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Tese MSC MB
Tese MSC MB
JÚRI
Carlos A. J. V. Dinis da Gama (Professor Catedrático, IST, UTL)
António Diogo Pinto (Professor Associado com Agregação, IST, UTL)
José E. T. Quintanilha de Menezes (Professor Auxiliar, FE, UP)
José J. R. Delgado Muralha (Doutor, Investigador Auxiliar do LNEC)
JUNHO DE 1998
aos meus pais . . .
“A Ciência permanecerá sempre a satisfação do
desejo mais alto da nossa natureza, a curiosidade;
fornecerá sempre ao Homem o único meio
que ele possui de melhorar a própria sorte”.
Renan, O Futuro da Ciência.
A GEOTECNIA NA CONCEPÇÃO, PROJECTO
RESUMO
I
GEOTECHNICS IN THE CONCEPTION, DESIGN
ABSTRACT
The work deals with the diversity of geotechnical contributions to the Engineering of
Underground Workings, with special reference to their conception, design and execution.
The most relevant aspects of geotechnical prospecting activities, involving techniques and
applications, are described. Further geotechnical contributions to the design phase are
emphasised, covering not only excavation methods and excavability of rock masses, but also
support assessment criteria. Particular importance is ascribed to the utilisation of geotechnical
monitoring systems for the control of tunnel stability, as well as to contributions for health
and safety of human labour, in order to reach the desired quality of these workings.
A description of the geotechnical assistance to a long tunnel recently built in the vicinity of
Lisbon is provided, which has validated and improved design solutions, in the domains of
excavability, stability monitoring, primary support and permanent lining.
II
PALAVRAS CHAVE
Túneis
Geotecnia
Geomecânica
Concepção
Projecto
Execução
Constrangimentos
KEY WORDS
Tunnels
Geotechnics
Geomechanics
Conception
Design
Construction
Constraints
III
AGRADECIMENTOS
Quando se realiza um trabalho desta índole, apercebemo-nos da importância concreta de quem nos
apoia, a todos os níveis.
À JNICT - Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, pela bolsa conferida nestes dois
anos de mestrado.
Aos técnicos envolvidos na obra em estudo, nomeadamente o Sr. José Paiva (FBO), Dra. Filomena
Gonçalves (CÊGÊ) e Engº Paulo Cerqueira (EPOS), pela disponibilização de dados e pelas
informações específicas relativas às suas actividades.
Aos meus colegas e amigos, Engª Patrícia Falé e Costa, Engº Pedro Bernardo e Engº Humberto
Guerreiro pelos constantes incitamentos e valiosos auxílios, e pela amizade que me demonstraram no
decorrer deste projecto.
À minha colega e amiga Engª Alexandra Borges, a quem muito fico a dever, pelo apoio e amizade e
pela inestimável ajuda e pareceres técnicos.
Ao meu co-orientador, Engº José Muralha (LNEC), pelo precioso auxílio e orientação, tanto nos seus
pareceres e conselhos como na gentil cedência dos seus elementos técnicos.
Ao meu orientador, Prof. Carlos Dinis da Gama, cuja colaboração, apoio técnico e humano, orientação
e empenho foram inexcedíveis. A ter valor, este trabalho deve-o fundamentalmente a ele.
Aos meus amigos e à minha família, principalmente aos meus pais, que suportaram incansavelmente
esta minha fase de alheamento, auxiliando-me e apoiando-me em tudo o que necessitei.
Os agradecimentos nominais têm o inconveniente de não incluírem todos os que colaboram, sob o
risco de tornarem este elemento numa longa e fastidiosa lista. Se estes agradecimentos omitiram
alguém, trata-se apenas um lapso no papel, o autor tem bem presente o apoio e as valiosas
contribuições de todos vós.
IV
ÍNDICE GERAL
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................1
1.1. PREÂMBULO .......................................................................................................................1
1.2. CONTEÚDO DO TRABALHO.............................................................................................2
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA...........................................................4
2.1. PLANEAMENTO E MÉTODOS DE PROSPECÇÃO .........................................................4
2.1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS .............................................................................................4
2.1.2. RECONHECIMENTO PRELIMINAR ..................................................................................6
2.1.3. PROSPECÇÃO DE CAMPO...............................................................................................8
2.1.4. CARACTERIZAÇÃO COMPLEMENTAR..........................................................................12
2.2. RELATÓRIO GEOTÉCNICO.............................................................................................15
2.2.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS ...........................................................................................15
2.2.2. CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA DO TERRENO ..........................................................15
2.2.3. AVALIAÇÃO DOS CONDICIONALISMOS GEOTÉCNICOS ...............................................20
2.3. CARACTERIZAÇÃO SISTEMÁTICA “IN SITU”............................................................21
3. CONSIDERAÇÕES AO PROJECTO DE ENGENHARIA EM TÚNEIS..................................25
3.1. FASES DE PROJECTO.......................................................................................................25
3.1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS ...........................................................................................25
3.1.2. ESTUDO PRÉVIO .........................................................................................................28
3.1.3. PROJECTO BASE .........................................................................................................29
3.1.4. PROJECTO DE EXECUÇÃO ...........................................................................................30
3.2. CONSTRANGIMENTOS AO PROJECTO ........................................................................32
3.3. CONSTRANGIMENTOS NA EXECUÇÃO ......................................................................33
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS.............................................................................35
4.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS .............................................................................................35
4.2. CRITÉRIOS DE ESCAVABILIDADE ...............................................................................36
4.2.1. DESCRIÇÃO DOS PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE ESCAVABILIDADE...................................36
4.2.1.1. Introdução ........................................................................................................36
4.2.1.2. Método de Franklin et al..................................................................................38
4.2.1.3. Método de Kirsten ...........................................................................................39
4.3. MÉTODOS DE ESCAVAÇÃO ...........................................................................................40
4.3.1. CONDICIONALISMOS NA SELECÇÃO DO MÉTODO DE ESCAVAÇÃO .............................40
4.3.2. ESCAVAÇÃO COM EXPLOSIVOS ..................................................................................43
4.3.2.1. Condicionantes Gerais .....................................................................................43
4.3.2.2. Utilização de Explosivos .................................................................................44
4.3.2.3. Danos Causados ao Maciço .............................................................................47
4.3.2.4. Segurança e Manuseamento de Explosivos .....................................................49
4.3.3. ESCAVAÇÃO MECÂNICA ............................................................................................52
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS ....................................................................................55
5.1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................55
5.2. MÉTODOS DE SUPORTE PRIMÁRIO .............................................................................59
5.2.1. DIMENSIONAMENTO DE SUPORTES .............................................................................59
5.2.1.1. Considerações Gerais.......................................................................................59
5.2.1.2. Classificações Geomecânicas ..........................................................................60
5.2.1.3. Curvas de Resposta do Terreno .......................................................................68
5.2.1.4. Métodos Computacionais ................................................................................72
5.2.2. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS TIPOS DE SUPORTE PRIMÁRIO .........................................73
5.3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O SUPORTE SECUNDÁRIO..............................................76
V
ÍNDICE GERAL
VI
ÍNDICE DE FIGURAS
ÍNDICE DE FIGURAS
VII
ÍNDICE DE FIGURAS
VIII
ÍNDICE DE TABELAS
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 6 - Tipos de rotura que ocorrem em diferentes maciços rochosos sob diferentes
níveis de tensão in situ (adaptado de Hoek et al[82], 1995) ......................................... 57
Tabela 9 - Classes de maciços rochosos para túneis e tipos de revestimento mais adequados
(adaptada de Bieniawski, 1973 in Dinis da Gama[35], 1976). ..................................... 62
IX
ÍNDICE DE TABELAS
X
1. INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
1.1. PREÂMBULO
A Engenharia de Túneis recebeu parte do seu legado da Engenharia de Minas, área com
vasta experiência do ambiente subterrâneo e que contribuiu decisivamente para o
lançamento e evolução desta técnica sendo, ainda hoje, vários os métodos construtivos
utilizados em túneis que tiveram o seu início em minas subterrâneas.
1
1. INTRODUÇÃO
Pelo que foi dito, é fácil de entender que a construção de um túnel ou de uma obra
subterrânea envolve equipas multidisciplinares especializadas, onde a Geotecnia tem uma
intervenção preponderante em praticamente todas as etapas.
Este trabalho pretende resumir o estado da arte da construção de túneis, com especial
enfoque para os métodos e técnicas praticados em Portugal.
2
1. INTRODUÇÃO
Deste modo, após uma breve introdução, o trabalho inicia-se com uma abordagem dos
métodos de prospecção existentes, passíveis de serem utilizados neste tipo de obras, seus
campos de aplicação e vantagens do seu faseamento, seguindo-se breves considerações
sobre as diferentes fases do projecto de uma obra subterrânea.
Neste contexto foi estudado um túnel hidráulico de saneamento, tendo-se direccionado este
trabalho para obras de reduzida secção, onde se enquadram os túneis de saneamento, de
transporte de águas de abastecimento, de barragens, etc.
Assim, o objectivo principal deste estudo, é alertar para as consequências dos problemas
mais comuns neste tipo de empreendimentos e enumerar as soluções possíveis, sempre
numa perspectiva geotécnica.
3
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
Segundo Oliveira[126] (1994), a escolha dos métodos e sua localização deve contemplar,
entre outras, todas as situações que poderão ocorrer ao longo da escavação do túnel,
procurando-se atingir várias finalidades com cada método. A Figura 1 representa um
fluxograma das várias fases de caracterização geotécnica que podem ser associadas às
etapas de um projecto de uma obra subterrânea.
4
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
Reconhecimento
Preliminar
Prospecção Geofísica
FASE 2
Prospecção
de Campo Prospecção
Mecânica
Ensaios in situ
Ensaios em Laboratório
FASE 3
Caracterização
Complementar Propriedades das Formações e
das Descontinuidades
Propriedades Mecânicas
do Maciço Rochoso
5
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
6
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
7
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
8
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
Relativamente à prospecção mecânica, esta pode incluir poços e/ou galerias, mas é a
execução de sondagens de prospecção o método mais utilizado e importante no
reconhecimento geotécnico. Esta técnica possui grandes vantagens, uma vez que contacta
directamente com o local de execução da obra, possibilitando ainda a realização de ensaios
no local e a recolha de amostras para ensaios posteriores. As desvantagens que lhe estão
associadas, prendem-se com o seu elevado custo e com o facto de se tratar de uma
amostragem pontual, carecendo de interpretação cuidada na elaboração dos perfis
geológico-geotécnicos.
9
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
Os critérios que regem o número e localização das sondagens, devem basear-se em todo o
conhecimento adquirido das fases de reconhecimento anteriores, procurando-se amostrar
as zonas de características mais adversas ou sobre as quais existam maiores incertezas. O
frequente procedimento de distribuir as sondagens de forma equidistante é, no mínimo,
pobre como critério de localização deste importante e dispendioso método de amostragem,
salvo nos raros casos de maciços inteiramente homogéneos.
Com o evoluir dos meios e da tecnologia, os ensaios in situ têm vindo a adquirir uma
grande preponderância sobre os ensaios laboratoriais. Este facto prende-se com a
dificuldade de obtenção de amostras inalteradas e com o efeito de escala evidenciado pelos
maciços rochosos, onde se torna pouco exequível a recolha de amostras com dimensão
suficiente para serem representativas da compartimentação e heterogeneidade do maciço
rochoso (Silvério[155], 1975, McCann[101], 1992).
