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FORTALEZA - CE
2011
MÁRCIA MARIA SIQUEIRA VIEIRA
Dissertação submetida à
Coordenação do Curso de
Mestrado Profissional em
Computação da Universidade
Estadual do Ceará como requisito
parcial para a obtenção do grau de
Mestre em Computação.
Orientação: Profa. Dra. Maria
Gilvanise de Oliveira Pontes.
FORTALEZA - CEARÁ
2011
V658f Vieira, Márcia Maria Siqueira
100 p. ; il.
Ao meu Senhor e meu Deus. Não há vida sem ti, não há trabalho sem tua permissão.
Rosany, mais que amiga, uma companheira. Obrigada por dividir os bons momentos e aqueles
não tão bons de ansiedade.
Campeão, vencedor. Deus dá asas, faz teu voo.
Essa fé que te faz imbatível, mostra o teu
valor.
LD Livro Didático
OA Objetos de Aprendizagem
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 12
2 AS CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM DE PIAGET, VYGOTSKY,
VERGNAUD E GARDNER........................................................................................ 16
2.1 Processos de aprendizagem, segundo Piaget ............................................................. 16
2.2 Processos de aprendizagem, segundo Vygotsky ....................................................... 20
2.3 Teoria dos Campos Conceituais, de Gerárd Vergnaud .............................................. 25
2.4 Teoria das Inteligências Múltiplas, de Gardner ......................................................... 29
2.4.1 Múltiplas inteligências: as sete competências ........................................................ 30
3 ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA: DESAFIOS E
PERSPECTIVAS ............................................................................................................ 34
3.1 O ensino da Matemática: aspectos históricos ............................................................ 34
3.2. Conteúdos da Matemática ........................................................................................ 38
3.2.1 A aritmética ............................................................................................................. 39
3.2.2 A geometria ............................................................................................................. 40
3.2.3 A álgebra.................................................................................................................. 40
3.3 Dificuldade de aprendizagem em Matemática ........................................................... 43
3.3.1 Dificuldade de aprendizagem em álgebra ............................................................... 47
3.4 Educação e novas tecnologias: o uso dos OA em Matemática .................................. 50
3.4.1 O uso dos objetos de aprendizagem para o desenvolvimento dos conceitos
algébricos ......................................................................................................................... 55
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................. 59
4.1 Os sujeitos ................................................................................................................. 60
4.2 Ambiente da pesquisa................................................................................................. 60
4.3 Objeto de aprendizagem: feira dos pesos................................................................... 61
4.4 Procedimentos para realização da pesquisa................................................................ 65
4.4.1 Manuseio da balança de dois pratos e os pesos....................................................... 65
4.4.2 Sondagem do conhecimento prévio do OA, habilidades no computador e
compreensão do enunciado............................................................................................... 67
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................................. 69
5.1 Análise do Objeto de Aprendizagem.......................................................................... 69
5.2 Análise dos Procedimentos Iniciais............................................................................ 70
5.3 Análise dos Procedimentos Virtuais........................................................................... 70
5.3.1 Dados individuais.................................................................................................... 72
5.3.2 Dados comparativos................................................................................................ 77
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................... 87
REFERÊNCIAS................................................................................................................ 93
12
1 INTRODUÇÃO
1
http://www.proativa.vdl.ufc.br/oa.php?id=0
14
Embora não seja objeto deste estudo enveredar pelas teorias da aprendizagem,
faz-se oportuno um breve relato de quatro concepções sobre o desenvolvimento humano e
suas perspectivas de aprendizagem segundo Piaget, Vygotsky, Vergnaud e Gardner. Os
autores são, dentre outros, de grande expressividade teórica quanto à concepção de
desenvolvimento da aprendizagem de conceitos matemáticos.
Os estudos de Piaget (1896 - 1980) não tinham a intenção de formular uma Teoria
de Aprendizagem, mas identificar, por meio da pesquisa de observação do comportamento
humano, o desenvolvimento e as expressões de evolução da aprendizagem humana no
decorrer de sua evolução.
Seu caráter geral é o modo de raciocínio, que não se baseia apenas em objetos ou
realidades observáveis, mas também em hipóteses, permitindo, desta forma a
construção de reflexões e teorias. O pensamento torna-se hipotético-dedutivo e,
conforme Piaget (1967, p. 64), ocorre a liberação do pensamento, quando a
realidade torna-se secundaria frente à possibilidade. Neste período, além da lógica
de proposições, são desenvolvidas, entre outras, operações combinatórias e de
correlação. Grifo do autor (FERRACIOLE, 1999, p. 184).
Para identificar essas evidências, Piaget (2001) partiu do princípio de que cada
criança tem sua maneira própria de interagir com o meio e cria estratégias de ações para
resolver problemas. Essa particularidade é aproximadamente parecida nos estágios
considerados pelas faixas etárias, modificando-se quando da presença de estímulos externos e
desenvolvimentos maturacionais internos.
próprio sujeito e não fora dele, no entanto precisa do meio para desenvolver-se. Essa interação
é feita num processo auto-regulatório (equilibração)2. Para se efetivar o equilíbrio, são
necessárias as condições biológicas (inatas) ativadas pela interação do organismo com o meio
ambiente (físico e social) (OSTI, 2009).
