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Pur] fe a \ CPSC rt hittet Pense mais em voce, sua bobona. Vocé nao gosta de vocé nao? Come tudo 0 que vé, nao sai de frente da televisao. Nao faz isso paixao. Vocé precisa de uma alimenta¢ao mais saudavel, natural e gostosa. Tome Biovita da Nestlé, a nova geragao de iogurtes com bifidus ativo. Biovita reforc¢a as defesas e ajuda na assimilacao dos alimentos, porque atua na flora intestinal. Com Biovita vocé vai longe. Tome Biovita da Nestlé. Nossa colaboradora na Verissimo viveu duas experiéncias marcantes. A primeira foi um voo de helicptero, que a levou da terra firme a.uma das plataformas usadas pela Petrobras para pesquisar petrdleo no fundo do mar. 4 “Maravilhosa’ classificou Suza jornalista que nao hesita i diante de nada quando se Suzana e 0 rob6 merguihador: bye-bye, amigo trata de conseguir uma boa inforr Igualmente maravilhosa, embora desconfie que menos confortavel, foi a permanéneia na plataforma, sua segunda experiéneia marcante. Suzana pertence aquela categoria de pessoas incapacitadas de apoiar os pés sobre solos baloigantes, como acontece em geral nas intalaces maritimas. Em todo caso, nao Ihe falta inimo e disposigaio para cumprir a tarefa que Ihe encomendamos — saber como trabalham, 0 que fazem e 0 que podem fazer os robés utilizados pela Petrobras para trabalho no fundo do mar. Sdo maquinas poderosas, eficientes ¢ até bem-humoradas, conforme descobriu nossa colaboradora ao se despedir de um deles, com um cordial aperto de maos, Suzana cuidou de uma parte do censo da populagio de robds em atividade na industria brasileira, comandado pelo editor Flavio Dieguez, responsdvel pelo artigo que comeca na pagina 28 desta edi edttoras Fatima Cardoso e Liicia Helena de Oliveira fizeram juntas uma viagem ao mundo da biomecAnica, tentando descobrir — tal como fez com as maquinas — o que pode 0 corpo humano. Dito assim em poucas palavras, parece coisa arida, mas eu recomendo: nao se deixe enganar por essa suposigao errada. O artigo de Fatima e Liicia esta repleto de revelagdes inesperadas — como, por exemplo, os limites possiveis de serem atingidos pelos atletas que batalham nas Olimpiadas € campeonatos em busca de recordes e medalhas. Em Roma, outra colaboradora de SUPERINTERESSANTE, Mon Falcone, dedicou-se a pesquisar a vida da cientista Rita Levi-Montalcit uma fascinante senhora capaz de dedicar a escolha do vestido que usaria para receber 0 Prémio Nobel o mesmo cuidado com que Perseguiu, ao microsc6pio, os causadores de moléstias que nos ailigem. No inicio da década de 50, ela trabalhou no Brasil. O lado brasileiro de sua carreira foi investigado por Suzana, no Rio, ao longo de uma conversa com um dileto amigo de Rita — o cientista Carlos Chagas. Nas maos da editora Luicia Helena, as informagoes capturadas por Monica e Suzana transformaram-se num belissimo artigo, suficiente — imagino, nos meus devaneios — para garantir- alguns meses a salvo das investidas do implacavel lobby feminista | aqui da redago, bravamente comandado pela editora Inés Zanchetta. | Almyr Gajardoni | a Editora Abril Fanaudor victOn ena (1907-198) Oimn Prsiente Robert Cuts Dieter Angpo Rosh, Leper de Sve Fria, The Bara dont August Pinto Mov, Paid Leip, Reymond Coen, Pager Karman, Thomas Sout Cot ‘IvisAO REVAsTAS Deter: Thoma Sous Cova Deters de Ares: Cuardo Fre, Miguel Sanches, ‘Orval de Aman Re Aekert Dembao, Vander etn Gerona: Miro Escobar de Arcade ‘rotor Eel Aan ea Klew Dio: de Arte Aare Caos Grasset ‘tor Conte Cavs Cx 0130 Diet Alm Gordon San i ants Pec Seno ne istoronas see ar Rg sms Ss er [Segara oes Mae fina bart, ar eR apne ead age as tags en ‘ene gan Van Cn Con Ibe Nec (Guerre tf el Roe hep Komech aw Comnat nee Coon rong A Sram {fern ong tops a Pone hep Se Powur fi Uns Set aac Ve Pepopne By wer Re ‘tcl Tus Connor Comat 8 Moaty BY eho» Mt lone” Peremapen « Ritedoe lel don apn Va Cen PUANGLAMENTOR WARETAG eo 6 Penoamaae Cone Crees Aria ‘Srome seat ford aches ewer an Open ge Stn Sivertson hate fbn Bon Po Sehr SUPER MARCO 1991 NOVA HOT TAPE BASF HOT...HOT...HOT. ‘You love it Hot. Hot Tape. Hot music. Hot sound. Nova Hot Tape Basf. Cassete transparente, alta precisdo mecanica com a tecnologia Basf que vocé j4 esta acostumado. Design totalmente novo, por dentro e por fora. Oxido de ferro LD que elimina quase todo 0 ruido de fundo. Mais graves...mais agudos...Hot music. Hot feelings. Hot dreams. Nova Hot Tape Basf. A Ferro Extra | internacional da Basf para um som extra extra extra Hot. AFITA INTERNACIONAL © BASF CAPA Em busca de seqiiéncias cada vez mais espetaculares, os cineastas recorrem aos artistas dos efeitos especiais. Com 0 auxilio de computadores, seus truques dao vida a seres além da imaginagao ROBOTICA As facanhas das mais habilidosas maquinas, seja nas linhas de montagem comuns, ou em arriscadas operagdes nos pogos de petrdleo, nas profundezas do oceano COSTUMES Inventado bem antes da roda, o bumerang revela que o homem, ha milhares de anos, j dominava os mistérios do vo e os compli principios aerodinamicos que ele envolve Jos SUPER MARGO 199: PERFIL Ela adora uma investigagaio e, desde a década de 50, persegue as pistas do fator de crescimento das células nervosas HISTORIA Ha séculos, pesquisadores buscam sinais de uma ilha que, segundo Platao, afundou no mar. Mas até hoje nada se achou de fato FISIOLOGIA Cada vez mais a busca de medalhas e recordes leva os esportistas aos laboratérios. Fisiologia do esforgo, biomecanica, tudo vale nessa briga SUPER MARCO 1991 FOTOGRAFIA Sempre houve quem considerasse as touradas um espetaculo cruel. Mas elas sao, também, uma festa de grande beleza plastica AMBIENTE Para estabelecer a harmonia entre natureza e desenvolvimento surge um novo profissional: 0 especialista em meio ambiente Opiniao 12 Noticias superinteressantes 13 Perguntas superintrigantes 18 Dois mais dois 27 Dito & feito 59 Telescopic 7 ‘Superdivertido 76 Superdivertido / solugées 78 Livros superimportantes 79 Cartas dos leitores 80 Capa: aicna Freeman / Ana’ Atsport SUPERINTERESSANTE a 42, Ampliada a integragao Metro-Etapa. PNW aces) vergueiro,1987 O ka oO aS S on ie ra S & ae ; sas 2 = Metro Cada vez mais longe, cada vez mais depressa Tecnologia moderna e bem apli 284-8308 270-8675 572-0722 rapido e seguro, capaz, se ne rante um sistema de transportes », de bater recordes mundiais sando os operiirios da Compa nhia do Metropolitano de Sao Paulo comegaram a abrir 0 tunel dalinha Paulista, havia até quem acredi- asse em fantasmas — principaimente quando a escavagio passou embaixo |Cemitériodo Araga, na Avenida Doutor Araido, Mas esse medo do sobrenatu: fal acabou esquecido a medida que o trabalho avancava. O tinel, que durante a obra dava a impressao de merguihar nna escuridéo, ao contrario, acabou se tomnando um exemplo de modernidade. O que hoje é a linha Paulista — um trecho de pouco mais de 5 quilémetros, ligando 0 Largo Ana Rosa ao Hospital as Clinicas, inaugurado em parte no comego do ano—6 apenas um pedaco de uma linha maior que vai cortar a cidade para unir ou tros dois bairos dis tantes — Vila Mada: lena, na zona oeste, e Vila Prudente, na ona leste. Os trens que vao entrar nes: se circuito nos pr6xi mos anos 80 nao se ‘40 totalmente auto matizados porque sso ainda nao é possivel no caso de metros de grande porte — como 0 de S40 Paulo, que atende diariamente 2,2 milhdes de pas: sageiros em 82 qui lometros de linha, um recorde mun: dial. Justamente para suprir essa demanda fabulosa, foi preciso investir muito, e rapidamen: te, em tecnologia. Ha 23 anos, a cida- de foi surpreendida com a noticia do nicio da implantagao do metro, 0 pri meio do Brasil mal conse. guia fornecer material para. transporte ferroviério— ainda hoje lento, pesado e de tecnologia ultrapassada. Naquela 6poca, metro era uma palavra que se ajustava bem a cidades ricascomo Nova York, Londres © Paris. E foi de la que vieram os primeiros equipamentos do metr6 paulista, depois substtuidos por similares tabricados por mais de quaren ta.empresas nacionais, que se apressa: ramemabsorver atecnologianecessaria, Ao contrario dos metrés de Paris, Nova York e Londres, construidos no século passado, e que tiveram de ser reforma: dos, 0 de Sao Paulo nasceu modemo, porque foi contemporaneo da grande novidade da década de 70: 0s compu 10 tadores. Nos trilhos da informatica, os trens do metro andam sozinhos, operador, na cabine de comando. ‘aposentou 0 tradicional boné de maqui- nista. Ele observa os instrumentos do painel eletrOnico e s6 interfere quando ‘ocorre alguma fala no sistema. E do operador também aquela voz que indica as estagdes pelos alto-falantes dos va- ‘90es. Mas a responsabilidade de fazer 0 trem correr nao esta em suas maos. Na verdade, quem comanda $40 0s com: putadores, alimentados por milhares de informagdes enviadas por equipamentos. instalados nas estagdes, ao longo da via @ nos proprios trens, Tudo programa: do, desde 0 hordrio, a velocdade, a aceleracao, a treagem, as paradas, al¢o abrir eofechar das portas,Quem rabalha ou se uliliza do metrd esta sempre sen: do observado. Um circuito fechado de televisdo observa as plataformas ¢ os mezaninos para garantir a seguranca, 0 bom funcionamento do sistema e até a limpeza —nao ¢ a toa que as estacdes 40 sempreimaculadamente limpas. No Centro de Controle Operacional, uma equipe supervisiona o processo em pai: neis eletronicos. Essa equipe tem con- digoes dedizer, semhesitar, e aqualquer momento, onde um determinado trem esta @ qual a sua velocidade. Qualquer problema, e os operadores sao alerta: dos, bem como os agentes nas estacdes € nos patios de manobra — sempre em contato por um sistema de radioteleto: nia, As vezes, um defeito qualquer pode impedir o trem de andar sozinho. Entra ‘em aco 0 sistema semi-automatico: 0 operador volta a ser o maquinista, mas obedece as instrugdes do computador sobre a velocidade que deve empregar m cada trecho da linha e 0 tempo de parada nas estagbes. que aparece a no. ticia de ‘que 0 metré esta chegando a uma bairro, a populac&o reage primeiro ‘com alegria, depois comega a pensarno transtorno que as obras causam. En: quanto, na superti die, 0 transito fica prejudicado e os pe destres reclamamdo barulho, da poeira e dos tapumes, sem contar a demorada burocracia das de: sapropriagdes, em baixo da terra, os engenheiros tém outro problema’ construir uma viaque se adapte as limita des dos trens. Ex. plica-se: 0 motor de fragao que puxa os vag6es nao foi feito para subir e descer rampas ou executar curvasfechadas. Por causa disso, 08 tri thos nao podem acompanhar a topo: grafia do terreno, @ aS vias e estagdes tém que ser escava’ das a dezenas de metros de profundidade ou em linha quase reta, Se, por sorte, for encontrado espaco acima do solo. da Ii nha norte—sul, fez sua estréia nasobra uma maquina que teria papel fundamen tal na construgao da linha Paulista, em que os tuneis subterraneos e as ésta: ges foram construidos de modo que interferissem o minimo possivel com a superficie. Trata-se da shield (couraga, ‘eminglés), apelidada pelos operarios de “tatuzao", do mesmo tipo da que esta sendo utilizada na abertura do tunel sob © Canal da Mancha, que ligara a Ingla- terra ao continente europeu. A shiel ‘mesmo uma couraga de ago, equipada com uma hélice giratoria de 6 metros, com dentes durissimos feitos de aco, tungsténio e carbono, e um sistema de diregao a laser. Com ela, foi construida SUPER MARCO 199) por exemplo, a Estado Consolacao, na Paulista, composta de dois grandes ar 0s elevados sobre apiatatorma central No mezanino, onde estao as bilheterias. foram cravadas varias colunas de con: creto, de um lado e de outro da avenida, localizada 4 metros acima, para dar sus: tentacdo & obra. Quando a terra foi reti: rada, formou-se um vao livre, parecido com 0 que existe no Masp. Tudo iss0 fo! feito, na: turalmente, com os ve: iculos trafegando por cima. pare cem grandes cavernas sublerrineas de con: creio, mas pensa-se em transforma-las em espagos mais acolhe: dores, com jardins, co: mércio @ até expos bes de arte. Por esse motivo, asparedes das estacdes da Paulista caram mais coloridas se tornaram verdadei ras galerias. Calcula-se que os painéis de Wesley Duke Lee e Tomie Ohtake, ali ‘exposios, sejam observados diariamen: te por 360 000 pessoas — a mesma populagdo de Genebra, na Sulga—que entram e saem dos trens. "Essa lotagao ainda 6 pequena”, compara o engenhei- ro Peter Alouche, presidente do Conse. tho de Desenvolvimento Tecnolégico do Metrd. “As outras linhas recebem mais de 1 milhao de passageiros por dia Alouche, um pioneiro na construgao do SUPER MARCO 1991 metrd, nota que essa demanda surpre: ‘endeu os préprios planejadores da com: panhia. “Sob o risco de superiotagao, tivemos que aumentar a rapidez da ope: ragdo’, observa inicio da manna e final da tarde —, 0s trens cor- rem a uma velocidade de’ 100 quiléme: tros por hora @ param nas estagdes a cada noventa segundos. Nao se pensou ‘em {azerno metro paulista o mesmo que em Téquio, no Japao, onde funcionarios ‘ostumam empurrar gente para dentro dos trens superiotados. Mas o intervalo de tempo entre os trens pode diminuir para setenta segundos — uma prooza ho mundo — para evitar 0 acumulo de passageiros, principalmente na iinhia leste—oeste, que liga a Barra Funda a Estagao Corinthians’ Itaquera. Numa cidade grande como Sao Pau: io, ainda esta longe 0 tempo em que o metrd dara proteréncia aos carros pequenos, si lenciosos © que pare: com futuar em alta ve locidade, como ja esta acontecendo om Lill, nna Franga, ou em Van- couver, no Canada. Nessas composicdes do futuro, a tragao fol substituida por moto: res lineares, sem po. = as circulares, e trou se partido de ‘campos magnéticos que desi: cam 0s vagoes sem atrito com os trihos. Esses novos trens podem revolucionar a arquitetura das estagdes ea construgao das linhas, pois, ‘ndo exigem tines profundos. "Ha gran: des projetos no Brasil para a implanta: G30 de meirés leves, inclusive em Sao Paulo", comenta Peter Alouche. °Sé es: pero que essa tecnologia seja introduz: da de maneira racional, em vez de se adotar um método diferente em cada cidade.” . Martha San Juan Franca " 12 OPINI 10 Por Mario Bernardi Tecnologia e abertura de fronteiras industrial émais oumenososeguinte llor afirma que no Brasil se latos caros ¢ © governo C fabricam pro rrasados e Portanto, temos que abrir as fronteiras ‘40s importados para obrigar a industria nacional asemodernizar, melhorando sua qualidade ¢ tecnologia, E um objetivo louvavel, pois procura oferecer produtos melhores e mais baratos 4 sociedade bra- sileira, forgando, a0 mesmo tempo, o se tor produtivo nacional a melhorar sua cficiéncia, Mas essa eficiéncia so podera crescer se nossa industria investir em: tecnologia, formagiio € treinamento de recursos humanos, modlernizagao do parque produtivo. empresirio sabe, ¢ claro, qual o seu ponto fraco. Sabe também onde buscar tecnologia — por meio de pesquisa, pra ou associagdo —, quais 0s equipa- I, a dificul dade se resume basicamente na decisio mento de que precisa ¢ 0 los. Assim, do lado empre de investir, que pressupde a existéncia de algumas condigées: financiamentos de longo prazc ju cambio livre financiamento & exportagao, inflacio sob controle reais baixos, mercado interno em crescimente ervicos piiblicos (energia, transportes, portos) eficientes ea custos competitivos, no, do seu lado, ja tomou as seguintes medidas especificas para as reas de politica industrial e comércio exterior permitiu a importagio de itens antes proibidos (automoveis, por exemplo), aixou as alfquotas de importagao, tornando mais baratos 0s produtos im: portados, Seas eumihar'e qeatan PBOP, Programa Brasileiro de Qualida: PCI, Programa de mpelitividade Industrial, PTI, Pro: odutividade grama de Desenvolvimento Tecnoldgico ele.), remtivos (dedugdes de até 8% Indust no imposto de renda) para despesas em 0 de tecnologias Tais medidas, se analisadas iso mente, so bem-intencionadas ¢ esti0 no rumo certo, Entretanto, a estabilizagio nsequiente c metas principais do governo, es tio impondo ao setor produtivo uma r. alidade —recessio acarretando diminui gio da escala de produgio, auséneia de financiamentos de longo prazo, juros ex. jo em niveis elevados —que © impede de sequer pensar em investi cuidando quase exclusivamente de sua sobrevivencia a curto prazo, Por outro lado.aauséncia de recursos gove! tais, seja para transformar os pr de qualidade etecnolc amen que simples siglas, seja para alterar o erdnico quadro de deficiéncias na area de sducagio desde o ensino bisico aié a pesquisa, faz.com que o objetivo aprincipio enunciado no passe, por enquanto, de um simples desejo, ‘ome-se a isso tudo 0 fato de que as medidas que expoem a industna na ‘ional & competicdo ja esto em vigor ¢ ‘ontinuam a ser implementadas a uma velocidade muito superior & possibilidade juarmos nossa capacitago tecno- Assim, pode-se prever que os re sultados colhidos a curto e médio prazo serdo, muito provavelmente, posto: inicialmente anunciados e por todos nés desejados. Ou seja, nossa industria, que ora esta sendo obrigada a diminuir a produgio ea demitir mdo-de-obra treina- da, no teré motivos nem condigdes para investir, com o resultado previsivel de nos tornarmos a longo prazo completa dependentes de tecnologias © produtos importados, transformando-nos em ex- portadores de matérias-primas ¢ produ- {os agricolas. . SUPER MARCO 199) eae ite ee ens a Perea ONE ige as Golfo Pérsico voltowwdem E facil passear no alto das arvores com a engenhosa plataforma inflavel § tistas ti Ciéncia no estilo Tarzan A primeira vista, trata-se daquilo que mericanos, com propriedade, de- nominam contraption ‘engenhoca. Na realida plataforma infldvel é um meio exce- lente de estudar a vida no alto das ar vores. Criada por uma equipe interna: cional de cinglienta estudiosos da flo: resta tropical, na Guiana Francesa, ela pousa como uma gigantesca aranha de borracha sobre os galhos ¢ pode si Jevada de um lugar para outro amarra: da a um baldo, Desse modo, os cien n tempo de observar inime ros animais ¢ plantas que habitam as partes mais altas da mata, Em scu pri- eiro teste, a plataforma passou uma semana visitando regides inacessiveis da Guiana, com grande sucesso. Os pesquisadores nao se balangavam tio facilmente nos ramos desde a épocaem que 0s ancestrais do homem abando: naram os habitos do macaco ¢ adota- ram a postura ereta, . 