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Emancipação
e Barbárie:
uma abordagem filosófica
Direção Editorial:
Lucas Fontella Margoni
Comitê Científico:
Profa. Dra. Ilma Vieira do Nascimento (orientadora)
Lattes: CV: http://lattes.cnpq.br/3656084853145099
Educação,
Emancipação
e Barbárie:
uma abordagem filosófica
Porto Alegre
2016
Diagramação e capa: Lucas Fontella Margoni
Fotografia usada na capa: Biné Morais
Revisão do autor
ISBN - 978-85-5696-002-3
CDD-107
Apresentação | 15
Introdução | 18
Capítulo I | 51
Do projeto emancipatório iluminista à razão instrumental:
obstáculos para a efetivação da emancipação?
Capítulo II | 91
A educação escolar:
caminho para a emancipação?
Capítulo IV | 244
O curso de direito e avaliação:
Um projeto emancipatório?
Conclusão | 347
Referências | 358
Prefácio
Neste livro, Danielton Melonio traz o debate sobre
a Emancipação, Barbárie, e Educação Escolar,
verticalizando, nesta última, a dimensão Avaliativa do
Processo de Ensino e de Aprendizagem.
Formulando a pergunta norteadora de sua pesquisa,
o autor investiga as determinações objetivas do processo
avaliativo em nosso tempo, bem como as condições
concretas do real que obstaculizam a emancipação do
homem. Busca, magistralmente, as relações entre
Capitalismo e Avaliação. Nesse âmbito, destaco em
particular a questão teórico-metodológica cunhada no
materialismo histórico-dialético no qual funda sua análise.
Advindo da Filosofia como área de formação
acadêmica, o autor trata seu objeto de pesquisa com o
rigor, a radicalidade e a perspectiva de totalidade de um
pensador que se posta na capturação do real pela
contradição e pelo movimento do devir. Nada está
estabelecido ad eterno. No tempo do gerúndio as coisas vão
se fazendo, a cada momento.
Melonio constrói a sua argumentação em função da
assertiva da razão da emancipação, se já vivemos numa
sociedade emancipada pela ciência e pela tecnologia, em um
estado democrático de direito e, por suposto, tendo as
escolas para libertar as pessoas da “escuridão” e da
ignorância. Postula, contudo, o pensamento de que nunca
foi tão atual debater a questão da emancipação, sobretudo
no seu aspecto educacional, tendo em vista que considera
ultrapassado e utópico não enxergar que o caminho está
sendo trilhado na direção da barbárie. Educar para a
emancipação é, pois, possível? Dialeticamente, é a partir das
condições históricas atuais que surgirão as possibilidades de
12 Educação, emancipação e barbárie
2 A RACIONALIZAÇÃO DO MITO OU A
MITOLOGIZAÇÃO DA RAZÃO: os desvios do
projeto iluminista e a descoberta da razão
instrumental
18É necessário observar também que o humor poderá ser uma maneira
de crítica social. Não estamos afirmando que toda piada sirva apenas
para a alienação, contudo na medida em que elas são produzidas pela
indústria cultural elas passam a ter essa finalidade. Se o objetivo for
produção em série de piadas e humoristas com a intenção de nos fazer
esquecer dos problemas sociais, então estaremos diante do riso (fun)
como instrumento alienante, tal como observam Adorno e
Horkheimer. Cf. ADORNO, Theodor W; HORKHEIMER, Max. “A
indústria cultural: o esclarecimento como mistificação das massas”. In:
___________. Dialética do Esclarecimento: fragmentos filosóficos.
Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
88 Educação, emancipação e barbárie
1 EDUCAÇÃO E BARBÁRIE
fundamental. Por sua vez, estes ganham acima dos salários dos
profissionais da educação infantil. E esse quadro se degrada mais ainda
quando os professores da rede particular são pagos por hora aula.