Segundo Silvério[155] (1975) e Galera Fernández[58] (1997), existem dois grandes grupos de
ensaios que se aplicam na caracterização de túneis: ensaios realizados sobre os
testemunhos de sondagem e ensaios no interior dos furos de sondagem, realizando-se em
casos esporádicos ensaios no interior de poços e galerias de prospecção.
Relativamente aos ensaios nos furos de sondagem, estes visam apurar fundamentalmente
as características do maciço no que respeita à permeabilidade, deformabilidade e
10
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
resistência (ver Tabela 1). Para a obtenção dos parâmetros pretendidos, existe uma vasta
gama de equipamentos disponíveis que deverão sofrer uma selecção adequada, consoante o
maciço em causa, as condições existentes e a finalidade pretendida (Oliveira[121], 1975).
11
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
Após os trabalhos acabados de descrever e perante uma cuidada análise dos valores
resultantes, procede-se à elaboração de um perfil geotécnico condicionado, mais preciso
que o perfil geotécnico preliminar, o qual deverá ter respondido à maioria das questões
relativas à identificação das estruturas presentes no maciço rochoso. A interpretação dos
resultados e a parametrização do maciço rochoso, são aspectos muito importantes, que
devem ser realizados por técnicos que tenham participado na campanha de prospecção e
que possuam a necessária experiência de trabalhos anteriores.
12
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
ENSAIO PARÂMETROS
Com os ensaios realizados, tanto in situ como em laboratório, deverá ser possível
determinar um ou vários modelos de comportamento do maciço que reflictam as
características das formações e as propriedades mecânicas dos maciços rochosos.
13
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
Cartografia de superfície 1
Sondagens 2
Cartografia de superfície 1
Sondagens 2
Sondagens 2
Cartografia de superfície 1
Geofísica – Resistividade 2
FRACTURAÇÃO Sondagens 2
Ensaios em laboratório 3
14
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
Tabela 4 - Documentos, fases e conteúdo dos relatórios geotécnicos (Dinis da Gama[41], 1997).
15
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
• Selecção dos critérios a adoptar para análise e projecto dos suportes (primários e
secundários);
16
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
17
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
18
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
DONO DE OBRA
CONSULTOR GEOTÉCNICO
CONCURSO PARA
A PROSPECÇÃO
CONCURSO PARA
O PROJECTO
RDG
PROSPECTOR
PROSPECÇÃO
PROJECTISTA ADICIONAL
RECONHECIMENTO
PRELIMINAR
ESTUDO
PRÉVIO
PROSPECÇÃO
RGI DE CAMPO
PROJECTO
BASE CARACTERIZAÇÃO
COMPLEMENTAR
RGB
PROJECTO DE
EXECUÇÃO
CONCURSO PARA
A EMPREITADA
ASSESSORI
PROSPECÇÃO A TÉCNICA ALTERAÇÕES
EM AVANÇO AO PROJECTO
(CONSULT.)
EXECUÇÃO
FISCAL EMPREITEIRO
FINAL DA OBRA
19
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
20
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
existem facetas que não são identificadas, uma vez que resultam do método construtivo do
túnel, muitas vezes desconhecido à data da realização do EIA.
Em termos das restrições económicas associadas à prospecção, e apesar de não ser objecto
de um estudo a incorporar em qualquer relatório geotécnico, deve ser dado especial ênfase
à percentagem do custo global atribuído à prospecção. A tendência verificada nos últimos
tempos em Portugal, relativa à avaliação dos projectos por parte dos Donos de Obra,
denota a crescente importância dada aos baixos custos associados à prospecção e projecto,
em detrimento da qualidade destes trabalhos. De facto, não é raro que propostas de menor
qualidade sejam aprovadas, devido ao facto de implicarem menores custos de prospecção e
projecto. Este procedimento tem-se revelado bastante oneroso a longo prazo, uma vez que
motiva elevados custos na fase de construção, acarretando igualmente atrasos
significativos nos prazos de execução.
As soluções técnicas disponíveis actualmente, apontam para uma racionalização dos meios
a utilizar na prospecção, dependente do grau de conhecimento do maciço rochoso, da
sensibilidade da obra e dos custos inerentes a cada opção tomada. Como é sabido, existem
vários métodos de prospecção e caracterização, tecnologicamente evoluídos, que se
destinam principalmente a obras de grande magnitude. A aplicação destes métodos em
obras de pequena dimensão é sistematicamente inviável devido aos custos que acarretam e
à sua dificuldade de manobra em espaços reduzidos.
21
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
Assim, apresentam-se alguns métodos que, pela sua simplicidade, implicam baixos custos,
facilidade de manuseamento, pouca interferência com as actividades construtivas e
pequeno período de operação:
22
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
A utilização dos métodos acima expostos tem, necessariamente, de ser encarada como um
complemento aos trabalhos de prospecção da fase de projecto, destinando-se a conferir
maior detalhe ao reconhecimento, motivado pelo directo e contínuo acesso ao maciço
rochoso. A integração das técnicas de prospecção para o projecto com os métodos
expeditos contínuos, pode alterar significativamente os critérios de desmonte e de
sustimento, entre outros.
Para obras de grande dimensão, e cuja dificuldade se afigure significativa, podem ser
executados túneis piloto, que incorporam bastantes vantagens para a execução (Figura 3).
A realização de um túnel piloto permite o contacto e estudo do maciço rochoso,
constituindo um dos melhores métodos de prospecção em avanço. Estes túneis podem
ainda ser utilizados para testar in situ métodos de escavação e tipos de suportes, para
permitirem o tratamento do maciço a escavar (jet grouting, ancoragens, drenagem, etc.),
23
2. PROSPECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
além de facilitarem o desmonte da frente, uma vez que facultam o acesso de equipamentos,
criam mais uma face livre e possibilitam a descompressão da rocha para o seu interior.
24
3. CONSIDERAÇÕES AO PROJECTO DE ENGENHARIA EM TÚNEIS
Como já foi referido, os diversos fins a que se destinam os túneis implicam diferentes tipos
de concepção e riscos associados. As vias de comunicação, vias de condução hidráulica,
túneis mineiros, instalações militares, depósitos de carburantes ou de resíduos, etc.,
merecem tratamentos distintos a nível de projecto e execução, cabendo ao projectista a
adopção dos critérios apropriados, de acordo com a especificidade de cada obra.
De uma forma geral, e a par do objectivo final da obra, o projecto de um túnel tem de
integrar e gerir diversos aspectos complementares, nomeadamente os impactes ambientais
associados ao túnel, tanto os permanentes, motivados pela implantação deste, como os de
carácter temporário resultantes do processo construtivo em si.
25
3. CONSIDERAÇÕES AO PROJECTO DE ENGENHARIA EM TÚNEIS
É na fase de projecto que os meios técnicos têm de ser utilizados ou concebidos de forma a
que a Engenharia cumpra os seus desígnios, isto é, que promova e planeie todos os
mecanismos de forma a:
26
3. CONSIDERAÇÕES AO PROJECTO DE ENGENHARIA EM TÚNEIS
27
3. CONSIDERAÇÕES AO PROJECTO DE ENGENHARIA EM TÚNEIS
O Estudo Prévio de uma obra subterrânea tem uma importância decisiva na prossecução do
empreendimento, sendo nesta fase que se tomam as decisões mais abrangentes,
nomeadamente no que se refere à continuidade da obra, localização, cenários de execução
e seus custos associados e a determinação das exigências das etapas subsequentes.
28
3. CONSIDERAÇÕES AO PROJECTO DE ENGENHARIA EM TÚNEIS
Este documento deverá conter também a elaboração da estimativa dos custos globais da
obra, de forma abrangente, tratando-se de um elemento muito importante a ser fornecido
ao Dono de Obra e aos seus consultores. Esta previsão económica constitui um dos
principais elementos decisórios do empreendimento, permitindo compará-lo com os
financiamentos e deliberar, em termos de custo e benefício, sobre a continuidade ou
abandono da obra.
Este estudo, suportado pela prospecção geotécnica de campo (capítulo 2.1.3), possui um
carácter desenvolvido, pretendendo-se, nesta fase, a elaboração e definição dos materiais a
utilizar e equipamentos, programas de trabalhos e orçamentos das actividades.
Muitas vezes, este documento é elaborado com maior detalhe, constituindo o elemento
posto a concurso para a empreitada, antecedendo imediatamente a execução. Este
procedimento tem o objectivo de permitir a realização do projecto propriamente dito
durante a execução da empreitada, perante os problemas e condicionantes concretos.
Segundo Mello Mendes[104] (1983), na maioria das obras subterrâneas, é bastante difícil
determinar as características do revestimento sem antes se ter procedido à escavação de um
comprimento apreciável de túnel, com um perfeito controlo do terreno através de
instrumentação apropriada.
29
3. CONSIDERAÇÕES AO PROJECTO DE ENGENHARIA EM TÚNEIS
De forma a poder ser seguida esta sequência de actividades, e como já foi referido, o
Projectista deverá ter uma presença constante em obra, com meios técnicos e humanos
consideráveis, dos quais depende a imprescindível capacidade de resposta.
Mesmo em projectos onde não é seguido este método, dever-se-á atender a que uma obra
geotécnica não é imune a imprevistos, sendo mesmo o tipo de obras onde estes ocorrem
com mais frequência. Devido a isso, a concepção de cenários que identifiquem os mais
prováveis desvios à normal execução da obra, é um procedimento vantajoso para todos os
intervenientes em obras desta índole.
30
3. CONSIDERAÇÕES AO PROJECTO DE ENGENHARIA EM TÚNEIS
Nas últimas décadas tem sido utilizada uma técnica de dimensionamento das obras
subterrâneas, que utiliza a divisão do maciço em zonas, denominada Zonamento
Geotécnico. Esta divisão do maciço pode ser realizada na fase de Projecto Base, mas é com
o Projecto de Execução que adquire uma configuração mais precisa, à custa dos resultados
de ensaios de campo e de laboratório mais detalhados (Oliveira[125], 1986).
Desta forma, o zonamento geotécnico não pode ser entendido como um receituário de
soluções pré-determinadas que dispense estudos específicos localizados, mas antes uma
abordagem de cenários característicos para zonas relativamente homogéneas, onde a sua
aplicação não induza custos acrescidos (na escavação e suporte) ou a redução das
condições de segurança. A adopção eficaz desta metodologia carece igualmente de
reconhecimento e instrumentação contínuos do maciço a escavar, que terá de ir muito para
além da mera classificação geológica das frentes de desmonte, por si só insuficiente para a
aferição das condições mecânicas e estruturais do maciço rochoso.
31
3. CONSIDERAÇÕES AO PROJECTO DE ENGENHARIA EM TÚNEIS
Este processo pode representar uma opção viável, fundamentada pela gama de materiais
que escava (desde solos a maciços rochosos) e versatilidade em termos de diâmetros e de
precisão. Em termos técnicos e ambientais, este método de abertura é atractivo, porquanto
32
3. CONSIDERAÇÕES AO PROJECTO DE ENGENHARIA EM TÚNEIS
Outro aspecto a atender no projecto, refere-se aos danos e prejuízos, a curto e longo prazo,
causados às populações. Estes condicionantes, de cariz temporário e/ou permanente,
restringem a qualidade de vida das populações, através dos inconvenientes provocados
pela fase construtiva (ruídos, vibrações, poeiras, circulação de veículos pesados,
condicionamento do tráfego, etc.), bem como pelas próprias consequências da implantação
do túnel que poderão provocar restrições à construção, uso do solo e rebaixamento do nível
freático, entre outros. Cabe igualmente ao Projectista antever e minimizar os efeitos
nefastos da obra, através das técnicas e meios apropriados, de forma a causar os menores
transtornos possíveis, sendo mais tarde implementados e supervisionados pela
Fiscalização, durante a actividade do Empreiteiro.
