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Avalição dos Índices de Emissão de Monóxido de Carbono na

Área Central de Joaçaba

1. Referencial Bibliográfico

No Brasil os padrões de qualidade do ar são estabelecidos pela Resolução CONAMA nº


491/2018, a qual revoga a Resolução Conama nº 03/1990 e os itens 2.2.1 e 2.3 da Resolução
Conama nº 05/1989. Esta resolução dispõe sobre os padrões de qualidade do ar, considerando
ser parte estratégica do Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar – PRONAR, ainda
referenciando-se nos valores guia de qualidade do ar recomendados pela Organização Mundial
da Saúde – OMS, em 2005.

O PRONAR foi criado pela Resolução CONAMA nº 5, de 15 de julho de 1989, com o


propósito de assegurar que o desenvolvimento econômico e social do país não agrida o meio
ambiente, permitindo à melhora da qualidade do ar a partir da limitação dos níveis de emissão
de poluentes por fontes de poluição atmosférica. Este programa incorporou os já existentes
PROCONVE, Programa Nacional de Controle da Poluição Industrial, Programa Nacional de
Avaliação da Qualidade do Ar, Programa Nacional de Inventários de Fontes Poluidoras do Ar,
além de Programas Estaduais de Controle da Poluição do Ar (CANCELLI E DIAS, 2014).

São estabelecidos limites para emissões por tipo de fonte e de poluente, são definidos
padrões de qualidade do ar, é feita uma classificação de áreas conforme o nível de qualidade
do ar, é implantada uma Rede Nacional de Monitoramento da Qualidade do Ar e são criados
Inventários Nacionais de Fontes e Emissões.

O PRONAR incorporou os já existentes PROCONVE, Programa Nacional de Controle da


Poluição Industrial (PRONACOP), Programa Nacional de Avaliação da Qualidade do Ar,
Programa Nacional de Inventários de Fontes Poluidoras do Ar, além de Programas Estaduais de
Controle da Poluição do Ar (IBAMA, 2004).

O PROMOT, também elaborado pela CETESB, foi estabelecido nacionalmente pela


Resolução CONAMA no 297/02 e complementado pela Resolução CONAMA no 342/03. Assim
como o PROCONVE, seguiu padrões estabelecidos na Europa. Tanto o PROCONVE quanto o
PROMOT estabeleceram fases de implantação, considerando os tipos de veículos e
combustíveis utilizados sendo que em cada uma delas os veículos novos deveriam emitir
progressivamente menos poluentes. A implantação em fases foi uma forma de promover o
desenvolvimento tecnológico dos veículos automotores e, consequentemente, reduzir suas
emissões de poluentes (CETESB, 2010).

Dentro desse contexto, inventários de fontes de emissão de poluentes, sejam eles de


fontes móveis (veículos automotores) ou fixas (indústrias), são instrumentos fundamentais
para o cumprimento e elaboração de leis e de planos de gerenciamento ambiental (CANCELLI E
DIAS, 2014).
Principais Poluentes Atmosféricos

Fonte: FEAM, 2003.

A contaminação do ar vem de uma mistura complexa de milhares das fontes que vão
desde chaminés industriais e veículos automotores ao uso individual de materiais de limpeza e
pinturas domésticas. Em geral as fontes são agrupadas em quatro tipos: fontes pontuais;
fontes de área; emissões veiculares e fontes naturais (BRITO, 2005).

Fontes Pontuais

As fontes pontuais são fontes de emissões estacionárias de alta magnitude, estimadas


individualmente. É toda instalação estabelecida em um único lugar que tem como intenção,
desenvolver atividades industriais ou processos comerciais, dos serviços que geram ou podem
gerar emissões poluidoras à atmosfera (ASOCIACIÓN DE GOBERNADORES DEL OESTE DENVER,
1997).

Fontes de Área

As fontes de área representam emissões das fontes que são demasiadamente numerosas
e dispersas. Ocorre quando as emissões individuais não são suficientemente grandes para
classifica-las como fontes pontuais, devem ser estimadas usando fatores de emissões e níveis
de atividade. Em geral, as fontes de área são pequenas e numerosas (MARTINEZ E ROMIEU,
2003).

Fontes de Origem Veicular

As emissões de origem veicular advêm do tubo de escapamento (gases), do sistema de


alimentação do combustível, respiros, juntas e conexões (emissão evaporativa) e dos respiros
do cárter. A composição e proporção dos gases dependem da natureza do combustível (álcool,
diesel, gasolina, gás natural, etc.) e do sistema de combustão (BRITO, 2005).
Pontos de Emissões Veiculares

Fonte: BRITO, 2005.

Fontes Naturais

Um grande numero de investigadores tem estabelecido que a vegetação (cultivos,


arbustos, bosques, etc.) emite quantidades significativas de hidrocarbonetos na atmosfera.
Vários estudos têm demonstrado que as emissões biogênicas podem ser comparadas às
emissões de hidrocarbonetos de metano das fontes antropogênicas em certas áreas. Outras
categorias menores de fontes naturais incluem, o relâmpago (NOx) e os Vulcões (MARTINEZ E
ROMIEU, 2003).

