PRINCIPIOS DO TRATAMENTO BIOLOGICO DE AGUAS RESIDUARIAS VOLUME 1 3? Edigéo Eee st i eto tt Introducdo a qualidade das aguas e ao tratamento de esgotos MARCOS VON SPERLING 80 te 10243845 Belo ee pepacemenio 10 de Engenharia Sani Mavi ei Be Uni vsidade Federal de Minas Gerais Copyright © 1995.1996, 2005 by Marcos von Sperling vro no pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorizag2o escrita do autor, Impressio: Imprensa Universitaria da UFMG (31) 3409-5153 Impresso no Brasil r 995): 1000 exemplares 4 reimpressio 2* edicdo (1996): 1000 exemplares Sr reimpretso Goto, F608 exemplars 2" reimpressdo (1998) & reimpressio (201 zones 2000 exemple, 3 reimpressdo (2000). 1000 exemplares ): 500 exemplares 3" edigo (2005). 2000 exemplares 2" reimpressio (2006): 2500 exemplares ¥ reimpressio (2008): 1000 exemplares Ficha catalogratica von Sper V945i__Introdugao & qualidade das aguas e 20 tratamento de esgotos/Matcos von Sperling, - 3. ed. - Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitaria e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais; 200 452 p. - (Principios do tratamento bioldgico de éguas residuirias; v1) 1, Aguas residudrias - Tratamento biolégico. I. Titulo. II. Série COU: 628.35. ISBN: 85-704-114-6 UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais Departamento de Engenharia Sanitéria e Ambi Ay. Ant6nio Carlos, 6627 ~ Campus Pampulha Escola de Engenharia, Bloco 1, 4° andar al A ‘minha esposa, Vanessa, e meu fitho, Bruno PREFACIO Prefacio da Terceira Edigao ‘Ao longo destes mais de oito anos apés a conclusio da segunda edico, tem sido rrande a satisfacdo de ver 0 livro consolidar-se como uma referencia amplamente icos que passaram a mer ‘sem perder a simplicidade c ro buscou acompanhar as il ‘que © autor percebeu serem de constante de- a terceira edicde. trazendo consigo um grande legas e alunos, colaboradores e leitores, que ajudaram a Ir a trajetOria do livto. Prefacio da Segunda Edicgao E altamente gratificante observar que, poucos meses apts © langamento, 0 Vo~ lume 1 da presente série ja parte para a segunda edig30. Nesta oportunidade, foram Incorporadas pequenas revises de digitaydo, bem como acrescentados alguns para- trafos, quadros ¢ figuras que complementam determinado topico que necessitava de certa expanséo. f alo entre as duas edivies,ndo foram incluidas to, oconvite 305 colegas forma a subsidiar Fes para encamunharem as suas sugestoes e comentarios, de a reiterar os meus agradecimentos a todos A consecugag futuras expansdes € modiicagBes. Vol aqueles que institucional jualmente, contribuiram pa deta segunda edigdo, especialmente o CNPq, DESA-UFMG e GTZ. Prefacio da Primeira Edicdo E grande o desafio que se apresenta para os atuais e os futuros taristas no Brasil: hé praticamente tudo a se fazer na area de Para que possamos vencer ‘operemos estagées de tratamento de uma forma eficiente e econdmics, ps a sustentabilidade do empreendimenta e a sua expansio para um niimero cada ver maior de comunidades e industria. Este desafio, sem sombra de diivida, exige a capacitagdo de um amplo contingente de profissionais A presente série na area de tratamento biolégico de dguas residuirias pretende contribuir neste esforgo de capaci comecar dos at {que sio dedicados os livios componentes da série. Por esta azo, a grande énfase da série é na apresentagdo de conceitos e principios,essenciais para o desempenho consciente da profissto, Ainda que os livros tenham também um cariter pritico. Fefletido no grande nimero de exemplos de célculo, evita-se a mensagem através de simples “reccitas de bolo”. Nao ha, também, uma preocupagde maior com © detathamento das unidades: para estes aspectos, hi jé consagrados, lem de catalogos de fabricantes. A presente série enfoca os projetos a0 nivel de »é-dimensionamento, com o calculo apenas das principais dimensdes das unidades De forma a tomar o contedido mais assimitavel, evitou-se apresentar uma profusto de citagdesbibliogrficas, concentrando-se principalmente nas teorias e informagbes J@onsistdas. Apesar do di subsidio para a selegdo do sistema de trata io smento, slo descritos os estudos ntais que devem ser executados para se avaliar o impacto dos lang trodut6no, sdo descritos os tamento e suas variantes, conjugado a c selegio da alternativa mais adequada em cada centanto, procurou-se inlimero de consultas eruzadas aos dems Apresente série deve ser encarada apenas como uma contribuigdo. dentro de um esforgo m ddeve ser abrarado por todos nes, de implantar no nosso pais uma infraest i que permita a melhoria das condigies ambientais e da qualidade de vida da nossa populag ibuiram e que pros- Finalmente, gostaria de agradecer a todos aqueles que cot seguem contribuindo pa (o: Departamento de Engenharia Sanitaria ¢ Ambiental da UFMG ‘ociedade Alema de Cooper -a (GTZ) ¢ Consetho Na- = SUMARIO CAPITULO 1 Nogdes de qualidade das aguas 1.1. INTRODUGAO... 1.2. AAGUA NANATUREZA omens 1.2.1, Distribuigdo da agua na tera. 12.2. Ciclo hidrolégico A AGUA E O SER HUMANO. 3.1, Usos da agua 2. Rotas do uso da agua 1.4. IMPUREZAS ENCONTRADAS NA AGUA eal 1.4.1. Caracteristicas das impurezas, 21 1.4.2. Sélidos presentes na gua 2 1.43. Organismos presentes na égua..., 4 1.5. PARAMETROS DE QUALIDADE DA AGUA... 15.1, Parimetros fisicos... 1.5.2. Parimetros quimices... 1.5.3, Pardmetros biologicos.. 1.5.1. Forma fisica representada pelos pardmetros de qualidade 1.5.5. Utilizagao mais freqdente dos parametros. REQUISITOS DE QUALIDADE DA AGUA. |. POLUICAO DAS AGUAS. QUANTIFICAGAO DAS CARGAS POLUIDORAS ....ssnnnennnsn AD CAPITULO 2 Caracteristicas das éguas residudrias 1. CARACTERIZAGAO DA QUANTIDADE DE ESGOTOS wards) 3 2.1.1. Tipos de esgotamento sanitaro. aa 2.1.2. Vaedo doméstica ieee 2 2.1.3. azo de infiltraglo enone aS of 2.1.4, Vazio industri RACTERIZACAO DA QUALIDADE DOS ESGOTOS fe cas te 84 22 Pan de gualide da guts FSGS on gp 223, Prose eons ene carga €concenragao a 224 Ree ens de ext domes ua 225 Cone tee nda 2 337. Exemplo geral de ‘quanifieacdo de cargs po i. CAPITULO 3 io ambiental e impacto do lancamento de efluentes nos corpos, receptores 135 3.1. INTRODUGAO. pon 32. POLUICAO POR MATERIA ORGANICA E AUTODEPURACAO Tnsrouco. Aspectosecolgicos da autodepuraco 3.23. Obalango do oxigénio dissolvido.. 324. Cinética da desoxigenay 3.25. Cinetica da reaerapdo 3.2.6. As equagdes da mistura 3.27, Acurva de deplecio do oxigénio dissolvido 3.28. Obtengdo dos dados de entrada para 0 model 3.29, Formas de controle da poluigdo por matéria orgénica 33. CONTAMINACAO POR MICRORGANISMOS PATOGENICOS.....-- 33.1. Introdugdo. 4 332. Cingtiea do decaimento bactriano.. 34. EUTROFIZACAO DOS CORPOS D'AGUA. 3.41, Conceituaglo do fenomeno 3.412. Problemas da eutrofizagdo. 343, Niveis de tof 344. as me ve a ‘foro afluente a urn lago ou represa 344. Contledeewrotiagie 35, mona DE ou ne LIDADE PARA EFLUENTES E CORPOS. tradugao, 43. 4a, 4S, 48. 47, 48, Sul 52. 53. 35.2. Padrdes de langamento ¢ de validate do compo roepor a0 Bra 235 3.53, Padrées para : 239 3.5.4. Diretrizes da Comunidade Europ... vo 240 3.5.5. Recomendagdes para o uso de efluents tratados na iigayao 242 3.56. Padries de lancamento etapaizasio da qualidade. 282 3.5.7. Monitoramento e divulgacdo dos resultad0s es. 244 CAPITULO 4 Niveis, processos e sistemas de tratamento de esgotos NiVEIS DO TRATAMENTO DOS ESGOTOS.. i OPERACOES, PROCESSOS E SISTEMAS DE TRATAMENTO, DE ESGOTOS 7 . ‘TRATAMENTO PRELIMINAR TRATAMENTO PRIMARIO. TRATAMENTO SECUNDARIO. 4.5.1. Introdugao, Lagoas de estat 4.5.3. Disposigao de effuentes no solo. 4.54, Tratamento anaersbio i 4.5.5. Sistemas de lodos ativados e variantes. 4.5.6. Reatores aerdbios com biofilmes. REMOGAO DE NUTRIENTES... REMOCAO DE ORGANISMOS PATOGENICOS...... ANALISE E SELEGAO DO PROCESSO DE TRATAMENTO. DE ESGOTOS.... : : 4.8.1. Critérios para a andlise 4.8.2. Comparagao entre os sistemas de tratamento de eseotos: ws 337 carituLos Teatamento e disposigio final do lodo INTRODUGAO ssn . 387 RELACOES ENTRE TEORES DE SOLIDOS. concentaacio E VAZAO DE LODO... so 360 QUANTIDADE DE LOO GERADO NOS PROCESSOS DE aH TRATAMENTO DE ESGOTOS. 5.4, ETAPAS DO TRATAMENTO DO LODO. 5.5. ADENSAMENTO DO LODO 5.6. ESTABILIZACAO DO LODO. 5.7. DESAGUAMENTO DO LODO. 368 5.8, HIGIENIZACAO DE LODOs... sd 3 5.9. DISPOSICAO FINAL DO LODO... faa 88 CAPITULO 6 tens complementares em estudos de concepgio 6.1, ESTUDOS PRELIMINARES....... lle 393 6.2. PERIODO DE PROJETO E ETAPAS DE IMPLANTACAO. 395 6.3. PRE-DIMENSIONAMENTO DAS ALTERNATIVAS. ese 3 6.4. ESTUDO ECONOMICO DAS ALTERNATIVAS.. 398 CAPITULOT Andlise preliminar de dados experimentais ede monitoramento 7.1. INTRODUCAO ceatatl 403 7.2. METODOS NUMERICOS PARA A DESCRICAO DE DADOS a QUANTITATIVOS. Satta ve 7.2.1. Introdugao. ca arn OA 7.2.2. Estatisticas basicas 7.23. Distribuigao de frequéncia 7.2.4, Medidas de posicionamento relativo 73. METODOS GRAFICOS PARA A DESCRIGAO DE DADOS 73.1. Introdugio.. : 132. Graficos para dados qualtativos (entegorizade) 7.3.3. Graficos para dados quantitativos (numéricos) «~~ 73.4, Aspectos de importincia na elaboragdo de grificos 7.4, TESTES DE HIPOTESES. 74.1. Testes param 7.4.2. Testes nao paramétricos 74.3. Testes de ajuste a uma distribuigao. 75. ANALISE DE DADOS QUALITATIVOS 428, 73.1. Objetivo. rene ADB 75.2. Aplicacao.. 428 7133. Aspectos importantes a sere considerados.. 430 7.6. ANALISE DA REGRESSAO. 7.6.1. Conceituagio 7.6.2. Regressio linear simples . 163. Verieagao do ajuste do modelo na repressio linear simples. 1.64, : 7.65. Regressio nic linear... 7.6.6. Modelos nio baseados em ani 7.6.7. Anilise dos residuos. 7.7. ANALISE DE VARIANCIA. sn $30 1m 430 BL 432 435 436 ise da regressio.. ne BT 437 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS CAPITULO 1 Nogées de qualidade das Aguas 1.1. INTRODUCAO. Na dtica da Engenharia Ambiental, o conceito de qualidade da gua é muito mais amplo doque a simples caracterizagao da igus pela fi 20. Isto por que a gua, devido is suas propriedades de solvente ea sua capacidade de transportar jcorpora a si diversas impurezas. as quais definem a qualidade da dgua. dade da gua € resultante de fenémenos naturais ¢ da atuago do homem De maneira ys a funcao drograpica. Tal das condiciex nat se deve aos seguinte + Condigaes naturais: mesmo com a bacia hidrografica preservada nas suas condi- bes naturais, a qualidade das Sguas é afetada pelo escoamer infiltragao no sol do conta e pela endente ¢ preservada em suas 0 com matay € florestas). Neste caso, 1a a cobertura € a compos Interferéncia dos seres humanos: ai fo homem, quer de uma forma gonceniaa, como na gerago de despejos domeésticos ou industriis, quer de uma forma Ye na ap introdugdo de compostos na que ohomem usa e 6 focos alteradores da qualidade da agua de rios e lade da dgua esta associado a um planejamento global, Irogrifia, ¢ no individualmente, pot ‘Nogdesde Quatilate das Aguas e i 1s DE DAS AGUAS E USO E OCUI A QUALIDADE DAS uso PAGAO DO SOLO 1.2. A AGUA NANATUREZA NABACIAHIDROGRAFICA { 1.2.1. Distribuigdo da égua ma Terra \| oP ae ‘A gua € 0 constituinteinorganico mais abundante na matéria viva: no homem, ae mais de 60% do seu peso sio con: is e git. 1m sobe a 98%, A dgua é fundamental para a manutengio da Vi ual é importante saber como ela se dstribui no nosso planeta, e como je um meio para 0 outro. 10! m de Agua disponivel existentes na Terra distribuem-se da seguinte na forma de gua superficial, de extrago mais fl. Essesv Jincia de se preservarem os recursos hidricos na Terra, agdo da pequena frayao mais facilmente disponivel. 