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Projeto Torah para Todos- Eleandro Bisatto

"O que é o Judaísmo e em que os judeus acreditam?"


Judaísmo é mais que uma simples religião, é uma forma de viver de acordo com a
vontade de D’us. Desde o princípio D’us manifestou Sua vontade, nos deu um
manual de instruções para que pudéssemos ter sucesso em todas as áreas de nossas
vidas. Esse manual se chama Torah, e está disponível para todos que quiserem
viver segundo a vontade de D’us.
Mesmo alguém que não é judeu, ou se apenas tem alguma descendência , pode
praticar o judaísmo, se tornando monoteísta, não tendo a necessidade de se
converter se tornando judeu. Pode ser um Bnei Noach estudando e praticando as
Sete leis universais, também conhecida com as Sete Leis de Noach. Desse modo
mesmo não sendo judeu poderá servir ao D’us Eterno e ter parte no mundo
vindouro.
É importante saber que o judaísmo não é proselitista, ou seja não busca converter
pessoas, mas se alguém deseja se tornar judeu é permitido desde que passe por um
longo processo de estudo com acompanhamento de um Rabino.
Já um judeu é uma pessoa que pertença à continuação do povo judeu, ou através
de origem, ou através de conversão.
De acordo com a Torah, um judeu ou é aquele cuja mãe é judia, ou alguém que se
converteu ao Judaísmo de acordo com a halachá (Lei da Torah).
Um judeu não depende de suas crenças individuais para ser considerado judeu.
Uma pessoa nascida de mãe judia é judeu independentemente de ser um seguidor
das leis e costumes judaicos. Mesmo não tendo nenhuma fé em D’us ainda é
considerado judeu. Contudo, caso um judeu não cumpra os “Treze Princípios da
Fé” (organizado pelo Maimônides, Rabbi Moshe ben Maimon, um dos grandes
estudiosos judaicos da era medieval), ele é considerado herege. Embora essa
pessoa seja um judeu “biológico”, espiritualmente ela está desconectada do
verdadeiro ao Judaísmo.

A Torah é a base do Judaísmo. A Torah – os primeiros cinco livros da Bíblia –


Gênesis 14:13 nos ensina que Abrão, comumente conhecido como o primeiro
judeu, foi descrito como um “hebreu”. O nome “judeu” vem do nome de Judá, um
dos doze filhos de Jacó e umas das doze tribos de Israel. Todos os judeus foram
chamados pelo nome de Judá. Por que? Judá demonstrou na prática a essência da
função de um integrante de Israel: A pré-disposição de expressar a vontade de D’us
no mundo mesmo quando às custas da auto anulação em nível máximo.
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Então, em que os judeus acreditam e quais são os preceitos básicos do


Judaísmo?
Há cinco formas ou grupos principais do Judaísmo no mundo de hoje. Eles são o
Judaísmo Ortodoxo, Conservador, Reformista, Reconstrucionista e Humanista. As
crenças e requisitos de cada grupo diferem dramaticamente; no entanto não está
nas mãos do ser humano modificar a vontade do Criador. O ser humano está
submetido a vontade de D’us (Hashem) e não o contrário, portanto a vontade de
D’us deve ser revelada pelo ser humano e não ditada por ele. Somente aquele que
tem a humildade de receber a Torah de acordo como ela foi transmitida de geração
em geração desde Moisés está realmente se conectando com a verdadeira Torah.
Então como saber qual é o verdadeiro judaísmo a seguir? Assim ensinaram
nossos Sábios há milhares de anos – Em um futuro distante, como os nossos
descendentes poderão saber onde se encontrará o caminho correto? Como poderão
saber quem realmente estará com a “verdade em suas mãos”? Nós possuímos um
sinal – um pacto; através dele, sempre poderemos saber onde se encontra o
verdadeiro caminho... Simplesmente verifique com quem se encontra o
conhecimento da Torah Oral – Saiba que ali se encontra o verdadeiro
caminho... O caminho original!
Portanto, fica constatado que somente dentro do judaísmo ortodoxo que estuda
e segue fielmente a Torah da mesma forma em que foi transmitida se encontra a
verdadeira Torah.

Uma breve explicação sobre os treze princípios de fé do judaísmo:


