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— JENTIA IVRIDICA SCIENTIA IVRID [REVISTA DE DIREITO COMPARADO PORTUGUES E BRASILEIRO (eNTRO OE ESTUDOS uDICARIOS 000025189 DWM TOMO LvIIL Nag0— OUTUBROIDEZEMBRO 2009 UNIVERSIDADE DO MINHO SCIENTIAIVRIDICA 13. As garantias dos industriais As paranias dos indusrsis face 20 REAL trduzemse na possibildade que estes tém de recorrer dos pos de tue, {acioxa va contenciasa. primeira de naturezaadminisirativa, 4 segunda de natureza judi, Assim & que, de todas as deci s0es prevstas pelo REAL. o operador descomtente pode dedzir reclamogao (gracioss) e recurso hierrauieo facultative, confor ‘eo previsto no CPA, eou ditar mio dos meios contenciosos previstos no Cédigo de Processo nos Tibunais Administativos crray” Anda no ambito das garanias confevidas a operon, ser= me que ao msino no sejam em tempo entregues as eerie referidas no n® 2 doar. 65" do REAI, ese pode usa 0 process0 se intimagaa (que tem natureza urgente} confine preserevem os ats, 104° e seus. do CPTA, ‘A tla dos drstos nto so relies apenas quanto ae oper dor, mas tab quanto tereiros que possam apresenta eel magies. Quanto a estes, as suas relamagies devem se dviidas jcentreguesd entidade eoordcnadora ois entdades a quem eabs a salvaguarda dos direitos intewesses em causa. De qualquer ‘mancira,¢ sempre a entidade coordenadbora que dl sewuimento 3 reclamagao ¢ toma as providéneias que seam adequadas a cada «280, lomando sobre clas uma deciso, depois de praceder a aegSa de fisealizato, que pode passar pela realizagdo de vistors (ef 171 66° do REA} A nova Lei do Cibercrime dro Verdelho Magid ot Siri abi Deore ine de Eads, 1. Aorigem dake E bwin hana! aairmaco, que quake cidadio mio oer cetifcar, de que a inplementago das rede de come Tigao lomou a incrne ums reldade ocsnipresent.F claro fra quelque observa dos diss de hoje que as intuit © re ids se soortom amplamete da fer, as quia ums atvddes, desma fori que os Esiados Se apiam Sea mo roglar exec das suas tadicionas fangs. ‘este context, 8 malipleago exponcscal dos fendme tu eibereimimosos for una decorénis natural dos tempos gue Curren por ago do natural surgimente do atvidades gas Sssocadan is reds de comunicagto, que mais no izzram au Srnlorar as suas vulnerbgades eran, desta fora, rscos fata ulizapio quotdana ds mses informatics por auc uc usam para fis ties Reagi eertemente 0 lesndor portuguesa estes desis, po via da pblcago da Le co Clterenme ein? 10872009, de 139 fem vigor dade TS ce Oto de 209). que vio rN0Eay stuido, velha Lei da Criminaidade informatica Leia? {os Isde A ste diloma de 191 clara cassumidamemtis- prada na Recomendago n> (88) do Const da Europa de Tav-que nou tempo visa dfinir puniragul a qucchansns cscrimce infrmiies, Desde log, uma risa observag30 5° ape eaiade dos dis de hoe no @ seguramente a mesma res le desta 1 apr dg resgucne pssarm a poder aes terme Fora do aba Aor tes ccm ¢univertriay eto exists. Nas as SCIENTIA IyRIDICA ‘eadas que decorreram desde endo as evelugtes teoleas ssummiram dimensbes que dispensam corentéris sublinham a esactualizagio da velha Lei da Criminal Informit, 3. Anova le Do ponto de vst sistemtico, a Lei do Cibererime conden= 04 mum 6 diploms legislative todas as normas respetante cibereriminalidade, aplutinando normas de direita penal materia {eo cipeRcRiMt (Gobretudo eran tipos de erime), norms processuns (que sto exeepe0 ds tegasgerais do Codigo de Processo Penal ainda nora expiants 4 eooperacio penal internacional (que com- plementam as disposies da Lei da Conperagio Judiciria Intes- hacional em Matéria Penal ~Lei n° 144/99, de 31% com as sucess sivas allragbes) Eta opgo permite ao intxprete,sobreivdo ma apleagdo 30 caso concreto, considera deforma sistematizada 0 espeeico conjunto de normas partcularmenteaplicdveis a este especial sector da criminalidads. 4. Disposigdes de dirito penal material conceitos Comegande pelas disposigtes de direto penal material, as inovasdes da Lei do Cibererime, tendo como reeréncia a Len 108091, passam desde logo pelasdefinigdes inci, neds no art. 22 E designadammente introduzido um novo conceito de de ‘dos informatics (alnca do ar, 2}, que prtonde vir a substi- tuiro antigo conceto, de Ambito mais redurido, mais imitado & tctualmente leenieamente desajustado, de programs informatica lave constava da alin 0) do art, 2° da Lei n= 10991). E paciie 0 asuimir que um pragrama informtico & composto por dados informaticos, mas nem todos os dadesinformaticos integra um programa. Tedavia, ests dados, que no consubstanciam um peo tram, podom também ser objecto de um avy humana lesiva dos intereses de outom, 2 qual merece tutela penal, Por iso, a ei optou poreriaro conceit xa de dados informaticos, nee se ineluindo 6 euro, ontologicamente de menor dimensio, de pro- ‘gama informatio, ‘Alkm deste novo conocto, a Lei do Cibererime introdz ‘outros, Dis dees, os de fornecedor de servgofalinea d) do att 2) ede sistema informitico (alinca a do mesmo at. 2), aig ramese pacifico. Quanto ao primeito, reporta-e # uma reatidade inexstene & data da laboragdo da antiga Lei n° 10981, No que respeita ao segundo, a respoctva intradugto pretende sobretude llrapastor a desactualizagio que sofriam os anigos conceit, ‘ae pretende suns, de rede inertia que eonsiava ali SCIENTIAIVRIDICA nea a do art. 2°) de sistema informitico (que eonstava da linea 15). Ambos 08 conceitos ("um coniumta de dois ow mais compu ‘adores inteeoncctados” € “um conjunto constitu por tm om ‘mais computadores.eguipamento perifricae suport igico que assegura 0 processamenio de dados"),atento © novo contento & a novas realidades das teenologias das comnieagdes, cram jf muito redutores, por serem teenologicamente antiquados, 0 novo context, de sistema informatio ('yualguer disp sitivo ou confume de dispostivas intertigads ow associa, emt que wm ou muis de entre cles desenvolse, em execudo de unt programa, 0 ratamento automatizado de