Você está na página 1de 6

^ jeminRwonnaonnL

^DePRODuçnoe CTBA/GSP/16
CURITIBA - PARANÁ - 1989
iTRnnsníisspODe
enepeiReLéRiCR

GRUPO IV
SISTEMAS DE POTÊNCIA (GSP)
LIMITAÇÃO DE TRANSITÓRIOS NO CHAVEAMENTO DE PEQUENAS CORRENTES INDUTIVAS
IMPACTO DE NOVAS TÉCNICAS SOBRE OS CRITÉRIOS TRADICIONAIS

SÉRGIO DE AZEVEDO MORAIS CARLOS M. PORTELA ROBERTO COLOMBO ANTÔNIO C C . CARVALHO


FURNAS-Centrais Elétri- ELECTRA-PTEL Enge- INSAT-Indústria de S i s t e - CEPEL-Centro de Pes-
cas S.A. nharia Ltda. mas de A l t a Tensão S.A. quisas de Energia
Elétrica

RESUMO constituem a_chamada_"primeira oscilação para


l e i a " ( 1 ) , têm freqüência da ordem de alguns
0 informe i n d i c a . a s práticas tradicionalmente MHz. mas, por envolverem apenas os elementos de
adotadas para assegurar a limitação das sobre c i r c u i t o na proximidade imediata do d i s j u n t o r ,
tensões de manobra durante a abertura de peque não s o l i c i t a m o elemento i n d u t i v o manobradoíre
nas correntes i n d u t i v a s , e as d i f i c u l d a d e s l i a t o r , transformador, motor) e, por esse moti\*>,
gadas ã sua utilização. Uma discussão do impa não serão considerados a q u i . Os transitórios
cto de determinados desenvolvimentos"tecnológT de maior i n t e r e s s e constituem a chamada "segun
cos sobre o problema da limitação desses t r a n da oscilação p a r a l e l a " , com freqüência t i p i c a
sitõrios é apresentada, sendo e n f a t i z a d a _ a mente da ordem de 1Q0 kHz, podendo alcançar
maior atenção dada atualmente aos transitórios 500 kHz. Esses transitórios envolvem as capa
rápidos causados por reignições. As tendências citãncias concentradas dos equipamentos mano
atualmente v e r i f i c a d a s para o tratamento do as brados, sem serem s i g n i f i c a t i v a m e n t e afetados
sunto são i n d i c a d a s , sendo recomendados novos por suas indutâncias concentradas. Estas só de
critérios e apontados os desenvolvimentos ne sempenharão papel s i g n i f i c a t i v o posteriormente,
cessãrios â superação de algumas d i f i c u l d a d e s por ocasião da chamada "oscilação do c i r c u i t o
remanescentes. p r i n c i p a l " - que, por envolver freqüências e
amplitudes bem mais b a i x a s , também não costuma
1.0 INTRODUÇÃO oferecer r i s c o para o elemento i n d u t i v o mano-
brado .
As sobretensões de manobra associadas ã
interrupção de pequenas correntes i n d u t i v a s A aplicação de d i s j u n t o r e s ao t i p o de cha
como as que se v e r i f i c a m na alimentação normal veamento.considerado s u s c i t a dois t i p o s de pre
de reatores derivação, transformadores (em va- ocupação, que nao diferem daquelas c o n s i d e r a -
z i o ou com carga i n d u t i v a terciãria) e motores das quando são examinados outros t i p o s de__ sur
(na p a r t i d a ou no funcionamento sem carga mecâ tos de manobra: primeiramente, os transitórios
n i c a a p l i c a d a ) - são de dois t i p o s quanto a provocados p e l a abertura' do d i s j u n t o r não de-
sua origem, podendo ser causadas diretamente, vem s e r de t a l monta que i n v i a b i l i z e m a i n t e r
pelo " c o r t e " de corrente ou por reignições sub rupção f i n a l da corrente pelo d i s j u n t o r , embo
sequentes ao mesmo. r a seja aceitável a ocorrência de algumas reT
gnições ou reacendimentos do arco elétrico. Em
As sobretensões causadas^diretamente pelo segundo l u g a r , os transitórios não devem cau
"corte" de corrente devem-se ã interrupção pre sar danos aos demais elementos do c i r c u i t o • e,
matura do arco elétrico no d i s j u n t o r , que c u l em p a r t i c u l a r , aos r e a t o r e s , transformadores ou
mina o processo de i n s t a b i l i d a d e do arco_j cau motores manobrados. Essas preocupações levam
sador^do fenômeno. Essas sobretensões sao os â adoção de determinadas medidas ou critérios
cilatórias, com freqüência tipicamente da o r - para assegurar a limitação dos transitórios e/
dem de poucos kHz, sendo associadas ãs t r o c a s ou a operação e f e t i v a dos equipamentos.
de energia que se v e r i f i c a m entre as "capacitân
c i a s e indutâncias do c i r c u i t o - c a r g a em seguT £ lugar comum que, em qualquer ãrea da en
da ã interrupção. genharia, o aparecimento de novas t e c n o l o g i a s
tende a t o r n a r obsoletas c e r t a s preocupações e
As reignições ocorrem quando a recupera inconvenientes c e r t a s técnicas,suscitando, por
ção d i e l e t r i c a do pólo de d i s j u n t o r , a p a r t i r sua vez, novas preocupações que realimentam o
da interrupção da c o r r e n t e , é mais l e n t a que o processo de desenvolvimento tecnológico. As
crescimento da tensão de restabelecimento t r a n práticas de aplicação de equipamentos_ã mano-
sitória a p l i c a d a a seus t e r m i n a i s , c u j o aspecto bra de pequenas correntes i n d u t i v a s têm s o f r i
ê essencialmente determinado, nos instantes i - do, nos últimos tempos, o impacto desse proce£
n i c i a i s , . pela sobretensão de manobra que se se so. 0 gresente t r a b a l h o tem por o b j e t i v o a
gue ao corte de c o r r e n t e . As sobretensões cau discussão da evolução recentemente verificada
sadas por reignições apresentam-se sob forma de neste terreno específico, e a recomendação de
transitórios de d i f e r e n t e s freqüências, confor uma revisão de critérios que se j u l g a dever de
me sejam ou não envolvidos certos^elementos do c o r r e r , naturalmente, dessa evolução.
c i r c u i t o . Os transitórios mais rápidos, que
- 2 -
2.0 O CRITÉRIO TRADICIONAL - ALGUNS EQUÍVOCOS s a i o considerados equivalentes ao c i r c u i t o re
NA SUA APLICAÇÃO a l para as condições de baixa freqüência. 2
consenso hoje, entre os grupos que se dedicam
_Eai aplicações de a l t a , e x t r a - a l t a e média ao estudo do assunto (2,3) que muito difícil
tensão, equipamentos da importância de reato mente, os r e s u l t a d o s de ensaios de laboratório
res derivação, transformadores de potência^' e podem s e r extrapolados para as condições r e a i s
motores são, normalmente, protegidos por pára- de abertura de pequenas correntes i n d u t i v a s no
- r a i o s , i n s t a l a d o s junto aos t e r m i n a i s dos mes campo. Este f a t o decorre da d i f i c u l d a d e de re
mos ou a c e r t a s distâncias, cuidadosamente ava produção, em laboratório, das características
l i a d a s . Quando i n s t a l a d o s junto aos t e r m i n a i s dos c i r c u i t o s r e a i s para as elevadas frequên
de- um desses equipamentos, ou entre o equipa c i a s que; c a r a c t e r i z a m as oscilações devidas
mento e o d i s j u n t o r que o c h a v e i a , os pãra- â_instabilidade do arco elétrico e ãs reigni