A definição dos locais de estaleiro e das áreas de deposição (aterro) dos materiais
removidos pela escavação dos túneis, são outros aspectos importantes, dos quais podem
resultar graves implicações técnicas e económicas, sobretudo se a obra se localizar em
regiões com elevada densidade populacional.
O Projectista de uma obra subterrânea deverá dedicar especial atenção à capacidade que o
seu projecto tem de ser exequível, isto é, terá sempre de equacionar a tecnologia existente,
meios disponíveis e as restrições reinantes, de forma a permitir:
33
3. CONSIDERAÇÕES AO PROJECTO DE ENGENHARIA EM TÚNEIS
Os aspectos acima referidos implicam a incorporação, por parte do Projectista, dos meios
técnicos disponíveis na zona e/ou país de construção, de forma a garantir a exequibilidade
da obra e, simultaneamente, permitir a livre concorrência entre empreiteiros, de forma a
obter menores custos de execução. Assim, deverá ser preocupação do Projectista não
limitar excessivamente os equipamentos a utilizar, bem como possibilitar diversos cenários
para as metodologias de execução.
Um outro aspecto de extrema importância nas fases que antecedem o início da execução, é
a selecção do Empreiteiro e Fiscalização, geralmente da responsabilidade do Dono de Obra
e respectivos Consultores, devendo contar igualmente com a participação do Projectista.
Este procedimento permite avaliar com maior detalhe as metodologias e técnicas propostas
pelo Empreiteiro, e a sua interferência com o meio circundante, com os custos, com os
prazos, com a segurança e com a qualidade final da obra. Analogamente, os meios
colocados à disposição pela entidade fiscalizadora, pode ser de importância determinante
na qualidade da obra e no grau de interferência desta com o meio ambiente.
Entre os factores com maior relevo que devem ser observados nas propostas dos
executantes e fiscalizadores destas obras, contam-se a metodologia e ciclos de trabalho, o
tipo e quantidade dos equipamentos colocados em obra, o grau de formação dos operários
envolvidos, a capacidade técnica e habilitações das chefias e responsáveis e os métodos de
aferição da qualidade.
34
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
35
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
4.2.1.1. Introdução
Ao longo dos tempos, vários autores têm desenvolvido critérios de classificação dos
maciços rochosos em função da sua escavabilidade. Estes critérios baseiam-se em diversos
parâmetros de avaliação, existindo alguns de concepção simples e outros que incorporam
um largo conjunto de características dos materiais e de equipamentos propostos.
Segundo López Jimeno e Díaz Méndez[98] (1997), os critérios mais utilizados e importantes
são: o método de Franklin et al (1971), o método de Weaver (1975), o método de Atkinson
(1977), o método de Romana (1981), o método de Kirsten (1982), o método de Abdullatif
e Cruden (1983), o método de Scoble e Muftuoglu (1984), o método de Hadjigiorgiou e
36
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
CRITÉRIOS DE
PARÂMETROS
ESCAVABILIDADE
Nos pontos seguintes apresentam-se dois dos métodos considerados mais apropriados e
utilizados na classificação de maciços rochosos para fins de escavação de um túnel.
37
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
Espaçamento 6
médio entre EE
fracturas DESMONTE COM
[m] 2
EXPLOSIVOS
ME
0,6
100 EE – Extremamente elevado
E
R EXPLOSIVOS
75 0,2 ME – Muito elevado
Q PARA DESAGREGAR
D 50 M E – Elevado
[%] 25
0,06
0
M – Médio
P
ESCAVAÇÃO ESCARIFICAÇÃO
0,02 P – Pequeno
MECÂNICA
MP MP – Muito pequeno
0,006
MP P M E ME EE
0,03 0,1 0,3 1 3 10 30
2
Índice de resistência a cargas pontuais Is50 [MN/m ]
0 10 20 30 40 50 60 70
Número de Schmidt
38
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
Assim, este método determina quatro regiões no gráfico exposto, a que correspondem
diferentes métodos de desmonte da rocha, a escavação mecânica, a escarificação, a
utilização de explosivos para desagregar e o desmonte com explosivos.
Esta classificação, devido à data da sua concepção (1971), possui actualmente algumas
imprecisões, porquanto as tecnologias e capacidades dos equipamentos têm tido uma
evolução constante, nomeadamente os modernos equipamentos hidráulicos, bastante
potentes, que ampliam as áreas de escavação mecânica e escarificação para o interior das
regiões de desmonte com explosivo.
N = Ms . (RQD/Jn) . Js . (Jr/Ja)
39
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
Se bem que seja económica e tecnicamente inviável a substituição frequente dos métodos
de escavação no decorrer da abertura de um túnel, existem adaptações possíveis nos
diferentes métodos, dependentes das características do maciço e das condicionantes locais.
Estas variantes, consoante o processo em uso, traduzem-se na aplicação de equipamentos
de diferente potência ou sistema de corte, ou na adaptação sucessiva do diagrama de fogo
no caso de desmonte com explosivos.
40
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
A secção do túnel, geralmente imposta pelo Dono da Obra ou pelo Projectista, de acordo
com o objectivo da infraestrutura, é outro dos condicionalismos com que se debate a
escolha da técnica de desmonte, uma vez que pode limitar a gama de equipamentos a
operar no espaço disponível e a eficiência destes.
Os métodos de escavação, tanto por explosivos como mecânicos, podem ser faseados de
acordo com as características da obra e do maciço rochoso. Em túneis de grande secção, é
geralmente utilizada a técnica de desmonte sucessivo de secções parciais, de forma a
minorar a instabilidade das frentes, dos tectos e dos hasteais, bem como reduzir as
convergências no túnel. Este método é preferencialmente utilizado em túneis em maciços
rochosos muito brandos (ou maciços terrosos), com pequeno recobrimento.
41
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
3 2
1 2 4 4 4 4
2
3 2 2 5 3 5
5
4 1 1 6 1 6
1 2 1 2 1
2 2 2 2
3 3 3
4 3 5 3 4 5 5 5
4 4 4
42
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
43
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
zonas habitadas, tanto mais que existem actualmente eficientes métodos de escavação
mecânica, bastante versáteis e com provas dadas em todo o mundo.
Pelo que atrás foi dito, a utilização dos explosivos pode, e deve, ser alvo de um estudo
preliminar com vista à determinação ou, no mínimo, à detalhada previsão dos objectivos a
atingir e das causas resultantes, sustentado pelo conhecimento disponível sobre o meio, e
sobre os materiais e técnicas de desmonte a utilizar.
44
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
Num diagrama de fogo usual (Figura 8), a sequência de rebentamento segue a seguinte
ordem: caldeira, alargamento, soleira (sapateira) e contorno. Como é natural, utilizam-se
maiores cargas nas zonas de mais difícil arranque, nomeadamente a caldeira onde existe
maior confinamento e a soleira, onde se verifica maior influência da gravidade.
A ordem de disparo referida pode ser alterada mediante os objectivos a atingir, existindo
diagramas de fogo onde os primeiros furos a detonar são os de contorno. Esta técnica,
denominada de pré-corte, tende a minorar os efeitos nefastos para o maciço, criando uma
superfície de descontinuidade por onde não se transmitem as vibrações provenientes das
outras sequências de disparo.
Alargamento Contorno
Caldeira
Soleira
45
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
Diagrama A
5 5
4
3 2
A A’
A A’
Diagrama B
3 3
2 2
B B’
1 1
B B’
Diagrama C
3 3
2 2
1 1
C C’
C C’
Figura 9 - Diagramas de fogo tipo para desmonte subterrâneo. A – Caldeira em leque (ou
italiana); B - Caldeira em V; C – Caldeira cilíndrica (adaptado de Langefors et al[92], 1976).
46
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
Nesta acção dos explosivos, existem inevitáveis efeitos secundários sobre o maciço
remanescente, provocados pela energia libertada. Estes danos, na sua vertente nefasta, são
traduzidos por fenómenos de sobreescavação e sobrefracturação, com o consequente
aumento da permeabilidade do maciço.
A sobreescavação é o efeito do arranque de rocha fora dos limites definidos para a abertura
do túnel. Esta consequência acarreta elevados prejuízos económicos, uma vez que motiva a
existência de mais escombros (maiores custos na remoção), implica maior quantidade de
materiais de enchimento (maiores custos em betão) e acarreta a utilização de suportes mais
competentes devido ao aumento do vão nos tectos e hasteais.
47
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
v = a Qb Dc
σ=ρuv
Dd = [(σt)/(ρ u a Qb)](1/c)
Este método, desde que baseado em dados precisos relativos à rocha e aos explosivos,
pode ser um elemento de grande importância na definição de planos de fogo equilibrados,
bem como na previsão da zona afectada por uma detonação.
Como foi referido no capítulo 4.3.2.2. , a técnica de pré-corte pode reduzir estes efeitos,
criando uma superfície de descontinuidade que obsta à transmissão das vibrações
provenientes das restantes sequências de disparo da pega de fogo.
48
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
Zona
de dano
ANFO
GURIT 17 mm 45 mm
1m
DINAMITE
EMULITE 20 mm 25 mm
O manuseamento de explosivos para fins industriais acarreta perigos óbvios, uma vez que
se tratam de produtos de risco, não tanto devido à sua instabilidade mas à gravidade das
consequências que resultam da sua má utilização.
49
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
Segundo Mello Mendes[102] (1976), as principais causas de acidentes com explosivos são:
explosões prematuras, explosões retardadas, tiros falhados e restos de tiros com explosivos,
bem como as acções tóxicas ou asfixiantes dos gases das explosões, manuseamento das
cápsulas detonadoras e fenómenos relacionados com os disparos eléctricos.
50
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
• carregamento e escorvamento das cargas explosivas apenas por pessoal formado para
tal, na ausência de outros funcionários nas imediações, tendo o responsável de fogo a
posse da chave do explosor;
• após a detonação, reforçar os sistemas de ventilação por tempo conveniente, para que
se processe a remoção dos gases nocivos;
Em obras onde é usual a utilização de explosivos, torna-se frequente que estes produtos
sejam encarados, de forma negligente e abusiva, como outro tipo de materiais não
perigosos. Cabe aos responsáveis técnicos em obra, nomeadamente às chefias do
Empreiteiro e aos elementos da Fiscalização, a observância das normas de segurança
inerentes à correcta utilização e armazenamento de matérias explosivas.
51
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
O desmonte mecânico de um túnel pode ser realizado, sem prejuízo das variantes
existentes, por dois métodos principais: abertura em secção plena e abertura faseada.
Existem diversos tipos de tuneladoras (Figura 13), tendo como características comuns a
perfuração integral do túnel e a estrutura própria de colocação do sustimento (geralmente
aduelas). Estes equipamentos estão providos de escudos para escavação em rochas brandas,
solos ou terrenos saturados, com exigência de colocação imediata de sustimento.
Segundo López Jimeno e Díaz Méndez[98] (1997), as TBM permitem escavar rochas com
resistência à compressão até 300 - 350 MPa porém, os avanços mais significativos
verificam-se em rochas de dureza média a baixa, com resistências inferiores a 120 MPa.
Um dos factores que rege a aplicabilidade destes equipamentos prende-se com o terreno de
fundação que terá de possuir resistência suficiente à força exercida pelas sapatas e lagartas
das tuneladoras, no seu movimento ao longo do túnel.