2
Equilíbrio faz parte do processo de desenvolvimento cognitivo, como composto intrínseco e construtivo da vida
orgânica e mental de todo ser humano (PIAGET, 2001).
20
aplicação. Esse método, segundo Piaget (1976, apud BAMPI, 2006), não permite ao
pesquisador identificar os processos de raciocínio subjacentes que são revelados pela resposta
do sujeito. Logo, os resultados seriam incompletos e sem profundidade conceitual.
A abstração, como as outras fases, não significa uma hierarquia cronológica, mas
funções que fazem parte da formação dos conceitos e que permanecem atuando no indivíduo
em todo seu percurso de desenvolvimento. O que muda são os conceitos e os procedimentos
mais complexos. Nesse processo, o sujeito passa a isolar os elementos, agindo de forma
contrária à generalização, que seria unificar as impressões vivenciadas. Na abstração, a mente
examina os elementos de forma separada, agrupando em um conjunto semelhante e depois
isolando totalmente cada elemento para a formação de um conceito. Esses processos são a
base para a formação de conceitos científicos, marcadamente presente no aprendizado escolar,
pois na escola o sujeito é direcionado ao desenvolvimento e à formação de conceitos
(VYGOTSKY, 1991).
Essa construção de significados, vale ressaltar, não é uma ação isolada do interior
dos indivíduos, mas participa ativamente desse processo todo o contexto sociocultural em que
está inserido. Na concepção de Vygoysky (1998, apud SOUZA FILHO, 2008), o
desenvolvimento é promovido pela interação social, além da maturação orgânica. Assim, o
indivíduo, para se desenvolver, precisa de um ambiente propício para a aprendizagem, que se
efetua pela mediação no seu campo de desenvolvimento.
Pelos estudos de Vygotsky (apud Moisés, 2006), a criança já chega com subsídios
de conhecimentos, como no caso da noção do sistema simbólico algébrico, sendo necessárias
atividades que proporcionem a compreensão dos procedimentos que regem esse sistema, o
qual é efetivado pela mediação do professor. Esse processo de mediação irá proporcionar a
internalização de procedimentos, sistema de linguagem e regras que regem esse sistema, que
se operacionaliza pela transformação do pensamento e não de uma transferência. Por essa
razão, são necessárias, para que aconteça a construção do pensamento algébrico, intervenções
e questionamentos por parte do mediador em interação com o aluno.
[...] um mesmo conceito está ligado a diversas situações e que pode ser representado
de várias formas e que a compreensão de um conceito é influenciado pelas situações
em que o conceito está inserido e suas representações. Desta forma, a escola estará
dando um importante passo para que os alunos possam construir conceitos que não
sejam limitados aos problemas escolares, que sejam também uteis na vida diária
(GONÇALVES, 2008, p. 66).
Contudo, o próprio Gardner não deixa sua proposta fechada nas sete
competências. Considerando uma perspectiva pluralista, deixa espaço para descobertas e
identificação de novas competências, por considerar a evolução humana, suas criações,
invenções e desenvolvimento histórico espacial. Além da possibilidade de novas
competências, há que serem consideradas, na própria proposta de Gardner, as interfaces entre
as competências, como, por exemplo, as inteligências moral e espiritual, que podem estar
entre as inteligências interpessoal e intrapessoal. Outra consideração pertinente na concepção
30
das múltiplas inteligências surge pelas conexões e elos naturais entre as competências. Todo
esse espectro fundamenta a concepção de que os testes de inteligência, a correlação e a
existência de um fator geral e único de inteligência seriam totalmente inconcebíveis diante da
complexidade humana (GARDNER, 1995).
Dimensão Lógico-Matemática
Dimensão Linguística
Dimensão Interpessoal
Dimensão Intrapessoal
Dimensão Espacial
Dimensão Corporal-Cinestésica
Dimensão Musical
revela pelas suas preferências, desejos e habilidades que advêm de um “vínculo biológico”
(GARDNER, 1995, p. 22).
“como ensinar”, “por que ensinar” e “para quem ensinar”, ficaram ignoradas ou
relegadas a segundo plano, subjugadas à natureza do conteúdo enquanto
conhecimento logicamente estruturado (FIORENTINI, 1989, p. 186, apud
CELESTINO, 2000, p. 36).
Essa realidade fez com que estudiosos do assunto propusessem diversas teorias
sobre didática, tomando por base as teorias sobre desenvolvimento e aprendizagem já
consolidadas. Embora tenham surgido diversas propostas de mudanças nos conteúdos, ainda
permanecia a ideologia do “dom” e de transferir ao aluno a causa de suas dificuldades. Ao
final dos anos de 1970 e início de 1980, o foco sobre as dificuldades se direcionou às
condições socioculturais do aluno, não mais à sua característica pessoal. Nesse sentido,
Aquino e Rodrigues (2008, p. 26) afirmam que
Assim, se nos anos de 1970, excediam-se os conteúdos e a visão de que por eles a
Matemática teria êxitos escolares, na década de 1980 excederam-se as teorias, direcionando-
se a composição de teses à lógica do “para quem ensinar” (GHIRALDELLI JUNIOR, 2001).
educação, mas porque a nova ordem requereu desse profissional novas habilidades e
competências (MORAN, 1997).