- r a i o s devem s e r capazes de l i m i t a r as sobre ções. Um critério r i g o r o s o e x i g i r i a a presen
tensões provocadas p e l a manobra de^abertura do ça, no laboratório, do próprio r e a t o r , t r a n s f o r
d i s j u n t o r , ^ a s s i m como as sobretensões de o r i - mador ou motor a s e r chaveado pelo disjuntor
gem atmosférica, a níveis aceitáveis para o ensaiado; como essa providência s e r i a extrema
equipamento. mente dispendiosa e de implementação muito com
p l i c a d a , r e s t a apenas, como critério válido de
Devido ao caráter diãrio das manobras a comprovação do atendimento dos l i m i t e s f i x a d o s
que são normalmente submetidos os r e a t o r e s de para as sobretensões de manobras, a realização
rivação e os motores, s u r g i u a preocupação de de ensaios de campo. A consciência desse f a t o
l i m i t a r as sobretensões de manobra provocadas f o i formada só muito recentemente^e, t a l v e z em
por seu chaveamento a níveis ainda i n f e r i o r e s v i r t u d e d i s s o , nenhuma concessionária ou labo
ao nível de proteção o f e r e c i d o pelos pára-raios ratório b r a s i l e i r o parece, no momento, estar
para esse t i p o de transitórios. Essa preocuga aparelhado para a realização de ensaios de dam
ção r e f l e t i a a e x p e c t a t i v a de que a repetição po com recursos para o r e g i s t r o p r e c i s o de tran
muito freqüente dessas sobretensões - mesmo ga sitõrios na f a i x a mais elevada de freqüências
r a n t i d a s , pelos pára-raios, as margens h a b i t u esperada.
almente adotadas na coordenação de isolamentos
-^pudesse provocar uma'degradação de c a r a c t e - No caso do^elemento i n d u t i v o manobrado ser
rísticas, s e j a do isolamento do elemento indu protegido por pára-raios de carbureto de silí
tivo^manobrado, s e j a dos próprios pára-raios, c i o , um recurso para a comprovação do_atendimai
também chamados a operar com freqüência. T a l - t o do l i m i t e f i x a d o para as sobretensões,menos
vez contribuísse, também, para t a l a t i t u d e , a r i g o r o s o mas muito mais simples, é o f e r e c i d o
e x p e c t a t i v a de que surtos de manobra l i m i t a d o s p e l a detecção e r e g i s t r o da passagem de corren
apenas ao nível normal de proteção dos pâra- t e p e l o s pára-raios, nos ensaios de campo, con
- r a i o s provocassem uma p r o b a b i l i d a d e inaceitã siderando-se qualquer operação dos mesmos com
v e l de f a l h a s de interrupção, associada â di£ demonstração do nao-atendimento do critério f i
tribuição esperada de v a l o r e s da tensão de re£ xado. Deve-se dizer,^contudo, que mesmo neste
tabelecimento transitória r e s u l t a n t e . caso podem s e r necessários r e c u r s o s ^ s o f i s t i c a
dos, jã que os contadores de operação dos pãra-
A medida que f o i generalizadamente adota - r a i o s em g e r a l não r e g i s t r a m as operações para
da, em_resposta ãs preocupações i n d i c a d a s , f o i alívio dás sobretensões de manobra_verifiçadas
a exigência de que os d i s j u n t o r e s fossem capa no t i p o de abertura sob consideração,devido ãs
zes de l i m i t a r , por s i próprios, as sobreten- pequenas quantidades de energia e n v o l v i d a s . 0
sões de manobras a v a l o r e s i n f e r i o r e s ao nível r e g i s t r o das correntes de descarga dos pãra-
de proteção para surtos de manobras dos pára-, - r a i o s , com a u x i l i o de transformadores de c o r
-raiòs. 0 v a l o r máximo aceitável dessas sobre rente e osciloscõpios,_pode,^por sua vez, s e r
tensões f o i , assim, f i x a d o entre 2,0 pu e d i f i c u l t a d o p e l a indução espúria de transito
3,0 pu do v a l o r de c r i s t a , f a s e - t e r r a , da t e n r i o s nos cabos lançados entre esses equipamen
são nominal do d i s j u n t o r . Esse critério f o i , t o s , devido aos elevados v a l o r e s de tensão e
de um modo g e r a l , estendido ao caso da abertu freqüência dos surtos de manobra v e r i f i c a d o s .
r a de transformadores em v a z i o , embora o r e f e
r i d o t i p o de manobra não costume s e r muito f r e 3.0 ALGUNS DESENVOLVIMENTOS TECNOLÕGICOS E
quente. SUAS CONSEQÜÊNCIAS
A utilização do critério indicado no para Nos últimos dez anos o mercado de d i s j u n
grafo precedente f o i , quase sempre,associada a t o r e s de a l t a e e x t r a - a l t a tensão vem sendo pro
dois t i p o s de equívocos, a saber: gressivamente dominado pelos equipamentos a
SFe, de t a l forma quej nos d i a s de h o j e , esse
a) L i m i t a r a aplicação do critério apenas ãs t i p o de d i s j u n t o r detém, praticamente, a e x c l u
sobretensões causadas diretamente pelo " c o r t e " sividade do mercado naquelas f a i x a s de tensão.
de c o r r e n t e , deixando de i n c l u i r aquelas causa D i s j u n t o r e s a a r comprimido praticamente não
das por reignições. Este procedimento torna são mais fabricados (exceto para o chaveamento
bem menos r i g o r o s a a imposição de um valor- de geradores ou.para uso em l o c a i s próximos do
- l i m i t e para as sobretensões de manobra, pois Círculo Ártico), enquanto as aplicações de d i s
os transitórios provocados por reigniçoès sub juntores a PVO e a vácuo restringem-se,essencT
sequentes ao " c o r t e " têm, quase sempre, maior almente, ã f a i x a de média tensão, mormente pa
amplitude que aqueles devidos diretamente â 'in r a aplicações i n d u s t r i a i s .
terrupção prematura da c o r r e n t e . A exclusão
das sobretensões causadas por reignições não Ê um fato amplamente reconhecido que, no
tem, e n t r e t a n t o , nenhum sentido do ponto de t i p o de chaveamento em exame, as sobretensões
v i s t a da coordenação de isolamentos, já que as de manobra provocadas^por d i s j u n t o r a SFe cos-
reignições estão, normalmente, presentes em t o tumam ser i n f e r i o r e s àquelas causadas p e l a ope
das as aberturas do d i s j u n t o r , ocorrendo empe ração de d i s j u n t o r e s a a r comprimido e a PVO,
l o menos um pólo a cada ocasião, sendo também, devido às características específicas do com
pelas características dos surtos provocados, portamento dinâmico.dos arcos elétricos naque
mais perigosas para o elemento i n d u t i v o mano l e meio de. extinção, que resultam em valores
brado. menores de. corrente "cortada"'. Mesmo assim,pa
rece razoável destacar, como conseqüência mais
b) A c e i t a r que a comprovação do atendimento do importante da a t u a l preponderância dos d i s j u n
critério adotado fosse f e i t a por meio de e n s a i tores á SFs, o virtuál_desaparecimento da pos
os de laboratório, por meio de c i r c u i t o s de en s i b i l i d a d e . d e utilização de r e s i s t o r e s de aber
- 3-

