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METODOLOGIA DO ENSINO DE

LÍNGUA PORTUGUESA I
Tema: Cordel e a Literatura Popular
Ano: 9° Ano
Total de aulas: 18

Grupo: Amanda Pavão NUSP: 10701286


Bruna Kaufmann NUSP: 106949974
César Hernandes NUSP: 9822942
Mary Ann de Oliveira NUSP: 8609305
AULA 01

1.Exibição do vídeo: "O causo do


Lobisomem Animação Cordel
AULA 01

2. Sondagem
Verificação do conhecimento prévio da turma:
Alguém já teve contato com esse tipo de
texto?
Que tipo de texto é esse?
Quantas linguagens há no texto?
Quais são as características marcantes no
texto visual e quais são as características
marcantes no texto oral?
A partir da última pergunta, utilizar o
recurso de nuvem de palavras na lousa para
apontar características de forma visual
AULA 01
3. Apresentação Geral: O que é Literatura de
Cordel - a exposição será feita por meio de
tópicos e o texto na integra estará disponível
para os alunos

Tópicos a serem abordados pelo professor:

Manifestação literária do interior do


Nordeste brasileiro.
Gênero literário feito em versos com
métrica e rima.
Caracterizado pela oralidade e por uma
linguagem informal.
AULA 01

Chamada de literatura popular em


verso;
Tradição se popularizou no final do século
XIX;
Tais poesias passaram a ser impressas em
folhetos e vendidas em feiras;
O nome "cordel" faz referência às cordas
onde os folhetos ficavam expostos;
Seu formato foi inspirado nos córdeis
lusitanos, trazidos ao Brasil pelos
colonizadores portugueses
AULA 01

4. Apresentação de autores: Patativa do Assaré,


Leandro Gomes de Barros e Raimundo Santa Helena.

5. Breve descrição dos tópicos do cronograma - cordel,


slam, oralidade vs escrita; proposta de avaliação -
atividades de sala/aula e produção de um cordel. A
ideia neste momento não é apresentar a descrição de
forma profunda, mas apenas pincelar sobre os gêneros
literários e a oralidade. Também, informar a data de
entrega do trabalho final, que será a produção própria
do cordel utilizando o texto escrito e visual
AULA 01

6. Tendo em vista a importância da oralidade, como


sugestão de atividade regular, alunos irão ler em
todos os inícios de aula um trecho de um
cordel disponível na sala de aula, ou então,
pesquisado previamente.

7. Proposta para aproximar os alunos do cordel:


fazer um mural fixo na sala de aula para dispor
os cordéis, e ao final o mural será expandido para
além da sala de aula nos corredores
AULA 01

8. Para finalizar a aula, a professora fará a


leitura de parte dum cordel: Romance do
Pavão misterioso, de João de Melquiades
de Oliveira, para que os alunos se
familiarizem com a leitura.
Também será solicitado dois voluntários para
fazer a leitura na próxima aula.
AULA 2

1. Leitura de trechos selecionados dos córdeis por dois alunos.


2. Exploração dos cordéis: deixar os alunos explorarem manualmente e visualmente. Propor alguns
questionamentos aos alunos:
Vocês observaram alguma diferença entre os livros de cordéis e os que regularmente vocês têm
acesso?
Há semelhanças?
Como o livro é feito?
Vocês sabem onde o poderiam encontrar? Na sua cidade é possível encontrar livros de cordel?
3. Construção de um mural fixo na sala de aula para a exposição dos cordéis junto com os alunos.
4. Introdução ao que é a Literatura de Cordel: leitura com a sala de texto sobre O que é Cordel, sua
origem, história de como foi sendo produzida ao longo dos anos, etc.
AULA 2
Texto: “O que é literatura de Cordel?”