1.2.2. Ciclo hidrolégico fez visto como a agua se distribui em nosso planeta, ¢ importante tambérn io para outro na Terra. A Em contraposicdo a qualidade existente de uma determinada égu qualidade desejével para esta igua. A qualidade desejével para wma det gua é funcio do seu uso previsto, Sao diversos 0s usos previstos para uma égua, 08 quais sao listados no Item 1.3.1, Em resumo, tem-se: + qualidade de uma agua existente: fungao das condigdes naturais € do uso e da ‘ocupagao do solo na bacia hidrografica + qualidade desejavel para uma gua: funcdo do uso previsto para a égua Dentro do enfoque do presente texto, o estudo da qualidade da agua é fundamental, tanto para se care ‘as conseqiiéncias de uma determinada atividade poluidora, quanto para se estabelecer 0s meios para que se satsfara determinedo uso da égua cde Qualidade das Aguas CICLO HIDROLOGICo fenronacho ‘cua sures Fig, 12, Cielo hidroligico A\ precipitagao compreende toda a gua que cai da atmosfera na supe Terra. As principais formas sto: chuva, neve, granizo e orvalho. A prec formada a parti dos seguintes estagios: + resfriamento do ar a proximidade da saturago + condensacdo do vapor d’égua na forma de goticulas ‘+ aumento do tamanho das goticulas por coalizdo e aderéncia até que estejam grandes ‘o suficiente para formar a precipitagdo b) Eseoamento super! A pre seguir: esco: da figua sobre o terreno, formando cérregs + intensidade da chuva * capacidade de infiltragao do solo Ail 8 Intr sficie da Terra tem dois caminhos por onde irar no solo. O escoamento superficial ¢ res ide de Agua que escoa depende dos orresponde a gua que atinge 0 solo, formando os lenedis J'dgua. ‘A gua subterranea é grandemente responsivel pela alimentagao dos corpos d gua puatice das digas e-a0 tratannento de esg010% superficiais,principalmente nos periodos secos. Um solo coberto com vegetacio (ou ‘seja, com menor impermeabilizago advinda, por exemplo, da urbanizagio) & capaz de desempenhar melhor as seguintes importantes Fungdes: (menos enchentes nos periodos chuvosos) gto dos rios nos periodos secos) + menos carreamento de particulas do solo para os cursos d"agua 4) Evapotranspiragio A transferéncia da agua para 0 meio atmosférico se di principais mecanismos, conjuntamente denominados de evay * Evaporacdo: transferéncia da égua superficial do estado avés dos seguintes anspiragao: wuido para 0 gasoso. A evaporagio depende da temperatura e da umidade relativa do. + Transpiragao: as plantas retiram a agua do solo pelas raizes. A agua é transferida paraas folhas entao evapora. Este mecanismo é importante, considerando-se que ‘em uma drea coberta com vegetacdo a superficie de exposigdo das folhas para a cevaporagdo é bastante elevada 1.3,A AGUA E 0 SER HUMANO- 13.1. Usos da égua s 08 principais usos da dgua: ‘do de animais + preservacao da flora e da fauna + recreagio e lazer * eriacdo de espécies iados a um tratamento prévio exigentes. ade requerida & dit lista de 9 uusos acima, pode-se considerar que 0 uso mais nobre seja represe tecimento de agua doméstico, 0 qual requey a eatishagin de dives ee ne qualidade. De forma oposta, 0 uso menos nobre € 0 da simples © qual nao possui nenhum requisito especial em termos de q deve-se lembrar que diversos corpos d°dgua tém 10s mi dai a necessidade da Alguns dos usos da gua per rpretacées conflitantes com relagao aos seus objetivos. A utilizacdo de uma agua para preservagao da fauna e da flora possui uma dimensao bem ampla, a caracterizagao especifica dos seres que se pretende reservar est sempre cercada de um certo elemento de subjetividade. Esta subje- tividade esta associada ao arbitrio, por parte do ser humano, no sentido de quais, espécies ele julga importante sejam preservadas, ¢ quais espécies ele considera no sejam importantes de ser preservadas. O mecanismo desse processo decisério &, sem sombra de divida, essencialmente polémico. 1.3.2, Rotas do uso da égua ‘Além do ciclo da égua no globo terrestre, existem ciclos internos, em que a égua permanece na sua forma liquida, mas tem as suas caracteris jeradas em virtude dda sua utilizagdo. A Figura 1.3 mostra exemplos de rotas do uso da agua. Nestas rotas, 4 qualidade da égua € alterada em cada etapa do seu percurso: Agua bruta. Inicialmente, a gua ¢ retirada do rio, lago ou lengol subterrineo, possuindo uma determinada qualidade: gua tratada, Apés a captacao, a gua sofre transformagdes durante 0 Seu tratamento para se adequar aos usos previstos (ex: abastecimento piblico ou fesgoto bruto). Com a utilizacao da agua, esta sofre novas trans ide, vindo a constituir-se em um despejo liquido. 1o 4 remoco dos principais poluentes, os despej0s SO de serem langados ao corpo receptor. O tratamento ‘por uma nova alteracdo na qualidade do liquido. incorpora novos cons! drenagem pluvial antes de ser digua plvial. A ig no meio urbano ROTAS DO USO E DISPOSIGAO DA AGUA "Agua ergotor «Agus pli sousrenten, P= obras necessérias para a manu seus diversos usos. O presente embora, neste v nos corpos receptores. centra-se no aspeeto do tratamento dos esyotos, smento dos esgotos 1.4, IMPUREZAS ENCONTRADAS NA AGUA a Nagaes de Qualidade das Aguas A Figura 14 apresenta de forma dipramitica estas interrek Sto explicados em maioresdetalhes os ites seguintes Antec ds eo 3¢ dos diversos pardmetros de qualidade da égua, apresenta-se unrest? ‘40 a dois topicos de fundamental importincia: (a) sdlides presentes na ages eo ‘rganismos presentes na igus, tee [As caracteristicas e Capitulo 2. specificas das aguas residudrias encontram-se abordadas no ‘caracrenisvicas| (aM rioicas, Matis om tcomposigio p+ Anema = vegeta = Protas) Moneras Fig. 14, lmpurecascontidas na dgus (adaptado de Bares et al 1981) 1.4.2. Sélidos presentes na agua Todos 0s contaminantes da agua, com exceedo dos gases dissol para a carga de sélidos. Por esta razdo, 0s s6lidos sio analisados se} de se apresentarem os diversos parametros de qualidade da 4 ‘05 sdlidos podem ser classificados de acordo com , apresentando outras classificaydes com Classificagio por tamanho Hn tis por tamanho ésobretudo uma divito prétca, Porconven«¥. diz-se que as particulas de menores dimensdes, capazes de passar por um papel de filtro de tamanho especificado correspondem aos sélidos dissolvidos, enquanto que ‘as de maiores dimensdes, retidas pelo filteo sao consideradas sélidos em suspensdo. 1s termos sélidos fltrdveis © s0t mais adequados. ixa intermedidria situam-se os de grande importincia rento da égua, mas de di icagdo pelos métodos simplificados de parte dos sétidos fa geral, slo consi didmetro inferiora 10° pm, como sélides coloidais aqueles com diametro entre 10° 1-€ como silidos em suspensio aqueles com didmetro superior a 10° jm. DISTRIBUIGAO DOS SOLIDOS wees => FLccos eAcTERAS VIRUS i To ams ALGAS, PROTOZ, = 3 BACTERIAS, bissoLvinos couowas SUSPENSOS PESADOS ¢_SOLOIDAIS_,__SUSPENSOS (er senmawacgina) (ec aan) 3 a a eM TAMANHO DAS PARTICULAS J) cago dstrbuigdo dos slids em Fungo do tamanho mativa da materia organica nos sélidos, a0 OU inertes) representam a matéria inorginica de Qualidude das Aguas B 1.4.3. Organismos presentes na égua aide duno rns sume mn ae en Jenreosseres vivos, devido a sua grande predominansiaem deters os de depuragdo dos despejos ov rua ‘mos apenas nestas duas categorias, foram c1 classificag EEE eee eee eee ed Ceeee cee Cece cee Frocaroniemuceronte (© Quadro 1.2 apresenta uma deserigBo sueinta dos prineipais microrganismos de interesse dentro da Engenharia Ambiental. ‘Quatro 1.2. Principss microrganismos de interesse na Engenharia Ambiental Cand ee esciedo TWacopemre eve Terra) procaronies Os organismos em que o niicleo das ¢ i irios ¢ fungos, al ‘A diferenga crucial entre seres fegetais € animais) € 0 elevado fer que, num mor corsctnsiea Quadro 1.3. Caractristicasbisicas dos principsis grupos de microrganismos en, Parimetros ics a nT 2 —Bectnos __Corobecenas_Agae__Protezoaros Figo Tenors wre hasere Aerie Presene—‘Presenle—Presore Cor Fosse” Minora Moora Sm nso i Ajo Aguras __Noves__inoveis pela coloragdo na 4gua ——Hevmmento_Ngumas_Algumes_Algumes_Mveis_iméreiy__ Fore adopigo oo Le rere (1880) 1.5. PARAMETROS DE QUALIDADE DA AGUA ‘A qualidade da dgua pode ser representada através de diversos parimetros, que traduzem as suas principais caracteristicas fisicas, quimicas e biologicas. Os itens seguintes deserevem os principais parametros de forma sucinta, apresentando seu a é, causada pelo homem), sua ‘ago dos resultados de mpi us & Schroeder. 1985: Todos esses pardmetros sio de determinagao andlise de dgua (Os parimetros abordados neste item podem ser de utilizacdo geral, tanto para caracterizar aguas de abastecimento, Sguas residudrias, mananciais e corpos recep tores. E importante esta visdo integrada da qualidade da égua, sem uma s cestrta entre as suas diversas aplicagdes. De ‘a descrigdo de parimetros que ndo so normalmente enfocados na mento de esgotos. A caracterizagio aprofundada da qualidade das éguas residuarias encontra-se no Capitulo 2. No texto a seguir, so feitas referéncias aos seguintes padres de qualidade da gua + Padrio de potabilidade: Portaria 518 (2004), do Ministério da Saude + Padrio de corpos d’igua: Resolucdo CONAMA 357 (2005), do Mi Meio Ambiente, e eventuais legislagdes estaduais + Padrio de langamento: Resolucies CONAMA 357 (2005) ¢ 430 (2011), do Mi- nistério do Meio Ambiente, ¢ eventuais legislagdes estaduais (0s padres de corpos d’égua e de langamento so de grande importincia para 0 presente livro, sendo discutidos em detalhe no Capitulo 3. % Inarrduci qualidade das di Conceito: Responsii Forma do constituinte respon: Origem natur + Decomposigo filvieos) + Ferro e manganés sivel: Sélidos dissolvidos ‘da matéria orginiea (principalmente vegetais - dcidos hiimicos s (ex: tinturaria, tecelagem, produedo de papel) + Esgotos domésticos Importincia: + Origem ni ‘questionar a sua conti c ragio da égua contendo a matéria organica _gerar produtos potencialmente cancer + Origem industrial: pode ou ndo apresentar toxicidade -agio mais frequiente do parametro: + Caracterizagiio de aguas de abastecimento brutas € Unidade: uC (unidades de cor) Interpretagio dos resultados: + Deve-se distinguir entre cor aparente e cor verdadeira. No valor da cor aparente pode estarinchuida uma parcela devida& turbidez da agua, Quando esta é removida por centrifugagio, obtém-se a cor verdadeira + Em termos de tratamento e abastecimento piblico de agua: «= dguas com cor acima de 15 uC podem ser detectadas em um copo d’agua pela ‘maioria dos consumidores = valores de cor da Agua bruta inferiores a5 uC usualmente dispensam a coagulagao valores superiores a 25 uC usualmente requerem a coagula¢do quimica ida por filtragd0 ~ aguas com cor elevada implicam em um mais delicado cuidado operacional no tratamento da agua + ver Padrio de Potabilidade (= 15 uC) Em termos de corpos dagua = ver Padrio para Corpos d’Agua centa risco direto & saiide, mas consumidores podem jor risco. Alm disso, a clo- Noges de Qua das Aguas . | Conceito: Aturbide representa o grau de interferéncia com a passagem da luz atravég da égua, conferindo uma aparéncia turva 4 mesma Forma do constituinte responsivel: Solidos em suspensto Origem natural + Particulas de rocha, argila e silte + Algas e outros microrganismos Origem antropogénica: + Despejos dom + Despejos industriais + Microrganismos + Erosto Importincia: wal: nfo traz inconvenientes sanitarios di nna agua potivel, € os sélidos em suspensio podem servir de abrigo para microrganismos patogénicos indo a eficiéncia da desinfecedo) * Origem antropogénica: pode estar associada a compostos téxicos ¢ organismos Porém, é esteticamente penetracdo da luz, prejudicando a fotossintese frequente do parimetro: izagio de aguas de abastecimento brutas ¢ tratadas + Controle da operagio das estagGes de tratamento de agua Unidade: uT (Unidade de Turbidez) Interpretado dos resultados: + Em termos de tratamento ¢ abastecimento piiblico de égua: + numa agua com turbidez igual a 10 u nebulosidade pode ser notada; com turbidez igual a 500 uT, a égua é