dados informéticas") muito mais abrangemtee, sobreuda, &recnolgicamente mai neutral, podendio assim resist melhor & pasaem do tempo e & evolugotéonica Em conereto, neste novo conceito de sistema in Formica, que, como se disse, pretnde set abrangente, incluem= -se, alm ds tradicionais computador, ex novos dsposiivos in formaticos © comunicacionas, de perfil e funeionalidade mists ‘ma pritica, grandementecoincidentes com as dos computadores cedestes dices de distinguir.F 6 caso paradigmdtico dos novos terminais lefnicos méveis, gu hd muito dexaram de ser menos {efemves para passarem a ser verdadcrosdispositvosintegran- {es de sistema informitico, com funcionalidades diversissias, Foi também introduzido pela nova lei o conecito de dados de trifego fart. 2° alinea), que seafgura da maior importineia, Este conceit foi direcamenteinsprado por déntica formulagio. «4a Conveneo sobre Ciberrime do Conselho de Europa, qe logo ‘no seu art, 1° alnea define como dados de wifego“yuaisquer duos informticos relatives 2 uma comunicago efeetuads por imo de um sistema informtico, que foram geados por um sste- 'ma informético enquanto elemento da cadeia de comunicasio, indicam a origem, o destino, o trajeeto, a hora, a dat, 0 tarmanho ‘ca duragio da comunicagdo, eo tipo de servigosubjacente™ ‘Tratase de um importante cect, wma vee que os dados ‘que se qualificarem como “de 1g" poderio ser objeto de di- _ersts medidas processuais,em sede de investiga criminal, que sero diferentes daguelas que podem serutlizadas para a oblen- ‘ode dads de contend. Por exemplo, Lei do Cibererime pre~ ‘uum regime de eeothacrevelagto de dados muito diferenciad, csosoante se trate de dads de trifego ou de dados de conte. “Tal como os restates, este concelto foi expressamente auloptado “para 0s efeitos da presente le. Todos assumem por: tanto a sua validade especifieamente no contexto desta Ie. Nest aso particular, esta formulae merece especial atensao. que, jit desde 2004, por via da Lei n? 41/2008, de 18% fart. 2°, alia {i}, s¢ fxava um outro conceito de dados de trifeg, defnido ‘como “gaisquer dados tratades para efetas do envio de uma ‘comunicagdo através de uma rade de comunicagies eletrint- cas on para efeitos da factragao da mesa. Ee diploma nor- mativoreeebeu drectamente esta dofnigao ~ dieetamente e nos procsos termos ~ do art. 2°, alinea 6, da Diretiva 200258CE, {do Paramenta Europeu e do Conselho, de 12 de Jutho de 2002, (GOCE de 31772002 ~ L 201/37), Tratase porém de um conceto| ‘muito aber ¢ abeangent, tipico de quads normatives (Goma ‘8 que resulta da Dicectiva e da Lei n° 41/2004) eujo obec to principal € 0 tratamenta de dados pessoais e a proteccdo da dade no sector das comunicagbes clectronicas. Esta gran wom esta enorme latitude, que se peesbe num contexto de proteego de dados, deixa de ser consistente com o sistema de gaantias constituconais se propésivo legal passa a ser 0 de cireunserever a componente de informagao digital em elago& qual hi acrescida faciidade de abteng io de informag0, por parte das enidades pliciasejuticias, 'Na verdad, uma iterpretago livre e alargada do conesito de dados de tafego presente na Lei m® 41/2004 quase poderia levara inclu ete dados de conte, o que, luz dos conccitos consttucionais, invabiizariaa sua uilizagio nos moldes previ tos na Lei do Cibereime. Exa questo tem ainda outra faceta: no seio da Lei m2 41/2004, de 18/8, além do conesto de dados de trifego preve-se finda © conceito de “dados de lcalizayio, identifcados como SCIENTIAIVRIDIC “auaisquer dade tratados numa rede de comunicag es elect es que indiquem a posiglo geouitiea do equipanento terminal «de um assinante ou de qualquer wlliador de um servign de eo rmunicagdeselectrinicas acessvel a piblico” fart. 2° llnea Este conceit, que nao vem consagrado na Lei do Cibercrime, eth enquadeado no regime do ratumento de dados pessouis € dk protecso da privacidade no sector das comunicagbes elec lwonicas ¢& mele que tem que ser interprctado, A Lei n® 41/2008 regula com dtalhe © principio consitconal ds inviolsbilidede das tlecomunieages. Non 1 do seu art, 4°, determina que 0s fornecedores de servign devem preservarainviolabildade ds co unicagdes e dos dos de trifepo. Quanto invioabilidade das ccomunicagées, & hem conhecida » formulate constitucional de probigio de interferéncia nas eomunicaydes. Ki quanto aos dados de tifego, na fli de disposigo eonstitucionl,o diploma, con 5, a ineviminae aquees ataques Informiricos que tiverem eftios de maior dimensto, eaustndo cencerramento ou Woqueamento de sies e actividades econsii- as, Permanece na let uina outa qualificaiva do erime, que ‘vem da lei antiga: a qualiicagia em Fungo do valor do prjuleo Leo CIBFRCRINE resullanie dv aes20, A divida que 2 este propésito permencee porém a seguinte: estas stuagbes, de ataques infocmitics de ‘rade eseal, om regra tm efeitos devastadores, mas ni € fil 4 sun quartifieago econsmica ou monetria, 9, Acesso ilegitima © at, 6° da Lei do Cibersime mantém a ineriminagao & Punigio do acesoilegitime, talvez o mais popular e estatsica ‘mente numeroso dos crimes infarmiticosregstados nos tribunais porlugueses, Est norma vert na sua esséaciaherdada do art. 79 dla Lei da Criminalidade Informcca, Porém, frame feitos sjustamentos. Estes sjustamentossigniflearam alguma aleragio na deseriglo legal do tipo de crime afigurando-ss, todavia, que a factualidade que Ihe est insta &exaetamente a mesma. Além isn, tal como aconteceu com outrs lcs a elridos, fo i teed um novo n 2, destinado a puniraguilo que antes ale considera stospreparatories do erie. Verificase, quanto wo tipo princi de evime, deserito na 1° 1 do art 6% que apesar de haver grandes mudangas na redac> so do tipo de erime, a alteraeo introduzida €, na verdade, de pormcnor, sem que no sew essencial tena sido alterada a estru- fur do tipo, Desde lo, fo climinada don 1 expressBo “rede informvica", que fo também eliminada do resto do