13 Por eletromagnetismo, a sonda no helicdptero descobre gua sob a areia Rios de agua sob o deserto Geofisicos al emaes descobriram um jeito or e achar égua no f deserto: pelo ar. Com uma nova técnica chamada levantamento eletromagnéticoaéreo por mul tifreqiiéncia, 0 grupo encon trou um lengol de dgua, sob um deserto do Paquistao. grande o suficiente para abas- teceruma cidade de 1,5 milhio dehabitantesdurante 11Sanos. O sistema funciona por indu- lo eletromagnética. A partir de um helicdptero, eria-se um campoeletromagnéticocom osolo, que conduz correntes elétricas, e essas ge- ram radiagio eletromagnética. Pelas propriedades das ondas da radiagao cletromagnética, pode-se determinar se existe 4gua sob 0 solo. ¢ se ¢ potavel. Até entio, $6 era possivel descobrir ‘égua de um modo quase artesanal: um par de eletrodos era colocado sobre o chio desértico © media-se a corrente elétrica entre eles. A quantidade de corrente depende da resistencia do so- lo, ¢ essa resistencia indica se a dgua por ali é salina (quando conduz muita corrente) ou potdvel (quando € quase isolante). No sistema alemao, uma 14 sonda atada a um helicéptero é que mede as correntes elétricas, 0 que tor: ‘na a procura extremamente mais réj dae de maior aleance . Data Mate: chofe ‘sempre na linha Escritérios comunicantes Enquanto um executivo fala ao telefo- ne ou esté enfiado numa sala de reuni Ges, deixa de atender pessoas impor- tantes € fechar negécios. Mas com o sistema inventado pelo grupo francés Bisset, chamado Data Mate, nenhum executivo ficard incomunicavel dentro de seu proprio escritério, © Data Mate ¢ composto de dois aparethos, um para a secretaria ¢ um para 0 chefe. No aparelho da secretd- ria hé um visor de eristal liquide ¢ um teclado igual ao de uma méquina de escrever, para que ela transmita as mensagens. O aparelho do chefe tem também 0 visor de cristal liquide, no qual cle recebe mensagens, uma cal- culadora e dez teclas de resposta-pa- dro. Se enquanto conversa na linha 1 © chefe recebe um recado dizendo “sr. na linha 2°, ele pode, com um simples apertar de botio, avisar & se cretdria que o mande esperar ou per: guntar de que assunto se trata. Os chimpanzés vao a farmacia Os ame: no saem de casa sem uma aspirina no bolso, Segundo o farmacologista Eloy Rodriguez, da Universidade da Cali {6rnia, Estados Unidos, os chimpanzés preferem folhas de aspflia, arbusto apa- rentado com o girassol. E a primeira vez que se observam animais tomando remédio — e sabendo 0 que esto fa- zendo, Primeiro, porque s6 recorr aspilia quando se sentem doentes. De pois, escolhem-na entre centenas de ‘ultras plantas do seu cardapio c inge: rem uma folha de cada vez, sem mast gar. E para obter uma dose correta, Créem os cientistas, pois a mastigagao extrairiamais leo das folhas, Compro- vou-se que elascontéma droga th brine A, muito efic vermes, fungos ¢ bactérias. Curiosa = Mente, constatou-se que a aspilia tam. bém é usada por tribos da Africa tral, como os shambalas. Aspilia: comprimido natural Imagens de um mundo vazio ATerraé mundo repleto de vida — mas até qu faz algum renga na imensid’o do Cosmo? A nave espacial americana Galileo, atualmen- tea caminho de Jupiter, acaba de dar uma instrutiva resposta a essa divi Numa de suas complicadas manobras para ganharimpulso no espaco, passou aapenas 960 quilmetrosda Terra, mas, por incrivel que pareca, nio viu ne nnhum sinal de vida. Nenhuma imagem sugeria que 0, existiam animais, cidades ou rodovias sores pudessem detectar qualquer es trutura maior que 800 metros. O.pro- bblema é que existem grandes regides desertas, a comegar pelos oceanos, que cobrem dois tergos da area total. O episédio ensina uma lito: no € facil tirar conclusdes dos dados obtidos nos outros mundos, no importa o que se esteja procurando. “Por isso, depois de ‘observar um planeta uma vez, € bom yoltar para uma visita mais longa”, pondera Torrence Johnson. da NASA agéncia espacial americana, . Futuro com data marcada O poderoso Ministério da Industria ¢ Comércio Internacional japonés (MITI) estabeleccu uma data para a constru- g40 do computador do futuro: 2002. SUPER MARCO 100) Os computadores ne ronais, acreditam 03 pes- _rador com um joys > duas grandes vantagens sobre os tradicio- do ¢ dificil de ser controlado devide a0 nais. A primeira ésaberlidarcom infor- grande tamanhoe muito peso. Porisso, huma- a cada décimo de segundo, sensores ntagem & que esses instalados nos s mio precisa hidrdulicos conferem pois aprende- _paraevitarque orobd se desequilibre iam damaneira humana, por tentativa tombe para a frente. Também a ita pesquisa ba mages imprec na. A segunda vi riam de programagi nto oS comput geracho tém cerca di turonais, de sexta geragdo, terao em torne de 10 000, Até la, prevéem-se gas- ini, tosdaondem dem, Lava-rapido ihdesdeddlaresparaque Ge avioes se chegue ao computa- dor, feitode uma redede Pa milhares de processado: res paralelos trabalhan- do como neurdnios num um novo robd desenvolvido por um cérebrohumano. Poren- _ pool de institutos de pesquisa da Ale: mais manba, Inglaterra, Espanha, Franga e avangada com objetivoa Dinamarca, com- pessoa trabalhando durante trés horas putador de quinta gera- para deixar a aeronave brilhando, Esse um robusto avisio Jumbo, ormalmente sko necessirias oito ho- s do trabalho de doze pessoas. Com seri preciso apenas uma robo ¢ nada mais do que um enorme brago computadorizado, com alcance de 26 metros. Manipulado por um ope- ou por p adoriza- décimo de segundo, outros sensores o de cada segmento que © programa que 0 calcule a di haa“mao" . . ‘Uma méozinha na limpeza: 26 metros controlados por computador NOTICIAS SUPERINTERESSANTES Liberdade fica cada vez menor O projeto da estacao espacial america na Freedom (liberdade, en s), que Jeve ser montada a cerca de 400 000 metrosda Terra, esta encolhendoa cada forte no Seu Orcamento imposto pelo Congreso dos Estados Unidos. 0 il: imo, fixad Fisiologistas da Faculdade de Medi- cina Mount Si em Nova York, nos Estados Unidos. querem acres: verténcis nas bulas de remédios & base de acido acetilsali- tilico, como a popular asp | undo eles, a substincinfociita @ embriaguez. Depoisde um fartocafé | damanha, cinco voluntariosbeberam um coquetel de suco de laranja © | alcool, em dose equivalente a duas | tagas de vinho. No dia seguinte, a ‘operagdo Toi tepetida, mas dessa ‘ez 01 oferecido um comprimido te aspirina junto com o desjejum, Entao. 0s fisiologistas notaram que © remédio aumenta em cerca de 34% a dosagem de alcool na circu Estacao espacial americana perdeu alguns metros de délares dos cerca de 20 bi Thoes ni ios ao empreen: dimento — uma espécie de hotel laboratorio onde vivera meia di Zia de astronau: tas durante peri ‘odos indetermi: nados. Nao se sabe ainda quan: IS MetTOS a me: OS ter a esta: Gao, mas os téc NASA o projeto semin: 3 cluira bordo va ios instrumen. los cientificos jue estavam no plano original. Até agora, cairam fora 3 experiéncias sobre a atmosfera'e a superficie terrestre. Acredila-se tam: bém que. pelo menos nos primeiros anos de {uncionamento, a estagao ndio estara sempre tripulada como se pre tendia. Europeus, japoneses € cana. denses se dizem desapont mudangas, Ao contrario dos america: nos, eles mantém os equipamentos que serio acoplados a Freedom. . Coquetel para deixarlbébado 7 lacdo sanguinea. Isto é.quando uma pessoa toma aspirin e, mais tarde, bebe trés doses de uisque. 0 efeito & ‘9 mesmo de quatro doses em con- digdes normals. sem a presenca do medicamento no organismo. Em tu- bos de ensaio. constatou-se que isso acontece porque o dicio acetilsali- ilico diminui a atividade dew ‘enzima do estOmago que, ao reagir ‘com 0 alcool, impede sua absorcio. Sabe-se que essa enzima ¢ encon- trada em menores quantidades no ‘organismo das mulheres. Por isso. 65 fisiologistas supoem que a com= binacio de aspirina © ilcool pode ser desastrosa, especialmente para ‘© sexo feminino, Uma forc¢a para 0 coracao Desde janeiro Instituto do Coracio (Incor) dispie de um nove equipa to auxiliar na luta contra as doencas cardiacas, Trata-se do primeiro dispo- sitivodeassisténcia ventricular (DAV). ou ventriculo artificial. totalmente en Divisao de Bio. Leimer e 0 ventriculo artificial engenh ia daquele institute, em Sao Paulo. Seu uso oferece maiores chan. es, Tante am doador ces de sobrevid: para os que esperam pot 10 para aqueles que. apés uma cirurgia, necessitem de auxilio para coracao voltar a bat stitui os ventriculos imaras na parte inferior do cora Ao, responsaveis pelo bombeament« do sangue venoso, pobre em oxigeni Para os pulmées. ¢ do sangue arterial nle do orgamsmo, “Ele cupere ou um t realizado”, explica 0 en genheiro © cardiologista Adolfo Leir ner, chefe da equipe que desenvolveuo DAV. Com aproximadamente 8 cen: timetros de didimetro ¢ 100 1 Iho ¢ formado, carcaca de epoxi revestid para o res funciona cor Jo até que « nsplan te possa ser de poliure ano. Uma membrana flexivel interna bombeia o sangue, Na verdade, sto podem tos ou separados: Isso v squerdo, ou de ambos. . de se do lado direito ou ender mencioi ao (sem contar Popula¢ao menor do que se previa Ocrescimento cada vez menoyacelera do da populagio brasileira obriga os estatisticosa reveras projecdessobre 0 ro de habitantes do Nofim doano passado, corrigiu-se 0 progndstico que indicava_ um: cao de aué 1990, Onovo total presumi doseriamaismodesto: 148.3 milhdes. Nao é a primeira acontece desde ver que i que 0 desenho da curva de mografica brasileira passou 1 apresentar acentuado de clive. A tltima PNAD (Pes quisa Nacional por Amos: tra de Domicilios), realiza da pelo IBGE em 1989, paraaqueleanoun 4 TU Norte) de 144.3 milhoes milhocs abaixo das previsde res. Os ciilculos mais recentes estimam que os brasileiros serio 155,6 em 1° de julho proximo. . No tim do semestre, 155,6 milhoes de brasileiros popula. Mensageiro de pulso pitam para ayisar seu dono de que ha recados na central nao sto novidade. Mas a Seiko at na ju tou bip com relogio e criou 0 Seiko Receptor, um relogio de pulso que re ebe mensagens © anuncia no visor “ligue para o escritOrio” ou “ligue para ”. O sistema funciona quando 0 r com 0 dono do e diz uma alavra-codigo, pedindo contato na sa ou no escritorio. Na central auton’ lizada de mensagens, a informacio ¢ processada ¢ enviada a estagoes de freqliéncia modulada, que enviam en- 10-0 recado por ondas de radio reldgio. As ondas de FM ainda propor cionam 0 servico de acertar 0 relogio a cada meia hora . Bips que interessado Aistbria da cultura humana nos ensina que os conhetimentos as capacidades teonicas da humanidade se desenvolveram dos problemas fundamentais da vida, como nao ser surpreendido pelo caso, pelo sibito e deles depender para garantr sobrevivinci, Parece que a civilzagao é uma questio de quanio se preve. ‘Nossa fungao ¢ ensinar as quast6es basicas do procedimento Cientiico por meio de atvidades sistematizadaseintencionalment preparadas para garantirao aluno que no passe pela escolae dela saia apenas realizando conexSes no campo de senso com. como? Pré-escola- dando opurunidades para aelaboragdo das estuturas bésicas que favorecem a construgdo do conhecimento cientiico, ‘18grau-proporcionano um ambiente favordve ao desenvolvimento de postura cientfica, a0 mesmo tempo desafiadora e critica dante instiTuTo DE EDUCACAO, © ‘COSTA BRAGA INSTTUTO DE FDUCACAO (OSTA BRAGA [JMA ESCOLA SUPER FFCENTE 60 desconnecido, encaminnando aluno a utlizar-se malhor da cobservaglo, trabahhando a organizagéo desde 0 concreto alé 0 pensamento, o levantamento de hipSteses @ a proposta de altemativas. 2 grau - inctando © aprotundamento dos principios cientiticos, visando a competéncia pessoal e profissional do aluno. Instalagbes - reas de observagao: vivelto horta, Oficina de Cibncia, Laboratério de Fisica, Quimica e Biologia, 150 fits especiaizadas, para video, Bisoleca - acervo de 7000 volumes, LLaboratérios de Redagdo e Matematica. Periodo Integral opelonal ‘Unidade central - Rua Bardo de Cotegipe, 111 - Granja Julleta ~ Santo Amaro - Fone: 523-8522 FACULOADE 0g Nc AOWNSTRATAS E Sores PA ERS FacuLoane De EDUCAGLO PALLORD Pi aT Para os chineses, coriar alimentos & mesa era um ato barbaro Pauzinhos De onde surgiu o habito chinés de comer com pauzinhos? (Luiz Anionio Craveiro, Guararapes, SP) Iniciou-se durante 3 dinastia Shang (1766 a 1122 a.C.). E que na China evar A mesa um animal inteiro, como assado, era ‘0. Na po: ca, era costume comer com as mAos € cortar os alimentos com a mesma faca que se usava para matar os inimigos. Alem disso, os chinesesjulgavam falta acao obrigar um convidado a qualquer esforgo durante as refeigoes. Seguiam um velho provérbio que dizi Ns sentamos & mesa para comer, nao para cortar earcacas”. O problema foi resolvide c novo uutensilio para 0s pau Zinhos, Id chamados de kuai-tzu, que permitiam serviracomidaem pequenos pedagos . E possivel desfazer um ima (Eduardo Franco, Santo André, SP) Sim, porque os étomos que o com pdcm so também pequenos imas, to- 18 dos igualmente orientados, Por isso, se nele se aplicar uma forca que desorien- {eos dtomos, o metal perderd sua iman: 10, como explica o fisico Frank Mis sell, da Universidade de Sao Quando se aquece um fma, por exem- plo, 0 calor provoca uma movimenta- jo desordenada dos dtomos, fazendo com que deixem de apontar todos n mesma diregao, eliminandoa capaci ¢ atrair outros metais. Outra ‘de obter omesmoefeito éaplicar, por meio de um eletroima, um campo magnético oposto ao do ima, o que fard os dlomos mudarem de posigio. Orientagao dos étomos cria atracdo Fotografia Por que nos museus 6 proibide r quadros com flash? (Renata Kuntz, Sao Paulo, SP) Porque a luz branea do flash, por ser muito intensa > nas cores da pi das cores fundamentais visiveis pelo olho humano, ¢ composta também porraios infravermelhos ¢ ultravioleta. Como explica o quimico José Atilio Vanin, da Universidade de So Paulo, os aios ultravioleta possuem uma quantidade muito grande de energia, por isso so capazes de provocar reagbes fotoqui- Mona Lisa: protegida dos flashes micas, ou seja, quebraras ligagdes qué micas dos dtomos que compéem as moléculas do pigmento. Toda luz bran a provoca esse tipo de deterioragio di pigmentagio de acordo com sua inten- sidade. Por isso, os grandes museus em todo o mundo profem fotos com flash € costumam usar vidro para proteger alguns quadros, pois ele reflete parte da luze reduiz a reagio fotoquimica. No Louvre, por exemplo, a Mona Lisa. de Leonardo da Vinci, um dos quadros mais assediados daquele museu parisi cense, é preservada dos flashes dos visi antes por um espesso vidro. . SUPER HARCO 1991 Formula original chinesa nao tem imitacao Porcelana Qual a origem daporcelana? (Novsa Rocha Simées, Sa0 Paulo, SP) Confeccionada pela primeira vez na China entre os séculos Vite X, durante ta com feldspa- pulverizado misturado com Medicamentos Ingerir antibioticos @ bebidas alcodlicas ¢ prejudicial & sat- | de? (Constantin Dimopoulos Filho, | Duque de Caxias, RJ) Depende da quantidade de be bida alcodlica ingerida. O alcool quando bebido em grande quanti dade, acelera a agio das enzimas do, responsaveis “iodo antibistico, fazendo com que ele seja excr do mais rapidamente e permaneca no organismo por tempo inferior a0 necessirio. Segundo o farma- ‘éutico bioquimico Andrejus Ko rolkovas, da Universidade de Sao Paulo, essa diminuigao do tempo em que o antibidtico age sobre 0 organismo pode fazer com que as colbnias de bactérias que ele v vacombater se multipliquem. pr judicando a eficiéncia do trata- mento. Se ingerido socialmente, | em pequena quantidade, 0 alcool | nto afeta a agio do SUPER MARCO 1991 graus Celsius, 0 felds pato vitrificava, en- quanto ocaulim mant nhaa formado objeto Os chineses a ch vam yao. A lavra porcelana, do italiano porcellana (moluscode cha branca € bri pela # Ihante), foi v primeira vez pelo c bre viajante italiano Marco Polo (125: 1324) para descrever um objeto daquele material que ele havia visto na China, Na tentativa de imitar a porcelana chine acabaram descobrindo um artificial, obtida da mistura de argila e vidro, Fabricada em Florenga, por vol a de 1575, podia ser diferenciada da porcelana chinesa porque era de con. sisténcia mais mole. $6 em 1707, entre tanto, é que os quimicos alemaes Jo hann Friedrich Bottger ¢ Ehrenfried Walter von Tschimnhaus, conseguiram desvendarosegredoda formula da por celana verdadeira, similar a chinesa.m Cartao de crédito Qual a