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eee ee ee Ser te er ee eter eee eee noe a eee ee ae a Cee ee See ed eee eer 0 Javali no Pampa Contexto, biologia e manejo ™~ t Guna O Javali no Pampa Contexto, biologia e manejo Santana do Liviamento 2015 x oamtro us sagin (ee va Seige Se Ota a iagranagi0 sete one = 15, Fela “Sonia sent sapien 1 9s 2 nae Gant Su {apt da i ‘meas ee ‘Gear Prefacio Com grande satstagio recebi o convite para prefaciar oI ‘10 0 Javalino Pampas Context, biologi e manejo", obra que trata do desatiador, complexo, multfacetado e controverso| ‘tema da invaséo dos javaise seus hibridos ea busca por alter- nativas de controle dessa espécie exéticaInvasora, que hoje rassa em diversas regides do teritério nacional. Embora o problema dos javals asselvajadosseja uma reali- dade que extrapoladimensées continentas, a abordager aqui ‘apresentada oferece real inelisma em descrever a singular realidade da invasio da espécie no Pampa, bioma cujascarac: teristeas em mutt difere de outrasregidesbrasileiras. A singularidade da ogi incuindo as particulardades do bioma, a fronteira seca com Urugual,caacteristicas s6cio-cul ‘ras @ a natureza das exploracbes pecusrias da regido, com destacada relevancia ovinocultura incta uma abordagem re ional especial sobre a invasto e controle dos javalis, © que 0 Teitor encontraré neste veo. De forma simples, ireta e despretensiosa os autores dis correm sobre o Javalno Pampa, abordando desde o hstrico de ingresso da especie no teritéro basier, os impactos am- bientais, econdmicos e sanitérios decorrentes da presenca © cspersdo e aspectosbioldpins e comportamentalsinerentes ’ espécie,precedendo a parte final que versa sobre os aspec- tos préticos e aplicados de métodos de controle e suas bases cestruturais eimplieacbes legal ‘Motivados pela necessidade de minimizar os prejuizs de correntes da expansio dos javalis na regio, os autores relatam experiéncias vivenciais no controle da espécle, valendo-se do conhacimento empirico respaldado por referéncias bibiograt «as téenieas nacional e internacional sobre o tema Somado 30 conteddo descrit,o vo & ricamenteilstrado com imagens remetem oleitor de forma inequivoca ao uso das informagses rele contieas A parte Final do livro € um conuite a uma reflexdo e enge jamento na construgio de politics piblicas regionals voltadas ‘0 controle da espécie exbtica invasora (Sus scrofa}, onde 05 Autores apresentam sugestbes de organizac3o multicsciplinar € interinsitucional necessiras para o enfrentamento do pro blema. A visio, que emboraseja apresentada para propésitos regionals, podria ser apiada a instancias mais abrangentes, especialmente ao considerarmas a fase embriondra de cons ‘rugo de poiticas de manejo de fauna exética em que o Brasil se enconta. 0 contetido apresentado por indviduosligados& pecusria da regio, que vivenclam 0s prejuizs causados pela espécie no dia a dia e atuam no controle dos aval, acresido da per cepco técnica pertinente formago de um veterindro, um bidlogo © um agrénomo confere orginaidade e legitmidade ‘20 relat regional Em “0 Javali no Pampa: Contexto, belogiae manejo” o Rio ‘Grande do Sul recebe dos autores uma inédita base de consul ta sobre a problemitica da presenca, expansio e controle da ‘especie invasora,constituindo uma valiosa contribuicSo com informagaes de aplicacio prticaImedlata,recomendada para {quem busca conhecer sabre javalise seu controle no estado, sobretude ne Pampa. Certa da importincia da obra, deseo a todos bos litura © bom trabalho! Virginia Santiago Siva Peseuisador em Sanidade Amat ‘EmbropaSuinor Aves Indice intRopucAo ‘APRESENTACAO. ‘AOVINOCULTURA E 0 JAVALL 0 ini da inestgsi om nossa rgiso, Adispersio ea consequéncia, oligo, ‘OJAVALIE SEU ENTORNO Impacts ambiontas Impacts & sade ble e snide animal Impacts produivos Datos aspects ‘ABIOLOGIA DO ANIMAL, Comportamento 0S SINAIS DA PRESENCA ‘AS TECNICAS Busca eam o uso de mathas ~Caga de salto Busca ava Busca atv com vs de uaa espera oo 0 As amadihas 5 Abatda é omiR0. 8 Cates e tipo de amas. 8 (UTRAS ALTERNATIVAS. 