3.2.1 A aritmética
pressuposto para utilização dessa dinâmica para a resolução de problemas. Vale destacar que
os conteúdos não se apresentam isolados, mas concomitantemente articulados. Como
exemplo destaca-se que
3.2.2 A geometria
O bloco sobre “espaço e forma” apresentado pelos PCN’s (BRASIL, 1997) refere-
se aos temas da geometria e tem como objetivo proporcionar o desenvolvimento de
pensamento, compreensão, descrição e representação do mundo que o cerca, de forma
organizada. Nessa proposta, destaca-se que o trabalho com noções geométricas contribui para
a aprendizagem de números e medidas, pois estimula a criança a observar, perceber
semelhanças e diferenças, identificar regularidades e vice-versa. Além disso, se esse trabalho
for feito a partir da exploração dos objetos do mundo físico, de obras de arte, pinturas,
desenhos, esculturas e artesanato, ele permitirá ao aluno estabelecer conexões entre a
Matemática e outras áreas do conhecimento (BRASIL, 1997).
3.2.3 A álgebra
cultivada e desenvolvida nas escolas dos escribas. Pelas mesmas razões, a medição
deu origem aos começos – mas não mais que isso – da geometria teórica (Struik
(1989, p. 48, apud SANTOS, 2007, p. 52).
A álgebra lida com símbolos como, por exemplo, o uso de letras, que é a
expressão simbólica mais utilizada: com os símbolos e expressões numéricas da aritmética,
formam-se as incógnitas. Em suma, a aritmética pressupõe generalização e abstração,
representando quantidades através de símbolos. Com essa junção, pode-se combinar ou
relacionar grandezas matemáticas a partir da ideia de função, utilizando o conceito de
variável. No sentido prático, é utilizada essa conformação matemática nas atividades que
envolvem razões, proporções e porcentagens e em diversas fórmulas matemáticas. Dentre
várias definições de álgebra, destaca-se a seguinte: “A álgebra consiste em um conjunto de
afirmações para as quais é possível produzir significado em termos de números e operações
aritméticas, possivelmente envolvendo igualdade e desigualdade” (LINS, 1997, p.137).
Entende-se que a álgebra é um dos temas propostos pela Matemática que trata da
simbolização de relações e se materializa pela generalização das funções aritméticas,
representando quantidades através dos símbolos. A função dessa generalização vai além de
ajustar alguma facilidade ou estrutura de cálculo, mas eminentemente de proporcionar o
desenvolvimento do pensamento algébrico, ou seja, da abstração, aspecto fundamental para o
desenvolvimento cognitivo (MOYSÉS, 2006).
Não será possível encontrar solução definitiva para os problemas educacionais. Mas,
sempre será possível buscar e criar e desenvolver propostas, ainda que provisórias,
que possam minorar várias das situações que prejudicam o bom andamento e
desenvolvimento de atividades educacionais essenciais no processo de ensino-
aprendizagem (AQUINO e RODRIGUES, 2008, p. 26).
Embora ciente de que as propostas não são definitivas, Aquino e Rodrigues (2008)
propõem que cada escola reflita sobre sua situação particular em busca de subsídios que
contribuam para encontrar os pontos negativos e daí as soluções para os problemas da falta de
aprendizagem.
Vários autores, como Smith e Strik (2001); Pain (1992) e Weiss (1999) chamam
atenção para o fato de que o maior percentual de fracasso na produção escolar de crianças
encaminhadas a consultórios e clínicas “encontra-se no âmbito do problema de aprendizagem
reativo, produzido e incrementado pelo próprio ambiente escolar” (WEISS, 1999, p. 46).
Paín (1992) descreve alguns fatores que devem ser levados em conta no diagnóstico
de um problema de aprendizagem:
45
b) fatores específicos: não apresentam sintomas cerebrais, mas fazem parte dos
transtornos da aprendizagem, como as afasias (dislexia, disritmia);
O problema de aprendizagem mais grave não é o daquele sujeito que não cumpre a
norma estatística, mas sim daquele que constitui a oligotimia social, que produz
sujeitos cuja atividade cognitiva pobre, mecânica e passiva, se desenvolve muito
aquém daquilo que lhe é estruturalmente possível (PAÍN, 1992, p. 12).
Uma das dificuldades dos alunos são na transição da aritmética para álgebra.
Dificuldades em usar letras para representarem variáveis e incógnitas, traduzir
informação da linguagem natural para a linguagem algébrica e compreender as
mudanças de significados, na aritmética e na álgebra (PONTE, 2005, p. 39).
Vale ressaltar que, no estudo da álgebra, embora considerando que ela está presente
desde a vida pré-escolar, a formalização da disciplina inicia-se no segundo ciclo do ensino
fundamental, e os alunos, antes acostumados a uma aritmética com a presença dos números e
dos cálculos baseados na quantidade numérica, passam, a partir desse período, a manipular
símbolos em vez de números e suas relações. Essa realidade pode ser assim retratada:
Desta forma, entende-se que as dificuldades dos alunos com relação à álgebra não se
restringem apenas à solução de problemas, mas também ao processamento algébrico, que é
concernente ao trabalho de transformações algébricas das equações, que requer regras
próprias.