praticamente opaca + valores de turbidez da 4gua bruta inferiores a cerca de 20 uT podem ser dirigidas 7: condigdes bisicas : «+ Em termos de tratamento e abastecimento publico de agua: res de pH estdo associados a diferentes faixas de atuagdo étima te 0 pH necessita ser corrigido antes e/ou depois da adigao de produtos quimicos no tratament = avariagdo do pH influencia o eq) = ver Alcalinidade e Acidez + Em termos de tratamento de éguas residuarias valores de pH afustados da neutralidade tendem a afetar as taxas de crescimento dos microrganismos = a variagio do pH influencia o equilibrio de compostos quimicos - valores de pH elevados possibilitam a precipitagao de metais ‘er Padrio de Langamento de Efluentes termos de corpos d'égua brio de composts quimicos ~ ver Padrdo de Corpos d°Agua Reacies e equagées de importancia: 1:0 « H+ OF pH =-log(it") dade ‘Conceito: Quantidade de ions na dgua que reagiréo para neutralizar os ions hidro- 1a medigdo da capacidade da agua de neutralizar os decides (capacidade irs mudangas de pH: capacidade tampao). Os prineipais constituintes da }€os hidrxidos (OH). ire as trés formas na gua é fungo do pH. Forma do constituinte responsivvel: Sélidos dissolvidos Origem natur: COrigem antropogénica + Despejos industiais Importincia 1 Nao tem significado sanitirio para a gua potivel, mas em elevadasconcentragdes confere um gosto amargo para a gua + E uma determinapao importante no controle do tratamento de 4gua, estado relacionada com a coagulacio,redusio de dureza eprevengio da corrosio em tubulagdes + £ uma determinas3o importante no tratamento de esgoos, quando hi evidéncas de que a redugao do pH pode afetar os microrganismos responsive pela depu- ragio acto mais freqUente do parimetro eo de aguas de abastecimento brats tatadas izagao de Sguas residurias brutas de stages de tratamento de gua (coag grau de tamento de dguas Wvos (come a ja baixos teores, pode dar condigdes a valores redu: afetando a propria taxa de crescimento dos microrganismos responsaveis pela oxidagdo Reagdes ¢ equacdes d portincia: H:CO) @ H+ H HCOy ¢ H’ + CO em mg/L) 2 Acidez ‘Gonceito: Capacidade da gua em resist as mudaneas de E devida prineipalmente a presenca de gas carbénico livre Forma do constituinte responsive: Solidos dissolvidos H:S) ausadas pelas bases. Origem natural OC. absorvido da atmosfera ou resultante da decomposigdo da materia orgsnica + Gas sl Origes reais ou organicos) os de minerag3o ¢ borras de Wes Ca" e Mg". Emeondigies com dnions na agua, formando precipita. dureza correspondente a alcalinidade & a dureza carbonato, formas sdo cara como dureza nio carbonato, A dureza carbonate ¢ ‘0 calor, causando precipitacdo em elevadas temperaturas, fo Forma do constituinte responsavel: Sélidos dissolvides Origem natural: ‘enquanto que as demais Importancia + Nao ha evidéncias de que a dureza cause problemas sa Fealizados em areas com maior dureza na dgua indicaram de doencas cardiacas * Em determinadas concentragdes, causa um sabor desagradivel e pode ter eftitos laxativos Reduz a formacdo de espuma, implicando num maior consumo de sabso + Causa incrustagao nas tubulagdes de agua quente, caldeiras e aqu 4 maior precipitacao nas temperaturas elevadas) rios, e alguns estudos luma menor ineidéncia + Caracterizagao de aguas de abasteci Unidade: mg/L CaCOs também em sio diferentes dos expressos em mg/L) Interpretacdo dos resultados: + Em termos de tratamento e abastecimento pulico de agua + dureza < 50 mg/L CaCOs: Agua mole + dureza entre 50.¢ 150 mg/L CaCOs: dureza moderada = dureza entre 150 ¢ 300 mg/L CaCOy: égua dura dureza > 300 mg/L CaCOs: agua muito dura ver Padrio de Potabilidade (= 500 mg/L) Reagées e equagdes d Ver Alcalinidade Equilibrio carbon CaCO, + Ca** + COs? + 2HCOy €% CaCO + CO + H20 da dureza total Dureza (mg/L) = 50x { (Ca**)/20 + (Mg numa grande qual subterranea oxidar as suas formas insoliveis (Fe e Mn‘), que precipitam, o que pode causar cor na igua, ‘de manchar roupas durante a lavagem, Importaneia: + Tem pouco significado sanitério nas concentragdes usualmente encontradas nas ‘iguas naturais, + Em pequenas concentragdes causam problemas de cor na figua + Em certs concentragoes, podem causar sabor e ador (mas, nessas concentragdes, mnsumidor ja tera rejeitado a Agua, devido A cor) ico mais frequente do pardmetro: Caracterizagao de aguas de abastecimento brutas € idade: mg/L. tadas u idade (= 0,3 mg/L para ferro e = 0,1 mg/L pata manganés) de aguas residuarias: + Em termos dos + ver Padrio de Co o’Agua 5H:0 ~ 2Fe(OH)s + 4H* 02 + H30 > MnO. + 2H" Cloretos Conceito: Todas as aguas naturais, em maior ou menor escala, contét lantes da dissolucdo de minerais, Os cloretos ( sais (ex: cloreto de s6dio). inte responsivel: Slides dissolvidos s resul- ) sto advindos da dissolugio de terminadas concentragies imprime um sabor salgado a agua Nogies de Qu das Aguas 3s ee cho mais freqdente do parimetro: rizagdo de aguas de abastecimento brutas ragdo de esgotos tratados usados para irrigagdo dade: ma/L Interpretagio dos resultados: + Em termos de tratamento e abastecimento piblico de égua = ver Padrio de Potabilidade (= 250 mg/L) + Em termos dos corpos d'agua = ver Padrio de Corpos 4° Agua formas ¢ estados de oxidagdo. No meio aquatico, 0 nitrogénio pode ser enco nas seguintes formas: (a) nitrogénio molecular (Nz), escapando para.a atmosfera, Origem + Cons + Nitrogénio de composigdo celular de microrganismos Origem antropogénica: + Despejos domesticos + Despejos industriais + Exerementos de animais, + Onitrogénio na forma de i ti associado a doengas como a metahemoglo- binemia (sindrome do bebé azul) sgénio & um elemento indispensivel para 0 crescimento de algas e. quando fadas concentragbes em lagos e represas, pode conduzir a um crescimento ‘exagerado desses organismos (proceso denominado eurofizag *+ Onitrogénio, nos provessos bioquimicos de conversao da aménia a nitrito e deste rato, implica no consumo de oxigénio dissolvido do meio (o que pode afetar + Os processus de conversio do nitrogénio tem implicagdes na oper gies de ¢ esgotos, em fermos de consumo de oxigénio, consumo dé ica ou de amSnia, enquanto uma poluigo mais remota tadas to brutas € + Caracterizagdo de aguas residudrias brutas etratadas + Caracterizagdo de corpos d’égua Unidade: mg/L. Interpretacio dos resultados: + Em termos de tratamento e abastecimento piblico de égua = ver Padrao de Potabilidade (=10 mg/L para nitrato e = | mg/L para ni + Em termos de tratamento de dguas residurias = énecessirio um adequado balango C-N:P no esgoto para o desenvolvimento dos, microrganismos (cerca de 100:5:1 em termos de DBO-N:P) = ver Padrao de Langamento (aménia) ‘+ Em termos dos corpos d'égua €, em certas condigdes, Reagdes e equagdes de importincia: Formas do NH, +H" @ NHY edo da a ito: Hy + 30; + 2NOs + 4H” + 2H.0 + Energia Redugio do nitrate anitrogénio gasoso (equiv 2NOy + 2H" + No+ 2.503 + H:0 Detalhamento no presente livro: Itens 2.2.3.4¢3.4 a apresenta-se tes de onigénio ¢ H"): ipalmente as formas de orto on sto dietamente dsp metaolsn lio sem necssiade d conver oes cs. As formas em que on ortfosfatas se presenta napus (PO. HsPOs)dependem do pH, endo mas comum na sau as mats complenas com dois ou inte responsiivel: Solidos em suspensio € slides dissolvidos ide das Aguas al Origem natural + Dissolugiio de compostos do solo + Decomposigdo da matéria organica + Fosforo de composigao celular de microrganismos Origem antropogénica: + Despejos domesticos + Despejos industriais + Detergentes + Excrementos de animais + Fertilizantes Importancia: + 0 fosforo nao apresenta problemas de ordem sanitéria nas dguas de abastecimento + 0 fésforo € um elemento indispensavel para o crescimento de algas €, quando tem elevadas concentragdes em lagos € represas, pode conduzir a um crestimento exagerado desses organismos (eutrofiza¢a0) + 0 fosforo é um nutriente essencial para o crescimento dos microrganismos res- ponsaveis pela estabilizacdo da matéria org’ Utilizagao mais freqiente do parametro: + Caracterizagao de éguas residuérias brutas + Caracterizagio de corpos d’agua Unidade: mg/i Interpretacdo dos resultados: + Em termos de tratamento de aguas residurias = é necessério um adequado balango C:N:P no esgoto para o desenvolvimento dos tmicrorganismos (cerea de 100:5:1 em termos de DBO:N:P) = em langamentos de efi ontante de represas com problemas de eutrofi- zagao, frequientemente se limita o P total em 1,0 82,0 mg/l + Em termos dos corpos d°agua ~ 05 seguintes valores de P total podem ser utilizados como indicativos aproxima- dos do estado de eutrofizagao de lagos (iazos tropicais provavelmente aceitam concentragdes superiores): (a) P < 0.01-0,02 mg/l: ndo eutrafico; (b) P entre (0,01-0,02 0,05 mg/l: estagio intermedidrio; (c) P> 0,05 mgt: eutrofico ~ ver Padrio de Corpos dAgua Detathamento no presente livro: Item 3.4 ‘Oxigénio dissolvido ‘O oxigénio dissolvido (OD) € de essencial importancia para os organismos ). Durante a estabilizagaio da mai as fazem uso do oxigénio nos Seus processos respiratorios, podendo ‘do da sua concentragao no meio. Dependendo da magnitude 105 seres aquaticos, inclusive os peixes. de esgotos (Caso 0 oxigénio seja totalmente consumido, tem-se as condigdes anaerdhias (auséncia de oxigénio), com possivel geracdo de maus od Forma do constituinte responsivel: Gis dissolvido Origem natural + Dissolugao do oxigénio atmosférico + Produgdo pelos organismos fotossintéticos Origem antropogénica + Introdugdo de aeragao artificial + Producao pelos organismos fotossintéticos em corpos d’égua eutrofizados Importaneia: *+ O oxigénio diss tal para os seres aquiticos aerobios nio dissolvido ¢ o principal parimetro de caracterizagao dos efeitos da poluigdio das 4guas por despejos organicos iza¢ao mais frequente do parimetro: le operacional de estagdes de tratamento de esgotos us + Cor + Caracterizagao de corpos d’agua Unidade: my/L Interpretagio dos resultados: + Em termos de tratamento de dguas residudrias teor minimo de oxigénio dissolvido (> 1 mg/Lou eventualmente + Em termos dos corpos d°agua = a solubilidade do OD varia com a altitude ¢ a tempera ratura de 20°C, a concentragdo de saturagao ¢ igual a 9.2 mg/L = valores de OD superiores @ saturago sdo indicativos da presenga de algas (fo- tese, com geragdo de oxigénio puro) a (provavelmente esgotos) = com OD em torne de 4-5 mg/L morrem os peixes mais exigentes; com OD igual 1a 2 mg/L praticamente todos os peixes esto mortos; com OD igual a 0 mg/L tem-se condigdes de anaerobiose ver Padrio de Corpos d°Agua Reagdes e equagses de importine Oxidagdo da matéria organica (consumo de oxigénio): CiHi2Og + 602 > 6CO2 + 6H0 + Energia ese (producdo de oxigénio) + Energia > de Qualidade das Aguas 3» Materia organica ginica presente nos corpos d°égua e nos esgotos € uma ca importancia, sendo a causadora do prineipal problema de smo do oxigénio dissolvido pelos microrganismos nos seus ago da matéria organica. Os principais, ‘0s carboidratos, a gordurae os utros em menor quantidade. A ide-se nas seguintes fragies: uma grande dificuldade na ‘matéria orginica nas éguas 1 tem que esta pode se apresentar. Em indiretos para a quantificago da matéria orga Nesta linha, existe duas principais categorias: (a) (Demanda Bioquimica de Oxigénio - DBO; Demanda Quimi ¢(b) Medicdo do carbono orgdnico (Carbono Orga Forma do consti Origem natu + Matéria orginica vegetal e animal + Microrganismos Origem antropogénica: + Despejos domésticos + Despejos industriais Importinc = A matéria organica é responsavel pelo consumo, pelos microrganismos decompo- si res, do oxigénio dissolvido na égua + ADBO ea DQO ret esyotos ou icago do potencial do con- izagdo do de exgo 4 DBO dos esgotos domésticos esté em torno de 300 mg/L ¢ a DQO em torno dguas superficias (brutas e = dguas subserréneas (bru