origom do cartao de crédi- t0? (Gilberto Donini, Sao Paulo, SP) Surgiu nos Estados Unidos, por volta de 1920, quando algumas firmas part: culares, como companhias de petr6l ecadeias de hotéis, comecaram a emiti loparaqueseusclientes pudessem usi- Jo em suas filiais. Depois da Segunda Guerra Mundial, seu uso foi bastante incrementado, O primeiro cartio de crédito universal, que permitia com- prar em varios tipos de estabelecimen- tos, foi introduzido pelo Diner's Clube em 1950. . ‘escrova pare. VGANTES para tat SUR ster ot PERGUNTAS quire COMES fsa Gerald2 40 Pao cl Y Editora Abril LENDEREGOS E TELEFONES. ae ertawek even te rsh eet ao en PUBLICAGOES DA EDITORA ABRIL VEIA« GUA RURAL ALMANAQUE ABR ‘SbrenineneSSANTE Bane Actomsbitame ¢Toime ‘QUATRO RODKS © GUINQUATR RODAS Capertee [ASEMANA EI AGAD® PLACAR Decora e Arata (CASACLATDIA « ARQLITETURA & CONSTRUCAO 'PUBLICAGOES DA EDITORA AZUL PUBLICAGOES OA EDITORA ABA JOVEM 'PATO DONALD # MICKEY 7E CARIOCA TOPARAHIAS eMARGARDA © URTIGAD I CHUZASAS Se Can i MARE IPERAVENTURAS MARVEL GABA sth SNOMEM Arava Rik 8 03 CACADORES "Game 6x00 s CONAN Re = Tome cOneuto bo NEMA Grane Novel us ute tatu RI okteventore pochwa etUt Uzona os AbAtnoes = AlusnnoUE Bo aUGU ‘PUBLICAGOES DA FUNDAGAO VICTOR CIITA (AESCOLA®SALAOEAUIA Imagens muito especiais Submarinos no chao, metr6 pelos joelhos eee SHAG, detalhes, mergulh Apds seis mese feita em todos os va para a perdicho. de preparo, est concluida uma parte de uma uni mada para De volta para o futuro Il Duraria apenas um momento na tela mas proporcionaria uma imagem dé nde impacto — e um espeticulo de trucagem artistica. Os responsaveis eram alguns dos 300 peritos da Indus trial Light & Magic, a divisio de efeitos visuais da LucasArts, A ILM, como é chamada, é uma virtuose da prestidigi Lago cinematografica: produz maque tes em escala de espagonaves, ex restresde latex, Tibetes pintadosa leo, J4 ganhou dez Oscars, dois En (Oscar da TV americana) e seis prémios da Academia Britanica ‘Os magos da ILM trabalham invisé cordéis ¢ a dais para projetar imagens intensas em Darth Vader respira como um buldo gue com bronquite, enquanto Luke Skywalker brande sua espada tum f nha abaixo a bordo de um vagonete de mina; Michael J. Fox conduz seu DeLorean incrementado de volta para > futuro; e a nave estelar Enterprise, deformada pela velocidade, vaiintrépi da ali aonde ninguém foi antes. © elmo de Darth Vader, uma mascara infant Mesmo escondida 640 quilometros sonorte docentroda industria cinema: tografica de Los Angeles, numa insipi da rua comercial de San. Rafael, na California, a ILM faz mais negécios do que as cinco maiores concorrentes juntas, Apenas alguns de seus doze pI eiros, mas neles se Ie dios tem le Kerner Optical”, um disfaree. para ner dist fas plici mm 08 re luzentes extraterrestres de Cocoon lodo espect Nur ¢s zes dos mais de SO filmes para os us ILM eriou efeitos vis tril a jovens & caca de os de espadas luminosas. Des. de Os caca-fantasmas I 10 ExpOstoS Os cart » Lucas, Guerra nas esirelas Indiana Jones, até Umacilada para Roger Rabbit, E.., 0 extra-terres tree A cacada ao Outubro Vermelho. Millenium Falcon, a espaconave de Guerra nas estreias, de 1,20 m, em plena guinada. Juntas, as tomadas de cada movimento do ‘modelo criam a llusao do v6o, um dos mais simples efeitos especiais Os cartazes abarcam menos de quinze nos, mas nesse tempo a ILM mudou a maneira de fazer cinema. Foi na virada do século que um m: co frances tra Jo em cineasta, Georg espec ¢ Mélids, inventou os “efeitos is” —ouso de min dos pintados ¢ da exposicao miiltipla de peliculas para enganar 0 iho do espectador. Por volta de 1920, 0s departamentos de “truques” passa: ram a fazer parte normal dos esttidios de cinema. A partir dos anos 50, entra- ram em voga as film: gens no proprio local ondese passaahistoria. As oficinas de efeitos dos estiidios fechara truques de cinema virtualmente se ex tinguiram, Os comerciais de TV e um filme ocasional do género 200] — uma odisséia no espaco mantiveram vivas algumas das antigas técnicas. Entdo aconteceu de as am! tomobilisticas de um jovem chamado George Lucas evaporarem-se num ac dente. Decidindo apostar seu entusias fotografia numa carreira de ta, ele ganhou uma bolsa aa Universidade do Sul re documenta de estudos ‘or fim, lornou-se assis: \cis Ford Coppola € chegou ao sucesso com seu préprio da Calif6rni tente do diretor Fra wucuras de verao (American graffiti) comegou a trabalhar num conto de fadas que se passaria num passado remoto, numa galaxia lon; qua. E denominou rbudos de blue jeans, reunidos para 0 projeto, Tao marcantes foram as técnicas de producdo de imagens desenvolvidas pela ILM em Guerra nas estrelas que oje, quando oarquivista da LucasArts Don Bies leva o visit stio ao acervo onde se acummulam trajes, maquetes, eriaturas ¢ fundos pintados de filmes datando desde 1 aspropriasreliquias parecem patéticas, Aqui est o elmo de Darth Vader mostra Bies. O objeto é tio negro, relu- zente ¢ ameagador como no filme, mas ndo passa de um pi uma mascara infantil. Ao colocé-lo se descobre que o portentoso Vader tinha uma visio estreita do mundo, enxer gando através de mintsculos furinhos. Tudo comeca no departamento de arte da ILM, composto de suri stico leve, como Um espocialista trabaiha no esqueleto mecanico de um gato, testando 0 movimento da pata. Eletronica e Mecdnica entram em ‘cena para criar formas que no filme parecerdo seres vivos Até que cles recebam 0 resultado de nosso trabalho, tudo permanece vago”, diz TyRuben Ellingson, ele mesmo fi Ihodeartistas, Cita Os cagadoresdaarca perdida: “Tudo que 0 roteiro dizia era: Eles abrem a arca e desencadeiam as forcas infernais’ ”. Imaginar varios ti- pos de inferno é a idéia de paraiso dos artistas da ILM. Al vam ao departamento de arte seus uns diretores le storyboards — uma sequencia das ce nas esbocadas como numa histéria em quadrinhos. “Spielberg esquematiza 0 filme todo em storyboard”, comenta Doug Chiang, um artista da ILM que estudou Cinema na Universidade da Califo fazer seus pr visuais no colegial. Agora, ¢ gas transforn diretoresem desenhos que determinam ja em Los les, depois de jprios filmes com efeitos iang € am as idéias dos todo o visual do filme Para De volta para o futuro Il, cuj historia se passa em 2015, a idéia er criar umclima dos anos 50,mascom um. toque futurista, Chiang apresentouuma pré-produgio, desenhada pelo col John Bell, para uma futura lanchonete MeDonald's, servida por robés. Outra ilustragao mostra um tixi do futuro, um Citroén 1959 — voador. Os prineipais DeLorean, o carro de De volta para o futuro, voa no poente. E uma ‘miniatura manobrada polo maquetista e filmada contra uma tola de fundo azul, iluminads por tris produtos do departamen tode arte —alémde idéias sdo os storyboards. de talhando cada tomada que a ILM produzird. Num Gil: me carregado de efeitos. ‘os storyboards podem chegara | 000paiginas. E orientam os artistas que criam as pinturas de fundo, paingis chamados mates. Em Indiana Jones ¢ 0 temp quedlogo-herdi emerge de um ttinel para um penhas co. A vista inte painel, com um trecho sem 9 da perdicdo, 0 ar pintura: a abertura da ca verna. Ali os técnicos po- ar o filme deriam proje com Harrison Ford ¢ os outros atores, enquanto a cimera fil maria tanto painel quanto a imagem’ projetada. No lilme pronto,oatorpare ce estar na borda de um alto penhasco. Nao é uma ilustragdo; a técnica é um jogo sutil de luz”, diz Ed Jones, direto de pés-producao da ILM, q um Oscar por combinar desenhos ani mados ¢ atores em Uma cilada para Roger Rabbit. Osstoryboards sao tam bém enviados as oficinas de maquetes M, que tum aspecto surrealista. e de criaturas da podem ter Um planeta de fermento e bolinhas, coberto de neve Ali, numa tarde recente, duasartesis costuravam cabelosintético, misturado com pélo de camelo num urso de es- puma de latex que se tornaria um touro para um comercial de TV. Aolado, trés submarinos de A cagada ao Outubro Vermetho jaziam no chao, Doishomens transportando um avidodecarreirapara Duro dematar Il passaramandando por uma réplica a altura dos joelhos do metro de Manhattan que aparece em Ghost — do outro lado da vida. P: produvir reflexos no diminuto metré quandoase nerasestivessemem acio, osmaquetistas molharamostrilhos com “001 — digua poderia ter formado andes o suficiente p: dimensoes do trem. tas g O supervisor de projetos da oficina 23 Crocodilos no tanque cheio de leite em pé demaquetes, Lorne Peterson, um vete ra Jepende de consideragescomo npc ara determinada filmagem ica que o tamanho da requerida, necesséria para, digamos, fazer um de adeiro, Al aturas devem ser suficien andes para conter motores elétricos, baterias ¢ luzes, € requerem ventiladores ou ar condicionado para vitar 0 superaqueeimento, Para O império contra-ataca, 08 ma: yuetistas criaram um planeta coberto Je neve, feito de fermento e de micro: baldes (mindsculas esferas de vidro usadas na fabricagao de plisticos). A ma quadro a quadro, em que a came filma um quadro ¢ 0s téenicos mover parte de uma miniatura ou de uma figu: ra (como um brago) alguns centime tros. A cémera entao dispara outra vez te das tomadas [oi pelo siste Quandoo filme épassado na velocidade Um trem com “aparéncia de viagem no tempo” Freqlientemente, 0 equipamento imaginario tem fundamento na vida pacial num motor de popa Evinrude. E os de criar ‘uma gargamtilha de couro simplesmen te mandaram ja mais pro- xima para comprar uma coleiracomum para cachorro, Numa cena de impacto de Indi seo emplo da perdi ¢do, Jones tinha de enfrentay iana Je uma escada de cordas enquanto cro- codilos nadavam la embaixo. Por causa dos detalhes técnicos envolvidos na su perposigio do filme, a tomada reque ria crocodilos pretos contra um fund branco. Lorne Peterson lembrou-se d que filhotes de crocodilo como bichos de estima m mecinico local criav aoe fo pedi-losemprestado. "Coloca. mos 0s filhotes em um gt nde tanque ¢ ‘© enchemos com leite em Ihes pd, que nao diz Peterson. “Entio mera no teto, enquanto nas pessoas ficavam alg nos lados do tangue, agitando galinhas mortas Acionada pelo computador, a camera que pende ao fundo se ‘move junto com a miniatura do trom para que a imagem final indistinta dé idéia de movimento ara fazer os crocodilos se mover Osartistas de efeitos especiais de hoje ousam mais do que os antigos, porque 0 o, Ima »btidas a quadro (stop tion), King Kong, por xemplo, costumavam mover-se aos trancos, mas néo saiam tremidas. Ora, visa filmada em movi puiblico est n quad como as de somo qualquer mento apresenta-se levemente tremi Ja,a ILM desenvolveuogo-morion, em jue um computador n pve tanto a ct mera quanto a maquete, para criar um istico, A arte de construir modelos também evoluiu desde a primeira encarna de King Kong. O fazedor de criaturas Tad Krzanowski, formado em Geolisi Poldnia natal ¢ detentor de um prémioda Acad ho na ILM. que est desenvolvendo para ido de TV: é recheado de fios, mimise transistores, “O truque todo é fazé-lo mover-se como um ani 1, no como um 10bd", diz. No de alguns modelos, 0 oper se em uma cadeira repleta de fios ¢ quando move um brago, uma perna ou 1 cabeca, o robd duplica o movimento. sentou um buldogue Em umestiidiodalLM, um tremesta voando. Enquanto um técnico trabalha A criatura de O se; {elta em computador. 1do do abismo, ‘num computador, a locomotiva em mi sustentada por uma armagio motorizada — executa uma da ve diante de uma tela azul, £ tomada para De volta para o futuro Ill, em yezde se arrebentar n a miniatura maiscompli outra ravina. E \da quea ILM fa Steve Gaw ou partes ativas. ja construiu. O maquetis 21 ga Em uma dessas gags, pode-se bombar assume feicoes hun iso de um scanner quido ocultonoténd mpo”. As roda: Um buldogue real examina de perto seu somethante eletronicamente controlado e cujos pélos foram implantados numa pele de espuma var. O: Je filmagem pe Ja ILM, contudo, conseguem leva-lo alturas, "Na verdade, a cdmera que s mo © trem parecerd your par longe. fazer acurvae voarde volta”. di Peter Daulton, qu: ue controla minal de video ¢ rum acomp: nha cada movimento da peca ¢ ajust stejaperfeita. A armagio, dirigida pel computador im inclinar-se en curvas imagindrias, elevar-se em subi das imagi embicar em descid: maginarias, Ao mesmo temg mputador move a cimera para tr nquantoDaultonf ienosajust No fim, os espectadores acreditarao ue uma locomotiva pode abrir a ‘oar, Mas, primeiro, os tecnicos pr rio climinar da imagem definitiva armaco que sustenta 0 trem. Al mais, 0 trem Vou apenas contra um: Ja azul; nfo hé paisagens embaixa mum céu cheio de nuvens acim: Como observa o diretor de pés-pro: ucio Ed Jones, “para criarmos uma Je imagens”. John Ellis, um dos vet ILM, é um campeao d Je fir m traball pm certas partes apagadas, a om partes revela. sutras por ar,¢ ainda projetando luz ate anduviche de film ob x imagens num novo filme, El auxiliares podem remover imagens Jesejadas (tais como a armagio qui sustenta 0 trem voador), Também pi Jem combinar imagens que nuni veram juntas na realidade. Em su Ellis mostra uma tira de filme em qu alriz Mary Steenburgen balanga di beca para baixo contra um fund brithante. Isso faz parte det para De volta par Hil, em nente, pendura-se de um tr m vimento. “Mary saiu-se bem damente”, diz Ellis, Ergue outro ps ydlas de um ti imagem co filme de Mary Steen so. manipulado: binados pa cabega para baixo, “F A obra-prima é o pseudépode de computador rios onze pedagos diferentes de filme para compo-la”, comenta. Embora O segredo do abismo nao tenha desperta: doo entusiasmo da critica, recebeu um Oscar de melhores efeitos visuais. Os tripulantes de uma estagio de perfura. go do leito submarino encontram ex traterrestres no fundo do mar. E criam um tenticulo de dgua para exa minar @ estagdo, Os espectadores ob: servam o pseuddpode serpentear pela base ¢ se comunicar com a tripulagio, espelhando seus rostos na sua ponta sensivel. Uma tripulante enfia 0 dedo ho pseuddpode e descobre que ¢ ape gua do mar. Os humanos ame drontados acabam batendo a porta contraele,e sua pontase dest chio. Entiio o resto do pscudépode se para 0 mar. O premiado espéci sspa e ondula como agua de verdade, mas foi criado em comput: dor. Terminada a criagio digital, fot 1.0 filme Antes de O segredo do abismo, os transferido pi especialistas em computacao da ILM deram vida a um planeta morto em Jornada nas estrelas Ill. Em O jovem Sherlock Holmes, fizeram um cavaleiro de vidro ¢ aco do vitral de uma igreja atacar um padre espantado. Encheram 0 eu de Xan com formagées de avides de guerra em O império do Sol Transformaram um corvo em tartaruga © uma sucesso de ‘outrosmonstrosem Willow — na terra da magia. E envelhe- 0 anos um horrivel ‘a em Indiana Jones ¢ a tiltima cruzada. Mas 0 psev: d6pode foi a sua obra-prima. Para mostrar comofoifeito, Steve Williams, um jovem animador de Toronto, treina: do nos esttidios Disney, cha mou na tela a imagem de um © protétipo do pseudépode E como se eu usasse mass de modelar digital”, diz ele. movendoomouse docompu: 0 r0b6 C-3PO, de Guerra nas estrelas, e ‘mullas outras glorias do género, como.a ‘mascara de Darth Vader e 0 Santo Graal 26 Um técnico aciona a camera no sistema do ofeitos, desde explosdes espacials al ador para retorcer aimagemnatela.O operador, explica ele, pode escolher entre 17,6 milhoes de tonalidades par colorir. Em um programa de comput dor, os animadores tinham criado uma réplica iluminada do set de filmagem, A medida que a forma do pseudépode se desenvolvia, 0 computador distri buiacorretamenteluzese sombras. En quantoisso,com umscanner (aparelho quedecompeumaimagem quesequer reproduzir), os animadores digitaliza- ram cenas jd filmadas ¢ as introduziram ids no computador, onde seriam com as imagens do pseudopode. Ridle, supervisor de computagio qyadro a quadro, usado para todo tipo ‘bolas de ténis enfeiticadas grifica da ILM, diz que os técnicos digitalizaram até as feigdes dos atores, permitindo que 0 pseuddpode as asse, “O ator senta numa cade! raio laser cincunda-lhe a cabe dindo seus tragos com preciso”, diz Riddle, Os dados sio entiio inseridos no computador. Filmes inteiros pode riam ser criadosem computadores. Ste ve Williamsprevé que poderosa que no se pode oque € real eoque nado 6”. Osmodclos desubmarinos de A cagadaao Outubro Vermetho, por exemplo, foram filma dos num estiidio seco, com vapor de leo mineral produzindo 0 efeito de fundo do mar. A computa Gio grifica acrescentou ele: mentos ao filme, para que 2 “Agua” parecesse mais real De acordo com o gerente da ILM, Scott Ross, um nova iorquino de 38, axofo- nista nas horas v ticagio dos efeitos visuais d4 ‘a08 cineastas nova liberdade Sete dos dez. maiores suces: 80 foram sos da década d filmes com efei observa Ross. * torescriamoque querem,se Se preocupar com a técnica de produzir aquilo”, diz ele itando O império’ do Sol. Alinhar centenas de de verdade com mill extras nas ruas teria sido um problema enorme,maso ize mos com um computador transformando um Unico avido numa esquadritha in teira,” Para os magos de efei tos da ILM, a realidade € 36 matéria-prima, . Richard Wolkomir SUPER MARGO 1991 A caminhada do bébado e o Teorema de Pitagoras Por Luiz Barco Pio, 20 sru70 de futuroe jengenheiros estudando a missio de calor, reparei ma dificuldade que tinham em perceber o que chama mos de Lei da desordem ou Lei do comportamento estatistico. Sugeri que eles lessem 0 livro de Georg Gamov