52
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
A B
A B
Dentro das técnicas de escavação mecânica existem ainda bastantes tipos de equipamentos,
nomeadamente máquinas de pré-corte mecânico e desmonte com equipamentos mecânicos
manuais. Os equipamentos disponíveis no mercado possuem especificações técnicas dos
fabricantes, com dados relativos ao avanço, potência e campos de aplicação, devendo a sua
escolha ser alvo de critérios e estudos de detalhe que abranjam todo o desenvolvimento
linear do túnel.
53
4. ESCAVAÇÃO EM MACIÇOS ROCHOSOS
54
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
5.1. INTRODUÇÃO
No seu estado natural, quando sujeitas a acções de compressão, a maioria das rochas duras
são bastante mais resistentes que o betão e algumas são mesmo tão resistentes como o aço.
Desta forma, não faz sentido substituir um determinado material, por outro que não lhe é
superior (Hoek e Brown[80], 1980).
Segundo Hoek e Brown[80] (1980), as principais fontes de instabilidade que ocorrem numa
cavidade subterrânea são:
55
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
A elevada magnitude das tensões in situ são geralmente características de rochas duras, de
elevadas profundidades ou de cavidades de grande dimensão. Estas condições podem-se
verificar na escavação de túneis em regiões montanhosas muito escarpadas. Uma forma de
mitigar os efeitos nefastos assim provocados, consiste em ajustar a orientação e a forma da
secção do túnel de acordo com o estado de tensão existente ou, se tal não for possível,
promover um substancial reforço do suporte.
O suporte requerido por uma escavação depende fundamentalmente dos tipos e graus de
fracturação da rocha envolvida e dos níveis de tensão actuantes, originando as roturas
típicas apresentadas na Tabela 6.
56
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
R
O
C
H
A
M
A
C
I Maciço rochoso com tensão in situ elevada. Nos
Ç Maciço rochoso com tensão in situ baixa. Resposta limites da abertura, em pontos de concentração de
A linear elástica praticamente sem rotura tensões, iniciam-se fenómenos de lascamento,
desplacamento e esmagamento que se propagam ao
maciço circundante.
R
O
C
H
A
F
R
A
C
T
U
R Maciço rochoso fracturado com tensão in situ baixa. Maciço rochoso fracturado com tensão in situ
A Os blocos ou cunhas formados pela intersecção de elevada. A rotura ocorre como resultado do
D diaclases com diferentes orientações, soltam-se e deslizamento segundo as superfícies das diaclases e
A escorregam devido à acção da gravidade. também pelo esmagamento e fendilhamento dos
blocos rochosos.
R
O
C
H
A
M.
F
R
A
C Maciço rochoso muito fracturado com tensão in situ Maciço rochoso muito fracturado com tensão in situ
T baixa. A superfície da abertura rompe como resultado elevada. O maciço circundante à abertura rompe por
U do emaranhado de pequenos blocos ou cunhas, deslizamento nas superfícies das descontinuidades e
R formados pela quantidade de descontinuidades que o por esmagamento de pequenos blocos de rocha. Este
A maciço apresenta. A rotura pode propagar-se tipo de rotura tende a provocar o levantamento da
D facilmente, se não for controlada. soleira e forte convergência dos hasteais.
A
57
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
Escoamento excessivo a partir de Rotura do maciço rochoso onde a Quedas por gravidade ou
TÍPICOS
túneis sem revestimento ou resistência é excedida pelas tensões deslizamento de cunhas ou blocos
revestidos a betão. induzidas. definidos pela intersecção de
Rotura ou deformação do reves- Dão-se fenómenos de expansivida- fracturas
timento em aço devido a deforma- de, retracção ou convergência Quedas do material da superfície
ção da rocha ou pressões externas. excessiva se o suporte for inadequado. suportado inadequadamente
• Relação entre a máxima pressão • Resistência do maciço rochoso e • Orientação, inclinação e resis-
hidráulica no túnel e a tensão das descontinuidades estruturais tência ao cisalhamento das
PARÂMETROS
carga estática máxima das convergências até um nível 2,0 para a queda de cunhas e
operações hidroeléctricas ou 1,15 aceitável. As tuneladoras e as blocos.
para operações com pressões estruturas internas devem ser A sequência de instalação do
dinâmicas muito baixas. projectadas tendo em conta a suporte é crítica e as cunhas e
São necessários testes de pressão convergência do túnel como blocos devem ser identificados e
hidráulicas em furos de sondagens resultado da expansividade e da suportados antes de serem
para confirmar os pressupostos de deformação ao longo do tempo. totalmente expostos pela escavação.
projecto A monitorização é um aspecto A monitorização dos deslocamen-
importante do controlo de construção tos terá pouco valor
58
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
Nos itens seguintes serão abordados os métodos de cálculo e os tipos de suporte de túneis,
bem como o novo método austríaco de construção de túneis, procurando-se identificar as
suas vantagens e inconvenientes, numa perspectiva de aplicação geotécnica.
Por um lado, a circunstância do sustimento primário cumprir a sua função efectiva apenas por
curto período de tempo, correspondente à execução da obra, deve ser tomado em consideração
nos cálculos, uma vez que o seu carácter temporário deve contribuir para a redução do factor
de segurança atribuído a estes elementos. Por outro lado, ao ser assumida a não remoção dos
suportes primários, garante-se a sua actividade por todo o período de serviço, facto que
deverá ser incorporado no dimensionamento dos suportes definitivos a aplicar na obra.
59
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
60
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
O somatório dos pesos, obtidos pelas ponderações acima referidas, é ainda corrigido
segundo as características de orientação das descontinuidades (ângulos e posição relativa
ao eixo do túnel). Deste modo, resulta um valor final, denominado RMR (Rock Mass
Rating), que determina a classe a que o maciço rochoso pertence, numa escala de I a V,
crescente com a diminuição de qualidade do maciço.
Resistência à
< 25 MPa
compressão > 200 MPa 100-200 MPa 50-100 MPa 25-50 MPa
1 simples 10-25 3-5 1-3
Pesos 15 12 7 4 2 1 0
3 Espaçamento
>3m 1-3 m 0,3-1 m 50 - 300 mm < 50 mm
entre fracturas
Pesos 30 25 20 10 5
Com base nestas cinco classes é possível determinar vários valores de interesse para a
caracterização do maciço rochoso, como o RMR, requisitos de suporte e escavação
(Tabela 9), valores característicos para a coesão e ângulo de atrito, o vão máximo, o tempo de
autosustentação (Figura 15), e o módulo de deformabilidade do maciço (Bieniawski[10], 1984).
61
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
Classe I II III IV V
Descrição da
Muito boa Boa Razoável Má Muito má
qualidade
Coesão do
>300 KPa 300-200 KPa 200-150 KPa 150-100 KPa <100 KPa
maciço rochoso
Ângulo de atrito
>45º 45º-40º 40º-35º 35º-30º <30º
do maciço
62
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
40
5 ROCHA
RAZOÁVEL
4
III 60
3 20 ROCHA
MÁ
40
2 IV
ROCHA
MUITO MÁ 20
1 V
0,8
0,5
63
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
FACTOR DE Nº DE DESCONTINUIDADE Jn
A. Rocha maciça ou com apenas algumas fracturas dispersas ………………………................... 0,5 - 1,0
B. Uma família de descontinuidades ………………………………………………...................... 2
C. Uma família de descontinuidades mais algumas fracturas dispersas ....................................... 3
D. Duas famílias de descontinuidades ......................................................................................... 4
E. Duas famílias de descontinuidades mais algumas fracturas dispersas ...................................... 6
F. Três famílias de descontinuidades .......................................................................................... 9
G. Três famílias de descontinuidades mais algumas fracturas dispersas ....................................... 12
H. Quatro ou mais famílias de descontinuidades dispersas, muito próximas, ..................................... 15
I. Rocha decomposta, com comportamento de solo..................................................................... 20
OBS. (1) No caso de intersecções de fracturas usar 3xJn; (2) No caso dos emboquilhamentos usar 2xJn
64
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
OBS. (1) Os valores de C a F são estimativas grosseiras. Se forem instaladas medidas de drenagem,
aumentar Jw; (2) Não foram considerados problemas específicos causados pela formação de gelo.
65
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
OBS. (1) De A a G, reduzir os valores de SRF em 50% se as zonas de corte só influenciarem mas não
intersectarem a escavação. (2) De H a L, para um campo de tensões in situ fortemente anisotrópico (caso medido);
quando 5<σ1/σ3≤10, reduzir σc e σt para 0,8σc e 0,8σt. Quando σ1/σ3>10, reduzir σc e σt para 0,6σc e 0,6σt, onde
σc corresponde à tensão de compressão não confinada e σt à resistência à tracção (Point Load) e σ1 e σ3 as tensões
principais máxima e mínima. (3) Existem poucos casos disponíveis, onde a profundidade do tecto abaixo da
superfície é menor do que a largura do vão. Nestes casos, sugere-se que SRF seja aumentado de 2,5 para 5 (ver
H).
FACTOR ESR - Escavation Support Ratio ESR
A. Aberturas mineiras temporárias ............................................................................................. ca.3-5
B. Poços de minas
1. com secção circular .......................................................................................................... ca.2,5
2. com secção quadrada ou rectangular ................................................................................. ca.2,0
C. Aberturas mineiras permanentes; túneis hidráulicos para centrais hidroeléctricas (excluindo
comportas de alta pressão); túneis piloto, galerias para grandes escavações, etc................................ 1,6
D. Câmaras de armazenamento, estações de tratamento de água, estradas menores e túneis
ferroviários (cavernas hemisféricas) ....................................................................................... 1,3
E. Estações eléctricas, túneis maiores para estradas e ferrovias, câmaras de protecção civil, etc........... 1
F. Estações nucleares subterrâneas, estações ferroviárias, fábricas, etc........................................ ca.0,8
Com este critério de caracterização, Barton estabeleceu uma expressão empírica para o
cálculo do índice de qualidade do maciço rochoso, Q, sendo:
66
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
Classes de Rocha
G F E D C B A
Excepcion. Extremam. má Muito Má Med Boa Muit Extrem. Exc.
1 ,5 m 11
1 ,3 m
1 ,2 m 7
1 ,0 m
5
Sb
CCA
Sfr 2
10 9 Sfr 5 B(+S) B
4 ,0 m 1 3
Sfr 4
RRS 7 6 3 3 ,0 m
25
8 4 cm 2,4
2 ,0 m
5 cm
1 ,6 m
15 9 cm Espaçamento entre pregagens
12
1 ,3 m em áreas sem betão projectado
1,5
1 ,0 m
1
0,001 0,01 0,1 1 10 100 1000
Q
67
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
68
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
Deslocament
⎯ +
Posição da frente
σi = σ0 (tensão in situ)
Deslocamento Radial
R (1 + υ)
ue = (σ0 − σi )
E
69
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
R (1 + υ) ⎡ ⎤
2
⎛ R* ⎞
Up = ⎢2 (1 − υ)(σ 0 − σ cr ) ⎜⎜ ⎟⎟ - (1 − 2υ)(σ 0 − σ i ) ⎥
E ⎢⎣ ⎝ R ⎠ ⎥⎦
2 σ 0 − σ CM
σ cr =
1+ K0
70
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
As soluções para as curvas características podem ser calculadas, tanto analiticamente como
por métodos numéricos, através de vários programas computacionais disponíveis no
mercado, nomeadamente os que se baseiam no Método dos Elementos Finitos (MEF). A
utilização destes métodos computacionais permitem uma grande versatilidade em termos
de parâmetros a incorporar e número de simulações.