Matemática, mas também em outras atividades da sua educação para a escola e para a vida
cotidiana.
que explorem o papel das equações e das incógnitas. Esta estratégia está em sintonia
com o que foi dito sobre a construção do conceito de variável, e é neste sentido que
consideramos indissociáveis os dois aspectos.
Uma das propostas é o uso das tecnologias, como o computador e os recursos dos
Objetos de Aprendizagem (OA), que proporcionam uma espécie de simulação de situações,
na qual o indivíduo vivencia a realidade e manipula estratégias próprias em busca do
resultado ao problema proposto pelo objeto.
Assim, qualquer didática, prática ou recurso que não atinja esse objetivo são
igualmente perniciosos. É nessa visão que se coloca e se busca observar e identificar a
contribuição dos objetos de aprendizagem.
A inserção das novas tecnologias na educação tem exigido uma tomada de posição
da escola e apavorado professores, seja por não possuírem o domínio de tais tecnologias e sua
aplicação pedagógica e de sua extensão, ou por receio de perderem espaço na profissão para
tais aparatos (MORAN, 1997). No entanto, as novas tecnologias, como o uso do computador na
sala de aula, são parte contributiva para o desenvolvimento e estão presentes no cotidiano do
aluno. A informática tem colocado os educadores frente a um posicionamento quanto à forma
de tratamento e inserção do computador no âmbito escolar.
Recursos digitais, que podem ser usados, reutilizados e combinados com outros
objetos para formar um ambiente de aprendizado rico e flexível. Seu uso pode
reduzir o tempo de desenvolvimento, diminuir a necessidade de instrutores
especialistas e os custos associados com o desenvolvimento baseado em web.
São materiais digitais (imagens, vídeos, simulações, animações e outros) que podem
ser usado e reutilizado durante a aprendizagem apoiada pela tecnologia enfocando
conteúdos específicos das disciplinas escolares (LTSC, 2000). Os OA devem ser
específicos, fazendo com que os alunos interajam com um objetivo e conteúdo
determinado e de forma significativa. Um OA envolve várias dimensões que vão de
pequenas atividades realizadas em computadores à simulações complexas que
garantam a aprendizagem do usuário (FERNANDES; FREIRE; CASTRO FILHO,
2009, p. 1838).
padronização e facilidade de acesso, cabe destacar, com base nos estudos de Macêdo; Lauret;
Castro Filho (2008) as seguintes vantagens dos OA:
Quando um professor de história de arte, para ilustrar uma aula, pode obter na
Internet imagens raras, ou que tenham algum significado especial para seus alunos
(nesse caso, as imagens ao serem combinadas com textos e mais algum elemento
que possa causar uma reflexão no aluno, podem ser consideradas como objetos de
aprendizagem.
53
Significa dizer que esses objetos de aprendizagem podem ser usados como recursos
simples ou combinados, em um determinado contexto, e depois reutilizados em contextos
similares.
Cysneiros (2000) destaca três aspectos relevantes com relação a uso dos OA: o
primeiro se refere à utilização restrita às orientações do desenvolvedor do objeto sem
diversificar ou adaptar outras possibilidades de utilização aos objetivos propostos; o segundo
aspecto chama atenção à orientação metodológica, levado em conta a elaboração das
atividades em espaço e tempo suficientes para que a atividade possa se desenvolver.
Na prática, o uso de OA tem como ação do professor não ficar mudo ou, no outro
extremo, intervir no processo das descobertas dos caminhos para resolução dos problemas,
mas ser um mediador desse processo, incentivando essa busca, dialogando, instigando e
levantando questionamentos, para que o aluno consiga estabelecer relações.
mesmo em séries iniciais. Os referidos autores mencionam que a ruptura entre a aritmética e a
álgebra e a introdução dos conceitos algébricos somente no segundo ciclo do ensino
fundamental não implicam concluir que nas séries iniciais os alunos não consigam ter a noção
do pensamento algébrico. Com o uso do OA, mesmo ao aluno de séries iniciais “pode
favorecer a construção dessas noções” (Freire e Castro Filho, 2006, p. 162), ou seja, ser
beneficiado no processo de desenvolvimento do pensamento algébrico, contribuindo para
facilitar o processo de ruptura entre a aritmética e a álgebra e preparar o aluno para as séries
seguintes, em que o ensino se amplia.
Todos concordam com o grande potencial das novas tecnologias para revolucionar a
educação, mas apesar das grandes expectativas sobre o potencial dessa nova
ferramenta de aprendizagem, ainda são raros os Objetos de Aprendizagem (OA)
construídos tirando proveito das características excepcionais dessa mídia. Além
disso, ainda não é a regra o desenvolvimento de bons objetos de aprendizagem com
base em um estudo aprofundado dos princípios de aprendizagem (NASCIMENTO,
2007, p. 135).
58
Diante das propostas disponíveis e das possibilidades do uso dos OA, é válida a
apresentação de alguns softwares relacionados a ensino e aprendizagem da álgebra e suas
devidas características.
OA Objetivos Direcionamento
Resolvendo equações Conhecer o significado e encontrar o valor de uma 6ª série (Fundamental II)
através da balança incógnita; desenvolver conceitos básicos para o estudo
de equações de 1º grau.
