Você está na página 1de 25
REDE GLOBO DE TELEVISAO RODA_DE FOGO NOVELA DE LAURO CESAR MUNIZ ESCRITA POR MARCILIO MORAES E LAURO CESAR MUNIZ DIRIGIDA POR DENIS CARVALHO E RICARDO WADDINGTON Horario + 20:30 hs. 90@CAPITULO Personagens RENATO MAURA CAROLINA™ LUCIA PEDRO JOANA MARIO ‘BENSON PAULO FELIPE LAIZ . HELIO BRANDAO ANSELMO JACINTO ALICE ‘TELMA ‘TABACO PATATIVA * NAZARE BOY HELENA GILSON FATIMA 90 / 01 SoecaPriuto CEA OL = CASA DE RENATO - (INT pra) RENATO diante de CAROLINA. RENATO sorri, RENATO CAROLINA RENATO CAROLINA RENATO CAROLINA RENATO sorri, com ceticismo. RENATO CAROLINA RENATO B aqui estamos nés, CArolina. Um diante do outro, pra tentar um entendimento. Na verda- de € mais dificil consumar uma separagao do que uma unido.Porque tede mundo é contra. N6s vivemos juntos durante vinte ¢ um anos, REnato. As pessoas se acostumaram a isso. Talvez mais do que nés. Se acostumaram, se habituaram. E se sentem agredidas se esse habito & rompido. Wio por nds. Por elas mesmo. Por que sera ? Uma separagio 6 sempre triste. Uma uniao pode ser muito mais triste. E no entanto ninguém se incomoda com isso. 6 eu vou te dizer por que. Porque uma unio a& a idéia de que as coisas sio eternas. E a sepa- ragio = lembra que um dia tudo acaba.e ninguém gosta de pensar nisso. Claro. £ uma coisa desagradivel. Por isso de- ve ser evitada a todo custo. No fundo, acho que foi isso que seu pai tentou nos dizer. Meu pai e todos os outros sempre batem na mes ma tecla: o patriménio, a famflia,etc, etc. Em none disso, tudo o mais deve ser sacrifica do: a felicidade, o bem estar pessoal, a vi- da, tude ! 0 que vale é o que esta em volta de nds, e nao nés mesmos. Voc’ tA send injusto conosco, Renate. com esses vinte © um anos que nés estivemos jun= tos. Ou pelo menos com uma boa parte deles. Eu estou falando do presente, Carolina. E nao RENATO Entra HELENA, vinda de fora, HELENA RENATO REnato e HELENA se beijan, HELENA RENATO CAROLINA RENATO HELENA RENATO HELENA RENATO HeleNA se embaracd. Hesita. HELENA RENATO Camera em HELENA. Ela nao sabe o que responder, \ HELENA 90 / 02 do passado. Nés nao podemos viver hoje, em fungdo do que aconteceu ontem. Ela se surpreende, O4, pai ! Que surpresa boa te ver aqui. Como & que esta, filha ? Mas nlio quero incomodar. vou PFO meu quarto, Nao. Pique! @ assunto também te interessa. B acho bom conversarmos os trés. Bu prefiro poupar a Helena das nossas desav. vengas, Renato, Poupar a Helena ? Por que poupar ? Ela nao € mais nenhuma oriancinha. £ certamente tem uma opiniio formada sobre nds dois, sobre o Rosso relacionanento. Wao tem Helena ? Claro que tenho. . Entdo diga o que voc® pensa da minha decisao de me separar da sua mie. Bu sou contra. Nao aceito o que vocé ta fa- zendo com a mamie. E 0 que & que eu estou fazendo com a sua mae de tao horrivel 2 Ela gosta de voc8...Acho que ela fez muitas bobagens, muitas coisas que devem ter te cha teado, mas o mais importante & que ela gosta de vooé. Admitamos que vocé esteja certa. Ela gosta de mim. E eu ? Vocd acha que eu gosto dela ? Ou melhor. Que eu ainda gosto dela? Om tempo.Ela olha pra Carolina. Nao sei...Acho que & voch QUE TEM que dizer isso. RENATO 90 / 03 SE eu entendi direito, vocd conhece perfeita mente os sentimentos da sua mie. Mas os meus nao. & isso ? Um tempo com HELENA. Ela esta confusa, HELENA RENATO: CAROLINA RENATO HELENA HELENA vai saindo. HELENA Eu nio quero me meter nos problemas de vocés REsponda ao que eu te perguntei, minha filha. Diga o que vocé acha, com toda a sinceridade. Vocé est& forgando a menina a tomar partido, REnato. Vocé nao tem o direito de fazer isso. Eu quero ouvir a opinido da minha filha ! Deixa, mie. Eu posso dizer o que eu penso. Eu nie sei se vocé gosta dela. Talvez nao. Mas de qualquer forma eu prefiro vocd aqui dentro dessa casa do que af fora com outra qualquer! £ © que eu espero do meu pai. Mas a cabega & tua. Voc é que sabe. HELENA sai. Camera em RENATO. Um tempo. Ele se volta para CAROLINA. RENATO CAROLINA sorri com sarcasmo. ‘CAROLINA ‘RENATO Mesmo sabendo que eu nao te amo mais, que eu sou feliz ao teu lado, ela exige que eu figue. Os filhos frequentenente sio muito egoistas. Ela que 6 egoista, Renato ? Vocé nos abando- na, prejudica toda a sua fam{lia, pde em ris- eo tudo o que nés construimos, apenas pra vi- ver alguns momentos de prazer, e ela é que & egofs ta? (IRONECO) N3o...0 egofsta sou eu. Eu que es- tou apenas tentando viver um momento da minha vida como eu quero... Um tempo de siléncio. 