Um, dois, és... infinito, onde 0 autor mostra 0 erro cometido pelos que pen: sam que, por sua irregularidade, 0 mo- vimento térmico nfo possa ser bem descrito matematicamente. Para ilus- isso, Gamoveseolheu um problema classico, 0 da caminhada do bébado. Imaginemos um bébado apoiado num poste. De repente, ele comega a caminhar sem destino, dando pasos Jo, ora em outra, de el. A que distil s depois de uma cente: na de passos irregulares? Parec impossfvel responder & questo, ma pode-se supor qual a distancia’ mais provavel entre 0 poste ¢ 0 béebado apés determinado numero de zigue zagues. Vamos desenhar esses zigue- zagues entre dois cixos coordenados {perpendiculares) sobre o pavimento, tendo o poste como origem. Chamemos de R,, R,, R, pectivamente a prim terceira, etc., enésima perma do zigue- Zague. E JE Xp Xp Xp X,€ Vy, VorVop Y, as suas projegdes sobre os eixos. x64 projegto da peru A secon ‘6a projegto da pema h, sobreo-ehoy Essas projegdes sto iteis, porque, por meio delas, pode-se calcular R, que € uma medida da distincia percorrida. O Teorema de Pitdgoras diz que os lados que formam o fingulo reto de um tri Angulo retangulo (catetos) elevados a0 quadrado e somados resultam no qua drado do terceiro lado (hipo bea (b 6a soma dex, +x,+-. + céasomadey, ty, + m +),) bserve que entre osxeosyexistem alguns sinais positives (0 bébado bébado se aproxima). Como. bébado se move ao acaso e tanto pode dar um passo em diregao ao poste como tomar © rumo contrario, os valores dos produ tos mistos (x, x,+X,x,+ ..) tm 50% de chance de sérem positives ou negati vos. Ao examinarmos os termos da Jonga soma vamos encontrar pares de ‘mesmo valor numérico, mas com sinais opostos que evidentemente se cance lam. Quanto maior for o ntimero de viguezagues, tanto mais provivel a ocorréncia dessa compensag&o. So- bbram, portanto, os quadrados dos x, x, x, ,ete.,uma ver. que os quadrados slosempre positives. Se chamarmos de X 0 comprimento médio da proje¢ das pernas do viguezague no eixo x, teremos N x x", 0 niimero de zigueza- gues (NN), vezes 0 quadrado do compri mento médio dos x. Repetindo o mesmo racioeinio para o paréntese dos Y, teremos R®= Nx'+ Ny! ou RP= N x (x'+ y’), Tal argu- mentagao 6 estatistica, pois se ancc no maior ou menor numero de ter- mos que se cancelam por nais opostos. Assim, a distancia R mais Wel entre 0 babado e 0 poste é: N (x? + y®)_ou, extraindo a raiz IN x Viet’ PME stinczsto Teorema de Pitégo ras, Ve"+y" € o comprimento mé dio de cada perna do ziguezague, que chamamos de L, ¢ entdo podemos es crever R= Lx WN, ou a distancia mais adoeo poste, aps certo mimero (N) de ziguezagues, al a0 comprimento médio de cada linha reta (L), multiplicado pela raiz quadrada desse ntimero (VN). Logo, se © bébado andar 1 metro (L =I m) de cada vez antes de ziguezaguear num Angulo imprevisivel, provavelmente tera de andar 100metros para ficar a 10 metros de distancia do poste A nattireza estatistica do exemplo fica clara quando escrevemos “a dis- tiincia mais provavel” ¢ nio “a dis ero de de um mesmo poste em ziguezagues diferentes, sem se trombar, depois de um tempo eles aca bardo se espalhando numa certa are: em torno do poste. E a distancia n dia na qual se encontrario do ponto de partida pode ser calculada pela re- gra que expusemos. Quanto maior o niimero de bébados e de ziguezagues, tanto mais precisa sera essa regra. Se trocarmos os bébados por bactérias € as colocarmos num liquido, observa- remos 20 microscdpio que elas e em constante ziguezague, obris isso pelo calor das moléculas que circundam — ¢ 0 chamado Movimen- to de Brown. A regra para entendé-lo €amesma_usada para calcular a dis- tancia do bébado ao poste. . Lutz Barco 6 professor da Escola de Camunica ‘9008 0 Artes ca Univorsidace do Sa0 Paulo 27 ree a EXel-Te) LW u eee eee ere rea, Derm e Career homem € mais eficiente e mais versatil animal ja inventado pela hatureza, Capar de c forga de trabalho até 20% das cal que consome — contra apenas 10% do segundo colocado nessa categoria, ‘ocavalo—,oorganismo humano, além disso, retém @ bom desempenho nas ancias. dos deser tos ardentes aos pélos gelados, Mas talvez nem precise fazer isso por muito ‘mais tempo, pois vem se encarregando trabalhadores ainda melhores js, Equipados com tecnologia vez mais ofisticada, osnovos ope rarios enfrentam, ineansaveis e sempre iveis. as tarefas eomplicadas, es tressantes ou per verter em pss que © homem, por diversos motivos, nao pode ou nao deve encarar. Eles prometem, por exemplo, revolucionar a exploragio do fundo do mar. que se quer transformar um permanente canteiro de obrase de pesquisas, ocupado por milhares de robds submarinos. “Sera como nos dias do Velho Oeste”, entusiasma-se 0 em: prestirio americano Graham Hawkes. Fundador da firma Deep Ocean Engi neering, ele conta ao jornal The New York Times que est preparado para produzir e vender maquinas espe zadas em servigos nas profundezas, A mais de 5 metros do alvo, estao totalmente perdidos Algumas delas jd esto trabalhando em verdadeiras expedigdes caca-tesou 0s, cujo objetivo € recupe rar objetos liosos que, no mm afundado Ges OU mes: passado, te momisseis. Ainda mais pro- missores. no entanto, sA0 0s dos na i distria petrolifera, Nao é preciso ir longe para desco brir o motivo, Basta visitar 08 pogos que a Petrobris perfura em alto-mar, junto 8 costa do Rio de Janeiro. Obrigada a realizar suas ati vidades no leito ocednico, em profundidades que vio até 05 1 000 metros, a em presa ja ndio pode prescindir da mio-de-obra dos rob0s. O maior deles atende pelo nome de Triton. Bai: xinho e atarracado — tem 1,32 metro de altura, 1,20 de largura € 142 de comprimento —, pesit 1,9 tonelada e é capaz de carregat 227 quilos de equips mentos em seus bragos. A. escuridiio te abaixo dos 200 a sério, mas con: metros, é um prob! an tornavel. O Triton enxerga, mais nada, por meio de du © Scorpio, com seus 1900 quilos, desce a0 m preto-e-branco — e para isso tem demonstracao, na foto maior. A direita, o Triton, igualmente pesado e ‘abil, repousa no hangar. Acima, © brasileirissimo Tatu, ‘om plena atividade nar os objetos com quatro Jampadas de 250 watts cada u instrumentos, no entante ndo estiio bem proximos de seu ‘A mais de 5 metros do objetivo, Tecnico a bordo do navio Posseidon guia 0 trabalho dos rob6s no fundo do mar(no alto). Os visores mostram Imagens de TV ¢ de sonar. Um bastao de videogame 6 usado para direcionar 03 aparethas (acima). Scorpio flexiona ‘0s musculos do braco, que pode carregar 227 quilos de ‘equipamentos (esquerda) © robo esta ec npletamente perdid aponta © engenheiro mecanico José Ani jo Galarza. A saida, entio, € apelar para o sonar, um olho que vé 0 som — trata-se de’ um aparelho que emite ondas sonoras contra um obsta culo e, em seguida, capta os sinais re fletides por ele, De acordo com esse eco, pode desenhar as formas que en: contra pela frente, © da Petrobras A cdiferenga € que o forte, pois tem um moto de 50 LP. que the permi te enfrentat correntezas de até nds, cerea de 5:5 quilémetros por hora. Ja 0 Scorpio, com uma po: téncia de 40 HP, nao se arrisca quando omar exi: velocidade acima do. 5 nds. Idiossinerasias & parte, ambos conhecem bem os servigos de rotina nas grandes plataformas, come controlar © fluxo de combustivel nos oleo. utos, abrindo e fechan: vulas, Ou en: ao, fazer reparos gerai do suas como apertar paralusos carregar © fixar hastes metilicas, ou desenrolar cabos elétricos e hidrau licos no leito ocedinico. Teoricamente, cles podem fazer tudo 0 que um homem faz", explica ‘engenheiroeletronico Antonio Chiu: dio Sant’anna, F: claro que certas com paragdes sto muito desfavoraveis. O brago mais forte de Scorpio, por exem: co movimentos diferentes, como er guer-se, girar, dobrar e assim por di te. O outro brago, chamado manipula dor, é um pouco mais fraco ¢ um poucd te movimentos mais dgil, pois faz até difer muito aguém do bray detém a marca insuperavel nos por enquanto — di tes. Mas, mesmo assi pelome tipos de movimentos. Por outro lado, ne homem ¢ capaz de t mente a cerca de profundidade alhar eficie 00 metra Nesse caso, 05 robs sacl melhor que 0s operarios, cont viu num teste efetuado pela Petrobras. A experiéncia consistiu em fixar um: das chamadas “arvores de natal”, ape lido que se da a0 complicado conjunto de valvulas usado para abrire fechar bora dois mer ihadores humanos trabalhassem na pogos submarinos. En © servigo, 0 Scorpio, $02! nutos. feit resume Carlos Vilarinho da Costa, es Fez mais depressa mais ben pecialista em robotica da empresa. O Robos podem visitar 98% do leito oceGnico teste dé uma idéia das limitagdes do corpo humanoe, por extensio, ilustra 0 grande potencial do trabalho com ro: bos. Os pocos da Petrobris ja esto no nivel dos 1 000 metros, é provével que se vé ainda mais longe. Masa marca de 320metros é considerada como olimite de resisténcia dos mergulhadores, pois a pressdo torna-se equivalente a 30 qui los Sobre eada centimetro quadrado do evitar problemas, eles os, antes da desci gos dias. Mesmo assim, nto podem demorar no fundo mais que oito horas e, depois de voltar 4 tona, levam mais de? dias recuperan: do-se. As méquinas, em vez disso, sio {do insensiveis a pressio da égua quan: toas reivindicagoes salariais. dem, portanto, ampliar a explora: ional n sas, © ainda des- nhecidas, planicies submarinas. Maisde90% do leitooe acessiveis aos robe lista americano Ro ve saber, pois é um dos dirigentes do Centro de Pesquisas Ocedinicas, da Marinha dos Estados Unidos, cujos es tudos comegaram ainda nos anos 60. Em 1965, um dos aparelhos projetados no Centro desceu a 26 metros €, de li, trouxe para asuperficie velhas pecasde afundadas. prep ha 48 maquinas na industria nano maistarde,omesmoengenho ou a proeza de recuperar uma que, por acidente, ha- 7 metros de agua, na 08 600 ro. com muito mais facilidade, Muitos deles podem mergulhar mais de 1 000 metros ¢, além de abjetos, podem ainda fazer p solo, soldar metais ou cortar cabos. Emoutraspalavras, asméqui ram-se mais versateis € mais in tes, Isso se deve, em grande parte, circuitos eletronicos acoplados is suas engrenagens. Assim, por meio de co- mandos mais simples, foi possivel obter maior ganho de forca nos bracos guindastes ¢ de agilidade nos bracos manipuladores. Outra novidade im 32 n 0S novos materiais, i, um plstico que tem a resistencia do‘ago: ou o titinio, um metal forte ¢ muito leve. que di mente se deixa corroer pelo sal. Os robés que operam no Brasil empregam algo diferente — uma notavel resina recheada de miniisculasesferas ocasde Vidro, chamada espuma sintitica. As esferas tem apenas 1 milimetro de dia metro ¢, em grande quantidade, pare cem um talco muito fino, cuja fungdo & portante for como 0 kevl tornar mais leves as pegas construidas com ela, Desse modo, pode-se con balangar 0 peso das partes de metal, que sdo os musculos da maquina ‘Afinal, enquanto fazem suas tarefas, os robdis submarinos tem que flutuar e nadar, a0 contrario de seus prin indiistria, que so fixos. Essa habilida- de sofisticou-se muito quando entr: ram em funcionamento as fibras éticas, npliando os canais de comunieagao entre 0 fundo mar ¢ a superficie. Sao SUPER MARCO 1991 acondicionadas dentro do mesn ‘que os operadores empregam ps ionar os robs. A di que, em vez de comandos elétricos. transportam grande quantidade de si nais eletronicos, responsdveis pelas imagens de televisao ¢ de sonar Foram essas teenologias que, a partir da década de 70, capacitaran para tarefas pretensiosas, como as que executam nas plataformas de petrdleo. Quasque podem vir executar, dentro de mais alguns anos, em muitos outros setores, A Franga, por exemplo, ja construiu intime Tos prototipos comoobjetivode recolherminerais raros no. leito coceiinico. E difi cil prever se os robOs avancarao mais yelozmente diistrias de terra firme, nas quais vem assumindo tarefas tais como ipertar paraLusos e fazer pontos de solda, num ritmo de milhares de operacdes ao dia. Desde 1982, por exemplo, clesde- sembarcaram na linha de produ: do da Volks: Wagen, em Sao Bernardo do Campo, SP, ¢ acabaram tor nando-se funda- mentais para a empresa. Das 24 miqui- nay existentes na fabrica, quatro modelos, det minados R30,sa0 mais espertos. dos de sensores magnéticos de izam e soldam com precisiio pontos diferentes na carrogaria dos ros Santana, Voyage e Fox. Ocapri cho € tanto, que o R30 nase limita a fazer o servigo: também registra 0 nt mero e a posigdo dos pontos de solda. Trata-se de um detalhe decisivo, pois 0 relatorio apresentado por ele — com rigor ¢ rapidez inigualaveis — é¢ aceito ‘no exterior como comprovante de qu lidade. Por esse motivo, tomou-se in- dispensavel na exportacio. homogeneidade de trabalho’ SUPER MARCO 1991 confi ma oengenheiro de manufatura Carlos Daniel Kibrit Além disso, acrescenta, ngo reclama de insalubridade, nao so- fre com os acidentes de trabalho ¢ adapta-se de imediato as mudangas, muito comuns nas modernas linhas de montagem, Embora seja cego, surdo ¢ burro — expresso empregada por Ki brit —, 0 R30 esta alterando toda a fabrica, pois permanece fixo em um local. Em vista disso, montou-se um vyerdadeiro autorama carros até ele — so correia wz de levar os i$ de trans: porte automaticas, guiadas por coman: dos eletronicos. Toda a preciso € pou: ca, diante das rapidissi < robd,cujocérebroeletrOni mem apenas meio segundo turalmente, manda execular as ta- refas com presteza equivalente. ‘Cada gesto seu, a0 longo da jornada, obedece a uma programagao predeter- minada, & qual obedecem, também, muitos outros equipamentos a sua vol ta, em perfeita sincronia. Levando isso em conta, ndo hf como duvidar do su- cesso dos novo: a Volks. ‘wagem, que ja possui 24 maquinas, esta importando outras catorze, mais sofis ticadas, da Alemanha. E certo que, fora da industria automobilistica, a mode nizagao é mais lenta, ma por isso deixa de existir. Jano pafs 48 robs em. atividade nos mais variados ramos de negocio, de acordo com a estimativa de Roberto Camanho, diretor da Sobra: con, Sociedade Brasileira de Comando Numérico e Automagdo Industrial. Camanho diz que também aumentao niimero de fabricantes brasileiros, en treos quais destacam-se empre aVillares-Hitachi, a Metrixer e Elas decidiram comegar pelos modelos mais simples. Os mais habilidososrobos da Petrobras, por exemplo, si0 es trangeiros — 0 Tritoné america: nto € 0 Scorpio. canadense. Seus precos oscilam entre as ponde raveis quantias de 700 000¢ I mi Thao de délares raztlopor que nao lo ados, mas: addos. Os menores, ¢ quipados apenas de uma cimara, saem por 1 200 délares ao dia; os maiores, dotados de bragos, por 2500 délares. Como excesio, existem nas pla taformas duas simpdticas ma quinas brasilet ras, trabalhandoa todo 0 vapor Construidas pela firma Consub ¢ batizadas de tui, vem por meio de cimaras de TV, enfrentam correntes de 2 nds ¢ descem até os | 000 metros. Esto preparadas efas rotineiras de inspecio ou reparo de cabos. Mais importante que nto, € seu papel simbolico, como 0s primeiros representantes de uma inddstria de vanguarda no pais. m= Flavio Dieguez, Suzana Verissi ‘@ Arnaldo Lorencat C2Ie rao FISIOLOGIA WATER ot yeas garota espevitada com jeito de moleque s6 que- ae ria saber de jogar handebol, pois adorava mar- car gols. Nem mesmo o grupo de pesquisadores Pie ices see een mT forca fenomenal nas suas pernas de 12.anos,afez mudarde idéia. Handebol, diziameles,eraum: error legiada daquelas pernas faria ae garota uma dtima velocista ou jogadora de basquete. A paixao por marcar gols, no entanto, falava maisalto de que RC DU eS RLU PC ttt ke em Cre kee Pee en eons mere Serrano emo en ait ganhou assim Hortencia, uma das maiores jogadoras que tC nC Oe oe enn Ci ere eee eee een ieee ar Me ccc rn ee sc nc etic PTI eT crn em ine ener Ce CTL Dee er Cenrnietre mn em etre Ue ee CS ee Re reenter te eer etm ieee vésperasdo Pan-Americano em Cubae das Olimpiadasde ees ee eee i ie ci Pe eee et ene re Cnt ter t g seus técnicos, mas de minuciosos testes conduzidos por Cerca meine tt et rin es nord oie crete ts Tren PC ee aes ee omer ar) er eC Omen cnt et ke mere tty PO ot eC EE ae MTree nn ee ns O Brasil, um pais de poucos campedes olimpicos ao longo CMe Se tee Recorde atual 9892 (Seul, 24/9/88) Limite estimado: Recordista Carl Lewis (Estados Unidos) Avangos tecnolégicos, como t8nis mais leves, contribuer para superar marcas em ™odalidades que exigem velocidade. Apesar disso, a grande responsabilidade de Tecordes esta nas pernas dos atletas. Além de possuirem uma proporgao maior de fibras musoulares rapidas, velocistas devem ter passada larga. Atletas pernaltas devem quebrar 0 recorde atual em alguns décimos de segundo, * 0s recotdes da matéria foram ‘|apUrados No hime MBs de janoiro de sua hist6ria, tem um trabalho um tanto artesanal para detectar talentos a0 esporte. Um deles foi elaborado pela equipe do Centro de Estudos Laborat6rio de Aptidao Fisi Caetano do Sul (SP), 0 C doa estratégia Z, tico que compara os dados de 15 000 pessoas de ambos os sexos ¢ diversas as elias aos de atletas de elite. E possivel pereeber, assim, que um atle ta tem que nés nao temos. Com base nesses ntimeros, sabe-se por exemplo quanto um jogador de volei como -and6 salta acima da média da pop ‘Se um garoto de 14 anos tiver uma impulsio proporcionalmente to boa, em re de, € provavel que se torne um bom jogador de volei , diz. 0 médico esporti vo Victor Matsudo, director do Cela fises. E claro que boas pernas nao bas- tam para prever que um garotoserd um atleta de alto nivel. Outras varidveis pesam, como coordenagio motora, velocidade e até vontade treinar ffl) scaxacierisicascomporaissiowio importantes que,conhecendo-se EB quais sao clas. ¢ possivel farejar um eampedo. Foi o Aurélio Miguel, medalha d Olimpiada de Seul em 88. Au sui no s6 uma eircunferéne 0 excepcional, como parece dbvio pa fa um judoca, mas também um étimo flego, que fez a diferenca nao tao ob via a seu favor na final. “Esse € 0 egre do de Aurélio Miguel”, revela Victor Matsudo. “Embora as’lutas de judd durem s6 cinco minutos, ele lutou qua tro vezes naquela noite em que ganhou Venee a final quem tem resisténcia para chegar & dtima luta em condigoes fisicas quase tio boas quanto as da primeira. etalhes como esse so a diferenca entre 0 0 vice. Para poder conhecer 0 organismo de um atleta ¢ saber onde ele deve ser trabathado. fisiolo cr naliade a qual desven: dam a intimidade de um corpo em mo- vimento. Um organismo nunca est em estado normal quando corre, pula, luta ou salta, jé que todo exercicio fisico ¢ uma sobrecarga a0 corpo, provocando 4o aos outros da sua de bra- fas se valem de uma pai aboratériocos alteragdes bioquimicas, cardiorrespira: (Grias © musculares, Essas alteragoes fisioldgicas indicam qu ritdria do corpo é obter energia para conseguir se manter em esforgo. Seumatle ou de o jogo terminar, 0s fisiolc do esforgo, analisando tais alteragdes, questo prio. sa antes de a prova, PO Perr. Ea eres) ea) determinam com alto grau de preciso a causa da fadiga em hora impropria. © corpo vai buscar essa energia em trés fontes. A primeira é usada ape- nas em casos de emergéncia, porque dura pouco e vem das moléculas de ATP armazenadas nas células. O ATP € uma espécie de bateria que esta ali justamente para liberar energia rapidi nho. Todo mundo usa ATP quando, sentado, levanta-se e comega a andar Nos primeiros dois ou trés segundos. 