Intraduca is qualidade das gua ¢ ao tratamemto de esgotos Besta een bras) x2 conte do process 1 Que posauvem algumjustcava, devo 20 uso ocupagso do 810 ‘corpos d"égua com u , 8 qualidade da agua deve atender aos requisitos dos diversos usos previ i 7 Nogdes de Qualidate das Aguas 4s {Quadro 1.6. Associagto entre 0s usos da agua ¢ 0s requisitos de qualidade ; 1.7. POLUICAO DAS AGUAS. ‘ALei 6938, de 31/08/81 (DOU, 1981). que dispde sobre a Politica Nacional de ‘Meio Ambiente, da as seguintes conceituagbes: cro Deepest reasoner eo fees “Tyat ncrpsva open ee > brs bic gins pepcos Valse Poluigéo: a degradacao da qualidade ambiental resulante de atvidades que ‘Sowa sti ee) + eta ceorrons pecs Sac SORT 1 Ecnen ngade sa tater shroon afetem as condi ©) _lancem matérias ow energia em desacordo com os padraes ambient estabelecidas Degradacio da qualidade ambiental: a alteragao adversa das caracteristi- cas do meio ambiente. neta Rearar ae Sreatove Ciao e ain seamen Coa : ipalmente a0 se analisar as medidas de controle para a ‘clon ea sg) incipais fontes de poluentes, conjuntamente com 0s Seus feomios —_____* Baurhonssesiionamscpatoe dongs resentative. = rao we eo Siocon oneoignes ex svt pea ae sceeabel een — eee eee" rego” iss ucees ov lemelir Bona dean tra sane) Tone : ~ hia sera dal gaia ie oa paren = tao trtncaiee Dina see ova Nags de Qualidade das ciguas ” Quadro 1.7. Principais agentes poluidores des éguas Sr .:sts (]};j$5au4 éauu—— Fine cone — CRIS, Terese aaa representatvos even te aes Seaver Suomen seperate Supensto ws a me 6 mx x aia Demonte inca Boumeade OK 3K edrgasbe Osgine are Wiegine Fesloo lesion xepouco xx mide xxx muito >: vanivel em brace: usunimente no imzotante Nos livros da presente séri do dos esgotos dom F atengdo & dada ao equacionamento da po- ento de esgotos -Existem basicamente duas formas em que a fonte de poluentes pode atingir um igura 1.6): poluentes atingem 0 corpo d’égua de forma concentrada, ‘0 da descarga em um rio de um emissirio transportando (0s esgotos de uma comunidade. isa, 05 poluentes adentram 0 corpo d’égua distribu ‘a qual € descarregada no corpo d’égua de uma form: ada em um inico ponto. POLUIGAO PONTUAL, lg 14, Pougto pont plug diasa O enfoque do presente livro é para o controle da poluigdo pontual por mei id poluigao pontual por meio do igdo e da eficdcia das medidas de controle, 2S poluidoras afluentes ao corp de campo na area em estudo, - medigdo de vazBes € outros. Caso ndo. tragem dos poluent Nogdes de Qualdade das Aguas Quaidade das de a seja possivel a execugio de todos estes itens, pode-se complementar com dados de literatura. Informacdes tipicas a serem obtidas em um bacia hidrogrifica s30 (Mota, 1988): + Dads fisicos da hacia: aspectos geolsgicos: preci variagdes climaticas; temperatura: evaporagé + Informagées sobre 0 comportamento hidréulico dos corpos d'égua: vazbes mie xima, média e ‘Como comentado, de mancira geral, os poluentes sio freqlientemente originérios das seguintes font + escoamento superficial ~ area urbana ~ area rural Em varios célculos, a quantificagio dos poluentes deve ser apresentada em termos de carga. A carga é expressa em termos de massa por unidade de tempo, podendo ser calculada por um dos seguintes métodos, dependendo do tipo de problema em anilise, da origem do poluente e dos dados disponiveis (nos célculos, converter a ‘nidades para se trabalhar sempre em unidades consistentes, como por exemplo,ku/d): + carga = concentragao x vazio + carga = contribuigao per capita x populaydo + carga = contribuigio por unidade produzida (ke/unid produzida) x produgao (unid produzida/d + carga = contribuigo por unidade de drea (kg/km? dia) x area (km?) Esgotos domésticos e industriais: carga = concentragio x vazao ‘concentragdo (g/m?) . vazdo (m*/d) 1.000 (g/kg) carga (kg/d) = (Obs: gf? = mer Esgotos domésticos: ‘erga = populagdo x carga per capita populagdo (hab) . carga per capita (e/ hab.d) carga (kg /4) = maths) 1,000 (g/kg) Esgotos industriais: de produzida x produyao igdo por unidade produzida (kg/unid) x produsao (unid/d) Drenagem superficial: carga = contribuigio por unidade de area x area ‘carga (kg/d) = cor igo por unidade de drea (kg/km?.d) x érea (km?) a CAPITULO 2 Caracteristicas das 4guas residuarias 2.1, CARACTERIZAGAO DA QUANTIDADE DE ESGOTOS (VAZOES) variantes dos sistemas de esgotamento sanitério (Figura 0 (solugdo no local, individual ou para poucas . ico (solugo com afastamento dos esgotos da ESGOTAMENTO ESTATICO ‘awave seerico + PRADA fossa een Acho jim 2 Feast = =" AGUA SUBTERRANEA ESGOTAMENTO DINAMICO REDE OF COLETA a NT clmiilan - coRPO REDE OF COLETA RECEPTOR Fig 2.1. Sistemas de esgotamento individuis (sitio) ecole inico) Caracteristicas das dguas residurias 3 COs sistemas individuais pressupdem a solucdo no local. sendo, portanto, usual- mente adotados para atendimento w ‘embora possam também atender a um, ‘nimero de residéncias prximas entre si, Consistem no langamento de excretas rivadas higiénicas, solugdo unifamiliar) ou dos esgotos (em fossas) gerados ima ou poucas unidade(s) habitacionel(is), usualmente envolvendo infiltragio ia e economicamente se a densidade de ocupagdo for baixa (grandes lotes com elevada porcentagem de area livre e/ou lo apresentar boas condigdes de infiltragao. E necessério se encontre a uma profundidade adequada, rincipalmente por microrganismos ‘mente adequada. Hi duas pri + Sister conduzidos ao seu destino final, dentro da mesma canalizagao. + Sistema separador: 0s esgotos sanitirios e as diguas de chuva sao conduzidos 30 seu destino final, em canalizagdes separadas. SISTEMA SEPARADOR @ RE scoc oe scores ‘SISTEMA COMBINADO 2 - eh lhosfi cog og ragoros Yo separadorecombinado dude cas digas ¢ a0 t 84 tamento sanitirio, o qual indentes e que nd contribuem adota-se 0 sistema combinado, no qual os separa as aguas a ETE, Em outros ps ‘esgotos eas éguas pluviais sto caso, as tubulagdes em consideragdo uma parcela em excesso da capacidade das io sio extravasadas para 08 corpos d égua. ‘tem-se adotadoo sistema separador devido as seguintes pontos + grandes dimensdes das ‘ (0 sanitirio para o interior das residéncias, por ocasido + riscos de refluxo do ess das chei + as ETEs no podem ser dimensionadas pi i toda a vazdo que ¢ gerada no de bocas de lobo e demais pontos ‘no pais demanda tubulagdes de grandes didmetros, de concreto, PVC ou, em casos especi stos € prazos de construgdo; rento de execucdo das obras por partes, considerando a impor- Para a comunidade e possibilidades de investimentos; das condigdes de tratamento dos esgotos sanitirios; * no ovorréncia de extravasio dos esgotos nos periodos de chuva intensa. 1a vez, divide-se em duas principais modalidades: F parte das cidades) izado como uma solugdo econdmica dos esgotos em varios projetos nas ultimas décadas) O sistema separadi sas das dguas vesiduirias 5s diagrama a seguir ilustra as principais variantes de esgotamen sistema individual a ‘esgotamento ‘sistema sanitario vnitrio a a ‘sistema sistema coletivo convencional 2 a sistema separador y sistema condominial iamento dos esgotos gerados no jcado (condomin ‘esgotamento deseritos acima. Complementarmente, em sistemas sepatadores,é dificil terse separagdo total dos esgotos e das dguas pluviais. Conexdes clandestinas de Aguas pluviais em sistemas de esgotamento sanitirio e de esgotos em sistemas de ddrenagem pluvial infelizmente ocorrem frequentemente, ¢ constituem um desafio para a adequada operacdo dos sistemas. A Figura 2.3 ilustra a possivel ocorréncia dos tr&8 tipos de esgotamento, além da presenca de ligagdes clandestinas. (Os esgotos oriundos de uma cidade e que contribuem a estagao de tratamento de esgotos sao basicamente originados de trés fontes distntas: + esgotos domésticos (incluindo residéncias,insttuigdes e comércio) + dguas de infltragao + despejos industriais (diversas origens e tipos de indistrias). Para a caracterizagé da quantidade, quanto da qualidade, afluentes & ETE, é nevessatia a andlise em separado de cada um destes LANGAMENTOS NOS CORPOS D'AGUA POR DIFERENTES SISTEMAS DE ESGOTAMENTO ZEEE ae srw erie fo Fig. 2.3. Langamentos nos compos d igus advindos dos diferentes tipos de esgotamento sanitiri € de = > “Antes do ponto de inflexdo (ano de 1996), 0 erescimento popilacional apre- venta uma taxa crescente e, apos este, uma taxa decrescente. |p Resultados na forma de tabela e grafico Nonendawre Ane po ve80 2000, 2008 3 1980 a 2000) mie, observasse rasa crescemte. iados futuros bastante elevados 1 que se afastam bastante das tendem & populagao de satu. iIculados da populacdo nos anos Py ima vez que estas populagdes foram é apenas apés 0 ano 2000, lados no grifico, para pe avs dados observados (1 exp ‘entre o dado estimado e o dado observado (ver item g a seguir). na utilicando a ferramenta Solver, do Excel ‘g)Solucao do prob nenta Solver, do Excel, pode ser empregada para a andlise da regressdo Caso ela ndo esteja disponivel. usar 0 comando Ferramentas ~ Ferramentas de Analise (marcar esta opedo). O objetivo ése 1, onde o erro é.a diferenca entre a jada pelo modelo. Como o erro pode ‘com 0 erro elevado ao quadrado, para Oajuste para wm determinado modelo ima possivel. ‘modelo, de rmimero de Inuroducao a quali das dguas € ao tratament Novos dados de entrada: ‘Ano Populacdo (hab) 1970 3.000 1980 10.585 1991 24.000 2000 40.000 ds convergéncia do Solver. Nesta zado. No entanto, qualquer outro adaptagoes. As adaptagdes 520 iros modelos, pode haver apenas 2 coeficientes, ou seja, ‘apenas 2 células) e as equagbes do modelo (no caso, células D25 a D32). As ‘equagdes apresentadas nestas células sGo as equagdes do modelo logistico da Projecdo). Parte da lanitha é reapresentada jzadas. Naturalmente que os resultados ima, uma vez que os dados de entrada B18 a B20 Sempre que se trabatha com regressdo nao linear, deve-se ter 0 cuidado de se interpretar a consisténcia de cada coefciente e valor obtido, Por exemplo, ‘caso se obtivesse um valor da populacdo de saturacdo negativa, tal obvia- ‘mente ndo teria o menor significado fisico. No Solver, podem ser introduzidas restrigdes, tais como P,>0 (na planitha, célula B18 > 0), ou P,>Ps (célula B18 > Cll) Caracteristicas das diguas residuirias ©. «) Populagao flutuante Em localidades turisticas de veraneio € comum a variagio da populag30 a0 lo " | do ano, atingindo valores mais elevados durante as férias e feriados importantes. ‘estas condigdes, € importante 0 conhecimento do acréscimo populacional advindo desta populagao flutuante, a qual gerard esgotos, que entrario na ETE ¢ poderdo gerar problemas de sobrecarga. Em sistemas compactos de tratamento de esgotes, nos quais o liquido fique retido apenas algumas horas, picos populacionais de poucos dias (feriados) po- zer um grande impacto, Em sistemas de tratamento com longo tempo dos curtos podem lependendo das condigdes de carga relativa a que usualmente & a estacao. ‘No caso de férias, em que o aumento da carga de esgotos pode se dar por um ou dois meses, mesmo os sistemas com longo tempo de detengao hidraulica poderio ser afetados. Nestes casos, a ETE deverd ser dimensionada para funcionar adequa- acenena damente neste periodo de carga mais elevada, podendo operar com certa ociosidade bi ‘owem condigdes mais folgadas (eventualmente com melhor eficiéncia) nos periodos dde ocupagdo normal, E importante, portanto, a caracterizacao das vazdes geradas nas seguintes con- digdes de ocupagao (ver Figura 2.4) : + ocupagio de férias (duragao de 1 a 2 meses) * ocupagao em feriados (ex: fim de ano, carnaval, Semana Santa) ‘ Populagio) Moses 60 ano ita a saris advindas de populaste o ada populagdo futuante pode ser feita através de registros de consumo a, € de medigdes nas estradas de acesso © no indice de “onsumo médio de égua Erin coment, nvrdo domestica € neo 6 