σi = σ0 (tensão in situ)
uie – Deslocamento elástico do
Deslocamento Radial
As curvas dos sustimentos mais utilizados em túneis encontram-se representadas na Figura 20.
Betão
projectado
Betão de
cofragem
Pressão do
sustimento Cimbres
Pregagens metálicos
Deslocamento Radial
71
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
As curvas características formam assim um método de cálculo evoluído, mas que sofre de
limitações importantes relacionadas com a dificuldade de estudar secções não circulares e
com a impossibilidade de identificar os níveis de carga dos diferentes elementos de
suporte, nas várias fases de escavação. Com este método, mesmo sob aplicações
informáticas, é bastante difícil obter previsões fiáveis das cargas que actuam sobre os
sustimentos e das convergências do túnel ao longo do tempo, uma vez que geralmente não
se conhece o deslocamento já verificado no momento da instalação do suporte (Celada
Tamames[21], 1997).
As técnicas computacionais mais utilizadas são o Método dos Elementos Finitos (MEF),
Método das Diferenças Finitas e o Método dos Elementos Fronteira, com destaque para os
elementos finitos pela qualidade e desenvolvimento que as aplicações actuais possuem. De
acordo com Celada Tamames[22] (1997), para terrenos com plastificação intensa, os
programas baseados em diferenças finitas são mais efectivos.
Como foi anteriormente referido, a qualidade dos resultados destes métodos, como de
outros, depende da fiabilidade dos dados fornecidos. De facto, a precisão dos resultados
das simulações computacionais induz frequentemente a que os técnicos as aceitem como
correctas, esquecendo que dependem dos dados que lhes servem de base.
72
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
Os sustimentos por pregagens e por ancoragens diferem entre si, fundamentalmente, pela
dimensão envolvida do maciço a sustentar. Enquanto as pregagens têm a função de
suportar blocos instáveis, tendo uma função pontual, as ancoragens destinam-se a fornecer
ao maciço uma acção de confinamento que permite aproveitar as suas características
próprias de sustentação (Celada Tamames[22], 1997).
Os constrangimentos relativos à aplicação isolada de pregagens, pelo que atrás foi referido,
vêm reforçar a possível inadequação do zonamento geotécnico perante as peculiaridades
reais do maciço rochoso, não sendo recomendável a usual adopção de metodologias
pré-estabelecidas. Este facto é consubstanciado pela variabilidade do grau de fracturação
natural e agravado pelas possíveis implicações do método de escavação que,
frequentemente, induz uma fracturação significativa à rocha que circunda a abertura.
73
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
plastificados. A acção das ancoragens pode distinguir-se sob dois prismas diferentes: o
suporte, por suspensão, de uma espessura de rocha plastificada com recurso à rocha
exterior mais resistente, ou a consolidação da zona plastificada em que as ancoragens
actuam apenas no interior desta zona (Celada Tamames[22], 1997).
74
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
75
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
O revestimento de um túnel pode ser realizado por betonagem com cofragens deslizantes
ou por colocação de aduelas de betão pré-fabricadas. Para cada caso, é necessária uma
metodologia própria de execução que, em termos geotécnicos, pode reflectir condicionalismos
76
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
Em túneis cuja necessidade de revestimento seja apenas estética, podem ser utilizadas
chapas metálicas (Figura 24) ou de betão para uniformizar as faces.
Atendendo ao que foi referido a propósito do suporte primário, que pode incluir elementos
resistentes de alguma magnitude, e tendo em conta o objectivo final da obra, o revestimento
final tanto pode ter uma função puramente estética, como essencialmente resistente. Em
ambos os casos, devem ser levados em consideração, nos cálculos do revestimento, os
sistemas de suporte primário, com vista a optimizar o suporte global e a minorar os custos.
77
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
De todas as formas, não deve ser esquecido o factor tempo, que pode induzir a deterioração
do maciço e do suporte primário, através da acção da água e/ou de agentes físico-químicos
(Estefanía Puebla[49], 1997). Analogamente, a perspectiva de novas construções nas
imediações, tanto subterrâneas como superficiais, pode alterar o estado de tensão
pré-determinado, tornando inadequado o sistema global de suporte.
O cálculo do revestimento definitivo pode ser efectuado pelos mesmos métodos referidos
no capítulo 5.2.1, ou seja, método da convergência-confinamento e métodos
computacionais diversos.
78
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
Os princípios que regem este método deverão ainda englobar o estudo laboratorial e in situ
dos terrenos; atender à compatibilidade do estado tridimensional de tensão e dos esforços
com as propriedades geomecânicas do maciço; incluir medições e observação constante do
maciço, tanto para redimensionamento dos sustimentos, como para documentação
geomecânica posterior e, o revestimento definitivo deverá ser dimensionado de acordo
com a pressão exercida pelo terreno e a resistência do suporte primário (Castells Fernández
e Rivas de la Riega[16], 1997).
79
5. SUPORTE DE MACIÇOS ROCHOSOS
É pois condição essencial ao bom desempenho deste método, o cumprimento rigoroso dos
detalhes de execução, a permanente caracterização geológica em avanço, a respectiva
observância do comportamento do maciço através de um adequado sistema de
monitorização e um apurado controlo de qualidade dos elementos de suporte.
80
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
As actividades associadas à observação de uma obra subterrânea são vastas e por vezes
complexas, porquanto influenciam e interagem com as tarefas de construção, exigindo uma
elevada capacidade de resposta, tanto na execução como no tratamento da informação.
81
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
Os meios humanos envolvidos nas tarefas de controlo da obra, para além do adequado
quantitativo, carecem de formação específica nos vários aspectos abarcados pela execução.
De facto, a aptidão técnica e capacidade de resposta destes técnicos são aspectos capitais
tanto na qualidade final, como para ajudar a superar os constantes imprevistos inerentes às
obras geotécnicas. Segundo Cunha e Fernandes[27] (1980), uma campanha de observação
bem estruturada requer a existência de circuitos de transmissão, em tempo útil, dos
resultados obtidos e da sua análise, para quem sobre eles se deve apoiar para a tomada de
decisões construtivas.
Como tem sido referido por diversas vezes, ao longo deste trabalho, a execução apropriada
de uma obra subterrânea deve fundamentar-se nos estudos realizados tanto antes como no
decorrer da construção, perante o conhecimento efectivo do maciço e das condições reais.
Este aspecto depende essencialmente das técnicas de instrumentação e respectivos
equipamentos, com vista à aquisição de informação relevante.
82
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
83
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
Segundo Lane (in Hoek e Brown[80], 1980), as deficiências mais comuns praticadas nas
actividades de observação e monitorização de obras subterrâneas são:
84
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
Como foi referido, a tendência actual reserva a elaboração do projecto de execução para a
fase de obra, implicando frequentemente uma drástica reformulação dos pressupostos
anteriores. Assim, nenhum dimensionamento de projecto, por mais sofisticado, é mais
fiável que a qualidade dos dados geotécnicos que utiliza, implicando a necessidade de
medir e quantificar o comportamento das estruturas, de forma a constituir uma apropriada
modelização (Cunha[29], 1987).
85
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
Resta acrescentar que, a filosofia que preside ao NATM, apresentada no capítulo 5.4,
pressupõe a auscultação sistemática da obra na fase construtiva, da qual depende todo o
sistema de reforço do sustimento primário. Para o correcto uso do NATM, o próprio
sustimento definitivo é dimensionado de acordo com as alterações de pressão resultantes
do terreno e a debilidade do anel de sustimento, exigindo-se para tal a instalação de meios
de instrumentação que permitam aferir os parâmetros do comportamento das estruturas
(Castells Fernández e Rivas de la Riega[16], 1997).
86
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
7 SUPERFÍCIE
7
8 9
1
1 2
3 6 5
1 – Extensómetro de barras
2 4 2 – Células de tensões radiais
3 – Células de tensões
tangenciais (betão)
3
4 – Ancoragens com
células de pressão
6 6
5 – Células de carga
em cimbres
2 6 – Bases de fixação de
convergenciómetro
7 – Marcas superficiais
6 6 8 – Furos de sondagem com
5 Extensómetros e/ou inclinómetros
9 – Furos de sondagem com piezómetros
87
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
Os técnicos envolvidos nestas tarefas, devem possuir experiência suficiente, devendo ainda
adoptar critérios sistemáticos e normas padronizadas, de forma a que os dados recolhidos
possam ser interpretados por outros técnicos e comparados com outras obras e/ou outras
ocorrências na mesma obra.
Pelo que foi dito, a cartografia da frente de desmonte de um túnel constitui a base do
sistema de análise, complementada pelos métodos de auscultação de precisão, permitindo a
percepção geral dos comportamentos das estruturas de suporte e a antevisão dos métodos
apropriados de escavação.
Esta técnica tem lugar em secções preparadas para o efeito, permitindo a obtenção dos
deslocamentos relativos de contracção ou expansão do perímetro do túnel (Figura 26),
possibilitando assim a aferição do comportamento dos sistemas de suporte.
88
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
Pontos de
Como foi referido no capítulo 5.2.1.3. , existe grande dificuldade em medir as deformações
totais do túnel (contracção), uma vez que estas se iniciam no interior do a uma certa
distância da zona escavada (ver Figura 17).
89
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
A observação geotécnica de uma obra subterrânea, além dos aspectos atrás referidos,
deverá permitir a validação do critério de dimensionamento do suporte primário, tanto para
um eventual reforço deste, como para a obtenção de dados que facultem e optimizem o
posterior cálculo do revestimento final.
Os métodos mais utilizados para atingir estes pressupostos, incluem a monitorização dos
elementos de sustimento (cimbres, ancoragens, etc.) e a amostragem dos elementos
contínuos como o betão projectado.
A qualidade do suporte primário e a sua eficiência a longo prazo, passa também por
amostrar o revestimento de betão projectado, facultando informação relativa à sua
espessura, condições de encosto ao maciço e resistência (através de ensaios de compressão
pontual ou uniaxial). A medição de tensões nos revestimentos de betão podem ser
realizadas por almofadas planas instaladas em rasgos no revestimento (utilizando-se a
restituição de deformações); através de extensómetros devidamente orientados, colocados
aquando da betonagem; ou com células de pressão no contacto rocha-betão (Cunha e
Fernandes[27], 1980 e Castells Fernández e Rivas de la Riega[16], 1997).
90
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
Os efeitos nocivos que as vibrações podem motivar em estruturas civis anexas, estão
limitados pelo valor de pico da velocidade vibratória, prevista na NP-2074 de 1983,
"Avaliação da influência em construções de vibrações provocadas por explosões ou
solicitações similares".
Esta norma estabelece valores para a velocidade de vibração de pico vL (m/s), de acordo com a
expressão:
vL = α ⋅ β ⋅ δ ⋅ 10-2
Construções que
exigem cuidados 2,5 5 10
especiais
Construções
correntes 5 10 20
Construções
reforçadas 15 30 60
Nota : Estes valores serão corrigidos com um factor de redução 0,7, no caso de se efectuarem mais de
três explosões (ou pegas) por dia.
A metodologia empírica que pode ser utilizada, na falta de um estudo específico, envolve a
utilização destes desmontes experimentais para cada tipo de maciço a escavar, com uma
rigorosa instrumentação para registo das vibrações. Deste modo, podem-se aferir as
variáveis determinantes no processo, como sejam, a carga de explosivo por furo, a
distância, o número de furos e o número de retardos e carga instantânea a detonar.
Existem, actualmente, mecanismos que permitem prever com alguma precisão, os efeitos
causados por uma detonação, relativamente à vibração resultante, e aos valores que a sua
velocidade atinge nas imediações do local de origem.