0 corpo usa o ATP armazen: pois parte par obten segunda forma de a transformagio da glicose presente no sangue © nos miusculos em mais ATP. Um velocista como Carl Lewis, na competigao dos nos de ‘ga na fren. para trans- 100 metros rasos, que dui 10 segundos para quem te, nao tem tempo seqn formar a glicose. TD ¢ emlugarde Carl Lewisestiver pista o brasileiro Joaquim Cruz, especialista na prova dos 800 metros, seu corpo vai, depois dos momentos iniciais, entrar no terceiro jeito de conseguir forca para continuar correndo, O método agora é decompor combustiveis energéticos, como gordu ps € proteinas, para ter como resultado gas carbénico, agua e principalm processo acontega, € necess: te energia. Para que esse senga do o} os combustieis. O cenaitio dessa reagio ¢ a mitocdn: dria, uma organela em formato de fei- jo que exis Jae faz papel de uma usin © atleta respira fundo ¢ Ascentenasem cada célu. Enquanto s células nio,ele esté na chama. SUPER MARCO da atividade fisica aerdbia forma mais eficiente de um corpo con: seguir energia, pois os musculos traba Ihor ¢ durante mais tempo los Eduardo Negrio, fisiolo. gista da Escola de Educagao Fisi Universidade de Sao P: Jo brasileira de vOlei no inicio dos anos 70, O unico inconveni: ente dese sistema ¢ a semelh: s celulares $6 comegam a 1 a pleno vapor depois ad voo na bandeja: rd rr dare) Creme clusiva sforgo. Porém, se por algum motivo o oxigé nio jo pelo atleta nao suficien- te para permitir a que tiveis, seu or tividade segundo estigio, quando a glicos transformada em ATP, ¢ & aqui que comegam os problemas. Embora te tagem de proporcionar energia rapidamente, o que se torna necessario le mais forca 1 capazes de spi dos combus. nismo,apelara para. a quando © corpo preci do que as mitocndrias gerar, a atividade anaerdbia tem um efeito colateral — 0 dcido lético. Temi da por atletas, técnicos ¢ preparadores fisicos, essa substineia, sobra da de composicdo da glicose, impede a con tragdo muscul: é pior, deixa o sangue dcido. f)}) :apatnando a producio de ete mentos bioquimicos que fazem a" (por ‘provoca dores e,oque cada fibra muscular se dobrar disso dor, odicido Litico levao O contra-ataque vem na forma de uma picarbon: co do corpo. série de 108, que o transfor mam em 4 carbonico. Isso resolve 0 problema dos muisculos, mas nao 0 do sangue. Acontece que 0 gis carbonico continua aaumentaraacidez sanguinea, um verdadeiro desastre para o bom funcionamento das células, es- pecialmente as nervosas. Tamanho se pelo ingue dicido, que existem cé s do cor po humano, encarregadas ex nente de vigiar 0 seu pH (indicador de acide), Assim, quando 0 sangue se torna dcido, essas sentinelas nervosas advertem o cérebro P déncias. “A respiragio torna jomar as devidas provi se entio acelerada e o atleta fica ofegante”, diz Neg Mas isso nao corre porque seus musculos pedem mais oxigenio, como pode pi 1 primeira vista,e sim porque so de pas Esse momento ¢ flag aboratério quando um pedalando ou corren: do numa esteira rolante, ¢ li gadoa um aparelhocomputa dorizado que desenha grafi cos coloridos. Neles, Negro acompanha alteragdes, con freqiléncia cardiaca, volume de ar respirado, consumo de Recorde atual 6,06 m (Nice, 10/7/88) Limite estimado: Recordista Sergei Bubka (URSS) © aparecimento de varas de fibra de vidro, substituindo as de aluminio e bambu, fez a curva de recordes ascender drasticamente. ‘Afinal, a vara de fibra de vidro 6 como uma catapulta, que aproveita a energia do atieta, enquanto ele corre, & ‘0 impulsiona para cima. Mas alguma energia ‘se perde em vibragdo —o atleta que evitar essa dispersio pulard mais alto. oxigénio © volume de gas carbOnico expirado. Esse aparelho — s6 existem dois no Brasil — revela particularid: des fisiolégicas impossiveis de ser de tectadas sem ele. As vezes, um atleta tem uma vent entanto, a0 calcular a pressio dentro dos pulmdes, o aparetho indica se aque- le atleta est levando para o sangue todo 0 oxigénio que inspirou” Negrao. Mesmo que seu sangue montesde oxigénio, temainda outro limi conhecido como VO, que determina 0 volt me maximo desse ga que suas cél seguem transformar Tm outro exame importante, Ear inica gota de sangue do atleta, reti rada do ldbulo da oretha ou da ponta do dedo, € colocada num aparelho que indica a quantidade de dcido katico. Somada essa informagio aos dados do grdfico, sabe-se em que momento 0 atleta passou a recorrer a0 proceso anaerobio, ou seja, cansou — ¢ isso costuma acontecer um pouco antes de seu organismo aleang: miar acrobjo, 0 consumo maximo de oxigénio. E nesse ponto do esforgo que o atleta deve trabalhar durante os treinamentos. S seu corpo nao aguentar xo dele, pode gastar horas correndo nos treinos, mas sua condi No spree de campeao até 0 podium, contudo, a evolugdo do preparo fisico chepa na melhor das hipdteses ‘mo maximo de oxigénio é 60 mililitros por quilo por minuto. O fisiologista Antonio Carlos Silva, da Escola Paulis- ta de Medicina, que hid quinze anos se dedica a avaliagao de atletas, deparou com esse caso. “Um treinamento de éxito condicionaria aquele maratonis- ta a consumir 72 miliitros por quilo por minuto, quando sabemos que um maratonista de nivel internacional su- lembra Silva. O brasileiroem questo estaria derrotado antes mes- mo do tiro de largada, Nem sempre, porém, a capacidade de consumir oxigénio € 0 Um ‘mas seu adversdrio talvez demore mais tempo para fabricar deido lético, um freio para os musculos, que comeca a ser liberado antes de 0 organismo es: gotar suas possibilidades de buscar €nergia no oxigénio. Na arranca aerébia, 0 adversario tem menos aci- dez no sangue e esta menos cansado ‘Academia: saude para todos Ao alcance | dos mortais bricar superatletas tinica misso dos laboratérios fisiologia doesforgo. Aotra bem com quem ssemexe por esporte, oscientistasestabelecem parimetrosde atividade fisicapara pessoas tao diferentes como cri angas, idosos, mulheres gravidas, diabéticos. "Ginésticanaofazbem da mesma maneira para todo mundo”, adverte o fisiologis Antonio CarlosSilva. Assimcomo os atletas, cidadaos comuns, ‘quando treinam menos do que 0 ideal, nao tém beneficio algum. Porém,aofazerestorgo demais, | © atleta costuma parar por ci do cansago, que literalmente seusmiisculos."Quemnaotem | ‘omesmo preparo fisico talvez no sinta nada ao cometer excessos, ‘mas Scu organismo sempre sofre algum dano”, comenta Silva. Por isso, 08 mesmos exames realiza- dos nossuperatletassao repetidos em gente normal, para também se conhecer entre essas pessoas os limites individuaisde esforgo. Isso, fornece subsidios amédicos e pro- fessores de educacao fisica para que nao exijam de cada pessoa mais — ou menos — do que seu ‘organismo pode suportar. SUPER ARCO 1991 ‘asrav ae Saltando em nimeros Em apenas um grafico, a biomecanica descobre falhas. No jem altura, quando toca 0 chao e pula, 0 atleta tem que transformar © impuiso horizont em vertical. A linha continua mostra um. salto correto, com a forga horizontal totalmente negativa. A 1a pontilhada indi para a frente: vé-se que o saltador v o que eles tém As diferengas entre um brasileiro comum, ‘um maratonista eum velocista ‘SUPER MARCO 199° 1 forga horizontal positiva, ou deslocamento derrubar 0 sarrafo, (© que pode se traduzir em vit6ria. Por iss0, 0 objetivo do treinamento pode ser empurrar 0 inicio da produgio d fcido kitico cada vez mais para perto da linha de chegada, se possivel alem dela, Varios motivos podem atrasar a en trada do acido kitico na jogada. Parte do dcido é transforn 's proprios misculos em substincias inolensivas, Esse processo pode ser acelerado por algumas enzimas, cuja produgio sera tanto maior quanto mais © musculo for requisitado. “Existem evidencias, po rém, de que a capacidade de gerar en: vimas também é determi camente”, observa Antonio Carlos Silva. Porianto, j4 do berco, algumas pessoas t marca de atleta ida geneti ‘0 treinamento, a repeticao in Fe ees determinados musculos tem no retardamento da produgao de acid la {ico a razao de ser. Numa tentativa de mender & demanda in vel, as mi tocdndrias das eélulas se multipli Resultado: a capacidade de gerar ener ‘com oxigénio aumenta.Comosenio tasse, doses cada vez maiores desse a8 so’ servid 10s musculos. [sso porque o desenvolvimento muscular é Esse 60 por de atin fica de braseros do soko masculno entre 20 022 anos oe ade, Se fossa ain dos Estados Uris, eri eer, Os amatear pasa a dca 72.82 gis; a balnga change evo 997 ule no co on wean yande massa muscle. olune maximo sare bombeado: 5 ros Ices carca orp, ‘5 batmenios por minuto Recorde atual 8,90 m (Cidade do Mexico, 18/10/88) Limite estimado acompanhado pelo cresci mento de mindsculos vasos capilares, que levam sangue oxigenado a domicilio. Na comparagao do fisiologista Silva, “é como se as fibras musculares ganhassem um sistema de transporte de en uega ripida”. Além disso, 0 exereicio constante amplia as cimaras do coragaio do espor tista, Isso aumenta 0 que os cientistas chamam de déficit ‘diaco, 0 volume de sangue bombeado pelo co cada batimento. No esforgo,a frequéncia cardiaca deumaileta em relagdoauma pessoa sedentéria, do mesmo sexo € idade, deve ser muito parecida, mas 0 cor treinado empurra mui sangue de uma s6 vez. Moral da historia: o misculo do atle ta aproveita mais o oxigei que chega em quantidades maiores ¢ num tempo menor. exdugo do is ideal para todas as modalidades esportivas. Isso € muito bem adequado 8s atividades que exi gem resisténcia, chamadas acrobicas, basqucte, vole: ou futebol, Nos muscu los dessesatletas predominam as fib Jentas, que se contraem sem muita 6, mas aguentam um trabalho prolon 100 metros ra peso, que exigem mais forga do que movimento, dependem da capacidade dos milsculos de estocar energia na for- ma de glicose. E ela o combustivel pre ferido pelas fibras musculares répidas, ‘que se contracm com muita forga, mas se cansam facilmente letismo, ou ainda levantamentode Fica patente que os atletas sto feitos sob medida para seu esporte. Enquan: to 05 que precisam de resistencia siio preparados para chegar ao fim da prova oudo jogo antes que ocansago osalcan- €¢, 0s que dependem da forga sao trei- nados para ganhar massa muscular, a fim de ter maior reserva de energia. Mas no esporte de alta performance, onde centimetros ou centésimos de se gundo valem a vit6ria, os talentos na turais pouco valem se nao forem leva- dos ao limite pela ciéncia do esporte. Nem adianta apenas treinar, 0 que na opiniio de Valdir Barbanti, professor da USP e preparador fisico da Selegio brasileira de basquete, ¢ simplesmente uma repeticao dos movimentos certos. Se oatletaos fizer de forma errada, nao evolui. E por esse motivo que hi cerca de trinta anos se desenvolve outra for ma de trabalhar esportistas de alto ni vel, a biomec fisiologia, que investiga as por dentro do corpo, a biom preocupa com os aspectos externos, ou ‘0s movimentos e comportamento dos miisculos durante uma competica ponto de partida éa antropometr célculo da massa corporal segundo um nica. Ao contririo da modelo mater determinar, entre outros parametros, 0 centro de gravidade do corpo — um dado fundamental quando se estuda movimento. Mais complicada é a ele- ica que permit a0 pesquisador da biomecdnica saber uais 0s muisculos ativos em cada passo de um atleta. Como 0 miisculo se con. trai por troca de cargas elétricas, & pos. sivel saber se ele esté em repouso ou fazendo forga com 0 eletromidgrafo, um aparelho ligado ao corpo que capta, a frequiencia desse sinal elétrico. O ele- tromidgrafo envia o sinal a um compu: tador e tem-se como resultado um gr fico com linhas semelhantes ao de um eletrocardiogra IE‘ undador do recém-criado labo- ratério de biomeednica da Edu cagao Fisica da USP, 0 professor Alberto Carlos Amadio exemplifica a aplicagao da eletromiografia a0 estudo do salto triplo: “Sabendo quais muscu- los das pernas um triplista ganhador de medalhas usa em cada fase do salto, € quais ele deixa inativos, temos um modelo da aco dos misculos num sal- to ideal”. Umatleta q te faz 0 mov contraidos miisculos que deveria rela- xar, ou vice-versa, ¢ flagrado em erro por esse método. A terceira area da biomecanica é a dinamometria, 0 estudo das forgas de reagio do solo ao impacto do corpo (gréfico). Ela€ medida pela plataforma de forca, uma placa de ago sustentada por quatro pequenos aparelhos sensi- pressio. Ligada também a um computador, a plataforma dé 03 grafi- cos de trés foreas toda vez que alguém pisa ali: vertical, para baixo; horizontal, no sentido do movimento; transversal, cinemetria analisa a posi¢do das partes, do corpo no espaco. Isso € feito com. climaras de video ou filme, que re tram imagens posteriormente digitali- zadas e passadas a um computador. A rotina de treinos e competigoes sobrecarrega niio 60 fisico de um atle ta, mas também sua cabeca. O preparo psicol6gico, por isso, cada ver mais de cide 0 jogo a favor de quem o tem. Ele se resume a caracteristicas psicofisiol<. gicas treindveis como masculos: aten glo, concentragio, percepeo, memé: fia, pensamento, sentimentos ¢ cmo- go. As técnicas sio variadas, desde pedir a um jogador de ténis que fixe 0 olhar numa bolinka por cinco minu: tos, até criar num jogador o habito de visualizar a partida desde o dia ante: rior para entrar na quadra psicologica: mente “aquecido”” “A preparagio psicolégiea € to im- portante quanto a fisica” psicdloga Regina Brandio; dora do setor de psicologi fises. “Nenhum atleta perde condicio- namento fisico de repente—somentea varidvel psicolégica afeta a pertor- mance de um dia para 0 outro”, consta- ta. Numa Olimpfada, em que os com: petidores disputam varias provas eli minat6rias e depois as finais, a cabeca precisa estar em ordem todo o tempo, por varios dias. Nao é a toa que a nor. malmente inabalivel frieza dos atletas soviéticos e dos peu os levou muitas vez: podium — a tradi aplicada ao esporte, a, € centenari enhum ad ff derrotar os gélidos atletas da antiga Cortina de Ferro como Seu proprio destino histérico, o fim dos governos socialistas. “Quando ruiu 0 sistema politico, nuit o sistema cient fico-esportivo sustentado por ele alisa Alberto Carlos Amadio, que estudou por cinco anos na Universida- de de Col6nia, na Alemanha. O mode- s eficiente de fabricago de me. dalhistas de ouro foi levado a cabo pe- la ex-Alemanha Oriental com o Insti- tuto de Leipzig, uma fabrica de espor- tistas finamente talhados por mais de 600 pesquisadores, que hoje esta as ‘moscas, “Com o fim da guerra fria en: tre Ocidente e Oriente, as perguntas que se fazem agora sio: para onde vai Oesporte de alto nivel, e para que so- mar medalhas numa Olim ‘Amadio. . da psicologia a Unio Soviéti Recorde atual 4min03s85 (Seul, 22/9/88) Limite estimado Recordista Janet Evans (EVA) Poucas ion eae tém mostrado fo aecao tonic. O as feminina. numero de nadadoras de alite cresce, 0 treinamento & ‘mais aperteigoado e surgem novidades, como piscinas Jo cndas. Poa perorance ‘ondas. das atuais nadadoras, hd quem acredite que, no futuro, elas irdo superar os recordes masculinos. a” ACTS Oi a Dee ee omy Ce ra Ce UR Ue Cee Le) Me Reo erty estimulam a consciéncia ecolégica no pais x ‘os ltimos seis meses, a rotina da veterinatia Rose Lilian Gasparini nao tem mudado muito. Cedo as 7 horas, ela jé esta a cavalo, pronta para uma Visita de inspecdo a quase uma dezena de piquetes, como sao chama- dos os pastos de 9 hectares onde esto confinados exatos 30 cervos do Panta- nal, resgatados das virzeas do Rio Ti {@, inundadas pela Hidrelétrica de Trés