O nome está ligado à forma como esse gênero literário era vendido ao público. Na Espanha e em
Portugal os folhetos eram expostos em um varal de barbante (cordão), estendidos a céu aberto, nas
feiras e praças públicas, de forma semelhante a roupas no varal. Por isso, na Espanha ganhou o nome
de “pliegos sueltos” e “folhas soltas” ou “volantes” em Portugal.
Foram os povos Ibéricos que trouxeram a literatura para o Brasil, embora esse tipo de texto já fosse
conhecido na Europa desde o “início no século XVI, quando o Renascimento passou a popularizar a
impressão dos relatos que pela tradição eram feitos oralmente pelos trovadores.
No tempo de Leandro Gomes de Barros, o primeiro cordelista brasileiro a produzir e publicar folhetos
em escala comercial, era ignorado o termo “cordel”. O verbete ganhou notoriedade a partir da
publicação do dicionário contemporâneo de Aulete, em 1817. Até então, no Brasil, a literatura de
cordel era chamada de “poesia popular” ou “literatura popular”.
AULA 2
A literatura de cordel tem simplicidade na sua estrutura, prestigiando informações do cotidiano
trazidas de forma clara, por meio de um vocabulário descomplicado. É escrito em forma de poesia
rimada, o que facilita a assimilação da informação pelo leitor. Esse tipo de literatura oportuniza às
pessoas com pouco acesso à informação ocuparem a posição de autores e receptores desse
conteúdo. É através do cordel que eles adentram ao universo das letras, seja escrevendo ou
vendendo os folhetos, seja ouvindo ou decifrando a literatura. E é por isso, que a literatura de cordel
atravessa gerações. Ora com lendas e manifestações religiosas, ora com acontecimentos políticos,
econômicos e sociais.
5. Atividade para casa: Responder questionário sobre Cordel:
Qual a principal característica da literatura de Cordel?
Por que é considerado uma literatura popular?
Como era chamado o Cordel na Espanha e Portugal?
Como era inicialmente chamado o Cordel no Brasil?
O que o Cordel pode proporcionar a pessoas envolvidas com ele?
AULA 3

1. Leitura de trechos selecionados dos cordéis por dois alunos.


2. Correção oral da atividade de casa.
3. Apresentação do cordelista Patativa do Assaré, suas principais obras:
A terra é nossa;
O que mais dói;
O agregado e o operário.
4. Explorar com os alunos a interpretação dos poemas, analisando o uso de palavras que
não pertencem ao contexto urbano em que estão inseridos, abordando a relevância da
regionalidade enquanto forma de reconhecimento e enaltecimento das origens.
5. Atividade para casa: apontar no material de Cordel, “O agregado e o operário” de
Patativa do Assaré o significado das palavras que não pertencem ao contexto urbano.
AULA 3
Poema “O agregado e o operário”, de
Patativa do Assaré
"Sou matuto do Nordeste
criado dentro da mata
caboclo cabra da peste
poeta cabeça chata
por ser poeta roceiro
eu sempre fui companheiro
da dor, da mágoa e do pranto
por isto, por minha vez
vou falar para vocês
o que é que eu sou e o que canto..."
AULA 4
1. Leitura de trechos selecionados dos cordéis por dois alunos.
2. Correção oral da atividade de casa.
3. Apresentação do cordelista Leandro Gomes de Barros, suas principais obras:
O cachorro dos Mortos;
História de Juvenal e o Dragão;
A seca do Ceará
4. Explorar com os alunos a interpretação dos poemas, analisando o uso da
oralidade nesta literatura se comparado a textos que usam a norma padrão da
escrita.
5.Atividade para casa: apontar no poema “A seca do Ceará”, palavras que
correspondem a oralidade e estão nesta literatura sendo utilizados na modalidade
escrita.
AULA 4

A Seca do Ceará - Leandro Gomes de Barros


"Seca as terras as folhas caem,
Morre o gado sai o povo,
O vento varre a campina,
Rebenta a seca de novo;
Cinco, seis mil emigrantes
Flagelados retirantes
Vagam mendigando o pão,
Acabam-se os animais
Ficando limpo os currais
Onde houve a criação..."
AULA 5

1. Leitura de trechos selecionados dos cordéis por dois alunos.


2. Correção oral da atividade de casa.
3. Apresentação do cordelista Raimundo Santa Helena, suas principais obras:
Brazilian Amazônia;
Lima Barreto;
Cartilha do Povo.
Explorar com os alunos a interpretação dos poemas e principalmente, a estrutura poética
contrapondo ao texto em prosa.
5. Para casa: Tentar escrever uma versão em prosa de qualquer um dos 3 poemas
trazidos para a aula.
AULA 5
AULA 6