91
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
Segundo o critério do USBM (United States Bureau of Mines), utilizado como primeira
aproximação quando não existem registos de vibrações, a distância de segurança D (m)
deve estar relacionada com a carga de explosivo por retardo Q (kg), da seguinte forma
(Dinis da Gama[42] ,1997):
D ≥ 22,5 × Q1/2
A expressão anterior deve ser apenas utilizada nas fases que antecedem as detonações
iniciais, uma vez que a metodologia recomendada neste tipo de estudos impõe um critério
de retroanálise de forma a serem determinados os valores das constantes empíricas para o
maciço em causa, isto é, estabelecer as constantes a, b e c, em função da melhor correlação
possível. Segundo a equação apresentada na página 49, a velocidade vibratória v (mm/s)
pode ser calculada pela expressão:
v = a Qb Dc
92
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
A onda de pressão ou onda aérea, pode ser dividida em duas frequências distintas: alta
frequência e baixa frequência. A onda de pressão de alta frequência (20-20.000 Hz) é
audível, e constitui o ruído característico que acompanha a detonação. A onda de pressão
de baixa frequência (<20 Hz), não é detectável pelo ouvido humano mas excita as
estruturas, podendo o efeito da sua vibração tornar-se audível, principalmente para quem
se encontra no interior da construção (Finnrock Ab[56], s.d.).
Existem três tipos de acções a ter em conta na onda aérea, a parte audível, a parte não
audível (que pode tornar-se audível pela vibração das estruturas) e os efeitos da
sobrepressão que pode provocar rotura de vidros.
O Ser Humano é muito sensível aos sons e movimentos que acompanham uma detonação,
agravado pelo facto de inúmeras vezes estes efeitos serem repentinos e inesperados,
motivando casos de alarmismo compreensíveis. Este facto pode ser minorado através de
sinalizações sonoras de aviso de disparo, audíveis à distância, que antecedam a detonação,
constituindo este método prática comum na maioria das explorações mineiras.
Uma das formas mais simples de reduzir as ondas aéreas, é actuar na origem através de um
adequado projecto de fogo, bem como uma boa execução técnica, traduzida essencialmente
num bom confinamento e atacamento das cargas explosivas. Os efeitos directos da
sobrepressão podem ainda ser agravados por factores como o vento e a temperatura
atmosférica.
93
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
em que Leq é o nível sonoro contínuo equivalente (corrigido) e L95 é o valor acima do
nível sonoro do ruído de fundo no período de referência (em 95% da duração), sendo estes
avaliados de acordo com a norma NP-1730.
Para efeitos de cálculo para previsão dos efeitos do ruído, é necessário conhecer a
quantidade de explosivos a detonar por retardo, o local de detonação dentro do túnel, bem
como a distância desde o emboquilhamento do túnel à habitação ou local público mais
próximo. Com base nestes dados e utilizando expressões empíricas conhecidas, é possível
estimar a magnitude do ruído e assim redimensionar os diagramas de fogo.
A lei de Hopkinson (1915), estabelece uma relação K entre a pressão da onda aérea (p), a
distância (R) e a raiz cúbica da carga (W):
p = K (W1/3/R)
94
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
Deste modo, através dos instrumentos apropriados de previsão da magnitude dos ruídos,
não só é possível prever os seus efeitos e enquadramento legal, como se pode,
sucessivamente, calibrar as expressões de cálculo, de forma a estabelecer os limites de
cargas explosivas a utilizar para cada condição.
Superfície
95
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
96
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
Em termos de impactes permanentes relacionados com a fase de serviço destas obras, são
de realçar o acréscimo de ruído e fumos, para túneis rodoviários, e as restrições ao uso do
solo nas imediações do túnel. Em alguns casos, acrescem a estes, os prejuízos motivados pelo
rebaixamento e contaminação de níveis freáticos ou de poços e sistemas de captação de águas.
Os impactes ambientais e sociais devem ser analisados num contexto de custo e benefício,
com um balanço entre os aspectos negativos e positivos da implantação da obra. Desta
forma, aspectos como o aumento de emprego e as vantagens sociais do serviço da obra,
devem ser ponderados e quantificados na análise global de impactes.
As condições de segurança de uma obra de construção civil são responsabilidade das várias
entidades envolvidas na concepção, execução e supervisão. Os responsáveis deverão dispensar
especial atenção às diversas vertentes de risco, cumprindo e fazendo cumprir os regulamentos
e decretos governamentais referentes à segurança, higiene e saúde na construção.
No que diz respeito às normas nacionais relacionadas com a segurança, são de destacar as
NP 1027 (1977), NP 2291 (1986), NP 2310 (1989), NP 2419 (1986), NP 3775 (1988),
relativas aos equipamentos de protecção individual e NP 1733 (1981), sobre a exposição
ao ruído durante a actividade profissional, bem como outras normas EN e ISO,
relacionadas com os aspectos da segurança (Dias et al[33], 1996).
97
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
Tratando-se de aspectos que envolvem riscos físicos, a prevenção é o factor que merece
maior destaque, motivando para tal que se exerçam actividades prévias à execução da obra.
As acções de intervenção, em termos de prevenção, podem ser efectuadas pela eliminação
ou limitação do risco, correspondendo a medidas de engenharia tomadas na concepção e
dimensionamento no projecto; envolvimento do risco, através de medidas protectoras em
obra; afastamento dos indivíduos, com aspectos técnicos e organizacionais que motivem o
afastamento de terceiros e impeçam a negligência ou inadvertência dos funcionários; e de
protecção pessoal, através da utilização, pelos operários, de equipamentos de protecção
individual adequados às tarefas em desenvolvimento (Barata[6], 1997).
ENTIDADE COMPETÊNCIAS
98
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
A segurança das obras subterrâneas, além das directas implicações para a integridade física
das pessoas, tanto de funcionários como de terceiros, constitui um processo que visa
impedir possíveis contrariedades com implicações directas nos custos e nos prazos da obra.
99
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
A Assessoria Técnica inclui também nas suas actividades a tarefa de controlo de custos e
prazos no decorrer da obra, realizando análises do investimento realizado e estimativas
relativas ao valor global, permitindo conhecer com antecedência as necessidades
financeiras futuras.
100
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
Os ensaios utilizados para o controlo do betão passam pela análise dos inertes utilizados,
no que respeita à composição química, granulometria, forma e resistência. Relativamente
ao cimento, deverá ser ensaiada a resistência à compressão e o tempo de presa, bem como
as características da água de mistura, no que se refere à sua acidez e composição química.
Os aditivos a empregar na mistura deverão igualmente ser analisados, de forma a aferir-se
a sua compatibilidade com os restantes materiais e a adequação aos fins em vista.
Sobre estes materiais deverão igualmente ser realizados ensaios durante e após a execução,
através da recolha de amostras no momento de execução e da extracção de provetes em
zonas já construídas, para posteriores ensaios de compressão. Existem ainda um conjunto
de ensaios que podem ser realizados em zonas onde o betão não se encontre totalmente
amadurecido, que incluem a determinação da resistência à penetração e da resistência ao
arrancamento. Nos casos de existir um sistema misto de betão e malha metálica, é usual
realizarem-se ensaios de tracção e de flexão (Castells Fernández e Noriega Fidalgo[17], 1997).
101
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
Um outro aspecto refere-se aos trabalhos de prospecção propostos pelo Projectista, tanto
antes, como no decorrer da obra, sendo frequentemente encarados pelo Dono de Obra
como um atraso desnecessário e dispendioso para a obra, podendo até ser confundidos com
indecisão e incompetência do Projectista.
102
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
103
6. OBSERVAÇÃO E QUALIDADE DA OBRA
A importância que este relatório adquire, traduz-se sob vários aspectos (USNCTT[164], 1984):
104
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
7.1. INTRODUÇÃO
Em termos gerais, este sistema é constituído por um Interceptor Geral, uma Estação de
Tratamento e um Emissário Submarino.
105
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
TRABALHOS QUANTIDADES
Extensão 2 750 m
Profundidade máxima 45 m
106
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
TRABALHOS QUANTIDADES
Extensão 14 566 m
Malhasol 15 170 m2
Betões 60 600 m3
A 2ª fase do IGSSCE, relativa ao túnel que liga a Cruz Quebrada (Ribeira do Jamor) a
Oeiras (Ribeira da Laje), iniciou-se em 26 de Março de 1996, prevendo-se a sua conclusão
em Outubro de 1998.
107
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
TRABALHOS QUANTIDADES
Malhasol 7 791 m2
108
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
Os túneis referidos possuíam, em média, uma secção de 8,5 m2, com configuração de arco
de ferradura. Os cinco túneis referidos totalizam cerca de 9450 m, distribuídos da seguinte
forma, Túnel 0 com 2119 m, Túnel 1 com 1588 m, Túnel 2 com 950 m, Túnel 3 com
2630 m e Túnel 4 com 2154 m.
O presente capítulo fará a descrição da prospecção, projecto e execução dos túneis, relativa
à 2ª Fase do Interceptor Geral, bem como o acompanhamento e processos da obra, no que
diz respeito às actividades subterrâneas, em particular, na sua vertente geotécnica.
A sequência desta etapa de estudo foi iniciada pela observação estereoscópica da fotografia
aérea da região (Esc. 1/5000), seguindo-se o reconhecimento de superfície que culminou
na elaboração da cartografia geológica à escala 1/2000 (Teixeira Duarte[160], 1991).
Os trabalhos de cartografia foram dificultados pela intensa ocupação urbana, que impediu a
observação dos afloramentos dos maciços rochosos existentes, fundamentalmente devido
109
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
De uma forma geral, a zona possui um relevo acidentado, com cotas que ultrapassam
100 m, interrompidas por ribeiras profundamente encaixadas (ribeiras do Jamor,
Barcarena, Paço de Arcos e Laje). Na região de Paço de Arcos e Oeiras, a topografia é
aplanada, descendo suavemente para o Rio Tejo.
110
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
CENOZÓICO
“Argilas de Xabregas”
“Calcários da Quinta das Conchas”
Dunas
MESOZÓICO
“Complexo vulcânico de Lisboa” com
Dunas consolidadas intercalações vulcano-sedimentares
Areias e cascalheiras de praias antigas Calcários com rudistas e “camadas
com Neolobites vibrayeanus”
Calcários e
Figura 30 - Extracto da Carta Geológica de Portugal (Esc. 1/50000), folha 34-C – Cascais,
com a implantação dos túneis da 2ª fase do IGSSCE.
111
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
De uma forma geral, foram determinados três horizontes característicos, com diferentes
gamas de velocidades de propagação das ondas sísmicas longitudinais, conforme consta na
Tabela 17.
As sondagens à rotação foram realizadas com recuperação contínua da amostra, tendo sido
executados ensaios in situ nos respectivos furos, nomeadamente ensaios de absorção de
água do tipo Lugeon (medidos em unidades de absorção: 1 u.a. = 1 l/min/m à pressão de
1 kgf.cm-2), ensaios dilatométricos e ensaios SPT. Estas sondagens permitiram ainda
identificar as unidades litológicas atravessadas, o grau de alteração e fracturação, a
presença de descontinuidades, a percentagem de recuperação e o RQD (Teixeira
Duarte[160], 1991).