t u r a pelos d i s j u n t o r e s , já que os projetos de


senvolvidos pelos p r i n c i p a i s f a b r i c a n t e s n i o
permitem incorporar esses d i s p o s i t i v o s aos e
quipamentos. Os r e s i s t o r e s dê abertura cons
tituíam um dos p r i n c i p a i s recursos u t i l i z a d o s
pelos__fabricantes para g a r a n t i r a limitação,pe
l o próprio d i s j u n t o r , das sobretensões de mano
bra aos níveis e s p e c i f i c a d o s . Passando a d i s
por de menos um recurso para a correção de pro
blemas eventualmente v e r i f i c a d o s apos o comis
sionamento, obrigam-se os usuários e f a b r i c a n
tes a procederem com maior c a u t e l a nas fases
de especificação e seleção dos d i s j u n t o r e s a
serem u t i l i z a d o s .

Outro desenvolvimento tecnológico impor


tante l e v o u nos últimos_anos, a generalização
z

do uso de para-raios de oxido de zinco em s i s


temas de potência, sendo previsível que esse
t i p o de equipamento venha a s u b s t i t u i r comple
tamente, em breve, os pára-raios dé carbureto
de silício. Esse desenvolvimento tem um impac FIGURA 1 - Sobretensões provocadas pelo "corte"
to considerável sobre o^critério. t r a d i c i o n a l de corrente e por uma reignição subsequente,
da imposição de níveis máximos para as sobre t i - i n s t a n t e da interrupção de c o r r e n t e ; t = 2

tensões de manobra. As características dos pa = i n s t a n t e da reignição; V = sobretensão pro


c

r a - r a i o s de oxido de z i n c o , e as práticas usu vocada pelo " c o r t e " de c o r r e n t e ; V = v a l o r ma


r

a i s de coordenação de isolamentos, determinam ximo prospectivo da sobretensão provocada por