diploma, por star manifestamente desactualizada, em fungd0 do suryimsnto {0 novo conecito lpal de sistema informatica. Além disso, nt privia, a redgcglo fo simplificada, sendo dela retirada a espe- cific ntengo de “oblerbenefiio 0 vaatagem ilegitimes” Esta lero do tipo principal elaramente pretendeuescarecsr ma divergcncia que a redacgo anterior suscitava, ene aquees que efendiam que haveriaevime indopeadente de 0 propésito do “agente sro de obtengo de vantage patrimonial undo € ague= les que, pelo contri, defendiam que apenas havera erime se 2 intengdo osse divigida & vantagem patrimonial. Fes itimos Sustentavam a sua tes na fteralidade do tipo. Apes a ateragao fica agora claro que, independentemente do propisito lucrative, SciENTIA vR.ca counio, do agente, haverisempeepetica de crime. Esta desneces- sidade de vantagem patrimowial era cass intngd leisativa de 1991, por resulta claramente da Recomendagao m2 R (89) 9 do Conselo da Europa, que inspiron 0 lesislader da ep, Por: tanto, de acordo com a font histrica da et mera obtengaa de uma vantagem nao patrimonial também servia pars que erie se tivesse consumado. No entanto, sempre se suiscitaram divides este propsto, Na nova redaecao ia eselarecida evi sobre 1 somido legislative, No enfant, s novidades dest artign manifesiam-sesobre- tudo no novo 1° 2 do at. 68. Com este novo n° 2 ei pretend Puniro chamado ronbo deidenudade. uma proocupanteactivi= dake moderna, sem uma correspundénca directa nas actividades offline e por isso um pouso estranba a mundo real. Em tragos breves e ma pritca, pune-se w actuagde dagueles que, reeorren- do a meios informitieos Favallentes obtém informagdo cont sdencial de terceiros (nomes de ulizadores, fins, passwords) aque hes permitam aceder a conias de correia cletrnio, contas branetiias om-fne ua todos os rstantes tips de sts de acesso resto ou condiionado Esta disposi, do novo n° 2, tal come eutras que acim se referram,anteipa a tutela penal a actos anteriormente no i ‘riminados. Tem em vista punir a obtensoilegitim de dos de acesso a locals reservados do mundo Virtual, mas no cri qual ‘quer norma espectica para a utlizagao desses dados. Essa out actvidade,axiologicamenteditinta, podora se incrimiada pla if existe burla informatica (art 2215, m* 1, do. Csigo Penal) ov eventualmente polo n° I deste mesmo art. 6 (portant, plo rime principal de acessoieyitino,previsto neste dpi, con= Sante a intengdo do agents 10 Intercepeao iegitima Quanto ao at, que descreve o erie de intercept ile- sitima, merece um comentiriosumario do mesmo tor dos dispo= sitivos que antecedem. O se texto & um poco diferente do texto ddoart. 8° di Lei da Criminaidade Informatie, mas as diferem LEI DO CIBERCRIME ‘8 amotadas s80 de pormener e nao alteram a estrutura do ipo de crime, Tal como acontoce nouttos locas da fei, desapareceu 1 desactulizada expresso “rede informatie”. Com cerieza por raves do mesma nature7a, © expresso “inlerceptar comunic ‘es" dew lugar a “interceptartransmissbes de dads informsti- 93", Também como aconteceu noutras disposigtestassim suce~ ‘dew com as normas que punem dano informatico, a sabotage inertia €acesso legit), lei anecipou a tutela penal, pos sand inriminara mera difusto de dspositivosieitos. Eo que results do nave n° 3 oat. 7° da Lei do Cibererime: 1. Reproducdo iegitima de programa protegido Par ikino, passa referee o art. 8° da Lei do Cibererime, que prevé a tipo de crime de repradusta ilegtima de programa protegido, Esta norma corresponde ao antigo art. 9° da Lei da (Crinsnalidade Tnfoemtes que em muito poueo diverge do texto actual, dni diferenga substancal resulta da substiuigdo da exprossto “quem, nfo estando para tanto autorizado (.)” peli alternativa“yuem ieytimamense(.)-O conteido semintico de ‘uma eoutra expresses ¢ wendeneialment coincident. altera- ‘0 justficarse-, porventura, para unifrmizar terminologia Tegal, tendo em conta outros lgares da nova lel Esta nora pretende punit a violagia do direito de autor sobre programas de computador. Nao regula este direito nem the «di substincia, assumindo que estas verlntes devem ser regula- das noua sod Em suma, a Lei do Cibererime, lis eproizindo felmen- te 0 que aconteca na le anterior, atendendo i especifcidade do Uireito de autor gue ineide sobre programas de computador, con- fere-he peoteceto penal em moldes dstntos dos moldes geris, fom nada se allrando © dmbito material desta protece30 penal ‘Tal como jf acuntecia anes ¢ uo contario do que aconteee com ‘regime geil da punigdo penal pea volagko do dreto de autor, prne-se a reproduy ilestima (no sent de no auorizads) do programas de computador, mesma gue tal dplicagdo mo tena SCIENTIA IVRIDICA, imitos comercias (on a commercial scale, na expresso da Con- vendo sobre Cibererime). 12, Perda de bens Optou o legisla por regular a matévia da penta favor 4 Estado dos objeetos,materiais, quipamentos ou dispositive ‘ue tverem servido para a pitiea de rims - at 10° da Lei do Ciberevime, Da mesma forma i no anterior regime s previa, no ft, 12° di Leica Criminalidade Informatica, perds de bens, que se qualiicava como pena acesséia, Porm, o novo regime no coincide intenralmente com o anterior, apresentardo varies, Diga-eliminarmenteeantes de mais, que no andou bem 0 leuisladora este propdsite. Com eeito, a rprdcirem bux parte © texto do anterior diploma, assim novi lei que prtende dar continuidades uma formulae lesal qu, luda aetual versio Jo Cédigo Pens se figura incocrente como restate sistema, Em- bora tenham sido introduzidas alteragdes a0 antigo regime, estas alerages nfo foram positvas. Por outro lado denou olegisador de lazer alteragdes que devera tor fet, se pretendin consagrar neste diploma um regime eoerente com o restante regime penal ‘Quanto disposito prevista agora no n° Ido nova at. 108 «la & embora com diferente alinhamento fisico, exactamente a ‘mesma do antigo art. 12° da Lei da Criminalidade Informit, NNaguela se