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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 037.

061/2019-4

GRUPO I – CLASSE III – Plenário


TC 037.061/2019-4
Natureza: Consulta
Entidade: Câmara dos Deputados
Representação legal: não há

SUMÁRIO: SUMÁRIO: CONSULTA. NECESSIDADE DE


RESCISÃO DE CONTRATO FIRMADO POR DISPENSA DE
LICITAÇÃO COM EMPRESA POSTERIORMENTE
DESESTATIZADA. DECISÃO DISCRICIONÁRIA DA
ADMINISTRAÇÃO, NOS TERMOS DO ART. 78, INCISO XI
DA LEI 8.666/1993. POSSIBILIDADE DE PRORROGAÇÃO.
RESPOSTA AO CONSULENTE.

RELATÓRIO

Cuidam os autos de consulta formulada pelo Presidente da Comissão de Ciência e


Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados nos seguintes termos:
“Quando ocorrer a privatização de empresa pública que preste serviços de tecnologia e
comunicação ao Estado, os contratos realizados com dispensa de licitação entre a administração
pública federal e a empresa estatal devem ser rescindidos, com a subsequente relicitação dos
serviços?”
2. O processo foi submetido à análise da Secretaria de Controle Externo de Aquisições
Logísticas, que lavrou a instrução transcrita parcialmente a seguir com os ajuste de forma que entendi
pertinentes:
2. A presente consulta deve ser conhecida, vez que formulada por autoridade que possui
legitimidade para tanto, acerca da aplicabilidade, em tese, de dispositivos legais e regulamentares
concernentes à matéria de competência deste Tribunal, de modo que se encontram satisfeitos os
requisitos de admissibilidade previstos no art. 264, inciso IV, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno do
TCU. Ainda que a Consulta não se encontre instruída com parecer do órgão de assistência técnica ou
jurídica da autoridade consulente, tal situação não constitui impedimento para a devida análise, uma
vez que a Consulta, formulada articuladamente, contém a indicação precisa do seu objeto.
EXAME TÉCNICO
3. A autoridade consulente demonstra de forma adequada a pertinência temática da consulta
à sua área de atribuição, tendo em vista que compete regimentalmente à Comissão de Ciência e
Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados "exercer a fiscalização e o
controle dos atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta" e "estudar qualquer
assunto compreendido no respectivo campo temático ou área de atividade...", dentre os quais os
assuntos relativos a comunicações, telecomunicações, informática, telemática e robótica em geral;
indústrias de computação e seus aspectos estratégicos; e regime jurídico das telecomunicações e
informática.
4. Afirma que a Consulta “é motivada pela atual gestão do governo federal, que iniciou o
planejamento de venda de empresas públicas que prestam serviço de informática ao Governo

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Federal” (peça 2, p. 3), referindo-se, especificamente, ao Serpro e à Dataprev, questionando a