6 cas a (Clos de qurda dos rebanhos 8 0S TRAMITES ” (0 CONSUMO DA CARNE E 0S RISCOS A SAUDE B AS AGOES. ” CCONSIDERAGOES FINAIS a1 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS. oo BIOGRAFIA, 85 [AGRADECIMENTOS Br opine pda cor ten er ea: Intradugao ‘Nos cltimos anos tem-se observado grande expansio dos javals (Sus scrofa L) e seus hibrdos em diversas regibes do Bras (Debert e Scherer, 2008; Pedrosa et al, 2015}. Araiga do a0 crestimento dessa populacio, vem os danos ao ambien- ‘te natural a eriagbes culturas comerciis, Na regio sul do Rio Grande do Sul, 05 ives de infestac3o ji aparentam estar slevadas, «relatos de prejuzos econdmicos se multiplicam na ‘mesma medida. No entanto, a disponibilidade de informacSo Sobre danos causados e, principalmente, sobre os métodes e estratégias de controle e manejo & restita, sendo composta basicamente de literatura estrangela. Este trabalho destinase a abordar os aspectos relaciona- 4os 8 infestaglo do nosso ambiente pelos Javalis,expécie de trigem europeia que fl intraduzida com fins cinegéticos no sul a América, Auscamos dscorrer sobre impactos no setor de produgso primiria e suas eonsequéncls no pove ligado 8s atividades do campo e seus reflexos na populagio urbana dos municipios, cuja matriz esta intimamente ligada a0 Setr. Na sequénca, bardamos diversas arpectos da biologi, com- portamento, além de estratégias de manejo da espécie tcri- £43 de controle easpectos buracrticas do tema € importante salientar que este trabalho se baseia na legsiaglovigente, que @ nova e pode sofreralteragdes no decorrer do tempo. Usaremos exemplos da nossa regi, Santana do Uiramento, Fs, para contextualzar @ problema e discemir sobre a Biolog «habits do java, juntamente com a experiéncia praca para abordarmos alguns métodos de controle eesatépias de manejo, Visto que a ovingcutura & avidade importante no municipio © uma das mais afetadas pels jaa, esta terdenfoque especial Dee Page 1 ‘Com este trabalho, esperamos auslar no contrale dos ja- valis ena diminuiclo dos problemas econémicos decorrentes, fornecendo informagies simples que possam atender 8s pri meiras necessidades de identicagdo e téenicas que possam Ser utlizadas. Nossos agradecimentos a todos os que de uma ‘maneira ou outracontrbuiram para o aprendizada do tema e, também, aqueles que venham a contribuir com sua experi 1a e sabedaria de forma generosa. Aos companheiros de ex pedigbes, tantas vers lrgas,cansatvas e outas fustantes, ‘que deixaram de estar no aconchego do lar em companhia da familia Boe litural Os autores ' (nl a Pgs Apresentagao "Muito nos honraescrevermos a apresentagSo desta obra, ‘ho longo dos times dois anos, tvemos a oportunidade de partcipar dos intercimbios de conhecimentorpritcose tebr- 0s com os ts autores, 0 que muito enriqueceu 0s conhec'- ‘mentas acumulados na Area de Protegdo Ambiental do birapul {Beno ICMBIO em relagio ao controle de javalse suas crus ste vo & a materilzagdo de horas de estudo e dedica- «fio, bem coma 0 resultado do investimento Fnanceito e do omprometimento pessoal, efetuados pelo Tiago, La Hire © Marcelo, ndo sé com o objetivo de buscar entender os proble- ‘mas causados pela invasdo balégica par javalis, mas também ‘em construir ou adapta solucdes que aualiem os produtores rurais a reduzi os danos causados por esta espécielnvasora, A proatividade dos trés autores e 0 entendimento de que ‘© conhecimento gerado e acumulado ndo deve fear apenas juardado em uma gaveta, ou armazenado nos labiintos da memaria pessoal de eas um, merece noseo aplauea. Diviir seu conhecimento através desta publicaclo atesta a preocu- agi dos autores em servi &comunidade e em aula oho ‘mem do.campo na busca de estratésas para adaptar sua forma de produzir 3 este nove desafo. Ao leltoy,transmitimos a nossa certeza de que esta obra ‘ontém informagbes valiosas que ito auxlié-lo 2 compreen der as causas efeitos da invasio bildgica por javali no Pampa ®, principalmente, na Frontera Sras-Urugua, além de aux Téa na busca das melhores alternativas para 0 controle desta espécieinvasora na sua propriedade ou regi. de Page 4 ‘Ao Médico Veterinério La Hire Hire Mendina Filho, nosso agradecimento porter