a utilização de equipamentos com níveis de pro reignição; L = v a l o r máximo da sobretensão, l i
teção i n f e r i o r e s aos tradicionalmente o f e r e c i mitado pelos pára-raios; Vp = tensão de r e s t a
dos pelos pára-raios de carbureto de silício. belecimento no i n s t a n t e que precede a reigni
Assim, nos sistemas em que tradicionalmente se ção^Vg =. amplitude p r o s p e c t i v a da excursão de
e s p e c i f i c a v a um l i m i t e de 2,0 pu para as sobre tensão que ocorre em seguida ã reignição.
tensões de manobra (que d e v e r i a s e r i n f e r i o r j
como vimos, ao nível de proteção dos pãrar-raios Ê i n t u i t i v o que a s u p o r t a b i l i d a d e dielé
para surtos de manobra) são- u t i l i z a d o s , a t u a l t r i c a dos enrolamentos de r e a t o r e s , transforma
mente, pára-raios de óxido de zinco que garan doresemotores face a solicitações_caracteriza
tem a limitação das sobretensões de manobra das por elevada taxa de variação não é i l i m i t a
(para as pequenas correntes que seriam provo da, devendo a d m i t i r um v a l o r máximo associado
cadas nesse caso) a cerca de 1,7 - 1,8 pu. Por a probabilidade não aceitável de f a l h a do i s o
outro lado, estando os pára-raios de oxido de lamento. Embora esse l i m i t e não possa s e r per
zinco em estado de condução permanente,o v a l o r feitamente c a r a c t e r i z a d o a p a r t i r dos ensaios
máximo das sobretensões de manobra limitadas dielêtricos normalmente aplicados àqueles e l e
p e l o _ d i s j u n t o r "por s i próprio^ ( i s t o é, na s i mentos i n d u t i v o s , pesquisas r e a l i z a d a s junto a
tuação hipotética de não atuação dos pára-raios) f a b r i c a n t e s jã permitiram e s t a b e l e c e r ( t ) gue
só poderá ser fornecido por meio de cálculos o mesmo_pode s e r ultrapassado para oscilações
complementares aos r e s u l t a d o s dos ensaios de de tensão do t i p o das v e r i f i c a d a s em seguida a
campo, que deverão i n c l u i r r e g i s t r o s das cor- reignições.
rentes que passam pelos pára-raios - já que d i
f i c i l m e n t e s e r i a concebível a realização de£ 4.0 NOVOS CRITÉRIOS A CONSIDERAR
ses ensaios com os^pára-raios de oxido de z i n
co desligados. A única_alternativa que permi Considerando o cenário provável, para os
t i r i a dispensar esses cálculos - que podem ge próximos anos, do chaveamento de pequenas c o r
r a r controvérsias entre o usuário e o. f a b r i c a n rentes i n d u t i v a s por d i s j u n t o r e s a SFs ( a l t a e
te - s e r i a a substituição dos pára-raios de o- e x t r a - a l t a tensão) ou a S F , PVO e vãcuo(média
6

xido de zinco por outros de carbureto de s i l i tensão), sem r e s i s t o r e s de abertura,e sendo os


c i o durante a realização dos ensaios. Observe- elementos i n d u t i v o s manobrados protegidos por
-se, porém, que essa medida (na hipótese de ser para-raios de oxido de zinco entre fases e t e r
a c e i t a por todas as partes interessadas) s e r i a , r a , pode-se, com base no d i s c u t i d o nas seções
inevitavelmente, de implementação onerosa ecom precedentes, considerar a adoção dos seguintes
plicada. critérios em substituição ao convencional:
Desenvolvimentos o c o r r i d o s nas técnicas a) E l i m i n a r ^ das especificações, a exigência de
decãlculo d i g i t a l de transitórios eletroma uma limitação das sobretensões de manobra pelo
gneticos - especialmente no que se r e f e r e à mo próprio d i s j u n t o r , confiando essa função i n t e i
delagem do arco elétrico, das reignições e de ramente aos gãra-raios de óxido de z i n c o . Essa
componentes - bem como nas técnicas de medição providência e g o s s i b i l i t a d a pela elevada c o n f i
e _ r e g i s t r o de transitórios de a l t a freqüência, a b i l i d a d e dos últimos d i s p o s i t i v o s , por sua
têm permitido v i s u a l i z a r melhor o fenômeno das imunidade ã degradação pelas correntes de valor
reignições que se seguem ã interrupção de pe reduzido associadas ao alívio das sobretensões
quenas correntes i n d u t i v a s , d i r i g i n d o o i n t e - de manobra nos casos em estudo, pelas margens
resse dos e s p e c i a l i s t a s para um aspecto dos de segurança mais elevadas entre o nível de pro
transitórios freqüentemente negligenciado, que teção dos pára-raios e a s u p o r t a b i l i d a d e dos T
é o e f e i t o , sobre o isolamento entre espiras solamentos a surtos de manobra (BSD o f e r e c i d o s
do enrolamento do elemento i n d u t i v o manobrado, por esse t i p o de pára-raios (em comparação com
da taxa de variação da oscilação de tensão que as margens usuais no caso de pára-raios conven
se segue a uma reignição, cujo aspecto típico c i o n a i s ) e, enfim, pelo reconhecimento_das d i
é indicado na Figura 1. ficuldadés que cercariam uma verificação do n i
v e l das sobretensões que seriam causadas pelos
d i s j u n t o r e s "por s i próprios", i s t o é, se os
para-raios não estivessem presentes;
b) I n c l u i r , na especificação, a exigência de
que as taxas de variação das sobretensões ds ma
_ tf _

nobra a p l i c a d a s aos t e r m i n a i s dos elementos^in para r e d u z i r a amplitude p r o s p e c t i v a da o s c i l a