112
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
r1 = 2,6 perfis/enboquilhamento
r2 = 210 m
r3 = 14,4 %
113
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
Material esmagado
ZG3 Enchimentos 1,8 − 2,4 0,05 − 0,1 − 0 − 0,26
Argilas
Calcário compacto
ZG1 Calcário margoso 2,3 − 2,7 70 − 90 0,2 − 0,4 90 − 120
Calcário carsificado
3 ZG2 Marga com argilas 2,2 − 2,6 15 − 30 0,1 − 0,2 40 − 60
Tufo compacto
Tufo argiloso
ZG3 Calcário carsificado 1,8 − 2,3 0,05 − 0,1 − 0 − 0,26
Argilas
Basalto compacto
ZG1 Calcário maciço 2,7 − 3,0 60 − 90 0,2 − 0,3 50 − 100
Calcário margoso
Tufo compacto
4 ZG2 Calcário com carsificações 2,4 − 2,7 20 − 30 0,1 − 0,2 50 − 80
Grés calcário rijo
Grés calcário friável
ZG3 Tufo argiloso, Argilas 1,8 − 2,3 0,05 − 0,1 − 0 − 0,26
Zonas de enchimento c/ blocos
(Continua)
114
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
2100 − 3300
0 ZG2
0,5 − 2 25 − 30
− − 60 − 200 Calculado[*]
25-50
200 − 1000
ZG3 − < 15 0 − 0,1 − − Calculado[*] −
F3−4 , F3
ZG1
4−7 35 − 45
− W2−3 6000 − 6500 75-95
200−600
F4−5
1 ZG2
0,5 − 2
30 − − 2000 − 3000 25-50
60 − 200
200 − 1000
ZG3 − < 15 0 − 0,1 − − Calculado[*]
−
F3−4
ZG1
2−4
35 − − 3000 − 4000 60-80
60 − 200
2 ZG2
0,5 − 2
25 − − 60 − 200
1000 − 2000 60-80
200 − 1000
ZG3 − < 20 0 − 0,1 − − Calculado[*]
−
F3
ZG1
4−7 35 − 40
− − 6000 − 6500 75-90
200−600
3 ZG2
0,5 − 2
25 − − 60 − 200
2000 − 3000 50-60
200 − 1000
ZG3 − < 15 0 − 0,1 − − Calculado[*]
−
F3
ZG1
3−5 35 − 40
− W2 6000 − 6500 75-90
200−600
F4
4 ZG2
0,5 − 2
25 − − 2000 − 3000 25-50
60 − 200
200 − 1000
ZG3 − < 15 0 − 0,1 − − Calculado[*]
−
115
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
Como foi referido no capítulo anterior, o zonamento geotécnico foi elaborado nos
trabalhos de prospecção, tendo sido complementado no projecto através das classificações
geomecânicas de Bieniawski, Wickham et al, Rocha, e Barton et al, para as zonas
geotécnicas ZG1 e ZG2. Para a zona ZG3, constituída essencialmente por solos, foram
aplicadas as classificações de Terzaghi, Deere e Brandt. As três zonas geotécnicas foram
ainda parametrizadas de acordo com os ensaios in situ e de laboratório efectuados
(DRENA[47], 1995).
A metodologia de cálculo do suporte primário, nas zonas geotécnicas ZG1 e ZG2, assentou
no cálculo das acções, que foram supostas resultar do peso dos volumes de rocha
potencialmente destacáveis nos tectos, tendo-se utilizado expressões empíricas no cálculo
destes volumes. Para cada caso em estudo, foram apresentadas duas alternativas de
suporte, possuindo, qualquer delas, factores de segurança entre 6 e 10. Para as zonas
geotécnicas ZG3, constituídas por terrenos pouco resistentes, foi utilizada uma modelação
116
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
Segundo DRENA[47] (1995), as zonas ZG3 foram assumidas como possuindo as mesmas
características mecânicas, variando apenas o recobrimento ao longo do traçado, tendo sido
efectuados cálculos para recobrimentos de 90, 60 e 45 m. Devido à possibilidade de ruína
nestes terrenos, optou-se pela adopção de um sistema de suporte constituído por cimbres
metálicos (cambotas) e betão projectado, eventualmente associados a chapas metálicas e
enfilagens.
Os valores teóricos obtidos com esta metodologia de cálculo, permitiram identificar várias
soluções de suporte, dependentes do recobrimento e da expansibilidade dos materiais,
conforme se apresenta na Tabela 19.
A Tabela 20 apresenta uma síntese das ocorrências geológicas e das opções de projecto
relativas aos suportes primários a aplicar em cada zona geotécnica, bem como o prazo
máximo de aplicação destes. As zonas ZG3, apesar de não terem sido identificadas com
precisão, foram apresentadas nos perfis geotécnicos, totalizando cerca de 750 m.
117
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
COMP. PRAZO DE
ZONA TIPO DE SUPORTE
TÚNEL LITOLOGIA PREVISTO INSTALAÇÃ
GEOT. INICIAL
[m] O DO
SUPORTE
Basalto compacto Betão proj. 5 cm, pregagens 15 dias ou à
ZG1 Calcário compacto 960 ocasionais na abóboda c/ distância de
Calcário margoso 1m espaçadas de 1.5 a 2m 30m da frente
Brecha basáltica consolidada Betão proj. 10cm, pregag. 2 dias ou à
0 ZG2 Tufo vulcânico compacto 619 2m na abóboda espaçadas 1 distância de
Calcário carsificado a 1.5m, eventuais cimbres 10m da frente
Tufo vulcânico argiloso, Zonas Desconhec. Cimbres INP 12 espaçados Betão
ZG3 argilosas c/ blocos de calcário Intercalado 0.5m, chapas ou malhasol, imediato, total
Esmag./enchimento de falhas betão proj. com 2×5cm no final do dia
Basalto compacto Betão proj. 5 cm, pregagens 15 dias ou à
ZG1 Calcário compacto 600 ocasionais na abóboda c/ distância de
Calcário margoso 1.5m espaçadas 1.5 a 2m 30m da frente
Brecha basáltica consolidada Betão proj. 5cm, pregag. 2 dias ou à
1 ZG2 Tufo vulcânico compacto 790 2m espaçadas 1 a 1.5m, distância de
Calcário carsificado eventuais cimbres esp. 1m 10m da frente
Tufo vulcânico argiloso, Zonas Desconhec. Cimbres INP 12 espaçados Betão
ZG3 argilosas c/ blocos de calcário Intercalado 0.5m, chapas ou malhasol, imediato, total
Esmag./enchimento de falhas betão proj. com 2×5cm no final do dia
Malhasol e betão proj. 1 semana ou à
ZG1 Margas rijas 400 5 cm, pregagens ocasionais distância de
c/ 2m espaçadas 2m 15m da frente
Betão proj. 5cm, pregag. 2 dias ou à
2 ZG2 Margas médias com argilas 550 2m espaçadas 1 a 1.5m, distância de
betão c/ 10cm e malhasol, 10m da frente
eventuais cimbres esp. 1m
Material esmagado Desconhec. Cimbres INP 12 espaçados Betão
ZG3 Enchimentos Intercalado 0.5m, chapas ou malhasol, imediato, total
Argilas betão proj. com 2×5cm no final do dia
Betão proj. 5 cm, pregagens 15 dias ou à
ZG1 Calcário compacto 830 ocasionais na abóbada c/ 1 a distância de
Calcário margoso 1.5m espaçadas 1.5 a 2m, 30m da frente
eventual rede malhasol
Calcário carsificado Betão proj. 5cm, pregag. 2 dias ou à
3 ZG2 Marga com argilas 1800 2m espaçadas 1 a 1.5m, distância de
Tufo compacto eventual malhasol e/ou 10m da frente
cimbres esp. 1m
Tufo argiloso Desconhec. Cimbres INP 12 espaçados Betão
ZG3 Calcário carsificado Intercalado 0.5m, chapas ou malhasol, imediato, total
Argilas betão proj. com 2×5cm no final do dia
Basalto compacto Betão proj. 5 cm, pregagens 15 dias ou à
ZG1 Calcário maciço 550 ocasionais na abóbada c/ distância de
Calcário margoso 1m espaçadas 1.5 a 2m, 30m da frente
eventual rede malhasol
Tufo compacto Betão proj. 10cm, pregag. 2 dias ou à
4 ZG2 Calcário com carsificações 1600 2m espaçadas 1 a 1.5m, distância de
Grés calcário rijo eventual malhasol e cimbres 10m da frente
esp. 1m
Tufo argiloso, Argilas Desconhec. Cimbres INP 12 espaçados Betão
ZG3 Zonas de enchimento c/ Intercalado 0.5m, chapas ou malhasol, imediato, total
blocos, calc. carsificado betão proj. com 2×5cm no final do dia
118
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
Uma das funções de maior relevo desempenhada pela Fiscalização, a nível de geotecnia,
consistiu na cartografia das frentes de desmonte, com o objectivo de atribuir a classificação
do tipo de zona geotécnica em causa. Esta tarefa era desempenhada por uma equipa com
elementos da Fiscalização e do Projectista, acompanhados por responsáveis do
Empreiteiro.
Será útil referir que esta obra, de grande extensão, desenvolveu-se de forma geral a
pequena profundidade em maciços rochosos muito heterogéneos, constituídos por
materiais difíceis de escavar e de suportar, existindo ainda frequentes mudanças
litológicas.
A principal dificuldade na execução desta obra foi motivada pelos maciços rochosos
envolvidos. Este facto deveu-se às características destes terrenos, cuja frequente variação
implicava uma alteração nos métodos de escavação e suporte, motivando a alteração de
meios, equipamentos e tipos de suporte empregues.
De uma forma geral, as técnicas de instrumentação utilizadas nesta obra, pela Fiscalização,
englobaram medições de convergências, de assentamentos à superfície, do nível freático,
registo de vibrações e de ruídos.
119
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
Esta entidade exerceu igualmente a sua acção nas operações acessórias, designadamente as
operações de ventilação e drenagem, com vista a optimizar as condições no interior dos
túneis e reduzir o prazo de execução. Neste contexto, foram emitidas recomendações à
equipa de segurança da obra, com vista a implementar melhorias nos sistemas de
ventilação, através do incremento do caudal de ar, aproximação entre a boca da manga de
ventilação e a frente e a reparação de fugas e estrangulamentos, bem como aumentar a
eficiência das bombas de drenagem e regularizar frequentemente a soleira do túnel.
120
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
O principal método de escavação utilizado neste conjunto de cinco túneis foi o desmonte
com explosivos. De uma forma geral, foram utilizados Jumbos de dois braços (Figura 31) na
perfuração do diagrama de fogo, após a qual eram carregados os explosivos e detonada a
frente.
Para maciços classificados como ZG1 ou ZG2, o diagrama de fogo tipo era composto por
46 furos com cerca de 3 m de comprimento, de 45 mm de diâmetro e um furo não
121
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
carregado com 105 mm (Figura 32). Nas zonas ZG1, a quantidade de explosivo por
detonação era cerca de 61 kg, com a detonação simultânea de 4,4 kg de explosivo por
retardo. Nas zonas ZG2 e ZG3, o diagrama e as cargas eram adaptadas às condições
evidenciadas pelo maciço.
3.10 m
2.80 m
Uma das actividades desenvolvidas pela Assessoria Técnica, em conjunto com as restantes
entidades presentes na obra, para a optimização dos métodos de escavação dos túneis,
envolveu a definição de critérios que permitissem balizar a utilização dos equipamentos
envolvidos na escavação.
122
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
MATERIAIS
PONTUAL, IS50 [MPa]
O facto dos valores de resistência à compressão pontual, para este maciço de tufo
vulcânico da frente 4 jusante, se apresentarem próximos de 0,3 MPa, o que, de acordo com
o critério de Franklin, separava a escavação com explosivos da escavação mecânica,
motivou uma desfavorável alternância de processos de escavação. Assim, em semanas
consecutivas, ora se utilizavam explosivos, ora se escavava com meios mecânicos,
concretamente com um martelo hidráulico JVC (Figura 33).