Nesta situação fica mais evidente ainda a hierarquização existente entre
os professores de diversos níveis. Fica destacado apenas a questão
salarial, mas essa hierarquia também é motivada por aspectos
subjetivos, isto é, a percepção negativa que a sociedade tem em relação
aos tipos de professores e até mesmo os próprios profissionais tem de
si mesmo, a depender do nível de ensino em que ele esteja inserido.
Danielton Campos Melonio 103
41 Cf. http://www.cespe.unb.br/concursos/ .
Danielton Campos Melonio 133
que ele não aprendeu? Como fazer tal aluno aprender isso?
Estas seriam algumas possíveis questões levantadas pelo
professor que avaliasse a partir da perspectiva diagnóstica.
Porém, existem muitos obstáculos ou condições
objetivas para que isso não ocorra dessa forma, isto é, que
o professor não avalie de forma diagnóstica. Salas de aulas
superlotadas (algumas em nível superior chegam a ter mais
de 100 alunos), pressões externas ao ambiente escolar
(como as exigências de formação para o mercado de
trabalho ou formação para passar em um concurso público,
no vestibular, no ENADE, etc.), além das pressões internas
nas instituições de ensino, sobretudo privadas (atendimento
ao aluno cliente, a qualidade total, as metas, a demissão,
etc.) e prestação de contas do dinheiro investido no campo
educacional através da apresentação de resultados positivos
para a sociedade, são alguns desses obstáculos. Se o
professor se tornar refém dessa realidade, sem pensar
criticamente sobre essa conjuntura e a estrutura que a
produz, dificilmente terá condições de realizar uma
avaliação diagnóstica equilibrada.
Diferentemente da avaliação classificatória, que é
controladora, estratificadora e antidemocrática, a avaliação
diagnóstica será “[...] um instrumento fundamental para
auxiliar cada educando no seu processo de competência e
crescimento para a autonomia [...]”, pois uma sociedade
realmente democrática “[...] funda-se em relações de
reciprocidade e não de subalternidade e para que isso
ocorra é preciso um conjunto de competências e a escola
tem o dever de auxiliar a formação dessas competências
[...]” porque se não ocorrer dessa forma a escola poderá
“[...] esta sendo conveniente com a domesticação e a
opressão, características de uma sociedade conservadora”
(LUCKESI, 2010b, p. 44).
202 Educação, emancipação e barbárie
taquicardia, pressão alta e falta de ar. De fato, a prática dos exames traz
também consequências muito negativas para os alunos, de qualquer
faixa etária ou nível educacional, inclusive com casos de somatização de
sintomas a partir do stress enfrentado diante dessa situação. É necessário
desenvolver estudos para saber por que isso ocorre pois percebemos o
quanto isso afeta, inclusive fisicamente, alguns alunos envolvidos no
processo avaliativo. No entanto, esse não é o foco da pesquisa ora
apresentada.
216 Educação, emancipação e barbárie
outros. Em seguida, foi a vez do Ensino médio, já nos anos 2000, com
a implementação de projetos como o Projeto do Ensino Médio
Inovador, por exemplo, que passa investir mais recursos nesse nível de
ensino. Assim, o cenário econômico e político internacional, sob
orientação neoliberal, produziu diversas interferências no sistema
educacional brasileiro, reforçando a necessidade do Estado avaliador.
Para maiores esclarecimentos cf. SOBRINHO, José Dias. Avaliação e
privatização do ensino superior. In: TRINDADE, Hélio (org.).
Universidade em ruínas: na República dos professores. 2ª ed.
Petrópolis: Vozes, 1999.
234 Educação, emancipação e barbárie
por isso são mais livres, pois são eles que determinam os
seus limites, sem necessitar que outros precisem fazer isso;
dar a si próprio as regras – de dentro para fora88 e não o
inverso – é típico de um sujeito autônomo, e pensamos que
a avaliação emancipatória pode contribuir para a efetivação
disso.