respeito da “aplicabilidade do artigo 78, XI da lei de licitações em casos de serviços de informática
anteriormente contratados com dispensa de licitação e fundamentados nos incisos VIII e XVI do artigo
24 da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993” (peça 2, p. 5, grifou-se).
5. Assinala que a possibilidade de contratação de entes da administração indireta por
dispensa de licitação permitiria, em tese, “a priorização de execução de determinados contratos e o
controle sobre as informações compartilhadas com essas entidades, em sua maioria confidenciais”
(peça 2, p. 6).
6. Aponta, porém, haver casos em que a contratação direta foi indevida em razão de “falta
de economicidade na contratação pela utilização do monopólio estatal em serviços que poderiam ser
providos pela iniciativa privada a preços inferiores”, o que teria sido constatado, a exemplo, em
Auditoria realizada pelo TCU nos autos do TC 013.463/2017-9.
7. Considera que “a transferência da prestação de serviço de informática para a iniciativa
privada, quando realizada, deve garantir os princípios da probidade administrativa, da
competitividade e da moralidade” (peça 2, p. 6), o que restaria assegurado com a realização de
licitação.
8. Assinala que o art. 78, inciso XI, da Lei 8.666/1993, prevê como um dos motivos para
rescisão unilateral de contrato administrativo a “a alteração social ou a modificação da finalidade ou
da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato”, indicando que “a dúvida que se
quer submeter ao Tribunal de Contas da União é sobre a interpretação do trecho que especifica que
devem ser rescindidos os contratos onde a alteração "prejudique a execução do contrato"” (peça 2, p.
7, grifou-se).
9. Aduz que (peça 2, p. 7):
20. Além disso, deve-se ter em mente que se em um primeiro momento a Administração decidiu que o
benefício da contratação de uma estatal era suficiente para justificar o pagamento do sobrepreço
praticado, deve-se entender que, uma vez que essa realidade seja modificada, os contratos realizados
com base nessa premissa devem ser rescindidos para permitir o ajuste dos valores cobrados a preços
de mercado.
10. Considera, por fim, ser relevante a presente Consulta, pois “privatizações anteriores
foram concentradas em serviços prestados diretamente à população” (peça 2, p. 7), exemplificando
com o caso da Companhia Vale do Rio Doce, que seriam diferentes da situação do Serpro e da
Dataprev, que prestam serviços diretamente à própria Administração Pública.
Análise.
11. O Serviço Federal de Processamento de Dados – Serpro e a Empresa de Tecnologia e
Informações da Previdência – Dataprev são empresas públicas, vinculadas ao Ministério da
Economia, regidas especialmente pela Lei 13.303/2016 e Lei 6.404/1976, pelo Decreto 8.945/2016 e
demais legislações aplicáveis.
12. Em 18/9/2019 foram publicadas no Diário Oficial da União a Resolução 83 (peça 6) e a
Resolução 84 (peça 7), ambas datadas de 21/8/2019, pelas quais o Conselho do Programa de
Parcerias de Investimento da Presidência da República, ente criado pelo art. 7º da Lei 13.334/2016,
opinou favoravelmente pela qualificação do Serpro e da Dataprev, no âmbito do Programa de
Parcerias de Investimentos da Presidência da República, “para fins de realização de estudos para
avaliação de alternativas de desestatização ou parceria com a iniciativa privada”, havendo
autorizado, ainda, a contratação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social –
BNDES para elaboração dos referidos estudos.

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13. As Resoluções 83 e 84 fundamentaram-se nas atribuições conferidas ao Conselho do


Programa de Parcerias de Investimento da Presidência da República pelo “art. 7º, caput, inciso I e
art. 8-A, inciso XIII da Lei 13.334/2016”, com prazo de início de vigência “na data de sua
publicação”, ocorrida em 18/9/2016.
14. As disposições legais que embasaram as referidas resoluções são transcritas a seguir, in
verbis (grifou-se):
Art. 7º Fica criado o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da
República - CPPI, com as seguintes competências:
I - opinar, previamente à deliberação do Presidente da República, quanto às propostas dos órgãos ou
entidades competentes, sobre as matérias previstas no art. 4º desta Lei;
(...)
Art. 8º-A Compete à Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência
da República: (Incluído pela Medida Provisória nº 882, de 2019) (Vigência encerrada)
(...)
XIII - promover a elaboração de estudos para resolução de entraves na implantação e no
desenvolvimento de empreendimentos de infraestrutura; (Incluído pela Medida Provisória nº 882, de
2019) (Vigência encerrada)
15. Cabe assinalar que o art. 8º-A Lei 13.334/2016, que fora incluído no texto legal pela
Medida Provisória MP 882, de 2019, perdeu eficácia por força do Ato Declaratório do Presidente da
Mesa do Congresso Nacional 55, de 2019, de 2/9/2019, que determinou o encerramento do prazo de
vigência da referida Medida Provisória, fixando-o em 30/8/2019.
16. Logo, as Resoluções 83 e 84, ainda que datadas de 21/8/2019, conteriam possível vício de
origem, uma vez que passaram a vigorar “na data de sua publicação”, 18/9/2019, com fundamento
em norma legal precária, cuja vigência foi encerrada, em 30/8/2019, por Ato do Congresso Nacional.
Na ausência de decreto legislativo para disciplinar os efeitos jurídicos gerados durante a vigência da
Medida Provisória MP 882, de 2019, restaria concluir pela nulidade de atos praticados com
fundamento no art. 8º-A, caput e inciso XIII, introduzidos pela referida MP na Lei 13.334/2016.
17. Seria possível admitir, entretanto, que o Conselho do Programa de Parcerias de
Investimento da Presidência da República, ao publicar as Resoluções 83 e 84, teria agido no exercício
das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 7º, inciso V, alínea “c”, da Lei 13.334/2016, que
confere ao ente competência para exercer as funções atribuídas ao Conselho Nacional de
Desestatização - CND pela Lei 9.491/1997, em caráter de órgão superior de decisão do Programa
Nacional de Desestatização - PND, com poderes para recomendar para aprovação do Presidente da
República a inclusão de empresas estatais no PND.
18. Considerando que o Conselho do Programa de Parcerias de Investimento da Presidência
da República detém competências para a prática dos atos e que a existência de possível vício de
origem é passível de correção mediante a republicação dos atos ou pela publicação de ato retificador,
conclui-se pela possibilidade de prosseguimento da análise para formulação de resposta, em tese, à
Consulta formulada pelo Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e
Informática da Câmara dos Deputados.
19. O art. 78, inciso XI, da Lei 8.666/1993 dispõe que constitui motivo para rescisão de
contrato administrativo “a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da
empresa, que prejudique a execução do contrato”, cabendo, portanto, distinguir claramente as
situações previstas pela lei.

