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A V I D A E A O B RA D E
MULHERES NA
IDADE MÉDIA
1098 - 1179
Hildegard von Bingen foi pintora, poeta, compositora, cientista,
doutora, monja, filósofa, mística e naturalista alemã,
tendo alcançado lugar de destaque na hierarquia da Igreja Católica
em uma época em que as mulheres ainda não podiam se destacar. Imersas em uma cultura
patriarcal, as mulheres
medievais tinham direitos
UMA VIDA DEDICADA À RELIGIÃO
limitados, dependiam da
Hildegard foi enviada ao convento quando ainda era tutela de um homem (como
criança. Ela dirigiu um mosteiro de monjas o pai ou o marido) e,
beneditinas e assumiu muitas das funções que a muitas vezes, seu destino
Igreja considerava próprias dos homens, como estava restrito à vida
pregar a doutrina cristã em público. doméstica ou ao convento.
Porém, existiram mulheres
independentes, que
AS VISÕES DE HILDEGARD construíram suas carreiras
e contribuíram para a
Aos 42 anos, ela relatou sua primeira grande visão
formação da cultura
divina na qual uma luz brilhante ordenou que ela
medieval, como as
escrevesse e pregasse. Ela assumiu para si uma
escritoras, filósofas,
tarefa de transmissora da palavra de Deus e seus
médicas e rainhas.
textos, músicas e pinturas retratavam essas visões.
HIEROFANIAS
UMA MULHER À FRENTE DE SEU TEMPO
As visões de Hildegard são
Hildegard construiu uma grande autoridade na sua
um exemplo de hierofanias,
época, trocando cartas com papas, reis e homens e
experiências que seriam
mulheres de todas as classes sociais. Ela também foi a
provocadas pela revelação
primeira autora a escrever sobre sexualidade e
de um aspecto do poder
ginecologia sob um ponto de vista feminino.
divino, isto é, quando o
sagrado se manifesta.
Durante a Idade Média a relação entre a O canto gregoriano era executado nas
arte e o sagrado era muito forte e, de modo geral, grandes igrejas medievais. A arquitetura das igrejas
o repertório da música medieval está vinculado à góticas, como a Catedral de Notre-Dame de Reims
religiosidade cristã. As músicas com temática (obra do PAS 1), era caracterizada por pé direito
religiosa são chamadas de música sacra. Dentro da muito alto, fazendo com que o som reverberasse
música sacra, existem as músicas litúrgicas, que por mais tempo. Assim, as frases alongadas do
exercem uma função específica nas missas e cultos canto gregoriano, entoadas lentamente, faziam
da igreja, atendendo determinados critérios em com que fossem ouvidas com clareza.
relação à letra, melodia e forma de execução.
Também havia a música profana, que era a
Foi o papa Gregório Magno (540-604) que música não-religiosa e que ocorria fora do
organizou a música da liturgia na Igreja, impondo ambiente da igreja. Muito da música medieval
regras na música sacra. Os cantos cristãos que até profana e popular se perdeu, pois muitas canções
então eram chamados de cantochão, com o papa não foram escritas. A música profana reunia
Gregório passaram a ser conhecidos como canto canções de amor, sátiras políticas e danças
gregoriano. Essas músicas eram cantadas apenas acompanhadas de instrumentos, como o pandeiro,
por homens, em latim e sem o acompanhamento a harpa e a gaita de foles, que eram fáceis de serem
de instrumentos musicais (a capella), muito transportadas pelos músicos que iam de uma
associados à música pagã. cidade para outra.
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Tradução e análise da letra Em Spiritus Sanctus Vivificans Vita, o Espírito Santo é
apresentado como a fonte de toda a vida, cuja ação
purificadora e curadora restauraria aquilo que foi manchado e
Espírito Santo,
ferido. Para Hildegard, a música é um instrumento para que o
vivo e vivificante, ser humano alcance a reparação do seu ser.
QUESTÕES DO PAS/UnB