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| Alianca no fundo do mar, de Carlos Fioravanti, publicada na Revista FAPESP, edic¢ao 258, de agosto de 2017 Por Tiago Henrique Autoria e Contextualizacio A obra 4 um texto de divigacto cientifca do Drojeto de pesquisa de um grupo de cientistas de diversas “universidades brauileiras. Quem deu publicdade 2 pesquisa ‘Genta foto jornalista Cartos Foravanti por meio da edido 258 de agosto de 2017 da revista FAPESP. Os autores da Pesquisa pertencem a um grupo chamado Rede Sisdiota- (Mar, que resine cerca de $0 integrantes © Sisblota-Mar ¢ formado por trés grandes ) preteen, que enfocam Ecologia, Evolydo e Quimica Marinka. O projeto Ecologia pesquisa os padres de [processos ecoligicos da biodiversidade marinha. © projeto | Evolugdo busca explicar of padréer « processot evolutvos da biodiverstdade 20 longo do espaga.e do tempo. 0 projeto ‘Quimica Marinha investiga as relagdes ecolégicas, como a Tazern com aigumas cafacteristicas peculiares. foram percebidos, por exemplo, horérios ¢ rituais que antecedem a limpera, sab 0 risco de 05 limpadores se tornarem apenas presas de seus prededores E interessante rotar que nessas estacies de limpeza, como a regido preservada de Atos das Rocas, os predadores © as suas presas modificam completamente a ‘wa relacbo. A relacto se torna apenas de cliente e prestador de servo al. Mais interessante ainda é notar que, assimque acaba a limpeza, a presa precisa sair de pertoimediatamente sob 0 risco de ser comida. Entretanto, de maneira natural e evolutiva, ests consentido entre ambas as partes que ali é ‘um local de trégua na reagdo predador-presa. O que nio é tolerado ¢ que of prestadores do servico saiam da estacio de limpexa e 05 predadores entrem ls com outra Intenso que no ade serem limpos Cabe destaque 0 fato de que no apenas peixes maiores comparecem pera a limpeza diéria, mas também tartarugas recebem essa prestacio do Servo. Esta relagdo entre 0s organismos dos recifes, cchammada de simbiose de limpeza, nfo é recente, masa sua ‘pesquisa na costa brasileira, sim. O que se percebe € que & ‘essencial para a manutencio do ecossistema marinho. Pois ‘6 uma relacho simbiotica em que todo mundo sai ganhando: Co peixe-limpador enche a barriga ¢ o contratante do servico, predadores, sal limpinho. Além disso, ninguém fica doente, pois a auséncia de limpadores devearia os petves maiores doentes e eles mesmos ndo teriam como se prejudicaria em forma de cascata outras Assim: Besquisas Hesse sentida tém o'propésito ‘de avaliara importania dos limpadores na sade dos recfes © sugerir uma regulamentacio da pesca de peixes ‘ornamentals ~ jé que 0s peixes-limpadores sio vistos com frequéncia em lojas de aquirios ~ dado que ¢ necessirio um ‘equilibrio ecolégico no ecossistema marino e a permanéncia dessas espécies 6 estencial, A propésito, a relacio simbiética entre os limpadores e seus clientes relatada na pesquisa levanta a discussio sobre as relagSes ecolégicas existentes. Neste ‘cas0, trata-se da protocooperagio, que ¢ quando duas ‘espécies se beneficiam de uma interaclo. Como visto, os limpadores se alimentando e os predadores sendo limpos. Além protocooperagso, a titulo de inicio de um © Comensalisme {tipico, inquitinismo & epetitismo) * Relagdes Desarmonicas © Desarmonicas intra-especificas + Competicdo intra-especifica Portanto, a manutengso das relagbes ecologicas ¢ fundamental para a existéncia de um ecossistema hharménico e dindmica. Sd assim 0 fuxo de materia orghnica, ‘energia, @ muitos outros fatores seri mantido e no apenas __ @8 animais serdo beneficiados, mas também os humanos, _ Que também, em aiguma medida, fazem parte dessa cadea. Obra Alanga ne tundo do mar AS aguas do atol das Rocas, a 267 quilémetros (kom) de Natal, Rio Grande do Norte, abrigam um dos fendmenos mats chamativos dos recifes, quando 0s peixes: predadores se. concedem momentos de égue.