dispoe que “o tribunal pode deeretar a perda favor do Estado dos objectos,matcras,equipamentos ot dispesitivos {ue tiverem servo para a pata dos crimes previstos na presen teleiepertencerem a pessoa que tenha sido condenads pela sua pritica”.Parece portant resultar da lei que fie livre apreciagao| do tribunal (sera o significado de “pade") a decisto de decretar ‘undo pera dos objects, matriais ou equipamentos. No obs tants, fod a lei nenhum criti para esta decisdo, Pergunaese Portant se, na falta de criti, dover intepreterecorrer is regras gers nessa matéria, constantes dos arts. 1092 a 111 do. Cédigo Penal usando-se a remisso genérica a que alide o art 2° da propria Lei do Cibererime. Este art. 28° refere qu, na {LE Do CIBERCRIME aplcagto das normas constantes dla Lei do Ciberrime,naquilo {que no for expeessamente contariado por esta, so apicives as Aisposiges do Cédigo Peal 'Nio se afigura que reste outra solugo na ineepretagdo do. 1° Ido art 10°, sendo recorrer is regras e as ertvis do C6 «igo Penal, Desde logo, porque no pode ale peever, em materia penal, uma decsto judicial arbitra, sem fonecer a juleador um qualquer crtéio de decsdo, Todavia, sta interpretagao apre- senta um problema: se assim fo, entdo 0. | do art. 10°, com esta redacgdo, no tem qualguer conte iti pretendende eriar um regime especial, ndocria nenhuma norma material, limitan- dose a remeter pata o regime geal ‘Acresce um out problema na versio doar. 12° da Le da CCriminalidae Informatica previa-se que a perda de bens “aban aia. luce ile obtido coma pritiea da infra" (raw que se Aizia no n° 2) e anda que seriam tarbsim declared petdidos os bens adguirids pelo azente, desde que tenha si “ermpregue na ‘ua aquisigho dinhoioou valores obxids com a pritica do crime". ‘Ora, estas duas partieularidades foram reiradas do novo regime do at. 10%, E 0 que fea por saber é seo lepsladorpreten- seu ria, para cibercriminaldade, um regime mais favorivel a0 ingfacior que o regime ger fastando-o,poetanto, mas sem do ‘ar critérios para aplieago do mesmo, ot, pelo conto, se este ‘regime especial de penda de bens se trata de uma mera afimagio inconsequente de politica lexisativa, 13, Disposiges de dircito processual — mbito de apli- cacio ‘Mais importante, € a norma do at. 11° da Lei do Cibercti- ame, que define 0 &mbito material de aplicagao das disposigdes processuais nea incidas Como jé cima fou refer, a Lei do Cipererime eontéin norma de direto substantvo, mas também normas processus Estas ilhimas tém como bvie intuto virom a ser aplcadas investigagdes em que estejam em causa inffacgSes criminals SCIENTIA WRIDICA previstas na prépria Ie. Prém, além desta via declaragdo de aplcabitidade, o at. 11° estendeo regime processual da lei do Cibererime a dois segmentos de criminaldade eu ivestigagto, na pritca, somente ser vivel se paderem se utilizados meios de ‘rova especias, como os utilzados na ivestigacdo da eibereri- ‘inal, independentemente de tais meios de prova paderem ‘24 nto, de acordo com as normas gers do Cédign de Pr Penal, ser usados, Tra se dos erimes comets por meia de urs sistema informtico e dos erimes eujaprova eseja guardada em Suportesvigtts. Foi clara, a ei, a0 estendero seu proprio resi- Ime processual outras realidades, que no apenas 8 dos crimes rela prevists. Portanto, em anthos os casos previstos passa et Possvelrecorer aus novos instrumentos processus descitos na Lei do Ciberctime, Ester. 11° no cia uma norma nova em absolut, jd ue reproduc, para o direta interno, a previsdo do art. 4° da Con: ‘venga sobre Ciberrime, 1. sons dpi processus A perspetiva pesaal €wrn ay mais importantes ds Ls do ihereime: De fit, prostatitis mo der arin portuguesa pies Invade, ev nen fguas processus Por ow ad, so apa a ames informa, digit inion de proceso peal Qo sss a ens abr va ei or lcs Assn, ei ava figura da preset caps 4 dads armaenados mim sistema infra e ro 41d preserva epee reclag Je dads de wee ate 12° £13" da Lei do Citecrme Fm anos os esos» 0 sar cumnpriment is brig uta dy art 16-7 a Cone sobeeCiereime do Const da Eto O thes Sconce us inn pare pesca ou cone Jo deena» dos, novaor mesaninn inure pl art 1 ds Let do iberrime "neat ea tna € a TB? da Consens Cine LE DO-CIBERCRIME Alem deintroduzir novos institut, correspondents a novos melas de abtensto de prova, a Lei do Cibercrime também proce «dau & adapragao para © mundo viral, portant 2s investigates de crimes eometides po ambiente viral, dos regimes das buseas das apreensies, tal eomo esto previsias na leisagdo process penal, Assim, descreve a ei a pesquisa de dados informiticos (no an. 5), aapreensdo de dadosinformativos (no at. 16°} a apreen- So de corteioelecténico e registos de comunicagdes de natureza semelhante (no art. 17°) ew intercepeo de comunicagbes (no art 18°), Como facilmente se depreende, na esséncia, estas sparente- mente novas medidas processuais coincidem, no ambiente do ci berespgo, com os clissicos meios de oblegio de prova. Assim, ® pesqust de dado infrmiticos eoresponde claramente busca 4 forma como est desritainspirase clara e assumidamente n6| ft 19° ds Convengia sabre Ciercrime que ais, Ihe cama pro= tismente “buses de oieo modo acer aun sistema informs tico")O mesmo acontece com a apreensio de dados informiicos ‘ons vests formas de a materalza (que a le foram docaleadas| ‘don? 3 do at, 19° da Conveno) Quanto 8 apreensto de coreio| cleetnico ¢ regisios de comunicagdes de natureza semethante, ‘consgra-se um regime novo, gus PrOCUra anspor para 3s nONIS formas de comunicar os mesmes prinepios processus da apreon- so de corespondénla, previa no CéMigo de Processo Penal. Por Lkimo, a inteeepea0 de comunieagdes (no art. 18"), adaptando para os novos meios de comunigagdo as mesmas regras bisicas das ltercepgdestelefinicas do Cédigo de Process Penal, est inspira. dda nos ats. 20° e 21° da Convensao sobre Ciberrime: 15. Preservacio expedita de dados No art. 12° descreve-se a