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061/2019-4
RELATÓRIO
20. Sendo o Serpro e a Dataprev empresas públicas com personalidade jurídica de direito
privado, passaram a ter existência legal, nos termos do art. 45 da Lei 10.406/2002 (Código Civil),
com a “inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que
passar o ato constitutivo”. Segundo estabelece o art. 46 do Código Civil, in verbis (grifou-se):
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
21. As possíveis alterações sociais que podem ser consideradas relevantes para o
esclarecimento da presente Consulta abrangeriam, portanto, a possibilidade de alteração da
denominação, fins, sede, o tempo de duração do empreendimento e o modo por que se administra e
representa. Em relação a essas características, ambas as empresas estatais possuem denominação
própria, com sede e foro em Brasília (DF) e prazo de duração indeterminado. Em caso de virem a ser
desestatizadas, a simples alteração na denominação dos entes não acarretaria qualquer prejuízo à
execução dos contratos administrativos vigentes nos quais figurem como contratadas.
22. A alteração da sede e, consequentemente de foro, em caso de desestatização, não acarreta
dificuldades em futuras contratações pretendidas por entes públicos federais e não teria, por si só,
qualquer efeito sobre a execução dos contratos em vigor, tendo em vista o disposto no § 2o do art. 55
da Lei 8.666/1993, que determina ser obrigatória a inserção nos contratos administrativos de
“cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão
contratual”.
23. Quanto ao tempo de duração do empreendimento, caso venha a sofrer alteração para algo
diferente do atual prazo indeterminado, hipótese aqui considerada unicamente para fins de
argumentação, tal alteração poderia, em tese, prejudicar a regular execução dos contratos vigentes.
No entanto, cabe partir do pressuposto que o processo de eventual desestatização do Serpro e da
Dataprev almejaria “a alienação, pela União, de direitos que lhe assegurem, diretamente ou através
de outras controladas, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos
administradores da sociedade” (art. 2º, § 1º, alínea “a” da Lei 9.491/1997), o que não afetaria,
necessariamente, a continuidade das atividades da empresa desestatizada.
24. Logo, somente em caso de dissolução ou desativação parcial da companhia, caso seja essa
a modalidade de desestatização indicada nos estudos a serem submetidos pelo Conselho do Programa
de Parcerias de Investimento da Presidência da República, sujeita à deliberação do Presidente da
República, conforme disposições contidas no art. 4º, da Lei 9.491/1997 e 7º da Lei 13.334/2016,
poderia vir a se constituir situação prejudicial à execução dos contratos vigentes. Em caso de
dissolução, cessaria imediatamente a atividade social da companhia, o que impediria a continuidade
de prestação dos serviços contratados. Em caso de desativação parcial da companhia, caberia
examinar, caso a caso, o alcance e os efeitos dela decorrentes, não sendo possível antecipar
conclusões antes de vir a ser constituída a situação fática.
25. Nos termos do art. 46 da Lei 10.406/2002 (Código Civil), a possibilidade de “modificação
da finalidade ou da estrutura” diz respeito ao “modo por que se administra e representa, ativa e
passivamente, judicial e extrajudicialmente” (inciso III), cabendo considerar que a finalidade de uma
companhia está expressa na descrição de seu objeto social e dos fins por ela almejados.
26. O Estatuto Social do Serpro assim dispõe:
Art. 3º O Serpro tem por objeto social desenvolver, prover, integrar, comercializar e licenciar
soluções em tecnologia da informação, prestar assessoramento, consultoria e assistência técnica no
campo de sua especialidade, bem como executar serviços de tratamento de dados e informações,
inclusive mediante a disponibilização de acesso a estes e a terceiros, desde que assim autorizado pelo
proprietário.
Parágrafo único. Os serviços prestados pelo Serpro envolvem matérias afetas a imperativos de
segurança nacional, essenciais à manutenção da soberania estatal, em especial no tocante à garantia
da inviolabilidade dos dados da administração pública federal direta e indireta, bem como aquelas
relacionadas a relevante interesse coletivo, orientadas ao desenvolvimento e ao emprego de
tecnologia brasileira para produção e oferta de produtos e serviços de maneira economicamente
justificada.