¢ se sana ree a Seer ase _Em um dos levantamentos mais abrangentes ja realizados no eee wore co ree enone Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Quimbayo ¢ os bidhogos Lucas Nunes ¢ Renan Ozekoski, também da Sisbiota-Mar, observaram 318 interagBes de limpers entre 0s peines, em profundidades variando de 1 metro (m) a5 m, durante 44 horas 20 longo de 22 dias. uas espécies exchusivas da regido foram as mais atuantes: 0 bodilo-de-noronha (Thalassoma noronhanumn), ue atinge 12 cm quando adulto, ¢ © neon-cata-piolho (Gacatinus phthicophagus), de até 4 cm. O bodido participou de 75% das faxinas e atendeu a0 maior nimero de especies | de chentes, 18, de um total de 22 espécies de peixe e uma | de tartaruga que procuraram os servicos dos impadores. Em uum artigo publicado em julho deste ano na revista Environmental Biology of Fishes, os bidlogos atribuem 0 inimero elevado de sessbes de limpeza a0 fato de a maioria (82) dos clientes ser herbivoros;além disso, obodiso era @ ‘especie mais abundante por ld Os trés bidlogos observaram comportamentos peculiares dos peixes-limpadores do atol. Em Fernando de Noronha, apenas os bodibes jovens se alimentam de parasitas dos outros peixes, mas no atol o habito se mantém também entre 0s adultos. No atol, 0 bodido evita se aproximar de espécies que poderiam comé-lo. “Supomos que essa espécie, de algum modo, consegue identificar as espécies perigosas, provaveimente por um processo evolutivo que eliminou os imprudentes”, diz Quimbayo. © neon apresentou uma dieta flaxivel, _abandonando os habitos herbivoros de outros lugares para, ‘no atol,saciar-se com vermes, até mesmo arriscando-se 20 susurriees declanes corse vevconmainsiberidin especializada nessa atividade como no atol. Em metade (S6%) das 120 interagbes, os clientes eram espécies ‘redadoras, como garoupas, las e tubarBess\ = 6.5 das 6.500 espicies de pee de tecifos © menos de 1% do. total das 30 mil expécies de peixe, de acordo com um evantamento coordenado por David Brendan Veughan, d2 Universidade lames Cook, da Austrilia, publicado em 2016 ‘na revista Fish and Fisheries. Comardes-limpadores $50 ainda mais raros. Das 51 espécies jd identificadas, duas ‘vive no atol:Lysmata grabhami, com antenas brancas ¢ até 6 cm de comprimento, e Stenopus hispidus, com corso ‘malhado de brancoe vermetho, antenas brancas « até 10 em de comprimento.Eles responderam por apenas 3.7%. 2.7%. fespectivamente, de todos 0s. episédios de limpeza ‘registrados e entraram em aco principalmente quando os ppeixes-impadores nio estavam por perto, como Quimbayo {a havia observado em um estudo de 2012 nas ithas de Cabo Verde © S80 Tomé, na costa da Africa. thas em perigo 0s levantamentos da Sisbiote-Mar indicaram que © atol das Rocas ¢ 2 mais preservada das quatro ithas ‘oceinicas.brasileiras, por ser uma reserva biolégica com Acesto permitide somente a pesquisadores. “Mesmo em Fernando de Noronha, que possui status de parque nacional, ‘area protegida sustenta uma populacio humana crescente © existe uma area fora do parque em que so permitidas atividades como a pesca”, observa Ferreira. Segundo ele, os ‘Pebxes da érea protegida podem nadar para a ndo protegida, ‘onde sdo pescados. No arquipélago de SS0Pedroe Sio Paulo, a mil km de Natal, ja ndo ha tubardes e 05 cardumes de atum foram bastante reduridos por causa da pesca excessiva, segundo ‘anos, a tha de Trindade, a 1,2 mil ma | Cabs