prservagio expedia de dados. Tratase, em termes materais, da possbilidade de astoridades| Jtkicrias ordenarem ateeeios que procedam & preservagao de dads informatcos que estejam a respectivadisponibilidade ou controle, sejam dade referenes transmissbes de dado infor miticos ou dados meramente armazenadas num sistema inform ‘ico. E importante sublinhar que csta dsposigao legal no permite SCIENTIAIVRIDICA, a obtengao, pelasautoridades, dos dado informsticos em si mes ‘mos! apenas obriga quem enka a dsponibilidade e controle des- ‘ses das a preseri-los por um determinade periodo de tempo. Acrdem de preservagio, gue inclusivamente pode ser emitia por ‘radio de policia criminal, ¢ uma media cattelar no intrusiva, que apenas pretende garantir que iformagdo presumivelmente importante nto sejadesteuida, Destinase ater exceutada primat- dialmente por fornecedoves de servo Internet, mas tambm pode ser por qualquer outa pessoa que tenba contro sobre um sistema informiico onde os dados estat armazenados. Esta posibilidade lepal apenas reforga, numa perspectiva de proeesso coneret, 2 obrigacio geral gue os farnecedores de servigo i tfm que observar por fren ds Lei n° 32/2008, Neste ‘kim diploma impie-se aos fornecedores de servigy a obra so de preservacdo genética de dados de wale, come ji a ‘na se refer, pelo periodo de um ano. A ieposigi doar, 12° 4a Ls do Cibererime eomplementa esta obrigagio, por exemple ‘quanto a investigngdes criminais de tpos de lieito mio desritos ro calogo da Lei n” 327208 e ainda quanto a events fn exdores de servico que ndo estejam abrangids plas oorigaes resultantes da le ~ como acontece, por exemplo, com os haces ‘ue permitam a acesso aos sous servigas por va das reds de = unieagdes. Quanto aos “dads preserves” an abriga da Le! do Cibererime, destinam-sea servic come preva no prérie process ‘em que aetengo fi ordenada. Os restates, cua eng € fit or rotns ¢impesia legal (a Le n* 32/2008), sero uilirados fem casos de ries graves e mediante intervene judicial. Usa Jeia expresso investigto, deteecto repress de crimes gra- ves fart. 4° da Len” 322008), condicionando a uilizaga de ais dads a avtorizagdo, por despacho fundameontado, do juz 16. Revelacio expedita de dados de tréfego A finalidade da preservaeio de dads ¢, evidentemente, ‘ua revlagio is sutoridades judivirias, Pode vie a é-40 por via de uma injungao ou mesmo por vin de uma "bus infoemstia a que a ei chamou pesquisa, Mas nena destas figure juridicas Lelbo cIMERCRIME ‘se confunde com a revelago expedita de dados de trifepo,pre- Vista no ar, 132 da Li do Cibererime, Esta outa figura preter de responder com efcicia © muita brevidade a uma necessidade premente de qualquer investigagdo nas redes de computadores: & sabido que uma determinada comuricago, por exemplo uma eo rmnicagio criminosa ou mal ntencionada, aurea utilizar ape- nas oservigo de um foraeeed, indo pelo eontziio atingindo 0 set destino por via de wros Fornecedones de servigo. Asim, 3 informa respeitante ao eaminho que efetuvu no seu peteutso os dads de trfego, quo no se eonfundem com os dados de ‘onteido ~ vai feande rogistada deforma repartida por vito Fornecedores de servo. Porém, quem investiga, sal sabend progressivamente quem €0fornecedor de servigo ques segue no Percurso dt comunicacio A medida que ada um deses fences {ores The vai dizeno de onde veo e para onde foi acomunicagao ‘ue sravessou a su rede ou usou os seus serves. Portanto, 0 trabalho de reconsirugdo de um pereurso informatica, numa rede de comunicagdes aberta— por exemple a ferme ~ depen sradual obtengio de informagao sobre esse pereurso e sobre & Prximo destino, em ead wna das etapas percorrdas. Este pv ‘9360 pode ser domorado, implicando a conslta a iris enti tes. E, no decutso dossas eonsultas, pode pasar muito tempo. [Esta demora pode ser prejudicial a ivestigagao, desde logo, por lum lado, pelo mero deeurso do tempo, Mas também por ou lado, porque a informagio ensetanto preservadn pons 8 no ser Ul, aan for obida mais tarde. Portano, a ebtengo com ei- cin deste percurso esta dependente da expedita prestagio de infoumagao, a quem investi, de eada wim dos servidres, sobre ‘o servidor que se segue no eamintio da eomunieacio, & por esta ‘amo que, na obtenedo de informagio sobre o percurso de uma ‘comunicagdo, tendo er vista por exemplo dtetminar a sua oi- ‘gem, ou © seu destino, se tormeimprescindivel ober de forma ‘expedia a revelagdo dos dads de trio parcelares. ‘Ao cneoniro desta realidade, Lei prov no a, 13a reve= Jago expedita de dados de trie, a gual deverd ser providencin« SCIENTIA IVRIDICA, a pelos fornceedores de srvigo as autora judicirias ou aos “nis de polfcia criminal. Esta norma vai também a0 enconteo 1 previsto do art. 17° da Convengo sobre Cibererime. 17 Injuncao para apresentagaa ou concessio do acerso a dados ‘A order de preservagio de dads ¢ a ordem de revelagio expedia de didos de tefego no se coafundem com a ijungao ‘nem com as restates formas de obtng 0 de dados parang 20 processo em causa, sobre as quis dispoem os artigos sepuites. A injune2o para apresentagio ou eoncesso do avesso a da- dos, prevista no art. 1° da Lei do Ciboterime, & uma disposgto imovadora, inspirada dtectamente no art. 18° éa Consengia so le Ciberctime. As razes que Ie esto subjaentesprendemse ‘com a feeiva ifculdae, sent por quem investiga, no acess 2 informaedo, quando esta esi atmazenada em sists inom ‘eos, scbretudo em consequencia da grand eapacidude de arma ~zenamenio dos temas modernos eda sua enorme complexidade, Na verdad, por um ld, ma imensidade de espago de armaze- namento dos medernos supores digas, pode ser muito dif e ‘morose encontrar 3 iniormagde que se protende 8 nio se contar ‘com a colaborago de quem tm disponibiidade sobre o sist, (0s sistemas informaicos medernos tém eapacidade de armaze ‘namento incomensurivel ¢ trna-seimpossivel a quem investiga « indessvel, por todas as ra7aes-rastrear toda o