Eu acredito com fé completa (integralmente):
1- Que o Criador cria e guia todas as criaturas; e Ele sozinho fez, faz e fará todos
os feitos.
2- Que o Criador é Único e não tem “único” como Ele de forma alguma; e Ele
sozinho estava, está e estará.
3- Que Ele não tem corpo e não tem como alcançar entendimento sobre Ele, como
se alcança o entendimento da matéria. Não tem nada com o qual podemos
comparar a Ele.
4- Que Ele é o primeiro e o último. (Não existe nada antes Dele e nada depois.
Toda a criação é gerada por Ele.)
5- Que somente para Ele é propício rezar e não para outro fora Ele.
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6- Que todos os ditos dos profetas são verdadeiros. (Nota: Cuidado com falsos
profetas. Todo aquele ‘profeta’ que vem modificar algo da Torah é falso profeta.
Também devemos ter cuidado com traduções. Pois, cada instituição pode
modificar ou interpretar os versículos de acordo com o seu entendimento ou
interesse.)
7- Que a profecia de Moshe (Moisés) é verdadeira e que ele foi o ‘gerador’ (líder)
de todos profetas, tanto dos que vieram antes dele como dos que vieram depois
dele.
8- Que as palavras da Torah que se encontra hoje em nossas mãos foi entregue a
Moshe Rabeinu (Moisés).
9- Que essa Torah não será trocada e não haverá outra Torah do Criador. (Nota: A
Torah é a expressão da realidade, não tem como ser modificada ou reformada.
Todos que pensam que a Torah foi entregue a Moshe e depois D’us revelou outra
Torah, ‘novo testamento’ por exemplo, transgrede esse princípio.)
10- Que o Criador conhece (sabe) todas ações dos seres humanos e todos os seus
pensamentos.
11- Que o Criador recompensa os que cuidam de seus preceitos e castiga aqueles
que os transgredem. (Nota: O mundo não está ‘jogado’ ao acaso. Todas as ações
serão julgadas e a justiça será feita. O castigo não é um objetivo por si só, contudo,
ele é um meio para retificar o transgressor das consequências de suas ações.)
12- Na vinda do Messias; e mesmo que demore, de todas formas, esperarei por sua
vinda todos os dias.
13- Que haverá a ressurreição dos mortos no momento em que for a vontade do
Criador.

Apesar de os cristãos basearem muito da sua fé nas Escrituras hebraicas (Tanakh)


que os judeus compilaram, há grandes diferenças em suas crenças.
O J.C. conhecido como Jesus não faz parte da crença judaica. Alguns o veem como
um falso profeta ou um ídolo do Cristianismo. Existem aqueles que nem repetem o
nome dele devido à proibição de dizer o nome de um ídolo.

Há 613 mandamentos encontrados nos Livro da Torah que regulam todos os


aspectos da vida judaica. Além de suas ramificações, Leis rabínicas e costumes. Os
Dez Mandamentos, como delineados em Êxodo 20:1-17 e Deuteronômio 5:6-21,
são as raízes espirituais de todos os outros preceitos.
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O Messias (o ungido de Deus) vai aparecer no futuro e reunir os judeus mais uma
vez na terra de Israel. Haverá uma grande ressurreição dos mortos naquele tempo.
O Templo de Jerusalém, o qual foi destruído em 70 E.C., vai ser reconstruído.

Os judeus são conhecidos como o povo escolhido de Deus. Isso não significa que
devam ser considerados um grupo superior a qualquer outro, pois ter esse papel na
criação requer mais responsabilidades e também inclui mais exigências. De fato,
cada povo tem a sua função. Um ben Noach, monoteísta, por exemplo não é
inferior, apenas tem responsabilidades diferentes e não é obrigado a seguir todos os
mandamentos que um judeu segue, mesmo assim é considerado um justo entre as
nações.
Mas como o povo judeu recebeu uma responsabilidade maior? Como isso ocorreu?
Este tema iniciou-se há muitos anos atrás. Avraham (Abrão) nasceu em uma
geração onde todos praticavam idolatria – exceto umas poucas pessoas que viviam
isoladas. Refletindo sobre a ordem existente na natureza, Avraham chegou à
conclusão de que, obrigatoriamente, existe um D’us que criou e controla toda a
criação, e que não existe nenhuma força independente Dele. Para ele, estava claro
que todas as pessoas que se relacionavam com as forças dos elementos da natureza,
como forças independentes, estavam equivocadas – elas praticavam idolatria.
Avraham começou a influenciar o mundo, demonstrando a existência de um
Criador, ele inclusive estava pronto para sacrificar a própria vida para cumprir a
vontade do Criador. Mais do que D’us escolheu a Avraham, Avraham escolheu a
Deus! Itschak (Isaac), o filho de Avraham, perpetuou a sua missão.
Seu neto Yaakov (Jacob) também assim o fez; o título “Israel” – em hebraico
bíblico “Israel” é formado por duas palavras “Iashar El” - “Diretamente com Deus”
– estava guardado para quem recebesse a função de estudar e transmitir os
estatutos de D’us para a humanidade. Avraham, Itschak e Yaakov – três gerações
– após haverem sido provados várias vezes e terem demostrado uma grande
submissão para cumprir a vontade do Criador, finalmente conquistaram o título
“Israel”; ele foi entregue a Yaakov – que passou a se chamar “Israel”. Deste foi
formado o Povo de Israel, que reconheceu a unicidade de Deus.
Portanto, foi este o povo escolhido para receber a função de transmitir a Torah,
Livro Sagrado, que instrui, auxilia e inspira os nossos atos no mundo em que
vivemos para alcançar o objetivo determinado por Deus. A partir desse momento –
ou seja, a partir do momento em que o título “Israel” foi entregue a Yaakov e seus
descendentes – uma pessoa de um outro povo que queira receber esta função – a
função de “Israel” – deverá se juntar ao Povo escolhido para esta função seguindo
os critérios determinados; junto com o título “Israel” eles também receberão a
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respectiva responsabilidade – uma nova situação espiritual e o julgo do


cumprimento de todos os preceitos da Torah.
O nosso grupo
Hoje nós praticamos o Judaísmo Ortodoxo e orientamos todas as pessoas que
desejam praticar a fé judaica também como Bnei-Noach. Que querem ter a Torah
como base de suas vidas – com a fé monoteísta – em um Único D’us que Criou e
mantem a Sua criação a cada momento).

Eleandro Bisatto
Revisado por Rav. Shimshon Bisker

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