resovido partilhar seu rascunho e sub meté-io as cticas @ 20s ajustes promovidos pelo Tago e pelo ‘Marcelo, proporcionand que esta pareria entre vats se fer talecesse enos brindasse no apenas com esta abra, mas com 235 perspectivas de novos frutos em trabalhos futuros. A hum: dade nos permite descobrir que juntos somos muito mais icos ‘e produrimas futos muito melhores do que trabalhanda sé, ‘Ao Bidlogo Tiago Xavier dos Rls, nosso agradecimento pe las muitas horas de conversas ede aividades conjunta, mes: mmo fora de seu horéro de expediente como bidloga da DEMIAY Prefeitura de Santana do Livramento/RS, Sua patceia nos av nillaa nos tornarmes téenicos melhores ‘Ao Engenheiro Agrénomo Marcelo Oséro Wallay, nosso agradecimento pela dedicacio e constante busca de novos co- ‘hecimentos, como os intercmbos com os pesquisadores da “Teas ABM University, e por ampliar @ visa académica dada 20 trabalho de campo no controle de javalis, sem com isso per er de vista a urgéncia dos produtoresrurals em reduirem 0: ‘anos is suas propriedadese producbes. ‘Que esta possa ser 3 primeira de muitas publicagBes con juntas deste trio! ‘Rou! Cénldo do Trindade Paixbo Coetho & Eridane Lopes da vo ‘Anoletos beta: do CMB AA estore de Area de Proterbo Ambit do aout Aavinocultura e 0 javali Santana do Lvramento possui o maior rebanho bovino do Brasil, com 394232 cabecas, de um total nacional de 17,6 mi- Ines, representando 2,3% do rebanho brasileiro. A produgio de li no municipio fo! da ordem de 1,4 miles kg com valor 8 progos coreentes de cerca de R$i0 milhoes (IBGE, 20146) Segundo a Secretaria da Agricultura e Pecuiria do RS (SEAPA, 2011), foram comercializados para abate 44.548 ovis, 0 que representa aproximadamente R$8 milhoes. Como maior pro- ‘tor do estada e do pals, Santana do Uvramento esta em rota de coliséo com a prolferacio de javalis, ue pode gerar perdas fem grandes nimeros. Segundo levantzmento feito pela Asso- clagio eSincicato Rural do municipio, os produtores, em 2013, relataram 20 redor de 20.000 cordelros motos atribuidos 20 Javalie 0 javaporco (ARCO, 2013} ‘Muitas das perdas vio bem além de “simples corderos” por atingir todo um trabalho genético que, em alguns casos, se Imistura com a prépra histria da ovinacultura no Rio Grande do Sul, realizado por viras geracbes.Diversos criatrios San tanenses sSo nacionalmente reconhecidos e premiados pela ‘qualidade de seus rebanhos. A Feira de Ovinos de Verso em Santana do Liramento é um exemplo do nivel genético, movi mentando osetor com expressivasclras, Segundo inform aco Go Sindicado Rural, em 2014 foram ofertados na feira 3624 ani ‘mais com valor total comercializado de R$ 1.560.070,0. ‘0 impacta dos javalis na produsso de cordeiros va além da porters e atinge dversos atores do setor. cada reducko 9 taxa de desmame temos oreflexono produto, na barraca de |S «ples, no setor de prestag30 de servcos como tosquia, trans porte, produtos veternérios, na industralizacéo dos produtes, (die Page 0 et. Esse fatores devem ser considerados tendo em vista que impacto estande-se de forma expressiva pela cadela produtva, retiando recursos que movimentam a economia, diminuindo 2 arrecadacdo de impostas, o que refiete nos servgos publicos (snide, educacdo, seguranga infraestrutura, et). O inicio da infestagda em nossa regia © al fo tranido para o interior da Argentina no comego o século Xx, oviunda da Europa, com 0 objetivo de format fazendas de caca (aksic et af, 2002). Na décads de 1920 fo Ineroduzido no Urugual onde’se disseminou @ em 1982 foi decretado como praga e teve a cava lberada pelo decreto N° 1463/1882 de 15 de dezembro de 1982 (Urugua, 1982). Em 198,05 javalisatravessaram ro JaguarSo devido a uma gran fe estiagem, e invadiram o Rio Grande do Sul (Valco, 1999 ‘apud Debert Scherer, 2007). Nos anos de 1981/92, registram ‘es primeios relatos de ataque aculturas de milho em Herval (Scherer, 2008). Por outro lad, foram lnstalados no Brasil alguns cratérios licenciados que importaram animals com 0 objetivo de produ: 2ire comercializara came am casas especialzadas. Além disso, ‘multosindviduos foram trandes legalmente do