seu conto, Por outro lado, a divers possbiidades de acu a infoxmacio. ‘1 de bloguearo aceso a la (por exemplo, po va da enceptagdo ‘0 introdugdo de passwords para acesto a reas de arquivo ou & documentos) podem ornar mal sucedida a procura de ing, sem a eolaboragdo de quem tem o dominio sobre ela “Traduz-se assim a injungo na ordem emia por autorida e juiciria a quem tena dispontilidade ou cateola sobre de= ferminados datos informitios, no sentido de que os eomunigue 1 processo em causa, ou que permita 0 acesso aos mosmos. E ‘que reslta don 1 do ar. 14°, Dever a ordom espocfiar se Leno c1BeRCHNME pretende que os dads sejam comunicados ou, pelo contro, so protende que seja permitido o acest a eles. A decisto, em eada fso conerelo, depondera das sues cireunstincias expeciins & «daquilo que pretende obterse em enda stuagio. {A injungo no permite a reeusa de cooperacdo da pessoa «que tenba disponitlidade ou controlo sobre 0s dados inform tieos, que pune como desobedigncia na pare final don? 1 do act HZ, Tedavia, o seu Aimbite ¢ limitado, nto podendo nunea ser drigda a suspeito ow arguid no processo em cause (€0 quo resulka dom $ do an. 14°) Da mesma forma, por forge don? 6 edo n° 7. nfo pode igualmentefazerse uso da ijungao quant a sistemas informatios ulizados para 0 execicio de profisstes sjeitas siglo, Sendo igualmente vidas, a este propésio, as regras do regime de segredo profissional ou de funcionirio de segreda de Estado, provisas no Cisigo de Processo Penal. 0 0- jectivo da kei, a este propésito foi © de estabelecer um regime {erente con as garantias geras do pracesso penal, em sede de protecsao de seis. Como se disse, € portato claro no texto da lei que a nun ‘sto ndo pode ser drigida a suspeits ou arpuidos. Sendo fesse as- Sima disposi coliitia com o dteto& no auto incriminagdo, Na verdade, esta norma visa especiicamente permitir ober in Formaga de sstomas informiticos prtencentes a outros, que mio om suspeitos cu arpuides. Serio caso paradigmatic dos ormece- tdores de servige. Mas no scr ese otnicn ease. Esta norma per mite faciitar, por exemplo, 0 acessoa computadores de estruuras| empresaciis onde suspeitosexergam fungdes, como emprezadas, 7 cujos sistemas tenfam deixado prova das suas actividades lctas. Com este objetivo, o administrador informatico de uma rede empresa, por exemplo, poderd ser suit a uma ijungdo ‘90m o propio de gue frnega para uma determinada invest «eo prova armazonada no sistema informatie em caus SCIENTIA IVRIDICA 18, Pesquisa e apreensio de dados informaticas © apreensio de corrsio eleeteénieo Como fit acima se disse, os ars. 15° a 17° so inovadores ‘quanta a0 conti, mas nde quanto ao tipo de liga que re= gulamentam. Oar. 15°, prevéa pesquisa de dados informaticos, expresso que # lei adopiow para aquilo gue poderia design sc também come busca nformatia. Pesquisa 6, no ean, uma Uesignagio mais adegusds ealidade do sistema informitico, A qual se dirge, Quanto ao art 16%, preva apeensio de dados informiticos, Por dkimo, no art. 17°, eia-s um rime eapecia ‘de apreensdo de dados destinado a permitr, em circunstineias cespecifeas, aproender 0 correo elactnico e outs reistos de ‘comunieagto de natureza semethante. Todas estas normas (én ‘como tonica eomum pretenderem adapla para o ambiente digital dos sistemas informations as clissicasdiligéncias de busea © apreensio, Esa adaptagio ea especifcilade dos regimes criados lo imposigdes da especiicidade da eriminalidad a cuj inves- so se dirigem. Se €dbvio que a investigngto da criminalide- de informatica exige a imtervengde no mea informatio daqueles que procedem a investioneao se & iguslmente verdade que é neste meio, onde ocorrem gs crimes, que hi-de encontrarse a prova de que ocorreram, nde pode por outro lado cantorna-se a inadapeasio ao ambiente digital dos cisscos meios de oblengio de prow Por via da pesquisa de dados informs 157 foi eriada uma forma de acesso coeriva a esse meio infine mitico que, como se disse, mais no & que wna busca no ambi te digital. Desde logo, portant, ser completamente erro et nesta figura algum tipo de substitute para os exames, elissicos imeios de obfengo de prova,previstos nos ars. I7L® e segs. do (édiga de Processo Penal (CPP). Ais a lei & clara e expressa, dizendo que a esta dilgeacia s20aplicveis,naquil que nao es- tiver expressamente previsio e com as nesessitias adapagbes, 3 repr de exceuedo das buscas previstas no Cédigo de Processo Penal =< v que resulta don 6 doar, 152, 0 miesmo jf resularia cos, deserita no art Letpo crmeceine A andlise das normas dos n:"2 a4, que eontém regras materia de natura intia as das buscas, no Césigo de Proceso Penal Ténicasolugio presenta 0 egime da apreensio de dados informs, revista no art, 16°, que conser, para a aprcensio de dos informatics, um eexime proximo do dss spreensdes, deserito nos ats. 178" e segs. do CPP. Para ambos os casos pesquisis e apreenses -. resulta da fei que a competéncia para ordonar cada uma das iligenias {a auloridade judiciria eompetente em eada fase do process, Portano,duranieoinquérito a competéncia es atribuida ao Mi- nistrio Pablico Também em ambos os casos se consagraram salvaguardas, Designadamente,consagra-senon.® Sdoart. 