Fazenda Rived Compreender números: ordem de grandeza 1ª série (Fundamental)
Alturas inacessíveis Verificar se o aluno compreendeu o conceito de
proporcionalidade e semelhança de triângulos e como,
com cálculo simples, é possível determinar alturas 7ª série (Fundamental II)
inacessíveis.
As semelhanças Verificar se os alunos são capazes de perceber, através
através da ampliação da manipulação, que se mantendo determinados
e redução de figuras padrões, a ampliação e a redução de figuras 6ª série (Fundamental II)
correspondem em alteração ao tamanho da figura
original, se determinam quais são os padrões de
proporcionalidade.
1-Interpretar e utilizar diferentes formas de
representação de objetos;
2-Identificar, representar e utilizar o conhecimento
geométrico para aperfeiçoamento da leitura, da
compreensão e da ação sobre a realidade;
3-Procurar e sistematizar informações relevantes para
a compreensão da situação problema;
4-Entender e aplicar métodos e procedimentos próprios
das ciências naturais e tecnológicas;
5-Comparar e estabelecer relações entre as grandezas; 5ª série (Fundamental)
6-Estimular a percepção dos alunos com relação a 6ª série (Fundamental)
Matemática das conceitos matemáticos envolvidos na situação- 7ª série (Fundamental)
plantas de casa problema e levá-los a elaborar construções
matemáticas abstratas para resolver problemas relativos
a situações específicas, mostrando a fundamentação
matemática que deve ser empregada.
7-Ler e interpretar textos matemáticos;
8-Utilizar corretamente instrumentos de medição;
9-Selecionar estratégias de resolução de problemas;
10-Desenvolver a capacidade de utilizar a matemática
na interpretação e intervenção no real.
Fonte: RIVED, disponível em:< http://rived.mec.gov.br/site_objeto_lis.php>. Acesso em: 10 nov. 2011.
59
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 Os sujeitos
Na análise e discussão dos dados, os sujeitos foram nomeados por letras de “A”
até “J” e o pesquisador é nomeado de “P”.
A pesquisa foi realizada nos dias 4 (das 14h30 às 16h40) 11 (das 14h30 às 17h00)
e 16 (das 14h30 às 16h40) de agosto de 2011, na Escola Municipal de Ensino Infantil e
Fundamental José Ramos Torres de Melo, situada na Avenida Abolição, 3984, na cidade de
Fortaleza.
A escola atende a 1.219 alunos e possui 38 salas de aula, providas com lousas,
armários, mesas e cadeiras, área de recreação coberta, biblioteca, sala de atendimento à
educação inclusiva e sala de informática.
A sala de informática é regida por dois professores e atende nos horários manhã
(das 7h30 às 10h50), tarde (das 13h30 às 16h40) e noite (das 18h40 às 21h30). Cada turma é
atendida uma vez por semana, com duração de 50 minutos cada aula. As atividades são
planejadas pelo professor regente do LIE com o professor da sala de aula regular. Quando a
turma se dirige à sala de informática, os dois professores dirigem as atividades.
O Objeto de Aprendizagem “Feira dos pesos” foi criado pelo PROATIVA4 e consta
de uma atividade para execução da ordem crescente e outra decrescente, com cinco níveis
cada um. Tem como objetivo introduzir conceitos algébricos nas séries iniciais do ensino
fundamental. O procedimento criado foi a seriação de pesos desconhecidos, por meio de
comparações entre eles, utilizando uma balança de dois pratos. Com esse objetivo geral busca
o Objeto despertar nos alunos suas hipóteses e começar a trabalhar mais cedo alguns
conceitos algébricos, além de proporcionar interação e desenvolvimento de habilidades
quanto ao uso do computador relacionado às atividades virtuais, em que o aluno pode testar
suas hipóteses sobre a relação dos pesos em uma balança de dois pratos e encontrar na mesma
hora o resultado de sua hipótese (RIVED, s/d).
b) Motivação: Avaliação de dois elementos através de uma balança (critério: mais pesado
que).
c) Abstração: Mede-se o peso e não as formas de figura, que podem levar a um julgamento
falado do maior/menor peso (Transitividade das relações de menor/maior).
4
Disponível em: < http://www.proativa.vdl.ufc.br/oa.php?id=0>.Acesso em: 17 de out. 2010.
62
e) Como acontece o processo: o aluno tem um conjunto de objetos sobre a mesa, e estes estão
rotulados com letras de A a F. O aluno deve tomar dois objetos e pesá-los na balança, que vai
apontar o lado mais pesado; em seguida. deve levar os pesos aos ganchos na ordem pedida
(crescente ou decrescente) e formar sequência completa.
f) Os níveis: o OA “Feira dos pesos” possui 5 níveis de dificuldades. Esses níveis não são
lineares, e os alunos podem mudar de nível a qualquer momento que desejarem. Porém, no
caso desta pesquisa, foi orientado ao aluno iniciar pelo nível um e seguir a sequência, devendo
passar ao nível subsequente somente quando efetuado com sucesso o nível executado.
g) O aprendizado obtido: Espera-se por meio do equilíbrio da balança de dois pratos que o
aluno possa comparar e estabelecer relações entre dois pesos, criando sentido nas atividades
de grandeza inversamente proporcional. A cada nível, é aumento o número de pesos para
serem testados pelo aluno, o qual o leva a criar estratégias e aumentar os desafios.
