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Vogais Nasais

Nas oposições cato-canto, mudo-mundo, boba-bomba, lida-linda e leda-lenda, uma


emissão nasal em lugar de outra oral estabelece diferença de significado, e, por isso,
diz-se que os fonemas estão em oposição.

Há, porém, duas interpretações para o caso. Alguns consideram a existência de vogais
com característica nasal em oposição às suas correspondentes orais. É a interpretação
mais difundida. Câmara Jr (1977, p. 67-72), no entanto, interpreta de outra maneira a
questão.

Para Mattoso, o que temos é a existência de uma vogal oral seguida de um elemento
consonântico nasal, [m], [n] ou [], representado pelo arquifonema /N/, devido às
variações determinadas pelo contexto em que ocorrem as vogais.

Para defender seu ponto de vista, apresenta os seguintes argumentos:

a) não ocorre crase entre a vogal seguida de elemento consonântico nasal e a


vogal inicial do vocábulo seguinte;

b) depois dessa vogal só se realiza a vibrante múltipla velar e nunca a ápico-


alveolar, própria de posição intervocálica;

c) no interior do vocábulo não há, em português, vogal nasal em hiato - ou a


nasalidade desaparece (bom/boa) ou o elemento consonântico se desloca para
a sílaba seguinte (valentão/valentona).

Em nossas transcrições, consideraremos a existência de vogais nasais em oposição com


vogais orais em português.

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