consumo de Se, Valores tipicos reportados na literatura da quota per capita de deua consumida por popula- es dotadas de ligagdes domiciliares encontram-se apresentados no Quadro 2.5. Os Valores apresentados aqui sio os valores de agua consumida, ¢ ndo a produzida nas tratamento de dgua, a qual deve incorporar ainda as perdas no sistema buigdo de égua Quadro 2.5. Fai do consumo per capita de égua Faia 3 popuegio (hab) Consumo per capita (QP) (1981), Dahthaus & Damrath (1982), Hosang, Estes valores podem variar de localidade para localidade. © Quadro 2.6 apresenta diversos fatores que influenciam no consumo de égua. Os dados listados no Quadro 255 sio simplesmente valores médios, estando sujetos a todas as variabilidades ecorrentes dos fatores listados no Quadro 2.6. Quadro 2.6. Fatores de influéncia no consumo de égua ‘A Figura 2.5 mostra valores médios da quota per capita de 4gua consumida nos vvrios estados do Brasil (dados de 1999, relativos as cidades abastecidas pelas Com- inhias Estaduais de Saneamento, divulgados pelo SNIS, 2000). A ampla diversidade Fecional brasileira fica patente na grande variagdo da quota per capita nos estados. Fgeveceya Fig. 2.5 Valores médios da quoia pe capita de gua consumida 3s Estaduais de Saneamento divulgados pelo SN Campos e von Sperling (1995) obtiveram, em uma pesquisa associada a esgo- tos essencialmente domici Contagem ~ MG, a relagdo expressa na Equagdo 2.1 entre quota per capita de 4gua consumida ¢ rendimento familiar mensal médio familiar (em nimero de salérios ‘minimos) (Figura 2.6. Naturalmente que os dados guardam uma especificidade local, necessitando de cautela para a sua extrapolagio para outras condigdes. oro wn Comentario agus Esnlecals do eacass67 de bua ccansumo ende 8 881 eNO + Clmas mais quenies induzam 3 um malor consumo + Calas maior goraimene aresentam maior PC ‘+ Umer nivel econémica askoca-aa a um maleyconsum® ~ Disonbode oe gue + Gina ‘+ Pore ds comundade + Geos do ndustiolagto + Locaidoges fas apcwsontem maior consumo 1+ Mecicdo do consumo residencia! _» Apewsonga de medio inte um malar consumo + Cuso 08 agua + Um eusio mai lovato reduzo consumo + Pros de dgue * Elevada ressionosstema de dibvigb indus © meres g2sos ee Inirokucde ds qualidade das dguas e ao tratamemto de essot8 Renda QPCigys = “eve” 0,021 + 0,003 x Renda ey onde: OPCipa ~ quota per capita de gua consumida (L/hab.d) Renda = renda familiar mensal média (numero de saarios minimos) (1 salirio 'minimo = USS 80 a época) Caracterisicas das diguas resihirias id CONSID PER CABTA NNERO BE SRAROS WOMOS Yea 20( 00-9) * 2 x0 s io c 3 po *o + ° 2 6 e ven cans MoS capita de gun (L / hab) erm Tango da rena falar express em elo Horizonte e Conlagem - MG) Dados de consumo per capita de dgua de 45 municipios no Estado de Minas Gerais, relativos ao ano de 1999 (SNIS, 2000), foram investigados por von Sperling et al (2002) com relagao a fatores potencialmente inluencidveis no consumo (populagao ida pela populago do municipio, tem- peratura média anual e precipitagao média anual). O Estado de Minas Gerais pode ser Considerado como um bom retrato médio do Brasil, por apresentar regides de maior «€ menor poder aquisitive, maior ¢ menor precipitagio, maior e menor temperatura As fainas de variago dos dados foram: quota per capita de égua consumida: 84 & 248 L/hab.d: populacdo: 4.000 a 2.300.000 hab; arrecadagio média per ca 3300, no; temperatura média anual: 20 a 26° C; precipitagdo média anu 300.2 1750 mm/ano. A Figura 2.7 apresenta a relagdo com a arrecadagdo per capita, Se mostrou mais evidente. A analise deve ser feita no sentido de se interpretar tendéncias € valores médios,jé que 0 coeficiente de correlagdo nao foi elevado, em virtude da grande dispersio dos dados, As Figuras 2.8 ¢ 2.9 apresentam as faixas de variagdo da quota per capita de gua consumida em fungdo da arrecada¢ao municipal per capita, precipitaglo média anual ¢ populagdo dos 45 municipios de Minas Gerais, categorizados pot faixas. Considerou-se como divisor entre renda baixa ¢ renda alta 0 valor de R$224/hab.ano, que corresponde a mediana dos dados obtidos. O divisor entre 1350 mm/ano, que corzesponde qual pode ter relagdo com 0 Per capita de Agua, Naturalmente que estes valores so espe estudada, 3 acredite que as tendén desde que com n que plotam, para cada categoria, 0s valores minimos e méximos, e os percents 25%, 50% (mediana) € 75%. | ‘Arecadagao municipal per capta x Consumo Per Capita de Agua | 00 rem | (ac 7 Pe ethene &3 os, ot a” + yt | acd | 3 a | i | | ° | ‘0 100 1000 ‘Arrecadao per casita (RSInab ano) Fig, 2.7. Qua per capita de gus consumida em fang da arecadasdo municipal divi pela popula, Dados de municipios de Minas Gerais (SNIS, 2000) ‘GPC DE KGUA CONSUMOA EW FINGKODAS ‘CLASSES 0 RENOAE PREGITAGAO - = Per capita ede ; “aPC BE AGUA ONSUMDAEM FUNGAO ‘Quadro 28. Consume de gus tpico de alguns estabeleciments comercais ‘oxPoruLAAo 00 eae Unidade Faka de vaato fe QPC de agua consumid, em fango das classes de populagdo do mu- nas Ges) | Em fungao dos valores dos percentis 25% e 75% apresentados nas Figuras 2.8¢ 2.9, tem-se as faixas de QPC de égua consumida apresentadas no Quadro 2.7. ‘Quan 2.7 Faas valores msde QPC du consumia, bseaosem das de 45 10% superior ao QPC de eidades de menor pone ‘As fans apreselam valces usu, endo feUente a ocone Caracteristicas das igus residuirias 1% do consumo médio mens Frucci qualidade das siguas ew tra de agua em grandes estabe- to de exgotos NNotar que © consumo de 4gua no quadro est expresso em més, endo md 2.1.2.4, Vazio média de esgotos De maneira geral. a produgio de esgotos corresponde apr ‘consumo de fgua. No entanto, a fragdo de esgotos que adenta s, variar, devido ao fato A fragdo da égua forecida que adentra a rede de coleta na forma de esgoto & ddenominada coeficiente de retorno (R: vazio de esgotos/varlo de égua). Os valores s de R de 40% a 100%, sendo que um valor uswalmente adotado tem pequena area ocupada do cocficente de retorno pole smédia de exgoto ¢ dado por: Pop.QPC.R 3 = Pep.QPCR 1 9a ag 1000 (wid) 02) Pop.QPC.R ~ Fors (Lis) Sanea” 86800 (Ls) @3) onde: Qunes = vazio doméstica média de espotos (m'/d ou L's) OPC = quotaper capita de dgua (Lihab.d) Rg = coeficiente de retorno esgoto/igua siderada ¢a vazio realmente con- de Tratamento de Agua. As vazies sio superi em virtude das perdas, que variam Lipicamente numa faixa de 30 a 50%. Perda seja de 40%, id de gua produzidos, 40 m’ apenas 60 m'/d sao consumidos. Destes 60 md, cerca de 80% (48: ‘na forma de esgotos para o sistema de coleta. Caracteristicas das diguas residuirias ade Variam a0 tongg la semana (variagdes didrias) € 20 longo de da vazo afluente @ uma ETE, ag ‘ibuido, © nem sempre 14 € abaixo do valor mn o 6 2 0 ™ Qnads Kr Keo 8 Quast as) Qin ® Ona: Ka OS Qi aso haja condigSes de se efetuar medigles de vazio, de forma a se compor ‘o hidroprama cobrindo as variagdes sazonais, deve-se adotar os dados especificos auido para a situagao em estudo. Os coeficentes Ky, Ko € Ki sio generalizados, fpodendo ndo reproduzir com fidelidade a variacdo de vazdonalocalidade em anli- po Valores super ou subdimensionados afetam diretamente o desempenho técnicoe feconmico da estado em projeto. tem termos das vi igo que as utuagdes sao a das vazies de esgoto, deve-se scidas a0 longo da rede coletora. ‘chances das vaz6es de pico se superporem si ‘Assim, tempo de residéncia na rede coletora tem uma grande ‘Cimento dos picos de vazo. Baseado neste conceito, alguns autores desenvolveram srmulas para correlacionar 08 coeficientes de variago com a populagdo, ou coma vazio média (Quadro 2.11). de aguas de chuva na rede de esgot disso, a g ema de coleta em leas come, por exerplo. amps dag gp Jo € que. nos momentos de chia, avazio auented ETE causando uma side problemas opraionis.Ompatpoys dodo sistema de tratamento de esgotos: proc hug S805 may €o controle no sistema de coleta de esgotos, através de uma atuagao de fis rigorosa que impega as ma de esgotamento ocorre através de tubos defeituoss, co. jes de poros de visita, A quantidade de as de éguas de chuva ma do Item 2.1.25. Quando nio se tem dados locais especificos disponiveis, a taxa de inltrasdo € le expressa‘em termos de vacio por extensio de rede ou por ira servida podem ser usados como uma estnaiva |, quando nao se tiver dados disponiveis, ‘Quadro 2.12. Velores aproximados de taxas de infiltraglo em sistemas de esgotamento “Dibreiro do To dejunla Nivel dalencol Pemneabiidade Cot ica ‘tbo. subtenane@ BO S00 egg a ale glo a) F ‘Abana das Ba rr etisica —! towobes Nodes Se te tuba ‘Alta a S00 me 5 : 00 sO mim --Ebdn teats -PPEaEEEESEEtOPg Pra OOP Eee ae cet Fonte; Crespo (1997) ANBR 9649 da ABNT cita a faixa de 0,05 a 1,0-L/s.km (4 0.86 m'/d.k cionando que o valor adotado deve ser j Introdugao & qualidade das dguas e ao tratamento de ese" ets rubulagdo: 0,01 a 1,0 m'/d.km por mm. Por exemplo, para um t a extensao de rede deve ser medida na localidade em questio, utilizando-se as oes ‘em estimativas futuras, le se reduzir para cerca de 2.0 pu ode mn 2.1,2.3, apresenta as faixas de variagdo da extenso per capita de rede de esgotos para duas faixas de populagio do municipio. {ExENGHO PER CAPTADE REDE DE E9ODTOR [EH FUNGADDAPOPULAGAO DO MUNICIOD fe Eo POR = BOWS POPS TOO UODIAS ‘capita de rede de esgotos, em fungdo de duas clases Baseado nos valores apresentados scima, de taxa de infiltrgdo por extensto de rede, ¢ de extensio per capita de rede, pode-se obter vazSes de infillragdo per eapita ns faixa de 8a 180 L/hab.d, excluindo os valores extremos. Em termos de rea de ‘drenagem, considerando-se densidades populacionas tipicas (entre 25 e 125 hab se taxas de iniltragdo variando entre 0,2 20 m°/d por ha de irea drenada (20 2.2000 m'Vd.km), Estas faixassdo bastante amplas, e 0 projetista deve analisar uidadosamente as condigdes prevalecentes no sistema de esgotamento de forma ‘ obterfaixas mais estreitas, que podem representar melhor as condigdes locais na Caract "as das dguas residusrias a Jha pode exlura infra. caso se dese ficar a favor da seguranga (no caso da ‘azdo minima, a seguranga se posiciona no sentido de se estabelecer @ menor vazai), 2.1.4, Vazilo industrial [Avvazio de dguas residusrias industias € fungao precipua do tipo e porte da indistria, processo, grau de reciclagem, adogao de praticas de conservacio da igua, existenca de pré-tratamento etc, Desta forma, meso no caso de dus indistras ‘que fabriquem essencialmente o mesmo produto, as vazdes de despejos podem ser bastante diferentes entre si No caso da existéncia de indistries representativas, contribuindo & rede piiblica ‘e,em decorréncia, &estagdo de tratamento,é de grande importancia uma adequada ‘aves, j que os despejos industriais podem exercer uma de dgua ea geragdo de despe} das indstis principis: * Consumo de igua = volume consumido total (por dia ou més) ~ volume consumido nas diversas etapas do provessamento ulagdes internas| ~ origem da agua (abastecimento pablico, pogos etc) deve-se obter, elo menos, as seguintes informagdes = eventuais sistemas de tratamento da gua internos + Producao de despejos = vario total ~ niimero de pontos de langamento (com a etapa do processo associada a ceda Ponto) ~ fegime de langamento (continuo ou intermitente; duragdo e freqiiéncia) de cada Ponto de langamento (5) de langamento (rede coletra, curso d’ © dguas pluviais | deve-se proceder a medigdes da va2i0 ida de Lrabalho, de modo ase registrar o padrio de descare® as da indistria, o Quadro 2.13 ativa da sua provivelfaixa de ‘azo, Os valores so apresentados em termos do consumo de égua por unidade d€ = Introd talidade das dguas e ao tatamenta de e980 produto manufaturado. Por simplicidade, pode-se admitir que a vazio de esgotos feja igual ao consumo de gua ‘Quadro 2.13. Vazdo especfica media de algumas indistias, Caracteristicas das diguas residwérias = 5 2.13 a grande varabilidade de consumo para um ae eae 7 sa nan ce dspor de dados especificos sobre ain, se die dev-se consular referencias ibliogrficasrelativas a0 process instil em foc. © qo apresentao visa da apenas um onto de partida no siudos mais superficiais ou gen ios. 5 ei ent de distri industria fro, em ainda quis as indstris que ir acupar ea, Alem Sobrinho e Tsu ‘a seguinte faixa para a estimativa da vazio de esgotos por unidade de area: + Indistrias que utlizam gua em seus processos produtivos: 1,15 2,30 Lis, ‘ha (100 a 200 m?