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nner ep on “gy yn 5 raga tants ie Como saber se o aluno aprendeu? ~ Bom-dia, Dona Marta. Passou bem an Para mais esta aula de gindstica? Podemes comeg — Vamos principig, Dona Marta, por alguns alongamentos, Veja rane SOU fazendo, procure fazer igual. Iso. A perna umm powse - Vamos ver se a senhora Tesiste a. Est animada come asenhora melhorou, como seus musculos jd reagem de mance ‘a bem mais postiva. Dentro de um més, asenhora va ver adifacn, § ser ainda maior. Muito bem. Agora por favor apo o brago die 0 ¢-stidue a perma, bem esticada para a barra horizontal. Veja como u faso, procure fazer igual. Esta 6timo, Procure agora manner ens Posigo com os miisculos rigidos e conte De quarenta a quarenta e cinco minutos depois: — Agora que nossa aula esté chegando ao fim, vamos rever os principais exercicios e nessa revisio veja que trabalhamos misc, losdo corpo inteiro. Se, por acaso, amanha ou depois, que nao ds de aula, a senhora quiser se exercitar um pouco, recorde o que fze, mos ¢ va a cada etapa percebendo seu progresso. Creio que a se. nnhora vai ficar agradavelmente surpresa com seu progressa. Para cc anima, compare a Dona Marta de hoje com a mesma Dona Marta de trés meses atrés, Na proxima aula, como jé esti fazendo um mes que nao fazemos uma avaliagao geral de seu progresso, tare» fita métrica e outros instrumentos e nos dez minutos finais da aula fa. Femos essa avalia¢do mensal. Tenha um bom dia, Dona Marta, O que neste breve texto se buscou mostrar foi a sintese de uma aula de gindstica acompanhando-se cada momento da ‘mesma, 6 tuma avaliago do desempenho instgada pela professora e realizada pela propria aluna. Essa fc impediu uma. renciada, com objetivos claramente més, Claro que existem muitas formas de se propiciar uma aula de gindstica: pode ser individual ou coletiva, apresentar carac- terfsticas mais simples a alunos iniciantes e exercicios bem mais avan- sados para um processo jé iniciado, Pode priorizar alongamentos alter- ‘nados com atividades aerébica como pode também centralzarse nes- te ou naquele tema. © que nio pode deixar de se mostrar presente em toda aula de gindstica sao os dois tipos de avaliagdo e autoavaliago Propiciados: uma avaliagio permanente, continua e progressiva que acompanha cada desafio e cada desempenho e uma avaliagio mais ampla e geral, que pode ser propiciada em tempos espacados. Apés esse exemplo, seria pertinente se esperar por uma inda- gagio, quem sabe uma critica: ~ Mas 0 modelo que o texto propde vale talver para uma aula de educagio fisica. Nao vale por certo para uma aula de Portuguesa ou de lingua estrangeira. Nao serve para a matemiética © as ciéncias, para aula de informética, geografia, regio e artes. A indagagao é pertinent, a critica nao. Somente dinossauros transvestidos em professores poderiam no perceber que a escola mudou e mudou de forma extraordindria 0s ritérios ¢ os meios para uma avaliacéo. © que se propde com esse texto € exatamente demonstrar que uma forma de avaliagio tal ‘como € muitas vezes feita em aula de educagio fisica ~ como tam- bém em uma aula de desenho, pintura, escultura ou iniciagao informética ~é a mais correta maneira de se pensar a avaliagdo em tum sistema de ensino que, tendo como fulcro a aprendizagem sig- nificativa, precisa estar centralizada no aluno. ura da aula ministrada a Dona Marta, pense em qual- ina do curriculo, para alunos de qualquer nivel, e veja uantos pontos de identida * Aavaliagio nao representa um instrumento de propriedade do pro- ise aplica a0 aluno, mas estimulos & autoavaliago na tigado a perceber seu progresso, sua evolugao. Nada impede que tal procedimento nao ocorra em ‘uma sala de aula na qual se ministre outros contets, com 08 ali tigados pelo professor a buscar em avaliagao de suas, + Uma avali Progresso em relagio a Exitos proprios e saberes que o professor acredita que todos d brofessora de Dona Marta a anima pongue a f i perdeu, por exemplo, dois centimetros no di tura, mas jamais proclama que a alunos percam a mesma massa * (Nao existe progresso senso hé um objetivo claro”, esse afore, € tao verdadeiro para quem desenvolve um programa deestinn, lagao e sade corporal como pata toda avalingao.em que o slung onstitui 0 eixo do processo de educagio. Dona Mert felmente, nao tem aulas com sua professora de gindstica por hedonismo, por prazet. Busca essas aulas porque gosta de si mes, ma, gosta de se sentir bem e assim aceita os exercicios. Em sinte, Se, seria possivel pensar que eliminando esses “objetivos" de Dona Marta nao a verfamos em sala. Reflexao igual