mencionar ques popularizacao da ciéncia se deve a exse tipo de género textual. Ele é consideradourn dos Principais instrumentos por tornar_—_disponiveis, conhecimentos e tecnologias que tém 0 potencial de ajudar 2 vida das pessoas em geral, e, assim, dar suporte & detenvolvimentos econémicos e sociais sustentaveis. Um texto de divulgacéo cientifica tem algumas caracteristicas, que sio a presenja necessiria da impessoalidade, verbos predominantemente no presente do indicative e na terceira pessoa, uma vez que o autor expressa descobertas que fez sem deixar revelar suas marcas pessoais © a nio utilzacSo de expresses demasiadamente coloniats, mas também a no utllzagdo de expressOes demasiadamente cientificas, ou seja, trata-se de um texto ‘acessivel a um cidado comum. Quanto 2 estrutura de um texto de divulgegso cientifica, ela no tem uma forma rigida. £ expositiva e tem 2 Unica finalidade de transmitir conhecimentos de natureze ientifica a um pablico mais amplo. Tem uma ideia central fafirmasio dos conceitos), desenvolvimento por melo de provas (exemplos, comparacBes, relacSes de efeito e causa, resultados de experiéncias, dados estatisticos), @ uma conclusso. Citagdes da obra na Matriz de Referéncia (O ser humano como um ser no mundo A perspective de um projeto de vida e do entendimento da atitude existencial como realidades pelas ‘quais somos responséveis consubstancia outros aspectos rrelevantes. Alguns relacionados aos projetos orientados para a coletividade, como se depreende do texto Alianga no fundo do mar, de Carlos Floravanti, publicado na Revista FAPESP, edicS0 258, de agosto de 2017. Outros, porsua vez, vinculados atemas e problemas contemporineos de cariter interdisciplinar que dizem respeito @ economia de agua, com © intuito de sanar um problema relevante sofrido por todos, descrito no artigo Combate & terra seca, de Yuri Vasconcelos, Publicado na Revista FAPESP, edipo 248, de outubro de 2016. (Pagina 4, sétimo paragrafo) Tipos e Géneros: Entende-se 0 termo género de vrias formas. Por exemplo, género como distin¢o de sexo, como classificaco. ‘textual ou artistica. Assim como existem tipos de textos, hi tipos de organizacSo social, tipos de figuras geométricas, ‘tipos/modalidades de linguagem. Diferentes formas de vida podem revelar, em sua organizacio, elementos para pensar esas questies, como se depreende do artigo Allanca no fundo do mar, de Carlos Fioravanti, publicado na Revista FAPESP, edi¢lo 258, de agosto de 2017. De maneira sershante, srl ene petit de ferns ners Podem ser discutidas a partir do video La mujer. primeropatigafo) = ~~ 2 signs} ab wiparnana's dor 2108 30 wer AP Wea Navi © DER Gb Jorg aigwe rogortee voi Estruturas ‘Ampliando 0 estudo e a interacSo dos seres vives fentre si e deles com seu ambiente, € possivel chegar is festruturas no Smbito ecoldeico, categorizando-se 0s diversos niveis de organizagSo: populagso, comunidade, bbiomas, biosfera. Por isso, ¢ importante o reconhecimento de que 0 ecossistema éo ambiente bisico de interacio entre 8 seres vivos, de forme intra ou interespecifca, e de que @ especie humana ¢ integrante dessa relacio que se dé no tempo e no espago e na bicsfera, pela qual somos ‘esponsiveis, por meio do trabaino. As obras Combate 3 terra seca, de Yuri Vasconcelos, publcada na Revista FAPESP, edi; 248, de outubrode 2016, €Allanga no fundo ‘60 mar, de Carlos Fioravanti, publicada na Revista FAPESP, ‘digo 258, de agosto de 2017, apresentam aspectos que constituem temas imprescindWveis para a construgio da cidadania que podem estimular 0 empenho cada ver mais ativo na tarefa de garantc situagdes de sustentabitdade. (Pagina 15, terceiro