/d.ha) ‘+ Indistrias que nao utilizam quantidades significativas de agua nos processos produtivos: 0,35 L/ 30 m/d.ha) (0 padrlo de langamento dos despejos indi 10 longo do dia, no segue o hidrograma da vaza0 doméstica, variando substancialmente de indistria para indis- tia, Os picos industriais nao coincidem necessariamente com 08 picos domésticos, ‘ou seja, a vaz0 maxima total (doméstica + industrial) costuma ser, na realidade, inferior ao somatério simples das vazSes méximas. 2.2. CARACTERIZACAO DA QUALIDADE DOS ESGOTOS 2.2.1, Pardmetros de qualidade Os esgotos domésticos contém aproximadamente 99.9% de agua. A fragdo restante inclui sélidos orgdnicos e inorganicos, suspensos e dissolvidos, bem como ‘microrganismos. Portanto, é devido a essa fragio de 0,1% que ha necessidade de se tratar os esgotos (Figura 2.12), ‘SOLIDOS NOS ESGoTos ‘A caracteristica dos esgotos é Fungo dos usos & qual a gua foi submetida, Esses uusos, ea forma com que so exercidos, variam com o clima, situagao social e eco- nomica, ¢ habitos da populagao. ‘No projeto de uma estacdo de tratamento, normalmente ndo ha interesse em se eterminar os diversos compostos dos quais agua residua 56 pela dificuldade em se executar varios destes testes em laboratério, mi pelo fato dos resultados em si no serem diretamente eis como elementos de projeto e operagao. Assim, muitas vezes € preferivel a utilizagdo de pardmetros indiretos que traduzam 0 cardter ou o potencial poluidor do despejo em questio, Teis pardmetros definem a qualidade do esgoto, podendo ser divididos em trés categorias: pardmetros fisicos, quimicos e biolégicos. 2.2.2, Prineipais caracteristicas das aguas residuarias Os Quadros 2.14, 2.15 1.2 apresentam as principais caracteristicas fisicas, quimicas e biologicas dos esgotos domésticos. Quadro 2.14. Principais caracterstias fisieas dos esgotos domésticos Paina Deseniao Temperature = Ligavamente superior 8 da agua de abastecimento 1s do ana (mas estvel que aeperatira doe) “> Esgote esto: ador lenco relatvamente desagredavel desagradave), den 3093s sulin ea outa > Causada por uma grande vanedade de soos em suspensdo 1 Ezgci mats soos ou mas concenadcs. geralmante maior dee Fonte: adapado de Qasim (1985) Caructeristicas das iguas residuirias pardmetros de qualidade das Sguas residuirias aguimicas dos esgotos domésticos lominantemente domésticos a e (c) a sua deca Detemioba insets + 0805 + Densnge tequmea de Oxntn. Neda 25 das, 20°C. Esa assoiasa a renee oman carvonacecs.€ una Meda + Cerone orga Tea € una mesids crate da atin orginica carbondons, Esomnaco conan go eareona agama a os caborce 7 + _Proasto tai ca oncacao sa andnPratcamanteavsete no eep00 Blo. “FOSFORO Oster teal oni name orice «nonce. um utente indepenshl io ratamonto buleyeo. + Foster erginco + Conbinade mata ergheca + _Fosoronarginco_+ _Orolosat«potosioos “GH —————_—iator ds carcerstca stan ou Saveas do aapua. Ua sonio@ re 7 27 17 On processes dvondozao bape namamarietendem eeu 2 “TLGATIIGADE rca de capsid tamoboco moi Penatbreia bx varagbos do pH) Ovo “GLORETOS Proves de due de etostecinonto dos coetes amas ‘GLEOS € GRARAS dombsieas. 0 Fonte: adaptado de Are de das dguas e av tratamento de ese tes e depois: excluindo-se a igua do filtro por evaporagig), que. dividida pelo volume da amostra, feterminados por meio de evapo. que 08 s6lidos dissolvidos determinados por 10s coloidais, definidos no Item 1.4.9, ragao.do 3 ste procedimento englobam também os solid ificagio pelas caracteristicas quimicas uma temperatura elevada (500 +/- 50°C), afragao ada), permanecendo apés a combustdo apenas a fiacag lidos voldteis representam umna estimativa da matéria ‘ou mineral, Assim, tem-se, em resumo: aq Solids voliteis(matéria organica) Solidos totais a ‘sdlidos fixos (matéria inorganica) ©) Classificagdo pela sedimentabilidade Consideram-se como sdlidos sedimentdveis aqueles que sejam capazes de sedi- ‘mentar no periodo de | hora. O valor & expresso na unidade de mL/L, medido num recipiente denominado cone Imhoff. A fragdo que nfo se sedimenta representa os solidos néo sedimentives (usualmente nao expressos nos resultados de anise) ‘A Figura 2.13 mostra uma distribuigdo tipica entre os diversos tipos de sélidos presentes num esgoto bruto de composigao média DISTRIBUIGAO DOS SOLIDOS D0 ESGOTO BRUTO Jnurodugae a qualidade das 2.2.3.3. Matéria orginica carbondcea “Amatéria orginica presente nos esgotos & uma caracteristica de primordial impor- ipal problema de poluigao para os corpos d’agua: ;ganismos nos seus processos meta- ‘organic. As substancias organicas Imente por (Metcalf & Eddy, 2003): bélicos de util presentes nos esgotos SAO co ~ eompostos de proteinas (40% a 60%) ‘A matéria orginica carbondcea (baseada no carbono organico) presente nos fluentes uma estagao de tratamento divide-se nas seguintes fragdes, Matéria organica nos esgotos + elassificagao quanto d forma e tamanho = dissolvida (sotin + elassificacao quanto & biodegradabilidade = inerte = biodegradavel Em termos praticos, usualmente no ha necessidade de se caracterizar a materia ‘ongnica em termos de proteinas, gorduras, carboidratos etc. Ademais, ha uma grande dificuldade na determinacao laboratorial dos diversos componentes da matéria orzi- nica nas dguas residuarias, face & multiplicidade de formas e compostos em que esta Pode se apresentar. Neste sentido, podem ser adotados métodos diretos ou indiretos Para a determinacao da matéria orginica: * Métodos indiretos: medicao do consumo de oxigénio ~ Demanda Bioguimica de Oxigénio (DBO) = Demanda Ultima de Oxigénio (DBO,) > Demanda Quimica de Oxigénio (DQO) * Métodos diretos: medigdo do carbono orgénico ~ Carbono Orginico Total (COT) Iago da materia orgnica presente nos esgotos pode ser representada pela do simplificada (COHNS represent mente a CO2 + HO + NHy + outros produtos finas + energia No caso de subsratos simples, essa quanificagdo poderia ser obtida mesmo a glcose (CHi20,), poder lade de oxigénio equerida para m0 principio da Demand Teica no entanto, um obstaculo se apresenta como de dificil transposigdo:0 esgoto possui uma grande heterogeneidade na sua composigio, tentarestabelecer s para, @ partir das reagBes quimicts de cada um dele, caleular« demanda resultante de onigénio, ¢ totalmente desttuido de praticidade extrapolar 08 dados para outras condiedes nao seria possivel A solugio encontrada foi a de se medir em laboratGrio 0 consumo de oxigénio que um volume padronizado de esgoto ou outro liquido exerce em um periodo de tempo pré-fixado. Foi, assim, introduzido o importante conceito da Demanda Bio- 4de Oxiginio (DBO). A DBO retrata a quamtidade de oxigénio requerida cos, a matéria orgainica carbondcea. Portanto, do earbono orgénico biodegradavel termos pratieos, vrios dias (cerca de 20 dias ou mais para esgotos domeésticos). Tal corresponde a Demanda Ultima de Oxi (DBO,). Entreiant, para evitar que o teste de laboratrio fosse sujito @ uma ‘grande demora,¢ para permitira comparagio de diversos resultados, foram efetwadss alyumas padronizagdes: + convencionou-se proceder & andlise no $* dia, Para esgotos domésticos tpicos. esse consumo do quinto dia pode ser correlacionado com o consumo total fin oo Introd i qualidade das diguas ¢ ao tratamente de eset 1a forma, a DBO padrio, expressa por DBO”, Neste texto, sempre Fe amet ettse plicit tendo sDBO pate Foe ier adamente, o teste da DBO pode ser entendido da seguinte maneira: no sry determina-se a concentracao de oxigénio dissolvido (OD) da amostra dia da coleia. On a amosira mantida em um frasco fechado e incubada a 20°C, Cine parse a nova conc reduzida, devido a0 consumo de oxigénio du- dete odo. A diferenga entre 0 teor de OD no dia zero € no dia S representa 0 ra i para oxida da materaorgnicn, endo, panto, a DBOs tados (ver Figura 2.14): ODnodiad: — 7mg/L ODaodiaS: 3me/L DBOs=7-3= 4 mg/L ° : =3maf a a” 7a fae amt ao =7-aaron DA=o DaA-5 Fig. 2.14, Exemplo do conceito da DBO," No caso dos esgotos, alguns aspectos de ordem pratica fazem com que o teste sofra algumas adaptagdes. Os esgotos, possuindo uma grande concentragao de ‘matéria organica, consomem rapidamente (bem antes de 5 dias) todo 0 oxigénio dissolvido no meio indo que 0 consumo de oxigénio numericamente inferior ao oxigénio disponivel na amostra. Além disso, usualmente & necessiria a introdugdo de um inéculo (semeadura), conten- Torganismos, para que seja dado inicio mais rapidamente ao proceso de adaedo, De forma a se medir unicamente o consumo de oxigénio pela matéria arbonicea, pode-se adicionar um Ssociad dt xidagdo da amin DBO dnordem de300 my ousy 300 mg de o} Bans (A brincipas vantagens do teste da DBO sto relacionadas 2 fato de que o teste 'ndicagao aproximada da fragio biodepradivel do despejo; icapdo da taxa de degradagao do despejo; ang, nt A taxa de consumo de oxigénio em Fungo do tempo; ‘a determinag2o aproximada éa quantidade de oxigénio requerido para a estab, ica da materia organica present, rages sfo citadas (Marais & Ekama, 1976): tar baixos valores de DBOs caso os mictorgeriismos responséveig = metas eoutras subst : = hia necessidade da inibigdo dos organismos responsiveis pela oxidagao da para se evtar que © consumo de oxigénio para a nitrifcago (demand vogenada) interfra com a demand carbonicea: ~ arelagao DBO,/DBOs varia em fungao do despejo; ~ a telagdo DBO,/DBOs varia, para um mesmo despejo, 20 longo da linha de tratamento da ETE: + o'teste demora 5 dias, nfo sendo itil para efeito de controle operacional de uma estagdo de tralamento de esgotos. ~ para varios processos de tratamento de esgotos, os critérios de dimensionamento io freqiientemente expressos em termos da DBO; + a legislagio para langamento de efluentes e, em decorréncia, a avaliagio do ‘cumprimento aos padrées de langamento, é normalmente baseada na DBO, tro ou a ndéncia para a tura internacio- dia na DBO, ¢ utiliza DQO nos itens, usualmente mais ‘que a literatura tem se baseado mais na DQO. Desta forma, tem-se uma ide em se comparar patimetros de projeto apresentados nestes livros, ‘com parimetros da literatura internacional. responde ao consumo de oxigénio exercido durante os primeiros 5 ao final do quinto dia a estabi i ross semanas ou dias. Apés: 2 Por mais um periodo de ‘0 consumo de oxigénio pode ser considerado desprezivel. vdlusdo a qualidade das dguas e ao tratamento de esgotos ste sentido, a Demanda Ultima de Onigniocoresponde ao consumo de oxignio Srcio tees tempO, 2 parti do qual ndo ha consumo representative, A Tree exer stra a evolugdo da DBO ao longo do tempo, em uma amos [voLUGHO 04 080.40 10NCO BO TEMPO Tempo (sae) Fig 2.15. Evolugdo da DBO em uma amostraao longo do tempo, com indicagdo da DBO, da DBO ila Para esgotos domésticos, considera-se, em termos praticos, que a0s 20 dias de teste a estabilizagio esteja praticamente completa. Pode-se determinar a DBO, portanto, aos 20 dias. Conceitualmente, lar & DBO padrio de $ variando tio somente no que diz respeito ao tempo da determinacao final do oxigéni dissolvido. No teste a 20 dias ¢ importante se inibira nitrificagdo na amostra, que, a0 ‘gerar consumo de oxigénio, interferiria com os resultados da demanda carbonacea, O Quadro 2.16 apresenta faixas tipicas do fator