1. Leitura de trechos selecionados dos cordéis por dois alunos.


2. Correção oral da atividade de casa.
3. Exibição de vídeo: O Corona Vírus em Cordel. O vídeo será uma
introdução a atividade, já que mostra como é possível relacionar com
algo do cotidiano e ainda extremamente relevante para a atualidade.
4. Oficina Cordelista: etapa cotidiano - os alunos divididos em grupos
de 3 ou 4 alunos irão produzir uma proposta de textos nos moldes da
literatura de cordel para falar de algo do cotidiano deles.
AULA 6

O Corona Vírus em Cordel


AULA 7

1. Apresentação dos textos


produzidos na oficina.
2. Discussão sobre a oralidade
e a mensagem emitida, seus
variados papéis (inclusive,
como transmissor de
informações importantes).
3.Exibição de vídeo: O causo do
caçador. O vídeo será material
de fechamento do ciclo de
debates em torno da estética
dessa literatura popular.
AULA 8

1. Leitura de trechos selecionados dos cordéis por dois alunos.


2. Introdução à xilogravura. Técnicas e origem a partir da
apresentação de dois materiais de vídeo:
“O que é xilogravura?”
“J. Borge e a arte da xilogravura”
AULA 8
“O que é xilogravura?”
AULA 8

"J. Borge e a arte da xilogravura"


AULA 9 - 10
1. Leitura de trechos selecionados dos cordéis por dois alunos.
2. Produção de carimbos de xilogravura com isopor.
Substituindo o uso da madeira como adaptação do trabalho faremos uso de isopor que
embora não seja material reciclavel pode ser reutilizado em muitas impressões sem
desgaste e com o mesmo nível de aproveitamento pelos alunos.
Como etapa descritiva, além de mostrar como realizar a produção de carimbos e
impressão do material, também será exibido o vídeo, “Xilogravura alternativa
(Isogravura)”
Vídeos de referência para aulas 8,9 e 10.
AULA 9 - 10

“Xilogravura alternativa (Isogravura)”


AULA 11 - 12

1. Exibição do filme Narradores de Javé.


2. Debate sobre o filme.
3. Proposta de atividade: resenha do filme.
AULA 11 - 12

Narradores de Javé
AULA 11 - 12

Narradores de Javé
"Narradores de Javé" conta o caso dos moradores de um
povoado fictício, prestes a ter de deixar o lugar por causa
da construção de uma usina hidrelétrica. Para tentar evitar
a inundação de Javé, eles decidem escrever sobre o lugar e
torná-lo um patrimônio histórico a ser preservado.
AULA 13

1. Introdução do contexto urbano: o slam como forma de intervenção poética.


Abordagem de como o slam, assim como o cordel é uma expressão poética com
forte oralidade.
2. Discussão sobre a presença do slam entre os mais jovens, como forma de
expressão política, social, poética.
3. A presença das mulheres nessa produção (contrapondo ao cordel que possui
predominância masculina).
4. Exibição da declamação de Cristal Rocha:
5. Leitura do Desabrochar, de Meimei Bastos e do Não serei anônima, de Ryane
Leão.
6. Atividade para casa: Listar 5 pontos convergentes e divergentes entre a literatura de
cordel e o slam.
AULA 13

Cristal da Rocha
AULA 13

"Desabrochar
levou um tempo
até que eu entendesse
que era eu
não você

que toda vez


que eu espontaneamente
esboçava alguma opinião
contrária e você se zangava
era eu
eu não você..."
Mei Mei Bastos
AULA 13

"Não serei anônima


falarei meu nome repetidas vezes
contarei sobre todas as que vieram
antes de mim
uma por uma
não adianta tapar os ouvidos
porque cicatriz aberta
não ecoa só por fora
mas por dentro
Ryane Leão verão minha existência escorrendo..."
AULA 14

1. Correção oral da atividade de casa.


2. O professor aproveita a ocasião para falar de oralidade, formalidade e
diferenças de registro na escrita (entrada na atividade retirada do Museu
de Língua Portuguesa - “Menas o certo do errado e errado do certo”,
na seção Cadernos Educativos).
3. Apresentação dos três tipos de relações: do aluno com o professor,
do aluno com os pais e do aluno com os amigos, e questiona sobre a
diferença linguística que haveria na maneira de interagir com essas três
figuras, e pedir exemplos de situações.
AULA 14