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20. Sendo o Serpro e a Dataprev empresas públicas com personalidade jurídica de direito
privado, passaram a ter existência legal, nos termos do art. 45 da Lei 10.406/2002 (Código Civil),
com a “inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que
passar o ato constitutivo”. Segundo estabelece o art. 46 do Código Civil, in verbis (grifou-se):
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
21. As possíveis alterações sociais que podem ser consideradas relevantes para o
esclarecimento da presente Consulta abrangeriam, portanto, a possibilidade de alteração da
denominação, fins, sede, o tempo de duração do empreendimento e o modo por que se administra e
representa. Em relação a essas características, ambas as empresas estatais possuem denominação
própria, com sede e foro em Brasília (DF) e prazo de duração indeterminado. Em caso de virem a ser
desestatizadas, a simples alteração na denominação dos entes não acarretaria qualquer prejuízo à
execução dos contratos administrativos vigentes nos quais figurem como contratadas.
22. A alteração da sede e, consequentemente de foro, em caso de desestatização, não acarreta
dificuldades em futuras contratações pretendidas por entes públicos federais e não teria, por si só,
qualquer efeito sobre a execução dos contratos em vigor, tendo em vista o disposto no § 2o do art. 55
da Lei 8.666/1993, que determina ser obrigatória a inserção nos contratos administrativos de
“cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão
contratual”.
23. Quanto ao tempo de duração do empreendimento, caso venha a sofrer alteração para algo
diferente do atual prazo indeterminado, hipótese aqui considerada unicamente para fins de
argumentação, tal alteração poderia, em tese, prejudicar a regular execução dos contratos vigentes.
No entanto, cabe partir do pressuposto que o processo de eventual desestatização do Serpro e da
Dataprev almejaria “a alienação, pela União, de direitos que lhe assegurem, diretamente ou através
de outras controladas, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos
administradores da sociedade” (art. 2º, § 1º, alínea “a” da Lei 9.491/1997), o que não afetaria,
necessariamente, a continuidade das atividades da empresa desestatizada.
24. Logo, somente em caso de dissolução ou desativação parcial da companhia, caso seja essa
a modalidade de desestatização indicada nos estudos a serem submetidos pelo Conselho do Programa
de Parcerias de Investimento da Presidência da República, sujeita à deliberação do Presidente da
República, conforme disposições contidas no art. 4º, da Lei 9.491/1997 e 7º da Lei 13.334/2016,
poderia vir a se constituir situação prejudicial à execução dos contratos vigentes. Em caso de
dissolução, cessaria imediatamente a atividade social da companhia, o que impediria a continuidade
de prestação dos serviços contratados. Em caso de desativação parcial da companhia, caberia
examinar, caso a caso, o alcance e os efeitos dela decorrentes, não sendo possível antecipar
conclusões antes de vir a ser constituída a situação fática.
25. Nos termos do art. 46 da Lei 10.406/2002 (Código Civil), a possibilidade de “modificação
da finalidade ou da estrutura” diz respeito ao “modo por que se administra e representa, ativa e