paréarafo) Energia, Equilibrio e Movimento: As formas de utilizagio do energia ajudam compreensio das tecnologias 0 longo da Historia. A qualidade de vida de uma sociedade esta associada 20 -acesso as diferentes fontes de energia e 20 uso que se faz elas. A sociedade deve estar apta a desenvoiver tecnologis de producdo e de utiliza¢ao de energia, retacionando-as 30 desenvolvimento econémico e tecnoligico e a qualidade de vida, de forma racional, para garantir 0 uso sustentavel, que std vinculado a diversas politicas — tecnol6rica, enerrética, E relevante 0 estudo de patologias relacionadas & contaminacSo do ambiente no meio urbanoe rural, uma vez que exercem na ciclagem de nutrientes. A relacio tréfica | assume papel importante, pois os seres vivos podem ser | ‘como unidades energéticas que estabelecem um ‘de troca. Por meio desse vinculo, torna-se evidente I | Ndmero, Grandeza e Forma: A necessidade de conceitos matemiéticos leva considerar relevante 0 estudo de indicadores econdmicos € socials, tabelas, indices e gréficos. Exemplo disso ¢ a cartografia, que, como forma de representago do espaco, utiliza escalas numéricas e gréficas, imagens e coordenadas ‘artesianas aplicadas 2 gestéo de recursos humanos & naturais. As obras Alianga no fundo do mar, de Carlos Fioravanti, publicada na Revista FAPESP, edigSo 258, de agosto de 2017, e Combate a terra seca, de Yuri Vasconcelos, na Revista FAPESP, edigSo 248, de outubro de 2016, ‘exemplificam diversas formas de aplicaglo desses conhecimentos e possibilitam diferentes leituras dos dados apresentados. (Pagina 24, primeiro pardgrafo) Espagos Pensar a constituigdo do espago geografico remete 20 fato de que os homens comecam a transformacéo do melo natural 2 partir do dominio da técnica. Desde alascar a pedra (“periodo da pedra lascada” ~ Paleoiitico Superior) a dominar técnicas de plantio, os seres humanos comecaram ‘2 modificaro meio natural. A trensformago, lentec greduel, do meio natural em meio técnico, cada vez mais artifcializado, mais instrumentalizado, € marcada pelas mudancas nas. relagbes socials, especialmente na organizasSo do trabalho. O artigo Combate 3 terra seca, de Yuri Vasconcelos, publicado na Revista FAPESP, edigao 248, de outubro de 2016, traz elementos para uma reflexdo ‘acerca das implicages relacionadas &s ciéncias. Allanga no fundo do mar, de Carlos Fioravanti, artigo publicado na aes ene a 258, de agosto de 2017, refere (2018-Tude Sobre ¢ PAS Un8-Questbo ini} LA espécie bodido ¢ 0 pelke limpador mais abundante ‘entre todas as espécies analisadas na pesquisa.” 2. ‘As sessbes ‘de limpeza ocorrem em geal em espacos ‘especifices, estabelecidos ‘as chamadas cestagbes de limpeza, |a rochas Ov corals, € seguem rituais proprios. 3. Aretirads dos limpadores vai empobrecendo os recifes « _Causando o desequilibrio ambiental. Pode-se afirmar que ‘0s recifes no sobreviveriam sem os pequenot ‘trabathadores. ‘4. Caso as espécies de peixes-limpadores deixem de existir os Sees rane Fa eens ‘entre os peber-impadores © OF | ei Que slo bpos 6 crscetesde plo monsoons entre as especies, Um exemplo de parasitismo 6 entre a rais jemanta, © ‘otha do mare a craca, pois os plohos do mare as cracas [parasites se hospedam na pele da raia jamanta. 9. Rato.@ besouro s80 um exemple de comensalism, pos ‘© besouto usa 0 rato como meio de transporte até 0 + ninhe do rato, Ls, 0 besouro sl doratae se alimenta dos " parasitas exstentes no ninho. Quanto mais besourot © _ rato tem, menos saudivel el ¢. 10.Discorra sobre 2 importincla das relagées ecoldgicas. eoRknegen Oi einem 2 me NG RYO CHwGr os S190" me MUP Oe

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