FIGURA 5: Interface quando o usuário não efetiva a sequência corretamente e quando conclui a atividade
corretamente, respectivamente.
Foi pedido que o aluno escolhesse dois pesos e colocasse um em cada prato da
balança; em seguida, foi indagado qual seria o mais pesado. Conforme a resposta, perguntava-
se por quê. A intenção foi identificar se o aluno tem o entendimento de que o prato pende para
o lado em que está objeto mais pesado.
FIGURA 7: Procedimento inicial prático antes da aplicação do OA, utilizando os pesos e a balança de dois
pratos.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A análise dos dados foi realizada por meio das anotações dos comportamentos dos
sujeitos frente à atividade, suas reações, estratégias de resolução, dificuldades encontradas,
tempo de execução de cada tarefa, número de tentativas e anotação das falas proferidas. Esse
conjunto de observações e anotações visa identificar como os alunos resolvem os problemas
algébricos que lhe foram sugeridos.
Esses pressupostos também estão presentes nos estudos de Gomes; Castro Filho;
Gitirana; et al (2002) quando apontam a necessidade de avaliar alguns critérios antes de se
aplicarem os OA. Os critérios estão distribuídos em clareza, documentação e outros. Assim,
com base nas orientações dos referidos autores, alguns quesitos foram observados, com
relação ao OA “Feira dos pesos”. Identificou-se que há uma excelente clareza quanto ao grau
de compreensão de enunciados, comandos, linguagem, informações e transição entre as
partes. No quesito documentação, destaca-se que o Manual é preciso e claro quanto a
objetivos, indicação de faixa etária e proposta para uso didático.
Os três colaboradores restantes expressaram não ter entendido, e foi pedido que
lessem novamente. Dois alunos expressaram corretamente o que dizia o enunciado inicial,
mas para um deles foi necessária a explicação verbal por parte do pesquisador.
Acredita-se que inicialmente o aluno deva buscar a compreensão por si, sem que o
professor tenha que explicar, como se “pensasse” pelo aluno. No entanto, quando surgem
alunos com maiores dificuldades conceituais, a mediação é necessária.
O aluno precisa, dessa forma, clicar em “sim” e tentar de novo. Assim, foi
executado por todos os sujeitos da pesquisa, porém foram identificadas algumas
peculiaridades quanto às reações de insucessos, sucessos, estresse, número de tentativas,
tempo de execução e requisições ao pesquisador, as quais serão descritas individualmente.
72
SUJEITO A
ORDEM: crescente
Nível Tempo inicial Tempo final Tentativas Tempo total
(hora e minutos) (hora e minutos) (minutos)
1 14.47 14.49 3 2
2 14.49 14.50 8 1
3 14.50 14.52 19 2
4 14.52 15.04 69 12
5 15.04 15.06 15 2
Tabela 3: Desempenho das atividades do sujeito A
SUJEITO B
ORDEM crescente
Nível Tempo inicial Tempo final Tentativas Tempo total
(hora e minutos) (hora e minutos) (minutos)
1 15.20 15.39 19 19
2 15.39 15.46 11 7
3 15.46 15.51 18 5
4 15.52 15.57 13 5
5 15.57 16.01 20 4
Tabela 4: Desempenho das atividades do sujeito B
No primeiro nível, após um tempo considerável sem alcançar êxito, buscou ajuda
com a pesquisadora indagando o seguinte:
B: o A de novo.
P. Então qual é a sequência que pede?
B: Crescente.
SUJEITO C
ORDEM: decrescente
Nível Tempo inicial Tempo final Tentativas Tempo total
(hora e minutos) (hora e minutos) (minutos)
1 16.12 16.17 26 5
2 16.17 16.24 23 7
3 16.24 16.36 28 12
4 16.36 16.42 17 6
5 16.42 16.47 21 5
Tabela 5: Desempenho das atividades do sujeito C
SUJEITO D
ORDEM: decrescente
Nível Tempo Inicial Tempo final Tentativas Tempo total
(hora e minutos) (hora e minutos) (minutos)
1 14.45 14.47 4 2
2 14.47 14.49 7 2
3 14.50 16.53 17 3
4 14.54 15.09 65 15
5 15.12 15.14 15 2
Tabela 6: Desempenho das atividades do sujeito D
SUJEITO E
ORDEM crescente
Nível Tempo inicial Tempo final Tentativas Tempo total
(hora e minutos) (hora e minutos) (minutos)
1 15.30 15.41 17 11
2 15.41 15.50 22 9
3 15.50 15.54 13 4
4 15.54 15.58 16 4
5 15.59 16.03 10 4
Tabela 7: Desempenho das atividades do sujeito E
O aluno F atentou para o histórico ao iniciar o jogo e, por meio dessa estratégia,
prosseguiu durante o percurso, realizando tentativa e erro e observando a descrição do
histórico.