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passivamente, judicial e extrajudicialmente” (inciso III), cabendo considerar que a finalidade de uma
companhia está expressa na descrição de seu objeto social e dos fins por ela almejados.
26. O Estatuto Social do Serpro assim dispõe:
Art. 3º O Serpro tem por objeto social desenvolver, prover, integrar, comercializar e licenciar
soluções em tecnologia da informação, prestar assessoramento, consultoria e assistência técnica no
campo de sua especialidade, bem como executar serviços de tratamento de dados e informações,
inclusive mediante a disponibilização de acesso a estes e a terceiros, desde que assim autorizado pelo
proprietário.
Parágrafo único. Os serviços prestados pelo Serpro envolvem matérias afetas a imperativos de
segurança nacional, essenciais à manutenção da soberania estatal, em especial no tocante à garantia
da inviolabilidade dos dados da administração pública federal direta e indireta, bem como aquelas
relacionadas a relevante interesse coletivo, orientadas ao desenvolvimento e ao emprego de
tecnologia brasileira para produção e oferta de produtos e serviços de maneira economicamente
justificada.
Art. 4º São finalidades do Serpro:
I – contribuir para o êxito da gestão e da governança do Estado, em benefício da sociedade;
II – atender, prioritariamente, aos órgãos dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão;
III – aplicar as disponibilidades de sua capacidade técnica e operacional na execução dos serviços de
sua especialidade que venham a ser contratados com outros órgãos e entidades;
IV – viabilizar soluções digitais para modernização e apoio à tomada de decisão, no âmbito da
administração pública;
V – atuar no sentido de racionalizar, simplificar e viabilizar a acessibilidade às informações e
soluções em tecnologia da informação destinadas ao setor público e à sociedade; e
VI – incentivar o desenvolvimento do setor de informática pública, de acordo com as diretrizes
definidas pelo Governo Federal.
Parágrafo único. Para o alcance das finalidades previstas no caput deste artigo, o Serpro poderá
importar e exportar soluções, celebrar contratos, convênios e parcerias com empresas nacionais e
estrangeiras, órgãos e entidades de pesquisa e ensino e agências de fomento na área de tecnologia da
informação, constituir consórcios ou joint ventures de natureza contratual, bem como cont ratar
representantes comerciais para a divulgação e venda das soluções, na forma da lei.
27. Verifica-se, portanto, que o próprio estatuto da companhia não considera que a execução
de suas atividades somente possa se dar de forma direta e exclusiva, já admitindo a possibilidade de
constituição de consórcios ou joint ventures de natureza contratual, atraindo para a esfera dos
particulares (empresas nacionais e estrangeiras) a possibilidade de compartilharem a execução dos
serviços prestados pelo Serpro sem apontar restrições, nem mesmo em relação a “matérias afetas a
imperativos de segurança nacional, essenciais à manutenção da soberania estatal, em especial no
tocante à garantia da inviolabilidade dos dados da administração pública federal direta e indireta”.
28. O Estatuto Social da Dataprev assim dispõe (grifou-se):
Art. 4º A DATAPREV tem por objetivo a análise de sistemas, a programação e execução de serviços
de tratamento da informação e o processamento de dados através de computação eletrônica, bem
como a prestação de outros serviços correlatos.
§ 1º Entende-se como serviços principais o fornecimento de soluções de tecnologia da informação e
comunicação, para a execução e o aprimoramento das políticas públicas, especialmente nas áreas
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sociais relacionadas a Previdência, Economia, Trabalho e Emprego e Desenvolvimento Social, e