No que tange às concepções de conhecimento que
fundamentam as avaliações barbarizantes e emancipatórias
teceremos os seguintes comentários.
As concepções empirista e racionalista de
conhecimento, que afirmam estar a fonte verdadeira do
conhecimento apenas nos sentidos ou na razão,
respectivamente, fundamentam a avaliação barbarizante.
Quando um professor avaliar por meio desse tipo de
avaliação está muitas vezes, sem perceber, apoiado em uma
dessas concepções de conhecimento, que nos apresentam
uma visão reducionista dos dados do mundo. É por esse
motivo que as avaliações barbarizantes avaliam dados
objetivos, que podem ser medidos pelos sentidos ou pela
mera razão.
Além disso, a avaliação emancipatória está apoiada
nas concepções interacionistas de conhecimento89, que
Simulação é:
a) uma causa de nulidade do negócio jurídico;
b) um vício de consentimento;
b) Recondução;
c) Aproveitamento;
d) Nomeação;
e) Reversão.
a) 05 dias
b) 10 dias
c) 15 dias
d) 20 dias
e) 30 dias
a) Presidente da República
b) Mesa do Senado Federal
c) Procurador-Geral da República
d) Mesa da Câmara dos Deputados
e) Todas as alternativas são corretas
Um sacerdote não pode ser tomado como testemunha senão como homem. Portanto,
sem detrimento da sua consciência pode jurar que ignora o que só como Deus o
soube. – Semelhantemente, pode um prelado sem detrimento da sua consciência,
deixar impune ou sem nenhum remédio, o pecado, que como Deus o soube. Pois, não
está obrigado a dar remédio senão ao modo por que as cousas lhe são confiadas.
Portanto, ao que lhe foi confiado no foro da penitência deve dar remédio no mesmo
foro, tanto quanto possível. Assim o abade, no caso referido, deve advertir o prior a
resignar o priorado; ou, se este não o quiser, pode em outra ocasião qualquer, eximi-
lo às obrigações do priorado, contanto que evite toda suspeita de revelação da
confissão.
(AQUINO, São Tomás. Suma Teológica. Tradução de Alexandre Corrêa.
Porto Alegre: Livraria Sulina, 1980. v. X, p. 4510)
A) composse.
B) acessão.
C) constituto possessório.
D) comistão.
b) ad usucapionem.
c) pro diviso.
d) pro indiviso.
Fonte: o autor.
306 Educação, emancipação e barbárie
Fonte: o autor.
105Quando o(a) aluno(a) usa esse termo quer dizer que o professor só
exige que ele/ela apenas decore co conteúdo, nos indicando um sinal
de aprendizagem que se fundamenta na memorização mecânica.
106 Para aprofundar essa questão seria necessário entrevistar vários
outros professores para investigar se essa é ou não uma prática
recorrente dentro do Curso, o que poderia ser feito em outro trabalho
de pesquisa. Neste nosso, ficamos apenas com os dados apresentados
324 Educação, emancipação e barbárie
115 Para nos fazer entender por que muitos professores disseram que
contextualizam os enunciados de suas questões levantamos a seguinte
hipótese. Talvez eles tenham entendido que apenas apresentar um caso
concreto para o aluno responder à questão seja por si só uma
contextualização. Para contextualizar de forma interdisciplinar é
necessário relacionar o conteúdo jurídico com outras áreas de
conhecimento, apresentando textos de outros registros para que o
aluno possa relacionar com os textos propriamente jurídicos. É dessa
forma que são caracterizados os enunciados contextualizados e
interdisciplinares. Para visualizar o que acabamos de afirmar cf. os
Enunciados 14, 15, 16, 17 e 21, por exemplo.
340 Educação, emancipação e barbárie
&cadit=40%3Afaculdadede&id=...>. Acessado em
07 de março de 2012.
http://www.educacaoefilosofia.uema.br/>.
Acessado em 15 de março de 2012 (ISSN 1983-
3946).