dutivos manobrados não excedam os valores_máxT ção pós-reignição e, consequentemente,diminuir
mos aceitáveis pelos mesmos. Essa exigência sua taxa de variação;
pode também s e r dispensada no caso de manobras
efetuadas apenas esporadicamente, como as de b) Uma redução dos níveis de corte de corrente
transformadores em v a z i o ou com carga i n d u t i v a pelo d i s j u n t o r r e s u l t a na produção de sobreten
terciãria, e mesmo de motores (já que a ocor sões de manobra de menor v a l o r - é, portanto,de
rência de aberturas durante a p a r t i d a ou no fun tensões de restabelecimento de valor_tambêm re
cionamento sem carga mecânica a p l i c a d a é pouco duzido; p o r t a n t o , em caso de reignição,as excur
freqüente). A dispensa acima admitida decorre sões de tensão terão suas amplitudes prospectT
do reconhecimento do caráter estatístico e cumu vas e suas taxas de variação também diminuídas;
l a t i v o dos r i s c o s o f e r e c i d o s aos isolamentos
pelas solicitações a e l e a p l i c a d a s . A exigên c) Um e f e i t o semelhante ao de (b) acima pode s e r
c i a i n d i c a d a neste item s e r i a f e i t a , p o r t a n t o , produzido p e l a elevação da característica que
apenas para o caso de manobra de r e a t o r e s d e r i define o crescimento da s u g o r t a b i l i d a d e dielé
vaçao, que normalmente são chaveados pelo menos t r i c a entre contatos dos pólos de d i s j u n t o r . E£
uma vez ao diá. t a medida r e s u l t a r i a na redução do nível máximo
da tensão de restabelecimento a n t e r i o r ãs reigni
As taxas de variação das sobretensões de ções e, p o r t a n t o , das amplitudes p r o s p e c t i v a s e
manobra que podem,_eventualmente, causar_danos taxas de variação das excursões de tensão subse
aos enrolamentos são aquelas associadas ãs ex quentes.
cursões de tensão que ocorrem no p r i m e i r o meio
c i c l o das oscilações que se seguem a reigni Os e f e i t o s indicados em (b) e (c) acima po
ções, sendo dependentes da freqüência dessas dem s e r v i s u a l i z a d o s na F i g u r a 3, onde v a l o r e s
oscilações - determinada pelos parâmetros do da tensão de restabelecimento transitória causa
c i r c u i t o -_e da amplitude prospectiva das r e f e r i da gor' c o r t e s de corrente, e d a ^ s u p o r t a b i l i d a d e
das excursões de tensão - determinada, por sua d i e l e t r i c a entre contatos dos pólos de disjuntor
vez, pelo v a l o r da tensão de restabelecimento (a TRTs desse t i p o ) são plotados em função do
no i n s t a n t e de ocorrência da reignição e p e l a tempo t r a n s c o r r i d o entre a separação dos conta
constante de tempo do c i r c u i t o , que d e f i n e o- tos e a. interrupção da corrente (tempo de arco).
amortecimento das oscilações.- Por amplitude' Como mostrado em ( 5 ) , os v a l o r e s de _ c o r r e n t e
p r o s p e c t i v a da excursão de tensão entende-se a cortada - e, p o r t a n t o , das sobretensões de mano
amplitude que a r e f e r i d a excursão t e r i a se _o bra e das tensões de restabelecimento t r a n s i t o
v a l o r de c r i s t a da sobretensão de manobra não r i a s subsequentes - são -crescentes em função do
fosse l i m i t a d o pelos pára-raios (ver F i g u r a i ) . tempo de arco. 0 mesmo ocorre com a s u p o r t a b i
A Figura 2 mostra a dependência entre a taxa l i d a d e dielêtrica entre contatos dos pólos de
de variação e a amplitude p r o s p e c t i v a da^excur d i s j u n t o r , uma vez que o tempo de arco é propor
são de tensão que se segue a uma reignição. Po c i o n a l â separação entre contatos v e r i f i c a d a no
de-se n o t a r , na f i g u r a , que a uma maior amplT i n s t a n t e da interrupção de c o r r e n t e .
tude p r o s p e c t i v a corresponde uma maior taxa de
variação da tensãò (dV/dt). A F i g u r a 2 mostra,
a i n d a , como a limitação da amplitude da o s c i l a
ção (a) ao v a l o r L, pelos' pára-raios instalados
junto ao r e a t o r , não é e f e t i v a para impedir a
ocorrência do v a l o r máximo instantâneo da taxa
de variação.

FIGURA 3 - Características da s u p o r t a b i l i d a d e
dielêtrica entre pólos de um d i s j u n t o r ( a i , a 2 ) ,
e da tensão de restabelecimento transitória a
p l i c a d a aos mesmos ( b i , b i ) , p a r a as condições de
determinado c i r c u i t o , e m seguida ã ocorrência de
FIGURA 2 - D i f e r e n t e s v a l o r e s da t a x a d e _ v a r i a cortes de corrente,em função do tempo de arco an
ção (dV/dt) de oscilações de mesma freqüência, t e r i o r ao i n s t a n t e de c o r t e . Os pontos m, n, p
associados a d i f e r e n t e s valores_da amplitude e q indicam os valores máximos de tensão de re£
p r o s p e c t i v a da excursão de tensão que se segue tabelecimento a n t e r i o r e s a uma reignição, para
a uma reignição. A amplitude r e a l da oscila cada par ( a , b) de condições.
ção (a) ê l i m i t a d a ao v a l o r L p e l a atuanão dos Notar que as curvas b i e b na F i g u r a 3 não
2
pára-raios, diferenciando-se da amplitude prós representam o crescimento da TRT em seguida ãs
pectiva A i . interrupções. A ordenada correspondente a cada
a b c i s s a ta» nessas curvaSj representa o_ maior
Sendo a exigência de limitação das_ taxas v a l o r de TRT alcançado após a interrupção (que
de variação das oscilações pós-reignição i n so ê a t i n g i d o alguns i n s t a n t e s após t ) . As o r
a
d i c a d a , em (b) acima, para inclusão nas especT denadas das curvas a i e a2 representam, por sua
ficações dos d i s j u n t o r e s , pode-se perguntar de vez, os v a l o r e s de s u p o r t a b i l i d a d e dielêtrica
que modo as características desses equipamen v e r i f i c a d o s nesses i n s t a n t e s ( t a + A t ) , p o s t e r i
tos podem exercer influência sobre aquelas t a ores à interrupção. Observar que a passagem da
xas. A p a r t i r do exposto no parágrafo anterior, curva_bi para^b2. (redução da TRT, r e s u l t a n t e da
têm-se as seguintes p o s s i b i l i d a d e s : redução dos níveis de corte de corrente) o c a s i
ona a mudança dos, pontos l i m i t e s de reignição
a) A resistência do arco elétrico no disjuntor^ de q para n (característica a i ) ou de p para m
presente em qualquer reignição,introduz no c i r (característica 32). Por outro lado,a passagem
c u i t o um amortecimento a d i c i o n a l que c o n t r i b u i da característica a i para a2 (aumento da supor
- 5 -