serviços correlatos, outros serviços relacionados ou decorrentes destes prestados a pessoas jurídicas
de direito público ou privado.
§ 2º Sem prejuízo de suas atividades principais e em harmonia com a política governamental, a
DATAPREV poderá prestar serviços a terceiros.
§ 3º A prestação de serviços de que trata este artigo será estabelecida nos termos da legislação
vigente e executada mediante remuneração em regime de faturamento, cujos preços levarão em
consideração os praticados pelo mercado.
Art. 5º Para o cumprimento de seu objetivo principal serão observadas pela DATAPREV as seguintes
diretrizes básicas:
I - adequação, por meio de seus programas de trabalho, projetos e atividades, às prioridades e
orientações estabelecidas pelo Governo Federal, para a execução da política e realização dos
objetivos da Previdência na área da tecnologia, informação, comunicação e informática; e
II - articulação com outros órgãos e entidades públicas ou privadas, objetivando promover o
intercâmbio de experiências e conhecimentos.
29. Considera-se que, em caso de vir a ocorrer a “alienação, pela União, de direitos que lhe
assegurem, diretamente ou através de outras controladas, preponderância nas deliberações sociais e
o poder de eleger a maioria dos administradores da sociedade” (art. 2º, § 1º, alínea “a” da Lei
9.491/1997), forma de desestatização aplicável ao caso, restaria necessariamente alterado, não
apenas o “modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente”, mas, certamente, também, o objeto social e as finalidades das empresas
desestatizadas.
30. Cabe frisar que caberá ao BNDES elaborar os estudos que irão indicar a modalidade
operacional a ser adotada, ao teor do disposto no art. 4º da Lei 9.491/1997, podendo, até mesmo,
definir condições particulares aplicáveis ao Serpro e à Dataprev.
31. Ainda assim, entende-se que tais alterações, ora cogitadas como possibilidades, não
teriam o condão de determinar a imediata rescisão dos contratos administrativos, vez que a Lei
8.666/1993 estabelece, em seu art. 78, inciso XI, que deva estar presente, ao lado das alterações, a
condição de estas serem capazes de, a juízo da Administração, prejudicar a execução do contrato. A
Lei estabelece, ainda, no parágrafo único do art. 78, caber à Administração motivar formalmente nos
autos de processo administrativo o ato de rescisão unilateral de contrato administrativo, devendo
assegurar à contratada o contraditório e a ampla defesa, direitos e garantias de grandeza
constitucional.
32. Entretanto, ao circunscrever-se o universo de contratos nos quais o Serpro e a Dataprev
figuram como contratadas àqueles firmados por entes públicos federais com base no art. 24, incisos
VIII e XVI, da Lei 8.666/1993, que prevê situações particulares que tornam dispensável a licitação,
constituindo o cerne da presente Consulta, faz-se necessário examinar detidamente tais dispositivos,
transcritos a seguir:
Art. 24. É dispensável a licitação:
(...)
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços
prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para
esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja
compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
(...)
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XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e
de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de
direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para
esse fim específico; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
33. As contratações do Serpro e da Dataprev efetuadas por entes públicos federais com
fundamento nesses dispositivos estão condicionadas pela presença de um fator essencial, que consiste
na criação por lei das duas empresas de modo a cumprirem fins específicos. Uma vez alt erados ou
tendo deixado de existir os fins específicos que justificaram a criação das estatais, não mais
subsistiria a fundamentação em regra que permite a contratação das empresas estatais por dispensa
de licitação. Ademais, as alterações decorrentes da “alienação, pela União, de direitos que lhe
assegurem, diretamente ou através de outras controladas, preponderância nas deliberações sociais e
o poder de eleger a maioria dos administradores da sociedade” (art. 2º, § 1º, alínea “a” da Lei
9.491/1997) resultariam em desaparecimento da personalidade jurídica originalmente contratada,
vindo a se constituir sujeito diverso que passaria a deter a incumbência de executar o contrato, em
aparente transgressão ao cunho personalíssimo da contratação administrativa.
34. Cabe ponderar, entretanto, que a eventual continuidade de tais contratos não estaria a
violar, strictu sensu, o dever de licitar, vez que firmados por dispensa de licitação, pelo que não
caberia falar em necessidade de “relicitação”. A alteração substancial da personalidade jurídica
originalmente contratada decorreria de fato superveniente, ocasionado por decisão tomada pelo
Estado de reordenar sua posição estratégica na economia, transferindo à iniciativa privada atividades
que considere estejam sendo indevidamente exploradas pelo setor público. Em sendo assim, não faria
sentido que, ao privatizar uma empresa estatal, o Estado acarretasse para a Administração o ônus
súbito de rescisão imediata de contratos, sem a possibilidade de obter a prestação de serviços
considerados de caráter estratégico que “envolvem matérias afetas a imperativos de segurança
nacional, essenciais à manutenção da soberania estatal, em especial no tocante à garantia da
inviolabilidade dos dados da administração pública federal direta e indireta” e do “fornecimento de
soluções de tecnologia da informação e comunicação, para a execução e o aprimoramento das
políticas públicas”.
35. Todavia, a possibilidade de dar continuidade à execução desses contratos, até o término
de sua vigência, estaria condicionada à manutenção das demais condições estabelecidas
originalmente no ajuste, especialmente as que disserem respeito ao objeto contratual, à prestação de
garantia e aos requisitos de habilitação a serem mantidos pela contratada no decorrer da execução
contratual, nos termos do art. 55, inciso XIII, da Lei 8.666/1993. Considerando, contudo, que não
mais subsistiria a fundamentação em regra que permite a contratação das empresas estatais por
dispensa de licitação, restaria vedada a possibilidade de prorrogação desses contratos, ainda que
contenham previsão expressa para esse fim, cabendo ao ente contratante, caso mantenha interesse na
continuidade de prestação dos serviços, promover o devido processo licitatório.
CONCLUSÃO
36. Em face de todo o exposto, será encaminhada proposta de conhecimento da Consulta e
envio de resposta ao consulente.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
Ante todo o exposto, submetem-se os autos à consideração superior, propondo:
a) conhecer da presente consulta, vez que se encontram satisfeitos os requisitos de
admissibilidade previstos no art. 264, inciso IV, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno do TCU;
b) nos termos do art. 1º, inciso XVII, da Lei 8.443/1992, responder ao Presidente da
Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados que:

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b.1) a Lei 8.666/1993 estabelece, em seu art. 78, inciso XI, que deva estar presente, ao
lado da ocorrência de alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, a
condição de tais alterações serem capazes de, a juízo da Administração, prejudicar a execução do
contrato;
b.2) a Lei estabelece, ainda, no parágrafo único do art. 78, caber à Administração motivar
formalmente nos autos de processo administrativo o ato de rescisão unilateral de contrato
administrativo, devendo assegurar à contratada o contraditório e a ampla defesa, direitos e garantias
de grandeza constitucional;
b.3) em caso de desestatização de empresa pública, para fins do disposto no art. 2º, § 1º,
alínea “a” da Lei 9.491/1997, os contratos administrativos firmados por entes públicos federais, com
base no art. 24, incisos VIII e XVI, da Lei 8.666/1993, nos quais a empresa privatizada figure como
contratada, podem permanecer em execução até o término de sua vigência, a juízo da Administração,
sendo vedada, porém, a possibilidade de prorrogação desses contratos, ainda que contenham previsão
expressa para esse fim, tendo em vista que não mais subsistiria a fundamentação em regra que
permitiu a contratação das empresas estatais por dispensa de licitação, cabendo ao ente contratante,
caso mantenha interesse na continuidade de prestação dos serviços, promover o devido processo
licitatório;
b.4) a possibilidade de dar continuidade à execução desses contratos, até o término de sua
vigência, está condicionada à manutenção das demais condições estabelecidas originalmente no
ajuste, especialmente as que disserem respeito ao objeto contratual, à prestação de garantia e aos
requisitos de habilitação a serem mantidos pela contratada no decorrer da execução contratual, nos
termos do art. 55, inciso XIII, da Lei 8.666/1993.
c) Arquivar o presente processo, com fundamento no art. 169, inciso V, do Regimento
Interno do Tribunal de Contas da União.
3. O Diretor e o Secretário da Selog aquiesceram ao aludido encaminhamento.
É o relatório.