vale para aulas de qualquer disciplina. Ensina-se isto ou aquilo porque se tem um objetivo, uma missio, uma finalidade e, por essa razio, a con. quista do progresso ganha sentido quando comparada com os objetivos tragados e quando se mostra ou nfo esse alcance. * Enquanto que o sistema de avaliago que imperava na escola dos tempos dos dinossauros primava em aferir a “quantidade” de sabe- res retidos pelo aluno, a avaliago que se processa em uma aula de gindstica busca perceber os “progressos” conquistados pelos alu nos e, além disso, a avaliacdo convencional inevitavelmente colo- cava o aluno em comparado e confronto com os outros, uma vez ue as mesmas questdes eram cobradas de todos, ao tempo que aquela que se processa cm uma escola atual reflete o fato de que pes- soas diferentes ¢ com competéncias diferentes nao podem ser ‘medidas por um mesmo instrumento e, dessa forma, toda a avalia- ‘S40 tem sempre como referéncia o aluno e as superagdes que con- segue, sempre levando em conta ele proprio como parimetro, aR ando-se essas diferencas, seria possivel pensar no qua- inte —<————_—_____ [Stsrewa oe AvaungAo EM una ESc0UA pos-onossaunos, A avaliagao acompanha o process [de aprendizagem no qual a cada momento o aluno pode progressos conquistados, a Possiblidade de uma aplicacao em datas especificas para aferiro progresso efetive do aluno, [Sewn 0€ AvawGho ew Ua lescovn Convencion. [A avaliagao ocupa o centro {do processo de ensino. E [para a mesma que converge estudo eo lescolaridade. [Apola-se em provas, [sabatinas, chamadas orais & ‘outros meios que padroniza ara toda classe as questoes lpropostas, /Apoia-se em desafios propostos pelo professor em ai iagao 6 aferi |a “quantidade de saberes" retidos pelos alunos. competéncias dos alunos face aos desafios propostos pelo professor. Percebe-se que um faluno somente aprende quando efetivamente se transforma E continua e se apresenta em todas }as oportunidades, simultaneamente & Japrendizagem e as transformages no aluno trazidas pela mesma 10 professor 6 o mentor dos estimulos, E esporddica, marcada ‘AS questées colocadas aos INOS so organizadas pelo lbrofessor que usa como 308 consigo rferéncia 0 saber que supe {mesmo e com seus colegas. ter transmitido a todos. E discriminatgria a0 exigir @ Respeita plenamente as diferengas ropor que alunos diferentes |pessoais e aceita que pessoas JaPresentem desempenhos diferentes cor ‘guais, Jassimilagao Define-se Define-se pelo “otimo*, isto &, espera °,28bira que todos os alunos. |que cada aluno perceba que pode Possam aprender todos os |progredir independente de /Saberes passados pelo rogressos conquistados pelos Professor. owes ‘A maior parte dos professores que traball fantilprticam uma avaliago modema, fy sua prisio a uma vontade de fazer uma of , retrdgrada & propria caracte lham @ educagio in- ois Por maior que seja waliago adulta” e, por. se atribuir ou néo notas, mas a maneira como 0 ;40 de Dona Marta em lingua a poderia ser igual a que a Su Professora de gindstca Ihe proporcionae sea esta ose imposta & obrigatoriedade de “dar uma nota” para Marta, ofarie sem pont Aver diffculdade, ainda que sabendo que esse ndimero ndo asregs lum valor apenas uma referéncia quanticativa em relaglo a0 objet, Yo estabelecido para este ou aquele nivel de capacidade aerdbicg u progresso muscular. Crofessores que trabalham com alunos do ensino médio, quan- {i levados a confrontar a avaliaglo que provocam ¢ a ane sev leattimo estimular, ebelam-se alegando que “existem os verbal {ss € que €imperioso uma avaliagdo convencional.“Somente esta” argumentam, “preparam o aluno para sucesso nos vestibulares™ Essa afrmagao poss algum sentido e cabe analsé-la em, plo ‘menos, trés tempos: * O primeito é considerar que os vesibulares esto efetivamente mudando e que insitugées de ensino sérias e competentes jd ‘nao mais se sentem confortdveis com vestibulares mneménicos Fema upente quantitativos. Cresce de forma acentuada a preva, lencia de exames vestibulares que buscam menos saber ¢ que o aluno foi capaz de retere bem mais como sabe wear que con- seguiu aprender. 