Irmaios, em Sao Paulo quase na divisa ‘com Mato Grosso do Sul. Durante cer- ca de duas horas, ela percorre a area A procura desses animais ¢ observa seus habitos. Quando 0 sol ja esta alto co i Ve ts calor excessivo espanta os cervos para Onde o ambiente da diploma ‘As insttugdes que oferecem cursos de Ecologia ou de Ciéncias Ambientais ECOLOGIA Unespifie Caro Inpantanaus, UFMG Belo Horzorte, UPSCarrSto Carlos USP.S80 Pal, Uneametcanprnas: UFRGSPoeD opr, UnavBrasta InpwManaus, UFSCarSt0 Cares, Uncamprcarpinas CIENCIAS AMBIENTAIS LUFRUo do Janaio, USP So Paulo UFR de Janeiro seus esconderijos no mato, a ve~ {erindria, uma moga decidida de 23 anos, est de voita. Durante 0 resto do dia, oseutrabalho émais burocritico. Ela transforma as informagdes que obteve em ano- tages que servirdo para 0 co- nhecimento dessa espécie de animais hoje em extingio, mas que outrora habitava da Regio Centro-Oeste até 0 Sul do Bra- sil. Seus relatdrios so valios quase nada se sabe sobre esses bichos ariscos que facilmente podem morrer de susto quando capturados e pouco resstem & vida em cativeiro. “E um trabalho lento, mas que vale a pena”, explica a veterind- ria, O objetivo de Rose € garantir a sobrevivéncia dos cervos em semicati veiro para que a espécie, no futuro, mais adaptada a presenca do homem, tenha condigées de voltar a viver em féreas preservadas do Estado de Sio Paulo. Ha dois anos, recém-formad: ela nem sabia das experiéncias de ma- nejo de animais silvestres em extingio, alids, pouco conhecidas em todo o ter- ritério brasileiro, onde as construtoras de hidrelétricas costumavam simples- mente abandonar os animais a propria sorte, ou executar uma operagao de salvamento de tiltima hora nas reas prestes a serem inundadas. Na época, apesar de ser uma paulistana pouco entusiasmada com as promessas da vi- da campestre, Rose tinha um objetivo incomum entre os colegas: dedicar-se ‘@ uma atividade ligada & conservacio do meio ambiente. “Nunca pensei na natureza como algo intocavel”, afirma, “Mas acredito que 0s seus recursos po- dem ser mais bem aproveitados.” Hoje, trabalhando na reserva de Pro- miso, no interior paulista, que a Cesp (Centrais Elétricas de Sao Paulo) ‘mantém como um dos lugares de pre servagtio dos cervos do Pantanal, Rose 44 Romanini: testes na dgua ‘Salvamento de animais om dreas inundadas: uma técnica ultrapassada j4ndo é uma raridade em sua gcrai0, —— tendéncia dos novos profissionais. saidos da universidade €, cada qual em sua especialidade, procurar maneiras de estabelecer uma convivéncia har- moniosa entre natureza ¢ desenvol mento — por mais que essa idéia soe como utopia no Brasil de hoje. Em sua maioria, ndosio ecdlogos —alids, uma palavra to nova que nem existe no diciondrio. A atividade também nao estd regulamentada, mesmo porque 86 existe uma Faculdade de Ecologia em todo o Brasil. Trata-se de uma das unidades da Unesp (Universidade Es- tadual Paulista) que fica em Rio Claro, € cuja primeira turma formou-se em 1979, Esses profissionais — cerca de 300, como calcula 0 professor José Galizia Tundizi, da Universidade de Sitio Paulo, presidente da Sociedade de Ecologia do Brasil —séo bidlogos, ge- Glogos, agrénomos, que trabalham ‘em universidades, Grgaos do governo, ‘empresas de consultoria ou entidades ecoldgicas. Em geral, motivados pelo trabalho que realizam, acabam ape feigoando os estudos em algum dos seis cursos de p6s-graduacao em Ecologia do pais (veja tabela). Rose: cuidedos para garantr a vida dos cervos Ecoélogos e ecologistas Os ecélogos nao devem ser con- fundidos com os ecologistas, mili tantes das 2.500 entidades ambien- talistas existentes no Brasil, a maio- ria nuicleos de algumas centenas de pessoas, dedicadas a alguma cam- Panha especifica. Mas isso nio si nifica que os militantes nao tenham especialistas contratados em seu meio. A SOS Mata Atlantica, por exemplo, criada em 1986, com 3 000 sécios, emprega 23 funciondrios, en tre eles, um bidlogo, um advogado, um arquiteto, um agronomo ¢ um engenheiro florestal, que trabalham €m projetos como a implantacao do Parque Estadual da Ilha do Cardo- so, em Sio Paulo, ou acriagao de um banco de dados de conservagio da natureza, que utiliza imagens de sa télite. “Precisamos de um corpo t6c nico qualificado para acompanhar SUPER MARCO 1991 05 projetos que podem causar algum dano a natureza € para fornecer infor- magées sobre meio ambiente & popula gio”, explica Clayton Lino, diretor de Ciencias da SOS Mata Atléntica, Ha dois anos, Lino demitiu-se de seu em- prego como diretor do Departamento de Parques da Secretaria do Meio Am- biente parase tornarfunciondrioremu- nerado da entidade. Da mesma forma, ha trés anos, a ecéloga Lourdes Ferreira trabalhava no IBDF (Instituto Brasileiro de De senvolvimento Florestal) em Brasilia, Entiio j4 era sécia da Fundagao Pro- Natureza, uma entidade com cerea de 500 associados e que tem uma série de Lino: entidades precisam de técnicos qualificados projetos de recuperagaio de dreas de. gradadas no cerrado. Lourdes saiu do IBDF e hoje € funcionéria da Fundacio, responsdvel pela implan: tagio do Parque Nacional Grande Sertao Veredas, em Minas Gerais, ‘que aentidade patrocina com o Iba- ma (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Re- novaveis). “Fago praticamente 0 mesmo que fazia no governo, mas ygora eu tenho mais controle sobre a execugio”, afirma. Lourdes acredita que outros profissionais. poderiam trabalhar em entidades ambient listas, mas, por enquanto, nao har cursos para contratar mais pessoal. ‘A. quase totalidade das verbas vem de doagdes de entidades internacio: nais e se destina a proj tos especificos”, explice Os técnicos trabalham sem_vinculo empregati cio, Quando 0 projeto acaba, eles vioembora.” Quando se fala em Ecologia, a pri meira imagem que vem A cabega é a de uma ruidosa manifestagdo de militan- tes do verde contra a instalacéo de al: guma fabrica malcheirosa, pela preser vagao da Mata Atlintica ou o fim da cagaasbaleias. aso, prime’ impressio faz sentido. Apesar de 0 Brasil estar vinte anos atrasado em re- lagio ao despertar ecolégico que sacu: diu os Estados Unidos, a Europa ¢ 0 Japio, também por aqui as entidades preservacionistas t€m chamadoa aten- ao com campanhas pela melhoria da qualidade de vida. Talvez por isso os técnicos que estudam, identificam ¢ apontam solugdes as vezes ousadas pa- ra os problemas causados pelo homem ‘natureza acabem associados ao ativis- mo ecol6gico. Na realidade, acontece © contrario, A militancia esté deixando a fase em-que valia mais 0 entusiasmo, para alcancar causas imediatas, © se ‘empenha na realizagao de projetos de manejo sustentado da natureza. Ho} uma entidade como a Fundagao SO’ Mata Atlantica, por exemplo, re profissionais de diversas entidades go Vernamentaise privadas visandoavaliar as possibilidades de usar imagens de satélite de sensoriamento remoto para umbanco de dados da loresta (quadro). Ha dois séculos, cientistas relacionam vida e ambiente A ciéncia ecolégica, por sua vez, 6 | muito mais antiga do que @ militancia | com que frequentemente passou a ser | confundic Remonta ao século XIX, | época em que ocientista inglés Charles | Darwin (1809-1882) revolucionou a Biologia com a sua teoria sobre o me- canismo da evolugdo das espécies. ‘Como uma chave para tentar explicar | por que algumas espécies ganham me- Ihores aptidées para desbancar suas competidoras, 0 z06logo alemio Ernst Haeckel (1839-1919), admirador de Darwin, usou a palavra “ecologia” pela | primeira vez. numa conferéncia profe- rida na Universidade de Jena, Al nnha, onde lecionava. Jungio das | ras gregas oikos (casa) © logos (co: rnhecimento, estudo). Ecologia signifi ‘cao estudo do lugar onde se vive © das. relagdes entre os organismos ¢ 0 seu ambiente. Dizem os historiadores des- | Sacigncia que Haeckel inventou a pa. Javra, mas nao a aplicou no seu proprio trabalho sobre a morfologia — estudo das formas — de seres microscopicos. Nesse caso, a Ecologia deve muito mais a outros cientistas da época, como 0 naturalista alemao Alexander von 45 Fase atual ainda é de aprendizado Humboldt (1769-1859), que mostrou a influéncia do clima sobre a vegetagao,e © botinico dinamarqués Eugenius Warming (1841-1924), considerado 0 primeiro ecologo, por ter pesquisado ‘como as plantas se ajustam ao calor luz, alimentacdo ¢ a igua disponiveis Diferentemente das ciéncias exatas Ecolo; ou de empréstimo os conhecimentos da Geologia, Biologia, Fisica € Quimi a, para analisarumrolde fatores,como a transferéncia de energia e matéria alimentos, agua e oxigénio que afetam populagdes © comunidades. numa de terminada area. Quando fala de com 1, muito mais abrangente, to nidades, a Ecologia nao tem limites, A mais nua das rochas da Antirtida fervilh: croorganismos”, lembra 0 ecdlogo Sérgio Rosso, da Universidade de Sao Pau lo, Rosso estuda, hit anos, a vida das: thdes, dos ourigos-do-mar das anémonas, da vegeta gio, das bactérias, enfim. da rica comun Fes vivos que ocupa os cos. tes rochosos brasileiros sala, no Depary mento de Ecologia, estio guardadas centenas de frascos contendo pequeni Os 01 espera de serem identifi ‘eados. Minucioso, Rosso enume ‘0s, que depois so transformados em modelos nocomputador, a frequién. que essas comunidades apare cem nos rochedos do litoral. “Se eu acompanhar 0 ciclo de vida dessas po pulagoes durante o ano, posso identifi car quando um fator nal estiver ocorrendo”, explica. Por fator anor mal leia-se qualquer espécie de polu do invadindo as praias. Durante anos, osamericanos fizeram, esse tipodeestudona po de Chesapeake, no nordeste dos Est dos Unidos. Hoje, gragas aos p {ros ali obtidos, eles tem condigdes de controlar qualquer ameaga a outras reasde risco do litoral, Rosso que isso também poderia acontecer nos costoes brasileiros. Ele pretende este ano eoneluir a anilise das espé 46 cies existentes na Praia de Barequeca ba, no litoral paulista, para apresentar Jos que devem ser tomadosna construgdo de um emis. sirio de esgotos. Da mesma forma, 0 Rio de Janeiro, ainstalagdo de um polo petroquimico em [taguai, proximo d Baia de Sepetiba, s6 tera inicio com a aprovacao do Rima Impacto Ambiental efeitos da Relatorio de que a dustria sobre © litoral s, quando comecou jo.o polo petroquimico de Cubatao, no litoral paulista, 1 se preocupou com eles. Eo re lo todos conhecemos kamen. tamos; Cubatao ganhou 0 titulo de camped mundial da poluigao, Essa diferenga de tratamento entre 0 quando a preocupagio com ‘© meio ambiente era rotul mantismo—e o presente mostra como mudaram os valores das questes de poluicdo. Foi-se 0 tempo, por exem: plo, de obras como a Hidrelétrica de Balbina, ao norte de Manaus, sempre lembrada quando se fala em falta de planejamento ambiental. Balbina. Inaugurada ha dois anos, inundou uma fea equivalente a do lago de Tucurui sepultando madeira nobre ¢ um ntime- roincalculivel de a cer trinta vezes menos ener usina paraense, Se fosse pla je, depois de promulgada a nova Cons. tituigio, sua licenga dependeria de uma anilise prévia do impacto ambiental que viesse a provocar. Mais recente: mente, a construgao da barragem de Rosana, no Rio Paranapanema, ao Paulo Pat na, foi precedida por um estudo da qu: tificagio de grupos de peixes, plancion e algas. Além disso, toda a drea a ser inundada sofreu um processo de des matamento, “Assim, quando 0 lago comegou a cobrir a regiao, hi quatro ‘anos, ndo havia exeesso de nutrientes provocado pela vegetagdo apodreci da”, explica o bidlogo Pedro Umberto Romanini, da Centrais Elétricas de Sio Paulo, responsavel pelo Durante esse tempo, Romani Jetas bimestrais de dguae participou de pescarias periddicas na regido, até po- der afirmar, de maneira categdrica: Devido aos nossos cuidados, ocorre ram poucas alteragdesno ecossistema Quando a Rio— Santos, ligando 0 li toral paulista ao Rio de Janeiro, foi construida vinte anos atras, pouca gen- te no Brasil dava atengio as questoes SUPER MARCO 1991 da natureza, A estrada avangor praias, lavouras, escarpas € 1 Serra do Mar, causando consid perdas ao patrimOnio turistico que pre: tendia valorizar. Atualmente, sem ter nas méos um Rima, ninguém pode construir uma obra de porte com im pacto ambiental. Foi assim no projeto da Rodovia do Sol, que ligaria a regiao SUPER MARCO 1991 Imagens que nao devem se repetir: poluicio ‘som controle om Cubatao, ‘madeira sepultada em Tucurui e desmatamento na Rodovia Rio—Santos metropolitana de $40 Paulo a0 litoral norte do Estado, “Pas- samossemanasnomeiodomato para identificar as espécies de Yegetagio que estariam no minho da estrada”, recorda-se © ecélogo Waldir Mantovani. Um dos raros especialistas bra. sileires em fitossociologia, ou estudo das comunidades de plantas, Mantovani foi contra: tadocomo consultorda Thema Engenharia, encarregada das obras, para fazer um estudo que oferecesse subsidios ao Rela \ério de Impacto Ambiental. Foi um trabalho minucioso, al contaram-se as pl a variedade de espécies em eneostas, fundos do vale € no alto dos morros do Parque Es- tadual da Serra do Mar, uma das poucas reservas da Mata Atkintica que ainda restam na costa brasileira ¢ por onde pas aria a rodovia, “O desmata- ‘mento em declives tao acentua dos traria o grande perigo dos desabamentos”, conciuiu Man tovani. "A vegetacio restante também nao resistiria as alteragdes do terreno.” Essas consideragdes foram debatidas em audiéneias publicas que contestaram a validade da estrada. O Estado, agora, terd de procurar uma opel que provoque menos prejuizos ecoldgicos, mesmo que isso signifique gasta pois 0s Orgies ambientais sO permitem que as obras sejam reali zadas com a aprovagiio dos Rimas. Por isso mesmo, resume Mantovani, “esses relatGrios silo um recurso importante ‘desde que bem feitos”. Mantovanise refere assim a falta de preparo de uma parte dos téenicos que produzem os relatorios. De fato, nesses tempos de aprendizado sobre como concihiar de senyolvimento com natureza, por falta de informagio, ou simplesmente mé- nésticos cle impacto am: bientalsdo superficiais ou acabam omi- tindo problemas ecoldgicos e sociais. f6, varios di Técnicos devem con obras com natureza Por causa disso, pessoas como 0 € nomista Emilio Lebre La Rovere, ex dde Energia da Finep (Fi de Estudos ¢ Projetos). necessidade dle implantar 0 primeiro curso de pés-graduagao em Impacts Ambientais a funcionar no pais, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRI), Seu objetivo,como coordenador docurso,¢ formar equipes multidiseipli ‘economistase outros profisstonais mais acostumados a fazer contas para dimi nur oscustos das obras do que apensar no prego da qu: Mais amplo do que a pos-graduagao em Ecolos Impactos Ambi 65 problemas relaciona ureza sob o aspecto da legis: io, da seguranga de construgdes, da do impacto social. Se gundo La Rovere, “na maioria dos 6r ‘los do governo e da iniciativa privada, 5 departamentos de meio ambiente nao participam do processo de decisio. E preciso mudar essa mentalidade”, O exemplo da UFRJ foi seguido em Sio Paulo, e hoje a USP esta iniciando também a su oem Cien cias Ambientais, reunindo especialis tas em Engenharia, Satide Publica, Fi sica e, naturalmente, Ecologia, Segun do a coordenadora’ do curso, Sylvia Campliglia, diretora do Instituto de Biocigncias, “existe, no pais, uma e trutura de defesa contra problemas de meio ambiente que funcio maneira isolada, Por enquanto, esta mosaprendendoa apagar inc formarmos mio-de-obra, vamos esta belecer uma estratégia global pa acabar com 0 fog0 . Martha San Juan Franca Para saber mais Historia de Eeoloi, Pascat Ac chefe da are nanciador: sentiram a Eto 47 mar, COT 5 4 Fo Vac Re cle (io aa ae ha quem pesquise e teorize a respeito a rer foc o Atlantida ma ilha fantistica que desapareceu sob as aguas COR ce UU DO Cd através dos tempos. Viirias sio as opinioes sobre Preteen ene eto eMC ee Cee en eee modo como desapareceu. A primeira referéncia sobre a aS (ida aparece em dois célebres didlogos de Platao, Seen Ns erence he eC POG meee Ud Oars Ro Aa pce onal 5 fete tar —e cujos “reis havi pério grande ax rae oth Era, maior que a Asia ea Libia juntas emaravilhoso”, No outro dilogo, cha. n Adlénutida, Platio. sempre pela boca de Cr maiores detalhes sobre aquela socied: de. Conta que, quando os deuses dividi ram as terras do planeta entre si, Po ado Critias, ou A seidon (o deus dos mares) ficou com a Itha de Atlantida. Em uma montanha no centro da ilha vivia Cleit6, uma jo vem mortal por quem 0 deus se apa xonou. Para proteger sua amada, ele montana, rodeando-a com ua e terra, fos. os, alter \damente Da unio de Po seidon ¢ Cleité nasceram dez. fi thos homens, em cinco pares de gé meos. Poseidon dividiu entaoailha emdezpartes, uma para cada um dos filhos. O mais ve Iho recebeu 0 Atlas, que em grego si nifica suporte, © que passou a de signar a ilha inte ra. O trono er herdado pelo fill um dos reis, e 0 poder se conservou assim dura Platao, era maior que a Libia e a Asi juntas, pelo menos do que se conh desses territ6rios na época. Muito rica, dispunha de grande quantidade de ori alco, uma espécie de liga de metal » mais velho de cada te séculos. A ilha, segundo muito valiosa La viviam muitos ani cose selvagens, incluindo elefantes,ea ntida- am todo © terra proporcionava grande qu de de frutos. Os reis tin poder sobre seu reino e faziam a maio- ria das leis, podendo castigar e conde ara morte quem quisessem. Contudo, © poder de um rei sobre outro era dita: do pelos decretos