t a b i l i d a d e dielêtrica) provoca a mudança dos


pontos l i m i t e s de reignição de q para p (carac

1
terística b j ) ou de n para a (característica
). Em todos os casos assinalados a mudança
de uma condição para o u t r a r e s u l t a na redução
do v a l o r máximo de tensão de restabelecimento
a n t e r i o r ãs reignições - o que determina meno o.s
res li.-nites para a amplitude p r o s p e c t i v a e a t a

i
-
xa de crescimento das oscilações subsequentes. 0.3

E provável que, para d i v e r s a s situações,as


características dos d i s j u n t o r e s e x i s t e n t e s , i n T
dicadas em a, b e c acima, se revelem insuficT
entes para g a r a n t i r a limitação dos v a l o r e s de
dV/dt aos níveis e s p e c i f i c a d o s . Nesse caso, os
f a b r i c a n t e s e usuários poderão lançar mão de a FIGURA 4 - Impulso empregado no ensaio de impul
cessõrios capazes de_proporcionar seja a não o' so atmosférico ã onda plena. Ti=l,2ys= 1,67.T;
corrência de reignições, s e j a a limitação da T2 = 50 ys. 0 v a l o r de c r i s t a ( l , 0 ) corresponde
tensão de restabelecimento a n t e r i o r ã sua ocor ã tensão suportável nominal de impulso atmosfé
rência, seja a diminuição da taxa de crescimen r i c o à onda plena (BIL).
to a p a r t i r de uma redução da freqüência das os
cilações pós-reignição. Este último artifício 0 f a t o r de segurança de 65%, acima c o n s i
pode s e r r e a l i z a d o pela instalação de d i v i s o r e s derado, é derivado da norma ANSI C 57.21 1971
c a p a c i t i v o s entre os d i s j u n t o r e s e_os r e a t o r e s . (revisada em 1981) - "Requirements,Terminology
As duas primeiras p o s s i b i l i d a d e s são o f e r e c i d a s and Test Code f o r Shunt Reactors" - que, no i
por acessórios e s p e c i a i s que, embora já_utiliza tem 13.3.1.4., recomenda a limitação dos impul
dos por alguns f a b r i c a n t e s , ainda não são de sos a p l i c a d o s _ a esse percentual do v a l o r da
uso g e r a l e, por esse motivo, serão descritos tensão suportável nominal, para a realização
na seção seguinte. de ensaios de campo periódicos em equipamentos
instalados.
S.O DESENVOLVIMENTOS NECESSÁRIOS
Outra área em que são necessários desen
A adoção dos critérios_indicados na seção volvimentos - e padronização - de técnicas de
a n t e r i o r depende da definição de uma s u p o r t a b i ensaios é_a da definição da característica de
l i d a d e nominal dos enrolamentos dos r e a t o r e s às recuperação dielêtrica do d i s j u n t o r em função
taxas de variação que caracterizam_as excursões do tempo de arco (Figura 3). Embora não f a l
de tensão que se seguem ãs reignições. Ê de se tem, na l i t e r a t u r a técnica, t r a b a l h o s descre
desejar que sejam d e f i n i d o s ensaios especiais vendo o levantamento desse t i p o de caracterís
capazes de c a r a c t e r i z a r bem essa s u p o r t a b i l i d a t i c a , alguns problemas têm sido encontrados
de, i n c l u s i v e levando em conta a gama possível com frequência_nessas t e n t a t i v a s , t a i s como: e
das freqüências dessas oscilações. Os ensaios_a levada dispersão dos r e s u l t a d o s , que impossibT
serem desenvolvidos deverão p e r m i t i r a aferição l i t a uma caracterização estatística do fenõme
de modelos estatísticos da s u p o r t a b i l i d a d e d i e no para f i n a l i d a d e s práticas; desvios acentua
létrica dos enrolamentos, que servirão de supor dos entre as características obtidas com d i f e
te à definição dos pára-raios e_outros disposT rentes valores de corrente interrompida ( i n c l u
t i v o s l i m i t a d o r e s das sobretensões. Para essa s i v e corrente zero);e afastamentos importantes
t a r e f a deve-se l e v a r em conta a d i f i c u l d a d e ofe entre as características correspondentes a uma
r e c i d a gelo f a t o dos isolamentos considerados p r i m e i r a reignição e a reignições p o s t e r i o r e s .
serem nao auto-regenerativos. O^CEPEL vem trabalhando no desenvolvimento de
método de ensaio que permita contornar essas
Enquanto não são d e f i n i d o s os ensaios espe d i f i c u l d a d e s , dentro de um programa de a t i v i d a
c i a i s r e f e r i d o s no parágrafo precedente,pode-se des d e f i n i d o no âmbito da CIGRE.
lançar mão, gara c a r a c t e r i z a r a.taxa de c r e s c i
mento suportável do enrolamento, das caracterís Um recurso para l i m i t a r a amplitude e a
t i c a s dos ensaios dielêtricos normalmente r e a l i taxa de crescimento das oscilações que se se
1
dos. Na referência ( t),_por exemplo,considera- guem às reignições, quando estas se prenunciam
se , com base em informações de f a b r i c a n t e s , q u e , e x c e s s i v a s , é a instalação de pãra-raios de õ
para as oscilações de cerca de 500 kHz previs xído de z i n c o ( v a r i s t o r e s ) em p a r a l e l o com os
t a s , os enrolamentos seriam capazes de suportar pólos d e j i i s j u n t o r , ou com suas câmaras. Esse
excursões de tensão da ordem de 80% do v a l o r de recurso é d e s c r i t o na referência ( 4 ) , em que a
c r i s t a _ d o ensaio de s u p o r t a b i l i d a d e a ^impulsos segunda opção f o i adotada, sendo os v a r i s t o r e s
atmosféricos com onda cortada. Na ausência de montados sobre as próprias colunas do disjuntor,
t a l como t r a d i c i o n a l m e n t e se f a z i a com r e s i s t o
outras indicações , parece seguro adotar as taxas res de abertura. ^A ação dos v a r i s t o r e s ê l i m i
de crescimento correspondentes ã f r e n t e de onda t a r , a um nível máximo, a tensão de r e s t a b e l e
do ensaio com impulso atmosférico, associadas a cimento entre os t e r m i n a i s do d i s j u n t o r , o que
um v a l o r de c r i s t a i g u a l a 65% do v a l o r que de r e s u l t a na limitação dos transitórios que se
f i n e a s u p o r t a b i l i d a d e nominal do isolamento a seguem ãs reignições eventualmente ocorridas.
esse t i p o de impulso no ensaio â onda glena Consideremos, para maior s i m p l i c i d a d e de denons
( B I D . Como ê sabido, os^impulsos de tensão a tração, o caso de um banco de r e a t o r e s monofá-
plicados nesses ensaios têm um crescimento apro s i c o s com neutro a t e r r a d o , em um sistema s o l i
ximadamente l i n e a r no i n t e r v a l o de tempo T en damente aterrado. Podemos observar, na Figu
t r e os i n s t a n t e s em que o impulso atinge 30% e r a 1, que a sobretensão de manobra subsequente
90% do v a l o r de c r i s t a , sendo o tempo virtual a uma reignição tem seu v a l o r máximo determina
de frente (1,2 ps) i g u a l a 1,67.T (Figura 4 ) . do por:
I s t o permite d e f i n i r a taxa de crescimento mé
d i a (S) no i n t e r v a l o T, a s e r adotada para as
f i n a l i d a d e s aqui r e f e r i d a s , por: V r = V 0 + B.V p