de conversio de DBOs para DBO, {esgotos domésticos). Esta conversdo ¢ importante, pois virios processos de trata mento de esgotos so dimensionados tendo por base a DBQ,. O Capitulo 3 mostra ‘como proceder a esta conversio, utilizando uma formula especifiea (Equagio 3.25). Quadro 2.16, Faixas tipicas da telago DBO/DBOs an Oren Eto concentra soto de baixaconcenragdo Etuonte piano Eten secandano Con "eristicas das dguas residudrias 7 — de mancita gral, @ relagio DBO,/DBOs igual a 1,46, se tenha uma DBOs de 300 mg/L, @ DBO, sera igual g 10 de oxigénio ocorrido em funclo da oxidacg lor obtido €, portanto, uma indicagao indireta do iramente por microrganismos. J a quanto a fragio inerte da matéria organica do despejo. O teste su 0, 0 oxigenio 8 ser consumido no tratamento biol6gico dos despejos; ~ teste ndo fomece informagdes sobre a taxa de consumo da mat ia orgénica Para esgotos domésticos brutos,relagdo DQO/DBOs varia em torno de 1,7 a4 Estudos efetuados pelo autor em 163 ETES nos estados de SP e MG conduziram ‘08 seguintes valores: mediana: 2,1; faixa central com 50% dos valores: 1,9 823. Para esgotos industriais, no entanto, essa relagdo pode variar amplamente. Depen- ddendo da magnitude de relagdo, pode-setirar conclusdes sobre & biodegradabilidade dos despejos e do método de tratamento a ser empregado: * relacdo DOO/DBOs baixa (< cerca de 2,8) =a fragdo biodegradavel é ele - indicagao para tratamento biolégico relacdo DQO/DBOs =a fragao bi bilidade do tratamento biol6gico ‘vada (> cerca de 3,5 ou 4,0): erte (ndo biodegradavel) é elevada ura tratamento fisico-quimico walidade das dqua ¢ ao tratamento de esgot ‘Arelagio DQO/DBOs varia também & medida que esgoto passa pelas diversas unidades da estagio de tratamento. A tendéncia para arelagio é de aumentar, devide: f redugdo pavlatina da fragio biodegradavel, ao passo que a fragdo inerte permanece aproximadamente inalterada. Assim, oefluente final do trtamento biolésico possu salores da relagio DQO/DBOs usualmente superioresa2,5, Quanto maior a efciéneia do tratamento na remogdo da matéria organica biodegradavel, maior esta relagio, ique pode chegar a 4.0 ou 5,0. 4) Carbono Orginico Total (COT) Neste teste, o carbono orgainico é medido diretamente, por um test. ‘endo indiretamente, através da determinagio do oxigénio consumido, como nos trés testes acima. O teste do COT mede todo o carbono liberado na forma de COs, Para garantir que o carbono sendo medido seja realmente o earbono o mais aprofundadas das caracteri do equipamento. «¢) Relages entre os parametros represe Em amostras de esgotos domésti pardmetros representativos do consumo de oxigénio(DBO,/ >» aproximadamente, como indicado na Figura 2.16, comentarios: lagdes nunca podem ser inferiores a 1,0. * Os valores das relagdes aumentam, da condigdo de esgoto bruto para esgoto tratado biologicamente, * Quanto maior a eficiéncia do tratamento, maior 0 valor da relagto, Felagdes 0800805 e DAOIDBOS Brio” Talado Brio Tratado Finas de valores ds elagdes DBO/DBO, € DQO/DBO: pan esis damésicos bts Coracevsticns das iguas residuivias 7 -__ _ 2.2.34, Nitrogénio Em um curso d°igua, a determinagao da forma pred icagdes sobre o estigio da poluicao ev to de esgotos a mor inante do nitrogénio génio est fasicamente na de nitrato (as concentragdes d ‘Quadro 217. Formas preeminates do ittogénio reduzidas). Em resumo, pode-se vist as situagdes na forma genera- % Fema Fslado de ontop ida apresentada no Quadro 2, traindo-se de outras fontes de nitrogénio Wiogtnomoecvar ND que nio 0s esgotos). og ogtico vase vail sem me 7 a ae + 7 hogine ones on nitrato Noy +8 eet ere ° ine aero ia Fe» Nios ~Fatigo iomesiae polio enum» —Nsvogbna gins © nitrogénio é um componente de grande importincia em termos da geragio fovodigee lat arose « do proprio controle da poluigdo das aguas, devido principalmente aos seguintes 1m menos concertos) aspectos: ‘TPouipio ror em on curso dague__» Nara = harmo Ente de ratamonto som ninicagio » Wvogbna ond (em Renae Grcmaqhes) * Poluigdo das dguas + Anon =o io € um elemento indispensével para o crescimento de algas, podendo Event ramen com ntcngig + _ Niro Por isso, em certas condigdes, conduzir a fendmenos de eulrofizagdo de lagose "Ente de eatamento com» Caneartagios mals eatin Godan os oman da reece inicetialsenoneae argon 7 —tertoerenteeese eginig ee rogénio, nos processos de conversio da aménia a nitrito e deste a ntrato 4;20), implica no consumo de oxigénio disolvido no corpo dau re Nos esgotos domésticos brutas. as formas predominantes s20 0 witrogénio rogénio na forma de aménia livre dretamente txico 40s pei Freese catiménia. © ntrognio oginico comesponde a gry nie ~ nitrogen na forma de nitrato esta assciado a ‘ahemog !mdnia tem sua principal onigem na uréia, que & rapidamente hidrolsadae ra binemaz Jo a doengas como a metahemo) ramente encontrada no esgoto bruto. Estes dois, conjuntamente, sio determinados ; consttundo o assim denominado Nirogenia. do NTK nos esgotos domésticos tem origerm + Tratamento de esgotos : on . ; Ssiolgaica, As demais formas de nitrogen so usvalmente de menor importanca ~ onitrogénio é um elemento indispensével parao erescimento dos microrganismos e . pelo tratamento de espotos 0S esgotos afluentes a uma estagdo de tratamento, Em resumo, tem-se: que eventualmente possa ocor esgotos, implica em: a lustrada na Figura 2.17. Observa-se que a fragao de N © Aesprezivel em esgotos domésticos. ONTK pode ser ainda dvigido 96 Snuradvcdo a qualidade das éguas e aa tratamento de es80"% laa (associada 205 Séidos em io participa na consttugdo de praticamente toy ria ognica particulada dos esgotos). srmmulgko Do WTROGEMO NO ESGOTO DOMESTICO BRUTO | fa ft i a | | Hi ted { = Fig.217,Distibuigio das formas de trp 1247 Desi das formas denitrognio no esto domeéstico brat adaptado de LAW, 1985) ‘A-aménia existe em solugdo tanto na forma de ion amor NH") "mo onizade (NHS), segundo o seine equi dinamicgs imico: liv + HONKY aménia livre am@nia ionizada ci Adi relative i ‘stribuigdo relativa assume a seguinte forma em fungdo dos valores de pH: ‘eamente toda a aménia na fi 7 “ madamente 50%, NH; mei teamente toda a aménia na for temperatura do liquido influi também nesta distrib proporgdo da aménia live com relagdo & aménia tot da relacao a temperatura de 15°C. ‘A seguinte equagao retrata a proporgdo de aménia livre em funglo do pH e da temperatura (Emerson et al, 1975). Na temperatura de 25°C, a aproximadamente o dobro NH3 livre_(g)____100_ ‘Amdnia ttl fos { PB en Tern, 1+10! onde T= temperatura do liquide (°C) A aplicagio da Equagdo 2.7 conduz aos valores da distribuigo das formas de aménia apresentados no Quadro 2.19 eilustrados na Figura ‘Quadro 2.19. Proporgdo das formas de aménia live eionizada, com relagdo améni ‘em fungo de valores do pH e da temperatura mH 75% Tem T=86 “NaN NN 9991 033 9987 spe 9073 9380 saat 04 93,76 20 ors 9518 9462 8203 anes srs 7350 nist e73 5359 suse 35.72 Em cursos d'gua ou em estagdes de tratamento de esgotos a aménia pode so- fer transformagoes posteriores. No processo de nitrficagdo a aménia & oxidada @ itrito ¢ este a niteato, No processo de desnitrificacio 0$ nitratos sto reduzidos a REnio gasos ificago ea desnitrifcacdo sdo discutidas em detalhes nos volumes 2¢ 4 da presente série, Caractersticas das éguas residulrias ” ‘ede ambnia ve (NH) NMG ramen eta) 223. Fésforo 0 fosforo total nos esgotos domésticos apresenta-se na forma de fosfatos, nas + Organica (ligada a compostos orgdnicos)- origem fisiologica ‘fsforonos detergentes ocorre, na gua residuaria bruta, na forma de polifosfatos soliveis na forma de ortofosfatos. Os ortofosfatos sdo diretamenté co sem necessidade de conversdes a formas forma predominante ¢ © HPOs?. Os pol com dois ou mais étomos de fésforo. Os 108 se transformam em ortofosfa- tos pelo mecanismo de hidrdlise, a qual e380 lento, embora parte ocomt ‘Ro proprio sistema de colete de esgotos. Modelos matematicos de tratamento d€ esgotos usualmente consideram estas duas na forma de ortofosfatos ja que, apés hidrélise, todos estardo presentes nesta form fisforo dos detergentes pode representar até 50% da concentragdo de fosforo tot! nos esgotos domésticos, : inc) ~ pinion polio "rescidos de uma pequena fragdo correspon’ rics slvel donegone 100 Introducdo és qualidade das ciguas ¢ ao tratamento de ess" « fésforo particulado (todo na forma orgénica) ~ ligado a matéria orginica parti- culada dos esgotos ‘A Figura 2.19 ilustra a distribuigdo do fésforo nos esgotos domésticos ‘istRIBUIGAO.DO FOSFORONO ESGOTO DOMESTCO BAUTO Fig, 2.18. Distribuigao das formas de fsforo no espote doméstico bata (adaptado de IAWO, 1995) A importincia do fésforo associa-se principalmente aos seguintes aspectos: * 0 fésforo é um nutriente essencial para o crescimento dos microrganismos respon- Saveis pela estabilizagio da matéria orginica. Usualmente os esgotos domésticos Possuem um teor suficiente de fsforo, mas este pode estar deficiente em certos Aespejos industriais; * 0 fésforo é um nutriente essencial para o crescimenta de algas, podendo por isso, em certas condigdes, conduzir a fendmenos de eutrofizacdo de lagos e represas 2.23.6. Organismos patogénicos c indicadores de contaminagio fecal 8) Organismos Ppatogénicos fans’, MierorBanismes presentes nos esgotos desempenham diversas fungdes de fundamental importancia, principalmente as relacionadas com a transformagao da pantie dentro dos ciclos biogeoquimicos. O tratamento bioligico dos esgotos de- Pen esencitmente da atuagio de microrganismos, detalhada em diversas partes, ivr, Covacteristcas das dua residuarias ia -_. _ ie relevncia em termos da qualidade biolipicg gy sibiidae datransinisso de doengas. Os microrganismen podem sr sapréfitas, comensais,simbiontes ou paragigs ast ria. patogéniea capaz de causar doenga no homem pe, ‘Os principisgrupes de organisms de interesse do ponto de vista de sage ‘com associagdo com a gua ou com as fezes, so: -Acrigem destes agentes patogénicos nos esgotos ¢ predominanterente humana, refletindo diretamente o nivel de saide da populagao e as condigdes de saneamens bisica de cada regido. Pode ser também de procedéncia animal, cujos dejetos sio eliminados através da rede de esgoto (ex: fezes de cles e gatos), ou entto pela presenga de animais na rede de esgoto, principalmente roedores (Silva et al, 2001) ‘A quantidade de patézenos presentes no esgoto de uma determinada localidade € bastante varidvel e depende de: (a) condigdes sécio-econdmicas da populagdo, (b) condigdes sanitarias, (c) regido geogrifica, (d) presenga de indistrias agro: alimentares ¢ (e) tipo de tratamento a que 0 esgoto e o lodo foram submetidos (n0 «aso de esgotos tratados). iva relativa & a dose requerida para causar infeccao em 50% de adultos sos. Desta forma, quanto menor a dos a probabilidade de se contrair doenga. As doses infectivas categorias de ): tozodrrios: baixa; 8: moderada a alta; (b) baixa ‘A ocorréncia de doenga ou ndo em um ser humano por ingestio de agua com taminada depende da intera¢ao de diversos fatores, destacando-se: (a) volume de agua ingerido, (b) concentragdo do organismo patogénico na agua, (c) dose infectiva relatva do organismo patogénico e (d) resisténcia do individuo. Grupas de risco, por apresentarem menor resistencia, sdo: criangas, idosos, desnutrides, imunodeprimidos. as infecsdes relacionadas com a Agua, 4as infeceses relacionadas com a agua origina's® ‘compreensdo dos mecanismos de transmissdo, que se agrupam em quatro catego" (Cairncross ¢ Feachem, 1990; Heller, 199 v8 ‘w: ocorre quando o organismo patogénico encontra-se # com a higiene: idemtificada cor a implantado de higiene pessoal e dom 7 quela que pode or Intro nee idade das dignas ¢ ao tr + rransmisséo baseada na gua: caracterizada quando o patdgeno desenvolve parte aquatic for: na qual insetos que procriam na égua ou cuja picadura ocorreproximo a ela so os transmissores. 