0s dois pensativos. RENATO N&o adianta.Eu nao vejo mais a menor possibi- lidade de didlogo entre nés. Eu vou embora- 90 /04 CAROLINA NGo diga que eu nlo tentei, Renato. RENATO Todos tentamos , Carolina. Ela vai saindo. RENATO Vamos cuidar da divisao dos bens...£ t manter um minino de amizade. RENATO sai. Camera em CAROLINA, triste, mas nao desesperada. CENA 02 - APTO DE MARIO - (INT DIA) MARIO, PAULO e BENSON recebem FELIPE, que entra, com expressiic de Sdic, ladeado, por ANSELMO e JACINTO, FELIPE Que € que significa isso, Mario ? Vio me ma~ tar? MARIO Desculpe, Felipe, mas vocé no nos deixou outra alternativa. BENSON Ninguém quer te fazer mal, Felipe. PELIPE Como nao ? Mandar me cercar na estrada ! Me aneagar, ne sequestrar PAULO Nao exagere, Felipe. Nés simplesmente manda- + mos o Anselno e o Jacinto pra te convencerem a nfo fazer uma grande besteira. FELIPE Voo8 chama a isso de convencer ? Isso é ban- ditismo ! £ uma violéncia ! Nao pensem que essa histéria vai ficar assim nao. Vocds vad se dar muito mal ! MARIO faz sinal para ANSELMO E JACINTO se retiraren. Os dois vad para o interior MARIO Calma, Felipe. Néo vamos deixar que os acon- tecimentos nos tirem a serenidade, porque foi exatamente a falta de serenidade que nos le- vou a isso. PELIPE Nao tem conversa, Mario. Vocés esto me coa- . gindo. Bu néo posso aceitar isso. PAULO Bu proponho que a gente se sente ¢ converse como pessoas educadas que nés somos. FELIPE vai se sentar. Os outros também se sentam. BENSON © que @ inaceitével, Felipe, 6 a traigao. E BENSON PAULO Camera em FELIPE, FELIPE MARIO FELIPE Os trés se olham. um tempo, PAULO FELIPE Os trés se entreolhan, voeé pretendia nos trair. Voce ia contar tudo pro Renato. Ia oun’ Ele encara os outros, Eu ia contar. ‘O que nos leva a crer que vocd enlouqueceu. E § 0 que justifica o que nds fomos obriga- dos a fazer. Voeés nao vad poder me prender aqui. £ bes- teira. S6 se me matarem. £ me matar vai ser um risco muito grande pra vocés Ninguém vai te matar,ninguém vai te manter P¥eso, Felipe! Eu me sinto até ofendido ou- vindo vocé dizer isso. Nés queremos conversar, Felipe. Mostrar a vo ©8 que no h4 outro caminho senio fazer o que nés tinhamos planejado. Ou seja, impedir que o dinheiro que esta na Europa chegue as maés do Renato, Eu j disse que sou contra esse golpe, Mario, Néo vou permitir que a minha fanflia passe pelo vexame de uma faléncia. £ ndo vou vol- tar atris. Ento voeés 56 tém duas alternati- vas: Ow acabam comigo, ou suspendem a opera- gio! CENA 03 - APTO DE LUCIA = (IN DIA) LUCIA e LAIZ conversando. LAIZ LUCIA Bu percebi, Lucia. Quando vocé bateu o olhe no retrato do boneco, voce sacudiu. & verdade. Nic vou negar. 0 Armando foi una Pessoa que me marcou muito profundamente.£ fol uma relagio que nio chegou ao fim, néo se esgotou nela mesma, De repente acabou. De LUCIA LAIZ LUCIA SOM da campainha. LAIZ vai abrir. LAIZ LUCIA LAIZ abre a porta. £ PEDRO, LaIZ Luca Os dois se beijam. LAIZ LUCIA vai saindo. WwCIA PEDRO LUCIA LUCIA sai. PEDRO se senta. LAIZ PEDRO LAIZ PEDRO 90 / 06 repente ele revelou um outro lado dele mesmo que eu nfo conhecia. E desapareceu da minha vida. Sera possivel que voeé ainda sente alguna coisa por aquele cara, Lucia? N5o, De jeito nenhun. £ isso que eu té te di- zendo. Uma coisa inacabada na minha vida.Uma ferida que ficou aberta. J& imaginou se fosse o Armando ? Que que voc® fazia ? Nem brinca com uma coisa dessas ! Ot, gato ! Ainda bem que & voce. Por que ? Tava esperando outra pessoa ? . TO brincando com a minha irma. Tudo bem, Pedro ? Da pra aguentar. E yoo’ ? Bu vou pro meu quarto. Com licenga. Como € ? Vamos pra SAlvador ? Sabe o que &, Laiz...