Art. 4º São finalidades do Serpro:
I – contribuir para o êxito da gestão e da governança do Estado, em benefício da sociedade;
II – atender, prioritariamente, aos órgãos dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão;
III – aplicar as disponibilidades de sua capacidade técnica e operacional na execução dos serviços de
sua especialidade que venham a ser contratados com outros órgãos e entidades;
IV – viabilizar soluções digitais para modernização e apoio à tomada de decisão, no âmbito da
administração pública;
V – atuar no sentido de racionalizar, simplificar e viabilizar a acessibilidade às informações e
soluções em tecnologia da informação destinadas ao setor público e à sociedade; e
VI – incentivar o desenvolvimento do setor de informática pública, de acordo com as diretrizes
definidas pelo Governo Federal.
Parágrafo único. Para o alcance das finalidades previstas no caput deste artigo, o Serpro poderá
importar e exportar soluções, celebrar contratos, convênios e parcerias com empresas nacionais e
estrangeiras, órgãos e entidades de pesquisa e ensino e agências de fomento na área de tecnologia da
informação, constituir consórcios ou joint ventures de natureza contratual, bem como cont ratar
representantes comerciais para a divulgação e venda das soluções, na forma da lei.
27. Verifica-se, portanto, que o próprio estatuto da companhia não considera que a execução
de suas atividades somente possa se dar de forma direta e exclusiva, já admitindo a possibilidade de
constituição de consórcios ou joint ventures de natureza contratual, atraindo para a esfera dos
particulares (empresas nacionais e estrangeiras) a possibilidade de compartilharem a execução dos
serviços prestados pelo Serpro sem apontar restrições, nem mesmo em relação a “matérias afetas a
imperativos de segurança nacional, essenciais à manutenção da soberania estatal, em especial no
tocante à garantia da inviolabilidade dos dados da administração pública federal direta e indireta”.
28. O Estatuto Social da Dataprev assim dispõe (grifou-se):
Art. 4º A DATAPREV tem por objetivo a análise de sistemas, a programação e execução de serviços
de tratamento da informação e o processamento de dados através de computação eletrônica, bem
como a prestação de outros serviços correlatos.
§ 1º Entende-se como serviços principais o fornecimento de soluções de tecnologia da informação e
comunicação, para a execução e o aprimoramento das políticas públicas, especialmente nas áreas
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XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e
de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de
direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para
esse fim específico; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
33. As contratações do Serpro e da Dataprev efetuadas por entes públicos federais com
fundamento nesses dispositivos estão condicionadas pela presença de um fator essencial, que consiste
na criação por lei das duas empresas de modo a cumprirem fins específicos. Uma vez alt erados ou
tendo deixado de existir os fins específicos que justificaram a criação das estatais, não mais
subsistiria a fundamentação em regra que permite a contratação das empresas estatais por dispensa
de licitação. Ademais, as alterações decorrentes da “alienação, pela União, de direitos que lhe
assegurem, diretamente ou através de outras controladas, preponderância nas deliberações sociais e
o poder de eleger a maioria dos administradores da sociedade” (art. 2º, § 1º, alínea “a” da Lei
9.491/1997) resultariam em desaparecimento da personalidade jurídica originalmente contratada,
vindo a se constituir sujeito diverso que passaria a deter a incumbência de executar o contrato, em
aparente transgressão ao cunho personalíssimo da contratação administrativa.
34. Cabe ponderar, entretanto, que a eventual continuidade de tais contratos não estaria a
violar, strictu sensu, o dever de licitar, vez que firmados por dispensa de licitação, pelo que não
caberia falar em necessidade de “relicitação”. A alteração substancial da personalidade jurídica
originalmente contratada decorreria de fato superveniente, ocasionado por decisão tomada pelo
Estado de reordenar sua posição estratégica na economia, transferindo à iniciativa privada atividades
que considere estejam sendo indevidamente exploradas pelo setor público. Em sendo assim, não faria
sentido que, ao privatizar uma empresa estatal, o Estado acarretasse para a Administração o ônus
súbito de rescisão imediata de contratos, sem a possibilidade de obter a prestação de serviços
considerados de caráter estratégico que “envolvem matérias afetas a imperativos de segurança
nacional, essenciais à manutenção da soberania estatal, em especial no tocante à garantia da
inviolabilidade dos dados da administração pública federal direta e indireta” e do “fornecimento de
soluções de tecnologia da informação e comunicação, para a execução e o aprimoramento das
políticas públicas”.