de Poseidon. Um avada pelos primeiros reis sobre uma coluna de oricalco que se jemplo em honra a Po- seidon,nocentro dailha, ordenavaque issem periodicamentea cada cinco ou seis anos, quando acontecia um julgamento mutuo. A cerimOnia se iniciava com ritos O filosofo ateniense Platao. © circulo de ithas de Santorini, 3 600 anos apés a erupcao do vuledo, téureos. Os reis ficavam sozinhos no recintosagradode Poseidon, onde eram soltos varios touros. Eles tinham de capturar ¢ degolar 0s animais, apés que se aspergiam com seu sangue. Jo gavam parte dele no fogo, enquanto Juravam respeitar as lets sapradas. Ao anoitecer, vestides com belas tun sentavam-se para seren pelos outros. Esses reis. pern muitas geragdes ligados as conta Cri julgados uns is divinas tinham seu senso de justiga. Mas, com 0 decorrer do tempo, abandonaram 0 principio divino e passaram a ser dominados por humanos, tornando-se avidos de po- der. Foi entao que comecou a decaden cia. Zeus, 0 deus do Olimpo, decidiv tomar providéncia reunido com todos 0s deuses. Nesse ponto, Plato interrompe a narrativa. Entretanto, retomando o Timeu, ¢ possivel saber como Platdo imaginou c fim da ilha: “Durante um dia e uma noite horriveis, todo seu exército foi © promoveu um: eo esboco da Atlantida, conforme sua descriciio Na ilha do arquipélago canario. SUPER WARGO 19 ‘com escarpas de até 300 metros de altura que limitam a cratera Atenas havia conseguido vencer 0 povo atlante quando esse ten: tou subjugar a cidade. O fato teria ocorride por volta de 9 000 anos antes de Solon, ou seja, em cerca de 10000 uC, A origem da Atlantida, perde-se no tempo, As primeiras cult rando como ras urbanas cuja existéncia pode ser comprovada através de restos arqueo: Iogicos comecaram a se desenvolver na Mesopotamia por volta de 2800 a.C Varias sio as hipoteses que buscam Atlantida, » do explicar a real localizagaoda € muitas delas a colocam na re Mediterriineo. Deve-se levar em conta que os mitos gregos — de onde vém as Tendas att m criados por pessoas vivendo em territérios que micas — for ‘mantinham contatomuitoestreito com ‘eta mindica, auténtica superpoten- A Cordilheira de Atlas, na Atrica, ¢ um dos pontos que orientam a busca dos arquedlogos =possivels vestigios do povo atlante SUPER MARCO 1991 tragado de um golpe pela Terra, ¢ ainda » Iiha de Atlantida afundou no mar € desapareceu”. Junito de Souza Bran 1s bra. sileiros em mitologia, que estuda hi quarenta anos, eautordolivro Mitologia grega, nao acredita na existéncia da Atlantida, Para ele, © interesse pela historia de Platao atravessa milénios porque ¢ inerente ao ser humano bus. car um modelo de paraiso e "a AtLAnti da realmente existe submersa dentro de cada um que a busca Para afi Brand aponta o recurso usado por Platiio de localizar a historia em um tempo bas- tante remoto, Na obra Timeu, Critias conta que tomara conhecimento da Atlantida por seu avd, que por sua vez a linha ouvido de seu bisavo, que ou viraotalrelato dogovernadorateniense Solon (630 a 560 a.C.). Sélon ficou sa bendo da existéncia da Atlantida em nar sua tese de suas viagens ao Egito. Nessa ocasiiio, alguns sacerdotes the cia politica ¢ economica da Antiguida iizada no Mar Mediterraneo, uma ilha muito rica e muito sofisticada, a ponto de la existirem pa Também vale F que os cretenses celebra- vam festas taureas (SUPERINTE RESSANTE niimero 6, ano 4). Como as analogias de. Loe Creta ¢ entre Creta ¢ a Atlantida. Mas ha ainda outros fatos que tam: > relacionados com a ilha fan- Listica. Trata-se da enorme explosio do vuledo da IIha de Thera; no Mar Egeu, ocorrida provavelmente no sé culo XVI a.C. Tudo 0 que restou do vulcdo © sua eratera foi um circulo de ilhas que os itali mam de Santorini ¢ os gregos, de Thera. Em 1967. © arqueologo grego Spyridon Marinatos descobriu os restos de uma cidade cretense da Idade do Bronze em uma dessas ilhas. A populacdo provavelmente aban: donow ailh Outras pistas apontam para a America do Sul essa fuga teria dado origem a lenda da Atlantida. A hipdtese da erupcao do vuledo ¢ reforcada pela leitura de tex. ns pesquisadores, fendmenos que a Biblia tosbiblicos. Para alg narra, como 0 escurecimento do céu sobre o Egito e a separago das dguas do Mar Vermelho, foram consequéncia da explosdo em Santori ‘Ainda dentro da linha de pesquisas que situa a Atlantida na regiaio do Me diterranco, existe outra hipstese par localizar 0 reino perdido. Ele poderia a pequena Ilha de Pha ros, em frente ao delta do Nilo, que na estar situado Idade do Bronze possufa um grande porto. Ph lu éncia politica e econdmica dos creten seu porto era dotado de uma bacia interior ¢ oulra exterior. Hoje essas impressionantes constru- bes portudrias esto sub: FOS esta mersas nas 4 alvez devido a um terremoto submarino, Por outro lado, o gi te Ailas dos mitos a rioresa Platao habit cadeia montanhosa que se encontra no Norte da Africa, que recebe preci samente seu nome. A es se fato deve acrescentar sea descrig mbido sob a ft ria dos deuses: nessa 201 havia sérias dificuldades do, devido & “quantidade de limbo iha depositou ao subs Ainda hoje existem perigosos arreciles na costa do Norte da Africa. Eles indi cam que antigamente ali havia uma cadeia de ilhas, das quais restaram Djerba e Kerke A historia de Plato, entretanto, si tua a Atlantida além das Colunas de Hércules, no Oceano Atntico. Por t grande parte dos pesquisadores que buscam a ilha submersa. No mundo antigo existia acrenga de que o Ociden te Distante cra um lugarcheio de misté rios, pois as terras conhecidas se encon: Lo, € para essa regido que converge travam no Oriente. Mais além das Co. lunas de Hércules nascia a «diivida. Essas colunas tém sido identifica das freqdentemente com a civiliza 52 Tartessos, destr © que provavel ava numa regido nas proximidades ide de Cadiz. no sul da Espanha. Curiosamente, Platao menciona essa cidade em seu x servindo como ponto de refe- réncia para assinalar um dos extre mos da Atlintida Para muitos, ha suficientes entre a civi artessos © a descrigio de Plato para identificd-la como sendo 4 Aulintida. Se acei a, essa Suposicao entre a hipdtese mediterranea ¢ a do No fundo daquele oce ‘cujos picos mais altos aparecem na superficie Islandia, no extre 0 norte de oceano, até Cabo Verde no Atla inclinando-se nesse ponto para sude: até as ilhas de Santa Helena, Ascenso Seay” Escavagdes em Santorini revelam restos de uma cultura extinta final de Pla- Motives tureos do labirinto de Minos mostram a importancia do touro para os cretenses... € Trista da Cunha, no Atlantico sul gundo ahipotese que situa a Atianti nessas latitudes, essas ilhas se Ultimo vestigio de sua existéncia, A teoria adqu ido secentraa atenc&o no arquipé 10 das Iihas Canarias. Localizado 108 quilometros da costa noroeste da Afric: icon trado Festos de antiquissimas tumbas antes. Uma das hipdteses que per meia a teoria da Atlantida é que seus habitantes seriam muito altos. Porém, pesquisas antropolégicas re velam que os antigos habitantes das certa credibilidade Car Vinham das costas africanas © teriar uma cultura rudimentar do Periodo Neolitico (por volta de 5000 a.C). Outro dado revela dor € que, d excegio das Canarias ¢ dos demais picos mencionados, toda a Cordilheira Atlantica tem estado sub mersa por pelo menos 60 milhdes de SUPER MARCO 1991 anos. A histéria do homem, como gru po especifico, desligado das diferen- tes racas de hominideos, abrange me 0s 600 000 anos. O patamar submerso de Dogger Bank, no Mar do Norte, seria outra das possiveis coordenadas, Em outros tem- Pos, ele nao esteve coberto pelas dguas €, mais importante, era habitado. rém, 0s restos de oss0s ¢ utensflios re- colhidos jostram que o desastre que mento aconte= mente poderia deriva por uma grande ex- ‘de gua e chegar as costas euro- pias e egipcias, levando consigo a re- o da catastrofe Em meio as diversas hipsteses que los nente perdidono Oce- ano AtKintico, contudo, uma pelo me: SUPER MARCO 1997 x Nessa catdstrofe, o que restava da frota maritima deCreta acaboue comela «assim como alguns atrescos pintados no paldcio de Gnossos, em Creta 9. Trata-sedaque Atlantida como sendo a -a do Sul. Quem defende essa tese € 0 fisico Ent peruano de 52 Suas pesquisas sobre a nt ida. comegaram em 1981, quan: do, jd um fisico respeitado em seu pats, visitouasrufnas arqueol6; cio. de Chavin de Huantar, no Peru das partes do palac dadeiro labirinto, enc da Medusa (personagem da mitoloy inha os cabelos em forma de 1s ecuja cabeca foicorta her6i Perseu) gravada em pedra, Esse spirou os primeiros pensa mentos de Mattievieh sobre uma poss vel ligagao entre a América do Sul e a ncontrados no wm feitos de uma li e prata, que ao reecbe na pa yelhada. Esse ss, habitantes dessa metal, que os ini silo hoje pertencente ao Chile, cha: oricalco, PI Zia que tinha reflexos razio, para Mattievich, “ndo faltam evidencias de que os gregos aleanga ram 0 continente americano ¢ por centenas de anos devem ter explorado a regidio, rica em ouro’ Como essas viagens devem ter ocor rido entre 1 500.¢ 1 200 anos antes de Plato nascer, Mattievich supde que © fildsofo tenha se enganado q localizou a cxisténcia do cont atkintico por volta de 10000 a fisico acredita que Platao tenha apro: veilado 0 cendrio, no caso a Atlant da/América, para nele desenvolver (0 seu modelo de sociedade ideal. Pa raele, 0 qui a de continente nada mais era ue a deturpacio da his: causada pelo tem: explosao do vuledo ha de Thera. © império colonialista dos j micenos, que entdo habi: P| tavam aguela parte do mundo, O contato com a América foi interrompido. ip como se o continente ti: vesse sido simplesmente J tragado pelas éguas. Mat- tievich, que também estu. da Fisica aplic queologi possivel testar cientificamente sua teoria, lembrando que testes de radio. carbono, por exemplo, poderiam de terminar a idade de fortalezas incas para saber se as épocas coincidem, Essa teoria, como as demais, possui sua carga de verossimilhanga. Porém. nenhuma delas péde ser totalmente comprovada ante a absoluta caréncia de restos arqueol6gicos que possam ser identificados, com certeza, como sen dodaAt or nio esteja em saber se ela existiu ou j0, ouondese localizava,mas porque ha tanto tempo, os homens continuam a sua procura. intida. Talvez 0 mistério mai. . Iwonete D. Lucirio sts alas fats Bak | eer parte den Sa ee O-vaivem do eerste pelo tempo Tee RUM eu elt) mostra que o homem dominava os mistérios Ceo A ole M MU ur UMs (--Ue SMMC aS) oe (2(o} num esporte, ele permite entender complicados principios aerodinamicos Pa a Pree continuam os mesmos ae ai cae Peete ea ae ee ead Car eed agora tém, que sao rai- Pea cee PN A rae a nheiro seu falam mal. E nao sei a causa, mas 0 que ouvi dizer é que as clavas que Ihe at voltavam aos que as atiravam e Err, (Cornering Pee STO odo 1338-1353, org. Serafim cece Perec e eeen oT Aa ene os Manuelda Nobrega,desereve um eR CROC ORS Pn ee RST co Penner Oe Ronan Poe arr Ce ec geiro, a ponto de Ihe atirar cla- Reem nn rts hes RR UU eed Peete Embora nao se possa afirmar Peon er enna ene neg pee eae Reena id Pirarrecr ested eee oe eo ere tse eee eer Perse me gue foram os aborigines austra- etree OC et esas Sree tS orem Pear eat re grupo, nao se espantam, porque sabem que 0 bumerangue tem uma ia parecida com a do Pers eee eons Pees rid que alguém saiba ao certo quem Pee eo cree Coren kee ond sua fidelidade as origens. O bu- Seen ee cet emer he neice Parece asa de aviao, mas gira te simples, quase um brinquedo, mas acao aerodiniimica bem complicadinha, O bumerangue mais velho de que se tem noticia foi encontrado na Poldnia, em 1987, rece: bendo pela datagao com carbono a ida. de de 23.000 anos. Nesse tempo, no Periodo Paleolitico Superior, o homem ainda vivia a base de caga ¢ alimentos e usava ferram dra, Surpreendente que alguém, ki pelo Hemis{ério Norte, soubesse fazer um ‘objeto voador esculpido em presa de mamiute. ‘Os homens ainda viviam rudimentos de civilizagdo, mas alguns ja podiam, ainda que de forma indireta, imitar © ‘yo dos paissaros. E souberam fazer um objeto voar no céu antes de coloca-loa rodar pelo chiio, uma vez que a roda s6 foi inventada cerca de 15 000 anos mais cde. Outros registros revelam bum rangues, também na Europae na Ind de épocas iio diversas como 7000 a.C. obume rangue também cortava ¢éu em seus primeiros vos, que aconteceram entre 8.000 e 10.000 anos atrés. Cruzando culturas, cle esteve > Antigo Egito, sobretudo no periodo do farad Tutancimon (1361-1352 a.C.), em cuj tumba foram encontrados diversos bu- merangues de marfim recobertos de ouro, As margens do Nilo, pinturas da época indicam que jogar bumerangue era um esporte da elite. Até na Améri- ca esses objetos voadores foram parar: além do litoral sul brasileiro, fo encon- trado um bumerangue de 200 anos na Amazdnia, outrosentre os indios hopis do deserto da América do Norte ¢ hi indicios de que os incas nas montanhas peruanas também conheciam seus se- gredos. E como civilizagdes tao diversas ¢ distantes, na geografia ¢ no tempo, puderam desenvolver o mesmo instru- mento? S6 especulagdes respondem a 56 esse enigma. Supondo-se que nao fo- ram Os aborigines australianos os in- ventores dos bumerangues, poisjé exis- tiam muito antes na Europa, entao cles ‘oconheceram a partir dealgumeontato centre os grupos humanos. Se houve tal 9, por que os aborigines nao to- mm conhecimento também do arco muito maiseficien- te? Ainda nao se conhece resposta para essas dtividas. Mas sabe-se muito bem que nem todo pedago de madeira torto que voavaera um bumerangue. Oex-piloto fran- cés Jacques T mas, em seu livro Magie du boome- rang (Magia do bu ‘merangue, naolan gadono Brasil). di fineobumerangue, seja antigo ou mo- derno, como um aparetho com duas asas retas oucurvas, de perfil aerodi mico determinado, ligadas uma a outra poruma extremidade, situadas nomes- 10 © cujos eixos longitudinais formam entre cles um Angulo mais ou menos aberto, Guardadas essas condi goes, tudo vale, desde que o aparelho ¢ volte. Se for e nfo voltar, nio sera um bumerangue, mas um bastio de arremesso. E aqui que comega a incor reta lenda de que o bumerangue seria ‘uma arma de caga, que mata uma presa e —o que nao se da, mesmo porque, depois de acertar o bicho, © ‘bumerangue ficaria por ali mesmo. O bastao de arremesso € bem mais pesado que um bumerangue, podendo chegaramais de 350 gramas, 0 Angulo formado por suas asas € mais aberto. d ido, segue girando sobre de cerea de n de ter uma ao contra rio de um galho de drvore em estado bruto, ¢ que isso Ihe permite voar tio longe. Os australianos jogava rangue apenas por diversio, ou para treinar cacadores. Enquanto arma de § vam. armadilhas no cho. Quando chegavam as aves, eles arremessavam ‘0s bumerangues ¢ imitavam 0 grasnido dos faledes. Como os falcdes at de cima para baixo, os em descida para 0 chao, caindo assim nas armadilhas, onde eram mortos golpes de porrete. Assim como n guém sabe se o bumerangue foi inven tadoportodosospovosque outilizaram, ‘ou se set uso se difundiu pela comuni- cagao, também se desconhece como alguém descobriu que aquele objeto podia voar. Duas hipdteses sio consi- $e ele for e voltar, as formas importam pouco Feito em casa Carlos Martini Filho, presidente do Bumerangue Clube do Brasil (Caixa Postal 13074, CEP02398, SP), ensina a fazer um bumerangue “a de madeira mpensada de 6 milimetros de espessura, Risque 25 centimetros de comprimentoe4 centimetros de lar gura. Com um circulo de cartolinade entimetros de didmetro encos: \do nos lados internos, trace a li nha curva superior. Coloque depois © circulo na parte externa e trace utr Peeve uma pla da ponta daasa, Serre obumerangue ‘com uma serra elétrica comum, SUPER MARCO 1991 a @ Detaihes em ouro, de Tutancamon Os australianos: arma de caca indireta deradas: ou é um desenvolvimento do rremesso, ou foi pensado a folha jamassementesaladas, bastdo de partir da observacao da queda d deeucalipto, qt un mesmas, Nemquantoaorigemdonome existe consenso, Uns dizem que vem modo como os aborigines chamavai vento, “boomori” ou “bumarin". Ou: tros. que é a transformagao da palayra “woomera”, nome com 6 qual algumas tribos australianas chamavam uma alavanea de impulsionar langas. Uma terceira corrente diz que € parecilo ‘com o nome quelhe davamos turuwals, encontrados em 1770 pelo capitio in alés James Cook, quandodesembarcou Australia — “bou-ma-rang’ Seja quem for o desconhecido inv tor,ele percebeu hd milhares de anos os, prineipios acrodindmicos que fazem 0 bumerangue voar. Hoje, encontram-se ‘em seu voo principios seme ‘aos de um frisbee, um discov aos de uma hélice, di do rotor de helicdptero. Um bumeran: gue classico, a primeira vista, de avidio, com um dos lados invertido: e che Passo a passo, um jeito facil de construir um bumerangue simples em sua propria casa Olhando © bumerangue como um V invertido, desgaste um, poucoa borda externa no intradorso, ‘a direita. No extradorso, {aga iste inelinadona parte inter ‘na, até o meio do bumerangue, para criar o bordo de fuga, Repita os mesmos desgastes no extradorso da asa esquerda, mas in versamente — bordo de ataque na parte interna e bordo de fuga na parte externa. Nao desgaste o intra > la asa esquerd f Lixe obum« Dio, envernizesoe pi Linta spray. SUPER MAACO 1991 GSesure 0 bumeranguc firme (© mente com a parte lisa voliada para a palma da mao direita. Dobre © brago por cima do ombro para da impulso e depois te, Solte-o com um movimento seco do