123
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
Este facto foi minorado através da utilização de um processo misto de desmonte, composto
pela detonação de alguns tiros na zona de caldeira, seguida do desmonte com martelo
hidráulico. A acção dos explosivos permitiu a fracturação do maciço e a criação de uma
superfície livre no centro da frente, facilitando a posterior desagregação com o
equipamento hidráulico. Por outro lado, a utilização de pequenas cargas localizadas no
centro da frente, não induzia a propagação da fracturação ao interior do maciço
remanescente, mantendo-se assim a qualidade deste.
A correlação entre o Número de Schmidt e o IS50 não foi possível, existindo uma grande
dispersão de valores, principalmente os do martelo de impacto. Algumas razões para esta
dissonância serão apresentadas de seguida.
O martelo de Schmidt, através do seu impacto, mobiliza, na resposta, uma zona ampla de
rocha, semelhante a um bolbo de tensões mobilizado pela carga de uma sapata. De outra
124
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
forma, a prensa de carga pontual, aplicada a uma amostra do mesmo local, geralmente uma
amostra intacta, mobiliza apenas a resistência de uma secção da amostra no ensaio (Figura 34).
Maciço são
Maciço fracturado
(na frente)
A
B
Suporte
Por outro lado, a prensa de carga pontual não constitui um boa opção de ensaio de
caracterização de maciços muito fracturados, onde se pretenda o desmonte mecânico. De
facto, ao amostrar blocos individualizados, este ensaio caracteriza apenas uma secção do
bloco ou, na melhor das hipóteses, a amostra de rocha, não sendo válido para a
caracterização do maciço. Este aspecto é ainda agravado pelo facto dos processos de
escavação desagregarem o maciço pelas zonas de menor resistência, ou seja, pelas
fracturas ou heterogeneidades.
125
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
126
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
A outra causa para a diferença entre o zonamento previsto e o real, deve-se ao dano
causado ao maciço pela utilização de explosivos. A acção dos explosivos motivou a
criação de fracturas e a propagação das já existentes, reduzindo, de uma forma geral, a
coesão do maciço. Os aspectos técnicos e a quantificação deste fenómeno, serão abordados
no capítulo 7.8.1.2. .
A eficiência dos ciclos de trabalho foi gravemente prejudicada pela exiguidade do espaço
no interior dos túneis, impedindo, na maior parte dos casos, a execução simultânea de
actividades. De facto, a secção média dos túneis após a instalação do suporte primário
(8,5 m2), impedia que se exercessem simultaneamente algumas operações, como é usual na
maioria das obras, nomeadamente a escavação e remoção, no caso de desmonte mecânico, ou
a instalação do suporte e remoção, no caso do desmonte com explosivos. Este aspecto foi-se
agravando com o aumento de comprimento dos túneis, que induziu maiores períodos de
circulação dos equipamentos e pessoal, prolongando significativamente a duração dos ciclos.
127
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
A criação destes nichos permitiu reduzir o período de limpeza da frente, decorrendo assim
o transporte dos escombros para o exterior, em simultâneo com outras actividades.
Relativamente à deposição final dos volumes escavados nos túneis, esta processou-se para
aterros apropriados, constituindo uma importante parcela dos custos globais.
128
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
Como é sabido, as obras subterrâneas decorrem num ambiente confinado e hostil, tanto
para pessoas como para equipamentos. Este facto levou a que ocorressem bastantes
avarias, que contribuíram para a redução das velocidades de execução. Os atrasos no
fornecimento de materiais, nomeadamente o betão para projecção, foram igualmente um
motivo de redução de produtividade. Estas causas concorreram para uma média de
ociosidade nos turnos de trabalho, que variou entre 20 e 30%.
Assim, no que respeita à ventilação, de tipo insuflante, o caudal debitado foi decrescendo
gradualmente, devido ao grande comprimento dos túneis. Além deste factor, as reduzidas
secções dos túneis motivaram uma grande interferência entre os equipamentos e a manga
de ventilação, traduzida por bastantes rasgos que exigiam uma manutenção contínua, nem
sempre efectuada.
Um outro aspecto adverso, diz respeito ao carácter não rectilíneo do traçado. De facto, as
curvas do traçado implicaram, igualmente, uma redução, por perda de carga, nos caudais
de ar debitados para o interior dos túneis. Tratando-se de uma escavação em fundo de saco,
e uma vez que o método de desmonte foi, maioritariamente, processado com utilização de
explosivos, a boca da manga de ventilação não podia encontrar-se muito perto da frente,
sofrendo constantes danos com o sopro da detonação e com a projecção de blocos.
Todos estes factos contribuíram para que a ventilação se tornasse num aspecto merecedor
de intervenção específica. Para reduzir estes inconvenientes, e manter as condições
mínimas de salubridade no interior dos túneis, foi aumentado o tempo de ventilação após a
detonação, sem se realizarem outras actividades construtivas simultâneas.
A drenagem dos túneis foi outro aspecto crítico, agravando-se à medida que os túneis
aumentavam de comprimento, principalmente nas frentes dirigidas para montante que
possuíam inclinação contrária à drenagem natural para o exterior. Para este problema
contribuiu, ainda, a irregularidade dos pisos, que eram danificados pela constante
circulação de equipamentos pesados, designadamente as pás carregadoras LHD e os Jumbos.
129
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
Outro factor com grande influência nas condições de drenagem, foi a irregularidade dos
fluxos de água para o interior dos túneis, que ocorriam de acordo com a permeabilidade
das formações, induzindo ressurgências pontuais, geralmente nas frentes, implicando que a
drenagem se processasse por todo o trajecto dos túneis. Este aspecto foi minorado através
da regularização da soleira dos túneis, constituindo mais um factor de atraso dos trabalhos.
O suporte típico dos túneis do IGSSCE (2ª fase), era composto essencialmente por dois
sistemas distintos. Em zonas ZG1 e ZG2, eram utilizadas pregagens (ou ancoragens) e
betão projectado, variando a quantidade de pregagens por unidade de superfície com as
condições do maciço. Relativamente às zonas ZG3, utilizavam-se cimbres INP 12,
geralmente com 1 m de espaçamento, juntamente com rede malhasol e betão projectado.
O suporte das frentes, em casos de presença de materiais fracos, era conseguido através de
betão projectado, do mesmo tipo do que era utilizado nos sistemas de suporte primário
(Figura 36).
130
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
131
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
Devido aos constrangimentos atrás referidos, no que respeita à adversidade das condições
geológicas e ao reduzido espaço de manobra, resultaram longos tempos de operação que
motivaram que o suporte primário iniciasse o seu efeito após um elevado período de
exposição sem sustimento, principalmente em zonas ZG3. Este facto foi agravado nos
desmontes com explosivo, em que a sobreescavação criava grandes distâncias entre o
suporte e o maciço, posteriormente alvo de enchimento com betão. Contudo, este facto não se
traduziu em assentamentos superficiais consideráveis, possivelmente pela circunstância dos
maciços possuírem características mecânicas superiores às que inicialmente se lhes atribuía.
132
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
confirmado pelas medições de convergências. Este facto foi favorável no que respeita às
consequências nos assentamentos superficiais.
O suporte final dos túneis era composto por betão armado, construído através de uma
cofragem deslizante (Figura 38). Este revestimento tinha o objectivo de reforçar o
sustimento dos túneis, bem como assegurar boas condições de escoamento nos túneis,
cumprindo assim o seu objectivo final.
Esta análise foi elaborada com a inclusão dos elementos metálicos do suporte primário,
tendo resultado na exclusão das armaduras deste revestimento final. Este estudo permitiu
assim uma substancial economia para o Dono de Obra, mantendo os níveis de segurança da
obra dentro de valores muito favoráveis.
133
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
134
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
conjunto de ensaios, de forma a aferir as condições do maciço nas imediações dos túneis.
A instrumentação das cambotas foi elaborada através da instalação de seis extensómetros
nestes elementos, medindo-se semanalmente os seus valores (Figura 39).
Figura 39 - Medição dos extensómetros instalados nos cimbres, pela equipa do LNEC.
Com os resultados parciais disponíveis, foi possível acompanhar a evolução das acções
sobre os cimbres, com a respectiva tendência para a estabilização, que ocorreu perante
cargas bastante inferiores à capacidade de resistência destes elementos, como era expectável.
135
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
X IX
IX
VI
VII II VII
II
I
14 15 VI
VI
7
10 11
4 1 3.10 m
IV IV
0
5 6
II II
2 3
V 12 8 9 13 V
XI XI VI X XI XI
2.80 m
136
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
137
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
Relativamente ao ruído, a análise foi ainda mais difícil, uma vez que existia uma constante
alteração do percurso da onda aérea, com o desenvolvimento dos trabalhos. Após o
estabelecimento da inibição de utilização de explosivos das 22 às 8 horas, o aspecto do
ruído deixou de ser um factor causador de transtorno.
O dano ao maciço rochoso circundante, foi avaliado para os diferentes tipos de maciço
envolvidos, segundo a classificação em zonas geotécnicas ZG1, ZG2 e ZG3. As distâncias
calculadas abaixo das quais o maciço sofre danos foram, para 1 kg de gelamonite:
D = 0,53 m, para ZG1; D = 0,81 m, para ZG2 e D = 3,14 m para ZG3 (Dinis da Gama[43],
1998). A execução de sondagens horizontais na frente de avanço permitiu avaliar a
magnitude desse dano, embora tenham sido pouco numerosas.
Estes valores permitem afirmar que o dano causado em zonas ZG3, estendem-se para bem
longe da frente de desmonte, motivando fenómenos de sobrefracturação e sobreescavação
(Figura 42). Este facto veio reforçar a escolha de métodos de escavação mecânica neste
tipo de terrenos.
SOBREESCAVAÇÃO
O controlo das convergências no interior dos túneis, foi elaborado através da utilização de
marcas implantadas no perímetro dos túneis, segundo as secções representadas na
138
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
C3 C2
C1
139
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
140
7. ESTUDO DOS TÚNEIS DO INTERCEPTOR JAMOR-LAJE (2º FASE)
Deste modo, além das implicações e aspectos referidos no capítulo 7.6.3, foram realizados
trabalhos específicos relacionados com a segurança física dos trabalhadores no interior dos
túneis. Um dos aspectos implementados refere-se à construção de abrigos (refúgios) nos
hasteais dos túneis, para protecção dos trabalhadores perante a circulação dos
equipamentos. Os abrigos, com cerca de 1 m de largura, 1 m de comprimento e 1,80 m de
altura, foram implantados no interior dos túneis, de forma a permitir o refúgio de uma
pessoa no caso de cruzamento com os equipamentos em circulação.
O Plano de Segurança e Saúde da obra foi implementado, tendo sido acompanhado pela
equipa de segurança designada para o efeito.
7.9. CONCLUSÕES
141
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
142
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para a constituição cabal de um grupo de trabalho nesta área, deverão concorrer várias
especialidades, conforme as sucessivas exigências de cada fase, englobando peritos em
Geologia, em Geomecânica e Mecânica dos Solos, em obras subterrâneas, entre outros.
Deverá, assim, ser desenvolvido um esforço para conciliar a prática com a teoria, como
única forma de transformar a experiência num acréscimo para a Ciência, colmatando a
lacuna entre a Geotecnia teórica e a sua aplicação no terreno.
143
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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