£u tive pensando. Acho que nio vale a pena nao. Como é que nao vale, cara ? Vai ser o maior barato, Ja imaginou nés dois naquelas praias linda, num hotel de luxo. VAi ser uma curti- gio, Pedro. Vocé vai ter que trabalhar...Ndo vai dar pra gente curtir nada, LATZ olha pra ele, duvidando do que ele diz.Um tempo, LAIZ © problema & que voes nfo tem grana, no € isso ? PEDRO LAT PEDRO LALZ PEDRO LAIZ PEDRO LAIZ PEDRO LAI PEDRO LAIZ PEDRO LALZ PEDRO se irrita. Vai saindo. PEDRO LAIZ PEDRO LAIZ 90 / 07 Nao. Eu até levantei uma nota. Se tivesse mesmo a fim, era sé levantar mais um pouco que dava...Mas nao quero. Tenho que resolver outras coisas aqui. Que coisas que vocé tem pra resover, cara ? Minha vida. Vai resolver tua vida agora, nesses dias ? Alguaa hora tem que ser. Voeé vai topar o que o teu pai te propés 7 Aquilo é papo furado, Laiz. Nao t& vendo ? Que papo furado ? Papo furado ! £ onda dele pra cima de min. Se eu chegar pra ele e disser que topo, ele pula fora. Nao sei nio, hem...Ele nao ia brincar com um coisa dessas. Pra que ? Sei 14 pra que. Nio entendo a cabega daquele coroa. Se vocé acha que é brincadeira, entaio topa, 85 pra ver o que ele faz. Ele vai gozar da minha cara. VAi fazer o que? E eu nio té a fim de que ninguém mais goze da minha cara. Vou mostrar pra essa gente quem eu sou. Eu, se fosse vocé, ia falar como teu pai.£ © iinico jeito de voc8 mostrar quem vocé é.Pe- Jo menos agora. N&o vou, Laiz ! Nao vou ! Aquele coroa nao vai me fazer de palhago ! Onde € que vocé vai ? Vou embora. Vim aqui sd pra te dizer que o papo de Salvador furou. ‘Tehau ! Pelo menos d4 um beijinho, no 6 7 LAIZ CENA 04 - CASA DE TELMA - (Nn ALICE, muito animada, 18 a noticia ALICE ALICE ri muito. TELMA nao. ALICE TELMA ALICE TELMA ALICE ‘TELMA ALICE TELMA ALICE Camera em TELMA. Ela fica um pouco TELMA ALICE TELMA desvia o olhar, embaragada. TELMA ALICE ALICE + N@o ganho nada. Mas gu / 08 PEDRO volta, da um répido beijo nela e sai. Te cuida, cara ! Dia) Para TELMA, que n§o acha graga. (LENDO) "Resta saber se ela dard um passo & dixeita, ou ele iré para a esquerda, para se amarem no centro..." No acredito que vocé nao ache engragado. Ndo. Nao ache. No tenho o menor interesse nessas fofocas. Que & que t& acontendo com vocé, Telma? Vocd sempre adorou essas coisas. Voc8 que & a responsivel por isso ? Que & que voed acha ? Acho que &. E sinceranente nio vejo o que voc® ganha com isso. © Renato perde alguma coisa, pra mim 48 é lucro. Renato...Renato Villar, ‘Contra ou a favor, todos nés vivemos en fungdo dele. Voc’ também ? confusa. De certa forma, sim. O Junior trabalha pra ele. Meu marido trabalhava pra ele. E vocé , © que & que acha ? £ contra ou a favor do Renato Villar ? Essa conversa nio tem sentido, Alice. Eu pre+ fixo falar de outra coisa. Sabe qual @ a impress&o que eu fico ? Que vo- ce o Renato tém um grande segredo entre si. 2 Por que voc€ nao me conta! sou sua melhor ani 90 / 09 ALICE ga- TELMA sorri. TELMA Mas a pior inimiga do Renato. Se eu tivesse um segredo com ele, nao contaria pra vacé. CENA 05 - ESCRITORIO DE RENATO - (INT DIA) - SALA DE NAZARE 0 BOY esta passando uma série de correspondéncia para NAZARE. Entra RENATO, vin- do de fora. RENATO Boa tarde. NAZARE Boa tarde, doutor REnato ! RENATO Eu quero que a senhora me localize o Benson. Eu quero falar com ele com urgéncia. NAZARE Sim senhor. RENATO vai indo em direcaoa sala dele. NAZARE Doutor Renato, quem esteve aqui foi o Tabaco, com a noiva dele, querendo falar com o senher RENATO ri. RENATO A noiva dele ? Qual delas ? NAGARE + Disse que se chamava Patativa. Mas ele ten outras, doutor ? RENATO Nao, Nazaré. £ brincadeira minha. Ligue pro | Benson. RENATO sai. NAZARE olha pro BOY, intrigadi Bor Eu niio duvido nada que ele tenha duas noivas. NAZARE Sera ? Fedo daquele jeito ! Box Tem gosto pra tudo nesse mundo. CENA 06 = APTO DE MARIO - (INT DIA) MARIO, PAULO e BENSON diante de FELIPE. _ MARTO © pior que pode acontecer é nds nos dividir- . mos, Felipe. PAULO Divididos,o Renato acaba conosco. £ meter isso na cabega antes que o desastre venha. PELIPE 0 finico meio de nés nos mantermos unidos é agir por consenso. Se eu sou contra o golpe, vocés tém que se conformar. 