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VOTO

Cuidam os autos de consulta formulada pelo Presidente da Comissão de Ciência e


Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados nos seguintes termos:
“Quando ocorrer a privatização de empresa pública que preste serviços de tecnologia e
comunicação ao Estado, os contratos realizados com dispensa de licitação entre a administração
pública federal e a empresa estatal devem ser rescindidos, com a subsequente relicitação dos
serviços?”
2. O processo foi submetido à análise da Secretaria de Controle Externo de Aquisições
Logísticas que concluiu ser possível a continuidade de contrato firmado por entes públicos federais,
com base no art. 24, incisos VIII e XVI, da Lei 8.666/1993, com empresa estatal posteriormente
desestatizada, até o término de sua vigência, a critério da Administração.
3. Nessa hipótese, a Selog aduziu não ser possível a prorrogação desses contratos, ainda que
contenham previsão expressa para esse fim, “tendo em vista que não mais subsistiria a fundamentação
em regra que permitiu a contratação das empresas estatais por dispensa de licitação, cabendo ao ente
contratante, caso mantenha interesse na continuidade de prestação dos serviços, promover o devido
processo licitatório”.
4. Por fim, a unidade técnica asseverou que “a possibilidade de dar continuidade à execução
desses contratos, até o término de sua vigência, está condicionada à manutenção das demais
condições estabelecidas originalmente no ajuste, especialmente as que disserem respeito ao objeto
contratual, à prestação de garantia e aos requisitos de habilitação a serem mantidos pela contratada
no decorrer da execução contratual, nos termos do art. 55, inciso XIII, da Lei 8.666/1993”.
5. Com isso, a Selog alvitrou o conhecimento da consulta e o encaminhamento de resposta ao
consulente, nos termos expostos nos itens anteriores.
6. Feito esse necessário resumo, passo a decidir.
7. Preliminarmente, observo que a consulta preenche os requisitos de admissibilidade
previstos no art. 264, inciso IV, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno do TCU, sendo cabível o seu
conhecimento.
8. Com relação à questão de direito, concordo parcialmente com o encaminhamento trazido
pela Selog, conforme as razões a seguir.
9. Inicialmente, ressalto que as particularidades do Serviço Federal de Processamento de
Dados – Serpro e da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência – Dataprev, que foram
qualificadas no Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República durante o período
de vigência da Medida Provisória nº 882/2019, não são relevantes ao deslinde do presente feito, haja
vista a impossibilidade legal de se examinar atos concretos em sede de consulta.
10. Com isso, todas as considerações emanadas pela Selog a respeito das especificidades
dessas duas empresas públicas não serão levadas em conta na fundamentação da resposta da presente
consulta, que, portanto, será examinada à luz da legislação vigente em seu grau de generalidade e
abstração.
11. O processo trata dos contratos administrativos celebrados por dispensa de licitação com
fulcro no art. 24, incisos VIII e XVI, da Lei 8.666/1993, in verbis:
“Art. 24. É dispensável a licitação:

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VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos
ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que
tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que
o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da
administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de
informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que
integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;”
12. A questão que se põe é se seria obrigatória a rescisão de ajustes celebrados com fulcro
nesses dispositivos, caso as entidades estatais contratadas por pessoa jurídica de direito interno sejam
posteriormente privatizadas.
13. Como é cediço, a rescisão constitui hipótese de extinção de contrato administrativo por
fato posterior à sua celebração. Os motivos que autorizam a rescisão contratual estão elencados no art.
78 da Lei 8.666/1993, dentre os quais se destaca o seguinte, aplicável ao caso em discussão:
“Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que
prejudique a execução do contrato;”
14. Evidentemente, a desestatização de uma empresa estatal implica sérias modificações na
estrutura e na finalidade da sociedade, que deixa de se vincular aos imperativos da segurança nacional
ou ao relevante interesse coletivo que motivou a sua criação. Todavia, a decisão pela extinção do
contrato outrora firmado está sujeita à verificação pela pessoa jurídica contratante da presença da
condição especificada na parte final do dispositivo supramencionado, ou seja, da prejudicialidade da
execução do contrato.
15. Por se tratar de um conceito jurídico indeterminado, mais especificamente um conceito de
valor, usando a terminologia adotada por Maria Sylvia Zanella Di Pietro (DI PIETRO, Maria Sylvia
Zanella. Discricionariedade administrativa na Constituição de 1988. São Paulo: Atlas, 2001, p. 116-
119), é possível afirmar que a decisão pela rescisão com base nesse dispositivo constitui uma opção
discricionária da administração.
16. Dito de outra forma, a delimitação do que vem a configurar “prejuízo à execução do
contrato”, no caso de desestatização da empresa contratada, depende do exame das especificidades de
cada situação, ou seja, das circunstâncias de cada situação concreta.
17. Sendo assim, a decisão pela rescisão do ajuste deve ser objeto de motivação, sendo
necessário o contraditório e a ampla defesa do interessado se a administração optar pela extinção do
ajuste.
18. Com isso, concluo não ser obrigatória a rescisão dos contratos firmados com base no art.
24, incisos VIII e XVI, da Lei 8.666/1993, caso a entidade contratada seja posteriormente
desestatizada. Nessa hipótese, cabe à administração verificar a presença da condição prevista na parte
final do inciso XI do art. 78 da referida lei, motivando a decisão pelo desfazimento do ajuste.
19. Quanto aos demais pontos levantados pela Selog, concordo com a assertiva de que a
continuidade da execução desses contratos, até o término de sua vigência, “estaria condicionada à
manutenção das demais condições estabelecidas originalmente no ajuste, especialmente as que
disserem respeito ao objeto contratual, à prestação de garantia e aos requisitos de habilitação a
serem mantidos pela contratada no decorrer da execução contratual, nos termos do art. 55, inciso
XIII, da Lei 8.666/1993”.