: 0,6.0,65.BIL = 0 5 4 _ B I L (kv/ys) Onde V é o v a l o r de c r i s t a ,


0 fase-terra,
1,2/1,67 da tensão de freqüência i n d u s t r i a l no i n s t a n t e
do corte de c o r r e n t e , Vp é a tensão de restabe
lecimento no instante que precede a reignição
e B ê um f a t o r de amortecimento das oscilações,
dependente da constante de tempo do c i r c u i t o .
A ação l i m i t a d o r a da tensão de restabelecimen t e r i z a d o s e s t a t i s t i c a m e n t e - o que envolve vã
to pelos v a r i s t o r e s i m p l i c a também na limita r i a s d i f i c u l d a d e s . Em situações que determinem
ção da tensão a p l i c a d a aos t e r m i n a i s do r e a t o r forte_influência_entre fases,'com possível ante
no i n s t a n t e de ocorrência da reignição (que se cipação da ocorrência do zero de corrente em uma
rã denominada V-^) e r e s u l t a , evidentemente, na fase em função da abertura de o u t r a (como no ca
limitação da amplitude da sobretensão de mano so de r e a t o r e s com neutro não aterrado) a aplT
bra ( V ) e da excursão de tensão ( V ) que. se
r e cação do d i s p o s i t i v o em referência pode ser d i
seguem a reignição. Adotando o índice m para f i c u l t a d a , ou mesmo i m p o s s i b i l i t a d a .
designar os v a l o r e s máximos r e s u l t a n t e s dessas
limitações, pode-se obter a seguinte expressão 6.0 CONCLUSÕES
para o cálculo da amplitude p r o s p e c t i v a máxima
das excursões de tensão pós-reignição, que de • Evoluções da t e c n o l o g i a de equipamentos,re
termina, com a freqüência, o v a l o r da taxa de centemente v e r i f i c a d a s , tornam problemática a
variação desses transitórios: aplicação do critério de e x i g i r que d i s j u n t o r e s
que fazem á manobra de pequenas correntes indu
V tm) = V (m)+V (m) = V (m;-V +V +BV (m)
e i r p 0 0 p tivas'sejam capazes, por s i próprios, de l i m i t a
rem as sobretensões de manobra.
.•. V (m) = V (m} (1 + B)
e p
A função l i m i t a d o r a das amplitudes dessas
sobretensões pode agora s e r inteiramente c o n f i
As características dos v a r i s t o r e s a serem ada aos pára-raios de óxido de z i n c o i n s t a l a d o s
u t i l i z a d o s nesse t i p o de aplicação não diferem junto aos equipamentos manobrados.
substancialmente daquelas dos pára-raios de õ
xido de z i n c o empregados para a proteção dos Maior atenção deve s e r dada aos valores das
r e a t o r e s , e x c e t o , , t a l v e z , quanto à energia d i s taxas de variação das excursões de tensão que se
sipada, que pode s e r bastante i n f e r i o r . A ten seguem às reignições. Essas taxas de variação
são de restabelecimento serã, dessa forma, l i podem causar danos ao isolamento entre e s p i r a s
mitada a v a l o r e s próximos do nível máximo das dos enrolamentos, e não são normalmente contro
sobretensões de manobra (nível L nas Figuras 1 ladas pelos pára-raios acima mencionados.
e 2, da ordem de 1,7 à 1,8 pu do v a l o r de c r i s
t a f a s e - t e r r a da tensão nominal do equipamento, A seleção adequada dos d i s j u n t o r e s pode o
para d i s j u n t o r e s a EHV). C o n c l u i - s e , p o r t a n t o , f e r e c e r a p o s s i b i l i d a d e de contornar o t i p o de
que a utilização de v a r i s t o r e s em p a r a l e l o com problema acima i n d i c a d o . Quando as caracterís
d i s j u n t o r e s e câmaras não ê aconselhável quando t i c a s do d i s j u n t o r não forem bastantes para ofe
os mesmos forem chamados a executar outros t i r e c e r segurança quanto a este ponto, d i s p o s i t i
pos de manobra (como nos a r r a n j o s t i p o anel_ e vos a u x i l i a r e s podem s e r u t i l i z a d o s para garan
d i s j u n t o r - e - m e i o ) , que os exponham a situações t i r a operação segura.
de abertura em discordância de f a s e s .
Alguns desenvolvimentos ainda se fazem ne
Um outro recurso para e v i t a r o problema cessãrios para que f a b r i c a n t e s e usuários dispo
de elevadas taxas de variação dos transitórios nham dè todas as informações e recursos para ga
provocados por reignições é evitá-las de todo. r a n t i r a segurança das operações. Esses_ desen
I s t o pode s e r conseguido se a relação entre as volvimentos devem o c o r r e r na ãrea das técnicas
características que definem o crescimento da de ensaio,e nas do p r o j e t o e aplicação dos d i s
s u p o r t a b i l i d a d e dielêtrica dos pólos de d i s j u n p o s i t i v o s a u x i l i a r e s indicados no parágrafo pre
t o r e o crescimento da tensão de restabeleci cedente.
mento a p l i c a d a aos mesmos, em função do _tempo
de a r c o , f o r t a l que a p r i m e i r a característica BIBLIOGRAFIA
se s i t u e acima da segunda jã a p a r t i r de tem
pos de arco i n f e r i o r e s (por c e r t a margem) a (1) Berneryd, S., et a l . , " I n t e r r u p t i o n of Small
meio c i c l o . Naturalmente, para s e r comprovada Inductive Currents". Relatório do WG 13.0 2 da
essa p o s s i b i l i d a d e , a faiixa de variação esta CIGRÉ. Capítulos 1 e 2, " I n t r o d u c t i o n ;
tística de ambas as características não pode D e f i n i t i o n s and P h y s i c a l Phenomena".
r i a s e r ignorada. Se considerarmos,na Figura3, ELECTRA n9 72, outubro 1980, pag. 75 - 103.
que as curvas a j , a , b e b j representam
2 1 ãs
f a i x a s superiores e i n f e r i o r e s . d a q u e l a s cara£ (2) Karttunen, M., e Kemppainen,E.,"Experiences
terísticas a p o s s i b i l i d a d e em questão esta of a Test C i r c u i t f o r Switching o f Small
r i a c a r a c t e r i z a d a se a a b c i s s a correspondente Inductive Currents". I I Colôquio do SC-13 da
ao ponto, q correspondesse a um tempo de arco CIGRÉ, H e n s i n k i , 1981.
i n f e r i o r a meio c i c l o por c e r t a margem A t i s t o
i