90 / 20 BENSON Eu ndo me conformo. Nés estamos tratando de negécios, Felipe. E vocé esti agindo com sen timentalismos. Entra JACINTO, trazendo o telefone sem fio. JACINTO Telefone pro senhor, doutor Benson. £ 0 dou- tor Renato Villar. REagao de BENSON, que olha pros outros. PAULO Que seré que ele quer ? BENSON Nao precisa ser advinho pra saber. Ele vai me perguntar pela renessa do dinheiro. Que & que eu digo ? Os quatre se olham, preocupades. --COMERCIAL-----~ CENA 07 = APTO DE MARIO = (INT DIA) MARIO, PAULO e FELIPE observam BENSON no telefone. ALTERNADAMENTE: BENSON ¢ RENATO no telefone. BENSON Nao, REnato. Nio estou cozinhando nada, RENATO J& era mais do que tempo desse dinheire es- tar aqui, Benson. Eu estou comegando a des- confiar que vocé est& me enganando. BENSON se assusta. Olha pra os outros. BENSON Nao estou te enganando, REnato. E que houve alguns problemas. Talvez o melhor seja eu te explicar pessoalmente. Posso ir ao seu escri- tério agora. Que € que vocé acha ? RENATO Estou te esperando. Traga uma solugio, por- que seno vou ter que tomar medidas que eu nao quero tomar. RENATO bate o telefone. Camera fica com BENSON, BENSON Renato ! (P/ 0S OUTROS) Desligou. Ele pode ter mudado em tudo, mas continua groseiro co- mo senpre. MARIO Ele t& querendo o dinheiro, nio é ? BENSON Ns vamos ter que tomar uma resolugao agora. BENSON PELIPE PAULO MARIO BENSON MARIO PAULO 90 / 11 Ele td me esperando. Nao ten alternativa. Vocés tém que suspender © golpe. A essa altura, eu também estou vendo que niio h& outro jeito, Calma. Pelo menos vamos nos dar um tempo. Como. Ele quer uma resposta agora ! Agora vocé vai ter que liberar algum dinhei- ro. Disso nao 44 pra fugir. Mas pode ser bem Pouco. Eu vou contigo e te ajudo a fazer ele engolir. VocS esta se esquecendo de um detalhe, Mario, © Pelipe disse que vai contar tudo a ele, se a gente fizer qualquer coisa. MARIO se volta para Felipe. Os dois se olham. MARIO FELIPE MARIO - PAULO © Felipe vai fazer um acordo conosco. Eu te= nho certeza. Que acordo ? Vocé nao conta nada ao REnato e nés nao damos © golpe. O Benson vai agora mesmo ligar pra Munique e dizer que nio facam nada. Nés li- beramos uma pequena parcela do dinheiro e nos | damos um tempo pra ver que rumo tomam os acon tecinentos, Voo8 ti de acordo, Felipe ? Camera em FELIPE, Ele pensa um instante. PELIPE MARIO BENSON pega o telefone. Tudo bem. Assim est melhor. Mas se vocds fi- Zerem alguma coisa sem eu saber, vio se dar mal. Fique descansado. Benson, ligue pra Munique. Depois vamos falar como Renato. CENA 08 - APTO DE HELIO - (INT DIA) HELIO recebe CAROLINA, que entra, HELIO CAROLINA, HELIO CAROLINA, HELIO CAROLINA HELIO CAROLINA HELIO Toca’o telefone. HELIO vai atender. HELIO 90 / 12 Nao precisava ter vindo até aqui. Eu podia ter ido a sua casa. Nao. E achei melhor sair um pouco. Espaire- cer. Podia ter ido visitar alguma amiga, mas fico com medo de aborrecer as pesssoas. Na verdade nao tenho muito interesse em nada. Vocé nao aborrece ninguém, Carolina. Rborrego. E © senhor sabe disso. 86 que esté acostumado. Como & que foi esse conversa com o Antonio e © REnato? Como tedas as outras. Nao levou a nada.Ele t mesmo decidido a se separar e é initil qualquer tentativa. Voc& que pediu ao velho pra fazer isso ? Nao. Eu 3a desisti, tio. Nossa separacio & fato consumado. Agora é tratar da divisio dos bens . Vocé tem razdo. Nio adianta ficar dando mur- ro em ponta de faca. 0 melhor pra focé nesma & acabar logo com isso. Permanecer ao lado do Renato hoje em dia se tornou una desmora- Lizagio. alé. ALTERNADAMENTE: HELIO e PEDRO no Apto de Joana, ao telefone. PEDRO Quero falar com a Ana, Reagao de HELIO, que reconhece a voz. HELIO PEDRO HELIO PEDRO A Ana Maria nao est& em casa. Como € que néo est& ? A essa hora ela sempre ta em casa. Estou dizendo que ela nao se