punho. A soma de forgas o faz ir e voltar seu perfil é planoconvexo, ou seja, pI no na parte de baixo (intradorso) ¢ ‘convexo na parte de cima (extradorso). Esse perfil aerodinamicofuselado¢é que permite a sustentagdo: as moléculas de ar passam mais depressa pela parte de cima, criando assim uma zona de baixa pressdo, e a pressdio maior na parte de baixo mantém o bumerangue no ar. Reconhece-se um perfil fuselado pela existénciade umbordode ataque, arre~ dondado, que primeiro encontrao are tum bordo de fuga, achatado, por onde © ar escapa, Na asa de avido, 0s dois bordos de ataque sio virados para a frente. O bumerangue, para rodar, tem © bordo de ataque de um dos lados Virado para trés, ‘A presenga de ar € que cria as con- digSes para ‘seu retorno. Um bume- rangue tipico, feito de madeira com- pensada navai, deve pesar no minimo entre 70 ¢ 80 gramas, para que no seja perturbado por brisas leves, embora ventos fortes possam interferir em sua trajetoria. Quando olangadorarremes- sa-o para a frente, seu braco age como ‘uma catapulta, transferindo ao bume- rangue a energia cinética que 0 fard voar, e um golpe seco da mao solta-o girando sobre si mesmo. Pelas contas do francés Jacques Thomas em seu li 58 vro, o bumerangue parte com uma ve: locidade em torno de 90 quilémetros por hora ¢ uma rotagao de 10 giros por segundo. Para poder realizar a trajet6ria curva e voltar, o bumerangue deve ser larga- do com uma inclinagéo em relagio a0 eixo vertical de cerca de 10 a 40 graus. Ele inicia o voo numa linha quase reta, até que as forgasque interferemem sua trajet6ria vengam sua inércia e come- cem a desvid-lo para a esquerda. Ao mesmo tempo em que ganha altitude, ele comega a se inclinar para a direita ¢ se “deita”, iniciando depois 0 retorno em diregao ao langador, a quem vai chegar pi (Cartefato mienar hoje virou eaporte: sou vo misturaavido, hellcdpter @ frisbee bumerangue faz essa trajet6ria circular Porque seu vo mistura artes. do disco voador e do helicéptero. ‘Aogirar sobre simesmo, o bumeran- gue se comporta como um disco, ou, melhor ainda, como um girose6pio. Um exemplo de giroscépio € uma roda de bicicleta. Quando esté parada, ela tom- ba para o lado; em movimento, porém, possui a chamada propriedade de fixa- G40 no espaco, que a faz continuar ro- dando e conservar seu eixo de rotacio, resistindo por inéreia a qualquer forga que tente modificar seu equilibtio. Se alguém, segurando-a pelo eixo, tentar mudar ‘sua diregdo, entrard em cena uma outra propriedade, a precesstio girosc6pica, que faz. com que a reagao se dé 90 graus a frente do local onde uma forga foi aplicada. Ou seja, se uma forca for aplicada no topo, em vez de a roda tombar para 0 chio, ela vai, de pé, desviar-se para o lado, No bumeran- gue em rotagho, a asa que esté na me~ tade superior do efrculo roda com mais impulso do que a asa que esti embaixo, Isso cria 0 fendmeno da pre~ cessiio giroseépica. A forga aplicada na parte de cima resulta num desvio na frente, como acontece com a roda da bicicleta. Afentraem cenaa semelhan- a.com 9 heliedptero. Para algum objeto se sustentar no ar, ‘ow tem o perfil aerodinamico da asa do vido ou esté inclinado em relagao a0 vento, que passa por baixo dele ¢ 0 levanta. E facil perceber essa segunda condigiocolocando-se 0 brago para fora de um carro em movimento: se 0 brago eamiaoestiverem retos, pa raleloscom o cho, 0 ar pas- saporcima e por baixo sem perturbé-los. Basta inclinar lum pouco a mio para a for- ¢a do vento empurrar 0 brago para tras. Dessa ma- neira € que as pis do rotor de um helicéptero, inclina- das, “seguram” 0 vento, Pois, quando o bumeran- gue, jogado jé com inclina- Gio. desvia-se pelo efeito da precessio giroscépica, evanta a frente e eria um Angulode ataque aoarigual ‘a0 da pd do helicéptero, pe- Ia inclinagao. Por causa da velocidade do bumeran- gue, esse ngulo de ataque € capaz de gerar uma con- figuragdo acrodinamica cujasoma de forgas resulta na vertical, em uma nova forca, que suspende 0 bu- merangue contra a agiio da sravidade; na horizontal, resultado é uma forga centripeta (for ga que faz um objeto descrever uma trajet6ria circular), que encurva sua trajetoria para a esquerda (num bume- rangue para destros). Por isso ele voa aproximadamente em cireulo € volta, quando jogado corretamente. ‘bem provavel que 0s pré-hist6ricos inventores do bumerangue nao se des- sem conta de tanta teoria para explicar © voo daquele objeto de madeira em forma de V. Mas hoje, quando os abo- rigines mantm-no vivo menos por tra- digo do que para vender como souve- nirs a turistas, o bumerangue virou es porte e conta com aficionados em qu. se todo 0 mundo, que vivem se corres: pondendo, trocando informacdes ¢ es tudando 0s prineipios fisicos que tor nam set brinquedo tio interessante. m Fatima Cardoso SUPER MARCO 1991 Apenas as pes- soas que ja per- } deram totalmen- te a memoria publicam suas memoria: niga 1900 sir tance Quatro coisas sao dificeis de esconder por muito tempo: a ciéneia, a estupi- dez, a riqueza e a pobreza. ‘Averole | 1106-1108 ruwseio arabe B reivindicar 0 valor da palavra, pode- rosa ferramenta que pode mudar nosso mundo nessa Gpoca de satélites © com] Torr Escrtor ingles Uma idéia pode chegar & mentesem.noentanto, ter alcangado os labios. Lomronce Deal et | ecto ape Ninguém comete erro maior do que nao fazer nada porque $6 pode fa 72F Pouce. Edmund Burke 1720-1787 Pereadorinandbis SUPER MARCO 1991 O ignorante tem co: ragem; 0 sibio, medo. : iierio Moravia 07 0 scror tata A beleza é um acordo en- tre o contetido € a forma Henn Ibsen 16081008 Loramaturge nowopus A imprensa é a artilharia da liberdade. ‘Hane-Dietrion Genecher ‘nsto de Assrtos Eaeroroe da Se for possivel, devemos fazer rir até os mortos. Leonardo ao vine! ase 169 Prior takane Brincadeira de rei Por que uma bacia de gua contendo um peixe morto pesa mais do que outra com um peixe vivo? Esse problem: aparentemente simples, foi colocado certa vez pelo rei Carlos II da | Inglaterra (que reinou de 1660 a 1685) aos cientistas da recém-fundada Royal Society. Pegos de surpresa, eles no. souberam responder de imediato e perderam-se em intermindveis discussdes, sem chegar a ‘qualquer conclustio satisfat6ria. Até que um | deles se lembrou de uma regra elementar: antes de se tentar explicar 0 orqué das coisas. € preciso verificar se elas, de fato, ocorrem, E sugeriu uma experiéncia: primeiro, pesando apenas Ee wieder haben Queromeumurodevolta. ‘Escnto numa camsota on Berbr ‘Gental, om prose conta iano doe considers Jo B02 © mais incompreensivel do mundo é que ele seja compreensivel. “aber Einstein e700 abaca com gua, depois | com o peixe vivo; e em seguida com o peixe morto. Sob protestos dos._| coleeas, que achavam um | absurdo duvidar palavra do rei, 0 fez as pesagens e, para surpresa geral, constatou- se que o peso da bacia, com o peixe morto ou vivo, era exatamente 0 mesino. Os cientistas pereeberam, entio, que Carlos I, também chamado de “Monarca Alegre”, Ihes havia pregado uma peca. Esse episédio, contado por Arthur Sutcliffe e A.P.D. Suteliffe (pai filho), autores do livro Ciéncia — Historia e Realidade, eva a uma concluséi antes de se tomar uma afirmagio como yerdadeira, é preciso investigar para saber se cla tem mesmo fundamento. Sinto-me como um ai diante de meus antigos Filmes, Trazemos filhos a0 mundo € eles logo eres cem ¢ fazem sua propria vida, De vez em quando nos reunimos com cles e€ um prazer revé-los, aac Cineasta taba Aquelequebuscaocéuna | terra, certamente dormiu | na aula de Geografia, Stain Srzy Lec | 1908968 senor pesones | yo | se Va iS Inteligéncia é a capaci- | | itn oc tar o que esté ao redor. —oes Nada se esquece mais len- tamente queuma ofensae | nada mais répido que um favor. martinno Ltero | aa oe 1eacg0 prostate Temos bastante religidio Para nos odiarmos, mas | nio 0 suficiente para nos amarmos. | out "oer ae Escrito inca 59 SUPER 14/\ PERFIL A DETETIVE DE NERVOS Aos 81 anos, a obstinada italiana, Premio Nobel de Medicina, adora uma investigacao — seja nos livros policiais que |é, seja nos laboratorios onde persegue todas as pistas sobre o fator de crescimento das células nervosas ‘aquela manha de dezembro vos. Trata-se de um fluido produzide _sdvel, Rita continuou colhendo pistas de 1986, Rita Levi-Montalcini pelo proprio organismo. que. ao tocar do NGF jinada a provar que acordou, com sosdias, as células nervosas, feito uma varinha — substdncia m est por tris mégica, tem a espantosa propriedade —outras fungdes importantes, como a de fazé-las crescer, Hoje, com recursos \oldgica, ajudando o organismo a da Engenharia Genética para produzi ‘er suas batalhas contra agentes ONGF, sabe-se que sua aplicagaoclini- nocivos. A histéria d ness yente frugal, ch ca, no futuro, poder curar uma série sentido. espelho, deu de doengas degenerativas do sistema que emoldura o rosto enrugado muito gandoa se tentar na Suécia ¢ nos Esta. isicas, é verdade Ivo, sereno, ¢ ressalta oolharrisonho dos Unidos, para tratar 0 mal de “omo a azul-elaro, Finalmente, vestiu um con- Alzheimer, a.atrofia dosnervos. ¢ sobretu: junto de seda pérol: das, de caimento pei ipado com de Parkinson, uma espécie de atrofia, I. Quando o NGF foi deseober Em, pouicas pessoas Ihe > NGF neira (riunfal incia, talvez grandiosa, como se fosse estimulado incia pudesse ser encc psfera dessa exuberante ma: quase todos ostecidos docorpo.Incan- _ nifestagio d © Carnaval do para folhear Rio”. descreveu a cientista em sua au de Agatha Chris- Neurénios aumentam com o NGF tobiografia, O elogio da imperfeicac Ha muito tempo, aprendeu a usar Nas vésperas do Natal de 1986, 0 NGF S livros da eseritora inglesa feito um apareceu de novo em puiblico, soba kuz sscudo diante da menor ameaca de Jos refletores, na presenga dos reis su- ‘nso. Ela sempre carreg cos, de principes, de damas em vesti- a do detetive Hercule Poirot, por Jos de gala e cavatheiros em fraque xemplo, quando precisaenfrentar uma Nessa noite, Rita Levi-Montaleini viagem aérea, Naquela vez, porém, as também estava vestida de gala: usava eripécias do personagem serviram um longo desenhado pelo refinado para relaxar a leitora que, A noite, rece pouco conhecido estilista romano Ro- ria o Pr de Medicina das berto Capucci, autor de verdadeir ndos do rei Carlos Gustavo da Suécia sculturas em tecidos, Na verdad ‘O Nobel pre a descoberta (Capucci confeccionouduasroupas para feita em parte no Brasil dosanos 50, nos 2 ocasiao. uma bord aboratorios do Instituto de Biofisica verdecom \s roxas, E por que duas? Porque do Rio de Ja 2 cientista, famosa por sua vaidade ali, a cientista italiana teve a jueriaescolher Ja Universi de Fed modelo apenasnodia ber 0 prémio. O requinte da verteza da existencia do NGF, sigla,em de re inglés, de fator de crescimento dos ner sco) Arrumou um pretexto para vir ao Brasil gas roxas, sua cor predileta — surpre: endeu quem estava acostumadoa ve-la com o avenial branco dos laborat6rios. Ha sessenta anos, contudo, ningué imaginaria que aquela jovem, nascida em Turim, passaria boa parte da vida nesse ambiente. Afinal, Rita vinha de uma familia culta, mas de conviegdes vitorianas a respeito do papel da mu: Iher. Na adolescencia,elateveomesmo destino de suas duas irmis, isto ¢, 0 chamado colegial feminino, um curso io dava acesso a faculdade: Ni- velha, resolveu se casar Paola, irma gémea da pesquisador © caminho de Rita foi tra ela completou 22 anos, com a doenga que causou a morte de sua velha baba. jando os principios pa- 1a decidiu estudar Medicina. Refugiada, ela improvisou um laboratério no quarto aos 81 anos de idade, a se declarar fe SUPERINTE ida em Castelpor a reserva de caga nos arredores Emumcenariode bosques.onde javalis pasta fa ciscavam, 21 Prémios Nobel se r m, no ultimo més de dezembro, pa trocar idéias sobre como estimular a pesquisa nos paises da Comunidade Européia. Ali, Ritamergulhou em em- brangas dos tempos de universitéria quando teve um mestre excepcional. 6 professor Giuseppe Levi, conhecido por suas idéias antifascistas. “Ele tinha um método de trabalho rigoroso, mas seguia de modo apaixonado as pesqui alunos”, ela recorda, amesma época, Giuseppe Levi ori centava trés futuros Nobel de Medicina: além da prOpria Rita, Renato Dulbec: co, premiado em 1975 pela ident do dos genes desencadeadores do cin: cer,e Salvador Luria, laureado em 1969 pela descoberta das caracterfsticas dos genes de virus e de bactérias (veja qua: dro). “Rita trabalhava no laboratério 0 lado domeu’”.conta Luria.“Porisso, seu Nobel me deixou particularmente contente, apesar de terchegadoatrasa- do", opina 0 orgulhoso colega.. A p seguigao anti-semita durante a Segun- 62 Hoje em di da Guerra interrompeu a carreira dos dois jovens isadores de origem cicleta,c ra da iti ver, escondeu-se no quar (0, onde improvisou um la- boratério, como uma Ro: binson Crusoe d contra os judeus estendeu- se da Alemanha para até lia, a familia Levi-Montal: cini partiu de Turim para et refugiadaem Floren- Mas, no dltimo periodo da guerra, apds 0 desem: bbarque dos soldados alia dos na cidade, Rita saiu do esconderijo para socorrer 1 populacao florentina em meio a uma epidemia de tifo, “$6 ento percebi que nao tinha desprendim me dedicar a pesquisa. ‘Assim, em 1951, Rita embarcou par ‘0s Estados Unidos, determinada a p: sar horas com os olhos grudados no microscdpio, observando o desenvol vimento dos nerves em © galinha, Naquela época, el algo, uma substancia qualques nervos dos embrides cre: Ihes enxertava eélulas de tumores de i, no tumor, que de ratos — era estar o que batizou de NC apenas provar cientificamente a su. presenga. Rita, entiio, pensou que havia ito emocional clinicar”, diz ela, “Por isso, decidi 5 Ao lado, os pais e dois fi cae 8 Salvador Luria, co BN Ge tacurdade ede Nobel As primeiras experiéncias nos Estados Unidos ‘hos anos 40, com 0 professor Giuseppe Levi—acultura de tecido. Ou seja, 20 se mergulhar células e coquetel nutrientes, elas continuam vivas e, se modo, consegue-se observi-las, des pode-se dizer, em plena agao. Essa téc- nicaesta ‘no Bra- sil pela cientista tinha fugido para o Bra silem 1939, sendo acolhida pelo bidlo- 20 € biofisico Carlos Chagas Filh Instituto de Biofisica, no Rio de Jane ro — cidade em que, por sinal, Hertha morou até morrer, no ano passado, “Rita meescreveupedindo paraesta. giar conosco, com uma bolsa da Funda SUPER MARGO 1991 A cientista e Chagas Filho: jantares excelentes e conversa sobre literatura cto Rockefeller”, conta Chagas Filho, na sala do Instituto de Biofisica que hoje leva seu nome, atris de uma de suas duasmesas de trabalho, onde mui tas vezes ele almoga. No final de 1952. Rita desembarcou no Rio de J sob um pé-d"égua tropical. “Eu a en contreino aeroporto, extrovertida,co uma capa impermedvel e dois portadores de tumor no bolso”, da 0 professor. O biofisico levou a es: a direto ao laboratdrio, ar o§ passageiros:clandesti 10s em gaiolas. S6 agora Rita conlessa: Eupoderiater feito acultura decélulas nos Estados Unidos. Mas. diante da possibilidade de realizar o sono de vir SUPER MARCO 1991 para o Brasil, eu n ita de tempo para visitar ‘nem Sao Paulo eu cheguei a conhecer’ Um dia depois de eh com Hertha Meyer, embrionarios de pintos co 1tistas também prepara. ram uma cultura apen: yes, Segundo Carlos Chagas Fi: ju no dia seguinte Iho, © resultado surg células de tumor tinha ras fibras nervosas ncontecido com 0 outro gan| Jangado intime: iva. Mas nese c éxito era tao evidente, que mandei estourar uma champanhe Most et Chandon para comemorar”. O Ins- tituto de Biofisica, embora bem aparelhado, nao dispunha de um microscépio de fotografia. Por isso, Chagas Filho entrou em seu’ automével e saiu em de um equipamento empres do. Assim, Rita conseguiu pro xisténcia do NGF Para o professor, hoje com 80 ‘anos, 0 episddio marcou o inicio dew izade: “A pri meira coisa que fago, quando che- goaRoma,éh lao cientista, que antes de deixar a presidéncia do Vaticano, hé cerca de dois anos, depois de t€-ia exercido por dezesseis, ia vérias vezes por ano a Itilia. AS ora, reduzem-se a dois pas- Abito de telefo- nar para a colega permanece. “Ela ¢ uma das mulheres mais femininas que cu conhego”’. diz ele, sem esconder a admi logo sabe que o bi Alfa Romeo brat mesma pilota, para ir encontri-lo. Invariave mente, eles jantam juntos — ou e elegantes restaurantes, como o do Jar: dim Borghese, ou no apartamento que Rita divide com a irma pintora Paola. ‘cademia de Ciencias Ela criou uma fundacao para os estudantes pobres Os sustos que Chagas Filho leva no trajeto de carro — “cla dirige muito depressa, como todos 0s motoristas em Roma’ — sdo compensados pela ex celéneia dos sundo © pro fessor. quandosao servidos “seispratos € vinhos deliciosos”, embora Rita s6 beba agua San Pallegrino, Nos encon- tos, 0 assunto costuma ser literatura,o lazer predileto da cientista, que ador discutir sobre autores italianos mode nos, como Umberto Eco e Alberto ia, “Rita também tem um enor teresse pela politicado pais” con Chagas Filho, E conhecida sua preo: cupagdocom osestudantespobres, para {quais ela criou uma fundacdo com 0 dinheiro de varios prémios que jé rece- beu. “Eusempre digo aos jovens que 0 primeiro trugue € nao concentrar-se excessivamente em siproprios, poisisso cequivale afechar-se em umquartinho” elaensina. “O segundo truque é ‘com obstinagao © proprio caminho. O medoda opiniao alheia nao deve condi: 63

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