16 que asapreensOes de dos ou documentos informitics relativas a sistemas infor imiticos ulizads para exerccio da advacacia e das actividades ‘nein e banca esto sujeitas, com as novessirias adaptagies, fs rozras¢ formalidadesprovistas no Codi de Processo Penal De igual modo, prevelece nesta Lei o segredo profissional ou de funcionirio ew scgrede de Estado, sendoaplicivel investigagto de crimes desta natureea 0 ogime prevsto no at. 122 do CPP. Por out lado, «Lei do Cihrcrime revel preocupacto em salvaguardar direitos fundamentas relacionados coma privaca- de dos vnados por ese tipo de dligéncia, Nosse sentido, cons ‘grouon2 3 do mestioart, 16° a obrigatoriedace de intervenga0 ‘dojuirdeinstrugio sempre gue orem apreendis para jung80 a0 processo dados ou documentos informatieos eujo conto seja suseeptvel de revelar dados pessoais ou intimos, que possim por tem casa privacidade do respestivo ttl ou de ferceites. Nes~ ‘is situages os dadosinformiticos apreenddos ser3o apresenta~ dos ao juz que ponderart sua jungao as autos, tendo em coat fs intereses do easo concrete. Ano observéncia desta forms Tidades legas em como consequéncia a nulidade da prova obtida por esta via. A esta opgio de politica lgislativa nfo sera eta ‘ha a jurisprudéncia de Tribunal Constitucional sobre &apreen ‘sto pa jangdo ao procetsos de documentos pessoas €ntimos. [Na vedade, a ei parece ni ignorar quo, caa vez mais, 05 idados guntdsim nos seus eomputadores pessouis documentos escrito, fotografia, filmes ou gravagbes sonoras que sto suscep- tives de revelarsegredos e que so manifesto da vida intima ‘ou prvada do seu dono, Dal se pereeber a interesse deste reine salvaguardar esa intimidadee privacidad, espetanda sempre ‘que a sus violugdo provngue danas superiors 208 ineresses gue 4 investigapo criminal pretend prosseguir ‘Quanto este regime, de pesqusas ¢ preciso deixar ainda duas noas adicionas, Por um lado, tem que referrse a era inteodusida pelo ar 153,12 5, que permite a extensto da pesquisa a outtos sistemas informaticos, Ftéo aqui em causa, entre outas, por exemple, situages em que 0 visado pela pesquisa uilize um servigo do corre elecrinico baseado na Iorner (un whol). a0 al ‘ced habitusimente partir do computador sieito a pesquisa Nestes casos, ninguém mais, alm do vsad, pode aeedke a conta tbe correo electrdnico em causa. Ali, no hi outra forma de sceder a essa cont, «do ser intrvindo directamente junto do Servidorlojador dessa conta, Acree que, desta forma, no hi qualquer lesto adicional da privscidade do visedo —a aced0 € cessencialmente ientiea dda apreensto do sou corcio electri «0 armazenad no seu computador, no scio de umn programa de esto de correo, Esta norma foi insptada non’ 2 do art. 19° da Convene sobre Ciberevime do Consetho da Europa Por outro, importa refer as novas e specifica formas de apreenst, desertas no art. 16°, 2 7, im getal,trata-se de medic «das menos ntrusivase menos lesivas dos intereses das ciacios| ‘Alem da apreensoclisiea do suporte onde est instalado 0 siste- ‘maou onde este armazenados os dados informiticos,permite-se Por este regime a sprcensto por realizagdo de edpia dos dados, them como a preservagto da integridade dos dados eo spagamen- 'w ou blogueio do acoso aos dados. No que espeita ao regime especial parts xpreemsdo de cor ‘ig electnien. descritono art 17°, fica ero nt lei que preten- + Importa Le1Do c1BeRcRINE de tanspor-se para o ambiente digital o regime da apreensto de correspondéncia, previsto no Cédigo de Processo Peal, com as necessirins adapiugbes Esa opeotrauz uma ruptura como sis- tema daquele Codigo, que opts por apicar i apreensio de com nicagescleetdnicas(@ no apenas dinereepgt0 dessas con nicagdes) o regime do intreepgo de comunicagées olfinieas ‘A primeira das adapts peende-se coma exigéncia previa ‘ono de despacho jdivial ordenando a apreensdo de mensa ‘Bens de correioclectrnico, lei nfo € expressa. Nio obstante & clara, assumindo que pode procedcese a uma apreensto cautlar ‘de mensazens de core electiinico mesme que nBo tenha ha ido nenhuma anterior ordem judicial nesse sentido, E 0 que se retrm do testo doar, 17° da Lei do Cibererime, quando se prevé «1 possiilidad do o jug autoriar a apreensdo de mensagens que se afigurem ser de grande interesse para a descoberta da verdad fu praa prova, se as mesmas forem deseobertas ou encontrados ro decurso ce uma pesqustinformaties ou outro acess legtima 8 amt sista informitieo. Se asim é, eto 0 despacho judicial ddeverd ser ulterior chegada das mensagens ao conecimento de ‘quem esta conduits investiga. Pr idémies raze, ter que entenderse que atnicaeniggnca legal para a sua apreensBo pro visoria ¢a da exsténcia de uma forma leiima de acesso ao meio Jnformatico em que estavam armazcnadas. Esta apeensto € pro= vissria poryue caso @juizentenda deverautorizar a aproensdo, a riensagem em caus serdeletivamenteapreend ¢ junta 20 pro- «0360. Caso asim na entenda, ent a apreensdo ndo se maim, sdevendo o porte das mensagens om enusa se devolvido ou sea apreensio tier sido feta por ep, destrui, ste regime vai a0 encontro das exiginciasprétcas das casos eoncrtos, permitindo flexibilizar 9 procedimento 0 este propdsito. De facta, em regra, as mensagens de eorrcio elect nico sBo detcetadase apreendidas no decurso de ums pesquisa, ceventualmente realizada no dacurso de uma buses. Or cm re ‘ra, antes de uma busca ainda no se sabe se vai encontrarse, no seu decurso, um computador. E menos ainda se sabe seem al SCIENTIAIVRIDICA, computor vo eacontrarse mensagens de coi leeiea ning Erato mets pe peers esas metagens podem ovo via er ierene pte investiga Avie ea ‘rel queria imvvelum sitemaopostn. cine ate de toda e qualquer buses, a ave de asia jac par eventual pose de via sr cst no dus dbs €2. um computador equal spuado conte ess de omanioyes, eq tas cong fsson pov neces $Timenigngio doo cone Nedade que no fo egaor mun cao sabe exe aspect. No eat, no pres pdr ers hm eu Terprctiaede un dees porn areruma ape S30 prvi de mosazes decor etic, mo dco de pesquisa, por excl eis cm at apd Nt ter Publ, deve ova meager ems jul puage onde a espetnaapreenioe jo proces. Este mecanio sup eid quem pce a psn ea tum cocina doo as meres fu comings dena aera} em xs Fedde sea de a, estate «ota por ua suo processus invivel que ex tin average ji, J lata morgen de orn Skene, em an om Cmputare. ue sem encodes no deus de penis, Na vefads, ea slugs nel fea gram quent compute que os iar jes agree, Alem dso em sips el es se hse Eo par prt, nse apie oregime dace So de eoresponoca do Chign de Proceso Feel Ou Sc ose eee pars a acest de rensagem dco le ti i ri ah ai ou to, ns xe gu sea ji 0 primelo ter