encontra em ca- sa. No insista. Diz pra ela que foi o Pedra que telefonou.1 90 / PEDRO querende levar um lero com ela. HELIO Ndo vou dizer nada, seu cafajeste ! Eu prof- bo que vocé fale com ela. PEDRO Quem & vocé pra proibir alguma coisa, Cara ? Te manea! HELIO Eu sou um general, um homem respeitavel, ¢ voc’ € um moleque que nao vale nada ! PEDRO Cuidado conmigo, cara ! Isso pode virar ! Is- so pode virar ! PEDRO bate © telefone. Camera fica em HELIO, aplopético. CAROLINA espantada. HELIO Esse meliante ainda nao me conhece ! Eu sou terrivel! CAROLINA A Ana Maria no tinha acabado 0 namoro com esse moleque ? HELIO Acabon. Mas ele insiste! No se enxerga o marginal. Sera que ele ndo percebe que nio vale nada ! Nada ! CENA 09 ~ ABTO DE Joana - (nr 4OITE) PEDRO na sala, sozinho, andando de um lado pra outro, Um tempo com ele, preocu- Pado, dividido, tenso. Por fim ele vai até o quarto e volta em seguida com o en velope que RENATO Ihe deu. Ele bota o envelope no cho e fica olhando, de pé. Pepois pega o seu taco, que esti nalgun canto, aproxina-se do papel, ergue o ta 6, como se fosse bater. Um tempo. CLOSE dele, tenso. Camera se afasta e ele abaixa 0 taco Lentamente, até encostar no papel. Dopois pega o papel e sai om Giregao ao exterior, decidido. CENA 10 - SALA DE RENATO =(INT DIA) RENATO recebe MAURA, que entra. MAURA Desculpe vir sem te avisar, mas eu estava aqui perto e resolvi dar uma passadinha. RENATO Foi Stimo vocé ter vindo. Acabei de ser avi- Sado que ‘est& tudo pronto pra criarmos a fundagdo. & 56 assinar o contrato. ‘MAURA Precisamos organizar um ato solene pra isso, voe’ no acha 7 Camera em MAURA. Ela fica confusa. RENATO ri, MAURA tenta disfarcar. RENATO MAURA ‘RENATO MAURA RENATO 90 / 14 Uma solenidade ? Nio sei. Acho que ainda n3o 6 o momento. Talvez na inauguragio da sede. Af sim. Vocé tem razio. 0 momento nao @ adequado. Com ¢ssas noticias que andaram saindo... N&o me diga que vocé deu importancia Aquilo. Na verdade dew muita importancia. N&o.Eu sei como so essas coisas. Pofocas de jornal. Alguém querendo me chatear, criar problemas. S86 isso. A melhor politica nesses casos & simplesmente ignorar. Camera em MAURA. Ela desvia o olhar. CENA 11 - MAURA, RENATO £ 0 que eu estou tentando fazer. Nao vou ne envolver nessas coisas. (T) Eu trouxe alguns Projetos que eu tenho pensado, queria que vocé visse. VocS t& muito ocupado agora ? Estou esperando uma pessoa, mas enquanto is- 80 vamos ver os projetos. BAR DA JOANA = (INT NOITE) PEDRO est num canto, sentado, pensativo. Tem o taco e 0 envelope de RENATO diante de si. JOANA e FATIMA trabalhando, GILSON no seu posto. JOANA vai até PEDRO. SOANA PEDRO_ SOANA PEDRO JOANA Que @ que ha, menino ? TA af sentado ha mais de meia hora, sem dizer nada, sem nem se me- xer. 7 pensando, v6. Tenho que pensar muito. Pensando em que ? Andou fazendo alguma boba- gen por af ? Nao. Nao fiz nenhuma bobagem. Mas talvez fa- ga. Depende do que eu resolver agora. Iii ! N&o gosto quande vocé fica com essas JOANA JOANA Se afasta, PEDRO fica 14, na BRANDAO REAgdo de GILSON, que nao gosta. JOANA GILSON JOANA € um pouco debochada. JOANA charadas. Ou fala as coisas ou ent&o @ melhor nao dizer nada. sua, ENTRA BRANDAO. Boa noite, minha gente. Boa noite, Seu Brandao ! Tudo bem ? (SECO) Boa noite. Vamos sentar aqui os trés, Seu Brandio. Bo- tar em dia nossa velha amizade. SOANA se senta ao lado de GILSON. BRANDAO acompanha. BRANDKO e GILSON se olhan, com hostilidade. JOANA observa os dois, divertid CENA 12 - APTO DE LUCIA = (INT NOITE) LUCIA acaba de fechar uma mala e fica pensativa. Um tempo. Entra LAIZ, vinda de dentro. LAIZ LUCIA LAIZ Lucra LAIZ Lucia, LAIZ Lucia TAIZ Tudo pronto pra partida, irmizinha ? Nao sed, Laiz. Agora me bateu uma dGvida... - Ah, Lucia, essa nao. Vocé passou o dia intei- yo arrumando essa bagulhada pra ter divida sé agora ? Minha divida nao € me mudar pra casa do Re- nato ou nfo. Isso jé esta certo. Eu té deci- didia: Minha diivida € se hoje & o melhor die pra fazer isso. Que & que tem hoje 2 £ um dia igualzinho a