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Hildegard Von Bingen (1098-1179)

Além de mística, dramaturga, teóloga e pregadora, foi poetisa, ilustradora e


compositora talentosa, deixando obra de grande importância original. Também
fez muitas observações da natureza com uma objetividade científica até então
desconhecida, especialmente sobre as plantas medicinais, compilando-as em
tratados onde abordou ainda vários temas ligados à medicina e ofereceu
métodos de tratamento para várias doenças.
Em primeiro lugar, via as mulheres com olhos cheios de amor,
correspondendo-se em pé de igualdade com papas, altos prelados e
autoridades profanas. Em segundo, o grande papel que atribuía ao feminino na
ordem do universo. É preciso assinalar que essa ênfase no feminino não a levou
a uma negação do masculino, nem a um confronto direto com as definições da
ortodoxia dogmática do Cristianismo – o que ela parece ter buscado foi uma
harmonização entre os opostos. Em terceiro lugar vem sua abordagem franca
da sexualidade humana, mostrando-os como funções essenciais do corpo e
necessárias para o bem-estar humano no estágio evolutivo em que se
encontra. Finalmente, traçando um painel histórico dos papéis sociais
tradicionalmente atribuídos às mulheres – a maternidade ou a vida religiosa –
não via nenhum deles como de todo satisfatórios.

Uma de suas pesquisadoras revela: “sua contribuição foi tão excepcional em se


tratando de uma mulher de sua época, que os pesquisadores modernos, com
todo seu aparato teórico e instrumental, ainda consideram difícil analisá-la com
suficiente objetividade e avaliar sua real importância”.
Hildegard sobre Hildegard:

“A humanidade existe dentro da estrutura do universo, no meio do que era,


pois a humanidade é mais poderosa do que as outras criaturas que existem
dentro dessa estrutura, insignificante, talvez, em estatura, mas grande em
virtude de sua alma. Com a cabeça colocada acima e os pés abaixo, a
humanidade move tanto os elementos mais altos quanto os inferiores e entra
neles com obras. (...) Pois como uma pessoa vê cada criatura em todos os
lugares com seus olhos, então na fé ele olha para todos os lugares sobre Deus e
o reconhece através de suas criações, porque ele entende que Deus é seu
Criador. (I.2.15 = Schipperges, pp.222)
A música de Hildegard

Hildegard criou mais de 77 peças únicas. Ela considerava a música o ponto


onde o céu e a terra se encontram e acreditava que a harmonia era mais do
que a combinação de vozes e instrumentos e sim o equilíbrio de corpo e alma,
a interconectividade do homem com o universo.
Segundo Hildegard, é através da música que experimentamos o paraíso que
outrora reinou como realidade na terra. E cantando os cantos litúrgicos,
podemos ter acesso ao refrão angelical.
Ela baseou seus meios de expressão nas bases do canto gregoriano, que ela
personalizou com uma faixa tonal mais ampla. Não é incomum para o século
XII, mas ainda assim em um estilo muito pessoal. Hildegard experimentou
material melódico altamente expressivo, expandindo-se sobre formas
existentes para criar novas estruturas que elevariam seu estilo a novos
patamares.
Ela usou os modos combinados e uma gama mais ampla – ou ambitus, do que
as composições do canto gregoriano, mas em um estilo altamente
personalizado que pode ser reconhecido até mesmo por ouvidos não treinados
para reconhecer a música do século XII, também incorporando luz através do
uso das vibrações mais altas.

Sua crença em usar a música como ferramenta para relaxar, curar e liberar
poder criativo é algo que todos podemos incorporar em nossas vidas.
Hildegard Von Bingen se eternizou por seu trabalho, estudo incansável em
vários aspectos, mostrando que não somos um ponto e sim, uma mandala!
Como se encontra a sua?

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