Principais Gases Poluentes e seus Efeitos para Saúde Humana e ao Meio Ambiente
Fonte: BRITO, 2005.

Monóxido de Carbono

O monóxido de carbono é um gás presente em nosso cotidiano, que se inalado em maiores


concentrações pode ser altamente nocivo. É extremamente perigoso, sendo um gás asfixiante
químico incolor, sem cheiro ou sabor.

Seu efeito está associado à capacidade de transporte de oxigênio pela hemoglobina. Com a
formação da carboxihemoglobina, composto resultante da reação da hemoglobina com o CO,
reduz-se à possibilidade de a hemoglobina transportar oxigênio a todas a células do organismo
(FEAM, 2003).

Grau de Severidade por Carboxihemoglobina

Fonte: BARBOSA, 2018.

A principal fonte de emissão de CO para a atmosfera são os veículos automotores, em


função da combustão incompleta ou parcial do combustível, na camada de combustão. Sendo,
portanto, um poluente encontrado em áreas urbanas com tráfego intenso.
Para veículos automotores, a quantificação de poluentes emitidos é simples, porém,
depende de uma variável cuja obtenção é bastante complicada: o fator de emissão de cada
poluente. O fator de emissão de um poluente varia de acordo com o tipo de combustível, sua
composição, ciclo do motor do veículo e quilometragem rodada, entre outros fatores). Para o
Brasil, as estimativas de emissões veiculares encontradas na literatura, em sua maioria, são
limitadas a um único tipo de poluente e uma única categoria de veículo ou combustível.
(CANECELLI E DIAS, 2014).

Em janeiro de 2011 o Ministério do Meio Ambiente (MMA) apresentou o Primeiro


Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários (INEA).
Esse inventário foi elaborado por um grupo de trabalho composto pelo MMA, Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Agência Nacional
de Transportes Terrestres (ANTT), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) e Petróleo Brasileiro S/A
(PETROBRAS) (MMA, 2011). No INEA foram apresentados fatores de emissão veicular por tipo
de combustível, ano de fabricação e categoria de veículo. A esse tipo de distribuição dá-se o
nome de distribuição completa. Para casos em que existem apenas dados gerais de
distribuição de quantidades de veículos propõe-se, uma divisão simplificada de distribuição de
frota (CANCELLI E DIAS, 2014).

Medição de CO

Segundo (CONAMA, 2018) Ficam definidas como condições de referência a temperatura


de 25ºC e a pressão de 760 milímetros de coluna de mercúrio (1.013,2 milibares). Ainda,
adota-se como unidade de medida de concentração dos poluentes atmosféricos o micrograma
por metro cúbico (µg/m3) com exceção do Monóxido de Carbono que será reportado como
partes por milhão (ppm).

A NBR 13157 - ABNT estabelece como método de análise da concentração de CO na


atmosfera, por espectrofotometria de infravermelho não dispersivo.

Limites máximos de emissões de CO estabelecidos pelas normativas

Segundo a RESOLUÇÃO N. 491, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2018, o limite para uma


exposição de 8 horas é de 9 ppm.

A RESOLUÇÃO N. 492, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2018, a qual refere-se as Fases PROCONVE


L7 e PROCONVE L8 de exigências do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos
Automotores – PROCONVE, estabelece os seguintes limites:

Para a fase PROCONVE L7, o limite máximo de emissão, tanto para a categoria leve
passageiro, quanto para leve comercial é de 1000 mg/km ou 1,0 g/km.

Os níveis de emissões para veículos da fase L8 são:


Nível Monóxido de Carbono (Fase L8) Nível Limite de CO (mg/km)

Veículos Leves Comercial Diesel 320 até 170 1000

Veículos Leves Ignição por Centelha Acima de 1700kg 140 até 110 1000

Veículos Leves de Passageiros e Comerciais até 1700kg 80 1000


Veículos Leves de Passageiros e Comerciais até 1700kg 70 até 50 600

Veículos Leves de Passageiros e Comerciais até 1700kg 40 até 30 500

Veículos Leves de Passageiros e Comerciais até 1700kg 20 400

Em âmbito industrial, a Norma brasileira NR 15, define limite de 39 ppm, para jornada de 48
horas semanais e em atmosfera normal, não ar mandado.

Fonte: CONAMA, 2018.


Município Escolhido para Coleta dos Dados

JOAÇABA-SC

Segundo estatísticas do portal Detran/Ciretran - Joaçaba, o município contém 25.618


veículos em circulação, e de acordo com dados do IBGE (2020), a população estimada é de
30.404, resultando em um percentual para a relação de veículos por habitante de 84%, ainda,
portanto, ficando evidente que o município apresenta uma taxa de urbanização considerável,
o que implica em maiores emissões de poluentes.

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