outro qualquer. Nao &. Saiu aquela noticia. Eu nio sei como © REnato t& vendo isso Vocé nao falou com ele no telefone, mulher ? No telefone. Nao @ a mesma coisa. Eu gostariz de converdar pessoalmente. Deixar tudo bem claro antes de eu ir pra 14. Nao vejo dificuldade. Telefona pra ele e pe- de pra ele vir te buscar. ai vocdgonversan. camera em LUCIA. Ela hesita. Sorri, LAIZ LUCIA Lara LUCIA LAIZ LUCIA LAIZ LUCIA Camera em LUCIA, hesitante. constrangida. © que foi, Lucia ? Nada, Bobagem...Sdo certas fantasias que gente faz sem o menor sentido, Que fantasia é essa ? Eu queria que ele tomasse essa iniciativa. Aparecesse aqui...Me dissesse Mas quanta frescura. Eu née posse acreditar. © cara nao te telefonou logo cedo, Lucia ? Voc? mesma disse pra ele que nao tava dando a minima praquela noticia ? Nao @ uma coisa racional, Laiz. Sio coisas que a gente sente e pronto. Ent&o eu telefono pra ele. Quer ? “N3o. Nio se mete ! Se for pra fazer alguma coisa, eu fago, Eu resolvo a minha vida. CENA 13 - SALA DE RENATO ~ ( INT NOITE) RENATO examinando um mago de papéis com MAURA. RENATO MAURA CAmpainha do interfone.RENATO liga. NAZARE RENATO MAURA junta os papéis." ‘MAURA, RENATO MAURA pega os papéis e vai saindo. Esse projeto de educagao sanitaria me parece muito interessante. Eu sabia que vocé ia gostar. & um dos assun- tos que eu abho que a fundagdo pode ter como prioritario. (OFF) Desculpe, doutor REnato. Mas o doutor Benson e o doutor Mario ja estado aqui. Ja vou atendé-los. Manda esperar. Ta na minha hora, nao é ? Me desculpe, Maura, mas € um assunto urgente. Outra hora a gente acaba de examinar esses projetos. 90 / 17 RENATO Quando eu for assinar o contrato de criagao da fundagio, eu te chamo. No vai ser uma solenidade, mas vai ser um momento importan- te. MAURA Eu espero vooS me Ligar. MAURA SAT, CENA 14 - ESCRITGRIO DE RENATO - SALA DE NAZARE - (INT OITE) MARIO e BENSON sentados. NAZARE no seu posto. Entra MAURA, vinda da sala de RE~ NATO. Os dois se levantan MARIO Boa noite, MAURA Boa noite. BENSON (TRONICO) A senhora & a dona Maura, que vai~ dirigir a Fundagéo REnato Villar 7 MAURA sorri pra ele, um pouco embaracada. MAURA Sou eu mesma. BENSON © Renate continua sendo um homem de bom gos- to. Os jornais tém razao. REago de MAURA. Ela olha pra BENSON e MARIO, sem saber o que responder e sai, apressada. BENSOn se volta para MARIO, com um serriso debochado. MAS MARIO es- t& sério e indica RENATO na porta, assistindo tudo, BENSON olha pra ele e fecha a cara. RENATO fosse pro circo, Benson, vocé nao ia sex o palhago. Ia ser o burro. Conforme-se com isso. RENATO entra para sua sala. BENSON e MARIO trocam um olhar e vio atras. “COMERCIAL ~ CENA 15 - SALA DE RENATO - (INT NOTTE) RENATO vai para sua cadeira. MARIO E BENSON entram logo atras. RENATO se senta ¢ olha para os dois durante um tempo. RENATO Eu sé chamei o Benson. Que é que vocé esta fazendo aqui, Mario ? MARTO Desculpe, Renato. Eu toned a liberdade de + vir junto porque tem algumas coisas que cu preciso te explicar. RENATO BENSON MARIO BENSON 90 / 18 Ey no quero explicagoes. Eu quero é o di- = mheiro. J& esta dispon{vel, Benson ? uma parte dele, REnato. Na verdade uma parte bem pequena ainda. 0 Mario vai te explicar por que. Nesse momento que nés estamos vivendo, Rena- to, niio € conveniente trazer uma soma de di- nheiro muito grande de uma vez. A fiscaliza~ gio do governo est4 muito severa. 0 meu banco, particularmente, esta sob a mi- ra dos fiscais, Qualquer descuido e pode ha~ ver um escindalo. RENATO olha para os dois. Depois se levanta. Anda pela sala. Um tempo. Reagdo dos dois. RENATO RENATO MARIO RENATO BENSON RENATO MARIO Com a experiéncia que eu tenho, eu diria que voots esto me enganando. $6 nao acredito nisso porque acho que vocés io teriam coragem pra tanto. Ninguém pretende te enganar, Renato. Eu tra- batho com vocé HA quinze anos. Nao admito qui voc’ me diga isso! Voc’ hoje me tem como seu inimigo, Mario.Eu sei disso. NOS ja conversamos sobre o assun ee Quanto a mim, Renato. ha muito tempo que vo- cé me