35. Todavia, a possibilidade de dar continuidade à execução desses contratos, até o término
de sua vigência, estaria condicionada à manutenção das demais condições estabelecidas
originalmente no ajuste, especialmente as que disserem respeito ao objeto contratual, à prestação de
garantia e aos requisitos de habilitação a serem mantidos pela contratada no decorrer da execução
contratual, nos termos do art. 55, inciso XIII, da Lei 8.666/1993. Considerando, contudo, que não
mais subsistiria a fundamentação em regra que permite a contratação das empresas estatais por
dispensa de licitação, restaria vedada a possibilidade de prorrogação desses contratos, ainda que
contenham previsão expressa para esse fim, cabendo ao ente contratante, caso mantenha interesse na
continuidade de prestação dos serviços, promover o devido processo licitatório.
CONCLUSÃO
36. Em face de todo o exposto, será encaminhada proposta de conhecimento da Consulta e
envio de resposta ao consulente.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
Ante todo o exposto, submetem-se os autos à consideração superior, propondo:
a) conhecer da presente consulta, vez que se encontram satisfeitos os requisitos de
admissibilidade previstos no art. 264, inciso IV, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno do TCU;
b) nos termos do art. 1º, inciso XVII, da Lei 8.443/1992, responder ao Presidente da
Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados que:
b.1) a Lei 8.666/1993 estabelece, em seu art. 78, inciso XI, que deva estar presente, ao
lado da ocorrência de alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, a
condição de tais alterações serem capazes de, a juízo da Administração, prejudicar a execução do
contrato;
b.2) a Lei estabelece, ainda, no parágrafo único do art. 78, caber à Administração motivar
formalmente nos autos de processo administrativo o ato de rescisão unilateral de contrato
administrativo, devendo assegurar à contratada o contraditório e a ampla defesa, direitos e garantias
de grandeza constitucional;
b.3) em caso de desestatização de empresa pública, para fins do disposto no art. 2º, § 1º,
alínea “a” da Lei 9.491/1997, os contratos administrativos firmados por entes públicos federais, com
base no art. 24, incisos VIII e XVI, da Lei 8.666/1993, nos quais a empresa privatizada figure como
contratada, podem permanecer em execução até o término de sua vigência, a juízo da Administração,
sendo vedada, porém, a possibilidade de prorrogação desses contratos, ainda que contenham previsão
expressa para esse fim, tendo em vista que não mais subsistiria a fundamentação em regra que
permitiu a contratação das empresas estatais por dispensa de licitação, cabendo ao ente contratante,
caso mantenha interesse na continuidade de prestação dos serviços, promover o devido processo
licitatório;
b.4) a possibilidade de dar continuidade à execução desses contratos, até o término de sua
vigência, está condicionada à manutenção das demais condições estabelecidas originalmente no
ajuste, especialmente as que disserem respeito ao objeto contratual, à prestação de garantia e aos
requisitos de habilitação a serem mantidos pela contratada no decorrer da execução contratual, nos
termos do art. 55, inciso XIII, da Lei 8.666/1993.
c) Arquivar o presente processo, com fundamento no art. 169, inciso V, do Regimento
Interno do Tribunal de Contas da União.
3. O Diretor e o Secretário da Selog aquiesceram ao aludido encaminhamento.
É o relatório.
VOTO
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos
ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que
tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que
o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da
administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de
informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que
integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;”
12. A questão que se põe é se seria obrigatória a rescisão de ajustes celebrados com fulcro
nesses dispositivos, caso as entidades estatais contratadas por pessoa jurídica de direito interno sejam
posteriormente privatizadas.
13. Como é cediço, a rescisão constitui hipótese de extinção de contrato administrativo por
fato posterior à sua celebração. Os motivos que autorizam a rescisão contratual estão elencados no art.
78 da Lei 8.666/1993, dentre os quais se destaca o seguinte, aplicável ao caso em discussão:
“Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que
prejudique a execução do contrato;”
14. Evidentemente, a desestatização de uma empresa estatal implica sérias modificações na
estrutura e na finalidade da sociedade, que deixa de se vincular aos imperativos da segurança nacional
ou ao relevante interesse coletivo que motivou a sua criação. Todavia, a decisão pela extinção do
contrato outrora firmado está sujeita à verificação pela pessoa jurídica contratante da presença da
condição especificada na parte final do dispositivo supramencionado, ou seja, da prejudicialidade da
execução do contrato.
15. Por se tratar de um conceito jurídico indeterminado, mais especificamente um conceito de
valor, usando a terminologia adotada por Maria Sylvia Zanella Di Pietro (DI PIETRO, Maria Sylvia
Zanella. Discricionariedade administrativa na Constituição de 1988. São Paulo: Atlas, 2001, p. 116-
119), é possível afirmar que a decisão pela rescisão com base nesse dispositivo constitui uma opção
discricionária da administração.