40 * O segundo € perceber que 0 “problema dos vestibulares difi- ceis” nfio € questéo de avaliagdo de aprendizagem ou no, mas ‘questo politica, problema conjuntural. Se existem poucas va- gas em escolas gratuitas e de alto padrao ¢ se elas nao possuem ‘outra formula para selecionar um aluno entre setenta ou mais candidatos, a escola submete-se A tortura de um exame que ela prépria sabe que nada avalia, mas que aplica por ser o Gni- co instrumento dispontvel para acolher poucos para as poucas vagas que dispde. Exame vestibular excessivamente rigoroso no € e nao pode ser termémetro de uma aprendizagem licida € consciente, Mas, surge a questo: ~ Entio! O que fazer? O que cabe fazer € ndo confundir “adestramento” com “aprendizagem significativa” e se & imperioso que se adestre alunos para uma competicao cruel e inevitével, que se aceite a neces ide desse adestramento, mas que jamais se busque antecipé-la. Estudos avangados sobre a capacidade de reten- go das memérias humanas mostram que pessoa alguma man- tém informagées sem significagio (decorebas) em seu cérebro por mais de dez a vinte meses e, portanto, que se encerre a «escolarizagao do aluno em seu sentido lato um ano ou no méxi- ‘mo um ano ¢ meio antes dos vestibulares e que, dessa fase em diante, nesse “terceirio” como € conhecido em pontos do pats, desenvolva-se os “cursinhos” de adestramento de alunos. Mas tenhamos a dignidade de colocar os “pingos nos is” e nao cha- ‘memos essa fase de “aprendizagem’, nem nos atrevamos a con- siderar que os “especialistas em cursinhos” sejam educadores. Os melhores entre eles sabem que no 0 so € nfo se sentem menores por isso. Nao é vélido assumir preconceitos contra qual- Quer profissio e a de adestrador merece todo respeito ¢ elogio a sta dimensio verdadet * O terceiro e dltimo ponto a considerar é admitir que a subordi- aco dé ensino médio ao ensino superiot € uma anomalia bru- tal, mas € doenca de pais atrasado. Em intimeros patses onde a ¢ducagio caminha & nossa frente, o ensino superior se molda a0 éensino médio e, entio, avalia o que este promove e nao faz como em estruturas mesozoicas, como a nossa, na qual paradoxal- mente a universidade explica o que deve o ensino médio fazet Para a ela se moldar. Coisa de professauros. sto. do ensno & dtc Uma avaliacao significativa e centrada » que respeita a individualidade do aluno, pode —e deve - ser proporcionada por qualquer insttuigdo de ensino, seja este ensino presencial ou néo, seja ou néo realizado a distincia, Para concluir, assistamos a um fragmento de aula ministrado a Adriane, filha de Dona Marta: ~ Bom-dia, garotada. Passaram bem a noite? Vamos para mais uma aula de ciéncias? Podemos comecar? — Vamos principiar, queridos, por um belo texto que separei para vocés. Vamos fazer uma leitura atenta ¢ critica sobre o mesmo. Repare como eu leio criticamente o primeiro parégrafo; obser- vem que vou associando o que chega com o que sei, aferindo se conheso todas as palavras que leio. Percebam que nio tenho receio de ir ao diciondrio, se um ou outro voc4bulo me escapa. Pois bem, facam agora uma leitura critica desse texto e apés a mesma confrontem suas conclus6es com 0 colega ao lado. Estou com vocés a toda hora e, a qualquer divida, ergam o braco que af estarei. = Muito bem, garotos, a leitura critica terminou. Vou agora propor algumas questées sobre esse texto, mas no as respondam de imediato. Pensem na resposta, conversem consigo mesmos sobre como responderiam e depois, somente depois, vou dividi-los em grupos e pedir que falem com seus colegas sobre essas respostas. ‘Vamos, entdo, ds perguntas: Em que aspectos vocé percebe em seu desenvolvimento corporal relagdes com 0 texto que leu? O que voce jé sabia a respeito da questo que o tema aborda? Se fosse necessério atribuir um novo titulo a esse texto, qual titulo vvoc® daria? O que vocé sabe e que nfo esté no texto, mas permi- te que vocé compreenda melhor que leu? ~ Bem, pessoal. Agora eu vou atribuir a cada um de vocés o nome de uma cor e logo apés vocés formaro um grupo para: (a) con- versar com os colegas sobre as respostas que dariam 3s perguntas ” lidades operatérias, que usar diferentes hal ordem 0 que formul indicarei a seg primeira seré ‘ J aye fa arto “branco”, o quinto “amarelo” e 0 sexto “laranj A ‘ vamos sair das ra que todos jf sabem a cor de seu grupo, cecs : me a cor. Verde neste canto, 10. Entio, apés a tarefa de conversar com 1eu desafio, os “verdes” vao lizar 0 os colegas sobre as respostas ao me oy ee fazer uma sintese sobre 0 texto, os “azuis” vio ‘08 “vermelhos” vio comparar 0 texto com “brancos” véo buscar ampliar 0 tex 0 do qual foi o texto jfana- texto no cotidiano, outras ligdes apreendidas, os ificas no proprio live vo comparar 0 texto com outros extrafdo, os “amarel > lisados e assim formar sequenciamento anal6gico entre temas ¢ finalmente, os do grupo de cor laranja vao buscar relagio en: tre o tema analisado no texto e temas de outras disciplinas apreendidas. Muito bem, garotada, méos & obra que os estarei acompanhando. Algum problema, Adriane? QESBA

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