que parece avaliar-te, medir-te. O bêbado lá no fundo, longe, suponho
que zangado ainda. Apetecia-me passear na Ribeira agora, apetecia- me uma trouxa de ovos, apetecia-me o teu corpo, apetecia-me que o vento me despenteasse, apetecia-me benzer-me ao passar pelo oratório da minha avó. Apetecia-me conversar com Santo Agostinho acerca do Tempo, apeteciame reler Ovídio. Mas vou levantar-me daqui porque acabei, estender-me na cama, esvaziar-me, não pensar em nada. Ou seja: pensar nas gaivotas pequeninas, pensar no mar. Qual das ondas sou eu? Desfaço-me sem ruído, desapareço. Ficam os meus livros na areia. Talvez alguém descubra, daqui a imensos séculos, os meus livros na areia. Não são livros, aliás: são apenas as marcas dos passos de um homem.