16. Dito de outra forma, a delimitação do que vem a configurar “prejuízo à execução do
contrato”, no caso de desestatização da empresa contratada, depende do exame das especificidades de
cada situação, ou seja, das circunstâncias de cada situação concreta.
17. Sendo assim, a decisão pela rescisão do ajuste deve ser objeto de motivação, sendo
necessário o contraditório e a ampla defesa do interessado se a administração optar pela extinção do
ajuste.
18. Com isso, concluo não ser obrigatória a rescisão dos contratos firmados com base no art.
24, incisos VIII e XVI, da Lei 8.666/1993, caso a entidade contratada seja posteriormente
desestatizada. Nessa hipótese, cabe à administração verificar a presença da condição prevista na parte
final do inciso XI do art. 78 da referida lei, motivando a decisão pelo desfazimento do ajuste.
19. Quanto aos demais pontos levantados pela Selog, concordo com a assertiva de que a
continuidade da execução desses contratos, até o término de sua vigência, “estaria condicionada à
manutenção das demais condições estabelecidas originalmente no ajuste, especialmente as que
disserem respeito ao objeto contratual, à prestação de garantia e aos requisitos de habilitação a
serem mantidos pela contratada no decorrer da execução contratual, nos termos do art. 55, inciso
XIII, da Lei 8.666/1993”.
20. Porém, divirjo da conclusão de que, ocorrendo a desestatização da empresa contratada, não
seria mais cabível a prorrogação do contrato, ainda que haja previsão expressa nesse sentido.
21. Em minha visão, a dilação de qualquer contrato administrativo não está atrelada à presença
dos fundamentos da contratação original, mas sim da satisfação de três requisitos: previsão no
instrumento convocatório, interesse público e vantajosidade da medida. Dessa forma, comprovadas
essas condições, não vejo óbice a que a administração contratante promova a prorrogação da avença
mediante decisão fundamentada.
22. Diante de todo exposto, voto por que seja adotada a deliberação que ora submeto a este
Colegiado.
TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 4 de dezembro de
2019.
BENJAMIN ZYMLER
Relator
1. Processo nº TC 037.061/2019-4.
2. Grupo II – Classe de Assunto III - Consulta
3. Interessados/Responsáveis: não há.
4. Entidade: Câmara dos Deputados.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: não atuou.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog).
8. Representação legal: não há
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos que versam sobre Consulta formulada pelo
Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos
Deputados, por meio da qual se requer o pronunciamento desta Corte de Contas sobre a rescisão ou
não dos contratos celebrados com dispensa de licitação com a empresa estatal que preste serviços de
tecnologia e comunicação ao Estado, quando ocorrer a privatização da entidade.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária,
em:
9.1. conhecer da presente Consulta, por preencher os requisitos de admissibilidade
previstos no art. 1º, XVII, da Lei 8.443/1992 c/c art. 264, VI, do RI/TCU, para responder ao consulente
que:
9.1.1. em caso de desestatização de empresa estatal, nos termos do art. 2º, § 1º, alínea “a”
da Lei 9.491/1997, os contratos administrativos firmados com entes públicos federais com base no art.
24, incisos VIII e XVI, da Lei 8.666/1993 podem permanecer em execução até o término de sua
vigência, desde que ausente a situação de prejudicialidade especificada na parte final do inciso XI do
art. 78 da referida lei;
9.1.2. a continuidade da execução desses contratos até o término de sua vigência está
condicionada à manutenção das demais condições estabelecidas originalmente no ajuste,
especialmente as que disserem respeito ao objeto contratual, à prestação de garantia e aos requisitos de
habilitação a serem mantidos pela contratada no decorrer da execução contratual, nos termos do art.
55, inciso XIII, da Lei 8.666/1993;
9.1.3. é facultada à administração contratante a prorrogação desses contratos, desde que
prevista no instrumento convocatório e demonstrados o interesse público e a vantajosidade da medida;
9.2. dar ciência da presente deliberação ao Presidente da Comissão de Ciência e
Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, aos Presidentes da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, ao Presidente da República, este por intermédio do Ministro-Chefe da
Casa Civil e do Ministro do Economia, à Presidência do Supremo Tribunal Federal, ao Procurador-
Geral da República e à Advocacia-Geral da União;
9.3. arquivar o presente processo, nos termos do art. 169, inciso IV, do Regimento Interno.
Fui presente:
(Assinado Eletronicamente)
CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA
Procuradora-Geral