Uruguai es tos para serem utlizados na cara esportiva(Deberte Scherer, 2007). Muito dos cratérios tveram seus animals extraviados, acelerando, assim, a dispers30 pelo territorio brasileiro. NEO jobstante, algumas pessoas, deforma ilega,devido 20 sabor de sua carne, introduzram em suas criagdes doméstcas sangue jal, aumentando assim a velocidade de cepersio, 2 ‘va Adispersao e a cansequéncia Santana do Uvramento & a sede das nascentes dos ros (uara,birapuite Santa Mala (Figura 1). Nas bacis dos rios ‘vara’ birapuitd hd presenga de javaisem nivesaltos ej se tem noticias do comeco da proliferacso nas nascentes do Santa ‘Maria. bacia do Quara tem solos de basalto majoritariamen: te superfcais, edo lbirapuité solos de transigdo entre 0 basal taearenito, ambas com grande presenca de criac3o de ovinos. ‘rea do rio Santa Maria tem solos de origem arenitica, mais Profundos, com maior aptidgo 8 agrcultura Reve Hisieae Bocas Hidogréicas iq. ion ti hous de Sra vanes (ppm aca see oo rane Fans: rues do Depatanata Mia i Ant Sana de rane) Todas as nascentes comecam ao redor da cidade, cursando 20 Interior. 14 € possivel observar a presenca de acimais nas cercanias da cidade, principalmente nos estabelecimentos de ado de ete e nas propriedades agrcolas que compBem oc turo 20 redor da cidade, onde, devido as prticas produtivas, hh abundéneia de alimentos todo © ano. A proximidade entre (eee 8 as nascentes esse cinturdo possiblita a répida disseminacSo entre as baci da regio. 18 existem relatos da presenca de {vali em praticamente todo 0 municipio. Diversas atividades econdmicas locals, como leitarias © sranjas hortcolas estdo sendo diretamente afetadas, Estas atvidades contibuem expressivamente para arrecadagio 20s cofres pablios, geram rqueras, cram empregos ealimentam divers setores da economia, como o de miquinas e posas agrcolas, insumos e combustives. A producao de lite movi manta cerca de RS 15 milhdes por ano, com 8000 vacas em lactardo (IBGE, 20146). 0 aroz, milho soja tém areas planta- das de 8600, 4000 e 18000 ha, respectvamente, com um valor {de praducao de aproximadamente RS 23 milhdes, RS 1 miso, 12S 31 mies, respectivamente (IBGE, 2014). Assim, pode se esperar que © aumento das populacSes de java produza Impactos de uma maneira geral,em todas as localidades, po dendo determinar a dfculdade do produtor em permanecer| no campo. Esse problema é de cunho social ¢ anda na contra ‘mio das politicas pulblieas que visam lustamente 8 fuagio de populagdes uras, Evolugaa A vasta elsposigio de tos e arroios ria ambientes que clferem em condigées de albergagem do java, dando uma clstribuigéo distnta conforme o tipo de mata. Exste também uma grande disponibilidade de alimentas a0 longa do ano, proveniente de astintasfontes, nature ov antrépicas (pasta. gens, lavours, criagdes) A 3gua ¢ abundante em todos os am- Bientes. Por fim, 0 abrigo é presente nas matascilares ou de fencostas, nos banhades e mesmo nos campos. Tal assocac80 de fatores ria condigBes propcis para o desenvolvimento das populacdes de aval, formandoo tringulo necessio para sua levolugio eexpansdo: agua, 0 abrigo eo alimento (Figura 2) 4 Dna sePrve abriga aqua alimenta fg’ Tit exo poa edocs nn ‘As habitualscriagBes de porcos soltos a campo no interior ‘do municipio e a captura de javalis para criarpropiiam a re produria acelerada eeficiente da espéce, Além disso, existe pouca au quase nenhuma informagio das problemas éspon! ves a produto. Esse conjunto de fatores permite a cispers3o fem grande velocidad, que antes restitos as reas de fronteira com 0 Urugua, como a bacla da ro Quarai, hoje js estio vas tamente dspersos {Em Santana do tiamento no hé estatistcas que permit afrmar com canfiablicade a densidade populacional dos in duo. No Urugua, ¢estimada uma média de 0,522 1,17 java por km, e uma dfea de stuacio de aproximadamente 16 km” (Combardl etal, 2007) No ertant, cada ver & mais tel de vi- ‘sualitarjvalscuzando carredores e campos, stuagia que no requer longos deslocamentos. Bastam uns poucos qullmetios| ‘20 redor da cidade para se observar 0s efeitos da ocupacio ou ‘mesmo os exemplares de java