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MÓDULO 2 - AULA 16
Objetivo
Pré-requisitos: Aulas
13 (Soma de subespaços);
Obter o complemento ortogonal de um subespaço. 14 (Espaços euclidianos) e
15 (Conjuntos ortonor-
mais/projeção ortogonal).
Esta aula é curta - nela completaremos a teoria iniciada na aula an-
terior. Destacaremos um subespaço especial, que é definido a partir de um
outro subespaço, usando a noção de ortogonalidade. Recordaremos também
o conceito de soma direta de subespaços. Iniciamos com a principal definição
desta aula.
Complemento ortogonal
U ⊥ = {v ∈ V | < v, u >= 0, ∀u ∈ U}
De fato,
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Complemento ortogonal
Exemplo 1
Em R2 , o complemento ortogonal do subespaço gerado pelo vetor (3, 0) é o
subespaço gerado pelo vetor (0, 1). De fato, sendo U = [(3, 0)], um vetor
u ∈ U é da forma (3α, 0), para algum α ∈ R. Queremos identificar os
vetores de R2 que são ortogonais a todo vetor de U. Isto é, os vetores
v = (x, y) ∈ R2 tais que < v, u >= 0, ∀u ∈ U. Ou seja, queremos (x, y) tais
que 3αx = 0. Como essa igualdade tem que se verificar para qualquer α real,
concluı́mos que x = 0. Logo, todo vetor de U ⊥ é da forma (0, y), com y ∈ R.
Assim, qualquer vetor dessa forma, não nulo, gera U ⊥ , e podemos escrever
U ⊥ = [(0, 1)]. Note que U é o eixo das abscissas e U ⊥ , o eixo das ordenadas,
como indica a Figura 16.1.
U + W = {v ∈ V |v = u + w; u ∈ U e w ∈ W }.
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Complemento ortogonal
MÓDULO 2 - AULA 16
• Além disso, quando a soma é direta, só existe uma maneira de decompor
cada vetor de V numa soma de um vetor de U com um vetor de U ⊥ , o
que significa dizer que esses dois vetores são únicos.
Proposição 1
Sejam V um espaço euclidiano e U, subespaço de V . Então V = U ⊕ U ⊥ .
Demonstração.
Temos que mostrar duas coisas: (i) V é soma de U e do complemento
ortogonal de U, e (ii) essa soma é direta.
Como já vimos na Aula 15, todo vetor v ∈ V pode ser decomposto em
duas parcelas, uma sendo a projeção ortogonal do vetor sobre um subespaço
de V e a outra, um vetor ortogonal a esse subespaço. Considerando os
subespaços U e U ⊥ , podemos então, decompor cada vetor v de V , de forma
única, na soma:
v = w + u,
onde
• w ∈ U ⊥ : w é ortogonal a U.
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Complemento ortogonal
Sendo
- U um subespaço vetorial do espaço euclidiano V ;
- {v1 , ..., vm } base ortonormal de U
- v ∈V,
então v = w + u, onde
m
u = projU v = < v, vi > vi
i=1
Exemplo 2
Seja W o eixo z de R3 , isto é,
Exemplo 3
Seja W o subespaço de R4 gerado por u = (1, 2, 3, −1) e w = (2, 4, 7, 2).
Vamos encontrar uma base para W ⊥ .
Para um vetor v = (x, y, z, t) de R4 pertencer a W ⊥ , deve ser ortogonal a u
e a w, simultaneamente,
isto é:
< v, u >= 0 x + 2y + 3z − t = 0 x + 2y + 3z − t = 0
⇒ ⇒ .
< v, w >= 0 2x + 4y + 7z + 2t = 0 z + 4t = 0
de W ⊥ .
para determinar um conjunto
de geradores sempre fornece
uma base do subespaço.
Exemplo 4
Dado U = {(x, y, z) ∈ R3 ; x + y + z = 0}, vamos
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Complemento ortogonal
Daı́, temos
(3, 2, 5) − projU (3, 2, 5) = (3, 2, 5) − (− 13 , − 43 , 53 ) = ( 10 , 10 , 10 ).
3 3 3
Então
1 4 5 10 10 10
(3, 2, 5) = (− , − , ) + ( , , ).
$ 3 %& 3 3 ' $ 3 %&
3 3'
∈U ∈U ⊥
2a − b − c −a + 2b − c −a − b + 2c
c) (a, b, c) = ( , , )+
$ 3 3%& 3 '
∈U
a+b+c a+b+c a+b+c
( , , ).
$ 3 3
%& 3 '
∈U ⊥
Exemplo 5
Em P2 (R), definimos o produto interno
/ 1
< f (t), g(t) >= f (t) g(t)dt.
0
O sistema linear formado pelas equações (1) e (2) possui soluções (a, b, c) tais
que a = −b; c = −b/6. Logo, p(t) = 6bt2 − 6bt + b = b(6t2 − 6t + 1), b ∈ R.
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Complemento ortogonal
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Resumo
Nesta aula estudamos o subespaço que é o complemento ortogonal de
um outro. Na verdade, podemos definir o complemento ortogonal de qual-
quer subconjunto de um espaço euclidiano e provar que é um subespaço, mas
quando partimos de um subsconjunto U que é, ele próprio, um subespaço,
o caso fica muito mais interessante porque podemos escrever o espaço como
soma direta de U e seu complemento ortogonal. Podemos, também, decom-
por um vetor do espaço em duas parcelas, sendo cada uma delas a projeção
ortogonal do vetor em um dos subespaços: U e U ⊥ .
Exercı́cios
1. Dado U = {(x, y, z) ∈ R3 ; y − 2z = 0},
4. Em M2 (R), a relação
< A, B >= a11 b11 + a12 b12 + a21 b21 + a22 b22 ,
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Complemento ortogonal
Auto-avaliação
Bem, chegamos ao final do primeiro módulo. A próxima aula revê a
teoria apresentada ao longo das 16 primeiras aulas, em forma de exercı́cios.
Antes de partir para ela, porém, certifique-se de ter apreendido a técnica e,
principalmente, o significado do que estudamos nesta aula. Se sentir qualquer
dificuldade ao resolver os exercı́cios ou ao estudar os exemplos, entre em
contato com o tutor da disciplina.
(
1 1 0 1 0 0
4. a) , ,
0 0 1 0 0 1
(
1 −1
b)
1 0
5. Uma base de U : {( √12 , 0, √12 , 0), (− √16 , √26 , √16 , 0), (− √221 , − √221 , √221 , √321 )}.
Uma base de U ⊥ : { √17 , √17 , − √17 , √27 )}
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