75
SUJEITO F
ORDEM: crescente
Nível Tempo inicial Tempo final Tentativas Tempo total
(hora e minutos) (hora e minutos) (minutos)
1 16.12 16.22 19 10
2 16.22 16.26 11 4
3 16.27 16.31 18 4
4 16.31 16.33 13 2
5 16.33 16.35 20 2
Tabela 8: Desempenho das atividades do sujeito F
Vale destacar que o nível 1 possui apenas quatro pesos, e o aluno demorou 10
minutos para entender a lógica da atividade. Porém, quando identificou a estrutura ou a forma
de elaboração da sequência pedida, o seu percurso mudou radicalmente para 4 minutos e
assim prosseguiu, até mesmo diminuindo o tempo nos níveis mais avançados. Essa conclusão
pode ser comprovada pela afirmação abaixo, quando o aluno expressa sua satisfação logo
após a conclusão do nível 1: “D: agora entendi como é esse jogo”.
SUJEITO G
ORDEM: decrescente
Nível Tempo inicial Tempo final Tentativas Tempo total
(hora e minutos) (hora e minutos) (minutos)
1 16.45 16.49 22 4
2 16.49 16.52 23 3
3 16.52 16.55 24 3
4 16.55 17.03 32 8
5 17.03 17.07 22 4
Tabela 9: Desempenho das atividades do sujeito G
dos pesos escolhido e compará-lo com os demais. Dessa forma, pôde identificar a relação
existente entre os pesos.
SUJEITO H
ORDEM: decrescente
Nível Tempo inicial Tempo final Tentativas Tempo total
(hora e minutos) (hora e minutos) (minutos)
1 14.43 14.47 21 4
2 14.47 14.50 22 3
3 14.50 14.55 24 5
4 14.55 15.04 37 9
5 15.04 15.08 21 4
Tabela 10: Desempenho das atividades do sujeito H
SUJEITO I
ORDEM crescente
Nível Tempo inicial Tempo final Tentativas Tempo total
(hora e minutos) (hora e minutos) (minutos)
1 1516 15.25 19 9
2 15.16 15.22 25 6
3 15.22 15.45 40 23
4 15.45 15.55 20 10
5 15.57 16.02 9 5
Tabela 11: Desempenho das atividades do sujeito I
Essa tentativa provoca a reformulação de hipóteses e requer uma maior atenção para
que movimentos não sejam “gastos” em vão. O professor ou mesmo o pesquisador
tem um papel fundamental neste momento, podendo auxiliar o aluno na construção
de estratégias mais eficazes e fazendo-o refletir sobre suas ações (MACÊDO;
LAURET; CASTRO FILHO, 2008, p. 96).
SUJEITO J
ORDEM: decrescente
Nível Tempo inicial Tempo final Tentativas Tempo total
(hora e minutos) (hora e minutos) (minutos)
1 16.12 16.20 36 9
2 16.20 16.26 14 6
3 16.26 16.30 15 4
4 16.31 16.35 18 4
5 16.35 16.38 11 3
Tabela 12: Desempenho das atividades do sujeito J
20 NIVEL 1: TEMPO
18
16
14
12
10 Série1
8
6
4
2
0
A B C D E F G H I J
NIVEL 2-TEMPO
10 NIVEL 2: TEMPO
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
A B C D E F G H I J
NIVEL 3: TEMPO
25 NIVEL 3: TEMPO
20
15
10
0
A B C D E F G H I J
NIVEL 4: TEMPO
16
NIVEL 4: TEMPO
14
12
10
8
6
4
2
0
A B C D E F G H I J
NIVEL 4: TEMPO
6 NIVEL 5: TEMPO
0
A B C D E F G H I J
NIVEL 1: MOVIMENTOS
30
25
20
15
10
0
A B C D E F G H I J
NIVEL 2: MOVIMENTOS
30
25
20
15
10
0
A B C D E F G H I J
NIVEL 3: MOVIMENTOS
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
A B C D E F G H I J
NIVEL 4: MOVIMENTOS
80
70
60
50
40
30
20
10
0
A B C D E F G H I J
NIVEL 5: MOVIMENTOS
25
20
15
Série1
10
0
A B C D E F G H I J
Seleção dos perfis intelectuais dos alunos com base nos resultados do OA
Dentre os perfis abordados pela Teoria de Gardner, foi selecionado para análise do
OA o raciocínio lógico-matemático mediante os resultados obtidos pelo número de
tentativas/movimento e tempo de execução de cada nível. As características da inteligência
lógico-matemática revelam a capacidade de resolução de problemas, de elaboração de
hipótese, de encadeamento de ideias, de formulação e de execução de conceitos abstratos.
Colaborador A
Colaborador B
Colaborador C
Colaborador D
Colaborador E
Colaborador F
Colaborador G
Colaborador H
Colaborador I
Colaborador J
Porém, as diferenças não são tão acentuadas, mesmo quando analisadas as diferenças
entre tempo e número de tentativas, permanecendo como estratégias predominantes a
tentativa e o erro para a obtenção das sequência requerida em cada nível. Contudo, destaca-se
o desempenho do colaborador A e D, no qual fica evidente a presença do perfil lógico
matemático no qual pode ser observado quando apresentado no comparativo abaixo.