fez seu inimigo. Mas eu no costumo misturar os negécios com os meus problemas Pessoais, Nao estou te engunando. Acho bom. Porque eu posso ter mudado em mui- tas coisas, mas continuo nao admitindo que « | me enganem, Vooé tera todo o seu dinheiro en breve, Rena to. Ndo se preocupe.E 0 que o Benson vai li- berar agora dA pra vocé cobrir as despesas eae que vocé tem feito. RENATO volta para sua mesa. RENATO Eu amanha quero esse dinheiro 4 minha dis~ posi¢ao. Poden ir. Os dois trocam um olhar e vao saindo. ‘RENATO B tomem cuidado, muito cuidado ! Qs dois ainda olham para RENATO e saen. CENA 16 = BAR DA JOANA = (INT NOITE) PEDRO continua no seu canto, pensativo. FATIMA se aproxima da mesa onde esto JOANA, GILSON € BRAND&O conversando. FATIMA Dona Joana, a senhora pode dar um pulinho aqui na cozinha. A cozinheira t4 com um pro~ blema 1a. JOANA Bu vou. Até porque esse papo aqui nao ta en- grenando. JOANA se levanta e vai se afastando. JOANA Vocés figuem bonzinhos af, hem. JOANA sai. GILSON e BRAND&o se olham. Os dois falam ao mesmo tempo. BRANDAO Bu quero dizer pro senhor... GILSON © senhor precisa saber... Qs dois se calam. Um tempo. BRANDAO Pode falar. GILSON Bu quero ter uma conversa muito séria com o ssenhor. Mas nado pode ser uqui’ nao. BRANDKO Quando o senhor quiser e onde o senhor qui- ser. Eu nfo costumo fugir de nenhuma conver- sa. GILSON Pode ser na minha casa. Eu vou indo pra 14. © senhor me acompanhe, se @ um honem digno. BRANDKO A dignidade pra mim est acima de tudo, } GILSON ‘se levanta e vai saindo. ‘| GILSON Eu estou lhe esperando. GILSON sai. CORTA para PEDRO. Ele se levanta muito devagar. Pega o envelope ¢ © taco. VAi até onde esta JOANA, conversando com a cozinheira. PEDRO JOANA se volta para ele. JOANA PEDRO JOANA PEDRO PEDRO vai saindo. JOANA PEDRO sai, decidido. Ja vou indo, vb. Tomou tua grande decisao ? Tomei. © que tem que ser, vai ser. E 0 que & que tem que ser ? Isso @ assunto meu. Mas vocé vai ficar saben: do. Tchau ! Tehau ! Nao entendi nada, ma: CENA 17 - CASA DE PATATIVA - (INT NOITE) Entram PATATIVA e TABACO, discutindo. ‘TABACO PATATIVA ‘TABACO PATATIVA ‘TABACO PATATIVA TABACO PATATIVA ‘TABACO PATATIVA TABACO PATATIVA Nio ten cabimento, Patativa. Néo vou fazer uma coisa desses ! Néo sei porque niio tem cabinento! Ele ndo & nosso padrinho ? Padrinho, Patativa } Nao & nosso pai. fa mesmo coisa. Eu quero falar com ele e voos vai dar um jeito de arranjar isso. Claro. Bu vou dar um jeito, Nao posso & te levar na casa do homem. Que 6 que ele nao vai dizer ? Nao vai dizer nada, Vai ouvir o que eu tenho pra dizer e pronto. | © homem t& cheio de problema, Patativa. Va- mos nés 14 encher o saco dele ! Voo8 sabe onde & essa casa nova que ele ta morando ? Claro que sei. Entad me leva 14, porque sendo aqui o se- nhor no fica hoje. Patativa, ndo faz uma coisa dessas. Nao con- plica a minha vida. Vacé & que ta complicando. Vamos. Decide. Ou 90 / 21 PATATIVA tu me leva 18 ou pode se mandar. "TABACO Entao nae tem jeito.,.Vou me mandar. Reagio de PATATIVA. Ela se enfurece. PATATIVA AGora, se se mandar, tu vai se ver comigo ‘ Ah, vai ! Camera em TABACO, encurralado. TABACO Que mal eu fiz a Deus ! CENA 18 - APTO DE HELIO - (INT NOITE) Entra FELIPE, vindo de fora. HELIO e CAROLINA Na sala, FELIPE abatido, cansado- FELIPE 01, gente. HELIO Que cara é essa, Felipe ? Parece que t& vin- do de uma batalha, e uma batalha perdida ! FELIPE © pior é que té vindo mesmo, tio. Sé que é 7 . * __. uma batalha que ainda nao t& perdida. CAROLINA Do que & que voc esté falando, Felipe ? Al- guna coisa con o Renato ? FELIPE Sempre tem alguma coisa a ver ocom ele, Nao s . @& pra escapar. ‘CAROLINA 0 que foi ? Alguma outra loucura ? FELIPE Ele descapitalizou a minha empresa, tia, pra fazer aquela maldita fundagao. Diz que vai repor. Mas quando, com que dinheiro ? HELIO Nao & possfvel que ele esteja fazendo isso ° sem ter uma previsao. PELIPE SEi 14, v6. Eu ainda seguro a barra, me con- trolo. Mas vai convencer os outros acionis- . tas. T& todo mundo apavorado! CAROLINA Vocé acha