conhesimoto de ods mestons cnt acon com 9 coven fs) fra da let apn ates pra» poids de quem pres pags crema par jue emg cones com lin par ano ante, ava eps -apreenderd ou nao. ” aa se Anote-se qu este rine no diverge estruturalmente da- aquste que se prevé no Cédigo de Proceso Penal para a apreensio tke correspondéncia. Com efit, nos arts. 179° € 252° do CPP. prevé-se a nacessidade de obtenco de prvi atorizag juicial para a apreensio de correspondsncia, mas permite-e igualmente fer aprcensio provisria de correspondéncia sem prévin an torizago judicial ~ sendo depots vlidada por um juiz to n° 3 dort 252° ~, quer a sun pp aberiura, se houver peigo 24 ddemora (no n® 2 do mesmo ar. 25 ‘Com se vi, no caso da eorrespondéncia electbnica, ain tervengo judicial, endo em vista a sua apreensto ou no, € se ‘re exipida em momento ulterior, portanto apd sete encontrado {ste tip de informagdo. Ness alta compete ao juz escolher, de entre as mensagens enconttadas, as que io relevantes para ro ‘a, Sublinhase portanto que, no sistema legal da Lei do Cider Crime, 1 poder nes haver mensagens ce corto electronica lpreendulas para serem uslizadas como prova num determinado rocesso sem que haji un despacho de um juz esse sent. ‘Uma timo nota, teferenteapreensio de cortespondéncia revista no art. 17° da Lei do Cibererime. Em texmos gers, de feord com esta norma, deversaplearse, mas muons, 90 Correo electrnico o regime definida no Codigo de Processo Pe- nal para aprcensio de correo fisico, ou tradicional, Assim, ree reamorma que quando forem encontradas mensagens de corrcio tecttdnico ou restos de comunicagdes de natureza semelhante tem sistemas informtous, a juno ou mo destas mensagens ser Seterminada por wim juz, se tas mensapens se afigurarem see de prande inteesse pra a descaberta da verdade ou para a prove sta formalago fist, desde log, aplicacto a apreensto do correo electsnicn don 1 do art. 79° do CPP, Com efeito, nes fen! I alithanse-vrios requistos para que posse procedese | upreensio de correo. O art 17° da Lei do Cibererime no 0s ignora, de tal mancirn ue. de entre tos eles, apenas seleeciona lm, gue als reproduc diligencia deve ser de grande interesse para descoberta da vendace ou para prova (art, 1797.8 te linea d do CPP). Ora, ao deixar de consagrar os restates re sito, fazendo a apreensdo de correo electrinieo depender ape as deste, que descreve, inquivocamentea lei prtendew afisar A aplicago dos restanes 19. Intercepedo de comunicases Ana Lei do Ciherrime, por via do sew ar, 18°, ambi ‘adaptou a0 ambiente digital o regime de intercepgio de com nicagdes. Este meio de abienedo de prova esti desde hi muito revisto no Cigo de Processo Penal, quer para as cominicagdcs 'elefonicas quer, por extensio, para oto tipo de eomunicagdes lecininicas. Muito antes dx publcagio da Lei do Ciberesme, © Codigo de Processo Penal jf previa uma extensio do reine das itereepgdes tlenicas a outras comunieagdes, par exemple slectrnicas. Fo que resulta deat, 199°, n° I do CPP Este re me esti em vigor, ji que nfo fi revogado pela Lei do Cibercrime, Aquila a que esta ikima provedeu fo a instituigdo de umn regime especial, destinadoa ser aplicado em casos especifcos, como re. sulta. do respectivo art. 11S, a que acima se fer referénia A verdade & que a extensio do regime das imercepgies telefinieas a imtereepedo de outa comunicagdes na tinh Vi bilidaepritca quanto os crimes informatics, ou a erimes te lacionados com a informatica, ou ainda a crimes cometidos por via de computadores. A generaidade deles no est ineluida no ‘chamado catalogo de crimes em relao 408 quais € permite broceder a intercepgestleinicas. Ora, nos tempos madres, ‘esnecessriosublinharaimportineia vital que a itereepeao de omunicagdes pode vir a fer ea muitas das investigngses sobre «times comets nas redes informitieas, E por iso, era muito Timitadora a circunstincia de, em muito boa parte das invest ‘aes de crimes que envolvesser erimes informiticas, no set Possivel proceder a intereepgdo de comunicayies © propésito do art. 18° da Lei do Cibercrime & previa ‘mente enquadrarlegalmente a realizagdo dessa intereepydcs de ‘somunicagées quando estiverem em investigagio crimes conde. ‘dos neste diploma, Quanto a0 demas imitse anspor para ‘ambiente digital o mecanismo da intrcepe3e de eomuniengdes prevista no Cidigo de Processo Penal. Alix, parece que delibe- fadamente remete em bloco para 0 regime geval e que, portant, assume que a intrcepydo de comunicagdes aqui previstarecore toda a regulamenagio dos arts. 1872 e ISN? do. CPP. Apenas texcepciona des 8 defini da imbita material sabre que incide Como se disse, a goneralidade dos crimes deste diploma tio est inclu no eatlogo previsto no ar. IST", portant, a intercepeio de comunicagbes na ¢ permit por aqusle Codigo ‘quando esto em causa crimes informatics, Dai se tornar neces srio legtimé-la~¢exaelamente esse o objective desta norma, ‘Coma ficou dito, este regime especial nio revogou 6 pre- visto no at. 1892 do CPP nem eolide com o mesmo, Himitando-se 1 criar um regime especifco, de dinbitoFimitado aos erie des sitos nt Lei do Ciberrime, Desa Fore, eine do art. 189." ‘maniém-se em gor para todos os resantes casos 'A previsto do art, 18” satisfaz as exignclas dos arts. 20 © 21° da Convengdo sobve Ciborerime, que prevéem a recelha, fem fempo rea, de dados de trifego ea intercepgo de dados de ‘onteido de comunicagtes 28, Cooper nternaconal- breve refed ‘ind oc eee, porta ora verte da Lido Cinreime gus ep operate ence Na ea aa incin~ crn inne — in apo sce coper: Cao traci Apsara, segue, co cooperate itracel dcr sr eberadas as pat do regime ga tae do ao gl da Soopers ier tach emvigoe que uta do a 28° ogg 0 gal ‘ape oepragio imeracoal a spss da Uc n° T2499, 03.8 em ta aq qu ao contra ss poses 6s Le do Cherri ‘ri pes nae int de coop marcos qve een s0peag0 dos deste etn nova ais deride, esta

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