86
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diversos autores, como Freire e Castro Filho (2006); (2007), Leite (2006) e Gil
(2008), revelam os ganhos obtidos pelos alunos ao utilizar um OA e a significativa
contribuição para o processo de ensino e aprendizagem da Matemática, em particular da
álgebra, por oferecer no campo virtual uma vivência de atividades que muitas vezes não pode
ser experimentada na vida real.
Gardner, por sua vez, traz a visão pluralista da mente. Nessa concepção, considera
a presença de múltiplos espectros de competências que se evidenciam no sujeito de forma
diferenciada quanto à sua predominância intelectual, ou seja, cada pessoa teria a inclinação
natural para determinado tipo de habilidade em lidar com as situações.
Embora os sujeitos tenham, no sentido inato, maior capacidade para esse tipo de
competência, pode-se, de modo geral, proporcionar o desenvolvimento da inteligência lógico-
matemática por meio de situações que levem o sujeito a raciocinar nesse sentido, a buscar
soluções e a lidar com situações-problema.
Para que a escolha dos recursos seja eficaz, os estudos apresentados demonstram a
necessidade de o professor identificar a habilidade a ser desenvolvida pelo aluno e relacioná-
la aos objetivos e à estrutura dos recursos escolhidos.
No caso dos OA, deve-se atentar a diversos quesitos, como clareza dos
enunciados, ligação direta com relação aos objetivos a serem tratados, design pedagógico
motivador, elaboração de feedback em cada nível da atividade, abordagem de conteúdos
relacionados ao cotidiano do aluno, estrutura das atividades com base na construção de
conhecimentos gerados a partir de resolução de problemas, entre outros.
Por essa razão, ficou demonstrado, numa análise individual, que os alunos
possuem caminhos pessoais para a resolução de problemas, em tempos específicos e
diversidade de estratégias. No caso de sucessos e insucessos, as reações também apresentam
peculiaridades. Essas evidências revelam que a educação deve propor ao aluno
heterogeneidade de recursos e possibilidades em prol do desenvolvimento dele e, assim,
contemplar características pessoais e ritmos de aprendizagem, além de respeitar o tempo de
cada um no seu processo de construção do saber, sem deixar, contudo, de atentar para a
contribuição do educador no processo de mediação como impulsionador do processo.
REFERÊNCIAS
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referência para o conhecimento do pensamento infantil na avaliação psicopedagógica.
Dissertação (Mestrado em Psicopedagogia). Universidade do Sul de Santa Catarina,
Florianópolis, Santa Catarina. 2006. 104f.
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n. 87, Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2003.
GHIRALDELLI JUNIOR, Paulo. História da Educação. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2001.
GIL, Katia Henn. Reflexões sobre as dificuldades dos alunos na aprendizagem de álgebra.
Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemática). Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2008.
GOMES, Alex Sandro, CASTRO FILHO José. Aires, GITIRANA, Verônica, et al. Avaliação
de software educativo para o ensino de matemática. Artigo apresentado no VIII Workshop
de Informática na Escola – WIE, Florianópolis, Santa Catarina, 2002.
GROSSI, Esther. Pillar. Por que ainda há quem não aprende? A teoria. Petrópolis: Vozes,
2003.
LIMA, Ivan Shirahama Loureiro de; CARVALHO, Helton Augusto de; SCHLÜNZEN, Klaus
Schlünzen Junior; SCHLÜNZEN, Elisa Tamoé Moriya. Criando interfaces para objetos de
aprendizagem. In, BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação à Distância.
Objetos de aprendizagem: uma proposta de recurso pedagógico. Brasilia: MEC, SEED, p.
39 - 48, 2007.
MACÊDO, Laécio Nobre; LAUTERT, Síntria Labres; CASTRO FILHO, José Aires de.
Análise do Uso de um Objeto de Aprendizagem Digital no Ensino de Álgebra – versão
final. Artigo apresentado no XIX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. Sociedade
Brasileira de Informática na Educação, 2008.
MALTA, Iaci. Linguagem, leitura e matemática. In: CURY, Helena Noronha (org.).
Disciplinas Matemáticas em Cursos Superiores. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.
PONTE, João Pedro da. Álgebra no currículo escolar In: Educação & Matemática: Revista
da Associação de professores de matemática. Lisboa: Torriana, n. 85, nov-dez, p. 36-42, 2005.
SOUZA FILHO, Marcílio Lira de. Relações entre aprendizagem e desenvolvimento em Piaget
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WEISS, Maria Lúcia L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de
aprendizagem escolar. 6ª ed., Rio de janeiro: DP&A, 1999.
Referências de sites
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mediado por um objeto de aprendizagem. In, 2º Simpósio Internacional de Pesquisa em
Educação Matemática: matemática formal e matemática não formal 20 anos depois: sala de
aula e outros contextos, de 28 de julho a 1 de agosto de 2008, Recife, PE. Disponível em:
http://www.proativa.vdl.ufc.br/publicacoes/artigos/e71dab3060946c943a33aa82c7a8ba4f.pdf.
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TINOCO, Lucia Arruda, et al. Álgebra. Pensar? Calcular? Comunicar? Artigo publicado e
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2008. Disponível em:
<http://cibem6.ulagos.cl/ponencias/COMUNICACIONES/LUCIA%20ARRUA/VI%20CIBEM.pdf>.
Acesso em: 12 dez. 2010.