que alguém pode tentar fazer algu- ; ma coisa contra o Renato ? FELIPE Poder, sempre pode, nao é , tia? Enquanto eu puder, vou segurar. Mas nao sei até quando vad dar. CENA 19 = APTO DE MARIO - (INT NOITE) MARIO, PAULO e BENSON. JACINTO serve um drinque. MARIO PAULO MARIO BENSON PAULO BENSON MARIO BENSON PAULO BENSON > PAULO BENSON ri, satisfeito. BENSON MARIO e PAULO ge entreolham. Acham BENSON 90 / 22 Enquanto 0 Felipe estiver dando pra tris, V2 mos segurar. Seria simplesmente loucura fa~ zer alguma coisa agora. © problema é saber até quando ele vai ficar nessa. ‘Até o Renato cometer mais uma das suas lou curas. E pelo que nés temos visto, ele nao passa muitos dias sem fazer uma. Com essa confusio toda, eu me esqueci de con tar uma coisa a vocds, Uma coisa muito impor tante. © que & Benson ? Quando eu falei disso, vocés s6 faltaram rir de mim. Mas agora eu vou provar que ev tinha azao. Do que & que vocé estd falando 7 Do nosso outro problema. Dos documentos e da juiza. Lembram-se que eu disse que talvez nés pudéssemos pegar essa mulherzinha atra- vés do pai dela ? Isso & bobagem, Benson. Esse tipo de chanta- gem nunca da certo. Depende. Se a coisa for bem feita, da. © que & que vocé descobriu contra o pai dela? Contra o pai, Hada, Mas descobri unaboisa muito melhor. Eu descobri o ex-marido dela, un tal de Armando. Que & que vocés achan ? interessante. Bla se separou dele em circunstancias muito estranhas. Na hora que nés quisermos, pode- mos falar com esse tal de Armando. CENA 20 - APTO DE LUCIA -(INT NOITE) LUCIA no telefone, discando. Un tempo. LUCIA 90 / 23 Alé ! ALTERNADAMENTE: NAZARE E LUCIA no telefone. NAZARE. LUCIA NAZARE NAZARE aperta o interfone. NAZARE RENATO NAZARE aperta um boto. CORTA para RENATO LUCIA RENATO LUCIA RENATO LUCIA RENATO Grupo REnato Villar, boa noite. © Renato ainda esti al, Nazaré 7 £ Lucia Brandio. Ele t& se preparando para sair, dona Lucia- Vou passar pra ele. Doutora Lucia Brandao, doutor Renato. (OFF) Pode passar. RENATO na sua sala, ao telefone. Lucia, tudo bem ? Tudo bem, Renato. Ligued pra te pedir pra dar uma passadinha aqui antes de vocé ir pra casa. Algum problema ? J fez sua mudanga ? Nao. Ainda nao, Eu queria conversar com voce antes de ir. Tudo bem. Eu j4 estava mesmo de saida. Passo ai daqui a pouco. 1 te esperando. Um beijo. Un beijo. LUCIA desliga. Camera fica com RENATO. Ele desliga e guarda alguns papéis numa pasta, preparando-se para sair. CENA 21 - CASA DE GILSON - (INT NOITE) GILSON abre a porta para BRANDKO. Os dois carrancudos. GILSON BRANDAO Vamos entrando. Com licenga. BRANDAO entra. GILSON fecha a porta. BRANDAO GILSON BRANDKO Espero que 0 senhor hoje nao tenha bebido além da conta, como aquele dia no restauran- te. Eu bebo mas nao perco a linha. Se aquilo nao é perder a linha, entao eu BRANDAO n§o sei o que &. SEcSOR Eu nao chamei o senhor aqui pra falar de mim. Quero falar da Joana. Eu exijo que ° senhor se afaste dela. Nunca mais aparega ‘no bar. Reagao de BRANDAO, CENA 22 - SALA DE RENATO - (INT NOITE) RENATO acaba de arrunar sua pasta ¢ sai. CENA 23 - ESCRITORIO DE RENATO - SALA DE NAZARE - (INT NOLTE) RENATO sai da sua sala e di de cara com PEDRO, postado no meio da sala, com SU taco e o envelope. Reagio de RENATO. NaZARE observa. RENATO Ora vejam '. Que surpresa! PEDRO Vamos levar um papo ? Tem que ser hoje. RENATO Eu tenho um compromisso agora, mas acho que igso mais importante. Vamos entrar. 0s dois entram para a sala de RENATO. CENA 24 = SALA DE RENATO ~ (INT NOITE) RENATO entra. Logo atrés, PEDRO., RENATO vai para sua mesa, PEDRO fica de pé, tenso, retesado. RENATO Felo jeito, parece que voc’ tomou uma reso- lugio. PEDRO Acertou, coroa. RENATO Que foi que vocé resolveu ? *_pepro. Eu topo. Aceito tua proposta. Té a fim de entar af, no teu lugar. Camera em RENATO. Ele olha um tempo para PEDRO e depois comega a rir, satisfei- to, cone se acabasse de conseguir a maior vitéria da sua vida. PEDRO muito sé- rio, olhando pra ele. RENATO ri, de pura felicidade. PIM DO 90@CAPITULO.

Você também pode gostar