Figura 3) Coma decarrer da tempo, écada vez mals requente oral to.devarase ses prejulz0s nas criages ou culturas ena meio ambiente, Em algumas propriedades a presenca ainda é rest ta reas mals proximas das matascllares. Observa-se assim ‘oponto de transigo entre as Sreas de concentragio e colon: 22¢Ho, permitindo avalar 0 avango territorial. Ede esperar que ‘a8 varas se instalem em novos ambientes,cobrindo areas cada ot Fan 5 ver malores até 0 esgotamento de um ou mals das recursos 3 isposicdo (gua, alimento ou abrigo). Quanto maior apress30 populacional ea competi¢do por recurs, maioro dano as cul turas es cragdes e maior o impacto ambiental, pois espécies 4a fauna nativa além de sorerem competiclo por espago eal ‘mento, muitas vezes também sio parte da dieta dos jal. Fira Vr apr aia er es ong da alia Jo Gee eS, Src vane, FS Natasa minicom ars (30 bsg nF cores de Fara Ma) Nests iltimos anos, a populagSo de javaliseresteu de ma- neira continua ne municipio, aullada por condiges climat 13s favarivels, pela crag clandestina de java, pela fata de conscientizardo da populacaoe pea falta de medidas prevent vas ou remediadoras. Legalmente,o controle tambem no era permitdo. Houve uma breve iberacso no Rio Grande 0 St ‘27 2010, sustentada pelo decreto N# 183/2010, ue posterior ‘mente foi revagado, 56 em 2013, os creas competentes, sob forte pressio social e econdmica para conter a prolifera, beraram o abate em nivel nacional (\BAMA, 2013). Contudo, as regras ainda sto incplentes e muilas vetes resrtvas na que condita métodos de controle, O javali e seu entarno Inmpactos ambien 05 jvalls S80 copazes de modificar 0 ecossistema pola sua ‘ecupagi, Os habitosalimentares e 2 maneira camo obtém 0 alimento tém grande impacto no meio ambiente. 0 habito de revolver slo. procura de alimentos dea grandes areas sem cobertura vegeta, €expostas a erosd0e a infestaczo por vege tagio exotica, como o capim Annoni (Eragrostis planna Nees) Isso tem um profundo impacto na composiio vegetal €na mi: ‘ro e mesofauna, alm de redu2it a produtvidede dos campos. A waa svestre& profundamente afetada pela presenta dos Jivalls, quer pele contaminacio dos ambientes como pela pre dacdo de diversas espécies. Aves, princpalmente as que ni ficam no sol, come perdaes, perdigées, emas entre outs, cries de manvferos so ulnerives 4 predagio por java (Timmonset a! 20113; Lombardi et a, 2015) Alem dso, compe ‘peo creta pel alimentoeterrtio luda na reduedodapresenca da vid nativa, com grande prejuio para o equilria ecoégico. ‘Outro dano importante se dé nasnascentesecursos agua, locais usados pelos javais para 0s banhos de lama. Os porcos ‘nfo possuem glandulas sudoripara, usam a lama para regular 4 temperatura corporal e também como forma de controle de parasitas externas (West eta, 2008) Alem do dane amibien- tal, ha grande risco de contaminaglo por agentes patogénicos de potencial dano a saide animal e humana, como brucelose, tuberculose, e leptospirase (Timmons et ol, 20115). AS nas centes e cérregos servem de foate para o rebanho e multas ‘eres para pessoas, portanto se contaminadas podem servir como via de dsseminacio. (do ePome ” Impactas a saide pblicae sanidade animal € importante conhecer a condigio sania, identficando ‘0s patdgenos que crculam nas populacdes de avalis ejavapor- cos, bam come a relagio que estabelecer com outras expécies| ‘animals e cam o homem, para entender seu papel epidemic Vogico na regio Um trabalho neste sentido js vem sendo desemvohido em Santana do Livramento (Fgura 4), por um pequeno grupo de vo luntérios devidamentelicencades, coordenado pela EMBRAPA Suinos e Aves de Concbla- SC, com o apoio do Insttuto Chico Mendes de Bodiversdade (ICMBio) Em recente estudo realizado no Instituto de Pesquisas Veterinsras Oesierio Finamor, de 43 amostras de sangue de javalscapturados no municipio da Barra do Ribeiro, 8S, 42 amostras (87.6%) fram soro posi para al- _Bum sorogrupo de Leptospira spp. (Kuhn eta, 2014) Resultados parecidos foram observadios em andlises pret minares dos estudos realzades pela Embrapa Suinos e Aves,

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