é, t < (8,3 - At) ms. Nesse caso favorável,


a
(3) Berneryd,S., et a l . , " I n t e r r u p t i o n o f Small
as reignições podem s e r evitadas p e l a u t i l i z a Inductive Currents". Relatório do WG B.02 da
ção de um d i s p o s i t i v o capaz de c o n t r o l a r o i n s CIGRÉ. Capítulo 3, "High Voltage Motors".
tante de separação dos contatos de cada pólo Parte A: ELECTRA n? 75,março 1981 pag. 5-30;
do d i s j u n t o r , na operação por comando manual. Parte B: ELECTRA n9 95, j u l h o 1984 ,'pag.31-45.
Esse d i s p o s i t i v o a t u a r i a , a p a r t i r da s u p e r v i Capítulo 4, "Reactor Switching".
são da evolução da c o r r e n t e através de cada po Parte A: ELECTRA n? 101, julho 1985, pag. 13-39;
l o , no s e n t i d o de s e l e c i o n a r os i n s t a n t e s ^de Parte B: ELECTRA n9 113, julho 1987, pag. 51-7 4.
energização da bobina-de abertura_de cada pólo,
de forma a g a r a n t i r que a separação dos conta (4) R e c k l e f f , J.G., McCabe, A.K., Mauthe, G. e
tos .do mesmo somente ocorresse imediatamente em Ruoss, E., " A p p l i c a t i o n p f Metal-Oxide
seguida a uma passagem da corrente por zero,ad V a r i s t o r s on 800 kV C i r c u i t Breakers used
mitindo-se um atraso máximo i g u a l a At ms. ües f o r Shunt-Reactor Switching". Informe n?
sa forma, qualquer interrupção somente ocorre 13-16 da Sessão de 1988 da CIGRÉ - P a r i s ,
r i a após tempos de arco i g u a i s ou s u p e r i o r e s _ a agosto/setembro 1988.
(8,3 - At) ms,_o que g a r a n t i r i a a não o c o r r i n
c i a de reignição. (5) P o r t e l a , C.M., Morais, S.A., Carvalho,A.CC.,
L a c o r t e , M., Colombo, R., T e i x e i r a , J.S.,
A aplicação do d i s p o s i t i v o acima r e f e r i d o Maia, M.J.A., Almeida, R., A z z a r i , E.,
com segurança exige o conhecimento das caracte Maldonado, P.M., "A Study o f Methods and
rísticas representadas na F i g u r a 3, e do tempo Models f o r the Simulation o f Reactor
para separação dos contatos dos pólos do d i s Switching". Informe n? 13-07 da Sessão de
j u n t o r a p a r t i r do recebimento do s i n a l de a 1988 da CIGRÉ. P a r i s , agosto/setembro 1988.
bertura - com seus possíveis desvios bem carac

Você também pode gostar