4. Contexto da escrita – cita as ferramentas conhecidas pelos alunos:


e-mail, SMS, Whatsapp, chats.
Que diferenças haveriam na forma de escrever para alguém no
ambiente de trabalho e para alguém de um contexto familiar?
5. Apresentação da atividade do Museu e elicita a relação que
existe entre esses objetos, e pergunta quais os alunos usam. Quanto à
maquina de escrever, poderia perguntar se os alunos já viram alguma e
perguntar qual seriam as diferenças entre este e outros modos de
compor e editar um texto.
AULA 14

6. Leitura do subtítulo e o
resumo da situação e como
proposta de atividade que o
aluno adivinhe a relação do
remetente com os
destinatários. Essa atividade
os alunos podem fazer
individual e silenciosamente.
Depois o professor pede para
alguém ler cada uma das
mensagens e pede que os
alunos respondam a
pergunta.
AULA 15
1. Retomar as mensagens da atividade do Museu. Fazer releitura e elicitar dos
alunos os traços que os levaram às conclusões da aula anterior.
2. Aprofundar nos elementos linguísticos, pedindo aos alunos que apontem ou
apontando ele mesmo os elementos linguísticos mais significativos:
o tratamento (Caro senhor vs. Mô - o que seria esse “Mô”?, perguntar);
a assinatura (nome completo vs. “Carlinhos, etc.);
formas completas vs. incompletas vs. informais (“Tô”);
uso de ênclise (“ausentar-me”) vs. próclise (“pra te avisar”);
certos vocábulos (“galera”), grafia e gírias que quebram com a normatividade (“Eh
nois”) e assim por diante – há uma grande variedade de fenômenos a se analisar.
Essas mensagens de caráter mais informal também trazem à aula o elemento do
humor, que o professor pode explorar.
AULA 16

Resumo Impessoal: O professor incita agora os alunos à criatividade: os


alunos devem imaginar uma nova situação, mas agora do universo deles,
e escrever um resumo impessoal. Depois escrevem as mensagens (uma
ao professor, outra a um familiar e outra a um amigo) incorporando os
traços de oralidade ou formalidade sistematizados na aula 15.
AULA 17
Produção autoral de Cordel - escrita de seus próprios
poemas de Cordel, inserção de imagens a partir das
xilogravuras produzidas em aula na semana anterior, e a
encadernação nos mesmos moldes tradicionais do Cordel.
Idealmente os alunos já iniciaram o trabalho anteriormente.
AULA 18

1.Leitura e apresentação
oral.
2. Montagem de
exposição dos livros em
varais de barbante pela
escola.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHIARADIA, Adriana Maria Gonçalves. Política, história e sociedade no
varal [recurso eletrônico] : a literatura de cordel de Rodolfo Coelho
Cavalcante. Nova Chavantina, MT: Pantanal Editora, 2020.

DUARTE, Mel. Querem nos Calar: poemas para serem lidos em voz alta -
uma antologia. Editora Planeta. São Paulo, 2019. p.
60;61;170;171;203;204.

O corona virus em cordel. <https://youtu.be/FqawbLNXFN4> Acessado


em 09 de julho de 2021.

O que é xilogravura? <https://youtu.be/k42KFO8e3TQ> Acessado em 09


de julho de 2021

J. Borges xilogravura e literatura de cordel


<https://youtu.be/f1XrCCiqyhc> Acessado em 09 de julho de 2021
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Narradores de Javé. <https://youtu.be/Trm-CyihYs8> Acessado em


08/07/2021.

Prazer, da Rocha um Cristal. <https://www.youtube.com/watch?


v=JgXcAvcuXlQ> Acessado em 06 de julho de 2021.

MAGALHÃES, Fabio. PONTES, Edna Matosinho de. A Xilogravura Popular:


xilógrafos e poetas de cordel. Galeria Pontes. São Paulo, 2018.

SAYAD, João. Menas: o certo do errado, o errado do certo. Cadernos


educativos. Museu da Língua Portuguesa. Disponível em:
<https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/estacao-
educativo/cadernos-educativos>. Acesso em 9 de julho de 2021.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

O que é Literatura de Cordel?


<https://www.significados.com.br/literatura-de-cordel/>
Acessado em 10 de julho de 2021

A seca do Ceará <https://www.escritas.org/pt/t/4778/a-seca-do-


ceara> Acessado em 10 de julho de 2021.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ATIVIDADE DO MUSEU DE LÍNGUA
PORTUGUESA (AULAS 14, 15 E 16):

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