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20. Porém, divirjo da conclusão de que, ocorrendo a desestatização da empresa contratada, não
seria mais cabível a prorrogação do contrato, ainda que haja previsão expressa nesse sentido.
21. Em minha visão, a dilação de qualquer contrato administrativo não está atrelada à presença
dos fundamentos da contratação original, mas sim da satisfação de três requisitos: previsão no
instrumento convocatório, interesse público e vantajosidade da medida. Dessa forma, comprovadas
essas condições, não vejo óbice a que a administração contratante promova a prorrogação da avença
mediante decisão fundamentada.
22. Diante de todo exposto, voto por que seja adotada a deliberação que ora submeto a este
Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 4 de dezembro de
2019.

BENJAMIN ZYMLER
Relator

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ACÓRDÃO Nº 2930/2019 – TCU – Plenário

1. Processo nº TC 037.061/2019-4.
2. Grupo II – Classe de Assunto III - Consulta
3. Interessados/Responsáveis: não há.
4. Entidade: Câmara dos Deputados.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: não atuou.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog).
8. Representação legal: não há

9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos que versam sobre Consulta formulada pelo
Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos
Deputados, por meio da qual se requer o pronunciamento desta Corte de Contas sobre a rescisão ou
não dos contratos celebrados com dispensa de licitação com a empresa estatal que preste serviços de
tecnologia e comunicação ao Estado, quando ocorrer a privatização da entidade.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária,
em:
9.1. conhecer da presente Consulta, por preencher os requisitos de admissibilidade
previstos no art. 1º, XVII, da Lei 8.443/1992 c/c art. 264, VI, do RI/TCU, para responder ao consulente
que:
9.1.1. em caso de desestatização de empresa estatal, nos termos do art. 2º, § 1º, alínea “a”
da Lei 9.491/1997, os contratos administrativos firmados com entes públicos federais com base no art.
24, incisos VIII e XVI, da Lei 8.666/1993 podem permanecer em execução até o término de sua
vigência, desde que ausente a situação de prejudicialidade especificada na parte final do inciso XI do
art. 78 da referida lei;
9.1.2. a continuidade da execução desses contratos até o término de sua vigência está
condicionada à manutenção das demais condições estabelecidas originalmente no ajuste,
especialmente as que disserem respeito ao objeto contratual, à prestação de garantia e aos requisitos de
habilitação a serem mantidos pela contratada no decorrer da execução contratual, nos termos do art.
55, inciso XIII, da Lei 8.666/1993;
9.1.3. é facultada à administração contratante a prorrogação desses contratos, desde que
prevista no instrumento convocatório e demonstrados o interesse público e a vantajosidade da medida;
9.2. dar ciência da presente deliberação ao Presidente da Comissão de Ciência e
Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, aos Presidentes da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, ao Presidente da República, este por intermédio do Ministro-Chefe da
Casa Civil e do Ministro do Economia, à Presidência do Supremo Tribunal Federal, ao Procurador-
Geral da República e à Advocacia-Geral da União;
9.3. arquivar o presente processo, nos termos do art. 169, inciso IV, do Regimento Interno.

10. Ata n° 47/2019 – Plenário.


11. Data da Sessão: 4/12/2019 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-2930-47/19-P.

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13. Especificação do quórum:


13.1. Ministros presentes: José Mucio Monteiro (Presidente), Walton Alencar Rodrigues, Benjamin
Zymler (Relator), Augusto Nardes, Aroldo Cedraz, Raimundo Carreiro e Ana Arraes.
13.2. Ministros-Substitutos convocados: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.
13.3. Ministro-Substituto presente: André Luís de Carvalho.

(Assinado Eletronicamente) (Assinado Eletronicamente)


JOSÉ MUCIO MONTEIRO BENJAMIN ZYMLER
Presidente Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)
CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA
Procuradora-Geral

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