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2.

*ler as estâncias* Como o Filipe já aludiu, a ilha dos amores tem o


significado alegórico da fama. Esta alegoria torna-se mais clara
quando analisamos a história d’Os Lusíadas a um nível mais alto. A
ação começa quando o herói (o povo português) decide aventurar-se por
mares nunca antes navegados. Na sua viagem, este herói depara-se com
incontáveis desafios. Mas o herói desiste? Não. Dada uma escolha entre
um caminho fácil e confortável, mas que não exige mérito, o povo
português tem a imensa coragem necessária para escolher
conscientemente o caminho virtuoso (nas palavras de Camões, “alto e
fragoso”), cheio de dor e dificuldades. Atreve-se a escolher o esforço
e a ousadia. E com o que é que o herói se encontra, após caminhar este
caminho? Com a ilha dos amores. Um local perfeito onde os próprios
deuses reconhecem os portugueses pela sua escolha e onde estes têm a
se unem com as ninfas. Estes meros homens “transcendem” a condição
humana. Andam entre estes seres míticos, e são respeitados por eles
porque, de certa forma, eles próprios se tornaram em deuses. Com esta
perspetiva, o significado alegórico destas reflexões torna-se claro. O
povo português é o Homem à procura de fama e de ser imortalizado. A
ilha dos amores representa precisamente essa fama, essa imortalização,
que o Homem deseja, mas esta só aparecerá a quem, tal como o povo
português, escolhe o tal caminho de esforço e coragem. Só este o trará
ao “fim, doce, alegre e deleitoso”.

3.1.

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