0s Quadros 2.20 e 2.21 apresentam as principais doengas associadas & agua fe 20s exeretas, destacando as formas de transmissio e as principais formas de prevengéo, Quadro 2.20, Doengas relacionadas com a gua —Gapeds Formasce Pincpasdoengas—~=‘Rormas de prevenedo doeneas____vansmssdo ‘Oorgansme patogénca Ingenio, Canvas pals pes Eons agus pohos, ea escabiose, ‘Assocadas3 —Oorgansmo + eaquilossonane ‘gua(uma cane paloginco ‘occ aa vse penetra pele pele agen Qu ingendo, 1 Sdota mesicas adequadas eae ara a disposigs0 Se #390108; eee + combaterhospaseire “Teansmias por As doengas aio meres que se” propagases por fate amare: ‘ssconamcam Ines gue > Sengue . 33 ‘ascem na dove + aose (lfantase), cu peam pats + Maller (1995) Caracteris ‘ersticas das dguas residuirias 103 il associadas & gua (transmissio Gastoenterte Leptosprose sora ~via Bectelat Fasre paratiide Salmoneta vara espbeies ‘Salmonella ero eb Doengasrespitifas Enierovis, Nowak, Daria ave a fot, vito ‘etavrs et = are pos Enerovivs Febre, veto, ewjecimert do pescoge Poiomyets vis Entamoeba histoice oto ‘Gorato da pele com arta tomblia ‘ua contamina Fonte: Benenson (1985), Tehobanoglous e Sehroeder (1985), MetcalP al ©) Organismos indicadores de contaminasio fecal A detec¢lo dos agentes patogénicos em uma amosira d’égua é extremamente Affi, em razdo das suas baixas concentragdes, o que demandaria 0 exame de gran- Ass volumes da amostra para que fossem detectados 0s poucos seres patogénicos. As raze de tal devemse aos sepuintes fatos: Populacdo apenas uma determinada faixa apresenta docngas de veiculaglo s destes habitantes a presenga de patégenos pode no ocorrer em elevada Proporedo; !famento no corpo receptor ou no sistema de esgotos hi ainda uma grande do despejo contaminado. 104 Introdusdo a qualidade das diguas e ao tratamento de esgotos licas das diguas residuérias + Os mecar Em assim sendo, a concentragdo final de patégenos por unidade de volume em, wun ¢ sem divida bastante reduzida, fazendo com que a sua detecgig través de eames laboratorais seja de grande dificuldade. : ésuperado através do estudo dos chamados organismos indicado. resde contaminagio fecal. Taisorganismos so predominantemente no patogénicas, indicagdo de quando uma agua presenta contaminagay sou de animals ¢, por conseguinte, da sua potencialidade para sos mais comumente utilizados com tal finalidade so as bactétias mes apresentam-se em grande quantidade nas fezes I de 10° a 10"? células por dia). De ido por bactérias do grupo col 4a patogénicos. Por outro lado, se a sua taxa de mortalidade fosse muito menor ue 2 das bactérias patogénicas, também deixariam de ser \iteis, uma vez que, sobrevivendo por mais tempo, tomariam suspeitas aguas jé depuradas. Estas con- sideragdes dizem respeito principalmente as bactérias patogénicas, uma vez que ‘outros microrganismos podem apresentar resisténcia superior & dos coliformes (Christovio, 1974). de remogdo dos coliformes nos corpos d’agua, nas estacdes de tratamento de agua € nas estagdes de tratamento de esgotos sdo 0s mesmos me- anisms de remocdo das bactraspatogénicas. Desa forma, a emogao de bats Patogénicas esta usualmente associada a remocao de coliformes. Outros organismos Patogénieos, no entanto, podem ser removidos por mecanismos diferentes. As téenicas bacteriolégicas para a detecga0 de coliformes si rdpidas e econ i-se¢em um grande grupo de bactérias los poluidos endo peludos. be ‘como de fezes de seres humanos e outros animais de sangue quente. Este grupo fi 106 Introduc0& qualidade das dius ¢ a0 ratamento de exget?® stant usado no passado como indicador¢ continua aser usadoem algumas reas, va as eificuldades associadas com a ocorrncia de bactras ni fecaisseja um ma (Thomann € Mueller, 1987). N3o existe una relacdo quantifcdvel entre roe erorganismos patogénices. Os coliformes totais poeriam ser enendidos, de forma simplificada, como ci lada a sua possivel incidéncia em mee solos ndo contaminados, representando, portato, outros organismos de vida estinal, Por esta raz80, 0s coliformes totais no devem ser utilizados ba emt prob = Ara bastecimento de iguapotivel agua atadando deve contr cliformes ‘Bras, os quais, caso encontrados, sugerem tratamento inadequado, contaminagio posterior ou nutrientes em excesso na égua tratada, Nestas condies, os coliformes totais podem ser usados como indicadores da eficiéncia do tratamento da égua e da integridade do sistema de igo (WHO, 1993). ‘0s coliformes fecais (CF) s40 um grupo de bactéris indicadoras de organismos origindrios predominantemente do tra I humano € outros animais. Este ‘grupo compreende o género Escherichia e, em menor grau, espécies de Klebsiella, Enterobacter e Citrobacter (WHO, 1993). O teste para CF ¢ feito a uma elevada temperatura, objetivando a supressto de bactérias de origem nao fecal (Thomann e Mueller, 1987). No entanto, mesmo nestas condigdes, € possivel a presenga de bacté- rias nio fecais (de vida livre), embora em menor niimero que no teste de cotiformes totais. De qualquer forma, mesmo o teste de coliformes fecais nao da garantia de que @ contaminagao seja realmente fecal. Por esta raz2o, recentemente se prefere denominar os coliformes fecais por coliformes termotolerantes, pelo fato de serem bactérias que resister & elevada temperatura do teste, mas nao sio necessariamente fecais. Sempre que no presente livro se fizer referéncia ao termo coliformes fecais, (tradicional na literatura e nas legislagaes ambientais de varios estados e paises), deve-se entender, implicitamente, a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes A Escherichia coli & a principal bactéria do grupo de coliformes fecas (ter motolerantes), sendo abundante nas fezes humanas ¢ de animais. E encontrada em fs 0t0s, eft 5 a contaminagao recente por seres principalmente devido aos recentes fecais, E col Hus# aue da garantia de contaminagdo exclusivamente fecal. Por estas raz%es, zat predominantemente E.coli como indicador de ‘sua detecgdo ndo di garantia de que a contami- na. jé que E. coli pode ser encontrada também em fezes de outros concen Hi algumas cepas de E.coli que sto patogénicas, mas isto no invalida eu © como bactérias indicadores de contaminagio fec “to da contaminagdo fecal exclusivamente humana pressupte a reali- fisticados testes bioquimicos complementares, usualmente nfo efetuados 8 rotineiras, cas das dguas residudrias io Jo relativa dos indicadores, bactérias patogénicag so Quadto 223 sntetiza 8 aplicabilidage ermotolerantes) sto o grupo predot *pretacao dos testes dos indicadores de coma 1 € bast ‘Inirousdo& qualidade das dguas e ao tratamento de cesgotos tam termos de tratamento de esgotos, a caractr sao importante, uma Vez que jé se sabe, de ante ¢ organismos fecais. Os organismos indicad 1 adores da eficiéncia de remogao de paidgenos ny sgotos. O5 organisms patogénicos que podem ser ¢. de certa forma, 'zagdo da origem fecal nao & UE 0S eSBOt0s contém maté- 10 usados, neste caso, como 19 processo de tratamento de Tepresentados so as bactérias fem ser removidos pelos mesmos mecanisros + Estreptococos fecais. O grupo dos estreptococos fecais compreende dois Enterococcus e Sireptococcus. O género Enterococcus posse . a maioria das quais de origem fecal humana, embora alg. também de origem animal. Todos os Enterococcus apresentam alla adversas. O género 5 wo da origem da contaminagSo, se pred cu animal, Elevados valores de CF/EF sugeririam contaminacdo predominante- neste grupo, estando normalmente presente em fezes, embora em 'nimeros bem menores que E.coli, No entant, no sio de oigem excl fecal © podem ser origindrios de outras fontes ambientais. Esporos de Clostridia podem sobreviver na agua oliforme e também Pode 4 sicte recomes smento de rotina em sistemas de distibuigdo de égua (WHO, 1993). ser * Bacteri6tagos. Para aindicapio da presenga de virus 0s ecerisgn Paden Os {EPresentativos, devido a sua similaridade com 0s ¥i se como exemplo bacteriofagos sto virus especificos que atacam bactérias tendo cs a Caracteristicas das diguas residudrias gos, que atacam E, coli, Oscolifagos nto eso presentes em altos nimerog nas fees humanas € de animais homeotérmicos, mas podem estar presentes em, rnimero elevado nas aguas residudrias, devido & rapidez em que se reproduzem scélulas bacterianas (Ceballos, 2000). Seu significado 0 por esgotos e, por causa da maior persisténcia res bacterianos, como indicador da efic de Aguas subterrineas (WH os, no hé indicadores sub '€ 0 consumidores podem ingerir vege- ntos podem ser removidos pelo proceso 0 de sedimentagao, que ocorre, por exemplo, em lagoas de estabilizagdo, ¢ Por filtragio. Os oves podem estar viaveis ou ndo vidveis, ea viabilidade pode ser alterada por processos especificos de desinfeccdo, Este € um tépico em constante evolugdo, e 0 presente texto nao pretende seotunda em ns ms especies, abordand apenas conceitos mas gee simplifcados 2.2.4, Relacdes dimensionais entre carga e concentracao icas dos principais poluentes presentes importante relembrar com clareza os conceitos de carga per capil, enta a contribuigao de cada individuo (expressa em 9 unidade de tempo. Uma unidade comumente ust da € ade ghhab.d, Assim, quando se diz que a contribuigdo per eapita de DBO € & 54 hab. equvae acer que cada individu conb ia, como equive a $4 gramas de DBO. pee lamento de esgotos corresponde & qua de tempo, A carga afluente a uma ETE poo? lagi 8) Ho e das digas ¢ uo tratamento de ese _ populagao (hab) x carga per capita (g/hab.d) (2.9) ae (A ooo) ‘Uma outra relagdo associada & carga, de grande importincia e valida para diversos cdloulos relacionados ao tratamento de esgotos, é: ‘carga = concentragao x vazio io(g/m?) x_vazio(m’ /a carga (k gf) = eee (mm? /d) Qn) Obs: g/m? = mg/L. A concentragio de um despejo pode ser abtida através do rearranjo da relagdo entre carga, concentragao e vazdo (Equagdes 2.10 ¢ 2.11) concentragio = carga/vazao 2.12) concentrasio (g/m?) = £282 (kB) . 1000 (g/kg) ‘vazao (m’ /d) 2.13) Exemplo 2.2 4) Calcular a carga de nitrogénio total afluente a uma ETE, sendo dados: * concentragdo = 45 mgN/L * vazdo = 50 Lis Expressando-se a vaziio em mi/d, tem-se = S0Us.86400 sia 1000 Vim? = 4.320m' /d A carga de nitrogénio é: Coracte rt iticas das dguas residirias i ies 45 g/m’. 4320 m’/d carga = 7 1000 g/kg, estacao, calcular a concentracao de fosforo total afveny 1 que a carga afluente é de 35 kgP/d t =194kgN/d 8 8,1 pPim’ =8,1 mgP/l ‘As caracteristicas quantitaivas fisico-quimicastipicas de esgotos sanitérios pred- ‘minantemente domésticos,usualmente utilizadas em estudos e projetos,encontram-se apresentadas de forma sintetizada no Quadro 2.24 Quadro 2.24. Caractersticas fsico-quimicas dos esgotos sanitirios Paramere Concenvagso Tie Sioa os att oP Esispansio not 3st hee mt wont + Votes mot tess mot S000 mt Sto-5s0 mot Ho ma “ores 40-60 0 mot 250-400-300 80-120 100 moll 450-800 600 0-9 __75 ot_ sos __ 0-109 80 rat 35-60 ro mes 35-6045 mglgnt 20-35 =0 =o mgNoz-nt 0 “0 09-020 mavoynn 0-4 0 02 og Ot a a 7 o7-28 a0 mA 2-40 08 mer BE 2 Fes mogonco Oss Oy mgm a a7-09 8 ‘Aesiniade Tw rgcecoge too aso “Hetosposedos OO mgt tas “Compass gsr tron === mgt ——iagn_——« ue 9), Peso & Joo (1478) Qasim (1945), Meal & Bay (1991) C8¥0A uz jotos sanitrios, a concentragdo varia em fungi de diversos fatores, como « contribuigdo per capita do poluente, o consumo per capita de agua, a presenga de ddespejos industriais e outros. Em locais com baixo consumo per capita de égua, rnormalimente se tem esgotos bem concentrados, com valores que podem mesmo texceder aos das faixas tipicas apresentadas no Quadro 2.24 ‘Campos e von Sperling (1995) obtiveram, para esgotos predominantemente

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